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4 jornal do commercio

Recife I 30 de agosto de 2014 I sábado

cidades

www.jconline.com.br

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jc nas ruas Jorge Cavalcanti

cavalcanti.jorge@gmail.com twitter: @jc_jcnasruas telefone: (81) 3413.6103

Explodir caixas virou moda A ocorrência de certas modalidades de crime está vinculada a ciclos. Quadrilhas especializadas investem na prática por encontrar facilidades, elevando o número de registros para índices além do aceitável; a polícia então aumenta a repressão com o objetivo de sufocar os bandos, que migram para outras ações criminosas. Foi assim com os sequestros, ainda no governo de Jarbas Vasconcelos, por exemplo. De alguns anos para cá, explodir caixas eletrônicos de agências bancárias, sobretudo em municípios do interior, é a modalidade predileta de quadrilhas com um raio de ação interestadual. As circunstâncias explicam a escolha pelo tipo de crime. Nas cidades afastadas dos grandes centros, o efetivo da Polícia Militar é insuficiente para cobrir áreas extensas. E as opções de rotas de fuga são inúmeras. Na maioria das investidas, as quadrilhas agem em superioridade numérica em relação a policiais. Ontem, doze homens arrombaram dois caixas do Bradesco da cidade de São Vicente Férrer, no Agreste. Conseguiram levar uma quantia não divulgada e ainda acuaram os PMs. Uma viatura foi atingida pelos disparos. Em 2013, a Secretaria de Defesa Social registrou 95 ações contra terminais eletrônicos. Uma média de oito por mês. Ou uma a cada quatro dias. Nesse ano, foram 49 ocorrências, de janeiro a julho. A de São Vicente Férrer e a do último dia 20, em Machados, no Agreste, quando caixas de dois bancos foram explodidos quase que simultaneamente também por um grupo de doze homens, não estão computadas. Desbaratar as quadrilhas, ou ao menos dificultar a ação delas, não é tarefa fácil, nem deve ser debitada exclusivamente na conta das Polícias Militar e Civil. Os bancos podem reforçar a segurança instalando câmeras em posições estratégicas, tanto dentro quanto fora das agências. Mas, como possuem seguro, nem sempre têm interesse no investimento.

Integrais e vegetais para ter mais saúde

Enquanto a Dieta Cardioprotetora não recebe o aval final da pesquisa em curso no País, iniciativas se sucedem para orientar a sociedade a comer com qualidade e de forma preventiva. A orientação nutricional é o caminho tanto para quem já tem problemas cardiovasculares, quanto para os que desejam se manter longe do problema. No Recife, os centros de práticas integrativas, serviços bem avaliados pela população, estimulam o consumo de alimentos vivos (crus). Muita gente, por conta própria, também tem aderido aos integrais e vegetais.

Veronica Almeida valmeida@jc.com.br

Guga Matos/JC Imagem

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Guga Matos/JC Imagem

k Recordar é viver!

Alimentação viva é incentivada no SUS

Quando liderava a oposição ao então presidente do Sindicato dos Rodoviários Patrício Magalhães, Aldo Lima (foto) chegou a afirmar ao JC, numa entrevista publicada no dia 7 de julho de 2013, que não seria candidato. “Eu não me interesso politicamente”, asseverou. Pouco mais de um ano depois, hoje quer ser deputado estadual pelo PSTU tentando colocar sua campanha em meio à luta salarial da categoria. Na assembleia da tarde da quinta-feira, se dependesse da vontade de Aldo Lima, os usuários enfrentariam outra paralisação na segunda-feira, além da de ontem. Mas foi alertado pela advogada do sindicato sobre o risco de banalização da greve.

Slogan de Dilma é falso pelo exagero

Dizer na propaganda eleitoral que o Brasil é hoje um País sem “pessoas invisíveis” é duvidar da inteligência alheia. Os avanços sociais são tão inegáveis quanto o exército de invisíveis que ainda há.

Leandro Gomes/ComuniQ

k Bagunça em terminal Por meio do Comuniq, ferramenta colaborativa do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, o leitor Leandro Gomes reclama que, há dois meses, o Terminal de Ouro Preto, em Olinda, encontra-se no estado mostrado na imagem ao lado. Na bagunça, buracos abertos e paralelepípedos amontoados por todos os cantos.

HÁBITO Edvaldo, hipertenso, descobriu há mais de 20 anos a comida natural

“Dia histórico”

Serviço

Foi este o sentimento de militantes sobre o início do funcionamento do Centro Municipal de Referência em Cidadania LGBT, ontem, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. A unidade terá uma equipe técnica para dar assistência às vítimas de preconceito.

O Centro LGBT está sediado no imóvel de número 86, na Rua dos Médicis. E funcionará das 8h às 18h. O telefone é o 3355-3456. Além de assistência, a secretária Rita Suassuna (Desenvolvimento Social e Direitos Humanos) diz que o espaço também promete acolhimento.

No Centro de Práticas Integrativas de Saúde Guilherme Abath, no Torreão, Zona Norte do Recife, usuários do SUS estão aprendendo não só a diminuir o teor de sal e gordura das refeições. Eles estão descobrindo o sabor e o valor de alimentos crus. Esse retorno às origens da humanidade tem aproximado idosos, maduros e jovens das vitaminas e minerais. “Nosso cardápio é excelente para o controle das doenças cardiovasculares. Não leva açúcar, gordura nem sal. Usamos ervas para temperar, fazemos doces de frutas sem acrescentar aditivos químicos e aprendemos a aproveitar melhor todos os alimentos crus, que chamamos vivos”, explica a nutricionista Shirley Montenegro. Lá, as nutricionistas dão aulas teóricas e práticas sobre segurança alimentar. E as receitas vão desde o suco de clorofila, feito sem adição de água, até moqueca de caju e mousse de banana com linhaça. Os usuários são estimulados a comprar alimentos orgânicos, livres de agrotóxicos, e a deixar de lado os industrializados, como presuntos e outras carnes embutidas. “Nas oficinas, vão descobrindo aos poucos o sabor dos novos alimentos e daí constatam como é prazerosa a refeição mais leve”, explica Shirley. Na

sequência, vão surgindo outros resultados, como a redução de peso, maior facilidade para se movimentar, melhor ânimo e sensação de saúde. “Estou no lugar certo. Tenho hipertensão e sou pré-diabética. Ao Guilherme Abath venho ao menos três vezes na semana e participo de várias oficinas”, conta Socorro Sanguinetti, 67, professora aposentada. Segundo ela, além do equilíbrio físico, as orientações e as práticas incorporadas na sua rotina trazem bem-estar emocional. O centro tem atividades abertas ao público em geral.

escritor Edvaldo Arlégo, 75 anos, é adepto da alimentação integral e vegetariana. Trata-se, segundo ele, de um apoio fundamental no controle da sua pressão. No passado, aderiu à alimentação macrobiótica no local de trabalho, tempo em que batizou o almoço convencional de “microbiótico”, por causa dos efeitos nocivos da gordura, do sal e do açúcar. Como ele, pernambucanos estão resistindo à tentação da calórica e saborosa comida nordestina para ter mais saúde. Por convicção ou necessidade. “Quando aderi à macrobiótica, observei que o meu grupo adoecia menos do que outros colegas de trabalho, que preferiam a comida tradicional”, conta. A auditora fiscal e produtora cultural Karina Galindo, sem problema cardiovascular, não tem dúvidas de que alimentar-se corretamente é “a verdadeira medicina preventiva”, não só para prevenir doença cardiovascular, mas todas as demais. “Eu sou hiperativa. Depois que retirei a carne vermelha e passei a comer integrais e vegetais, obtive calma e equilíbrio”, conta Karina, reforçando os múltiplos efeitos da dieta. A psicóloga Anamélia Mello, amiga dela, acrescenta o valor energético da comida verdadeiramente nutritiva e saudável. Cada uma, no entanto, incorporou o novo hábito a partir de estímulos diferentes. Kátia foi apresentada à alimentação vegetariana por uma amiga. Anamélia descobriu as propriedades curativas das frutas, verduras e sementes a partir da leitura de um livro. Testou receitas em casa e não desistiu mais da nova forma de se nutrir. A cozinheira e comerciante Maria José Santos, conhecida no Vasco da Gama, Zona Norte do Recife, pelo sabor dos pratos nordestinos que prepara, como galinha à cabidela, tem preferido, ultimamente, refeições mais leves, como legumes e carne magra. Aos 38 anos, diz estar acima do peso e sentir palpitações. “Abusei de refrigerante, coxinhas e pastéis. Agora quero entrar na forma”, diz, enquanto faz sua caminhada diária. A dieta cardioprotetora que está sendo desenvolvida sob coordenação da equipe do Hospital do Coração, em São Paulo, com ajuda de outros centros do País, não é vegetariana, embora defenda um consumo maior de frutas, legumes e hortaliças. Os pesquisadores dividiram os alimentos em quatro grupos, representados por quatro corações de cores diferentes: verde, amarelo, azul e vermelho. Quanto mais verde (frutas e hortaliças), melhor, é a regra.


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