PODER, CONFLITO E NEGOCIAÇÃO

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AJES - FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS E DE ADMINISTRAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO: BACHARELADO EM FISIOTERAPIA DICIPLINA: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL DOCENTE: MARILEIDE ANTUNES

PODER, CONFLITO E NEGOCIAÇÃO

Autor: MORGANA MARTINS SILVA, ROSALINA RODRIGUES DA SILVA

JUNHO/2017


INTRODUÇÃO

Este e-book tem como objetivo definir o poder e a política, tendo como foco a área de saúde em fisioterapia, visando compreender a importância da política na fisioterapia e como a política pode apoiar e atuar junto à fisioterapia. Levando em consideração várias lutas como a de autonomia das profissões, a pressão para diminuição da carga horária dos cursos de graduação, o difícil controle e garantia da qualidade dos mesmos, a desorganização das representações civis e das entidades associativas, a dificuldade de inserção nas políticas públicas de saúde para atender as necessidades da demanda social.

Público Alvo: Profissionais da Fisioterapia.

Neste e-book serão trabalhados os tópicos listados abaixo: • Poder e política • A importância da política para fisioterapia • A política em apoio a Fisioterapia

JUNHO/2017


PODER E POLÍTICA

O poder pode ser formalmente definido como a capacidade de influenciar a conduta dos outros e em troca, resistir a influências indesejadas. A necessidade de poder pode produzir diversos efeitos diferentes no modo como as pessoas se comportam. As pessoas bem – sucedidas são competitivas e agressivas, buscam prestígio, são orientadas para a ação e inclinadas a filiar- se a grupos que tendem a serem gerentes e líderes eficazes além de buscar o poder. Tipos de poder podem de recompensa basear-se na capacidade para alocar resultados recompensadores seja de coisas positivas ou a eliminação de coisas negativas. Coercitivo ou de punição baseia-se na distribuição de resultados indesejáveis, o poder coercitivos explora o medo, onde consegue que as outras pessoas se conformem com seus desejos mediante as ameaças de alguma forma de punição para influenciar no comportamento dos subordinados; legitimo baseiam-se em normas, valores e crenças no sentido de que certos indivíduos possuem direito legitimo de governar ou influenciar os outros, ou seja, indivíduos que você mantém em tal estima talvez o influenciem por suas atitudes e comportamentos com o tempo pode começar a pensar e a agir como ela; de especialização ou de competência baseia-se na posse de experiência, conhecimento e talento, pessoas que são vistas com especialista numa determinada área, as reações de conformidade ao poder, como os trabalhadores reagem quando os gerentes utilizam esses diferentes tipos de poder? É provável que ocorram três tipos bem distintos de reações: obediência, que dura enquanto as recompensas forem recebidas ou as punições forem contidas, identificação, dura enquanto puder ser mantida a relação com o influenciador e internalização dura enquanto durar a satisfação. Além de derivar das fontes interpessoais, o poder também se origina da estrutura das atividades de trabalho padronizadas e flui de informações encontradas em toda organização. As características organizacionais que moldam as relações de poder são a redução da incerteza, substituibilidade e centralidade. Conflito nas organizações um processo de oposição e confronto que pode ocorrer entre indivíduos ou grupos nas organizações quando as partes exercem poder na busca de metas ou objetivos valorizados e obstruem o progresso de uma ou mais das outras metas, a essa definição é importante a idéia de que o conflito envolve o uso de poder no confronto, ou seja, nas disputas em torno de interesses em choque. É importante a noção de que o conflito é um processo algo que leva tempo para desenrolar, na medida em que a obstrução do processo ameaça a eficácia e o desempenho, a definição que o conflito é um problema que os gerentes precisam saber controlar. Os teóricos modernos, contudo, sugerem que o conflito não é necessariamente ruim, que pode amenizar tensões sociais, ajudando a estabilizar e a integrar as relações se resolvidos de uma forma que permita a discussão e a dissipação de desacordos. O conflito permite as partes expressarem reivindicações rivais e pode propiciar a oportunidade para reajusta a alocação de recursos valorizados, pode também ajudar a manter o nível de estimulo ou ativação necessário a operar de


modo inovador que pode servir de fonte de motivação para busca de mudanças. Fornecem feedback sobre o estado das interdependências e distribuição do poder na estrutura de uma organização. Fornecem um senso de identidade e propósito por esclarecer diferenças e fronteiras entre indivíduos ou grupos. Condições que estimulam o conflito são três condições principais: a interdependência, o indeterminismo político e a divergência. Existe interdependência quando os indivíduos, grupos ou organizações dependem uns dos outros para ajuda, informações, feedback ou outras relações de coordenação, o aparecimento de conflito requer também o indeterminismo político, um estado no qual a hierarquia política entre os indivíduos ou grupos é vaga e sujeita a questionamentos. Se as relações de poder são inequívocas e estáveis e se são aceitas por todos como válidas. Por ultimo, para que surja conflito, deve haver divergência ou diferenças e desacordos pelos quais valha a pena brigar. O conflito afeta de diversas maneiras as relações entre pessoas e grupos, quando ocorre conflito entre grupos, diversos efeitos importantes podem ser previsto no interior de cada grupo conflitante. Além dessas mudanças nos grupos, geralmente ocorrem outras mudanças nas relações entre grupos conflitantes, a hostilidade muitas vezes vem a tona na forma de rígidas atitudes. Cada grupo considera a si mesmo como virtuoso e aos outros como inimigos. Muitas vezes, essas atitudes negativas são acompanhadas de ódio intenso. A uma diversidade de técnicas de administração de conflitos foram desenvolvidas para resolvê-los e lidar com os efeitos negativos que acabamos de descrever. Em geral, essas técnicas são de dois tipos procedimentos de barganha e negociação relacionadas a administração de divergência entre os interesses das partes conflitantes, e técnicas de reestruturação que se concentram na administração de interdependência entre indivíduos e grupos conflitantes.


A IMPORTÂNCIA DA POLÍTICA PARA A FISIOTERAPIA Várias lutas como a de autonomia das profissões, a pressão para diminuição da carga horária dos cursos de graduação, a desorganização das representações civis e das entidades associativas, a dificuldade de inserção nas políticas públicas de saúde para atender as necessidades da demanda social, dependem de estratégias constantes, que necessitam da participação de todas as esferas de representação. Dentre as várias estratégias a política, é um forte aliado para reverter e transformar a saúde pública e privada e assim inserir de forma efetiva o profissional Fisioterapeuta neste mundo cada vez mais competitivo. A visão da política para a categoria não pode ser tratada com descaso, pois somos o que reproduzimos e a abstenção na participação sistemática das políticas da saúde faz com que o profissional de Fisioterapia crie um paradigma que isto não é coisa para Fisioterapeuta e que devemos ser reconhecidos apenas pelas grandes obras como reabilitadores capazes de tratar e recuperar doentes. Como o próprio nome diz ''política'' da palavra grega ''polis'' significa à cidade, lugar onde as pessoas vivem juntas, ou seja, é uma ação de bem comum para indivíduos que querem viver em comunidade. Esta indiferença que envolve decisões sobre a categoria seja esta legal, ética, ou mercadológica, dentre outras, enfraquece a profissão e coloca o poder de decisão nas mãos de um pequeno grupo mais atuante e audacioso que acaba dominando, sem resistência ou limites, as ações relacionadas à saúde deixando grande parte da população órfã de tratamentos benéficos para sua saúde em detrimento de ações corporativistas. A ação política é indelegável e para a constituição de uma nova sociedade e de espaço na área da saúde obriga a participação de todo Fisioterapeuta, sem a terceirização de suas ações neste processo. A ampliação de nossa participação no mercado de trabalho depende dessas ações. É imprescindível, para um futuro promissor da nossa profissão, nos engajar nas ações políticas referentes à saúde tanto nas ações gerais, como promotor de saúde, quanto nas específicas que são próprias da profissão, ou seja, para as ações terem efetividade e continuidade, a renovação das gerações necessita revelar, em seus meios, líderes engajados e com acúmulo de lutas e enfrentamentos na história da Fisioterapia. Segundo Trelha et al (2002), o desenvolvimento de políticas de Saúde que inserem e valorizam o trabalho do fisioterapeuta dentro das equipes de saúde são necessárias para promover a integração do profissional na comunidade. A Política Nacional de Promoção da Saúde compreende que as práticas corporais são expressões individuais e coletivas do movimento corporal advindo do conhecimento e da experiência em torno do jogo, da dança, do esporte, da luta, da ginástica, etc, construídas de maneira sistemática (nos espaços formais das aulas de educação física nas escolas, por exemplo) e/ou de maneira não sistemática (nos


espaços de lazer, no tempo livre). Assim, o “Campo da 107 Atividade Física” amplia as possibilidades de organização e escolha dos modos de relacionar-se com o corpo e de movimentar-se, entendidos como benéficos à saúde de sujeitos e coletividades, incluindo Caminhadas, Capoeira, Danças, Tai Chi Chuan, Lien Chi, Lian Gong, Tuiná, Shantala, Do-in, Shiatsu, Yoga, etc., e investe na constituição de mudanças quanto aos modos de produção da saúde nas unidades que compõem o SUS. Nesta perspectiva, as ações privativas da fisioterapia podem colaborar para a redução do consumo de medicamentos, estimulando a grupalidade e a formação de redes de suporte social, possibilitando a participação ativa dos usuários do SUS na construção de projetos terapêuticos individuais e na identificação das práticas a serem desenvolvidas em determinada área. A população assistida e a Fisioterapia poderão andar de braços dados na construção de uma política local inovadora e inclusiva, permitindo que seus munícipes, mesmo diante de situações de agravo ou doença, possam manter a sua integridade funcional. A atuação encontra-se também articulada à Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão do SUS (HumanizaSUS), uma vez que, através da melhoria da qualidade de vida da população, por meio da implantação de ações que permitam aos cidadãos conhecer, experimentar e incorporar a prática regular de atividades físicas, redefine as práticas de acolhimento dos usuários. As possibilidades de atuação do fisioterapeuta caminham para sua adequação à política pública de saúde preconizada pelo SUS, onde a valorização da prevenção e promoção de saúde, assim como a busca da equidade e maior resolutividade dos atendimentos prestados, representa os principais elementos norteadores das ações propostas. Tal fato propicia a percepção de um campo de atuação pouco explorado, onde o leque de possibilidades de intervenção fisioterapêutica e as necessidades detectadas fazem crer que a participação da Fisioterapia na Atenção Básica, bem como nos demais níveis de complexidade do sistema de saúde, constitui-se em uma contribuição imperativa, que poderá viabilizar maior resolutividade nas intervenções interdisciplinares, junto ao que o SUS considera porta de entrada do sistema.


A POLÍTICA EM APOIO A FISIOTERAPIA

A Dra. Cristhina Brasil é fisioterapeuta, docente e servidora pública. Foi Vice Presidente do COFFITO, representando-o como conselheira nacional de saúde efetiva no Ministério da Saúde. Como coordenadora Dra. Cristhina atuou: Nas comissões do CNS de Orçamento e Financiamento; na Comissão Intersetorial de Praticas Integrativas e Complementares do SUS; na Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador – CIST; representou também a FENAFITO e a ABENFISIO no CNS; na Comissão de Assuntos Parlamentares do COFFITO onde enfrentou e conseguiu êxito contra os Projetos do Ato médico, da regulamentação da Quiropraxia, da Acupuntura e da Estética; no movimento nacional da luta contra o projeto de lei conhecido como Ato Médico sendo contra a hierarquização entre as profissões de saúde. Defensora do Sistema Único de Saúde universal e público participa da Frente Nacional contra a privatização da Saúde, acompanhando até o veto presidencial. No cenário político, em Brasília, defendeu e defende as causas dos usuários do Sistema Único de Saúde de modo intransigente, com ações voltadas à regulamentação da Emenda Constitucional 29 (EC29) que trata de mais recursos financeiros para o SUS; à Política Nacional de Praticas Integrativas e Complementares do SUS, a fim de garantir o acesso da população à Acupuntura de modo multiprofissional e à profissionalização da gestão no SUS, por exemplo. Defendeu com veemência a entrada do Fisioterapeuta no NASF na Estratégia Saúde da Família e a Residência Multiprofissional e Uniprofissional em Fisioterapia, como membro da primeira Comissão Nacional de Residência Multiprofissional no âmbito do Ministério da Educação. Atualmente, a Dra. Cristhina Brasil integra a Comissão de Assuntos Parlamentares do CREFITO-6, como coordenadora da Comissão Técnica de Fisioterapia e sua missão é implantar no Brasil a Política Nacional de Saúde Funcional, aprovada na 13ª Conferência Nacional de Saúde e já encaminhada em alguns estados. Baseando-se neste contexto histórico de Cristhina, podemos ver o quão importante é a presença do fisioterapeuta na política e como a política nos pode ser útil em tantas implementações que viemos adquirindo ao longo do tempo. Todavia, a complexidade e os desafios que emergem da aproximação da Fisioterapia e das Políticas de Saúde nas práticas cotidianas ainda que tardia, é absolutamente necessária.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• WAGNER

III

E

HOLLEMBEK:

COMPORTAMENTO

ORGANIZACIONAL:CRIANDO VANGAGEM COMPETITIVA • http://www.seer.perspectivasonline.com.br/index.php/revista_antiga/article/vie w/335/246 • http://fisioterapiamanual.com.br/blog/artigos/politicos-que-apoiam-afisioterapia/ • http://seer.perspectivasonline.com.br/index.php/revista_antiga/article/view/335 • http://vermelho.org.br/noticia/31243-3


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