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Ano 5 • Nº 49 • Outubro 2013
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editorial
naidenobrega@monquartier.com.br @NaideNobrega @mon_quartier /monquartier
Naide Nóbrega Diretora de Redação
Juanpa Ausín
Sem medo da overdose Numa noite gostosa de sexta-feira, me fizeram o convite para trazer para o Recife um projeto semelhante a um que tinham visto em Alphaville, São Paulo. Uma revista miudinha, cheia de charme e pretensão de se tornar um veículo de comunicação bacana, diferente, caprichoso.
Há alguns anos eu começava um editorial como este falando que eu só queria uma vida simples. Fazia menção, inclusive, à revista Vida Simples, da Editora Abril, uma das publicações que mais me dão prazer em ler e da qual sou assinante fiel. Assim como ela, a Mon Quartier quer trazer qualidade de vida para as pessoas, ou, simplesmente, vida. Uma vida colorida, amorosa e simples. Um projeto que quer ser um regador de coisas boas, como o que trazemos na capa desta edição.
Buscaram a mim, que sempre tive amor pelo jornalismo e pelo bairro onde eles e eu morávamos, as Graças. E foi graças a esse amor todo que esta pequena nasceu. É é por amor que Juanpa Ausín, meu sócio e marido, pensa, projeta e edita a revista junto comigo e com nossa equipe, todos os meses.
A nossa revista é pequena, mas o rol de pessoas que fizeram com que ela chegasse até aqui é imenso. Não vou citar nenhuma delas, mas vou pensar em todas, por um infinito minuto, de olhos fechados, para agradecer pelo esforço, pela dedicação, pelo sentimento do estar aqui, seja em que época tenha sido.
Quem tiver medo de morrer de overdose de amor, que corra. Aqui tudo é coração, tudo pulsa. Menino correndo, menina sorrindo, bicicleta que passa, chuva que cai, sol que brilha. Vem tudo pras páginas da gente. Vem a escola, vem o restaurante, vem o parque, vem o doutor que cuida do outro, aquele cara que pinta o amor.
Circulamos pelo nosso quartier há 4 anos, por amor.
José Gomes e Antônio Serpa, donos da Provisual Gráfica e meus grandes amigos, me chamaram para falar de amor.
A revista Mon Quartier é diagramada em meio digital no programa InDesign. O papel couché utilizado é produzido pela Cia. Suzano, a partir da celulose de eucaliptos de florestas renováveis, um dos itens de controle ambiental que requer maior investimento e pesquisa, já que seu retorno só acontece sete anos após o plantio das árvores, quando atingem o tamanho necessário para a retirada da matéria-prima.
Diretora de Redação Edição, reportagens e texto final Naide Nóbrega (DRT 2491/PE) naidenobrega@monquartier.com.br
Gerente Comercial Rosa Rezende rosarezende@monquartier.com.br comercial@monquartier.com.br
Projeto Gráfico e Diagramação Luciana Oliveira lua1211@hotmail.com
Textos Águila Comunicação
Diretor de Imagens Juanpa Ausín juanpa@aguilacomunicacao.com.br Diretor Industrial José Gomes das Chagas josegomes@monquartier.com.br
Colunistas Fabiana Gonçalves Marcelo Cavalcante Melissa de Andrade
Raquel Laureano Renata Valois
Ilustração da capa: Rafa Mattos Os artigos assinados não expressam necessariamente a opinião da revista Mon Quartier. Outubro 2013 •
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Onde pegar a sua Mon Quartier?
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Meu Bairro Um vilarejo de moda, arte e amor
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Comportamento Corujices Porque toda mãe é um pouco (ou muito) coruja
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Cantinho Luso Uma reverência ao fado
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Saúde Cuidando do corpo desde pequeno Gastronomia Hotel propõe cinco noites gourmet em Porto de Galinhas
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Escrivinhos Pinot Noir: difícil e sedutora
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Educação Um Encontro com o amor
Saúde Dia do Fisioterapeuta: dedicado a quem sempre se dedica ao próximo
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Cidadania O Jacaré que faz arte
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Acordes Nesta data querida
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Literatura Da dor se fez amor
Mon Quartier na moda Oba, aniversário! Dicas de arquitetura Os anos passam, as colunas ficam! Gastronomia Por amor à Zona Norte Capa #monquartierplantando amor
Saúde Quando a gente gosta, é claro que a gente cuida
Mauriceias Se não me falha a memória...
Confira nossos pontos de distribuição Espinheiro
Graças
Tamarineira
Torre
• Açúcar e Afeto - 81 3032.5697 • Academia Hi - 81 3033.2051 • Condomínio Empresarial Burle Marx - 81 3423.0333 • Restaurante Via Paladar 81 3241.3638 • Restaurante Villa - 81 3426.2902 • Salão Belas Art´s - 81 3426.1463 • Tia Dondon - 81 3241.5028 • Navaranda Boteco e Bistrô 81 3031.0572
• Esbarre - 3049.3223 • Restaurante Ponte Nova 81 3327.7226 • Restaurante Ultra Leve 81 3242.3526 • Sádhana Yoga - 81 3077.3707
• Ontime Café e Conveniência 81 3268.6741
• Infoshop - 81 3445.6081
Jaqueira
• Dalí Cocina - 81 3231.4759
Casa Forte
• Café Miró - 3266.0403 • Club du Vin - 81 3267.3667 • Edmilson Menezes - 81 3441.4887
Aflitos • Fofuxa - 81 3427.0179 • Restaurante Libório 81 3426.9719 • La Vague Crepes e Saladas 81 3241.7214 • Doce de Ler - Shopping ETC 81 3241.6871 • Outubro 2013
• Academia Hi - 81 3442.6402 • Barchef/Deli - 82 3204.8500 • Cafeteria Maia - 81 3221.7788 • La Vague Crepes e Saladas 81 3441.7938 • Passadisco - 81 3268.0888 • Pescadero - 81 3268.0020 • Salão Belas Art´s - 81 3442.8714 • Sorveteria Zepelim - 81 9669.2974
Rosarinho • Loc Point - 81 3427.1116
• Saborear - 81 3441.4887
Parnamirim
Praça do Entrocamento
Derby Boa Viagem • Club du Vin - 81 3326.5719 • La Vague Crepes e Saladas 81 3465.1654 • Livraria Modelo - 81 3326.5031 • Salão Belas Art´s (Trade Center) 81 3465.0007
• Casa Modelo - 81 3087.3366 • O Pátio Café & Cozinha 81 3034.3534
Boa Vista
Santo Amaro
Shopping Tacaruna
• Gráfica Épura - 81 3217.2850
• Edelson Cabeleireiro - 3421.6595
• Livraria Modelo / Atacadão da Papelaria - 81 2128.2930
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Uma reverência ao fado A voz embalada, sentida, saudosa. Uma guitarra que chora. Gostar de fado é meio que gostar do amor, da dor, da mágoa, da sina. Gostar da saudade, do cheirinho das ruas do bairro da Mouraria. Gostar das noitadas e das noites sem sono. Gostar de Lisboa, de Portugal e da alma lusitana no seu mais profundo sentir. É bem verdade que a música portuguesa vai muito, muito além do fado. Mas para quem o admira, o fado é a face mais sentida e mais rasgada dos cânticos do além-mar. Um contraste das dramáticas letras com guitarras espertas e cheias de primor. É um misto de sonho, sangue e cor. O ritmo passou a ser conhecido efetivamente pelas ruas de Lisboa por volta de 1850, mas foi apenas nas décadas de 30 e 40 que o teatro e a rádio trataram de multiplicar a sua força. O fadista virava artista. O fado virava febre e em meados do século 20 conquistava o mundo de forma arrebatadora. Aliás, arrebatadores são os melhores de todos os fados, perpetuados na memória musical do planeta através de
nomes como Amália Rodrigues, que deixou um apaixonado legado para a história do fado e até hoje inspira jovens artistas. Estando em Lisboa, ir a uma casa de fado é programa obrigatório aos turistas, embora também muitos lisboetas tomem para si, até hoje, o velho costume de ouvi-lo e senti-lo. Bairros como a Alfama, a Mouraria e o Bairro Alto abrigam casas imperdíveis. Aqui no Recife, a nossa Taberna Portuguesa reverencia o fado através da atriz e fadista Amália Rodrigues, trazendo um grande painel fotográfico no rol da escada que leva ao salão principal. Em nossas paredes, temos ainda a honra de contar com um xale que foi usado pela grande diva, falecida em 1999. Trazer esta peça para o Recife representou muito para nós. Porque não queremos apenas oferecer uma experiência gastronômica. A nossa ideia é que estando na Taberna o cliente se sinta, efetivamente, em Portugal: bebendo da nossa fonte, comendo da nossa mesa, ouvindo a nossa música e sentindo como nós sentimos. Viva o fado! Viva Lisboa! Viva Portugal!
Feliciano Guimarães
/tabernaportuguesarecife
A TABERNA SEMPRE OFERECE MÚSICA PORTUGUESA EM SOM AMBIENTE E ESTÁ REALIZANDO NOITES DE FADO, COM MENU FECHADO E FADISTA PORTUGUÊS. CONSULTE INFORMAÇÕES E TARIFAS PELO E-MAIL TABERNAPORTUGUESA@GMAIL.COM Outubro 2013 •
Gastronomia Meu bairro
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Um vilarejo de moda, arte e amor Por Larissa Lins
Em três terços irmãos de moda, arte e amor, há um coração pulsante bombeando atividade criativa para toda a Zona Norte da cidade. Como uma força tríplice que é, o conjunto está dividido e batizado em três vertentes, com nomes e histórias distintas, porém, complementares. Elas são, na verdade, frações de um mesmo todo, possibilitando a fuga à rotina, à falta de esperança, à inércia e ao tédio do dia a dia. Juntos, Villa Maria’s, Villa Florida e Villa das Artes são o tripé que sustenta um charmoso convite à exploração mais cuidadosa da Rua Santo Elias, no Espinheiro, onde recebem, diariamente, dezenas de corações ávidos por pulsarem no mesmo ritmo que o seu.
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Completando um ano de funcionamento a três, o conjunto de ambientes privilegia o atendimento diferenciado da clientela, conferindo-lhe a intimidade de velhos amigos que gastam a tarde batendo papo e tomando um bom café. Mais que isso: velhos amigos que, juntos, produzem suas próprias manifestações artísticas, selecionam o vestuário que mais se adequa ao seu estilo e ainda saem carregando sacolas de lembrancinhas para os conhecidos mais próximos. No Villa das Artes, pintura e artesanato. No Villa Maria’s, sofisticação e moda. No Villa Florida, mimos e objetos garimpados pela própria dona durante viagens e passeios culturais. Não há, entre esses três, um ambiente que se posicione em detrimento do outro. Ao contrário, funcionam em sincronia, como as engrenagens de um organismo vivo, pulsante.
Gastronomia Meu bairro
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Villa das Artes
Sob o ponto de vista metafórico do funcionamento de um coração saudável, o Villa das Artes seria a artéria aorta: aquela que pode ser considerada a maior e mais poderosa de todo o sistema circulatório. Isso porque, sem o Villa das Artes, o Villa Florida e a Villa Maria’s sequer teriam nascido. Pelas mãos artísticas de Vitória Dantas, a matriarca, o atelier surgiu há cerca de vinte anos, funcionando, desde o início, no Espinheiro. Está há oito primaveras na Rua Santo Elias, onde recebe alunos de todas as idades para aulas de Pintura Digital, Desenho (aquarela), Artesanato, Patchwork e Pintura (Óleo e Acrílica). “Muitos nos procuram como terapia, não somente lazer”, explica a proprietária e coordenadora do espaço, Vitória Dantas. “Alguns vêm, inclusive, sob recomendação médica.” Para ela, manter o endereço de portas abertas significa oferecer uma espécie de refúgio permanente a todas essas pessoas.
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Dentro do atelier, aptidões particulares e faixas etárias variadas se misturam, sob o comando de cinco profissionais especializados em trabalhos artísticos. Entre os professores, a própria Vitória, engajada há décadas com suas produções criativas que, lá atrás, lhe impulsionaram a abrir o Villa das Artes e começar sozinha a ministrar seus cursos. “Por sorte e por afinidade, outros profissionais me encontraram e se juntaram a mim”, conta, explicando como o atelier conseguiu se firmar no mercado.
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Meu bairro
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Villa Florida
Percorrendo somente um corredor, é possível deixar a artéria aorta do Villa das Artes e chegar à segunda estrutura funcional do coração situado no número 493 da Rua Santo Elias: o Villa Florida. Ali, Vitória Dantas mantém uma espécie de arca do tesouro, onde expõe e vende objetos garimpados durante suas viagens e produzidos por ela mesma em sua rotina artística. “A ideia do Villa Florida é colocar peças artesanais à venda, e oferecer também souvenirs”, define. Periodicamente, Vitória vai a São Paulo e a outras metrópoles em busca de novidades. São itens decorativos, como jarros, porcelanas, louças, utilitários domésticos e enfeites em geral. Além, é claro, dos arranjos de flores artificiais e naturais, que justificam o nome do ambiente. “São todos montados por mim”, ressalta Vitória, que comemora a grande procura dos clientes por seus arranjos. Entre uma aula artística e outra no Villa das Artes, Vitória aproveita para atender os amigos e conhecidos do bairro, oferecendo-lhes o que precisam para presentear um ente querido em alguma comemoração ou simplesmente deixar a própria casa mais florida. Técnicas manuais, como a pintura em tecido, desenvolvidas no atelier, são comercializadas no Villa Florida e embasam o sucesso do local.
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Villa Maria s
Antes do Villa Maria’s, chamado assim em homenagem às filhas Maria Fernanda e Maria Eduarda, Daniele trabalhava no setor de Indústria Farmacêutica. O interesse por moda, porém, sempre existiu. E o tino empreendedor, que vem do fato de ter nascido numa família de empresários, claro, foi o degrau que faltava para alcançar aquele ponto da vida em que se decide mudar completamente de rumo. Corajosa, Daniele decidiu arriscar. Começou a garimpar e vender algumas peças a amigas e, aos poucos, foi arregimentando sua clientela, que a acompanhou na abertura do endereço fixo. Graduada em Administração de Empresas e com MBA em Consultoria Organizacional, Daniele comparece à Villa Maria’s diariamente e não desgruda do celular, que se tornou seu canal full time de comunicação com clientes e fornecedores. “Em contrapartida à correria da rotina, o Espinheiro nos oferece tranquilidade, árvores, pessoas caminhando nas ruas, um clima familiar”, diz a moça. Nas araras, reúne grifes como Shop 126, Gloss, Olli, DBZ, Chita, Bora Bora, Wool Line, Anne Fernandes e muitas outras, como reza a tradição de uma boa multimarcas feminina. Em 40m² de loja, projetados pelas mãos da arquiteta Ana Cristina Mendonça, que também assina os ambientes do Villa Florida e Villa das Artes, a Villa Maria’s funciona de segunda a sábado e oferece estacionamento externo e interno aos visitantes. “A junção entre esses três espaços nos permite oferecer mais vagas para carros, mais conforto e um ambiente mais familiar aos clientes”, explica Daniele. Ao que sua mãe, Vitória Dantas, complementa: “As pessoas não vêm aqui só fazer compras ou assistir às aulas, mas vêm principalmente pelo convívio afetivo que desenvolvemos.” Serviço Rua Santo Elias, 493, Espinheiro. Em frente à Igreja Presbiteriana. Fone: 81 3038.9381
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Meu bairro
O último, porém não menos importante, terço pulsante desse vilarejo é uma articulação moderna entre o estilo clássico e as últimas tendências do universo fashion. Em equilíbrio invejável entre o atendimento à moda antiga e as inspirações de vanguarda, a loja Villa Maria’s é administrada pela filha de Vitória Dantas, Daniele Carvalheira, que atua em sociedade com o irmão, o empresário Sérgio Dantas. Aberto há um ano, o ponto comercial foi presente de seus pais, mas reserva à sua gestora os méritos de ter se desenvolvido tão bem e tão depressa. A explicação não está envolta em mistério; é, aliás, muito simples: Daniele faz questão de atender pessoalmente a todos os seus clientes, além de colocar-se à disposição deles mesmo fora de seu horário comercial. Muitas vezes, quando Maomé não vai à montanha, Daniele se encarrega de levar algumas peças às casas de quem a requisita. Assim, vai se familiarizando com as preferências de cada consumidor em particular, sugerindo-lhes exatamente aquilo que – às vezes nem sabem que – desejam.
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Comportamento
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Porque toda mãe é um pouco ou muito) coruja Outubro é o mês das crianças e elas não poderiam ficar de fora desta edição tão especial. Sejam filhos, sobrinhos, afilhados, o fato é que quando se tem criança por perto, tudo muda de lugar, dentro e fora da gente. Tudo ganha mais cor. Foi dessa vontade de curtir cada segundo com os pequenos, de maneira leve e divertida, que nasceu o Corujices.com, um blog pernambucano que vem conquistando pessoas interessadas nessa aventura de resgatar o lúdico, o valor do ser, o direito de brincar e a importância de viver essa fase que passa tão rápido e merece ser aproveitada com muita doçura e delicadeza. A página nasceu da corujice da jornalista Cláudia Bettini, mãe de Lis (5, quase 6 anos) e Theo (3 anos), que colocou no ar um então despretensioso projeto, durante suas férias de julho de 2012. “Era um período chuvoso e por isso as opções do que fazer com as crianças eram mais limitadas, então resolvi criar o blog para dividir as pesquisas que fazia de programação, além de exercitar uma espécie de terapia maternal, compartilhando as delícias e angústias de ser mãe”, lembra a talentosa coruja. A partir daí, o blog cresceu rapidamente, passando a ganhar o cuidado e o amor de mais duas mães, também jornalistas e igualmente corujas, Patrícia Fonseca, mãe de Matheus (5 anos) e Alessandra Barbarini, de Bernardo (13 anos), Giuseppe (10 anos) e Aurora (4 anos). O Corujices é uma espécie de viagem diária, transformando o cotidiano em ricas experiências, na pro-
posta de curtir cada novidade, cada desafio. Com uma concorrida agenda para os finais de semana, feriados e férias (com um número de atividades que surpreende), o blog virou referência para as mamães e vem sendo cada vez mais procurado também como inspiração e pesquisa de decoração de festas infantis estilo DIY (do it yourself, ou faça você mesmo). O espaço traz ideias de brincadeiras para fazer em casa com a meninada e abre lugar para a troca de experiências, com matérias de comportamento, além de postagens sobre dicas de saúde, educação, brinquedos, esportes, entrevistas e abordagem de temas de interesse para toda a família. Atualmente registra uma média de 2.000 visualizações por dia, de pessoas dos mais diversos lugares do Brasil e até do exterior. Também está presente nas redes sociais, inclusive trazendo pelo Youtube tutoriais bacanérrimos, com o passo-a-passo de como fazer as coisinhas fofas e criativas dos posts de maior sucesso. Nossas sensacionais corujinhas pernambucanas já conquistaram até seguidores famosos, como a atriz global Fernanda Rodrigues e grandes parceiros da cena cultural infantil local, como Vanessa Oliveira, da Bandinha, Mariane Bigio, do Cordel Animado, As Fadas Magrinhas, Cordelândia, Tio Bruninho e Mini Rock. Parabéns, meninas corujas! Voem bem muito, sempre com esses olhos tão atentos e esses corações cheios de ternura.
Alessandra, Cláudia e Patrícia.
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Serviço www. corujices.com /corujices /corujices/ /corujices @corujices
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Saúde
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As crianças de hoje estão diferentes. Elas são mais precoces, mais informadas, mais independentes. E ainda dominam um arsenal tecnológico que muitas vezes deixam os pais confusos e sem saber de que forma agir, em meio a tantas novidades. As consequências dessa modernidade já podem ser percebidas em vários aspectos. Um deles é o aumento da obesidade infantil e de diversas doenças, antes atribuídas apenas aos adultos, como colesterol alto, hipertensão, artrite, depressão, entre outras. Diante desse cenário preocupante, o Spa Espaço Verde, em Aldeia, lançou um programa pioneiro e desafiador: conversar com as próprias crianças sobre o assunto. A ideia é fazer com que, de um jeito lúdico e muito interativo, os pequenos comecem a assimilar a importância dos cuidados permanentes com a saúde, até mesmo como forma de evitar complicações futuras, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida. As vivências no Spa vêm sendo realizadas em parcerias com escolas do Recife e tiveram início em setembro deste ano. Até agora, o Espaço Verde já recebeu cerca de 250 crianças, entre 4 e 12 anos, e está com agendamentos até o final do ano. “As respostas dessas ações foram tão gratificantes que pretendemos incrementar as aulas-visitas, trazendo sempre alguma novidade, além de estudar uma possibilidade, junto com as escolas e as famílias, de acompanhar a prática do que foi trabalhado aqui no Spa. Nós plantamos uma sementinha, mas cada família tem que cultivar esses hábitos, que devem ser para toda a vida”, resume a diretora do Spa, Carmen Sofia Sampaio. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), nos últimos 20 anos a obesidade infantil aumentou de 4,1 para 16,6% nas meninas de 5 a 9 anos e de 2,4 para 11,8% nos meninos da mesma faixa etária.
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As atividades têm ponto de partida em um bate-papo descontraído com a nutricionista e os profissionais de Educação Física. Depois, alguns desafios são lançados. Em um deles, a turma é dividida em grupos que devem montar, livremente, seus próprios cardápios alimentares. Mas com muito cuidado, pois num segundo momento cada grupo terá que apresentar suas refeições, com justificativas que, se não convencerem, terão os seus cardápios modificados pela nutricionista, que aproveita para dar orientações de como preparar os alimentos de formas saudáveis e criativas. O jogo só acaba quando todos passam na prova de criar várias opções de refeições leves, nutritivas e saudáveis. Outra atividade, dessa vez mexendo o corpo, é uma caminhada na pista de cooper do Spa. As crianças têm a oportunidade de chegar bem pertinho da natureza, explorar pequenas trilhas, colher frutas e ainda se deparar, frequentemente, com saguis, bichos-preguiça e muitos pássaros. Elas também fazem alongamento, circuito na sala apropriado para cada idade e jogos interativos. No final, um lanche cheio de novi-
dades. Muitas frutas, pãezinhos integrais, patês naturais, iogurtes e cereais. Tudo apresentado de um jeito divertido, o que fica difícil resistir.
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Hoje, o Espaço Verde oferece dois formatos de aulas-visitas: de meio expediente ou de um dia inteiro, com almoço e lanche. Nas duas opções, os estudantes participam de várias atividades, como jogos e desafios práticos, sempre acompanhados por professores de Educação Física e nutricionista. Assim, em tom de brincadeira, os pequenos são estimulados a pensar no que comem, para que comem e, após um diagnóstico, tentar achar as melhores soluções para colocar em prática nas suas vidas.
“A prevenção da obesidade e a construção de uma vida saudável começam em casa, com a família, que deve estimular as atividades físicas, monitorar o tempo de televisão e videogames e adotar hábitos alimentares saudáveis, evitando o excesso de alimentos fritos e industrializados” adianta a nutricionista do Spa Espaço Verde, Taciana Pimentel
No final, os meninos levam para casa algumas receitas, como a do bolo de iogurte com frutas e a da pizza ligth, além de dicas preciosas para toda a vida, como ingerir bastante líquido, evitar frituras e excesso de produtos industrializados, ter uma alimentação variada, incluir frutas e verduras nas refeições, provar novos alimentos, praticar uma atividade física regularmente, entre outras. O Espaço Verde está de portas abertas para receber visitas de escolas, famílias e novas turmas. Independentemente desta ação direcionada para as crianças, ele funciona há 25 anos, de janeiro a novembro, recebendo hóspedes de todas as idades para programas permanentes de emagrecimento, desintoxicação e reeducação física. Serviço Spa Espaço Verde Estrada de Aldeia, Km 4,5, Camaragibe Fone: 81 3458.1210 | 3458.2226 www.espacoverde.com.br/ /spaespacoverde.com
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Gastronomia
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Hotel propõe cinco noites gourmet em Porto de Galinhas
O sol do verão pernambucano, todo o luxo e conforto de um hotel de praia referência em seu destino e o melhor dos vinhos portugueses, italianos, espanhóis e franceses, harmonizados com pratos de alta gastronomia. Essa é a proposta do Village Wine & Gourmet Week, evento que o Hotel Village Porto de Galinhas promoverá de 3 a 8 de dezembro direcionado a enófilos de todo o país. O sofisticado evento terá a curadoria do paulista Eduardo Viotti, jornalista, editor da conceituada revista Wine Magazine e jurado internacional de vinhos, além das presenças dos renomados chefs Augusto Piras, italiano, residente na cidade de São Paulo, e Leandro Ricardo, uma das estrelas da gastronomia pernambucana. A programação será dividida em dias temáticos de harmonização, seguindo a ordem: Espanha, Itália, Portugal e França. Além da degustação de nada menos que 60 rótulos europeus, a programação conta com apresentações enoculturais, palestras com chefs convidados, oficinas de pão com as badaladas chefs boulangers paulistanas Eda Tavares e Mariane Bagodi, bar da praia para degustação de espumantes e rosés durante o dia com open bar, o Sunset Cocktail - degustações diárias à beira-mar ao cair do sol -, jantares temáticos dos países, além de um filme por noite – sempre sobre vinhos e gastronomia – com projeção de cinema de alta resolução na boate do hotel, com open wine bar e comentários de especialistas após cada sessão. Na noite de chegada (terça-feira, 3), o Nordeste dará o tom, para que os hóspedes sintam a calorosa recepção da terrinha e o diferencial dos donos da casa, conhecidos pela sua pernambucanidade. O primeiro dia da programação propriamente dita será dedicado às delícias da Espanha, com participação do chef pernambucano Leandro Ricardo e sua indefectível paella. Na apresentação cultural, um músico espanhol e uma bailarina de flamenco envolverão os turistas no clima ibérico. O ritmo segue o mesmo formato nos dias seguintes: Itália, Portugal e França. Nas apresentações musicais, se revezarão músicos do hotel, como o italiano Francesco Meo e a banda Supernova, e artistas convidados.
• Outubro 2013 Ilustração: Luciana Maia
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Também estão previstas brincadeiras temáticas, a exemplo do “Jurado por um dia”, quando os participantes apreciarão vinhos premiados e darão as suas notas. Aquele que mais se aproximar das notas reais que o vinho conquistou nos campeonatos oficiais leva o prêmio. Outro momento descontraído será a “Degustação de taças”, quando os enófilos degustarão o mesmo vinho em diversas taças, com modelos e materiais diferenciados, para confirmar, no paladar, a diferença que faz uma boa taça de cristal. O hotel promete uma maratona de comer e beber bem, tendo como cenário o paradisíaco mar azul de Porto de Galinhas. Serviço Village Wine & Gourmet Week www.villageportodegalinhas.com.br /hotelvillageporto Tarifas e reservas: comercial@villageportodegalinhas.com.br
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Fabiana Gonçalves fabiana@escrivinhos.com @escrivinhos
Fabiana Gonçalves é jornalista, sommelier profissional pela ABS-SP e editora do blog escrivinhos (www.escrivinhos.com). Rafaella Coelho
Pinot Noir: difícil e sedutora Há dois anos, escrevi aqui sobre filmes que têm o vinho como temática. Entre eles, o hilário “Sideways”, onde um dos protagonistas, Miles Raymond (Paul Giamatti), é apaixonado pela uva Pinot Noir. Na vida real, existe também uma verdadeira legião de fãs desta variedade, que é considerada pelos vinicultores uma das mais complicadas de se cultivar. O que vou tentar aqui é responder as seguintes perguntas: será a fama de “difícil” que seduz os seus admiradores ou a Pinot Noir tem mesmo os atributos para ser tratada como a rainha das uvas tintas? Para entender a Pinot Noir precisamos conhecer a sua história. Ela nasceu há mais de dois mil anos no sudoeste da França, mais exatamente na região da Borgonha. Por ser tão antiga, deu origem a outras variedades como Pinot Gris e Pinot Blanc. De bagos pequenos e casca fina, não se adapta a qualquer lugar. Para se desenvolver bem, precisa de clima fresco e muitos cuidados no vinhedo durante o seu desenvolvimento. Por ter nascido na Borgonha, é lá que ela dá os melhores vinhos. E não é qualquer vinho. Simplesmente são os mais admirados em todo mundo, principalmente os com a classificação “Grand Cru”. Os vinhos feitos com a Pinot Noir na região da Borgonha têm cor clara e normalmente aromas de frutas vermelhas silvestres, florais e de especiarias. Com o tempo, podem apresentar outras características, como notas tostadas, de fumo, couro e ervas, entre várias outras. São vinhos equilibrados, elegantes e muito longevos. • Outubro 2013
BORBULHAS - A Pinot Noir também está presente na composição do champagne, junto com a casta branca Chardonnay e a tinta Pinot Meunier (uma de suas mutações). Ela só não pode ser utilizada no tipo Blanc de Blancs, que é feito apenas de uvas brancas. Diz-se que Dom Pérignon, a quem se atribui a invenção da célebre bebida, gostava de utilizar somente a Pinot Noir nas suas garrafas. NO MUNDO - Além das regiões da Borgonha e de Champagne, a Pinot Noir é cultivada em outras partes do mundo. Em determinadas regiões dos Estados Unidos e da Nova Zelândia dá origem a bons vinhos. O Chile (Vale de Casablanca) e a Argentina (Patagônia) também já ganharam respeito na produção de rótulos com esta uva. No Brasil, seu cultivo é mais recente. Mesmo assim, vem surpreendendo na região de Campos de Cima da Serra, no Rio Grande do Sul. Diferentemente da uva Cabernet Sauvignon, que se dá bem em quase todas as regiões vinícolas do planeta, não adianta tentar cultivar a Pinot Noir em qualquer região. O excesso de frio resulta em vinhos sem cor e de paladar pobre. Já o calor a amadurece demais, tirando a elegância da bebida. A Pinot Noir não é, portanto, uma uva popular. Digna do título de “rainha”, tem mesmo é que ser caprichosa! Um brinde aos quatro anos da Mon Quartier e vida longa, tal qual a dos bons vinhos Pinot Noir.
Fisioterapeutas
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Outubro é mês de celebrar! Por Larissa Lins
Serviço Clinica Adriana Rego Fisoestética R.Joaquim Nabuco, n.409 Derby (Sala19) Fone: 81 3221.6852 /adrianaregofisioestetica
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Na clínica Adriana Rêgo, pratica-se a Fisioterapia Dermato Funcional, um ramo específico da atividade, que visa o equilíbrio e bom funcionamento das funções da pele e seus adjacentes. O grande desafio da profissão é obter reconhecimento junto à sociedade, além de conquistar atuação multidisciplinar e promover uma maior união da classe. E para Adriana
Os cinco anos necessários de graduação, mais as especializações e reciclagens ao longo da carreira, são o treinamento teórico imprescindível ao exercício da profissão. Na prática, porém, a doação afetiva e o comprometimento pessoal são fundamentais ao sucesso dos tratamentos aplicados em prol da reabilitação do corpo humano. Para ser fisioterapeuta, é preciso, antes de tudo, estar disposto a doar um pouco de si mesmo a cada paciente. E nada mais junto, portanto, do que parabenizar essa doação constante, dedicando uma data à lembrança de quem sempre se dedica ao próximo.
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Que o fisioterapeuta é tido como o profissional responsável por evitar e atenuar lesões e comprometimentos físicos diversos, todos sabemos e concordamos. Porém, na prática da profissão, o que isso representa? “A Fisioterapia é uma ciência que trabalha com prevenção, diagnóstico e tratamento das disfunções do corpo”, explica o fisioterapeuta Naércio Neto, da clínica de Fisioterapia Dermato Funcional Adriana Rêgo, nas Graças. “Ser fisioterapeuta vai além de uma profissão, pois significa enxergar o paciente com olhar diferenciado e saber que seus desejos e necessidades estão ao alcance de nossas mãos”, sintetiza.
Rêgo, à frente da clínica, a melhor parte da rotina está resumida em uma frase: “Sentir a confiança que os pacientes depositam em você, e sentir-se capaz de transformá-los com um simples toque.” Na clínica, as comemorações pela data se dão em forma de ações informativas, encontros de profissionais e instrução aos pacientes, para que conheçam as ferramentas disponíveis em função de seu bem estar. “Todos os dias comemoramos o Dia do Fisioterapeuta, afinal, não tem nada mais gratificante do que ver a satisfação dos nossos pacientes”, explica Naércio, “com demonstrações que vão desde um sorriso que recebemos aos laços afetivos que construímos com eles.”
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Foi a data de aprovação do Decreto de Lei n.938 que definiu o dia 13 de outubro como Dia do Fisioterapeuta. Além de regulamentar a função como sendo de nível superior, o texto legitima como atividade específica desses profissionais a conservação da capacidade física de um paciente. Mas, para quem trabalha diariamente na área, a rotina vai muito além dessa regulamentação teórica: significa transformar e aperfeiçoar vidas.
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mon quartier na moda
Raquel Laureano é empresária do ramo da moda.
Raquel Laureano raquellsantos@uol.com.br Juanpa Ausín
Oba, aniversário! Quem é que não gosta de comemorar seu aniversário ou o aniversário de alguém querido? Conheço poucas pessoas. A grande maioria ama comemorar datas especiais. Este mês estamos comemorando os 4 anos da Mon Quartier e eu estou super feliz em fazer parte desta celebração. Então, aproveitando todo esse entusiasmo e alegria, vamos falar um pouquinho sobre “como arrasar em uma festa”. Tudo depende do lugar onde será o evento. Num cenário mais urbano, pode caprichar nos acessórios, mas se for na praia, um lindo colarzão já funciona. O mais importante é você se olhar com cuidado e avaliar as partes do rosto e corpo que são mais bonitas e potencializá-las. Isto serve para roupas, sapatos, maquiagem e uso de acessórios. Se a festa for com traje a rigor, prefira um longo, sempre mais elegante. E para look festa dia? Ah! Aí tá a bronca. Aqui no Brasil, mesmo sendo festa dia, todo mundo (ou quase todo mundo) acha que tem que ir “todo empetecado” da cabeça aos pés, quase que uma fantasia. Ops! O dia tem que ser “dia”, nada de brilho, transparência. Vivemos em um país tropical, em uma cidade litorânea. Podemos abusar do clima e usar tecidos fluidos, estampas, uma maquiagem leve. Antigamente não era costume usar tecidos estampados para ocasiões festivas, mas hoje tudo é válido, tanto para o dia quanto para a noite, depende do seu estilo .
O mais importante é comemorar qualquer festa em alto estilo! Beijocas! • Outubro 2013
Divulgação
Já à noite, pode tudo, muito brilho, transparência e lembre-se: “Quanto menor a bolsa, maior o salto”. Se a festa for muito chic, muito elegante e com muita gente, invista na parte de cima do vestido (bordado ou decote), ou no penteado, ou em uma jóia.
4 anos de muita sorte Nada melhor para comemorar um aniversário do que falar de amor e de sorte! O trevo de quatro folhas é o símbolo mais tradicional para isso. Reza a tradição que quando se ganha um delicado trevinho, junto com ele vem a prosperidade, a saúde e a fortuna. Que tal cultivá-los? Que tal comprar uns vasinhos charmosos e presenteá-los no fim do ano? É uma dica criativa e sustentável. Há diversas empresas que vendem os bulbos, a exemplo da Progarden, no bairro de Casa Forte, que também assessora o cliente sobre como plantá-los e cuidá-los, e ainda vai deixá-los na casa do comprador. Eita, que sorte! Aproveite os quatro anos da Mon Quartier para exercitar essa dica de boa sorte. São quatro anos. Quatro folhas. Quatro razões para celebrar!
Uma sugestão da:
www.progardenpaisagismo.com.br Outubro 2013 •
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Renata Valois renata.valois@hotmail.com @renatavalois
Renata Valois é arquiteta. Arquivo pessoal
Os anos passam, as colunas ficam! É com uma alegria imensa que aproveito essa edição comemorativa para relembrar um pouco da trajetória da nossa coluna “Dicas de Arquitetura”, que já figura pelas páginas da Mon Quartier desde 2010. O tempo passou tão depressa... Participamos de treze edições, sempre trazendo temas ligados à arquitetura de interiores, trabalho que realizo com paixão há mais de dez anos. Vamos relembrar os temas que abordamos? • E então é Natal! (Dez/2010) • Planejar é preciso! (Fev/2011) • A escolha da cor (Abril/2011) • Quarto de casal (Junho/2011) • Quarto de bebê (Set/2011) • A tecnologia na nossa casa (Nov/2011) • Ano novo, arrumação nova! (Janeiro/2012) • Vamos reformar (Abril/2012) • Ordem na casa, pessoal! (Out/2012) • Grandes ideias em pequenos espaços! (Março/2013) • Quem casa, quer casa! (Maio/2013) • Tecidos para decorar (Junho/ 2013) • Quarto de bebê, bonito e funcional! (Setembro/2013)
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Celebremos a vida longa desta revista! Eu e minha equipe ficamos felizes por termos contribuído com algumas sugestões e dicas para melhorar o ambiente em que nossos leitores vivem, seja a casa ou o escritório. O importante é sempre se sentir bem, com espaços bem aproveitados, aconchegantes, eficientes e bonitos. Um ambiente bem planejado pode ser fundamental para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A nossa casa deve ser o melhor lugar do mundo! E é exatamente por isso que estamos aqui. Desejo que a Revista Mon Quartier continue por muitos anos, sempre com o brilho e o carinho que transmite! É muito bom recebê-la todos os meses, com tantas reportagens lindas. Melhor ainda saber que fazemos parte de tudo isso. Parabéns à toda equipe Mon Quartier.
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Por Bruno Albertim Quer saber? Eu adoro a lei seca. Não apenas porque reduziu estatísticas e, com elas, salvou alguns bons e boêmios amigos de suas imprudências. Se, por um lado, donos de restaurantes e bares reclamam do sumiço de clientes de bairros distantes, a gastronomia séria, a botecagem, a geografia de petiscos descompromissados, tudo isso voltou a surgir nos bairros. Nos bairros fora da geografia outrora oficial da diversão na cidade. A Zona Norte do Recife. Dizia-se, e não faz muito tempo, não haver boa gastronomia em suas fronteiras. Qual nada. Com gente suficiente nos prédios que substituem os antigos casarões das Graças, Espinheiro e arredores, não há por que não dar de comer a esse povo. Gente que não quer pegar táxi, correr risco de uma blitze no caminho para Zona Sul. Os moradores, enfim, pressionam seus bairros a lhes oferecer o que antes iam buscar longe de casa. Vítima, aliás, do mercado imobiliário, a orla de Boa Viagem deixou, faz tempo, de ser o corredor gastroetílico que um dia fez a fama do Recife. Tem dado gosto andar nas ruas da Zona Norte. O que são os botequins elegantes, pés-limpíssimos, como o Bar do Neno e o Fiteiro, se não a praia do Parnamirim. Tem até ostra, vivíssima, para rebatar com o chope da serpentina digna da bebida que transporta. Além, claro, daquelas coxinhas de galinha com osso dentro, massa molinha antes da capa crocante, que faz proibida qualquer menção à palavra caloria num sábado ou domingo. Que me desculpem os adeptos da Capitão Rebelinho, no Pina, mas a Rua da Hora, no Espinheiro, é a mais gastronômica do Recife. Tem do chopinho à cerveja
barata de botecão. E restaurantes superlativos. Ali, Joca Pontes, pernambucano formado pela Escola de Cozinha de Paris, dá sua versão contemporânea para a cozinha de bistrô no Villa. Não muito longe, nas Graças, o mesmo chef conjuga suas técnicas clássicas ao terroir pernambucano e oferece, no Ponte Nova, uma das melhores cozinhas autorais do Brasil. Ainda na Rua da Hora, Biba Fernandes tem no Chiwake, trincheira da cozinha peruana com contribuições orientais, um dos restaurantes de comida mais hipnótica do Brasil. Dos rodízios de sushi ao velho e bom Mercado da Encruzilhada, comida para vários bolsos e gostos. Sem falar no velho Empório Sertanejo, ainda a saideira mais segura do Recife, o lugar onde notívagos podem se reabastecer, pernambucanamente, de uma boa macaxeira com charque. Aliás, já vi até moça pilotando vestidinho elegante de formatura para refazer as forças, depois da festa, com um substancioso café da manhã num dos vários boxes do Mercado da Madalena. Onde, aliás, o comércio popular de víveres ganha ares de delicatessen com especiarias especialmente trazidas de alguns dos melhores produtores do Agreste e Sertão. Sim, como na França, podemos encontrar até coelhos, codornas e queijo de cabra nesses mercados da porção Norte do Recife. Quer saber? Se Vinícius de Moraes, o poeta centenário, reencarnasse, eu o chamaria para caminhar pelas ruas da Zona Norte do Recife. Acho que ia se sentir tão à vontade como na Zona Sul do Rio de Janeiro. Caminhando algumas ruas, entre uma mordiscada aqui, um gole ali, sem precisar pegar carro. Divulgação
Bruno Albertim é jornalista especializado em gastronomia e cultura. Autor de Recife - Guia prático, histórico e sentimental da cozinha de tradição, é também escritor e pesquisador. Prepara, para este ano, um livro sobre a relação entre comida e identidade no Nordeste. Outubro 2013 •
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Foram quatro anos de pautas, textos, fotos, layouts, site, impressão, distribuição, leitura. Quatro anos de inspiração, de suor, dedicação. Quatro anos de letrinhas miúdas, portas abertas, encontros marcados, pactos selados, compromisso e satisfação. Quatro anos construídos por muitas mãos. Jornalistas, estagiários, colaboradores, fotógrafos, designers, vendedores, distribuidores. Muito tempo. Quase 1500 dias. Tempo que veio, tempo que foi. Tempo que passou depressa demais. Quatro anos de amor plantado e amor colhido. A escolha do designer Rafa Mattos como grande referência para esta edição especial não foi aleatória. Esse carioca, que veio para o Recife por amor e sobre o qual falamos em nossa edição de agosto passado (Nº47), imprime pelas ruas um dos trabalhos mais lindos que o Recife já viu. Ele não espalha apenas plaquinhas com um regador e mensagens do bem. Ele espalha um sentimento, estimula o amor das pessoas por seus bairros, por sua cidade e pela vida. O amor ao próximo, o amor a si mesmo.
Mon Quartier e Águila Comunicação • Outubro 2013
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Nessas quase 50 edições o nosso maior objetivo foi o mesmo de Rafa Mattos. Por tudo isso, esse moço inspirou a nossa festa de 4º aniversário (que você acompanhará a cobertura no mês que vem), inspirou esta edição e inspira o nosso trabalho todos os dias. Só temos que agradecer a todos que tornaram essa chuva de amor possível. Aos anunciantes, que bancam este projeto para que ele chegue gratuitamente às mãos de milhares de pessoas todos os meses. À equipe fixa ou aos colaboradores pontuais. Aos distribuidores. A todos, por fim, o nosso muito obrigada, e o nosso amor.
Dois lados de um só coração. Águila COMUNICAÇÃO
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A minha sintonia com a MQ Igo Bione
Por Cinthya Leite
Quando eu recebo um envelopinho branco, com o meu nome escrito em uma letra cursiva bem graciosa, já sei que ali dentro está a revista Mon Quartier, que se tornou queridinha por muita gente, não apenas pelo conteúdo que traz mensalmente, mas pelo cuidado com que as informações são trabalhadas para chegar até nós, leitores. Passear pelas páginas da MQ nos oferece a possibilidade de apreciar temas que fazem parte do nosso dia a dia e que são abordados a partir de uma ótica especial, nascidos do cuidado de uma equipe primorosa. Saúde, comportamento, beleza, moda, decoração e gastronomia são apenas alguns dos assuntos que enchem os nossos olhos. Algumas edições são inesquecíveis para mim, como a que trouxe uma entrevista com Papai Noel, outra que trouxe lindas histórias de superação de quem venceu o câncer e a que trabalhou o tema acessibilidade. A publicação de setembro (anterior a esta edição comemorativa), contudo, tocou muito o meu coração e me fez brincar com a doce Naide Nóbrega: “Você fez especialmente pra mim, foi?” A edição, que abordou de uma maneira muito sensível a gestação e os primeiros dias de vida dos bebês, foi peculiar porque chegou justamente na semana em que Tota Faria e eu soubemos da nossa primeira gravidez. E isso me fez pensar como é grande a sintonia da MQ com a gente, leitor, já que a revista parece espiar a nossa fome de leitura e trazer sempre, com muito esmero, o que realmente precisamos saber. Pelo quarto ano de vida da revista, só posso parabenizar toda essa equipe linda, que nos presenteia mensalmente com conteúdos apaixonantes. Vida longa, muitos e muitos anos pela frente é o que desejo a esse time que faz bonito com as letras. Cinthya é jornalista e mestranda em saúde da comunicação humana. • Outubro 2013
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Uma relação que ultrapassou os limites do meu bairro... Por Inês Calado Sou bairrista. Quem me conhece, sabe. Adoro morar na Zona Norte. Adoro morar nos Aflitos. Escola, balé e natação das crianças pertinho de casa. Padarias gostosas mais pertinho ainda. Pilates do lado. Várias opções de lanchonetes, restaurantes e cafeterias. Tudo isso andando. Ou, de bike, transporte que ainda me deixa um pouco insegura com a loucura desse trânsito. Quando recebi, em casa, há exatos quatro anos, a Revista Mon Quartier, tratei logo de mandar e-mail para a sua criadora elogiando a iniciativa. Nem conhecia a jornalista Naide Nóbrega. Nossa relação começou assim: leitora que admira o trabalho de uma redatora. A partir de então, criamos uma relação de amizade. Profissões e amigos em comum nos levaram a uma admiração mútua, acredito. E minha paixão por essa revista aumentou ainda mais. Além de leitora, já fui colaboradora, com dicas de lugares legais para levar os pequenos aqui na Zona Norte. A Quartier, muitas vezes, segue como guia de minhas saídas. Através dela, conheci vários lugares legais, como o Esbarre, DNA Natural, Taberna Portuguesa, SPA Exxperimente... apenas para citar alguns. A edição com dicas para andar de bicicleta por aqui está guardadinha. Acabo de ganhar uma “magrela” mas só me aventuro, por enquanto, aos domingos, na ciclofaixa. Mas já anotei todas as dicas para pedalar com segurança. Admiro, sobretudo, a Mon Quartier, porque sei como é difícil manter uma revista gratuita voltada para um público específico, com tamanha qualidade. Poucas publicações com esse perfil chegam ao primeiro ano. Mas Naide é uma guerreira, apaixonada pelo que faz. Consigo ver em cada texto o seu sorriso e entusiasmo. Nesses quatro anos, ela viu minha Alice, a primogênita de 6 anos crescer; eu vi o seu casamento com o espanhol Juanpa Ausín; ela viu o nascimento de minha Maroca, de 2 anos; eu vi a chegada de sua Marina. Nossa relação ultrapassou as páginas da revista. E no fundo do baú, encontrei um texto meu na seção Feedback – O espaço do leitor, que saiu na edição de número 7 da revista, em março de 2010: “Sempre que recebo a Mon Quartier tenho uma grata surpresa. A edição de Carnaval estava linda! As matérias são super agradáveis. É tão bom ter um espaço como esse em nosso bairro. Ler sobre coisas que vivenciamos no nosso dia a dia. Só quem é morador da Zona Norte - e não troca por nenhum outro lugar - sabe disso. Longevidade!”. É a pura verdade. Longevidade é o que mais desejo para esse projeto tão cheio de amor. Como leitora, moradora da Zona Norte e, agora, amiga dos queridos Naide Nóbrega e Juanpa Ausín. Vida longa! Inês Calado é jornalista, editora do portal NE10 (www.ne10.com.br) e moradora do bairro dos Aflitos. • Outubro 2013
Alexandre Gondim/JC Imagem
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Notre quartier Por Germana Accioly Cada pessoa tem a sua Mon Quartier. É assim, como se fosse possível construir um caminho personalizado entre as páginas. O café preferido, o pão do final do dia, a paisagem predileta. O vinho esperado, as férias dos sonhos... a Mon Quartier do mês. E ao mesmo tempo, e a despeito do pronome pessoal no seu título, a publicação é de todos. De muitas tribos, de muitos estilos. É do Recife. É coletiva. E cativante. Ela poderia se chamar notre quartier. A nossa revista. É como andar pelas ruas e esbarrar num amigo, convidar a tomar um copo, ir ao bar da esquina. Vire a página e lá estará mais uma surpresa. Continue o passeio e conheça a cidade, as pessoas e as ideias que você nem sabia existir. A revista, e isso é mérito da sua editora, é um ponto de encontro. Viajante, Naide Nóbrega sabe como poucos unir interesses, mesclar estilos e apresentar pessoas. E faz isso de forma simples e nas entrelinhas. Une colunistas, garimpa opiniões, descobre personagens. Eu, jornalista que sou, percebo nesta iniciativa não apenas o sabor puro da comunicação social. Mas também o faro de uma equipe que busca imprimir poesia e cor ao cotidiano. Ler a Mon Quartier é ter um minutinho de doçura no dia. E aqui confesso que evito devorar de uma só vez sua edição. Quando chega às minhas mãos, primeiro olho por cima, como uma criança que vê somente as figuras e a partir delas já conta uma história. Depois vou aos poucos tomando conhecimento dos textos. Um a um. Lentamente, pra que não se acabem assim num sopro. Mesmo assim, quando leio tudo, volto às minhas preferidas. E o jeito é esperar pela próxima. Tudo assim: como um seriado. O bom é saber que a próxima vem. E o meu ritual de diálogo e surpresa recomeça mais uma vez. Germana Accioly é jornalista e autora do blog www. perderdevista.blogspot.com
Zilton Antunes Santos
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Por Miriam Carrilho Imagino a capa do número quatro da Mon Quartier: anjos anunciavam o novo ano de 2010. E certamente a excelência no fazer informação com beleza, já semente em seu alvorecer. Frutificou, amadureceu e agora festeja os seus quatro anos. Ao chegar às minhas mãos, a Mon Quartier atiçou o brilho do meu olhar. Uma nova revista de bairro! Ah, mas seria só isso? Jovial, primorosa e cativante assim? Talvez sim, talvez não. De Boa viagem a Casa Forte esta “quartier” tem mesmo a cara do Recife. Aberta ao novo, ao belo. Com ideias interessantes e preocupações éticas – o seu expediente informa que o papel com que é feita “é produzido a partir da celulose de eucaliptos de florestas renováveis”. Alguém quer saber disso? Tomara! Uma alegria conhecer a família Mon Quartier. Liderada por Naide - entusiasmo e dedicação - fã ardorosa de Pablo Neruda, a esbanjar sensibilidade, seriedade e um amor desmedido pelo que faz. Ela consegue encantar com o seu jeito descontraído e carinhoso. E, sorte minha, “mora” no primeiro andar. Ao saber do meu interesse – era maio, a capa exibia um buquê de noiva e tenho filhas casadoiras – embalou dois exemplares, arrematando-os com uma fita cor de rosa. Hum... Quedei-me deslumbrada ante a delicadeza do gesto, além da variedade, as dicas, os artigos. Tudo bem escrito, de fácil entendimento. Aqui e acolá a recebo como cliente. Quem tem escritório precisa, aqui e acolá, de papel, clipes, canetas... Mas, Dieu merci, nem só de artigos de papelaria sobrevive uma livraria. Certo anoitecer apareceu Juanpa. Queria – adivinhe o quê – para presentear sua amada: “Confesso que Vivi”. Fiquei envaidecida, confesso! Afinal, cheia de euforia, havia comentado este livro com ela. Quis encantá-la: encimei o pacote com um laço de fita e tudo o mais. Consegui? FINAL IMPRESSAO.pdf 1 01/10/2013 17:05:59
Miriam Carrilho é livreira e escritora.
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MERCI É muito bom saber que somos parte de um todo, um grupo, uma comunidade que pensa de forma semelhante, tem os mesmos valores e busca, a cada novo dia, coisas parecidas. Nossos diretores - Naide Nóbrega, Juanpa Ausín e José Gomes - agradecem a todos os amigos leitores que escreveram sobre a nossa revista nas páginas especiais que vocês acabaram de ler. Agradecem também aos parceiros colunistas, sempre tão brilhantes. Agradecem, por fim, aos personagens de cada matéria. O merci também vai a todos os leitores anônimos, que acompanham a revista silenciosamente todos os meses (já está mais do que na hora de escrever pra nossa equipe e trocar ideias, hein?).
UMA PARADA OBRIGATÓRIA COM TUDO EM UM SÓ LUGAR sanduíches, saladas, cafés, bolos, pães, salgados, sucos, bebidas, e ainda uma loja de conveniência Todos os dias, das 6h as 24h
Não importa se chamamos meu bairro ou mon quartier. Não importa se dizemos obrigada ou merci. Aqui é o cantinho onde a revista se rende a vocês, leitores. Porque como diz Rafa Mattos: amor com amor se paga.
Lembre-se sempre que a sua revista preferida não se esgota nas páginas impressas. Acesse www.monquartier.com.br, além das nossas mídias sociais. /monquartier @monquartier
Av. Rosa e Silva 2000, (no posto Shell) Fone: 81 3268.6741 Outubro 2013 •
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Tudo começou com a horta. A hora de plantar. Ensinar as crianças que a boa semente bem plantada, bem alimentada e amada, crescerá. Renderá frutos, frutas, folhas, vida. Ao conversar com a educadora Conceição Domingues, diretora da Escola Encontro (que acaba de completar 30 anos!), o artista plástico Jacaré, parceiro da escola há cerca de 20 anos, comentou: “- Por que a gente não faz uma ação ambiental no lançamento dessa
horta?”. Camila, coordenadora de marketing da escola, que estava ali por perto, ouviu a frase como uma uma senha para um portal, que imediatamente foi aberto em sua mente. “Uma manhã educativa... Plantar boas sementes... A semente do bem, da gentileza e do amor”, pensou. “Tudo a ver!”. Assim nasceu um dia muito especial para crianças, pais e parceiros. Um dia onde o sol brilhou mais forte, as portas se abriram e o amor entrou.
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Precisamente às sete e meia da manhã elas começaram a chegar. Com seus olhinhos brilhantes e irrequietos, buscavam as novidades que haviam sido anunciadas há alguns dias, na pastinha da escola. Um dia especial. Os pais também foram convidados e encontraram, logo na entrada do pátio, um cara simpático de gorro na cabeça e marcadores nas mãos. Espalhadas pelo pátio, portas brancas, onde ele começava a escrever e desenhar. “Esse é Rafa Mattos”, apresentava uma professora a um pai. Ele mesmo! O “cara do amor”! Aquele que tem espalhado frases amorosas pelos 4 cantos do Recife. Frases abandonadas, jogadas, que logo encontram olhos amorosos que as apreciem e adotem. Sorrisos amorosos que nasçam a partir de cada mensagem. E gente amorosa, até demais, que não resiste e carrega a plaquinha do amor pra casa. O amor plantado em cada esquina.
Rafa Matt
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Em seguida, um pouquinho mais à esquerda, estava estacionada a Biketeca de Juliana Martins, divulgando a Bienalzinha do Livro, projeto que encampou com todo coração e a fez mudar de rumo. Largou a vida de bancária e passou a ser encantadora de crianças com sua bicicleta cheia de livros, cheia de histórias e vivências. O seu projeto funciona literalmente como uma biblioteca, só que móvel. Livros que passeiam por parques, praças, praias, sempre em busca de crianças, mãozinhas que as folheiem, leitores que surjam. Cultura, educação e sonhos plantados sobre duas rodas.
Pouquinho mais adiante, outra bicicleta estacionada. Essa estava cheinha de flores, de todas as cores e formas. Tita de Paula, a Dona Jardineira, também estava na Escola Encontro no dia 2 de outubro. Ela se utiliza de uma bicicleta adaptada para sair pelas ruas do Recife espalhando o querer bem entre as pessoas, através do comércio de flores. Mas ela não vende apenas crisântemos, violetas, margaridas, girassóis. Ela espalha a gentileza entre as pessoas. O costume de presentear e amar. O conceito do cultivar: as flores, o bem, as coisas boas, as amizades e o amor. Sensibilidade plantada todos os sábados, na saída da Dona Jardineira.
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Por último, o primeiro: o artista Jacaré. O mais pacífico e amoroso jacaré que já se viu. Ele estava lá no fundo, por trás do parquinho, com a mão enfiada na terra, explicando: “Você tem que mexer essa terra, molhar, deixar que a sementinha veja a luz.” As crianças ali, encantadas não apenas com aquilo que estavam plantando, mas com o que foi plantado anteriormente: latas, garrafas plásticas, tudo transformado por Jacaré numa horta vertical, onde corujas, palhacinhos e outros personagens nasceram de material reciclado. Era lixo, virou luxo, virou amor, pelas mãos do artista, que prontamente passou para as mãos das crianças. Os alunos do 4º ano, particularmente, que estão realizando pesquisas sobre plantas, redobravam atenção às explicações de Jacaré. Sabedoria plantada, amor colhido.
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É muita gente boa junta, diria você! E foi mesmo! E isso porque a gente ainda nem falou do tio Romero, professor de música da meninada, que estava lá fazendo um som onde esses mesmos valores, toda essa coisa boa, saía da boca das crianças, que inocentemente se abraçavam e cantavam: “A nossa torcida é pela vida. E a gente vai conseguir cantando. Cuida do jardim pra mim, deixa a terra florescer, pensa no filhote do filhote que ainda vai nascer”. Numa sala, projeção de dois vídeos. Num deles, Rafa Mattos pelo meio da rua, na sua doce tarefa de espalhar vida por aí. Os meninos de olhinhos vidrados no telão. “Que bacana! Ele deixa as placas no meio da rua e fica lindo, ó!”, comentou um pequeno do terceiro ano. “Queria uma dessa lá em casa. Será que ele faz pra mim?”, perguntou ao colega do lado. O evento, na verdade, não fugiu em nada do que a escola já faz: trabalhar os valores mais importantes no ser que está crescendo. A bondade, a gentileza, a sustentabilidade, o plantar. E perdoem a repetição da palavra tantas vezes nessa matéria, mas... ele, sempre ele... o amor! Outubro 2013 •
Rafa Mattos, temos uma plaquinha dele em casa. O nascimento da hortinha dos meninos... também temos uma em casa. Pensamos dessa forma, acreditamos nisso”, comentou Isabela Faria, mãe de Malu, 7 anos, aluna da escola há quatro. O pai, Javier Martinez, completou: “Nesse corre-corre do dia a dia, a escola se preocupa com as coisas mais essenciais. A questão do amor, da família, da gentileza e do plantar. Esse evento está em sintonia com o que eles já fazem no dia a dia. Muito bacana!”.
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Ana Cláudia Barbosa, mãe de Maria, 7 anos, que estuda na escola desde o dois, era mais uma emocionada pelo pátio. “Evento lindo, incrível, como sempre. Sou muito fã disso tudo, dessa escola, dessas pessoas que eles convidaram para estar aqui hoje. É muito bom saber que nossos filhos vivenciam momentos assim”.
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Visivelmente emocionada, a diretora Conceição Domingues comentou: “Me alegra muito viver uma manhã como essa. Os meninos tendo contato com a natureza, colocando a mão na terra, cuidando das plantinhas... e cuidando das pessoas, dos amigos, dos pais, de si próprios. Esse é um aprendizado concreto do internalizar o conhecimento para fazer valer”.
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Entre conversas com as crianças, trocas e abraços, lá estavam as caqueiras plásticas recicladas, cheias de vida e de cores. Lá estava Jacaré, plantando. Lá estava a horta, onde tudo isso começou, e virou amor.
www.escolaencontrorecife.com.br /escolaencontro
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Educação
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O Jacaré que faz arte
A arte de Jacaré vem do lixo. Qualquer objeto descartado pelas famílias pode ser matéria prima. Garrafas plásticas, embalagens de detergente, restos de computador. Do nada nascem jarros, brinquedos, borboletas, palhaços, personagens incríveis, que moram dentro da cabeça e da alma do artista, ativista e professor. “Da mesma forma que gosto de fazer arte, gosto de passar esse ensina-
Educação
mento em oficinas, aulas de reciclagem”, comenta o criativo pernambucano de alma translúcida, que também tem como referência (como não?) Vik Muniz, artista plástico brasileiro radicado em Nova York conhecido mundialmente por seus experimentos com material reciclado. Assim como o colega brazuca quase-gringo, o nosso querido Jacaré produz imagens para cenários de teatro e cinema, capas de cd e instalações. Também realiza festinhas infantis (ideia incrível para os papais descolados) e dá palestras sobre sustentabilidade, reaproveitamento e arte. “Já fiz parcerias com o Governo do Estado, a Prefeitura do Recife e e várias empresas”. Ele também arrasa na ornamentação de praças, parques, escolas e empresas nas épocas festivas, como Natal, Carnaval e São João. Algumas, como a Escola Encontro, são parceiras permanentes, o ano inteiro. O lugar é uma espécie de galeria de arte de Jacaré. A criançada mergulha no universo colorido, lúdico e funcional do mestre. Peças que enchem a vista e alimentam o coração.
Naide Nóbrega
Sai da lama, jacaré! Ouvia o moço. E pensava: sair da lama é sair da inércia, é fazer alguma coisa, é sair do cômodo discurso de preservar o meio ambiente e partir para a prática. Buscar a sustentabilidade para fazer a diferença. E ele faz. Nascido no Recife, Ermilo Augusto se transformou em Jacaré lá pelos anos 80. “Morava na Bahia e trabalhava numa joalharia. Também fazia colagem e pintura. De repente, decidi parar de trabalhar para e ego das pessoas, com as joias e trabalhar para o ECO, para o planeta”, comenta Jacaré, que busca referências várias para a sua arte. “Picasso, Van Gogh, Salvador Dali, Frida Kahlo, Basquiat. “O legal é olhar tudo isso e fazer arte. Não adianta só observar e achar bonito. Tem que fazer. É como essa coisa da sustentabilidade. Não adianta só conversar sobre preservar e não fazer nada. De repente, eu resolvi fazer”.
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Ao ser questionado sobre o que de fato o move para esse trabalho diário, ele não hesita: “Através do lixo, a gente recicla pessoas. O ser humano é o que me faz feliz.” Serviço Para projetos, visitas ou compra de peças: 81 9961.1868.
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Quando a gente gosta,
é claro que a gente cuida Por Larissa Lins precisamente aquele que coDesde que o mundo passou a labora para que alguém se ser decodificado pela inteligên“Mais que um ato, é uma adapte mais facilmente a uma cia humana, se discute qual o atitude. Abrange mais que condição especial. É o agente melhor critério de seleção das catalisador da adaptação huespécies: força física ou capaum momento de atenção. mana e, sendo humano tamcidade de adaptação. E assim Representa uma atitude bém, é dotado de uma generocomo a velha história do ovo e sa capacidade adaptativa, além da galinha, a não conclusão é de ocupação, preocupação, de paciência e sensibilidade justamente o que contribui para incansáveis. “Gosto muito deso nosso progresso. Se analisarde responsabilização sa possibilidade de resgatar a mos, porém, essa mesma quescom outro.” autonomia de um indivíduo tão sob o ponto de vista afetivo, tanto do ponto de vista físico, a resposta vem rápida e certei(Boff, 2004) quanto psicológico. Trabalhar ra: capacidade de adaptação. com possibilidades de superaAfinal, é dela que nos valemos frente aos desafios mais graves da vida, frente às ção do ser humano não é apenas uma conquista dores do corpo e também da alma, e frente, inclusi- apenas do paciente, mas também nossa”, ressalta Pepita Duran, fisioterapeuta há 22 anos, à frente da ve, à dádiva do amor. conhecida clínica que leva seu nome. “A qualidade Eis, pois, que uma rápida pesquisa virtual sobre de vida que se proporciona aos pacientes é a reCuidadores nos aponta exatamente esse trunfo compensa, a parte mais emocionante”, define Ivson como sendo fundamental ao exercício da função: Leal, Gerente da clínica Pepita Duran. Entre outros capacidade de adaptação. Um cuidador, afinal, é serviços terapêuticos, a Pepita Duran também ofe-
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Clínicas como a sua, no mercado há treze anos, se articulam de modo a proporcionar um dia a dia mais leve aos que têm dificuldades em conduzi-lo. E já que as funções primordiais de um cuidador se estendem das atividades domésticas à recreação cultural - incluindo zelo pelo bem estar, manutenção da saúde, alimentação, higiene pessoal, lazer e assistência emocional – o autocontrole psicológico desses profissionais é peça fundamental a se analisar na hora de requisitá-los. Flexibilidade afetiva é o ponto chave. Afinal, quando a gente gosta – do que faz e de para quem se faz – é claro que a gente cuida. E de tão intensa e tão nobre, a função de um cuidador é inegavelmente inspiradora. Tanto que na literatura e no cinema, alimentou enredos de sucesso, como o recente Os Intocáveis (2012), dirigido por Olivier Nakache e Eric Toledano. O filme traz à luz a história de Phillipe, um rico aristocrata que, após um acidente de paraquedas, contrata um ex-presidiário, Driss, para ser seu cuidador. A rotina da dupla emociona o público através de cenas sutilmente cômicas, de extrema leveza e sensibilidade. Com excelente interpretação de François Cluzet (Phillipe) e Omar Sy (Driss), o longa esclarece o dia a dia de um cuidador e, acima de tudo, inspira com coragem e graciosidade o cuidado do próximo a cada um que o assiste. Assim como um cuidador, Os Intocáveis estimula a capacidade humana de adaptação. E – por que não? - do exercício do amor.
para cuidar Jornalista dedicada à área de saúde há onze anos, Cynthia Leite abraçou a causa dos cuidadores e uniu o tema aos benefícios da comunicação. Defende, no fim deste ano, tese de mestrado sobre cuidadores de idosos com Doença de Alzheimer, projeto desenvolvido junto aos profissionais da área no Hospital das Clínicas da UFPE. Já apresentado em congressos e revistas médicas,, o estudo defende a informação como fonte de segurança para cuidadores e pacientes. “Quando o cuidador tem o máximo de informações sobre a doença em questão e sobre a pessoa de quem está cuidando, todos se beneficiam”, explica a jornalista, ressaltando a importância de a família munir o cuidador com o máximo de dados físicos e psicológicos sobre seu paciente. “A doença não é uma tragédia”, explica, “tudo depende da forma como lidamos com ela.”
Serviço Clinica de Fisioterapia Pepita Duran Rua Carneiro Vilela, 324 - Aflitos/Recife Fones: 81 3246.0834 | 3242.0056 | 3241.1583 pepitaduranfisioesaude@hotmail.com
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rece o atendimento a domicílio, conforme as necessidades de cada paciente. “Acreditamos que pessoas que se destinam e se colocam no mercado nesta função do cuidar têm que se preparar tecnicamente e emocionalmente, além, é claro, de gostar de estar com pessoas”, diz Pepita.
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acordes
Marcelo Cavalcante marcelcaval2@gmail.com @marcelcaval
Marcelo Cavalcante é jornalista. Márcia Mendes
Nesta data querida O artista que merece destaque na coluna Acordes deste mês são todos os que fazem a revista Mon Quartier. E a canção que merece destaque é de domínio público: “Parabéns pra você/nesta data querida/muitas felicidades/muitos anos de vida”. Pela quarta vez, estamos celebrando o aniversário desta querida revista, de leitura deliciosa e que conquista os corações de quem mora nos bairros da Zona Norte do Recife. Quis o destino que o aniversário fosse sempre celebrado no mês da criança. Uma coincidência mais do que justa. Afinal, a Mon tem a doçura e a leveza de uma criança no colo da mãe. Porque é feita com amor. É um prazer enorme fazer parte da equipe desde o seu nascimento. Sei da dedicação da minha amiga Naide Nóbrega e toda a sua equipe para que as páginas da revista cheguem às mãos dos leitores. E o melhor de tudo é ouvir os elogios dos leitores por onde quer que eu passe. Outro dia, andado pelas ruas do Espinheiro, adentrei num dos pontos de distribuição e perguntei pela revista. Já havia “evaporado”. Segundo o dono do estabelecimento, é sempre assim: “Não dá para quem quer. A revista desaparece num segundo”. Sinal de que tudo está sendo feito da melhor maneira. Mas com quatro anos apenas, a Mon Quartier tem muito a caminhar. Todos os que fazem a revista sabem que é importante não entrar na zona de conforto que os elogios proporcionam. É preciso sempre inovar, buscar novos caminhos. O leitor vai indicar para onde devemos caminhar. Afinal de contas, a Mon também está disposta a ajudar a refletir, questionar, a mudar o universo das pessoas. A propósito, como a coluna é sempre destinada ao mundo da música e eu não escrevi um acorde sequer, aqui vai uma canção em homenagem ao aniversário da Mon Quartier e que certamente pode ajudar, e muito, nessa busca por um mundo melhor: http://zip.net/bvk1FT.
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mauriceias
Melissa de Andrade melissadeandrade@gmail.com @MelissadAndrade
Melissa de Andrade é jornalista e escreve na Mon Quartier desde o número 2. Leyla Abolahrar
Se não me falha a memória... A memória brinca com a gente quando o assunto é tempo. Pouco ou muito, não depende da contagem do calendário: depende da referência. Quando a gente passa muito tempo sem ver alguém, vai logo se espantando com as novidades. “O Marcelinho já está fazendo vestibular?” “Aquele bebezinho já é esse rapagão?” “Vocês já estão comemorando 10 anos de casados? Não é possível!” É possível. A gente se concentra nas pequenezas e grandiosidades da própria rotina, e se esquece de que a vida também passa para os outros. Aí vem algo de fora – um marco, uma data comemorativa, um reencontro – para nos lembrar da passagem do tempo. Por isso o meu espanto quando a editora queridíssima Naide Nóbrega me mandou – em primeira mão, desculpa aí – a marca de aniversário desta revista. Como assim, a Mon Quartier já está fazendo 4 anos? Como assim, vai fazer 4 anos que a coluna Mauriceias existe? Não parece que faz tanto tempo que ouvi Naide falar, toda entusiasmada, do projeto pela primeira vez. Pensando assim, esses quatro anos passaram rápido. Mas se lembrar de tudo o que aconteceu desde então, todas as conquistas, todas as pautas, todas as edições, o trabalho gostoso de colocar uma revista no ar todo mês, aí sim, parece muito mais. Olhaí a memória e seus truques... A Mon Quartier mudou a vida de quem teve a sorte de participar dela. Pessoalmente também: na equipe teve casamentos, nascimentos, mudanças de endereço, amores novos, colunista que se foi, colunista que chegou, brindes, comemorações e elogios. A própria Mauriceias sobreviveu a mudanças de cidade, de país, de emprego. A viagens, férias, doenças, saudades, transformações. E sai todo mês, direitinho, que sou uma colunista bem comportada (atrasada, mas obediente : ). A Mon Quartier tocou um monte de gente que recebeu o projeto com um carinho maior do mundo. Tão aí os muitos e-mails de leitores, que não me deixam mentir. Que estes quatro anos tenham sido tão significativos para você quanto foram para nós. E que consigamos construir ótimas memórias nos anos que estão por vir. • Outubro 2013
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Da dor se fez amor No dia 13 de julho de 2011, exatamente às 6h54, a dentista Taciana Guerra tomava banho para ir trabalhar, quando ouviu um estrondo. A pouquíssimos metros da sua casa, o avião LET 410 que levava os passageiros do voo 4896 da empresa Noar caía sobre um terreno baldio na Avenida Boa Viagem. Na tragédia, 16 pessoas morriam imediatamente, dentre elas seu filho caçula, o jovem dentista Raul Farias, de 24 anos, que mesmo com tão pouca idade, já era um brilhante professor. Também era o centro das atenções sempre, o rei das brincadeiras do grupo de amigos, um ponto de equilíbrio e força na família. No jeito de ser e nas cumplicidades, era uma espécie de alma-gêmea da mãe, comungando de um desejo incontrolável de sempre fazer o bem às pessoas, levar uma palavra alegre, espalhar seu sorriso farto. Dessa forma, tão trágica e rompante, Raul se foi, e com a sua partida nasceu uma dor infinita que essa mãe precisava trabalhar de alguma forma. Tudo era sofrimento. “Eu olhava pros céus e perguntava: por que comigo, Senhor?”, relembra Taciana. Quase que imediato, ela conheceu a psicóloga Andrea Botelho e sua poderosa Terapia do Luto, um trabalho que fez toda a diferença entre a morte e a vida. Com o tratamento, começou a lidar com a realidade de uma forma mais direta e mais leve. “É um processo de melhora, porque a saudade nunca se apagará. Trata-se de uma transformação de vida, a busca por alternativas que curem a dor”, comenta a dentista. E uma dessas alternativas foi levar o bem através das palavras. Por recomendação da psicóloga, dia a dia Taciana sentou em frente a um computador e escreveu sobre seus sentimentos, suas vivências, com o objetivo de ajudar quem viesse a passar por uma experiência semelhante. Assim nasceram dois livros, somando, no total, 460 páginas de amor. “O primeiro fala do acidente e dos próximos meses que vieram. É o momento da perda absoluta, do que significa exatamente para uma mãe perder um filho. No segundo, conto a história do ano seguinte, quando e como tudo foi melhorando. A compreensão sobre as coisas da vida, a aceitação da perda, que meu filho não ia voltar. Falo da busca por coisas que me faziam e fazem feliz.” O fato é que os livros tinham tudo para ser uma leitura pesada, tensa, difícil de digerir, mas não são. O leitor mergulha na vida e na dor dos personagens reais que estão ali, mas fica com o coração tão cheio de afeto, que esquece a morte para apenas celebrar o que foi bom. Um amor intenso, uma entrega perfeita. Numa narrativa da própria vida, Taciana envolve o leitor no querer bem da mãe. Diz quem é, de onde veio e como viveu até hoje. Fala do ser mulher, do ser mãe, do ser gente. São livros que todos os pais deveriam ler. Como bem diz a sabedoria popular, “filhos não vêm com manual de instruções”. Pais e mães também não. No entanto, ouvir e aprender é lei divina e o aprendizado extraído da leitura que Taciana Guerra oferece é um presente de amor para todos os que estejam de coração aberto a receber. Serviço Caixa Preta - A queda. O luto de uma mãe * A vida não diz quando vamos chorar ou sorrir. * Livrarias Cultura ou consultório de Taciana Guerra. Rua Real da Torre, 498, Madalena. 81 3227.1402. Quanto: R$ 50. • Outubro 2013
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