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...arquitectura
portfolio
Diogo Morato
Habitação (Bi)Familiar Habitação Colectiva Biblioteca Municipal Escola das Artes Projecto Urbano 2Modos.7Filmes Prova Final
Académicos
Habitação (Bi)Familiar 2004 Coimbra Na alta de Coimbra, impõe-se uma pesada herança urbana, organizada em lotes esguios, com grande profundidade, onde a luz do sol é rara ou um luxo para os pisos superiores. Num desses lotes, central a uma espécie de praceta-suspiro ou bolsa de ar na enclausurada teia de ruas, propõem-se duas habitações num só edifício. Após a pragmática abordagem que divide o lote em duas partes iguais, um gesto curvo, forte, marca a chegada e entrada na garagem (comum). Atento à altura das edificações contíguas e sensível ao conforto do espaço interior, o edifício contorce-se formando duas peças de um alçado-puzzle, por forma a estruturar o programa com alternação ritmada entre os fogos. alçado principal (poente) A luz natural desempenha um papel relevante na concepção formal do edifício, uma vez que é a partir da sua procura que se escava o bloco de betão, num processo de subtracção que termina em dois corredores de luz (um para cada fogo) a meio do volume e um saguão (gerador de pátios) na parte posterior do edifício. O carácter paralelepipédico das divisões, acentua a natureza do lote (profundidade) e a procura de vários pontos de vista sobre a paisagem dominada pela baixa, priviligiando as zonas dos quartos nos pisos cimeiros. Escala, proporção e ritmo, passeiam pela rua, onde de repente, sem que esses valores se interrompam, surge um alçado que introduz o jogo dinâmico luz/sombra, expandindo ou retraindo sub-volumes. corte longitudinal
4
PISO 0 1
9.1 4.1 3.1
8.1 7.1
2 9.2
3.2
9.1
PISO 1 7.2 8.2
5.1 6.1 4.2 5.2 6.2 9.1
9.2
PISO 2 9.2
10.1
10.1 10.2 9.1
PISO 3
10.1
10.2
10.2
PISO 4
5
1 - garagem 2 - entrada 3 - hall 4 - sala de estar 5 - zona de refeições 6 - cozinha 7 - lavandaria 8 - sala de trabalho 9 - pátio 10 - quarto
COBERTURA
9.2
Habitação Colectiva 2004 Coimbra Numa zona ribeirinha, onde o desprezo e a indiferença pela mesma está patente na construção de uma artéria de tráfego e de serviços que nega o rio, oferecendo-lhe as traseiras dos seus edifícios, surge um lote enquadrado por essas traseiras e por dois edifícios que entre si, balizam-no numa espécie de varrimento angular. É a partir dessa abordagem conceptual em forma de leque, que a resposta ao programa surge materializada em dois volumes esguios, cuja implantação radial resulta de um gesto provocador - tocar no rio. Estes silos de apartamentos, com uma vincada horizontalidade, são travados no seu inteiror, por duas células verticais de circulação, que distribuem as pessoas pelos módulos ou simplesmente pelo espaço público espalhado pelas camadas de betão. O terreno é moldado de forma a garantir uma dinâmica plástica, estrutural e espacial, acentuando o factor tempo ao longo de um qualquer percurso aleatório ou induzido, com forte presença de espaços verdes. Os espaços comerciais situam-se em depressões, criando duas plataformas-praça afáveis ao usufruto do espaço público. Estas plataformas desniveladas mas contíguas às que suportam os edifícios, caracterizam a antítese do movimento predominante nesta área, paralelo ao rio. Aproveitando a problemática do metro de superfície, bem como a proposta projectual do Arq. Souto de Moura para esta zona, era premissa do exercício redesenhar as estruturas viária e ferroviária, por forma a minimizar estas mesmas barreiras físicas. Após a definição destas mobilidades, tornou-se claro e oportuno o rasgo em direcção ao rio por parte das plataformas, possibilitando a deslocação transversal a quem chega, por exemplo, de metro ou de barco.
PISO 0
6
Bloco A
alçados
sul
nascente norte
poente
Tipologia T3 1
1
1
2
3
4
1 - quarto 2 - estar 3 - cozinha 4 - lavandaria
PISO 1
PISO 3
A composição das plantas responde às tipologias T1, T3 e T4, desenhando o interior num sistema combinatório - tipo comboio - que permite adicionar parcelas/divisões numa faixa central, servida sempre por dois corredores, um interior e outro exterior, funcinando o primeiro como fachada filtro e o segundo como galeria com franca diluição entre intimidade e exterioridade.
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Biblioteca Municipal 2005 Coimbra No topo do Jardim da Sereia surge uma rua com vincado caráter novecentista. Explanando este alçado reticulado, um conjunto de casas geminadas desenha a cadência da frente de rua, interrompida pelo terreno onde se desenrola este exercício. É neste soluço, que é proposta uma Biblioteca Municipal (respondendo a um programa comum de biblioteca), com uma abordagem conceptual que tem como premissa romper com esta leitura clássica, afirmando a contemporaneidade. Ao materializar a noção de que tudo acontece ao mesmo tempo, a arquitectura é o meio por excelência para instruir e tornar afável a experiência urbana. O volume de entrada, âncora paralelepipédica, expele numa aparente entropia, os tentáculos percorríveis que se estendem paralelamente à rua e que acompanham os planos de nível e rampeados do seu interior. Esta cobertura transitável é interrompida por um rasgo de luz ao centro, que percorre todo o edifício. A fluidez espacial é polarizada com os programas adicionais - galeria de exposições e auditório - com a possibilidade de funcionarem autonomamente. Ao vencer a relação de cotas, anterior (estacionamento do Centro Cultural e Jardim) e posterior (acesso às garagens e à Avenida Afonso Henriques), possibilitando a deriva mas sugerindo ao indivíduo que “pise” a arquitectura, concilia-se o desejo cinematográfico do controlo sobre movimento, com o inequívoco desejo de forma, que fomenta a curiosidade na nossa percepção e domínio visual sobre o objecto arquitectónico.
Enquanto peça da cidade colagem, a Biblioteca desmaterializa uma certa rigidez arquitectónica na envolvente e elege a horizontalidade como aliada no desejado silêncio da leitura. O facto de o edifício se encontrar entre as casas e o paredão resultante da escavação, diminiu consideravelmente o ruído. Os panos de vidro que estabelecem a barreira física interior/exterior, ajudam a luz a inundar as salas, o que por sua vez, acentua o caráter escultórico do interior, reesculpindo a estrutura das caixas inacabadas ou insinuadas de trabalho ou leitura.
corte transversal (construtivo)
8
2
3
4 5
1
PISO 0
7 6
7
5
1
PISO 1 1 - entrada 2 - espaço infantil/bebeteca 3 - zona administrativa 4 - espaço multimédia 5 - auditório 6 - galeria de exposições 7 - sala de leitura
alçado principal (poente)
9 cortes longitudinais
Escola das Artes Projecto Urbano 2006 Porto Na zona da Boavista, é claro o diálogo permanente entre a cidade consolidada e a cidade contemporânea. É num vazio urbano emaranhado com edificações em mau estado, que surge a proposta de uma Escola para as artes, complementada com habitação colectiva (residências de estudantes e habitações familiares) e zonas comerciais. Partindo da malha urbana pré-existente e da tridimensionalidade gerada pela fusão conceptual entre o código de barras e o sinusóide, criou-se um espaço público com desenho clarificado e intencionalmente permeável, de modo a entender a zona como local de transições e transposições, bem como um lugar que abraça a permanência do indivíduo, fruto da ambiência bairrista muito própria da cidade do Porto.
10
perfis transversais
PISO 0 - corte à cota 87
* *
*
*
*
*
*
*escola das artes
11 PISO 1 - corte à cota 92
2Modos.7Filmes Prova Final 2008
Le cinéma est un enfant de la ville. François Niney A arquitectura ajuda a construir e moldar o espaço urbano, mas a cidade vive de uma dinâmica muito própria. Na inevitabilidade de a urbanidade das arquitecturas poder ser esquecida, ela encontra no cinema um meio privilegiado para se fixar e difundir. Por outro lado, o cinema, na eventualidade de não se fazer entender, precisa dessa urbanidade triunfante ou calamitosa, para que “simulação” da realidade seja consumada, porque através dela, o espectador sente a verosimilhança do imaterial ali projectado. Essa visão projectada porém, reinventará o espaço urbano porque apresentado num contexto específico, o canónico espaço fílmico, que nos faz viajar através dos seus códigos e muletas por ambientes de urbes reais ou imaginárias, filtrados pela visão do realizador. Um filme, acaba por ser sempre aquilo que naquele momento se pensou que poderia ser, obedecendo a uma indústria, traindo a arte, elogiando-a, escoltando a memória como escrava, e, no contra-campo desta mórbida esfera do desejo, a cidade, que pela sua permanência física, assiste em compasso temporal a tudo o que é inerente à vida humana, brincando às idiossincrasias, projectando o ser humano nas suas cenografias urbanas... Representar a vida. O cinema torna-se assim, um fantasma do real. Boa sessão!
12
SUMÁRIO Introdução à película urbana
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FILM NOIR Noir 25 Cenografia Cidade Noir . The Maltese Falcon 33 Cidade Inferno . Taxi Driver 55 Cidade Maqueta . Dark City 81 A cidade noir e o “cheiro do medo” 103 SCI-FI Sci-Fi 117 Cenografia Cidade Neutrino . 2001: A Space Odyssey 129 Cidade Colagem . Blade Runner 151 Cidade Vigilante . Minority Report 177 Espaço [urbano] entre olhares e fluxos 203 TECH NOIR PARIS Estórias de amor, luz e morte... e a lição de M. Hulot 219 Cenografia Cidade Dor . Alphaville 223 Espaço Europa e os retratos cinematográficos – Periferias 245 E o XXL... Rem Koolhaas? Filmografia Bibliografia
13
261 265
253
16 Concurso IbĂŠrico Pladur o
Centro Escolar de Seia
Concursos
16 Concurso Ibérico Pladur o
2006 Valência
Prémio Accésit co-autoria Ana Mendes|Márcio Abreu
“Unicidade Flutuante” A ondulação do mar e a silhueta das velas dos barcos marcam a intervenção a nível conceptual e formal. Estruturando a proposta e com a premissa de observação da 10th Costa Azahar Regatta, criouse um elemento base - a bancada. Este elemento é essencial tanto na sua principal função, que é proporcionar espaços de acesso público para se assistir às provas, como na modulação das habitações e organização dos percursos. As escadas das casas pré-existentes foram adaptadas e redesenhadas para estabelecer as várias ligações rua-habitações-bancada. A cobertura ondulante, que vinca a espacialidade dos módulos, “desce” à rua e convida as pessoas a usufruirem de um local privilegiado para observar a regata.
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PISO 1
alรงado principal (nascente)
alรงado sul
17
corte longitudinal
corte transversal
Centro Escolar de Seia
3 1 4 2
2007 Seia co-autoria João Gavião
5
Revela-se fundamental assegurar que um Centro Escolar no século XXI seja mais que um recipiente de crianças em idade escolar e préescolar. Tem de ser um complexo que, para além de permitir práticas educativas e pedagógicas, tem de, por si só, educar. Aqui entra uma das premissas basilares da proposta do Centro Escolar de Seia (CES), a da responsabilidade ambiental. Todo o projecto foi de encontro aos princípios básicos da construção sustentável e da arquitectura bioclimática, tais como a minimização do impacto ambiental das construções, a longevidade da construção, a durabilidade e adaptabilidade do edifício, a conservação e o uso racional da água, a eficiência energética, o uso racional de energia e a utilização de fontes de energia renovável e a promoção da educação ambiental. O edifício desenvolve-se em cinco sectores programáticos, interligados, o sector administrativo/directivo [1], o sector do 1oCEB [2], o sector do JI [3], o sector do polivalente e refeitório [4] e o sector lúdico e desportivo [5].
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PISO 0 alรงado nascente - perfil A
alรงado norte - perfil B
alรงado sul - perfil C
perfil D
perfil E
alรงado poente - perfil F
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arquitectura?!
simples evasiva reaccionária fria simulada autoritária cínica indumentada apática neutra refinada compreendida rígida pessimista imemorável segura habitual