PLANETA DOS CARECAS

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Era um planeta muito bacana. Cheio de árvores, florestas, bichos de todos os tipos, e flores, muitas flores. O dia lá durava 48 horas e a noite 12, e no inverno nas regiões mais frias, no lugar de flocos de neve, surgiam no céu, borboletas brancas que voavam sobre a cabeça das pessoas, e quando pousavam se transformavam em lindas flores.

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Como o dia era muito mais comprido que a noite, as crianças podiam brincar bastante, e no inverno tudo ficava muito bonito, cheio de pequenas borboletas no cÊu e flores brancas no chão.

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Até a cabeça das pessoas se enchia daquelas borboletas. E por falar em cabeças, a cabeça das pessoas não tinha cabelo. Era lisinha, lisinha. As meninas usavam fitas, laços, tiaras brilhantes, lencinhos e um monte de outros enfeitinhos. Os meninos usavam bonés, chapéus e toucas. Era muito feliz a vida das pessoas naquele planeta.

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- Eu já falei no nome do planeta? - E do meu nome eu já falei? Não? - Então espera, já vou contar. Eu moro no planeta ZION e sou uma menina de 8 anos. Meu nome é Bianca, meus pais são muito legais e eu não tenho irmãos. Estudo em uma escola bem bacana e tenho muitos amigos. Mas tenho mais amigas meninas do que amigos meninos.

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Minha mãe me contou que existe no sistema solar, um planeta muito parecido com o nosso chamado TERRA. Nossos hábitos são muito semelhantes aos hábitos do povo que mora na TERRA, só que a gente não tem uma coisa que cobre a cabeça das pessoas que moram por lá. Uns “trecos” que balançam no vento e que não me lembro agora como se chama. Bem, não faz diferença. A gente brinca, estuda, come, se diverte e ainda tem a vantagem de não precisar comprar pente, nem xampu.

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O que vou contar pra vocês agora é uma coisa muito estranha que aconteceu lá na minha escola. Na sala ao lado da minha, estuda um menino chamado RICARDO, e de uns tempos pra cá ele anda muito diferente. Começou a nascer umas coisas muito feias em sua cabeça, como se fossem macarrões bem fininhos. Hoje eu acordei e fiquei assustada quando cheguei na escola, pois vi RICARDO e ele estava muito esquisito. Aqueles “trecos” tinham crescido e estavam cobrindo toda sua cabeça. Quando chequei em casa contei pra minha mãe, e ela falou que o nome daquilo é “CABELO”. 12


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A professora explicou que ele está doente e aquilo acontece por causa do efeito do remédio que ele toma. E se ele não tomar o remédio ele morre, pois a doença é muito séria, mas por ser muito forte, o remédio faz nascer cabelo. RICARDO estava sem graça, pois ninguém queria brincar ou ficar perto dele de medo, o pessoal tem receio de ficar doente também, por isso, na hora do recreio RICARDO passa todo tempo sozinho. Tem dias que ele vai para a escola com chapéu ou boné e fica lá quietinho e nem sai da sala para brincar. Eu acho que ele tem vergonha de estar daquele jeito, com aqueles “CABELOS” na cabeça.

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Minha mãe me explicou que tem muitas crianças com essa doença, que ela não é contagiosa, e as pessoas ficam com vergonha porque nasce cabelo e elas ficam diferentes das outras. Pensei que deve ser muito triste, então fui falar com RICARDO. Sentei a seu lado na hora do recreio e ofereci meu lanche. Perguntei como ele havia pego a doença, e ele me contou que aquela doença já nasce com a gente, fica quietinha lá e de repente ela aparece.

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- Como é o tratamento RICARDO? - O remédio tem gosto muito ruim? - Não, o remédio não é muito ruim, mas o mais chato de tudo é ficar com cabelos, diferente de todo mundo. Ele me explicou então, que não gostava de ficar diferente de todo mundo. Os cabelos na sua cabeça o lembravam o tempo todo que ele estava doente e era diferente dos outros, e isso era muito, muito chato.

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O recreio acabou e ficamos de conversar novamente. No dia seguinte era feriado, mas amanheceu uma chuva forte, eu fiquei com febre, e acabei ficando três dias sem ir para a escola. Quando voltei para a escola, me assustei ainda mais. RICARDO estava com os cabelos tão compridos que quase cobriam suas orelhas, e meus colegas cochichavam perto dele comentando. Todo mundo ficava falando coisas sobre sua doença.

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Fui conversar com ele, mas o recreio acabou e combinei de ir brincar em sua casa. - Mas você não tem medo? - Medo de que? - Ah, de pegar essa doença e precisar tomar remédios que fazem nascer cabelos também... - Não!!! Minha mãe me explicou que essa doença não é contagiosa. - RICARDO, você vai ficar bom?

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- Claro que vou! Se eu tomar o remédio direitinho, vou sarar e adivinha? Vou perder todos esses cabelos de novo!!!!! Vou ficar com a cabeça lisinha, lisinha novamente... - Sabe, tenho tanta saudade de quando eu não tinha essas coisas cabeludas em mim... não adianta cortar que crescem ainda mais... tem que esperar cair, mas isso só vai acontecer quando eu ficar completamente curado.

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Despedimo-nos prometendo brincar no recreio do outro dia, mas RICARDO não apareceu. A professora dele me disse que ele tinha ido fazer uns exames de sangue pra saber como andava a sua saúde, pois os remédios eram muito fortes. Fiquei apreensiva, pois queria muito que ele ficasse bom logo e pudesse perder aqueles cabelos todos.... Como ele não veio na aula a semana inteira, organizei um grupo de amigos e fomos todos à sua casa. Eu expliquei pra todo mundo que aquilo não era contagioso e que não tinha nada de mais em ficar com cabelos, já que ele não iria ficar assim para sempre. Falei até, que havia um planeta chamado TERRA onde todo mundo tinha cabelo, como minha mãe me ensinou. 26


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Quando chegamos na casa dele, a mãe de RICARDO nos levou até o quarto onde ele estava e pude vê-lo todo fraquinho, magrinho, e com cabelos mais compridos ainda. Sua mãe tinha prendido seus cabelos com uma fita e ficou muito engraçado. Conversamos um pouco e brincamos de dama em sua cama. Ele ficou muito contente com a companhia de todos por lá, e contou que nunca pensou que nós fôssemos visitá-lo.

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Alguns dias se passaram e como RICARDO não melhorava, eu tive uma ideia. Conversei com meus amigos e eles toparam. Minha mãe me levou em uma loja muito chique cheia de coisas diferentes e tinha uns objetos chamados “perucas” que era de usar na cabeça para parecer que a gente tinha cabelo. Cada um de nós havia economizado a mesada e compramos as “perucas”. Uma para cada um. Aparecemos de surpresa na sua casa usando as “perucas”. Foi uma alegria para RICARDO nos ver assim. Ele deu muita risada e até saiu da cama. 30


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Aos poucos, RICARDO foi melhorando e quando percebemos, os cabelos começaram a ficar mais ralos e amarelinhos, até ficarem bem fininhos e caírem completamente. C-O-M-P-L-E-T-A-M-E-N-T-E.!!!!

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N贸s demos uma festa surpresa para ele na minha casa e comemoramos muito o fato do RICARDO TER FICADO BOM! Todos colaboraram para que RICARDO n茫o se sentisse diferente, e acabou funcionando. Em pouco tempo ele nem lembrava mais que um dia esteve doente e com cabelos.

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A mãe dele nos disse que após o pessoal aparecer de “peruca” em sua casa, ele começou a mudar totalmente. Todos tinham passado a agir naturalmente, como se ficar com cabelo fosse uma coisa normal, e isso foi muito importante para a melhora da saúde de RICARDO. Todos nós ficamos muito orgulhosos por termos colaborado para que RICARDO ficasse bom e não se sentisse diferente. Minha mãe me ensinou que por dentro somos todos semelhantes, que alma não tem cabelo, e que para DEUS somos todos iguais. 36


FIM

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Visão Missão

Contribuir para a erradicação do câncer infanto - juvenil

Trabalhar pela prevenção do câncer em crianças e adolescentes, abrigá-los e assisti-los com qualidade


A Associação dos Amigos das Crianças com Câncer/MS é uma instituição sem fins lucrativos, que tem por finalidade oferecer condições para o diagnóstico e tratamento à crianças e adolescentes com câncer Sua clientela é oriunda de famílias de baixa renda, de Campo Grande, bem como de outros municípios e estados.


http://www.aacc-ms.org.br/#/como-ajudar • Ligando para nossa Estação Solidária: 67 3322.80000 • Através de doações mensais, em até 12x pelo cartão Visa • Através depósito em conta Banco do Brasil, Ag. 3496-7, C.C. 1968-2 • Através de boleto bancário do HSBC • Sendo voluntário • Tornando-se uma Empresa Amiga da AACC/MS • Adquirindo produtos da cozinha de produção • Doando brinquedos, calçados, roupas e alimentos Av. Ernesto Geisel, 3475 | Orpehu Baís | Campo Grnade/MS




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