Revista MoV.Cidade nº 01 - O Vazio
Corpo Nuvem, performance na Galeria Homero Massena 2020, por Natalie Mirêdia
CORPO
ARTE
aforismos poéticos reflexões sobre o corpo Por Natalie Mirêdia
Do Fragmento e do Desejo É dada, como pressuposto, a repartição do conhecimento e de suas práticas. Porém, percebem-se movimentos – independentes e ainda assim afins – para reconectar esses saberes separados. Os modos de existência partilhados não são expressões da natureza, mas sim criações culturalmente fabuladas. Existe uma alegria imanente ao desejo, como se ele fosse completo, recheado de si mesmo; ao desejo nada falta, ele preenche-se de si próprio e erige seu campo de imanência. O desejo é potência de agenciamento, seja ele artístico, científico, místico, político, seja de que natureza for, será construído pedaço a pedaço, em lugares, condições e técnicas que não se deixam reduzir umas às outras e pela coletividade.
Dos territórios internos O conceito de território é utilizado para delimitar e evidenciar a hierarquia existente nos espaços imaginados geograficamente, ou seja, no contexto geopolítico. Territórios, quando internos, se tornam metáforas para aludir ao que é subjetivo e pertencente ao próprio indivíduo. Dessa forma, gera-se fricção sobre questões relacionadas à identidade, à tolerância e à ideologia dos corpos e seu uso no âmbito artístico. Vivenciar o corpo em situações não convencionais expande a nossa percepção sobre a existência humana, levando-nos a sensações até então nunca experimentadas. O corpo na arte e na vida se torna potência expressiva quando das interações e trocas com o entorno social, político, histórico, familiar, subjetivo, poético, cotidiano e urbano.
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Natalie Mirêdia é mestranda na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo em Artes Visuais. Possui pesquisa na área de Teoria e História da Arte Moderna e Contemporânea e Processos Criativos. Trabalha com performance, fotografia, vídeo, objeto e instalação.