GENTE E GESTO NA CIDADE ‘‘FORMALIZADA’’ Universidade Federal de Santa Catarina . Centro Tecnológico Trabalho de Conclusão de Curso em Arquitetura e Urbanismo Graduanda Mariana Morais Luiz . Orientador Renato Saboya 2013.2
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SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO 03 Prólogo 05 1.1 Localização e Justificativa 06 1.2 Objetivos 06 1.3 Estrutura e Metodologia 06 2 REFERENCIAL 09 2.1 Segregação Urbana 09 2.2 As cidades informais e sua “formalização“ 10 2.3 Vida Urbana 11 3 O LUGAR 15 3.1 A Chico Mendes 15 3.2 Sua gente 15 3.3 Breve histórico 16 3.4 Estudos 17 3.5 Síntese 18 4 A PROPOSTA 21 4.1 Implantação 25 4.2 Diretrizes 26 4.3 Estratégias 27 4.4 O projeto 28 4.5 Composição 29 4.6 Plantas e Cortes 30 4.7 Materialidade e Imagens 32 5 REFERÊNCIAS 37 6 APÊNDICES 39 6.1 Realocação ARESP 39 6.2 Mapa mental aplicado: Resultado 39 6.4 Croquis do processo: Visitas Exploratórias 40 6.5 Croquis do processo: Proposta 41 6.6 Concursos Participados 42 6.7 Painel final da Proposta 43 6 AGRADECIMENTOS 45
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Figura 1.Rio de Janeiro, 2013. Fonte: Imagens do Povo
1. APRESENTAÇÃO Prólogo A relação entre a realidade projetual que se aproxima e a saída do meio acadêmico, as experiências concentradas ao longo da formação em arquitetura e urbanismo, as vivências pessoais e de intercâmbio entrelaçadas a oportunidade de se ter um ano inteiro de pesquisa-proposta sobre um tema livre, contribuíram para que este trabalho de conclusão fosse para mim, além de tudo, um essencial momento de auto reflexão, que agora ao final, revela consigo um pouco do que sou, das minhas percepções, crenças, emoções e inquietudes. Ao ver, assim como Aldo Rossi (1986), a cidade como realização humana por excelência, torna-se imediata a observação de que há diferentes configurações e apropriações nas estruturas das cidades da nossa sociedade. Após ter realizado pesquisas onde pude explorar a temática da psicologia ambiental, da relação do comportamento das pessoas com o ambiente construído e das diferentes conformações das nossas cidades, cheguei ao início deste trabalho com o inquietante anseio em capturar e apreender as peculiares e intensas formas de vivências nas cidades informais e de alguma forma, o imenso desejo em explorar e expandir o papel do arquiteto e urbanista como agente essencial na promoção de cidades mais justas. Ainda sem objeto e lugar definidos, iniciei leituras que introduziram a complexa realidade e diferenças de nossa desigual sociedade e as respectivas consequências disso nas nossas vivências. Compreeendida a maneira como se deu o nosso desenvolvimento urbano, o fenômeno de segregação
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sócio espacial e da vida urbana, encontro na visão de sociólogos e antropólogos um amparo para muitas das incertezas observadas. Como Renzo Piano declarou em seu Pritzker (1998) “Arquitetura é sociedade porque não exite sem gente, sem suas esperanças, suas expectativas e paixões“. Ao compartilhar dessa reflexão, me entrego a uma gente em especial, a que compõem a comunidade Chico Mendes, na parte continental de Florianópolis. Ao ultrapassar a visão das “casinhas coloridas” que eu tinha ao observar essa região a partir “do lado de fora“, me aproximo dessas ruas animadas, cheias de gente e vida, sendo recebida com café e bolo de fubá na ONG Casa do Dodô. Imediatamente, se materializa a descrição tão assertiva da Paola Jacques (2004), das ruelas enquanto espaços semiprivados, como continuação das casas, e das casas, com suas portas abertas, se instaurando como espaços semi-públicos. Assim, também é ilustrada a proporção entre intimidade e sociabilidade constatada por Richard Sennett (1999). Quanto menor a necessidade de nos resguardarmos, maior será o convívio, e mais cafézinhos na Rua Joaquim Nabuco. Por fim, anuncio que por trás de todo o referencial teórico e a proposta desenvolvida descrita a seguir, está a utopia de que ao materializar meu gesto arquitetônico, além de abrigar a experiência humana, o viver e as trocas sociais, conseguirei auxiliar na promoção de oportunidades, da segurança, do bem estar e na diminuição de estereóripos dessa gente da Chico.
1. APRESENTAÇÃO 1.1 localização e justificativa Acredita-se que o modo como o espaço urbano é configurado pode refletir na reprodução das relações sociais e a vivência urbana. Em uma sociedade segregada e com uma imensa taxa de desigualdade, é possível se identificar diferentes formas de apropriar-se desse espaço urbano. Apesar do complexo cenário relacionado ao direito à cidade para os habitantes das cidades informais, há uma peculiar dinâmica de vida urbana e de apropriação desses espaços. O trabalho aqui apresentado intervém na região Chico Mendes, composta por três comunidades, Novo Horizonte, Nossa Senhora da Glória e por último, com mesmo nome, Chico Mendes, na área continental de Florianópolis, a 7km do centro da cidade. Além da proposta desenvolvida, este trabalho busca a reflexão acerca da urbanização realizada pela Prefeitura Municipal com fundos do Programa Habitar Brasil-HBB no ano de 2000, antes, portanto, do Estatuto da Cidade. Esse processo de urbanização é chamado aqui de “formalização”, pois é compreendido como uma imposição das características da dita cidade formal, que deixou grandes impactos na dinâmica de vida urbana, sociabilização e segurança dessa comunidade, problemáticas prioritárias na proposta realizada. A “formalização” da Chico Mendes, isto é, a abertura de vias incoerentes com a escala das comunidades, a remoção dos lares de praticamente toda a região e a imposição de habitações padrões transformou o modo de vida da população local e a dinâmica das entidades de organização comunitária. As ações do Programa HBB, apesar de trazerem essa reestruturação urbana oferecendo serviços habitacionais e de infraestrutura, acabaram por desmobilizar parte da população em função das mudanças de endereços, perdas de identidades e das relações de sociabilidade. Ao se confrontar essas questões, com o adendo da violência, do alto índice de criminalidade, e do fato de que o bairro Monte Cristo, no qual a Chico Mendes se insere, tem o pior IDH da capital, com os objetivos da Reforma Urbana, é possível se compreender a dimensão e a urgência em se buscar na atuação profissional a efetiva aplicação dos instrumentos trazidos com os instrumentos do Estatuto da Cidade. Além da regularização fundiária e do reconhecimento do direito à moradia, é necessário que se compreenda que as decisões neste contexto influenciam diretamente na vida de muitas pessoas, sobretudo em assentamentos informais onde é imenso o significado e importância da rua e dos espaços públicos enquanto espaço de desenvolvimento social.
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1.2 objetivos 1.3.1 Objetivo geral Intervir na área central da região Chico Mendes a partir de uma proposta de desenho arquitetônico e de espaços abertos de convívio do seu respectivo entorno imediato, buscando auxiliar na promoção do bem estar e da sociabilização de sua população.
1.3.2 Objetivos específicos • Dialogar de maneira harmônica com o sítio físico e com os lares da região; • Melhorar as conexões e o caminhar pela comunidade; • Auxiliar na promoção de atividades sócio culturais;Propor espaços para a troca social; • Potencializar a vivência urbana; • Potencializar atividades comunitárias já realizadas; • Propor espaços alternativos para a realização do trabalho informal.
1.3 estrutura e metodologia Este trabalho está dividido em três etapas: • Primeira Etapa: A primeira parte apresenta os principais conceitos estudados ao longo deste trabalho: Segregação Sócio Espacial, Cidades Informais e Vida Urbana. • A segunda parte compreende a análise do histórico e da situação atual da Chico Mendes. Para isso, se apresentará uma síntese do diagnóstico realizado tanto do cenário físico, quanto de sua população . Para o desenvolvimento desse diagnóstico foram realizadas diversas visitas exploratórias na Chico Mendes, levantamento de dados, entrevistas informais com moradores e mapeamento mental com frequentadores da ONG Casa do Dodô. • Por fim, a última etapa ilustra a proposta realizada de acordo com as principais diretrizes e intenções projetuais.
Figura 2. Rio de Janeiro, 2011. Fonte: Acervo Pessoal
2.1 SEGREGAÇÃO SÓCIO ESPACIAL
2. REFERENCIAL
A configuração de muitas cidades contemporâneas está distante de oferecer condições e oportunidades equitativas aos seus habitantes. Desde 1968, quando Lefebvre escreveu o livro “O direito à cidade”, questiona-se a possibilidade de construir uma cidade na qual se possa viver dignamente, reconhecer-se como parte dela e onde se possibilite a distribuição equitativa dos serviços urbanos. Em contrapartida a este direito, a segregação sócio espacial se instaura, para Villaça (2012), como um dos maiores problemas enfrentados pelas cidades brasileiras, contribuindo para que haja desiguais maneiras de habitar nossos territórios. De acordo com Lefebvre (1968), o espaço urbano não é um lugar passivo de produção ou de concentração do capital, mas intervém diretamente na reprodução do mesmo. No contexto brasileiro, se observa que o processo de crescimento das áreas informais acompanhou as fronteiras da expansão urbana, mas paradoxalmente, a população que se encontrava nessas áreas não tinha direito à própria cidade da qual acompanhava a construção. Este tipo de ocupação fomentou a permanência destas classes nestes espaços de domínio cada vez mais segregados.
“é impossível esperar que uma sociedade como a nossa, desigual e autoritária, possa produzir cidades que não tenham essas mesmas características”. Maricato (2001) Segundo Villaça (2012), além da segregação ser a mais importante manifestação espacial-urbana da desigualdade que impera na sociedade brasileira, ela não é apenas um reflexo de uma condição social, mas um fator que contribui para tornar as diferenças ainda mais profundas. Para o autor, a segregação está associada a um mecanismo de dominação e exclusão, que impede ou dificulta o acesso dos segregados a algum serviço, benefício, direito ou vantagem, seja público, ou privado. Neste sentido, de acordo com Maricato (2003), à dificuldade de acesso aos serviços de infra-estrutura, somam-se a menores oportunidade de emprego, a maior exposição à violência (marginal ou policial), ao difícil acesso à justiça oficial, difícil acesso ao lazer, discriminação racial. Para a autora, a exclusão é um todo: social, econômica, ambiental, jurídica e cultural. Desta maneira, segundo Souza (2007), além de gerar impactos ambientais e de infra estrutura, a segregação alimenta problemas sociais como a intolerância e o preconceito.
Ao se compreender esses fatos, se esclarece o quadro em que as cidades brasileiras se encontram. Reflexo de uma sociedade com grandes manifestações de desigualdades sociais, as cidades brasileiras são conformadas por diferentes configurações urbanas. De acordo com Maricato (2003), ao falar em Cidades Informais, não se trata de querer alimentar a noção da cidade dual ou fraturada, pois esta pode conduzir a falácia de que nosso atual modelo de desenvolvimento pode ser estendido a todos, o que se observa claramente que não corresponde ao contexto em que nossas cidades se encontram. Se por um lado observa-se as cidades ditas formais, por funcionarem de acordo com as leis estabelecidas em nossa sociedade, do outro, as cidades informais instauram-se como aglomerados irregulares relegados, que apesar de viverem à parte da ação pública, possuem uma peculiar dinâmica de vida urbana.
Figura 3. São Paulo, 2013. Fonte: Acervo Pessoal
2. REFERENCIAL 2. 2 AS CIDADES INFORMAIS E SUA “FORMALIZAÇÃO“ “A questão que se discute já não é mais, felizmente, relativa à remoção e relocação dos habitantes das favelas para áreas longínquas da cidade. Hoje, o direito à urbanização é um dado adquirido e incontestável.” JACQUES, 2004 Regiões inteiras são ocupadas ilegalmente. A Ilegalidade urbanística convive com a ilegalidade na resolução de conflitos: não há lei, não há julgamentos formais, não há Estado. (MARICATO, 2003) Em meio as dificuldades do acesso à terra e à cidade, muitas pessoas acabam indo para assentamentos informais, vivendo em condições de extrema precariedade e riscos ambientais e à vida humana, o que tem se instaurado como um desafio urgente para planejadores e gestores. Neste sentido, uma questão que suscita debate, é que desde 2001 foi aprovado o Estatuto da Cidade, mas que apesar de ser um importante aparato legal que define a estratégia de regulação territorial e ampliação do acesso à terra urbanizada ainda é pouco utilizado. Desde a década de 1980, uma das políticas públicas que vêm sendo realizada é a urbanização dos assentamentos informais. Conforme Bueno (2000) a urbanização é um processo associado a construção de toda a infraestrutura necessária, serviços e equipamentos urbanos de uma configuração urbana espontânea. Para o autor, nesse processo, deveria se buscar, sempre que possível, manter às características originais do parcelamento do solo e unidades habitacionais locais. No entanto, além de se verificar que muitos dos processos de urbanização de lugares já consolidados, ignoram completamente as características locais, se observam também inúmeros equívocos no que tange a produção e construção de novas moradias. A Política de Habitação Nacional ao invés de auxiliar na redução dessas diferenças, muitas vezes contribui com a desigualdade sócio espacial, tendo em vista o frequente modo de produção de moradias populares para além dos limites das ditas cidades formais e centros urbanos. Além de encarecer a extensão das infraestruturas urbanas, que precisam alcançar locais cada vez mais distantes, o afastamento entre os locais de trabalho, os equipamentos urbanos e as áreas de moradia aprofundam ainda mais todas essas diferenças sociais. Outra questão que se observa nos processos de urbanização e de produção de novas moradias, é a má qualidade na construção e a imposição de modelos habitações padronizados, que ignoram a realidade local e as dinâmicas peculiares de vida urbana dos assentamentos. Para Jacques (2004), quando se deseja, no momento de urbanizar as favelas, preservar a sua identidade própria, é preciso se pensar
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em incentivar a noção de participação, e conservar os espaços-movimento, ligados ao movimento do percurso, à experiência de percorrê-lo, e ao mesmo tempo, ao movimento do próprio espaço em transformação. Conforme a autora, o importante a se preservar não deveria ser nem a sua arquitetura, os “barracos”, nem o seu urbanismo, as “vielas”, mas o movimento e vida própria das favelas, que é quase sempre muito mais intensa e comunitária do que nos bairros formais. Em relação ao tecido urbano, para Jacques (2004), nas favelas este é definido como sendo maleável e flexível, no qual é o percurso que determina os caminhos. Ao contrário da planificação urbana tradicional que determina o traçado, para a autora nas cidades informais as ruas e os espaços públicos são determinados pelo uso. Outra diferença fundamental dessas diferentes realidades diz respeito a relação entre espaços públicos e privados. Nas cidades informais, esses espaços estão inextricavelmente ligados, constituindo a ideia da favela como grande casa coletiva.
Figura 4. Relação espaço público e privado na Chico Mendes. Fonte: Adaptado do Google Street View, 2013
Apesar do complexo cenário ambiental, social e econômico encontrado nas cidades informais, acredita-se que há potencialidades inquestionáveis nessas áreas, principalmente relacionadas a sociabilização e vida urbana, conforme se apresentará a seguir.
2. REFERENCIAL 2.3 Vida urbana Figura 5. Rua enquanto espaço público de circulação em Buenos Aires, 2010 – Fonte: Acervo Pessoal
Figura 6. Comércio Informal no centro de São Paulo , 2013– Fonte: Acervo Pessoal
As configurações espaciais das nossas cidades estão estreitamente interligadas ao modo de vida da população e a produção das relações sociais. De acordo com Carlos (2008) ao produzir condições de vida, a partir das relações com o capital e o trabalho, a sociedade na cotidianidade do seu processo, produz um espaço geográfico e com ele um modo de vida, de pensar, de sentir. Para a autora, pensar o urbano significa também pensar a dimensão do humano. Acredita-se que a vida urbana pode ser compreendida por meio da relação dos indivíduos com a cidade e pela maneira como estes convivem, apreendem e apropriam-se dos espaços de uso comum. Para se entender mais claramente este fenômeno e seus condicionantes, se apresentará a seguir o significado da rua enquanto espaço público e palco desses acontecimentos sociais, os princípios de diversidade que podem auxiliar na garantia dessa vida urbana e os conceitos de apropriação espacial e psicologia ambiental, por abordarem reguladores que trabalham com a relação entre os indivíduos e o cenário físico.
2.3.1 O significado da rua Acredita-se que a rua configura-se como suporte da experiência urbana e como lugar da sociabilidade. Conforme Nishikawa (1986) a rua é o espaço público onde ocorrem os eventos cotidianos do homem urbano, tais como o encontro, a circulação e a troca de informações e é por meio dela que se promove a vida urbana.
Figura 7. Manifestação Artístico Cultural em homenagem ao Brazilian Carnival Event, nas ruas de Liverpool - Inglaterra, 2012 – Fonte: Acervo Pessoal
A experiência do espaço urbano fundamenta a intuição de que rua é mais que via de trilho, caminho ou circulação e podem ser um universo de múltiplos eventos e relações. As ruas, além de caminhos, são locais onde a vida social acontece ao ritmo do fluxo constante que mistura tudo (SANTOS, 1986). Conforme Jacobs (1983), a rua é um microcosmo real de espaço das relações. Para Carlos (2007), a rua abre perspectivas para a análise da dimensão do urbano em sua totalidade. Ela aparece como um elemento revelador a partir do qual se pode pensar o lugar da experiência, da rotina, dos conflitos, das dissonâncias, bem como, por meio dela, desvendar a dimensão do urbano, das estratégias de subsistência e de vida, pois marca a simultaneidade do cheio e do vazio e das temporalidades diferenciadas. De acordo com Santos (1986), a rua é o palco por excelência do social. Os diferentes contextos (calçadas, esquinas, janela, muros) podem ser recortados como palcos ou plateia.Conforme o autor, a rua se torna, com frequência, o lugar da novidade, do inesperado. A rua é o lugar onde se dá o social também como espetáculo. Daí seu fascínio.
Figura 8. Rua na Favela do Alemão, Rio de Janeiro. Fonte: Fábio Caffé - Imagens do Povo, 2013
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Um espetáculo que permite assumir certas identidades, desempenhar determinados papéis e escolher os enredos dos quais se vai participar. Conforme Carlos (2007), no panorama das ruas pode-se ler a vida cotidiana –seu ritmo, suas contradições – os sentimentos de estranhamento, as formas como se trocam mercadorias, o modo como a solidão desponta, a arte de sobrevivência, as vitrines onde o ritual da mercadoria inebria, o contraste das construções, das suas formas, usos, cores. Para Santos (1985) a rua promove o contato com o outro, quer dizer, o que se vê e de onde se vê. Problematiza o outro. A partir daí se colocam duas questões que decorrem do próprio contato: A segurança e a sociabilização. Esta sociabilidade, de acordo com Santos (1985), introduz os desempenhos paradigmáticos de uma sociedade e constitui como dimensão inerente ao contato, assim como a questão da segurança que também pode ser igualmente inerente ao contato se considerada que esta pode encerrar a possibilidade do conflito. Muitos olhos podem garantir a segurança de uma rua. Muitos olhares vigilantes asseguram que nada passará despercebido. Para o autor, o que une os olhos vigilantes de uma rua é esse sentimento de serem seus “proprietários naturais”. O espaço que supervisionam, é, de certa forma, o espaço de todos. Para Jacobs (2001), a partir dos contatos nas ruas é que se pode “florescer a vida pública exuberante na cidade”. As calçadas, podem ser mais importantes do que parques para as atividades das crianças, pois “espaços e equipamentos não cuidam de crianças”. Para a autora, a diversidade aumentava a segurança das ruas, pois a presença permanente de um grande número de pessoas num local aumenta a sua vigilância comunitária. Segundo Santos (1986), a diversidade se revela fundamental na medida em que se tem a construção social das pessoas. Enquanto resultado dessa diversidade, para o autor, a produção social da confiança instaura-se como bem extremamente precioso. É o princípio moral que permite unir e sobrepor os diversos sistemas que se combinam na totalidade social desse topo de habitat urbano onde todos se conhecem.
2. REFERENCIAL 2.3.2 SOCIABILIDADE E PRIVACIDADE Segundo o antropólogo Roberto Damatta (1997), além de um conjunto de indivíduos, o termo sociedade compreende uma entidade que se faz e refaz por meio de um sistema complexo de relações sociais. De acordo com preceitos da psicologia ambiental e pedagogia, as relações de sociabilidade são fundamentais para o desenvolvimento desses indivíduos. No contexto das cidades brasileiras, além das diferenças entre a relação com o sítio físico, com o tecido urbano e a ocupação do solo existentes, distintas maneiras de se apropriar do espaço público, de relações de sociabilidade e de vida urbana são observadas. Segundo conceitos da Psicologia Ambiental, na relação entre as pessoas e os ambientes há trocas e nessas, o comportamento e as experiências dos indivíduos são modificados. A Pedagogia, por sua vez, incorpora a importância dessas trocas com o meio no processo de desenvolvimento da inteligência e na construção do conhecimento, porém, além de considerar o ambiente físico como parte integrante deste processo, ela adiciona a relação interpessoal, como uma outra envolvente. Segundo Vygotsky, o ser humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial para seu desenvolvimento. Para o autor, no percurso do desenvolvimento, será o aprendizado, possibilitado pelo contato do indivíduo com certo ambiente cultural, que possibilitará o despertar de processos internos de desenvolvimento.
Dentre estudos dessa interação usuário X espaço físico, além de outros conceitos, trabalha-se com a Privacidade como regulador do anseio de isolamento e distanciamento entre as pessoas. Segundo Gifford (1987) Privacidade consiste no processo segundo o qual se tenta Figura 9. Vida Urbana em cidades informais - Rio de Janeiro. Fonte: Francisco Cesar - Imagens do regular a interação com os outros e as informações sobre si mesmo. Povo, 2013. No mesmo sentido, Tuan (1982) considera que, em alguns casos, a privacidade é a necessidade de estar consigo próprio nos seus atos e pensamentos, não perturbados por algum estranho. Na solidão uma pessoa cria seu próprio mundo e a salvo do olhar de outros, sustém a existência do que vê. Para o autor, todas as pessoas necessitam de privacidade: o grau e a natureza é que podem variar.
Figura 10. Esquadrias com grades isolam o contato direto com as ruas do Rio de Janeiro e denunciam o medo urbano. Fonte: Acervo Pessoal, 2011
Essa diferença entre a necessidade por privacidade, no entanto, influencia na relação dos indivíduos entre si e com o meio público. De acordo com Richard Sennett (1999) a relação entre socialbilidade e privacidade pode ser compreendida inversamente: Quanto maior é a necessidade de reserva e de intimidade, menor é a sociabilidade. Para o sociólogo, os projetos arquitetônicos estão cada vez mais voltados para o refúgio da intimidade. Neste sentido, o espaço público, como importante palco das relações sociais, é atingindo por essas variações. Monteiro (2010) afirma que há um crescente medo urbano que está levando as pessoas a
buscarem meios de proteção, a um nível individual. Segundo a autora, o medo tem sido o maior estímulo para modelos de recentes mudanças nas cidades, levando os moradores a adotar comportamentos diferentes por razões de segurança e também levando as pessoas a ter desconfiança de outros que usam o mesmo espaço, se esses “outros” relaciona-se a pessoas identificadas como “estranhas”. Para Santos (1985), estranhar-se é desentender-se e assim, se perde o solo comum que torna a troca, a sociabilidade e a interação possíveis. Para o autor, os contatos são como atos públicos que constituem e alimentam redes de relações e graças a essa a confiança é socialmente produzida. Para o autor, a pedagogia da rua é um meio fundamental de elaboração da cidadania e da civilidade que estruturam essa sociedade. Apesar de se apontar a intensa vida urbana das cidades informais como uma positiva particularidade, as trocas sociais que acontecem nas cidades informais, caracterizadas pelo forte vínculo e interdependência entre vizinhos e famílias, pouco contribuem para a promoção de oportunidades, uma vez que acontecem em um meio muito homogêneo.
“Indivíduos segregados tem menos contatos com outros grupos sociais e, portanto, menos acesso a oportunidades, serviços, informação e repertório cultural” (MARQUES, 2010) Desta maneira, observa-se as graves consequências da segregação e a urgência em se buscar alternativas de integração desses indivíduos isolados social e espacialmente.
3. O LUGAR
3.1 A CHICO MENDES A região Chico Mendes, área de intervenção do presente trabalho, localiza-se no bairro Monte Cristo, ao longo da via expressa (BR 282), na área continental do Município de Florianópolis.
Figura 11. Localização da área de estudo. Fonte: Elaboração Própria
O bairro Monte Cristo faz divisa com o município São José e de acordo com o Censo de 2000 do IBGE, possui uma população de 26.000 habitantes, sendo o bairro de Florianópolis que apresenta o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Este bairro, além da comunidade Chico Mendes, é composto por mais 8 regiões: a Novo Horizonte, a Nossa Senhora da Glória, a Nova Esperança, a Promorar, a Santa Terezinha I e II, a Panorama e a Pasto do Gado. Conhecido como o Complexo Chico Mendes, esta região compreende as comunidades Nossa Senhora da Glória, Chico Mendes e Novo Horizonte.
3.2 SUA GENTE Em relação a população deste lugar, conforme a figura 12, há cerca de 4.500 habitantes e desses, destaca-se que 60% são crianças e adolescentes de 06 à 14 anos. Em relação a composição das famílias, a média de membros por família é de 4,59%, no entanto, nos dados levantados mais de 10% das famílias possuem de 07 a 11 membros. De acordo com Peres (2000) cerca de 40% da população residente na Região Chico Mendes é procedente Figura 12. Quadro Populacional Chico Mendes, elaboração própria.de áreas rurais. Já Fonte: Rosa (2007) em relação à renda, destaca-se que 40% sobrevivem do trabalho informal.
Figura 13. Localização da área de estudo. Fonte: Adaptado Google Earth
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Figura 14. Vista a partir da BR 282. Fonte: Adaptado Google Street View
3. o lugar 3.3 BREVE HISTÓRICO O Complexo Chico Mendes foi constituído por ocupações irregulares, principalmente entre as décadas de 1970, 1980 e 1990, feitas por pessoas na sua maioria vindas da região serrana e do oeste catarinense (ROSA, 2007). Por estar situado próximo ao centro da cidade de Florianópolis, ao longo dos anos foi se expandindo de maneira espontânea e sem a posse da terra. Desde 1997, a Secretaria de Habitação desenvolvia um projeto habitacional para a região. No segundo semestre de 1999, a Prefeitura Municipal recebeu a confirmação sobre a liberação de recursos financeiros para projeto habitacional e assim, em 2000 assinou com a União um contrato de repasse para a implantação do Programa do Programa Habitar Brasil-HBB. A visível localização do Complexo Chico Mendes, às margens da BR282, principal via de acesso a Florianópolis, a precária situação das habitações e o contínuo processo reivindicatório da comunidade pela melhoria de suas condições de vida foram fundamentais para que a região fosse a primeira do Estado a receber recursos advindos do HBB e assim, passar por uma “formalização”.
Figura 15.Comparação da Área em 2003 e 2012. Fonte: Adaptado do Google Earth
Figura 16. Desenho das habitações propostas pela PMF. Fonte: Secretaria de Habitação
O programa HBB objetivou uma reestruturação urbana oferecendo regularização fundiária, serviços habitacionais e de infraestrutura, como a abertura, drenagem e pavimentação de vias, ampliação e melhoria dos sistemas de abastecimento de água e esgoto sanitário, melhoria do sistema de fornecimento de energia elétrica e iluminação pública e construção de instituições comunitárias. Esse processo, acabou por desmobilizar grande parcela da população, em função da remoção de grande parte das habitações, das consequentes mudanças de endereços, perdas de identidades e das relações de sociabilidade. Ao se observar este cenário, é possível se compreender as importantes conquistas decorrentes do Estatuto da Cidade, que acontecia paralelamente a essa urbanização. O artigo 2º, por exemplo, explicita a participação da população na formulação, execução e acompanhamento de projetos de desenvolvimento urbano. Na região urbanizada aqui apresentada, a participação popular na efetiva tomada de decisões não ocorreu, ocasionando na simples imposição de um projeto
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habitacional padrão e que não considerava as peculiaridades e anseios dessa população. Conforme o decorrer dos anos, muitos problemas como criminalidade e violência se instauraram nessa região que até hoje conta apenas com o suporte social de ONGs, associações e entidades voluntárias. Conforme Rosa (2007), em 2003 lideranças da comunidade organizaram uma rede de articulação do bairro com a participação de diversas instituições, com o objetivo de unir propósitos e diminuir as ações fragmentadas, evitando que os grupos e instituições trabalhassem de forma isolada. Este ano foi muito marcado pela violência e demarcação de territórios por parte de traficantes. Por este motivo, a rede organizou um seminário para a população local com o objetivo de chamar a atenção da cidade, por meio da mídia, sobre o problema vivido dentro do bairro. Em 2009, em função da grande quantidade de lixo espalhado pela comunidade, a organização CEPAGRO (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo) percebeu que o lixo poderia passar por um processo de compostagem e servir de adubo para hortas cultivadas pela própria comunidade. Com a ajuda de alguns voluntários, a organização lançou o projeto “Revolução dos baldinhos”, que além de objetivar a limpeza das ruas da Chico Mendes buscava ajudar no cultivo de alimentos para próprios moradores. Esse grupo de voluntários começou a bater de porta em porta, recolhendo o lixo orgânico em baldinhos e levando para a compostagem. Com o passar do tempo, mais pessoas perceberam o potencial da iniciativa e o que era uma ação de poucos se transformou em uma grande mobilização de dezenas de famílias. Atualmente, a “Revolução dos Baldinhos” envolve mais de 120 famílias, três escolas e quatro associações de moradores. Hoje, além das associações de moradores, uma escola de Ensino Fundamental com capacidade para cerca de 2000 mil alunos, duas creches municipais, várias outras instituições e ONGs atuam dentro da região Chico Mendes. Acredita-se que além dessas iniciativas serem fundamentais para o fortalecimento da organização e da sociabilidade dos moradores desta região, elas demonstram que apesar dos complexos problemas com pobreza, violência e criminalidade, há a aspiração por uma forma digna de viver, independente da invisibilidade social em que se encontram.
3. o lugar 3.4 ESTUDOS 1. cheios e vazios
2. principais usos
3. caminhos e alturas
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Na imagem acima, identificados pela cor cinza, estão os grãos das edificações que conformam a Região Chico Mendes. Em branco, o vazio anuncia o tecido urbano, os espaços livres e apresenta a irregular malha que caracteriza a área de estudo. É importante ressaltar que por conta da “formalização”, há muitas edificações em fita, resultando em uma grande densidade. No trecho em destaque, por exemplo, há 33 edificações. Ao se considerar a taxa média de habitantes por edificações encontrada nas pesquisas realizadas, se chegará a uma densidade bruta de cerca de 1500hab./ ha, isto é, cerca de 150 pessoas morando em uma área de cerca de 1000m². Além disso, pode-se observar um ritmo “vai-e-vem” das disposições das edificações que configuram pequenos nichos na articulação com a rua.
Figura 17. Alta densidade na Chico Mendes. Fonte: Adaptado Google Earth
De acordo com os diagnósticos realizados, os espaços em verde identificam áreas livres de lazer, que além de serem poucas, conforme visitas, encontram-se bastante depredadas e subutilizadas. Os equipamentos institucionais, educacionais e comunitários, em azul, possuem uma representatividade considerável e confirmam a organização da população local. Além disso, outra atividade observada na região é a reciclagem de materiais, identificada em roxo. A ARESP, sede dos recicladores (1), apesar de ser fonte de trabalho de 15 associados, está localizada em um dos poucos espaços abertos da comunidade e acontece em um ambiente bastante insalubre. Os galpões de geração de renda (2) criados na “formalização “, poderiam exercer grande papel para a população local, no entanto, encontram-se praticamente abandonados. As linhas nas bordas das quadras identificam o uso das mesmas, conforme residencial, institucional e comercial. Enfatiza-se que apesar de se ter um uso predominante residencial (linhas amarelas), o trabalho e comércio informal têm grande destaque ao longo de todo o bairro.
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Figura 18. Galpãp ARESP. Fonte: Acervo Pessoal
Figura 19.Galpões. Fonte: Acervo Pessoal
Em relação aos caminhos, em laranja estão marcadas as vias asfaltadas, com maiores dimensões, com fluxos de veículos mais intensos e com passeios de cerca de 2m. Já em vermelho, observa-se a via rápida Br282, que localiza-se às margens do bairro Monte Cristo e apresenta um grande risco a população, tendo em vista que devido à ausência de espaços de lazer, muitas crianças brincam nos recuos ajardinados da mesma. Nesse mesmo recuo, conforme figura 20, uma pequena horta comunitária foi construída pelos moradores em função de não se ter espaços livres para esta finalidade dentro da comunidade. Em relação aos gabaritos, conforme a variação de tons de cinza, é possível se verificar que predominam edificações de 2 pavimentos. No entanto, conforme observações identificou-se que essas edificações estão em constantes transformações, algumas atingem o terceiro pavimento e muitas ocupam 100% do terreno.
Figura 20.Horta ao longo do recuo da BR 282. Fonte: CEPAGRO, 2013
3. o lugar 3.5 SÍNTESE Hoje, em função da urbanização de 2000, grande parte da Chico Mendes possui esgoto canalizado e iluminação pública. Acredita-se que apesar de uma série de equívocos na proposta de urbanização e habitação que foi imposta à população desse local, é um ponto de extrema importância o fato de que atualmente a maior parte das pessoas desse assentamento possui um lar regular seguro, o que já indica que a proposta de intervenção deve se direcionar ao tratamento da articulação desses lares com o meio público. A consolidada organização comunitária da população local, destaca-se como força por demonstrar que apesar dessa área ter uma série de complexidades socioeconômicas e urbanas, há uma população que aspira por melhorias e se encontra mobilizada. Além disso, essa significativa organização, facilita a existência de um diálogo entre projetistas e comunidade e possibilita assim, que tanto os projetistas possam se envolver com o assentamento quanto a população possa participar das definições de projeto. Verifica-se que apesar de uma série de dificuldades relacionadas a falta de incentivo do poder público, há essenciais iniciativas sócio culturais e ambientais na região, que sem dúvidas contribuem para o desenvolvimento social e melhoria do bem estar dessa população. Além da presença de hortas, mesmo em espaços de riscos como próximo a BR, a realização da compostagem no pátio da escola (figura 24) istaura-se como uma grante atividade. Oberva-se também interessantes iniciativas sócio culturais, como a projeção de filmes em ONG e a rua como palco de eventos, conforme figuras 22 e 23. Em meio a falta de espaços adequados de convivência para a realizaçao dessas atividade, a existência de terrenos subutilizados como o espaço dos galpões, na figura 21, instaura-se como importante oportunidade.
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Figura 21. Galpões geração de renda. Fonte: Acervo Pessoal, 2013
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BR 282 Figura 26. Vista da Chico Mendes. Fonte: Adaptado Google Earth
Outra questão que merece ser observada, relaciona-se a rede social da região. Apesar de haver uma vivência urbana intensa e a presença de atividades, como o Cine Aberto (figura 25 ), que convidam as pessoas “de fora” a participar dos eventos realizados na Chico Mendes, percebe-se um imenso distanciamento social, mesmo a região não se situando tão distante espacialmente, do centro, por exemplo. Dessa maneira, conforme apresentado no capítulo anterior, percebe-se que a troca social se dá entre um meio muito homogêneo, o que pouco contribui para a geração de oportunidades e integral social. Portanto, como um dos principais desafios dessa região, acredita-se que está a dificuldade de se conseguir, aliado a um projeto urbanístico, auxiliar na promoção da quebra de preconceitos e de estigmas e assim, na efetiva inclusão dessa comunidade à cidade, à seus serviços e suas oportunidades.
Figura 22. Cine Aberto Casa Chico Mendes. Fonte: Notícias do Dia, 2013
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Figura 23. Rua como palco. Fonte: Mário de Souza, 2011
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Figura 25. Imagem convite para ir à Chico Mendes no evento “Cine Aberto“ em 2012 com saída de ônibus da UFSC. Fonte: http://nocultural.wordpress.com/tag/no-cultural/
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Figura 24. Compostagem no pátio da escola: Fonte: CEPAGRO, 2013
“O arquiteto-urbanista que começaria a intervir nessas diferentes urbanidades já existentes, nessas novas situações urbanas já construídas com uma identidade própria, deveria ter um novo papel: este passaria a ser como um “maestro” que simplesmente rege os diferentes atores e gerencia os “fluxos” de movimento já existentes. (...) É possível se “urbanizar” preservando a alteridade das favelas, através de uma metodologia de ação (intervenção mínima), sem projeto convencional (...) E mais, essa outra forma de intervenção – fragmentária, labiríntica e rizomática – pode ser útil para se atuar na própria cidade dita formal, principalmente nos seus casos-limites (a favela é só um deles), ou seja, onde os métodos tradicionais da arquitetura e urbanismo já não funcionam mais há muito tempo”. (JACQUES, 2004)
Figura 27. Foto de uma das maquetes de estudo realizadas. Fonte: Acervo Pessoal
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4. A PROPOSTA
22
23
4.1 IMPLANTAÇÃO 2003
BR 282
2013
1:1250
BR 282
PROPOSTA
A proposta aqui descrita busca dar um suporte à vida urbana que se desenvolveu a partir da reestruturação do espaço físico e dos novos encaixes sociais decorrentes da “formalização”. Deseja-se auxiliar na promoção do bem estar e da sociabilização da população da Chico Mendes com o lançamento de estratégias que visam um desenvolvimento urbano, econômico e social de maneira inerente. Dentre todo o perímetro do Complexo Chico Mendes, se elegeu um recorte no centro da região para o desenvolvimento do desenho urbano e edificado, imaginando que as estratégias dessa proposta possam avançar para o restante da área.
25
Conforme as imagens ao lado, em 2003, em função da urbanização, este recorte estava completamente demolido e após, se construíram ali os espaços comunitários, que hoje encontram-se subutilizados. Além dessa questão histórica de demolição e da reflexão entre este processo de formalização e a dualidade formal X informal, a escolha deste local vinculasse ao imaginário que as pessoas “de fora” possuem da Chico Mendes, uma vez que em função do isolamento socio espacial desta área, a visão que se tem é constituida exatamente por este eixo e estereótipo das “casinhas padrões”, a partir da via rápida, BR 282.
4.2 DIRETRIZES 01. EDIFÍCIOS REMOVIDOS C
B
D
A 02. ÁREA DE INTERVENÇÃO
E
No recorte eleito, há equipamentos comunitários que foram construídos na urbanização. Após observações, estudos e entrevistas feitas com moradores, verificou-se que esses, apesar de ocuparem uma das maiores áreas públicas da comunidade, encontram-se extremamente subutilizados. Propõe-se, portanto, a remoção desses galpões e se prevê a realocação das respectivas atividades. Além disso, propõese a reciclagem do resíduo de contrução civil gerado para a execução da proposta idealizada. Em A estão situados os galpões para geração de renda construídos na formalização, mas que não são usados para esse fim, não possuem nenhum respeito ao sitio físico e hoje são apropriados para a realização de aulas de cerâmica, dan-
Realocados os galpões que ocupavam a área central da Chico Mendes, a área disponível para o projeto é de aproximadamente 5000m². Além de estar situada entre uma grande quantidade de edificações residenciais, a área de interveção limita-se por uma creche (E) e uma escola (F), o que já anuncia, portanto, a atenção que o projeto deve dar para essa faixa etária.
ça e para encontro do grupo de compostagem da comunidade, atividades que serão mantidas na proposta. O galpão B, é a Sede da Comcap, atividade que também será mantida. Em C, se tem um espaço comunitário que também está abandonado e ocupa praticamente toda a área livre da maior praça da comunidade. Em D, em uma área de extremo interesse coletivo, a prefeitura locou a sede da Associação dos Recicladores, que conta com 15 trabalhadores, em uma edificação extremamente insalubre. Com base em estudos e conversa com técnicos da área, se propõe a realocação dessa associação para um terreno livre a 700m desta área (ver apêndice, pg25), que pela legislação já é uma área de interesse social, além de estar associada a uma área livre de lazer, o que poderia auxiliar na promoção de um ambiente mais saudável.
galpão existente
X
F 03. CONEXÕES
A liberação da área permite o desenvolvimento de uma proposta que considere as conexões entre as diferentes cotas do fragmento eleito. Além disso, afim de potencializar o caminhar pela região e a conexão entre as comunidades que compõem a Chico Mendes , uma das principais diretrizes do projeto é incentivar a noção de percurso e as possíveis experimentações e trocas provindas desse.
V V
04. PERMANÊNCIA LARES Ao se ter em vista que a população local é marcada por um triste histórico de remoções e perdas de identidade, uma das prioridades do projeto foi que nenhum lar fosse removido. Assim, a proposta busca interagir de maneira harmônica com o sítio físico da região e com esses lares. Ao observar a grande importância das ruas no mapa mental realizado (ver apêndice, pg25), a intenção de potencializar a vivência urbana e as trocas sociais, busca-se o prolongamento dos restritos
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espaços públicos existentes. Dessa maneira, enquanto se deseja dialogar com as áreas do nível mais baixo deixando o térreo livre , se busca ampliar os espaços abertos da cota mais alta por meio de terraços , conforme observado nas ilustrações acima.
4.3 ESTRATÉGIAS
A esfera Casa e Rua está relacionada às atmosferas de vivências. Conforme visitas, as imediações às casas possuem peculiaridades relacionadas ao grau de privacidade e territorialidade. Além disso, há relações que poderiam ser melhor aproveitadas, tendo em vista que enquanto há ruas largas construídas na urbanização, há carência de espaços sombreados, de espaços para se realizar a compostagem e agricultura urbana.
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ESPAÇOS LIVRES
Busca-se qualificar a ambiência dessas atmosferas de viveres propondo espaços para o brincar, áreas sombreadas de estar e contemplação, por meio de praças e de vias que tenham um uso mais flexível, com prioridade a interação de pedestres.
2 3
CONEXÃO
Propõe-se alguns percursos da região com a utilização de escadas e passarelas e assim, se incentivar o caminhar pela comunidade, e as consequentes possibilidades de experimentação e sociabilidade.
HORTAS COMUNITÁRIAS
Busca-se estabelecer a relação harmônica entre os espaços de circulação das vias, com espaços mais territorializados, com o uso de por exemplo, hortas comunitárias, como alternativa para incentivar a vida saudável, prover áreas verdes, produzir alimentos e aproveitar a organização comunitária já bastante presente.
O TEMPO LIVRE
O TRABALHO
A CASA E A RUA
A esfera Trabalho corresponde às interações econômicas. Ao se ter em vista a significativa parcela da população que possui rendimento informal e se comparar a restrito espaço residencial, torna-se prioridade propor alternativas espaciais para que esse trabalho produtivo seja realizado fora da residência, sem que impessa a realização do trabalho reprodutivo, caracterizado por aquele que acontece no ambito familiar, entre cuidado com a casa e filhos.
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COMPOSTAGEM
Desde 2009, por meio do projeto “Revolução dos Baldinhos“, alguns moradores da própria comunidade recebem bolsa para recolher o resíduo orgânico de cerca de 120 familias participantes e atualmente, depositam no pátio do colégio, para a produção de adubo orgânico que depois retorna para a comunidade para a produção de alimentos. Ao se ter em vista que esse projeto passa por inúmeras dificuldades por não possuir o apoio do poder público e estar provisioramente na escola, além de se prever espaço para armazenagem do material e espaço aberto para as leiras de compostagem, se propõe um espaço para convivio e educação ambiental. Imagina-se que esses espaços poderiam ocorrer em demais pontos da comunidade, incentivando mais famílias e reduzindo as distâncias dos pontos de coleta.
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TRABALHO INFORMAL
Têm-se também como diretriz o oferecimento de salas para a confecção e capacitação de trabalho informal, ambas estão situadas próximas a áreas de playgrounds.
COMÉRCIO
Propõe-se 3 espaços para aluguel comercial com o intuito de trazer iniciativa privada, diversidade e vitalidade para a área. O aluguel dessas poderia retornar em benefício da própria comunidade, como por exemplo por meio do pagamento das bolsas dos agentes da compostagem.
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Conforme o sociólogo Dumazedier (1974), o lazer possui uma parcela majoritária dentro do tempo livre, atribuindo uma necessidade social do indivíduo a dispor de si para si mesmo, uma vez que ao exercitá-lo, realiza atividades peculiares ao tempo de não trabalho. Assim, busca-se proporcionar espaços para o encontro e para a troca social.
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POTENCIALIZAÇÃO CULTURAIS
DAS
ATIVIDADES
Com o redesenho dos espaços comunitários, busca-se incentivar as atividades que já são praticadas na comunidade por ONGs e demais associações comunitárias, como aulas de dança, de cerâmica e projeção de filmes, além de um salão multiuso para encontros, projeções e apresentações diversas.
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TROCA SOCIAL DIVERSA
Com um espaço físico adequado, acredita-se que seja possível que a comunidade possa receber eventos artísticos itinerantes que acontecem pelo restante da cidade e assim, se criar um atrativo para pessoas externas à comunidade e auxiliar na promoção de uma sociabilização mais diversa e na quebra de estereótipos.
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SEGURANÇA
Com um suporte social, com atividades que ocupem o tempo livre, com mais olhos e vida nas ruas, e com as outras diretrizes propostas interligadas, acredita-se que se pode auxiliar na diminuição da criminalidade e violência.
4.4 O PROJETO
4.5 COMPOSIÇÃO
terraço-cobertura
primeiro pavimento
térreo
COMUNS
A inserção de um projeto multiuso em uma área linear aliada ao desejo de provocar e promover o caminhar e a possibilidade de encontros pela comunidade fez com que as atividades fossem sendo diluídas e mescladas ao longo da área de intervenção, intercaladas a áreas livres de estar sombreadas, de brincar, cultivo de hortaliças, projeção de filmes, dentre outras. Uma das principais diretrizes da arquitetura concebida foi que sua massa edificada conformasse os espaços abertos e atuasse como conectora do entorno imediato, dialogando com esse. Ao se ter em vista a importância da rua como espaço público de convívio verificada nos mapas mentais e observações, e aproveitando do declive topográfico de cerca de 6m, se buscou implementar a arquitetura de maneira que ela não ferisse os visuais dos espaços residencias do entorno, sendo inserida de forma harmônica e se configurando como uma ampliação do espaço público, como palco cotidiano para aquela gente. Com isso, conseguiu-se ampliar as áreas em contato direto com as ruas e ora o edifício acontece como prolongamento dos passeios por meio de terraços, ora ele se abre com um espaço de térro, tanto aberto quanto coberto. As atividades que compõem esse projeto estão dispostas em dois pavimentos, em duas partes edificadas distintas (A e B), unidas por passarelas, e são essencialmente as que já acontecem na comunidade. Desta maneira, o que se busca é uma melhor ambiência desses espaços e a valorização dessas atividades e não a substituição completa da dinâmica de vivência social e urbana. De maneira geral, a parte A possui uma forma mais linear e por se situar entre duas ruas imediatas, se dispôs atividades que pudessem tirar proveito deste fluxo de pedestres mais contínuo e de todos esses olhares circundantes. Já na parte B, é como se toda aquela edificação-percurso linear que vinha acontecendo, se abrisse espacialmente, de maneira que o edifício, ao se tornar o prolongamento da praça superior, conforma todo aquele espaço aberto e traz atividades culturais, instaurando ambientes para a troca social buscada. Entende-se que foyer dessas atividades culturais seria o próprio percurso da massa edificada proposta, que vai despertando a atenção, ora para a gente, ora para o trabalho, para espaços de brincar e para o exercício do tempo livre.
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4.6 plantas e cortes: implantação 1.500 VEGETAÇÃO*
COBERTURA COM ARGILA EXPANDIDA ÁREAS COMUNS 01 Rampa/Escada de acesso pavimento superior 02 Passarela metálica 03 Estar coberto 04 Lanchonete 05 Banheiros
ÁRVORE GRANDE PORTE (diâmetro copa superior a 8m) LARANJEIRA GOIABEIRA IPÊ AMARELO
QUADRA DE CONCRETO COM PINTURA ACRÍLICA
A CASA E A RUA 12 Hortas (160m²) 13 Praça Bairro 14 Praça Quadra 15 Uso Flexível Rua 16 Vagas estacionamento (26 vagas) 17 Estares Descobertos 18 Térreo livre para Feira 19 Terraço Livre
OCUPAÇÃO
AMBIENTES
INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR TERRA INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR NATURAL ÁREA COMPOSTAGEM COM AREIA GROSSA
TRABALHO 06Oficina confecção (artesanatos, pintura, cerâmica) 07 Oficina capacitação (prestadores de serviço:corte e costura, marcenaria) 08 Sede COMCAP 09 Comércio (1,99, padaria, salão de beleza) 10 Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) 11 Armazenagem material de trabalho
QUADRO DE ÁREAS
OCUPAÇÃO E CONSUMO DE ÁGUA
MATERIAIS
LEGENDA
PARTE 01 Referência
Lanchonete Irrigação Hortas
ÁREA COMÉRCIO COM DECK DE MADEIRA
1 pessoa x 6m²
5l x m² 25 l x pessoa
ÁREA TOTAL DE INTERVENÇÃO
4369 m²
PAVIMENTOS
ÁREAS
TÉRREO
947 m² 749 m²
SUPERIOR 230l
RESERVATÓRIOS
48,00 m²
425l
TOTAL CONSTRUÍDA
1744 m²
1,5l x m²
150l
50l x pessoa
1100l
ÁREA TOTAL PRAÇAS
554 m²
50l x pessoa
1250l
PRAÇA BAIRRO
459 m²
PRAÇA QUADRA
95 m²
83 pessoas
3155 l/dia
1 reservatório 2000 l + 1 reservatório 3000 l (para 1 dia e meio de reserva)
ÁRVORE PEQUENO PORTE (diâmetro médio copa: 2,5m) ACÁCIA MIMOSA PITANGUEIRA
PLAYGROUND COM AREIA FINA
120m² 22 pessoas 155m² 25 pessoas
-
Espaço para trabalho
TERRAÇO COM PLACA CIMENTÍCIA 2m x 2m
HORTA COMUNITÁRIA
100m²
-
Espaço para aulas
ÁRVORE MÉDIO PORTE (diâmetro médio copa:4,5m) AROEIRA SALVA
Referência
46m² 1 pessoa x 2,5m² 19 pessoas 23m² 1 pessoa x 1,4m² 17 pessoas
Comércio
PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA COM PINTURA NA COR ESPECIFICADA GRAMA INTERCALADA COM PISO DE CONCRETO
CONSUMO (média diária)
PARTE 02 Auditório (Salão)
175m² 60 pessoas 86m² 35 pessoas 30m² 1 pessoa x 1,4m² 22 pessoas 244m² 40 pessoas 100m² 1 pessoa x 6m² 17 pessoas
-
Comércios
*Verificar detalhamento das espécies em diagrama fenológico
1 pessoa x 2,5m²
Lanchonete Espaço para aulas Espaço para trabalho
2l x lugar
120l
5l x m²
430l
25 l x pessoa
550l
50l x pessoa
2000l
50l x pessoa
174 pessoas
850l
3950 l/dia
2x reservatórios 3000 l (para 1 dia e meio de reserva)
TEMPO LIVRE 20 Lan house e sala para estudos 21 Sala Educação Ambiental e encontro trabalhadores 22 Salão comunitário para uso diverso (60 pessoas) 23 Sala de dança 24 Oficina de Cerâmica 25 Caixa de areia (0 -7 anos) 26 Espaço Brincar (8-12 anos) 27 Espaço para quadra esportiva 28 Arquibancada | Projeção filmes
Fonte: Elaboração Própria. Valores de referência: Ghisi, 2004
OPERACIONAL 29 Reservatório 5000l 30 Reservatório 6000l 31 Depósitos 32 Abertura para Iluminação Zenital 33 Limpeza Baldinhos 34 Armazenagem Serragem e Palha
LEGENDA LEGENDA
MATERIAIS COBERTURA COM ARGILA EXPANDIDA
ÁREAS COMUNS 01 Rampa/Escada de acesso pavimento superior 02 Passarela metálica 03 Estar coberto 04 Lanchonete 05 Banheiros
TRABALHO 06Oficina confecção (artesanatos, pintura, cerâmica) 07 Oficina capacitação (prestadores de serviço:corte e costura, marcenaria) 08 Sede COMCAP 09 Comércio (1,99, padaria, salão de beleza) 10 Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) 11 Armazenagem material de trabalho
A CASA E A RUA 12 Hortas (160m²) 13 Praça Bairro 14 Praça Quadra 15 Uso Flexível Rua 16 Vagas estacionamento (26 vagas) 17 Estares Descobertos 18 Térreo livre para Feira 19 Terraço Livre
TEMPO LIVRE 20 Lan house e sala para estudos
INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR TERRA INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR NATURAL ÁREA COMPOSTAGEM COM AREIA GROSSA QUADRA DE CONCRETO COM PINTURA ACRÍLICA
VEGETAÇÃO* ÁRVORE GRANDE PORTE (diâmetro copa superior a 8m) LARANJEIRA GOIABEIRA IPÊ AMARELO
PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA COM PINTURA NA COR ESPECIFICADA GRAMA INTERCALADA COM PISO DE CONCRETO ÁREA COMÉRCIO COM DECK DE MADEIRA
ÁRVORE MÉDIO PORTE (diâmetro médio copa:4,5m) AROEIRA SALVA
TERRAÇO COM PLACA CIMENTÍCIA 2m x 2m PLAYGROUND COM AREIA FINA HORTA COMUNITÁRIA
ÁRVORE PEQUENO PORTE (diâmetro médio copa: 2,5m) ACÁCIA MIMOSA PITANGUEIRA
*Verificar detalhamento das espécies em diagrama fenológico
OCUPAÇÃO E CONSUMO DE ÁGUA
MATERIAIS
ÁREAS COMUNS ELEGENDA CONSUMO DE ÁGUA MATERIAIS 01 Rampa/Escada de acesso LEGENDAOCUPAÇÃO
VEGETAÇÃO*
COBERTURA COM ARGILA EXPANDIDA
MATERIAIS
QUADRO DE ÁREAS VEGETAÇÃO*
INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR TERRA pavimento superior COBERTURA COM ARGILA INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COREXPANDIDA COBERTURA COM ARGILA EXPANDIDA 02 Passarela metálica NATURAL ÁREAS COMUNS INTERTRAVADO DE CONCRETO COR ÁREA TOTAL DE NA INTERVENÇÃO 03 Estar coberto ÁREAS COMUNS COR 01 Rampa/Escada INTERTRAVADO de acesso OCUPAÇÃO AMBIENTES TERRA CONSUMO DE CONCRETO NA ÁREA COMPOSTAGEM COM AREIA 04 Lanchonete 01 Rampa/Escada de acesso pavimento superiorTERRA PAVIMENTOS (média diária) INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR GROSSA 05 Banheiros 02 Passarela metálica pavimento superior INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR QUADRA DE NATURAL CONCRETO COMTÉRREO PINTURA ACRÍLICA PARTE 01 02 Passarela metálica 03 Estar coberto NATURAL ÁREA COMPOSTAGEM COM AREIA 03 Estar coberto PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA COM PINTURA NA Referência 04 Lanchonete Referência ÁREA COMPOSTAGEM COM AREIA SUPERIOR GROSSA TRABALHO 05 Banheiros 04 Lanchonete COR ESPECIFICADA 46m² GROSSA 06Oficina confecção 05 Banheiros Comércio QUADRA DE CONCRETO COM PINTURA ACRÍLICA 1 pessoa x 2,5m² 19 pessoas 230l 5l x m² RESERVATÓRIOS (artesanatos, pintura, cerâmica) QUADRA DE CONCRETO COM PINTURA ACRÍLICA GRAMA INTERCALADA COM PISO DE CONCRETO 23m² PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA COM PINTURA NA Lanchonete 07 Oficina (prestadores de 425l 1 pessoa xcapacitação 1,4m² 25 l x pessoa TOTAL CONSTRUÍDA 17 pessoas TRABALHO PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA COM PINTURA NA COR ESPECIFICADA serviço:corte e06Oficina costura, marcenaria) TRABALHO ÁREA COMÉRCIO COM DECK DE MADEIRA Irrigação Hortas 100m² confecção COR 1,5l x m² ESPECIFICADA 150l 08 Sede -COMCAP 06Oficina confecção (artesanatos, pintura, cerâmica) GRAMA INTERCALADA COM PISO DE CONCRETO 120m² (1,99, padaria, salão de(prestadores beleza) (artesanatos, pintura, Espaçocerâmica) para aulas 09 Comércio COM PLACA CIMENTÍCIA 2m x 2m 07 Oficina capacitação de COM PISOTERRAÇO GRAMA INTERCALADA DE CONCRETO 50l x pessoa 1100l 22 pessoas
4369 m² ÁREAS
LARANJEIRA 749 m² GOIABEIRA 48,00 m² IPÊ AMARELO
(diâmetro copa superior a 8m) AMBIENTES LARANJEIRA GOIABEIRA ÁRVORE GRANDE PORTE PARTE 01 IPÊ AMARELO(diâmetro copa superior a 8m) LARANJEIRA GOIABEIRA IPÊ AMARELO Comércio
OCUPAÇÃO Comércio
OCUPAÇÃO AMBIENTES Referência Referência CONSUMO (média diária) 46m² PARTE 011 pessoa x 2,5m² 19 pessoas 5l x m²
23m² 1 pessoa x 1,4m² Referência 25 l x pessoa 17 pessoas Referência 46m² 1 100m² pessoa x 2,5m² 1,5l m² 19xpessoas 230l 120m² 5l x m² 23m² Lanchonete aulas 1 22 pessoa x 1,4m² 50l pessoa pessoas 17x pessoas 425l 155m² 25 l x pessoa Irrigação Hortas 100m² Espaço para trabalho 1 pessoa x 6m² 25 pessoas 50l x pessoa 100m² 1,5l x m² 150l 120m² 83 pessoas Espaço para aulas 22 pessoas 120m² 50l x pessoa 1100l 22 pessoas 155m² 1 reservatório 2000 l +para trabalho 1 pessoa x 6m² Espaço 25 pessoas 155m² (para 1 dia 1250l e meio de reserva) 1 pessoa x 6m²1 reservatório 50l x lpessoa 25 pessoas 3000
Lanchonete
Referência
Irrigação Hortas Comércio
46m² 19 pessoas Espaço para 23m² 1 pessoa x 1,4m² 17 pessoas 1 pessoa x 2,5m²
CONSUMO (média diária)
230l Referência 425l 5l x 150l m²
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25 l1100l x pessoa
42
ÁRVORE MÉDIO PORTE Lanchonete (diâmetro médio copa:4,5m) 1,5l 1250l x m² 1744 m² Irrigação Hortas AROEIRA SALVA 3155 l/dia 50l x pessoa ÁRVORE MÉDIOEspaço PORTEpara aulas ÁRVORE MÉDIO PORTE (diâmetro médio copa:4,5m) 50l x pessoa 554 m² (diâmetro médio copa:4,5m) AROEIRA SALVA Espaço para trabalho 83 pessoas ÁRVORE PEQUENO PORTE 459 m² AROEIRA SALVA 83 pessoas 3155 l/dia (diâmetro médio copa: 2,5m) PARTE 02 1 reservatório 2000 l + ACÁCIA MIMOSA 95 m² 1 reservatório 2000 l + 1 reservatório 3000 l (para 1 dia e meio de reserva) 175m² Auditório (Salão) PORTE 3000 l (para 1 dia e meio PITANGUEIRAÁRVORE PEQUENO 2l x lugar 1 reservatório de reserva) 120l 60 pessoas ÁRVORE PEQUENO PORTE (diâmetro médio copa: 2,5m) 86m² PARTE 02 Comércios 1 pessoa x 2,5m² 430l 5l x m² 35 pessoas (diâmetro médio copa: 2,5m) das espécies em *Verificar detalhamento diagrama ACÁCIA MIMOSA PARTE 02 30m² 175m² ACÁCIA MIMOSA Lanchonete Auditório1(Salão) 550l PITANGUEIRA pessoa x 1,4m² 22 pessoas 2l x lugar 25 x pessoa fenológico 60l pessoas 175m² Auditório (Salão) PITANGUEIRA 2l x lugar 120l 244m² 86m² 60 pessoas
ÁREA TOTAL PRAÇAS 10 de Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) 07 Oficina capacitação (prestadores serviço:corte e costura, marcenaria) 155m² ÁREA COMÉRCIO PRAÇA COM DECK DE MADEIRA Espaço para trabalho 1 pessoa x 6m² material 11 Armazenagem de trabalho 1250l 50l x pessoa BAIRRO serviço:corte e costura, marcenaria) 25 pessoas 08 Sede COMCAP COM AREIA FINA ÁREA COMÉRCIO COM DECK DEPLAYGROUND MADEIRA 08 Sede COMCAP 09 Comércio beleza) 83 pessoas(1,99, padaria, salão 3155del/dia TERRAÇO COM PLACA PRAÇACIMENTÍCIA QUADRA 2m x 2m 09 Comércio (1,99, padaria, salão de beleza) 10 Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) TERRAÇO COM PLACA CIMENTÍCIA 2m x 2m HORTA COMUNITÁRIA Al CASA E A RUA 1 reservatório 2000 + 10 Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) 11 Armazenagem material de trabalho PLAYGROUND COM AREIA FINA 12 Hortas (160m²) 1 reservatório l (para 1 dia e meio de reserva) 11 Armazenagem material de3000 trabalho PLAYGROUND COM AREIA FINA 13 Praça Bairro HORTA COMUNITÁRIA 14 Praça Quadra A CASA E A RUA PARTE 02 HORTA COMUNITÁRIA 15 Uso Flexível A CASA E A RUA 12Rua Hortas (160m²) 175m² (26 vagas) 12 Hortas (160m²) Auditório (Salão) 16 Vagas-estacionamento 13 Praça Bairro 2l x lugar 120l 60 pessoas 17 Estares Descobertos 13 Praça Bairro 14 Praça 86m²Quadra *Verificar detalhamento 1 pessoalivre x 2,5m² 18 Térreo Feira 430l 5l x m² 14 Praça QuadraComércios 35 pessoas Rua 15para Uso Flexível fenológico 19 Terraço Livre 30m² estacionamento (26 vagas) 15 Uso Flexível Rua 16 Vagas Lanchonete 550l 1 pessoa x 1,4m² 25 l x pessoa 22 pessoas 16 Vagas estacionamento (26 vagas) 17 Estares Descobertos 244m² 17 Estares Descobertos Espaço para aulas 18 Térreo livre para Feira 50l x pessoa 2000l 40 pessoas TEMPO LIVRE 19 Terraço Livre 18 Térreo livre para Feira 100m² 20 Lan housex 6m² e sala17para estudos 1 pessoa 50l x pessoa pessoas 19 Terraço Livre Espaço para trabalho 850l 21 Sala Educação Ambiental e 174 pessoas 3950 l/dia encontro trabalhadores TEMPO LIVRE 22 Salão comunitário para uso diverso TEMPO LIVRE 2x reservatórios 3000 l (para 1 dia meiohouse de reserva) 20eLan e sala para estudos 20 Lan house e sala para estudos (60 pessoas) 21 Sala Educação Ambiental e 23 Sala Valores de dança Elaboração Própria. de referência: Ghisi, 2004 21 Sala EducaçãoFonte: Ambiental e encontro trabalhadores
29
ÁRVORE GRANDE PORTE
947 m² (diâmetro copa superior a 8m)
OCUPAÇÃO E CONSUMO DE Á AMBIENTES CONSUMO OCUPAÇÃO E CONSUMO DEOCUPAÇÃO ÁGUA (média diária) VEGETAÇÃO* ÁRVORE GRANDE PORTE PARTE 01
*Verificar detalhamento das espécies emComércios diagrama das espécies em diagrama fenológico Lanchonete
Espaço para aulas Espaço para trabalho
Comércios Espaço para aulas 86m²
1 40 pessoa x 2,5m² 50l pessoa 35x pessoas pessoas 430l 100m² 5l x m² 35 pessoas 30m² Lanchonete Espaço para trabalho pessoa x 1,4m² 50l 1 pessoa x 6m² 1 17 pessoa pessoas 22x pessoas 30m² 550l 1 pessoa x 1,4m² 22 pessoas 25 l x pessoa 244m² 174 pessoas Espaço para aulas 40 pessoas 244m² 50l x pessoa 100m² 2000l 40 pessoas 2x 100m² reservatóriosEspaço 3000 para l (para 1 dia e meio de reserva) trabalho 1 pessoa x 6m² 17 pessoas 1 pessoa x 6m² 50l x pessoa 17 pessoas 850l 1 pessoa x 2,5m²
15
11
12
3155
12
5l x m² 2000l
43
25 l x850l pessoa
55
3950 l/dia
50l x pessoa 50l x pessoa
1742004 pessoas Fonte: Elaboração Própria. Valores de referência: Ghisi, 174 pessoas 3950 l/dia 2x reservatórios 3000 l (para 1 dia e meio de reserva) 2x reservatórios 3000 l (para 1 dia e meio de reserva) Fonte: Elaboração Própria. Valores de referência: Ghisi, 2004 Fonte: Elaboração Própria. Valores de referência: Ghisi, 2004
2
8
3950
pavimento superior 02 Passarela metálica 03 Estar coberto 04 Lanchonete 05 Banheiros
TRABALHO 06Oficina confecção (artesanatos, pintura, cerâmica) 07 Oficina capacitação (prestadores de serviço:corte e costura, marcenaria) 08 Sede COMCAP 09 Comércio (1,99, padaria, salão de beleza) 10 Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) 11 Armazenagem material de trabalho
A CASA E A RUA 12 Hortas (160m²) 13 Praça Bairro 14 Praça Quadra 15 Uso Flexível Rua 16 Vagas estacionamento (26 vagas) 17 Estares Descobertos 18 Térreo livre para Feira 19 Terraço Livre
TÉRREO 1.500 ÁREAS COMUNS 01 Rampa/Escada de acesso pavimento superior 02 Passarela metálica 03 Estar coberto 04 Lanchonete 05 Banheiros
TEMPO LIVRE 20 Lan house e sala para estudos 21 Sala Educação Ambiental e encontro trabalhadores COBERTURA COM ARGILA EXPANDIDA 22 Salão comunitário para uso diverso (60 pessoas)INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR 23 Sala de dança TERRA 24 Oficina de Cerâmica INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR 25 Caixa deNATURAL areia (0 -7 anos) 26 Espaço Brincar (8-12 anos) ÁREA COMPOSTAGEM COM AREIA 27 Espaço para quadra esportiva GROSSA 28 Arquibancada | Projeção filmes
TRABALHO 06Oficina confecção (artesanatos, pintura, cerâmica) 07 Oficina capacitação (prestadores de serviço:corte e costura, marcenaria) 08 Sede COMCAP 09 Comércio (1,99, padaria, salão de beleza) 10 Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) 11 Armazenagem material de trabalho
OPERACIONAL COR ESPECIFICADA 29 Reservatório 5000l GRAMA INTERCALADA COM PISO DE CONCRETO 30 Reservatório 6000l 31 Depósitos 32 AberturaÁREA para COMÉRCIO Iluminação COM DECK DE MADEIRA Zenital 33 Limpeza TERRAÇO Baldinhos COM PLACA CIMENTÍCIA 2m x 2m 34 Armazenagem Serragem e PLAYGROUND COM AREIA FINA Palha
LEGENDA
A CASA E A RUA 12 Hortas (160m²) 13 Praça Bairro 14 Praça Quadra 15 Uso Flexível Rua 16 Vagas estacionamento (26 vagas) 17 Estares Descobertos 18 Térreo livre para Feira 19 Terraço Livre
TEMPO LIVRE 20 Lan house e sala para estudos 21 Sala Educação Ambiental e encontro trabalhadores 22 Salão comunitário para uso diverso (60 pessoas) 23 Sala de dança 24 Oficina de Cerâmica 25 Caixa de areia (0 -7 anos) 26 Espaço Brincar (8-12 anos) 27 Espaço para quadra esportiva 28 Arquibancada | Projeção filmes
OPERACIONAL 29 Reservatório 5000l 30 Reservatório 6000l 31 Depósitos 32 Abertura para Iluminação Zenital 33 Limpeza Baldinhos 34 Armazenagem Serragem e Palha
corte a-a 1:500
30
TERRA INTER NATU ÁREA GROS
QUAD
PASSA COR E
GRAM ÁREA
TERRA
PLAYG
HORT
MATERIAIS
QUADRA DE CONCRETO COM PINTURA ACRÍLICA
PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA COM PINTURA NA
HORTA COMUNITÁRIA
LEGENDA
MATERIA
COBERTU ÁREAS COMUNS 01 Rampa/Escada de acesso pavimento superior 02 Passarela metálica 03 Estar coberto 04 Lanchonete 05 Banheiros
TRABALHO 06Oficina confecção (artesanatos, pintura, cerâmica) 07 Oficina capacitação (prestadores de serviço:corte e costura, marcenaria) 08 Sede COMCAP 09 Comércio (1,99, padaria, salão de beleza) 10 Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) 11 Armazenagem material de trabalho
primeiro pavimento 1.500
A CASA E A RUA 12 Hortas (160m²) 13 Praça Bairro 14 Praça Quadra 15 Uso Flexível Rua 16 Vagas estacionamento (26 vagas) 17 Estares Descobertos 18 Térreo livre para Feira 19 Terraço Livre
LEGENDA ÁREAS COMUNS 01 Rampa/Escada de acesso pavimento superior 02 Passarela metálica 03 Estar coberto 04 Lanchonete 05 Banheiros
TRABALHO 06Oficina confecção (artesanatos, pintura, cerâmica) 07 Oficina capacitação (prestadores de serviço:corte e costura, marcenaria) 08 Sede COMCAP 09 Comércio (1,99, padaria, salão de beleza) 10 Pátio Compostagem (8 leiras 4mx2m) 11 Armazenagem material de trabalho
A CASA E A RUA 12 Hortas (160m²) 13 Praça Bairro 14 Praça Quadra 15 Uso Flexível Rua 16 Vagas estacionamento (26 vagas) 17 Estares Descobertos 18 Térreo livre para Feira 19 Terraço Livre
GRAMA IN
ÁREA CO
TERRAÇO
PLAYGRO
HORTA C
MATERIAIS
QUADRA DE CONCRETO COM PINTURA ACRÍLICA
PASSARELA EM ESTRUTURA METÁLICA COM PINTURA NA OPERACIONAL COR ESPECIFICADA
29 Reservatório 5000l GRAMA INTERCALADA COM PISO DE CONCRETO 30 Reservatório 6000l 31 Depósitos 32 AberturaÁREA para COMÉRCIO Iluminação COM DECK DE MADEIRA Zenital 33 Limpeza TERRAÇO Baldinhos COM PLACA CIMENTÍCIA 2m x 2m 34 Armazenagem Serragem e PLAYGROUND COM AREIA FINA Palha
HORTA COMUNITÁRIA
OPERACIONAL 29 Reservatório 5000l 30 Reservatório 6000l 31 Depósitos 32 Abertura para Iluminação Zenital 33 Limpeza Baldinhos 34 Armazenagem Serragem e Palha
corte d-d 1:500
31
QUADRA
PASSARELA COR ESPE
TEMPO LIVRE 20 Lan house e sala para estudos 21 Sala Educação Ambiental e encontro trabalhadores COBERTURA COM ARGILA EXPANDIDA 22 Salão comunitário para uso diverso (60 pessoas)INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR 23 Sala de dança TERRA 24 Oficina de Cerâmica INTERTRAVADO DE CONCRETO NA COR 25 Caixa deNATURAL areia (0 -7 anos) 26 Espaço Brincar (8-12 anos) ÁREA COMPOSTAGEM COM AREIA 27 Espaço para quadra esportiva GROSSA 28 Arquibancada | Projeção filmes
TEMPO LIVRE 20 Lan house e sala para estudos 21 Sala Educação Ambiental e encontro trabalhadores 22 Salão comunitário para uso diverso (60 pessoas) 23 Sala de dança 24 Oficina de Cerâmica 25 Caixa de areia (0 -7 anos) 26 Espaço Brincar (8-12 anos) 27 Espaço para quadra esportiva 28 Arquibancada | Projeção filmes
corte c-c 1:500
INTERTRAV TERRA INTERTRAV NATURAL ÁREA CO GROSSA
corte b-b 1:500
4.7 MATERIALIDADE Conforme apresentado anteriormente, o edifício proposto ocupa o declive topográfico com dois pavimentos. Em relação a materialização desse projeto, pensando em utilizar uma técnica construtiva moldada in loco para inclusive, estimular a participação dos moradores na construção, adotou-se estrutura de concreto com lajes nervuradas. Por não ser maciça, a laje nervurada, consegue reduzir a utilização da matéria prima. Além disso, com a utilização de formas recicláveis, consegue também reduzir o uso de formas de madeira. Ao não se ter a presença de vigas, consegue-se obter uma planta livre, o que fornece mais autonomia à comunidade para personalização do projeto conforme necessidades posteriores. Os pilares, conforme se observa na seção construtiva, são de concreto aparente e acontecem conforme uma malha de 7,40 por 5,60, na parte sul do projeto, enquanto na parte ao norte, variam conforme o módulo 7,60 por 8,20. As esquadrias são de alumínio, e os guarda-corpos são metálicos As passarelas e rampas também são de estrutura metálica, com chapas perfuradas em aço galvanizado. Além disso, pensou-se em materiais que assim como as próprias adaptações nos lares dos moradores, se apresentassem aparentes. Portanto, utiliza-se forros apenas quando se deseja enfatizar a presença de alguma tividade, como na imagem baixo e aproveita-se das nervuras para se embutir a iluminação, ou no caso necessário de isolamento acústico, no salão multiuso. Conforme se pode observar na seção esquemática ao lado, tanto no que tange a técnica construtiva, quanto a definição do programa, buscou-se por alternativas que priorizassem um relacionamento harmônico com o meio. Dessa maneira, além dos programas de compostagem e horta comunitária adotados, priorizou-se a ventilação cruzada e iluminação natural mesmo se dispondo o edifício próximo aos limites do declive. Na seção ao lado, voltada a sudeste, estão dispostos os espaços de capacitação do trabalho. Ao se dispor a circulaçao horizontal na parte frontal, consegue se bloquear a radiação solar direta. O térreo livre, também contribui no controle da imunidade e ventilação adequados.
32
seção esquemática seção construtiva 1.50
A CASA E A RUA
HORTAS COMUNITÁRIAS
ESPAÇOS LIVRES
CONEXÕES E ESTARES
Busca-se qualificar a ambiência dessas atmosferas de viveres propondo espaços para o brincar, áreas sombreadas de estar e contemplação, por meio de praças e de vias que tenham um uso mais flexível, com prioridade a interação de pedestres.
Propõe-se alguns percursos da região com a utilização de escadas e passarelas e assim, se incentivar o caminhar pela comunidade, e as consequentes possibilidades de experimentação e sociabilidade.
Busca-se estabelecer a relação harmônica entre os espaços de circulação das vias, com espaços mais territorializados, com o uso de por exemplo, hortas comunitárias, como alternativa para incentivar a vida saudável, prover áreas verdes, produzir alimentos e aproveitar a organização comunitária já bastante presente.
2
3 1
PERSPECTIVA 1: Ao se elevar algumas atividades para o 1º pavimento, possibilita-se PERSPECTIVA 2: Além de atuarem como conectores horizontais da região, os terraços um térreo livre e assim, uma área que se configura como extensão da rua, podendo abri- buscam retornar para os moradores como área de lazer, com espaços de estares, de congar feiras, por exemplo. Dessa maneira, além da interação econômica potencializada, há templação e encontro. possíveis intercâmbios de desejos, fazeres, oportunidades e a valorização do encontro.
diagrama fenológico 1
2 3
PERSPECTIVA 3 + DIAGRAMA: Na cota mais alta do projeto, afastou-se o volume edificado para que se pudesse ter uma área de hortas, ligadas aos estares criados, a rua e casas próximas. São propostos 8 espaços de hortas de 2mx4m, com cultivos complementares. No diagrama fenológico, além de serem apresentadas as espécies de vegetação inseridas nos espaços abertos conforme sua floração, estão expostas as épocas de plantio das hortaliças imaginadas para essas hortas . Propõe-se que 4 dessas sejam ocupadas por hortaliças que podem ser cultivadas durante o ano inteiro, enquanto as outras 4 se complementariam com cultivos de verão e inverno, sequencialmente.
33
O TRABALHO
TRABALHO INFORMAL E COMPAP Têm-se como diretriz o oferecimento de salas para a confecção e capacitação de trabalho informal, ambas estão situadas próximas a áreas de brincar. Além disso, também se redesenhou o espaço ocupado pela sede da COMCAP, serviço público de limpeza de ruas.
COMPOSTAGEM
COMÉRCIO
Desde 2009 há um projeto de compostagem que recolhe o resíduo orgânico de 120 famílias e o trata no pátio do escola. Ao se ter em vista que esse projeto passa por inúmeras dificuldades e se encontra em local provisório, além de se propor um espaço composto para armazenagem do material e espaço aberto para as leiras de compostagem, se propõe um espaço para convivio e educação ambiental. Imagina-se que esses núcleos de compostagem poderiam ocorrer em demais pontos da comunidade, incentivando mais famílias e reduzindo as distâncias dos pontos de coleta.
Propõe-se 3 espaços para aluguel comercial com o intuito de trazer iniciativa privada, diversidade e vitalidade para a área. O aluguel dessas poderia retornar em benefício da própria comunidade, como por exemplo por meio do pagamento das bolsas dos agentes da compostagem.
4
5
7 6
4
PERSPECTIVA 4: Foram pensados 2 espaços para abrigar a realização do trabalho informal: O 1º localiza-se no térreo e está diretamente vinculado a rua, e as possibilidades de interações econômicas diretas. O 2º, visto na perspectiva, está localizado no 1º pavimento e busca atender prestadores de serviços, como costureiras e marceneiros. Esses ambientes possibilitam o encontro de pequenos grupos e o trabalho individual, com divisórias móveis. Ambos estão situados próximos a espaços de brincar, assim, torna-se possível que os trabalhadores possam se ausentar dos lares, sem perder o contato com os filhos. O 1º está vinculado a um playground para crianças de até 7 anos. Já o 2º, na imagem, está posicionado em frente a uma praça que foi pensada para crianças maiores, de 8 a 12 anos e ao lado de um espaço com computadores e estudo, para não impedir e incentivar ainda mais os pais a utilizarem esse espaço de trabalho alternativo.
PERSPECTIVA 6: Esta área é composta por um pátio para 8 leiras de compostagem dimensionadas para até 1,2m de altura, um espaço de apoio coberto para armazenamento das ferramentas e insumos (palha e serragem), espaço para limpeza dos baldes e um depósito fechado. Na parte superior, propõe-se um espaço de encontro dos trabalhadores, que também pode abrigar oficinas de educação ambiental. Essas leiras, por contemplarem o método aerado, não produzem mau cheiro. Além de indicar a inclinação diagonal do pátio para o controle de lixiviação, foi considerado um acesso alternativo para esta área, pela rua lateral, e também se dispôs esta atividade a um nível inferior do restante do projeto, separando--a por um amplo canteiro de lírios São José.
PERSPECTIVA 7: Buscou-se trabalhar com áreas de estar sombreadas, de diferentes escalas, ao longo do percurso. Esta área, próxima ao espaço de compostagem e educação ambiental, reuni uma mesa contínua, com bancos soltos, em frente a um grande canteiro de Iris Azul, e mesas soltas, podendo abrigar pique niques e dar apoio aos envolvidos no trabalho da compostagem.
6
7
34
PERSPECTIVA 5: Propõe-se salas com cerca de 45m² para aluguel ao longo da edificação. Conforme perspectiva, duas salas estão integradas a um espaço de estar, com um deck de madeira que se prolonga para uma área a um patamar inferior, que ora pode funcionar como uma quadra esportiva, ora pode ser usada como arquibancada e apoiar esses comércios Acredita-se que a presença de atividades comerciais simples como lojas de 1,99, sorveteria e padaria poderiam ocupar esses espaços e assim, trazer ainda mais vitalidade, diversidade de uso e fluxo para a área, em distintos períodos do dia.
5
TEMPO LIVRE
ATIVIDADES CULTURAIS
TROCA SOCIAL DIVERSA
SEGURANÇA
Com o redesenho dos espaços comunitários, busca-se incentivar as atividades que já são praticadas na comunidade por ONGs e demais associações comunitárias, como aulas de dança, de cerâmica e projeção de filmes, além de um salão multiuso para encontros, projeções e apresentações diversas.
Com um espaço físico adequado, acredita-se que seja possível que a comunidade possa receber eventos artísticos itinerantes que acontecem pelo restante da cidade e assim, se criar um atrativo para pessoas externas à comunidade. Assim, se deseja auxiliar na promoção de uma sociabilização mais diversa e na consequente, quebra de estereótipos e integração dessa população.
Com mais olhos e com uma vida diversa nas ruas, com propostas para o tempo livre, lazer e com um suporte social, acredita-se que se possa auxiliar na diminuição de insegurança.
3 11 12
10 2
35/8
9
1 C.C
B.B
PERSPECTIVA 10: Deseja-se valorizar as atividades sócio-culturais já praticadas na comunidade. A projeção de filmes, que acontece em sessões abertas ao público semanalmente na ONG Casa Chico Mendes, pode se extender para a arquibancada livre proposta, aproveitando da estrutura da passarela para apoio do painel.
9
10
PERSPECTIVA 11: Aconteciam aulas de dança esporadicamente em um dos galpões retirados. Propõe-se, portanto, um ambiente para aulas culturais, como dança, aulas de lutas e música. Esta sala é protegida da radiação direta por elementos vazaos de concreto e possui privilegiada vista para a comunidade e para a quadra esportiva.
11
PERSPECTIVA 09: Buscou-se trabalhar por todo o edifício-percurso com passarelas e áreas avarandadas. Ao se dispor as circulações externamente, se possibilita que as mesmas sirvam de conexão cotidiana para a comunidade. Além disso, essas áreas avarandadas configuram um espaço intermediário de encontros antes da entrada no interior dos ambientes propostos e também possibilitam a vigia constante e vínculo direto com o meio público. Apesar de ter se buscado um edifício bastante permeável, todas os ambientes podem ser fechados nos períodos desejáveis. Com um programa que reune diversos atores (comerciantes, visitantes, trabalhadores, crianças) e respectivavente, vários interesses, acredita-se que o zelo pelo edifício e a presença da territorialidade estaria intrínsecos à vivência urbana desta população.
Ata da reunião na ONG Casa Chico Mendes (21/11/13) O mote dessa reunião era o pensar perspectivas para o próximo ano. E o interessante é que as falas e pensamentos vazaram, extrapolaram, desviaram esse alvo. Começamos a falar e as falas foram bailando, carregadas, empurradas pelos afetos, pelos desejos. Uma das primeiras falas, talvez uma das mais significativas, foi dando os tons da conversa. Disse a Dalva: “A ideia dos bons encontros é uma luz. A comunidade gosta de encontros!” Dalva cita o exemplo de mães, que chegam antes do horário de pegar seus filhos na escola para terem um tempinho para conversar, bater um papinho! E alguns falaram da importância da casa chico mendes para si. Apontaram o fato de se sentirem acolhidos, valorizados. É um lugar fer-
vendo de ideias, disseram! E eu ouso acrescentar que é um lugar fervendo de afetos. O bom encontro é aquele que, entre outras coisas, desperta possibilidades de criação, de transgressão. O Bom encontro aponta para a importância do sair, ir pra outro lugar. O Bom encontro é pré dentro e pra fora. fita”.
O Bom encontro não é mais “eu” e “eles”. O bom encontro é “nós”. “É nóis na
Então, podemos pensar sim em atividades de cinema, teatro, leituras... Sei lá! Mas é de outras perspectivas, diferentes daquela que nos coloca como aquele que dá, daquele que oferece, que analisa. Mas daqueles e daquelas que estão juntos, do mesmo lado inclusive. Podemos pensar a partir dos encontros!
35
PERSPECTIVA 12: Ao fim do percurso edificado proposto, pensou-se em um espaço para receber visitas, um salão de múltiplos usos para 60 pessoas, que pode acomodar os diversos e frequentes encontros da comunidade e também recepcionar a “gente de fora”. Para conseguir abrigar diferentes eventos, pensou-se em equipamentos flexíveis: além de bancos soltos, propõe-se um tablado de madeira de diferentes níveis com rodízio, móvel. No forro acústico proposto, estão fixadas estruturas metálicas que além de se apoiarem a iluminação, também podem suportar painéis de projeção ao centro do salão ou de acordo com as necessidades.
12
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nea, 7 ed. Barcelona, Gustavo Gili, 1986, p. 188. RAMOS, Flavia Martini; MORAIS LUIZ, Mariana; DORNELES, Vanessa Goulart; BINS ELY, Vera Helena Moro: Análise da Relação entre Ambiente e Usuários e Propostas de Adequações Espaciais para a Creche Waldemar da Silva Filho. Florianópolis: PET/ARQ/UFSC.2012.
SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. 3ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007. SUGAI, Maria Inês. Segregação silenciosa: investimentos públicos e distribuição sócio-espacial na área conurbada de Florianópolis. 2002. Tese (Doutorado) – FAU-USP, São Paulo, 2002 VILLAÇA, Flávio. Reflexões sobre as cidades brasileiras. São Paulo, Studio Nobel. 2012. TUAN, Yi Fu. “A Geografia Humanística.” In: Perspectivas da Geografia, por A. CHRISTOFOLETTI, Cap 7, p. 143-164. São Paulo: Difel, 1982. NISHIKAWA, Ayako. “O espaço da rua articulado ao entorno habitacional”. In Desenho urbano. Anais do II SEDUR – Seminário sobre desenho urbano no Brasil. São Paulo, Bernamy Tukienicz, 1986, p. 132. WHYTE, Willian. The social life of small urban spaces. Washington, D.C.: The Conservation Foundation, 1980.
6. APÊNDICES 6.1 REALOCAÇÃO ARESP
6.2 MAPA MENTAL APLICADO: RESULTADO
sede aresp atual terreno realocação
br 282
Conforme justificado no inicio do capítulo 4, propõe-se a realocação da sede da ARESP. O terreno elegido para essa realocação está em destaque na imagem acima. Conforrme pesquisas, observações na ARESP Monte Cristo e conversa s com técnicos da área, um espaço adequado para o recebimento desse equipamento deve ter acesso fácil, tanto para caminhões como para a chegada dos trabalhadores, e principalmente, dipor de um ambiente salubre e agradável para os trabalhadores.
Em uma das visitas realizadas aplicou-se um Mapa Mental na ONG Casa Chico Mendes. Foram fornecidas folhas sulfites em branco e com o objetivo de extrair do imaginário dos jovens presentes na Casa a relação desses com as plurais ruas da Chico Mendes fez-se o questionamento “Como é a rua da Chico para vocês?“.
Escolheu-se o terreno em destaque pois além de estar próximo a uma via rápida e próximo a área central do Monte Cristo, esse possui dimensão suficiente para receber este equipamente e além disso, conforme Plano Diretor vigente em novembro de 2013, conta com uma área AVL associada a uma ARP-0, isto é, uma área de interesse social vinculada legalmente a uma área de lazer, o que poderia garantir a promoção de um espaço externo de convívio dos trabalhadores.
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6. APÊNDICES
6.3 CROQUIS DO PROCESSO: VISITAS EXPLORATÓRIAS
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6. APÃ&#x160;NDICES
6.4 CROQUIS DO PROCESSO: PROPOSTA
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6. APÊNDICES
6.5 PRÊMIOS RECEBIDOS POR TRABALHOS DESENVOLVIDOS NA ÁREA PRÊMIO: 1º Lugar América Latina e Caribe Trabalho enviado para o concurso internacional “Urban Revitalization of Mass Housing”, janeiro de 2014 REALIZAÇÃO: ONU Habitat AUTORA: Mariana Morais Luiz ORIENTADOR: Professor Renato Tibiriçá de Saboya COLABORADORES: -João Luis Abrantes Bertoli (Economista, análise socioeconômica) -ONG Casa Chico Mendes -Moradores de Chico Mendes -COMCAP (Companhia de Melhoramentos da Capital)
PRÊMIO: 3º Lugar Trabalho enviado para o Concurso Nacional de Ideias para Reforma Urbana - CNI, julho de 2013. Realização: FENEA AUTORA: Mariana Morais Luiz ORIENTADOR: Professor Renato Tibiriçá de Saboya
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6. APÃ&#x160;NDICES
6.6 PAINEL FINAL DA PROPOSTA
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7. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Profº Renato Saboya pelo conhecimento, dedicação e suporte durante todo o processo, e aos outros grandes mestres da ArqUFSC pela sabedoria compartilhada ao longo de toda minha graduação; Aos moradores da comunidade Chico Mendes e integrantes da ONG Casa do Dodó, pelos sorrisos e carinho ao me receber. Sem dúvidas a vivência nessa ONG-lar foi a minha maior inspiração; A todo o grupo PET Arquitetura e Urbanismo, em especial, as minhas orientadoras Prof Adriana, Prof Vanessa, Prof Vera e aos amigos Flá, Lari, Junior, Rô e Rafa pela convivência, pelos ensinamentos fundamentais compartilhados, por sempre acreditarem em mim e me darem força; A Engª Ambiental Nayara, ao Centro de Agricultura Urbana – CEPAGRO e a Companhia de Melhoramentos da Capital - COMCAP, pelo fornecimento de material, apoio e atenção; A equipe do AT Arquitetura pelos ensinamentos e carinho; Aos amigos do intercâmbio na Universidad de La Coruña, em especial, a amiga Talitha, pelo incentivo, mesmo à distância; As minhas meninas companheiras dessa jornada de Arq - UFSC pelo apoio constante, palavras e sorrisos; Ao João, pela tranquilidade e companheirismo; A minha família, em especial, a minha mãe, a quem dedico integralmente este trabalho, por ser meu maior exemplo de determinação e perseverança.
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