Escola de Frankfurt - A teoria crítica sobre os meios de comunicação

Page 1

FRA NKF URT


FRA ESCOLA NKF DE URT

A TEORIA CRÍTICA SOBRE OS MEIOS DE COMUNICA ÇÃO


GUILHERME DORINI JOÃO RAFAEL VENÂNCIO MATHEUS PAIVA TIAGO DE MORAES


“A chamada Escola de Frankfurt inicia oficialmente os estudos de comunicação na cultura ocidental.


A passagem para o século 20 foi marcada pela irrupção dos meios de comunicação, fato esse que levou a grande virada


no pensamento filosófico e à introdução desse tema no programa de todos os filósofos de lá até hoje” (MARCONDES FILHO, 2011, p.9).


A HISTÓRIA DA ESCOLA DE FRANKFURT


A Escola de Frankfurt ĂŠ o nome mais conhecido do Institut fĂźr Sozialforschung (ou Instituto de Pesquisas Sociais), fundado em 1923.


Entretanto, a Escola s贸 adquiriu uma identidade definida em 1931, quando Max Horkheimer assumiu o cargo de diretor.


No local, vários teóricos, entre eles, Jürgen Habermas, Herbert Marcuse, Erich Fromm e Theodor W. Adorno desenvolveram estudos de orientação marxista..


Perseguidos pelo nazismo, alguns estudiosos da Escola, muitos deles judeus, transferem-se para Paris, em seguida para vรกrias universidades americanas,


principalmente, o Institute of Social Research, em Nova York, onde publicam novos estudos.


O INSTITUTO SÓ SERIA REABERTO EM 1953, AGORA SOB A CHANCELA INTELECTUAL DE HORKHEIMER E ADORNO.


O MUNDO SOB UMA PERSPECTIVA CRÍTICA


O conjunto de estudos da Escola de Frankfurt ficaram conhecidos como a Teoria Crítica, que se contrapõe aos estudos teóricos tradicionais.


“Ela propõe uma postura crítica “em relação à ciência e à cultura, com a proposta política de uma reorganização racional da sociedade [...]” (WOLF, 2009, p.73)..


Enquanto a primeira se diz imparcial, a crítica analisa as condições sociopolíticas e econômicas de sua aplicação, visando à transformação da realidade.



“Desse modo, essas disciplinas – veiculadas à própria exatidão formal e subordinadas à razão instrumental – encontram-se afastadas da compreensão da sociedade como totalidade.


Acabam, portanto, por desenvolver uma função de conservação da ordem social existente. A teoria crítica quer ser o oposto [...]”

(WOLF, 2009, p.73).


OS TEXTOS DE HORKHEIMER, ADORNO, MARCUSE E HABERMAS CONSISTE EM “ENFRENTAR TEMÁTICAS NOVAS QUE ADOTAM AS DINÂMICAS SOCIETÁRIAS DO TEMPO, COMO O


AUTORITARISMO,


A

INDÚSTRIA CULTURAL,


E OS

CONFLITOS SOCIAIS


NAS SOCIEDADES ALTAMENTE INDUSTRIALIZADAS. [.. ] A APRESENTAÇÃO GLOBAL [.. ] DOS AUTORES DA ESCOLA DE FRANKFURT TEM DE SER MUITO SINTÉTICA E, SOBRETUDO, CENTRADAS EM TEMAS MAIS PRÓXIMOS DO


ARGUMENTO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA” (WOLF, 2009, p.74-75), INDO NO SENTIDO CONTRÁRIO DOS ESTUDOS ELABORADOS PELA COMMUNICATION RESEARCH.


OS INTELECTUAIS DA ESCOLA DE FRANKFURT


“No campo da comunicação, a Escola de Frankfurt foi apropriada sobretudo por conta das ideias de Adorno e Horkheimer, Benjamin e Habermas” (MARTINO, 2013, p.51).


MAX

HORKHEIMER (1895 – 1973) Filho de um industrial judeu, estudou Filosofia e Psicologia. Marxista não radical, tinha uma visão humanista.


Horkheimer toma como base a análise da mercadoria encontrada no primeiro capítulo do livro “O Capital”, de Karl Marx,


o qual denomina o produto do trabalho humano, ou seja, a mercadoria, como fetiche, que ao mesmo tempo seduz e cega os homens.


Outros pensadores tambĂŠm influenciaram o pensamento horkheirmeriano, entre eles Schopenhauer, Nietzsche, Freud e Klages.


“Max Horkheimer vai buscar a atualização do marxismo, aplicando-o, agora, à nova realidade comunicacional. Seu projeto é o de constituir uma teoria interdisciplinar global da sociedade” (MARCONDES FILHO, 2011, p.10)


THEODOR

ADORNO (1903 – 1969) Também de origem judaica, estudou Filosofia, Psicologia Sociologia e Música. É outro grande expoente da Escola.


Seus ensaios sobre o desenvolvimento estético e sua influência na evolução histórica contribuíram, assim como as considerações de Horkheimer sobre o


fetichismo da mercadoria, encontrado em Marx, no desenvolvimento do livro “Dialética do esclarecimento”, publicado em 1947.



Embora já usada em uma obra anterior de Horkheimer, somente na obra “Dialética do Esclarecimento” o termo “indústria cultural” ganha uma melhor definição.


“O conceito [...] é o resultado de uma fina elaboração teórica sobre as relações entre a cultura e a modernidade. [...] Adorno e Horkheimer chegam ao conceito depois de percorrer o caminho das relações entre arte, cultura e sociedade” (MARTINO, 2013, p.51-52).


Segundo a obra, a cultura era o polo de resistência e crítica contra a técnica, que era resultado do projeto moderno. O equilíbrio estaria no contraponto entre as duas.


A Revolução Industrial e o advento dos meios de comunicação, entretanto, provocaram uma alteração no cenário cultural.


“A cultura, transformada pela técnica, tornava-se um produto, [...] um elemento de dominação. [...] As produções da mente se organizam na forma de indústria cultural” (MARTINO, 2013, p.52).


A INDÚSTRIA CULTURAL É O CONJUNTO DE INSTITUIÇÕES SOCIAIS QUE PRODUZEM E DISTRIBUEM BENS SIMBÓLICOS, FORMADOS POR EDITORAS, GRAVADORAS, JORNAIS, AGÊNCIAS PUBLICITÁRIAS, SITES, REDES DE TV E RÁDIO.


“[...] O lucro orienta a produção, e o espaço da criação individual é eliminado em virtude da lógica de produção coletiva. [...]O material e o simbólico se sobrepõem” (MARTINO, 2013, p.53).


MUDANÇA DE FOCO: MANIPULAÇÃO (TEORIA HIPODÉRMICA) SEDUÇÃO (ABORDAGEM DA PERSUASÃO) FUNÇÃO (TEORIA FUNCIONALISTA) GRATIFICAÇÃO (USOS E GRATIFICAÇÕES) ALIENAÇÃO (INDÚSTRIA CULTURAL)


JÜRGEN

HABERMAS (1929, Düsseldorf) Formado em Filosofia e Sociologia, possui inúmeras obras sobre comunicação, política e estudos sociais.


Habermas insere a “relação comunicativa em um contexto de normas sociais, ela interage com a vontade do indivíduo e refere-se a um elemento externo” (Martino, 2013, p.61).


“Comunicar não é apenas trocar informações. É a possibilidade de agir, interferir na ação e modificar atitudes em diferentes escalas na busca pelo entendimento” (MARTINO, 2013, p.61).


Segundo Habermas, a imprensa tem o poder de assegurar a vida social de uma ideia, sugerindo debates pĂşblicos que chegam em um consenso (opiniĂŁo pĂşblica).


“Esfera pública é o conjunto dos espaços de discussão social onde, a partir do livre debate, procura-se o livre entendimento, [...] com vistas à obtenção do consenso” (MARTINO, 2013, p.62).


O CONSENSO, NESTE CASO, RESULTA NA OPINIÃO PÚBLICA SOBRE DETERMINADA PAUTA.


Porém, “transformada em empresa, a mídia se torna em um instrumento econômico sem, no entanto, perder o caráter político” (Marino, 2013, p.63).).


“A nova esfera pública, se ainda pode ter esse nome, deixa de ser um espaço autônomo, sendo colonizada pelas regras de mercado que regem os meios de comunicação” (MARTINO, 2013, p.64).


Habermas conclui na obra “Teoria da ação comunicativa” que as pessoas enxergam a notícia como um produto e não como uma construção política. Desta forma, consomem apenas produções jornalísticas apresentadas como imparciais.


CONSIDERAÇÕES FINAIS E O LEGADO DA ESCOLA


A morte de Adorno, em 1969, e anos depois, o falecimento de Horkheimer, em 1973, encerram o ciclo รกureo da Escola de Frankfurt.


Entretanto, o Instituto de Pesquisas Sociais deixa um vasto legado crítico que vai permear os estudos posteriores em comunicação, dada a atualidade dos temas.


A crítica alemã contemporânea, igualmente complexa, vai retomar assuntos abordados pela Escola e vai propor novas abordagens de estudo.


BIBLIOGRAFIA

MARCONDES FILHO, Ciro. O princípio da razão durante: Da escola de Frankfurt à crítica alemã contemporânea. São Paulo: Paulus, 2011. MARTINO, Luís Mauro Sá. Teoria da Comunicação: ideias, conceitos e métodos. Petrópolis: Vozes, 2013. WOLF, Mauro. Teoria das comunicações de massa. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009. SALATIEL, JOSÉ RENATO. Escola de Frankfurt: Crítica à sociedade de comunicação de massa. UOL Educação. Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/escola-de-frankfurt-critica-a-sociedade-decomunicacao-de-massa.htm > Acessado em 15/03/2015.


CRÉDITOS

Slides 1 e 22 : Reprodução/Internet. Slide 23: Arte sobre Reprodução/ YouTube Slide 24: Reprodução/AFP. Slide 29, 34 e 46: Arte sobre fotos CC 3.0/Flickr. Slide 37: Pexels.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.