TRABALHAMOS COM CRIANÇAS, SUAS FAMÍLIAS E COMUNIDADES PARA QUE ATINJAM O SEU POTENCIAL MÁXIMO ATRAVÉS DA ABORDAGEM DAS CAUSAS DA POBREZA E DA INJUSTIÇA
RELATÓRIO ANUAL 2013
WORLD VISION-MOÇAMBIQUE PELO BEM-ESTAR DA CRIANÇA
2013
RELATÓRIO DE IMPACTO O PRESENTE RELATÓRIO É PARTE INTEGRANTE DA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO E DO EXERCÍCIO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS E TRANSPARÊNCIA DA WORLD VISION-MOÇAMBIQUE. PROCURANDO ESPELHAR OS IMPACTOS E RESUMIR AS ACÇÕES DESENVOLVIDAS NO DECORRER DO ANO FISCAL DE 2013
“Se olhar para trás… lembro-me muito bem! Nós evoluímos muito. Hoje temos água potável para beber, escolas, professores treinados, agricultores a melhorarem sua produção. Até a educação é mais valorizada hoje. Temos técnicos, professores e engenheiros que estudaram...Tudo graças ao trabalho com a World Vision-Moçambique.”
José Mulenco, Mulharia, ex-criança patrocinada. 23 anos, técnico de agricultura e dá assistência a cerca de 500 agricultores
ÍNDICE
WORLD VISION EM MOÇAMBIQUE
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QUEM SOMOS E O QUE FAZEMOS?
BEM-ESTAR DA CRIANÇA
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META 1 - Bem-estar
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META 2 E 3 - Nutrição e Saúde
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META 2
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META 3
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META 4 - Educação
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EMERGÊNCIA E REABILITAÇÃO
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PATROCÍNIO À CRIANÇA
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MOVIMENTAÇÕES FINANCEIRAS
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JUNTOS PELO BEM-ESTAR DA CRIANÇA
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WORLD VISION EM MOÇAMBIQUE A WORLD VISION É UMA ORGANIZAÇÃO CRISTÃ FUNDADA EM 1950, CUJOS ESFORÇOS PARA A REDUÇÃO DA POBREZA E SUAS CAUSAS TÊM SIDO AMPLAMENTE RECONHECIDOS NOS MAIS DE 90 PAISES ONDE OPERA ACTUALMENTE. A World Vision procura responder às necessidades expressas pelas comunidades através de projectos de desenvolvimento sustentáveis, integrados e de longa duração, sem no entanto, deixar de assistir às vitimas de conflitos ou catástrofes através de programas de auxilio de emergência que potenciam o acesso a abrigo, cuidados de saúde e alimento.
contexto de paz, a World Vision-Moçambique participou no reassentamento de 1,5 milhões de refugiados e manteve o compromisso assumido com as comunidades, e em especial com as crianças moçambicanas, no sentido de construir um futuro melhor.
Actuando em Moçambique desde 1983, a World Vision-Moçambique prestou auxílio a milhares de deslocados durante o período de guerra civil. Em 1992, finalmente em
sempre novas estratégias para responder às necessidades dos mais pobres de forma eficaz e integrada, mantendo o seu papel activo na melhoria das condições de vida
de cerca de 3,5 milhões de moçambicanos que directa ou indirectamente participam e beneficiam dos programas e projectos nas seguintes áreas:
Educação Saúde Assim, a World Vision-Moçambique tem-se Nutrição adaptado ao contexto do país, participando Advocacia e Protecção à criança dos seus progressos e desafios e procurando Emergência e reabilitação
“Eles (World Vision-Moçambique) fizeram um poço perto da minha casa [cerca de um quilómetro] onde passei a ir buscar água. Já não vou buscar água à noite e como não tem filas posso ir a qualquer hora. A escola onde eu vou agora foi construída pelos voluntários da comunidade e da World Vision. As pessoas da comunidade, e o meu tio também, produziram tijolos e ajudaram a construir as salas de aula. Eles (World Vision-Moçambique) ajudaram com outros materiais como o cimento, chapas de zinco.. e puseram carteiras escolares. O meu tio faz parte de um grupo de camponeses capacitados pela World Vision. Eles aumentaram a produção verduras, couves, cenouras.. uma parte nós serve para nós comermos e outra é para vender”. Lurdes Ntapalapa, 14 anos, Nihessiue
MOMENTOS QUE MARCAM
A NOSSA HISTÓRIA 1983
Início das operações no auge da Guerra civil providenciando ajuda de emergência para três milhões de deslocados e refugiados no centro de Moçambique
1994 1997
Contribui com programa de reconstrução pós-guerra
2000
Ajuda a salvar vidas das pessoas afectadas pelas cheias, descritas como as piores na história mais recente de Moçambique. Na província de Gaza cerca de 30, 000 pessoas beneficiaram de kits de assistência. A World Vision-Moçambique participou no reassentamento de 22, 000 sobreviventes das cheias.
Com o fim da Guerra civil, a World VisionMoçambique par ticipou no reassentamento de 1.5 milhões de moçambicanos refugiados e deslocados pela guerra
1992 1994
1998
Muda a sua actuação para os programas de desenvolvimento, dando início ao seu primeiro Programa de Desenvolvimento de Área em Namacurra, província da Zambézia. O programa de Patrocínio à Criança tornou-se num dos primeiros sucessos em desenvolvimento, assistindo a mais de 100, 000 crianças em menos de uma década
2001
Providencia assistência de cerca de 60,000 vitímas das cheias no centro de país Cria o Conselho Consultivo presidido pelo Bispo Dinis Salomão Sengulane JORNAL NOTÍCIAS 07.07.89
JORNAL NOTÍCIAS 09.03.93
JORNAL NOTÍCIAS 07.01.94
JORNAL NOTÍCIAS 27.12.94
JORNAL NOTÍCIAS 27.06.95
2013 JORNAL NOTÍCIAS 30.01.94
JORNAL NOTÍCIAS 08.06.05
JORNAL NOTÍCIAS 11.10.10
JORNAL NOTÍCIAS 10.07.12
Trabalha com e para 3.5 milhões de Moçambicanos, das quais a maioria são crianças órfãs e vulneráveis.
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MOÇAMBIQUE População: 25.20 milhões População com idade inferior a 18 anos: 53.6% Crescimento populacional anual: 2.7 Índice de Desenvolvimento Humano: 0,327 (classificado em 185º de 187 paises em 2013) Literacia Feminina: 33% Esperança media de vida à nascença: 50 anos Mortalidade materna: 408 por cada 100 000 partos Mortalidade neonatal: 34 Prevalência de HIV entre adultos dos 15 aos 49: 11,5% Mortalidade infantil (menores de 5 anos): 103/1000 Mortalidade infantil (menores de 1 ano): 72 /1000 Desde a assinatura dos Acordos de Paz de 1992, Moçambique tem sido visto como uma das mais bem sucedidas histórias de reconstrução pós-guerra e recuperação económica em África. O país realizou as suas quartas eleições legislativas e presidenciais pacíficas em Dezembro de 2009, reafirmando o seu compromisso com a estabilidade política, a governação democrática e reconciliação nacional. Apesar dos muitos esforços, muitos desafios sociais permanecem. Moçambique continua a ser um dos países mais pobres do mundo e ficou em 172 de 177 no UNDP 2007/08 Índice de Desenvolvimento Humano e 185 de 187 no mesmo relatório em 2013. Subjacente a todos esses desafios está a vulnerabilidade do país aos efeitos combinados de três factores: desastres e catástrofes naturais prolongadas, a forte incidência de HIV/SIDA entre a população em idade activa e a fraca capacidade na prestação de serviços sociais básicos. Moçambique sofre de secas recorrentes, particularmente em áreas semiáridas que resultam na insegurança alimentar e nutricional e no reduzido acesso à água potável e saneamento básico nas áreas afectadas. Por outro lado, o país é propenso a emergências súbitas, como ciclones e cheias, resultando na perda de machambas (hortas), surtos de cólera e altos níveis de diarreia entre as crianças, particularmente nas áreas rurais.
QUEM SOMOS?
World Vision é uma organização cristã de ajuda, desenvolvimento e promoção da justiça, dedicada ao trabalho com as crianças, suas famílias e comunidades em todo o mundo, para que estas atinjam seu potencial máximo através da abordagem das causas da pobreza e da injustiça. A World Vision está ao serviço de todos independente da sua religião, raça, etnia ou género.
MISSÃO
World Vision é uma Parceria Internacional de Cristãos cuja missão é: Seguir o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo no trabalho com os pobres e oprimidos para promover a transformação humana, promovendo a justiça e as boas novas do Reino de Deus.
VALORES
Somos Cristãos Estamos comprometidos com os pobres Valorizamos as pessoas Somos mordomos Somos parceiros Somos sensíveis
VISÃO
A nossa visão para cada criança, a vida em toda a sua plenitude. A nossa oração para todo o coração: querer é poder.
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QUEM SOMOS?
107 501 CRIANÇAS REGISTADAS 85 640 CRIANÇAS PATROCINADAS
DIRECTORA NACIONAL
GISLA DEWEY
“2013 foi um ano emocionante para a World Vision-Moçambique! Na primavera a nossa organização estendeu a mão a centenas de milhares de pessoas atingidas pelas cheias, respondendo à emergência humanitária, na província de Gaza, com a distribuição de alimentos e produtos não alimentares. Este ano foi, também, um ano de celebração! Comemorámos o nosso 30º aniversário com um novo selo postal e um jantar de gala intitulado “Juntos pelo Bem-estar da Criança”. O evento, que pretendemos que se repita anualmente, contou com ilustres representantes da sociedade moçambicana e, em combinação com uma iniciativa de angariação de fundos a nível nacional gerou cerca de 30 000 dólares americanos em dinheiro e em espécie, gentilmente doados por empresas. Os valores angariados estão a ser aplicados na melhoria do acesso à água limpa das comunidades mais vulneráveis em Gaza. A todos vós, mais uma vez o nosso mais profundo agradecimento! Depois de muitos anos de serviço voluntário de valor inestimável, alguns dos nossos mais antigos membros do Conselho Consultivo aposentaram-se. O seu apoio e contribuição serão sempre reconhecidos e merecedores do nosso mais elevado apreço. Novos membros do Conselho Consultivo, com diferentes perfis profissionais, integraram o Conselho Consultivo e começaram, desde logo, a contribuir para a busca contínua pelo reforço da nossa governança. A capacitação do pessoal continuou este ano, o que irá contribuir para a eficiência e eficácia de nossos programas no decorrer do próximo ano fiscal. 2013 foi um ano excepcional para a World Vision-Moçambique e o palco está montado para mais e melhores programas nos anos que se avizinham. Sempre, pelo bem-estar da criança.”
Gisla Dewey EQUIPA SENIOR DE GESTÃO VENTURA MARCOS MAZULA - DIRECTOR NACIONAL ADJUNTO ELEUTÉRIO FENITA - DIRECTOR EXECUTIVO ASSOCIADO CHRISTINE BEASLEY - DIRECTORA PARA A QUALIDADE DE PROGRAMAS JOHN MWALE - DIRECTOR FINANCEIRO INTERINO CALLUM NEWMAN - DIRECTOR DE PROGRAMAS INTEGRADOS ODETE SOARES - DIRECTORA PESSOAS E CULTURA
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PRESIDENTE CONSELHO CONSULTIVO
BISPO DINIS SENGULANE
“É com muita esperança que olho para o futuro da World Vision-Moçambique. Olho o futuro da World Vision-Moçambique como um grande desafio e como uma grande oportunidade. Olhamos para este mundo que tanto precisa da cura. E a World Vision é como a mão de Deus a curar o mundo, a curar as feridas do mundo. Não pode curar o mundo completamente, mas, pelo menos, vai curando algumas feridas e esperamos que isso mantenha o mundo . É como eu vejo quando olho para estas várias dificuldades que surgiram no mundo e olho para as grandes necessidades de Moçambique. Acho que a World Vision-Moçambique é uma mão que pode, com toda humildade mas ao mesmo tempo com orgulho, dizer que é a mão de Deus a curar o mundo”.
Bispo Dinis Sengulane “Hoje tenho uma horta grande e forneço hortícolas a todo o povoado de Muchamba, com os lucros consegui adquirir uma moageira de farinação de cereais, ajudando assim no encurtamento das distâncias que as pessoas do povoado percorriam para moer seus cereais.” Fanuel Manganimanja, agricultor na província de Tete
CONSELHO CONSULTIVO Firmino Mucavele Doutoramento em Food and Resource Economics pela Universidade de Michigan State (E.U.A.). Licenciado com Distinção em Agronomia pela Universidade Eduardo Mondlane
José Manuel Otolino de Sousa Mestrado em Antropologia Cultural pela Universidade de Sobronne (França), Bacharelato em Desenvolvimento - Desenvolvimento Rural pela Sealy Oaky College, Birmingham University
Stella de Sousa Pinto Pós-graduação em Gestão de SIDA e HIV pela Universidade de Stellenbosch (Cape Town) em colaboração com MEDUNSA (Pretória). Diploma em Economia pela Universidade Eduardo Mondlane
Luís Henriques Zaqueu Mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Monash (Austrália), Bacharelato em Comunicações pela Daystar University College do Quênia. Diploma em Social and Youth Work pela Mindolo Ecumenical Foundation (Zâmbia)
Martinho do Carmo Dgedge Doutoramento em Saúde Publica, Mestrado em Saúde Comunitária em Países em Desenvolvimento ambos pela London School of Hygiene and Tropical Science no Reino Unido. Licenciado em Medicina pela Universidade Eduardo Mondlane
Josina Abreu Assis da Costa Viegas Bacharelato em Educação pela Universidade Eduardo Mondlane. Bacharelato em Teologia e Ensino Religioso pela FASSEM (Brasil)
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57 350 PESSOAS ALCANÇADAS ATRAVÉS DAS CAMPANHAS DE NUTRIÇÃO CERCA DE 800 000 CRIANÇAS PARTICIPARAM NAS ACTIVIDADES DA ORGANIZAÇÃO MAIS DE 240 000 PESSOAS ASSISTIDAS DURANTE AS CHEIAS DE 2013
O QUE FAZEMOS? Actualmente, a World Vision-Moçambique beneficia mais de 3,5 milhões de pessoas através de 32 programas de desenvolvimento comunitário sustentável denominados Programas de Desenvolvimento de Área (ADPs) e de outros programas e projectos de financiamento privado. O Programa de Patrocínio à Criança permite financiar os 32 ADPs, promovendo uma transformação económica e social alargada, sustentável e focada no bem-estar da criança. Esta é a principal estratégia operativa da World Vision-Moçambique e integra diversas temáticas de actuação, apostando sempre na capacitação para a gestão local do desenvolvimento de forma a garantir a apropriação dos programas e o protagonismo das comunidades no seu próprio desenvolvimento. Os programas de financiamento privado denominados projectos especiais permitem à WorldVision-Moçambique complementar a sua intervenção, respondendo a necessidades específicas das comunidades, são exemplos: Global Fund – Malaria, OGUMANIHA, Ocluvela, entre outros.
O QUE PRETENDEMOS? A World Vision-Moçambique ambiciona um Moçambique onde as crianças possam usufruir dos seus direitos e vivem em Amor e Paz. Com a nova estratégia a World Vision-Moçambique pretende contribuir, de forma significativa e mensurável, para o bem-estar de 1 milhão de rapazes e raparigas vulneráveis (incluindo crianças registadas).
METAS As Crianças reconhecem uma melhoria dos índices de bem-estar Aumento do número de crianças bem nutridas Aumento do número de crianças protegidas de doenças e infecções Aumento do número de crianças que sabem ler e escrever aos 11 anos de idade
PRIORIDADES ESTRATÉGICAS Serviço ao Cliente Processos Internos Aprendizagem e Crescimento Finanças e Recursos Para efeitos do presente relatório apenas serão apresentados os dados referentes ao Serviço ao Cliente
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O QUE FAZEMOS?
Até 2015, a WorldVision-Moçambique irá contribuir, de forma significativa e mensurável, para o bem-estar de 1 milhão de rapazes e raparigas vulneráveis.
BEM-ESTAR DA CRIANÇA A WORLD VISION DESEJA QUE TODAS AS CRIANÇAS TENHAM A OPORTUNIDADE DE VIVER A VIDA EM TODA A SUA PLENITUDE. COMO UMA ORGANIZAÇÃO CENTRADA NA CRIANÇA, O BEM-ESTAR SUSTENTADO DAS CRIANÇAS NO SEIO DAS SUAS FAMÍLIAS E COMUNIDADES É O CERNE DA SUA MISSÃO E VISÃO. Depois de mais de 60 anos a trabalhar para melhorar a vida das crianças, a World Vision definiu e enquadrou o seu modelo de intervenção através das Aspirações para o Bem-estar da Criança. Guiada por estas aspirações, a organização trabalha com parceiros, nos diferentes países, capacitando crianças e comunidades para serem agentes de mudança e promovendo famílias resilientes e seguras de forma a contribuir para resultados efectivos e mensuráveis de bem-estar infantil.
de uma boa vida para as crianças, mas sim usá-los como catalisadores de acção junto das famílias, comunidades e parceiros. Os resultados guiam a estratégia da World Vision a nível mundial e, consequentemente, as opções operativas e programáticas que a World Vision-Moçambique toma a nível nacional.
Estas aspirações descrevem as condições que a World Vision pretende ver na vida de todas as crianças para que estas possam experimentar a vida em sua toda a sua plenitude, integrando, numa perspectiva holística, diversos aspectos como a saúde física e mental, os relacionamentos positivos por elas estabelecidos e o contexto que lhes proporciona segurança, justiça social e promove a sua participação na sociedade civil.
AS CRIANÇAS GOZAM DE BOA SAÚDE
Os Resultados de Bem-estar Infantil oferecem uma definição prática de como a World Vision entende o bem-estar das crianças descrevendo a sua contribuição para o bem-estar das crianças e servindo de suporte para as aspirações. Com estes resultados, não se pretende impor uma definição
ASPIRAÇÕES DE BEM-ESTAR DA CRIANÇA:
AS CRIANÇAS SÃO EDUCADAS PARA A VIDA AS CRIANÇAS EXPERIMENTAM O AMOR DE DEUS E DOS SEUS VIZINHOS AS CRIANÇAS SÃO ACARINHADAS, PROTEGIDAS E PARTICIPAM
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ASPIRAÇÕES E RESULTADOS AS CRIANÇAS EXPERIMENTAM O AMOR DE DEUS E DOS SEUS VIZINHOS AS CRIANÇAS GOZAM DE BOA SAÚDE Boa saúde é a base sobre a qual se constrói um futuro promissor. Através dos seus programas e projectos a World Vision-Moçambique ajuda mães e filhos a alcançar bons níveis de nutrição, proteger-se contra a infecções e doenças e ter acesso a cuidados essenciais de saúde. Por outro lado, o acesso a alimentos nutritivos é um alicerce fundamental para o crescimento saudável das crianças moçambicanas, assim como o acesso à água potável e boa higiene são essenciais para o bem-estar físico das mesmas. RESULTADOS: As crianças estão bem nutridas As crianças estão protegidas de infecções, doenças e lesões As crianças e seus cuidadores têm acesso aos serviços essenciais de saúde
AS CRIANÇAS SÃO EDUCADAS PARA A VIDA Uma vida sem educação é uma vida sem oportunidades. A World Vision ajuda as crianças, especialmente aquelas que se encontram em situações de particular vulnerabilidade, a aceder a educação de qualidade para que possam atingir níveis funcionais de alfabetização, cálculo e competências essenciais para a sua vida futura. Quando as crianças podem ler, demonstram maior capacidade para entender e defender os seus direitos e dos seus familiares. RESULTADOS As crianças lêem, escrevem e têm competências de numeracia As crianças fazem bons julgamentos, são capazes se proteger a si mesmas, gerir emoções e comunicar ideias Os adolescentes estão preparados para agarrar oportunidades económicas As crianças completam a educação básica
Tanto o cuidado físico como o cuidado espiritual são essenciais para o bem-estar geral de todos os meninos e meninas. A educação espiritual ajuda as crianças a moldar sua visão de si mesmos, dos outros e de Deus. RESULTADOS As crianças experienciam o amor de Deus num ambiente que reconhece a sua liberdade As crianças desfrutam de relações positivas com os seus pares, colegas, membros da família e comunidade As crianças cuidam dos seus pares e do ambiente As crianças têm esperança e uma visão para o futuro
AS CRIANÇAS SÃO ACARINHADAS, PROTEGIDAS E PARTICIPAM As crianças precisam de ser acarinhadas por comunidades e famílias seguras. Crianças acarinhadas e que se sentem seguras crescem em auto-estima e têm mais probabilidades de ser bem sucedidas. Por outro lado, as crianças precisam ser capazes de dizer o que pensam sobre as decisões que afectam as suas vidas. As famílias, escolas e comunidades devem garantir que nada irá prejudicar o seu crescimento pleno, saudável e feliz. Proteger as crianças do abuso, da exploração e da negligência é fundamental para o cumprimento dos seus direitos e é uma das expressões mais básicas de justiça. RESULTADOS As crianças são acarinhadas numa família e comunidade que cuida, protege e dispões de lugares seguros para brincar. Os pais ou educadores são capazes de sustentar as crianças As crianças são celebradas e registadas à nascença A participação das crianças nas decisões que afectam as suas vidas é ouvida e respeitada
METAS PARA O BEM-ESTAR DA CRIANÇA A Metas estabelecidas pela World Vision-Moçambique para o bem-estar são cruciais para o desenvolvimento do seu trabalho e para alcançar as aspirações de bem-estar infantil. São objectivos que reflectem as prioridades estratégicas a nível nacional de acordo com as necessidades expressas pelas comunidades que servimos.
METAS: As crianças reconhecem uma melhoria dos índices de bem-estar (idades 12-18) Aumento do número de crianças bem nutridas (idades 0-5) Aumento do número de crianças protegidas de doenças e infecções (idades 0-5) Aumento do número de crianças que sabem ler e escrever aos 11 anos de idade (até aos 11 anos de idade)
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METAS O estabelecimento de metas permite à World Vision-Moçambique concentrar, alinhar e avaliar a eficácia das suas estratégias, programas e investimento de recursos fornecendo provas da contribuição da World Vision-Moçambique para os resultados de bem-estar infantil e assegurando clareza e transparência perante as crianças, as comunidades e os doadores que servimos. As metas acima descritas, estão integradas na estratégia nacional para o período de 2013-2015 e vigoram no planeamento operacional e nos mecanismos de monitoria e avaliação adjacentes através de indicadores específicos.
META 1
AS CRIANÇAS RECONHECEM UMA MELHORIA DOS ÍNDICES DE BEM-ESTAR Dados recentes mostram que cerca de 52% das raparigas moçambicanas casam antes de atingir a maioridade, 18% das quais casam antes dos 15 anos. Por outro lado, são ainda milhares as crianças que entre os 7 e os 17 anos que são forçadas a participar em algum tipo de actividade laboral fazendo trabalhos domésticos exagerados para a sua idade ou trabalhando como empregadas ou vendedoras no mercado informal, o que impossibilita não só a sua dedicação e continuidade na escola mas, também o vivenciar da infância na sua plenitude. Estas crianças, em especial as raparigas, são particularmente vulneráveis ao abuso sexual, verbal, físico e psicológico. Para a construção de um futuro melhor para as crianças moçambicanas, a World Vision-Moçambique compromete-se com a promoção da justiça procurando, através de estratégias de advocacia e protecção da criança, abordar as causas estruturais e sistémicas da pobreza e possibilitar a mudança de políticas, práticas e atitudes que perpetuam as desigualdades e desrespeitam os direitos humanos no geral, e os direitos da criança em particular. Assim, a advocacia é tida como uma forma de influenciar decisores, legislações e comportamentos, actuando a dois níveis complementares: a influência política e o empowerment dos cidadãos através da promoção do diálogo e da negociação. Neste sentido, a World Vision-Moçambique prima por priorizar as estratégias de advocacia lideradas pelas próprias crianças e pelas comunidades em que estas estão inseridas visando, assim, contribuir para a formulação de políticas mais justas, bem como para a implementação e acompanhamento das políticas existentes de forma a assegurar que os direitos das crianças são respeitados. Para tal, a World Vision-Moçambique tem vindo a desenvolver a capacidade de resposta das comunidades, adultos, jovens e crianças, reforçando a sua consciencialização sobre a protecção
das crianças e seus direitos e promovendo o seu envolvimento e interacção com os decisores políticos. O QUE PRETENDEMOS? Contribuir para um ambiente amigo da criança e para a melhoria da protecção à criança através de: Mais e melhor envolvimento e diálogo entre as comunidades (incluindo as crianças) e os decisores políticos Mais oportunidades para as crianças crescerem e serem protegidas pelas suas famílias e comunidades Esta meta reflecte o compromisso da World Vision-Moçambique em sensibilizar, capacitar e informar sobre os direitos da criança e sobre os princípios e mecanismos de protecção à criança. Por outro lado, num contexto em que o abuso sexual, a violência doméstica contra as crianças e o casamento precoce são, ainda, desafios alarmantes torna-se fundamental fortalecer os mecanismos comunitários de protecção à criança e assegurar o seu bem-estar. Os resultados da experiência dos últimos anos fazem crer que as acções desenvolvidas têm promovido mudanças significativas, nomeadamente no que diz respeito a uma maior consciencialização e responsabilização colectiva pelo bem-estar das crianças, bem como uma maior valorização da importância e do papel da advocacia na melhoria das suas condições de vida. Assim, verifica-se uma elevação do conhecimento da comunidade sobre as leis e outros instrumentos legais, e uma maior participação de todos, incluindo das próprias crianças, na disseminação e defesa dos seus direitos.
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SECTOR ENVOLVIDOS Advocacia e Protecção à criança
Estes projectos têm por base um modelo de 3 fases: a Prevenção, Protecção e Restauração. A Prevenção consiste em acções de sensibilização e educação com vista à criação de um ambiente protector da criança. São exemplos das actividades de prevenção, os treinamentos dos agentes e técnicos de saúde, nos hospitais e centros de saúde, em conhecimentos básicos de medicina legal para que possam detectar e encaminhar os incidentes à protecção da criança; e a divulgação do código de conduta do professor efectuada em parceria com a Organização Nacional dos Professores. A Protecção, referente ao reporte, monitoria e seguimento dos casos nos sistemas de referência visando, paralelamente, reforçar estes sistemas e serviços de referência e fortalecer a sua capacidade de resposta aos incidentes que colocam em causa o bem-estar da criança (incidentes de protecção à criança). E a Restauração que consiste no apoio psicossocial prestado às vítimas. Assim, para além da capacitação destes serviços e sistemas, é feito o acompanhamento permanente destes incidentes de forma a garantir que é feita a denúncia e que o devido seguimento é dado pelas autoridades até que seja atribuída a justa sentença ao agressor.
PRINCIPAIS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2013: Adopção pelo Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia do distrito de Mandjacaze, de um regulamento proibindo alunos de fazer trabalhos domésticos nas habitações dos professores que irá beneficiar as crianças dos 3 ADPs de Mandjacaze Promoção da Participação da Criança através de Parlamentos Infantis Capacitação e apoio aos Conselhos de Advocacia no desenvolvimento de advocacia liderada pela comunidade Sensibilização e prevenção de casamentos prematuros em parceria com outras organizações da sociedade civil como UNICEF, ACTIONAID, ROSC, Rede da Criança, entre outras Reprodução e distribuição de material informativo simplificado sobre a legislação referente á protecção da criança Capacitação sobre legislação referente à protecção da criança em parceria com o Gabinete de Atendimento á Mulher e Criança Vitima de Violência Capacitação das lideranças comunitárias em matéria de advocacia e protecção da criança Programas de sensibilização nas rádios comunitárias desenvolvidos e dinamizados por crianças e jovens Capacitação de actores chave para a denúncia e intervenção nos casos de abuso, maus tratos e/ou exploração Dinamização dos Prémios de promoção dos Direitos, Talentos e Protecção da criança Reporte e acompanhamento dos incidentes de protecção à criança Reforço dos sistemas e serviços referenciais existentes (formais e informais) A World Vision-Moçambique desenvolve nos 32 ADPs, actividades de advocacia que visam sensibilizar e capacitar as comunidades, incluindo as crianças, a participarem activamente nas decisões que afectam as suas vidas e a dialogarem, de forma construtiva com as autoridades incluindo, os organismos do governo local, provincial e nacional. Para além destas acções regulares, estão a ser implementados projectos de protecção à criança que abrangem todos os ADPs de Gaza e em 6 ADPs de Tete. As províncias de Nampula e Zambézia serão abrangidas no decorrer do próximo ano fiscal.
Relativamente á monitoria e acompanhamento dos incidentes de protecção à criança nos 9 ADPs da província de Gaza, verificaram-se um total de 128 incidentes, sendo as violações (20.3%), os abusos sexuais (18%), o casamento precoce (16.4%) e a violência física (14.1%) os incidentes que mais se repetem. Os ADPs de Ahikulene e Ukane foram os que reportaram menos casos de incidentes (8) enquanto Alto Changane reportou o maior número de casos. No total dos 128 incidentes, 109 (85.2%) aconteceram com raparigas e são na sua maioria casos de abuso sexual (23), casamento precoce (21) e violações (25). Relativamente aos rapazes, dos 19 casos reportados a sua maioria referem-se a violência física (9), embora existam também situações de suspeita de tráfico (3) e tratamento negligente (2). Todos os casos que ponham em causa a saúde, o bem-estar e o futuro das crianças são identificados e reportados e devem receber o encaminhamento adequado por parte dos sistemas referenciais de forma a que culminem com a justa sentença atribuída ao agressor em tribunal.
Dos 128 casos reportados em Gaza, 90 estão ainda em fase de preparação, isto é entre a família e a policia; 18 estão em investigação na procuradoria e 20 foram concluídos tendo o agressor sido sentenciado de acordo com a crime cometido. Por outro lado, para monitorar a evolução do índice de bem-estar infantil nas comunidades de que é parceira, a World VisionMoçambique utiliza vários indicadores relativos à percepção das crianças e jovens sobre si mesmos e sobre os contextos onde estão inseridos e de que forma estes contribuem para que os jovens ocupem o seu tempo e utilizem as suas competências de forma construtiva. Para tal, os jovens (12 a 18 anos) avaliam o seu conhecimento e atitudes perante potenciais riscos para a sua saúde e bem-estar físico e emocional, bem como as redes de suporte que têm disponíveis e o comportamento dos seus pares. São exemplos dos aspectos avaliados pelos jovens consumo de bebidas alcoólicas, a violência física, relações sexuais, HIV/SIDA. A ultima avaliação demonstra que 22,6% dos jovens entre os 12-18 anos de idade reportam elevados níveis de bem-estar. Os mesmos jovens reportam, também uma redução significativa nos problemas de saúde, menos preocupações, abusos e tristeza e/ou raiva e um aumento dos níveis de alegria, respeito e interesse.
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TESTEMUNHOS Apolinário é um membro activo do Parlamento Infantil em Macuacua desde 2007 e é o actual Presidente do Parlamento Infantil do Distrito de Mandlakaze. O jovem de 16 anos sonha em ser advogado quando crescer. “Quero conhecer as leis e ajudar as pessoas que precisam de apoio jurídico, principalmente as crianças pois são mais vulneráveis. Eu quero ser capaz de educar e conscientizar as pessoas sobre a lei. Tenho visto que a maioria das pessoas não têm conhecimento sobre as leis em vigor, até mesmo alguns agentes da polícia.” Sobre a protecção à criança Apolinário conta: “relatámos um incidente que ocorreu em abril de 2013 numa das nossas comunidades. Era o caso de uma menina de 12 anos que foi violada pelo seu padrasto. Este caso foi relatado à polícia local e seguiu todos os procedimentos normais, o autor do crime foi preso e até à data ainda está sob custódia. Tenho muito orgulho em fazer parte do Parlamento Infantil.” Apolinário Joaquim Tivane, 16 anos, Hluvuko ADP, Distrito Mandlakaze. “Em matéria de protecção à criança temos relatado casos de incidentes, também temos tentado aumentar a consciência de todos os que acompanham as crianças em ambientes escolares e nas comunidades, falamos com adultos e crianças. Agora, algumas crianças e membros da comunidade chamam-nos para nos informar sobre incidentes ocorridos para que possamos ajudá-los a denunciar. Este é um sinal de que as pessoas nos conhecem e valorizam o trabalho do Parlamento infantil em Mazucane. Relatámos um incidente de Proteção à Criança da comunidade, onde um professor violou uma estudante de 9 anos de uma das escolas de Mangunze. Com o nosso apoio, a menina contou o que aconteceu e o caso foi até à sede do distrito e chegou ao tribunal. Esse professor ainda está prisão.” Graça Manuel Nhamuwave, 15 anos, Mazucane, Distrito de Mandlakaze. “Eu estava ansioso para ter a oportunidade de treinar outros colegas no hospital distrital e nos centros de saúde, mas não tinha os recursos para seguir em frente. Era preocupante para mim ver colegas a fazer avaliações periciais sem formação e orientação adequadas. A World Vision-Moçambique estabeleceu esta parceria connosco e agora estou confiante que, deste exercício conjunto, irão resultar relatórios médicos forenses de boa qualidade”. Momad Correia, médico, ponto focal provincial de medicina forense que, juntamente com Dino Lopes (médico generalista) e Raimundo Freitas (psicólogo) treinou 48 profissionais de saúde de Mandlakaze, entre eles médicos, técnicos de saúde e enfermeiros para que possam fazer a devida análise, acompanhamento das crianças vitimas de qualquer tipo de incidentes.
META 2 e 3
AUMENTO DO NÚMERO DE CRIANÇAS BEM NUTRIDAS AUMENTO DO NÚMERO DE CRIANÇAS PROTEGIDAS DE DOENÇAS E INFECÇÕES Embora se registem alguns progressos no que diz respeito à saúde, saneamento e nutrição em Moçambique, o país enfrenta ainda vários desafios, sendo um dos principais a acentuada prevalência do HIV/SIDA entre a população activa. No entanto, também outras doenças possíveis de prevenir e tratar fazem com que a mortalidade, em particular das crianças e mulheres seja, ainda, demasiado alta. A malária mata cerca de 2000 pessoas por ano e outras doenças relacionadas com a água e o saneamento são bastante frequentes nas zonas rurais. A taxa de mortalidade entre os menores de cinco anos decaiu de 153 mortes por 1.000 nados vivos em 2003 para 97 em 2011*, mas Moçambique continua a registar uma das maiores taxas de mortalidade infantil do mundo e as assimetrias entre as zonas rurais e as zonas urbanas são cada vez mais evidentes. As causas da mortalidade infantil são várias e, lamentavelmente, são na sua maioria problemas comuns, tratáveis e evitáveis, como a malária, infecções respiratórias, infecções pelo HIV, falta de condições neonatais entre outros que poderiam, com o devido investimento, ser evitados. Por outro lado, dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apontam para 44% das crianças a sofrerem de desnutrição crónica. A diarreia, continua a ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil, contribuindo para quase 7% das mortes de crianças com idade inferior a 5 anos. De acordo com estudos recentes do Governo de Moçambique** a cobertura actual de água (acessibilidade) em áreas rurais é * Inquérito Demográfico e de Saúde 2011 - Ministerio da Saúde (MISAU), Instituto Nacional de Estatística (INE) e ICF International (ICFI). Moçambique ** MOPH/DNA (2012). Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR). Inquérito de Base 2011.
de 45,4% enquanto de saneamento é de 12,4%. Mais de 87% das famílias usa sistemas de saneamento não seguros e só 8,5% das famílias tem acesso a abastecimento de água e saneamento melhorados. Esta falta de acesso a água limpa e potável, o saneamento inadequado aliado a práticas indesejáveis de higiene resultam em níveis altos de diarreia e outras doenças. Também o saneamento e a higiene em contexto escolar continuam a representar um desafio a nível nacional, embora se verifiquem progressos significativos cujo impacto tem resultado em melhorias para a saúde e o bem-estar das crianças moçambicanas. Embora não seja impossível, Moçambique não está, ainda, no caminho para atingir o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio para o abastecimento de água e saneamento nas zonas rurais. A World Vision-Moçambique pretende contribuir para a melhoria da saúde e nutrição das mulheres e crianças e reduzir o impacto do HIV/SIDA nas províncias onde actua, contribuindo para a redução da mortalidade materno-infantil, bem como para a melhoria do acesso a fontes de água seguras e sustentáveis e a saneamento básico para as comunidades mais pobres e vulneráveis e crianças em idade escolar. Para tal, a World Vision-Moçambique promove programas multisectoriais que visam reforçar o envolvimento das comunidades na prevenção das doenças das crianças e a sua capacidade de resposta para prevenir a malária, diarreia, infecções respiratórias e outras doenças. Por outro lado, a World Vision-Moçambique tem procurado aumentar a participação dos líderes tradicionais nas questões relacionadas com a saúde reprodutiva, o planeamento familiar, os cuidados neonatais e as questões de género e promover a mudança social e os comportamentos positivos, a redução do estigma e da discriminação e o aumento da utilização de serviços preventivos.
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De forma a garantir o sucesso das acções implementadas, a World Vision-Moçambique faz levantamentos de necessidades regulares e desenvolve investigações nas áreas da nutrição, saúde e HIV/SIDA, o que permite adaptar melhor os projectos e programas às reais necessidades das comunidades. PRINCIPAIS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2013: 18 528 latrinas tradicionais construídas pelos agregados familiares e 635 latrinas melhoradas 17 974 casas de banho beneficiando 95.815 pessoas 3 blocos sanitários construídos 147 furos de água construídos 95 furos de água reabilitados beneficiando 28.500 pessoas Métodos de tratamento de água para o consumo: uso de certeza para purificar a água, fervura da água e uso de filtros Foram realizados 173 treinamentos nas escolas, com 11.946 participantes. Foram também sensibilizadas 1.545 famílias no tratamento de água a nível familiar 212 comunidades treinadas em matérias de praticas de higiene Foram treinados e reactivados 484 Comités de Água 267 comunidades formadas em gestão sustentável de resíduos sólidos 748 crianças malnutridas recuperadas através da abordagem POSITIVE DEVIANT/HEARTH 109 805 bebés com menos de um ano receberam suplemento de vitamina A através do programa Ogumaniha 406 005 crianças com idade inferior a 5 anos receberam suplementos de Vitamina A através do programa Ogumaniha 35 123 sessões educacionais sobre amamentação, alimentação e higiene desenvolvidas pelos Grupos de Mães e Pais 24 novos Clubes de Jovens Agricultores criados. 2088 rapazes e 2061 raparigas estão, assim, integrados num total de 156 clubes onde aprendem técnicas de agricultura de conservação e debatem outros aspectos relevantes para a sua vida como prevenção do HIV, direitos das crianças entre outros 757 928 redes mosquiteiras tratadas distribuídas 4892 professores e voluntários capacitados sobre a prevenção e tratamento da Malária 693 270 pessoas sensibilizadas sobre a prevenção e tratamento da Malária pelos professores e voluntários formados
AUMENTO DO NÚMERO DE CRIANÇAS BEM NUTRIDAS A desnutrição durante os primeiros anos tem um impacto duradouro no desenvolvimento físico e cognitivo das crianças, impedindo-as de atingir o seu potencial máximo. A redução da desnutrição crónica entre crianças menores de cinco anos é uma das principais prioridades do Governo de Moçambique. A World Vision-Moçambique reconhece que mães saudáveis criam crianças saudáveis. Como tal, a melhoria do estado nutricional das mães é fundamental para que estas tenham uma gravidez saudável e para que os seus bebes nasçam dentro do peso normal. O QUE PRETENDEMOS? Contribuir para a melhoria da condição nutricional das mães e crianças. SECTORES ENVOLVIDOS Saúde Nutrição Água e Saneamento (WASH) Agricultura Para tal, a World Vision-Moçambique baseia-se em dois modelos: Grupos de mães e Desvio Positivo/Atelier Doméstico. O primeiro modelo está a ser implementado em 31 dos 32 ADPs activos através dos Comitês de Saúde e tem em vista a alteração de comportamentos no que diz respeito à saúde. As mães, em pequenos grupos, reúnem-se, a cada 2 semanas, com os voluntários de saúde comunitária com o objectivo de aprender e debater questões ligadas à saúde, nutrição e saneamento. Neste contexto as mães aprendem sobre amamentação exclusiva, práticas de alimentação complementar adequada, aconselhamento para lactentes, acompanhamento do crescimento das crianças, acesso e ingestão de micronutrientes e alimentação adequada de crianças doentes. Através desta abordagem, a World Vision-Moçambique acompanhou 11 470 famílias no decorrer de 2013. Através do modelo Desvio Positivo/Atelier Doméstico, os voluntários comunitários envolvem activamente os cuidadores na reabilitação das crianças desnutridas. Esta abordagem consiste na reabilitação nutricional e educação alimentar reunindo mães e voluntários durante 12 dias consecutivos de modo a aprenderem novas práticas de alimentação, saúde, higiene e cuidados seguidos
de visitas domiciliárias durante um ano por voluntários formados pela World Vision-Moçambique para o efeito. Ao longo de um período de doze dias seguidos, os familiares e as próprias crianças aprendem e praticam, nas suas próprias casas, técnicas de culinária, alimentação e higiene, bem como, comportamentos adequados para cuidadores de crianças desnutridas. Esta abordagem promove uma mudança comportamental efectiva ao mesmo tempo que capacita os cuidadores a assumir a responsabilidade para a reabilitação nutricional das suas crianças pondo em pratica os conhecimentos que vão adquirindo e utilizando os recursos locais. Apesar de ter sido implementado em apenas 9 ADPs, este modelo possibilitou a reabilitação de 748 crianças desnutridas. A World Vision-Moçambique prevê o seu alargamento para 17 ADPs durante o próximo ano. O projecto Ogumaniha, em implementação na província da Zambézia, reforça a monitoria do crescimento através do apoio aos serviços de saúde e brigadas móveis na identificação, rastreamento e monitoria de crescimento dos bebés, crianças e mulheres grávidas para a prevenção e identificação precoce de situações de desnutrição. As situações mais graves são encaminhadas para os serviços de saúde, enquanto as crianças moderadamente desnutridas são acompanhadas a nível da comunidade, com o apoio dos grupos de mães e pais. No âmbito deste projecto foram, também, criados Clubes de Agricultores Júnior onde 4149 jovens (2088 sexo masculino e 2061 sexo feminino) aprenderam técnicas agrícolas inovadoras. Estes clubes ofereceram também, uma plataforma de discussão e aprendizagem sobre temas que afectam directamente a vida dos jovens como a prevenção do HIV, os seus direitos, formas de melhorar a sua saúde, entre outros. O projecto OCLUVELA que terminou a 31 de julho 2103, foi determinante para a melhoria da segurança alimentar das comunidades. Através deste projecto foram promovidos cuidados e práticas de alimentação infantil adequadas, sessões de educação nutricional sobre práticas de higiene e diversidade alimentar, sessões de promoção da batata doce de polpa alaranjada e outros alimentos ricos em vitamina A e sessões de educação sobre o aleitamento materno exclusivo. Por outro lado, a formação de mulheres em produção agrícola e oportunidades de geração de renda garantiu a sustentabilidade
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META 2
dos impactos do projecto a longo prazo. Para avaliar o impacto das acções da World Vision-Moçambique na área da nutrição, é monitorado o crescimento saudável das crianças dos 0 aos 5 anos, bem como a prevalência de crianças com peso abaixo do esperado para a sua idade dentro das comunidades. Tal, permite à World Vision-Moçambique acompanhar, melhorar e intensificar a sua intervenção de acordo com as necessidades verificadas em cada comunidade. Os resultados demonstram que cerca de 28% das crianças com idade inferior a 5 anos sofreram de desnutrição nos ADPs. Embora este valor se aproxime à media do país, importa salientar que a World Vision-Moçambique opera junto das comunidades mais vulneráveis que se encontram em contextos rurais, onde os valores nutricionais são bastante inferiores aos apresentados nas zonas mais urbanizadas. De acordo com o Inquérito Demográfico de 2011 do Ministério da Saúde*, 43% das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição crónica apresentando altura baixa para a sua idade. O mesmo relatório afirma que as crianças residentes nas áreas rurais tendem a apresentar indíces mais elevados de desnutrição crónica do que as que vivem em áreas urbanas, numa proporção de 35% e 46%, respectivamente. Importa ainda referir que Tete apresenta os níveis mais baixos de crianças que sofreram de desnutrição nos ultimos 6 meses, e Nampula o mais elevado.
* Inquérito Demográfico e de Saúde 2011 - Ministerio da Saúde (MISAU), Instituto Nacional de Estatística (INE) e ICF International (ICFI). Moçambique
AUMENTO DO NÚMERO DE CRIANÇAS PROTEGIDAS DE DOENÇAS E INFECÇÕES O acesso a água potável e a instalações sanitárias adequadas tem um impacto significativo e mensurável sobre a saúde de adultos e crianças. Para as crianças, em particular, as doenças causadas por águas impróprias contribuem para as elevadas taxas de mortalidade. Doenças frequentes causadas pela falta de saneamento adequado e higiene nas escolas provocam o aumento das taxas de absentismo e impossibilitam a aprendizagem. Neste sentido, a actuação da World Vision-Moçambique incide, não só, sobre o acesso e uso de fontes de água e de instalações sanitárias melhoradas, mas também no apoio ao Governo garantindo que as crianças recebem as vacinas adequadas para reduzir a sua vulnerabilidade a doenças transmissíveis. Por outro lado, a malária é endémica em Moçambique e é um dos problemas de saúde mais graves no país. A malária mata mais crianças do que qualquer outra doença e é responsável por 40% de todas as visitas às clínicas e hospitais. A World Vision-Moçambique, através do Projecto Fundo Global e do envolvimento activo de todos os ADPs, está comprometida com a prevenção da malária, com especial atenção nas mulheres grávidas e crianças, através da distribuição de redes mosquiteiras e da sensibilização e capacitação das famílias e comunidades. O QUE PRETENDEMOS? Contribuir para a melhoria da condição de saúde das mães e crianças. SECTORES ENVOLVIDOS Água e Saneamento (WASH) Saúde Emergência e Reabilitação Um dos maiores programas da World Vision-Moçambique, o MozWASH, tem como objectivo melhorar a saúde e a qualidade de vida de um milhão de pessoas, incluindo 400.000 crianças, em 31 ADPs até 2016, através da utilização e acesso sustentável a água potável, instalações sanitárias melhoradas e boas práticas de higiene. A sua implementação teve início em Outubro de 2011, em 9 ADPs na província da Zambézia e expandiu a sua actividade para 6 ADPs da província de Nampula, em Outubro de 2012. MozWASH combina treinamentos em água, higiene e saneamento
com a construção comunitária de instalações sanitárias através da abordagem: Saneamento Total Liderado pela Comunidade. Esta abordagem é uma ferramenta importante para inspirar e capacitar as comunidades para alterar os comportamentos que são nocivos para a sua saúde e para fomentar a construção e uso de latrinas, sem oferecer subsídios externos. Foca-se na mudança de comportamentos necessária para garantir melhorias reais e sustentáveis desencadeando, na comunidade, o desejo de mudança, impulsionando-a a agir e incentivando a inovação, o apoio mútuo e as soluções locais. Para além da construção, a nível comunitário, de 147 novos furos de água, servindo um total de 44 100 pessoas e da reabilitação 95 pontos de água, MozWASH realizou actividades de mobilização da comunidade para melhorar a construção e uso de latrinas com sistema para lavagem de mãos e promoveu comportamentos de higiene adequados, criando opor tunidades para 146 comunidades debaterem as consequências do mau saneamento e defecação a céu aberto. Um total de 18 528 latrinas foram construídas pelas famílias, servindo 95 815 pessoas*. Por outro lado, foram treinados 4 892 professores e voluntários através das campanhas de educação e sensibilização. A World Vision-Moçambique é, também, o segundo principal destinatário para o projecto Round 9 Malária financiado através do Fundo Global, em parceria com Ministério da Saúde. Durante a primeira fase, as actividades focadas ao nível da comunidade, foram realizadas em 7 províncias e incluíram a distribuição de 757 928 redes mosquiteiras tratadas, formação continuada de 120 agentes polivalentes elementares e a implementação de estratégias de mudança de comportamentos na comunidade que alcançaram 693 270 pessoas, procurando promover nestas comportamentos preventivos e de procura de tratamento precoce. De acordo com os diagnósticos desenvolvidos pela Organização, 60% das famílias, nos 32 ADPs em funcionamento, utilizam uma fonte segura de água, estando este valor acima dos 45% de pessoas rurais com acesso a fontes melhoradas apresentada pela Direcção Nacional de Águas** mas ainda aquém da meta * Este valor representa 98% da meta estabelecida pela organização para o ano fiscal 2013. ** MOPH/DNA (2012). Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR). Inquérito de Base 2011.
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META 3 de 70% delineada pelos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Estes dados apresentam uma melhoria considerável na qualidade da água consumida nos ADPs embora existam, ainda, vários desafios por enfrentar. Apenas 30% da população revelou ter acesso a instalações sanitárias melhoradas. Embora este número se revele bastante inferior à meta de 65% estabelecida pela Organização para o corrente ano, importa salientar que, de acordo com o referido inquérito demográfico, apenas 12% dos agregados familiares em contexto rural utiliza instalações sanitárias melhoradas. Assim, embora ainda aquém das expectativas da Organização, os dados apresentam uma melhoria significativa no que diz respeito ao saneamento das comunidades onde a World Vision-Moçambique opera. Relativamente à prevenção da Malária, os indicadores revelam que 39% dos agregados familiares nos ADPs possuem pelo menos uma rede mosquiteira tratada e de longa duração sendo o valor mais elevado apresentado em Tete (57%) onde o projecto Global Fund está a decorrer desde 2012 e, mais baixo em Gaza (28%) onde o mesmo projecto terá início no decorrer de 2014. Por outro, nos ADPs, 65.4% das famílias que possuem redes mosquiteiras afirma dar prioridade ás crianças menores de 5 anos na hora de usar a rede mosquiteira.
No quintal encontramos uma cozinha e duas casas de caniço cobertas com grama. Esta é a casa onde vive Albertina Soares, uma criança de 11 anos patrocinada através da World Vision-Moçambique, com os seus pais e quatro irmãs e irmãos. Dos campos de mandioca, legumes e batata doce que cercam o quintal, a família de Albertina recebe o alimento e a renda. No entanto, as coisas em que nem sempre foram assim. Durante 13 anos, a World Vision-Moçambique através do programa de patrocínio aumentou as oportunidades de acesso a água limpa e segura, a saúde, educação e alimento para as crianças e suas famílias. Entre estas está a família de Albertina. Juntos, World Vision-Moçambique e comunidades, estão a fazer frente à pobreza que atinge milhares de pessoas desta vila desde há séculos. Momentos para levar para longe da memória de Albertina, são aqueles em que ela caminhava longe para ir buscar água no poço. Água suja, que colocava em risco a sua saúde e da sua família. “Foram momentos difíceis em nossas vidas”, diz a jovem Albertina. “Na verdade, poderia deixar a casa por volta das 5 da manhã para voltar [com 20 litros na cabeça], uma ou duas horas depois.” Explica enquanto lamenta as vezes que chegava cansada à escola. Mas desde que o poço foi perfurado com o contributo da World Vision-Moçambique, a menos de 500 metros da sua casa, a vida de Albertina melhorou muito. Começou um novo capítulo na sua vida. “Agora posso escolher a hora a que quero sair de casa para ir buscar água. E se eu perceber que a fila de pessoas é grande volto para casa e vou quando já não houver ninguém”, diz Albertina. Os furos de água têm oferecido às crianças, como Albertina, tempo suficiente para os deveres de casa, para brincar e para se concentrarem no que importa mais –a sua educação. “Agora posso me preparar para a escola, fazer trabalhos de casa e jogar”, diz ela. Por outro lado, se a Albertina e os seus amigos podem viver correndo menos riscos de contrair doenças transmitidas pela água suja e por isso ficam menos vezes doentes, os seus pais também ganham mais tempo para trabalhar na machamba. Hoje, a família de Albertina tem água suficiente até para a irrigação da horta e isso trouxe um aumento e diversificação da produção fornecendo comida suficiente para uma dieta equilibrada e mais algum excedente para vender e aumentar os rendimentos.
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EM 2013 FORAM DISTRIBUÍDAS 757 928 REDES MOSQUITEIRAS TRATADAS
“Esta rede que acabo de receber é para me proteger a mim e ao meu bebé, ele tem dois anos de idade. À noite dormimos muito mal porque aqui há muitos mosquitos e por isso sofremos muito com o problema da malária. O bebé adoece com frequência e o meu marido não tem dinheiro para pagar as constantes despesas de hospital. Passamos mal frequentemente e o hospital fica longe. Eu própria sou vítima e espero sinceramente que a situação mude.”
Célia Artur, 20 anos, localidade de Incisa na Zambézia.
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AUMENTO DO NÚMERO DE CRIANÇAS QUE SABEM LER E ESCREVER AOS 11 ANOS DE IDADE Hoje, o acesso à educação primária é uma realidade para muitas crianças moçambicanas, no entanto, muito está ainda por fazer no que diz respeito à qualidade desse ensino. Mesmo as crianças que completam o ensino primário apresentam serias dificuldades tanto na leitura como nas aptidões matemáticas. A falta de formação dos professores primários, aliada à carência de salas de aula e à ausência de infraestruturas de água e saneamento ou de equipamentos, como carteiras e cadeiras, faz com que os indicadores sejam muito baixos, com quase metade das crianças em idade escolar a abandonar a escola antes de concluir a 5ª classe. Por outro lado, o flagelo da pobreza e do HIV/Sida tem trazido novas responsabilidades ao contexto escolar, sendo a escola obrigada a responder a necessidades anteriormente assumidas pelas próprias famílias, como a assistência a crianças órfãs e/ou especialmente vulneráveis e a provisão de serviços de saúde. Também as taxas de frequência em áreas rurais estão, ainda, muito aquém das áreas urbanas e quase metade das crianças com idade para frequentar o ensino secundário estão, ainda, na escola primária. As meninas continuam a ser desfavorecidas e a abandonar a escola mais cedo e a taxa de alfabetização das mulheres é significativamente inferior à dos homens. O QUE PRETENDEMOS? Contribuir para a melhoria do acesso à educação primária assim como para a qualidade do ensino. A intervenção da World Vision-Moçambique na área da Educação teve inicio em 1999, altura em que foi estabelecido o primeiro Programa de Desenvolvimento de Área. Durante muitos anos a World Vision-Moçambique dedicou-se quase exclusivamente, à construção de escolas, distribuição de material escolar. No
entanto, os resultados da aprendizagem e as taxas de alfabetização estavam ainda aquém das expectativas. Actualmente, a Organização opera na área da Educação de forma integrada e em parceria com o Governo Moçambicano, e tem vindo a desenvolver as competências técnicas necessárias e um plano claro de acção para a educação que garanta a transição para um maior foco na qualidade e nos resultados de aprendizagem, procurando que as crianças aprendam a ler, escrever e contar, mas também, que estas tenham acesso a um ensino de qualidade que lhes permita aperfeiçoarem a sua capacidade de comunicar e expressar as suas emoções e de se protegerem. Assim, pretende-se que estas escolas sejam um espaço de crescimento onde cada jovem conheça e desenvolva a sua vocação e planeie o seu futuro . A World Vision-Moçambique apoia, ainda, campanhas de sensibilização comunitárias que visam alertar para a importância da educação e da higiene nas escolas e estimular um maior e melhor envolvimento dos professores na educação da criança. SECTORES ENVOLVIDOS Educação Água e Saneamento (WASH) Saúde e Nutrição Advocacia Protecção à Criança
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PRINCIPAIS ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS EM 2013: Comités escolares formados Salas de aula construídas Escolas construídas ou reabilitadas Centros de formação profissional/vocacional construídos e equipados Unidades de equipamento de escolas distribuídas (carteiras, mesas e cadeiras) Apoio nas mensalidades e uniformes escolares Bibliotecas construídas e equipadas Campanhas de sensibilização para a importância da educação especialmente para as raparigas Fornecimento de material desportivo e promoção do desporto escolar Fornecimento kits escolares (cadernos, lápis, borracha, caneta e kits de desenho) e apoio de material pedagógico (mapas, livros de exercícios, entre outros) Cursos de metodologias de ensino para professores Professores capacitados Formação em alfabetização de adultos Premiação dos melhores professores e alunos Alimentação escolar Os indicadores demonstram que nos ADPs onde a World Vision-Moçambique opera 70% das crianças do sexo masculino e 69% das crianças do sexo feminino, até aos 14 anos, estão inscritas e frequentam a escola resultado do investimento feito pela Organização na construção e reabilitação de escolas, na sensibilização para a importância da educação e na redução dos desafios que se colocam à presença das crianças na escola, nomeadamente a ausência de fontes de água que obriga muitas crianças (especialmente raparigas) a faltar ás aulas, bem como outras situações causadoras de diarreias e outras doenças que impedem as crianças de ir à escola e em ultima análise reduzem, significativamente o seu aproveitamento. Mas também do forte investimento feito pelo governo para a melhoria da escolarização. No entanto, estudos mais aprofundados revelam que, por um lado, as taxas de presença são ainda bastante inferiores ao desejável e, por outro lado, apenas 25% das crianças demonstraram ser capazes de ler e compreender o sentido de um texto apropriado para a sua idade. Tais resultados vêm reafirmar a importância dos esforços que a World Vision-Moçambique tem vindo a desenvolver na transição de uma perspectiva assente na criação de infraestruturas para a educação; para um reforço na qualidade dos serviços educativos através de um maior investimento nos resultados de aprendizagem de forma a garantir uma melhoria dos níveis de literacia e numeracia das crianças. No início do ano fiscal, a World Vision-Moçambique começou um projecto de alimentação escolar e educação nutricional que abrange alunos e professores de147 escolas primárias nos distritos de Muecate e Nacaroa, província de Nampula. Este projecto visa enfrentar os principais desafios que se colocam à melhoria das taxas de alfabetização nomeadamente a incapacidade de concentração dos alunos resultante da fome e de uma alimentação desequilibrada.
Estudar na Escola Primária Nihessiue, norte de Moçambique, já não é sinónimo de desconforto, para os alunos que todos os dias saem de casa e vão em busca de conhecimento, desde a construção de uma nova escola. A comunidade liderou o processo e a World Vision-Moçambique deu algum apoio extra em materiais e equipamentos para a escola. “Eu gosto muito da minha nova escola - é linda” diz Dulce Arabito com 10 anos, aluna da quarto ano. Tem carteiras escolares, janelas e chapas de zinco” acrescenta. Do lado de fora, agora encontra-se um parque infantil construído para as crianças que, até recentemente, estudavam em condições precárias.
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“Minha escola antiga era feita de paredes de caniço e um telhado de palha coberto com uma folha de plástico. Quando chovia lá fora, chovia cá dentro também.” Dulce lembra. “Nesses dias de chuva, não conseguíamos usar a nossa sala de aula”. Apesar da sua pouca idade, a descrição de Dulce espelha exactamente o cenário actual de muitas comunidades em áreas rurais do país, onde milhares de crianças ainda estudam em escolas improvisadas ou debaixo de árvores. Se o sonho da Dulce se realizar, daqui a alguns anos a alguns anos ela estará a usar um uniforme branco para cuidar dos seus pacientes. “Eu quero ser enfermeira para ajudar a curar outras crianças e seus pais”, diz Dulce. Professor Moises Alexandre ressalta que “muita coisa mudou ... para melhor! A escola oferece um ambiente convidativo que atrai mais alunos. As crianças agora querem vir para a escola e passar aqui o máximo de tempo possível”. De facto, os números falam por si: as matrículas aumentaram de 347 alunos no ano passado para 412 este ano. “E ainda estamos a receber mais inscrições, acrescenta o professor. “Isso é simplesmente motivador para nós, como professores”. Mas os professores também estão entusiasmados com o desempenho dos seus alunos. Moises continua “Se você tem uma criança sentada no chão da escola, constantemente a esticar e mudar de posição porque não está confortável, é impossível que ela se concentre. Mas se você melhorar as condições, é incrível a diferença que isso pode fazer”. Moises resume, dizendo: “Nós temos uma escola de verdade, finalmente!” Dulce vive com seus avós, dois agricultores que decidiram cuidar de sua neta. O avô, António Tocolo, participou activamente na construção da escola: “Queríamos tanto uma escola que a comunidade foi em frente e começou a fazer tijolos e colectar um tipo de pedra utilizado na construção e que está disponível localmente.” Diz António e acrescenta: “Depois fomos à World Vision-Moçambique porque precisávamos de algum apoio, em termos de materiais e experiência. Este é o resultado. Se as crianças estão felizes com a sua escola, os pais também estarão.” E, regra geral, pais e crianças felizes criam comunidades felizes.
EMERGÊNCIA E REABILITAÇÃO Desde 1983, altura em que a Organização se estabeleceu no país e prestou auxílio aos milhares de deslocados de guerra, que o departamento de emergência e reabilitação é central para a actuação da World Vision-Moçambique. Hoje, este departamento tem como objectivo estratégico fortalecer a resiliência das comunidades aos choques (crónicos ou emergentes), desenvolvendo nestas a capacidade de prever, preparar-se, responder e recuperar de emergências através de treinamentos e capacitações em todos os ADPs.
O território moçambicano é frequentemente assolado por catástrofes naturais como secas, cheias, ciclones e ventos fortes que colocam em risco a vida e sobrevivência de milhares de pessoas, especialmente crianças. Em Janeiro de 2013, chuvas intensas causaram inundações nas principais bacias hidrográficas nas regiões sul e centro de Moçambique. Um alerta vermelho institucional foi declarado no dia 22 de Janeiro, no entanto a situação humanitária continuava a piorar. Em março de 2013 as estimativas apontavam para mais de 478 892 pessoas afectadas e 117 mortes em consequência das chuvas intensas e inundações que fustigaram grande parte do sul e centro de Moçambique. Os danos nas casas e nas infraestruturas comunitárias como estradas, pontes e sistemas de drenagem e eletricidade ainda hoje se fazem sentir. A contribuição da World Vision-Moçambique na resposta liderada pelo Governo Moçambicano foi fundamental para evitar a perda de mais e vidas e meios de subsistência através de uma série de intervenções, nomeadamente na área da água, saneamento e higiene (WASH), protecção à criança e distribuição de bens alimentares e não alimentares.
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EMERGÊNCIA E REABILITAÇÃO
A RESPOSTA DE EMERGÊNCIA DA WORLD VISION-MOÇAMBIQUE NAS PROVÍNCIAS DE GAZA E ZAMBÉZIA MOBILIZOU MAIS DE 2 MILHÕES DE DÓLARES AMERICANOS DE DIFERENTES DOADORES E BENEFICIOU DIRECTAMENTE PERTO DE 240 MIL PESSOAS.
NOME DO PROJECTO
BENEFICIÁRIOS DIRECTOS
FUNDOS (USD)
WASH Floods Response
26,525
152,089.44
LIFECARE
27,601
633,695.00
Food Flood Response
108,042
423,126.30
Gaza/Zambézia NFIs Floods Response
25,000
300,000.00
CiE (Protection and Education)
13,850
100,000.00
Food-For-Work
38,075
412,706.74
Fundos Locais Campanha Moçambicanos a ajudar Moçambicanos
7500
30,000.00
TOTAL:
2,051,617.48 USD
Através da parecia estabelecida com o Programa Mundial de Alimentação das Nações Unidas, foi possível garantir a alimentação e melhoria da situação nutricional de 85 000 beneficiários durante dez meses. Mais de 3000 alunos puderam continuar a aprender nos centros de alojamento e foi melhorado o estado de saúde de 80 mil vítimas das enchentes nos distritos de Guijá, Chibuto, Macia, Xai-Xai em Gaza; e Namacurra, Nicuadala e Mopeia na Zambézia. Para o sucesso da resposta de emergência a World Vision-Moçambique trabalhou em coordenação com vários parceiros (Governo, Nações Unidas e ONGs) num processo técnico e operacional conjunto. As comunidades e estruturas locais, através dos Comitês de Gestão de Riscos de Desastres capacitados pela World VisionMoçambique desempenharam um papel fundamental para a redução do número de pessoas atingidas pelas cheias.
PATROCÍNIO À CRIANÇA
PATROCÍNIO À CRIANÇA O Programa de Patrocínio à criança estabelece a ligação entre os patrocinadores, em todo o mundo, e as crianças patrocinadas em contextos de vulnerabilidade, através da troca de correspondência (cartas, postais de natal e relatório de progresso anual), fotografias, videos e visitas presenciais. Este relacionamento promove um crescimento mútuo e uma aprendizagem par tilhada entre patrocinador e patrocinado. São os fundos angariados pelos nossos escritórios de apoio através dos patrocinadores que financiam as actividades regulares da World Vision-Moçambique nos 32 ADPs em funcionamento. Estas actividades beneficiam não só as crianças patrocinadas, mas também, as restantes crianças, suas famílias e comunidades através de programas sustentáveis e de longa duração que têm demonstrado ter um impacto significativo na saúde, educação, par ticipação, saneamento e segurança alimentar de toda a comunidade, e em especial das crianças. Assim, importa salientar que grande parte das actividades e resultados aqui apresentados estão directamente ligados e dependem deste programa. As crianças registadas no programa de patrocínio à criança são acompanhadas através de visitas domiciliárias trimestrais efectuadas pelos facilitadores da World Vision-Moçambique. Através destas visitas de monitoria a Organização acessa o aumento do bem-estar da criança no que diz respeito à saúde, educação, participação, protecção e valorização dos seus direitos.
Todos os anos, a Organização acolhe dezenas de patrocinadores que chegam de todos os cantos do mundo para visitar as crianças patrocinadas e para conhecer de perto a forma como, através do seu contributo, a World Vision-Moçambique têm transformado vidas e comunidades envolvendo todos em prol do bem-estar das crianças.
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“Sentimo-nos muito encorajados pelo trabalho que fazem nas comunidades
107 501 CRIANÇAS REGISTADAS
em nosso nome. É gratificante o esforço e a forma como apoiam o desenvolvimento das comunidades.” Andrea Kriegle, Patrocinadora
85 640 CRIANÇAS PATROCINADAS “Estou cada vez mais impressionada pelo trabalho que a World VisionMoçambique está a fazer. Desta vez, parámos, sem avisar, num posto de “A minha patrocinadora é uma pessoa presente na minha vida. É uma
saúde construído pela World Vision-Moçambique onde pude observar
pessoa muito boa e carinhosa, ela se importa comigo e sabe do meu
a satisfação da comunidade.” Margo Day, Patrocinadora
dia-a-dia. Manda-me cartas e deseja-me feliz ano novo, feliz natal, feliz aniversário, ela é presente porque sabe da minha vida, sabe de tudo
“Entrei no programa da World Vision-Moçambique em 1998 com nove
de mim e também partilha o seu dia a dia comigo. Gosta de mim e eu
anos de idade. Foi em Namacurra, província da Zambézia. Lembro-me
também gosto muito dela. Ela veio visitar-me e foi um momento que
que tive de fugir da minha mãe para inscrever-me porque na altura,
nunca vou esquecer, senti muita alegria”. Dércia Caetano, 14 anos de
depois da guerra, lá na minha região as pessoas temiam todos os
idade, Mugeba
desconhecidos. A minha mãe dizia que eu não podia receber nada de estranhos porque podia ser roubado. Ela só descobriu tempo depois quando comecei a receber apoio escolar. Concluí o ensino básico e fui transferido para Mocuba e a World Vision-Moçambique pagou tudo: desde o internamento até aos livros. Fiz lá a 12ª classe. Depois comecei a trabalhar na World Vision-Moçambique como Analista de Correspondência. Agora tenho 24 anos e continuo a trabalhar na minha província com a mesma Organização e eu estou a esforçar-me para concluir o curso de História na Universidade Católica de Moçambique. Estou no segundo ano e estou a gostar. Quando vou à comunidade a trabalho, a mensagem que deixo para as pessoas é que devem acreditar e ajudar a World Vision-Moçambique porque faz muitas coisas valiosas. Na minha zona a World Vision-Moçambique tem feito muitas coisas para o bem da comunidade: furos de água, escolas, hospitais e outras coisas. O meu sonho é servir a Organização para que ela continue a fazer o bem.” Domingos Morais Paulo, 24 anos de idade, Namacurra
MOVIMENTAÇÕES FINANCEIRAS
Saúde Gestão de programas e projectos VIH/SIDA
(DOLÁRES AMERICANOS)
Educação Gestão do patrocínio à criança
Respostaamericanos de emergência No decorrer do ano fiscal de 2013, o volume de receitas da World Vision-Moçambique foi de100,058,902 dolares (USD), 1% 3% dos quais 61% são oriundos dos Estados Unidos da América. As despesas totais da Organização para o Água referido ano atingiram os e Saneamento 3% 90,523,828 USD sendo 92% (83,670,663 USD) referentes a custos directos dos projectos e programas. O sector da saúde, graças 4% Segurança Alimentar aos grandes projectos em implementação maioritariamente na província da Zambézia, continua a representar o maior investimento Agricultura 5% a 60% (53,889,362 USD) do orçamento total. da World Vision-Moçambique correspondendo 5% 5%
Saúde
Desenvolvimento de Lideranças
Gestão de programas e projectos
Protecção à criança
VIH/SIDA Educação 13%
3%
3%
1%
4% 5% 5% 3%
5%
3%
1%
4% 5%
60%
60%
5% 60%
Advocacia
Gestão do patrocínio à criança Saúde Resposta de emergência
Pessoas com deficiências
Gestão programas e projectos Água e de Saneamento VIH/SIDA Segurança Alimentar
Nutrição
Educação Agricultura Gestão do patrocínio criança Desenvolvimento de àLideranças
Mitagação de Desastres
Resposta Protecçãodeà emergência criança Água e Saneamento Monitoria e Avaliação
Infra-estruturas
Segurança AdvocaciaAlimentar Agricultura Pessoas com deficiências
Ambiente
Desenvolvimento de Lideranças Comitimento Cristão Protecção Nutrição à criança
13% 5%
13%
DESPESAS POR Monitoria eSECTOR Avaliação
Monitoria e Avaliação Planeamento Advocacia Mitagação de Desastres Pessoas com deficiências Desenvolvimento Económico Comitimento Cristão Infra-estruturas Nutrição Género
Comitimento Cristão
Planeamento
Desenvolvimento Económico
Género
Crianças em crise
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DESPESAS OPERACIONAIS CUSTOS DIRECTOS 83,670,663 SUPORTE AOS PROGRAMAS
4,476,190
SUPORTE AO PROGRAMA DE PATROCÍNIO À CRIANÇA
507,293
SUPORTE TÉCNICO
1,869,682
TOTAL
90,523,828
RECEITAS POR PAÍS DE ORIGEM 2% 3% 3%
5% 1%
3%
Alemanha
Áustria
Reino Unido
Taiwan
Suiça
Moçambique
Coreia
Hong Kong
Austrália
Canada
Estados Unidos da America 61%
19%
TOTAL: 100,058,902
No decorrer do ano fiscal 2013, a World Vision-Moçambique contou com o extraordinário apoio de várias empresas a nível nacional que prontamente se disponiblizaram a contribuir e apoiar as campanhas de angariação de fundos realizadas: “MOÇAMBICANOS A AJUDAR MOÇAMBICANOS” - Campanha de angariação de fundos lançada em Fevereiro de 2013 procurando fortalecer o movimento de solidariedade nacional para com as vítimas das cheias. Esta campanha permitiu reforçar a resposta a esta calamidade que afectou centenas de milhares de moçambicanos, com 30 mil dólares angariados localmente. O fundo foi usado na aquisição de filtros e purificadores de água e na reabilitação de fontes destruídas pela força das águas. “JUNTOS PELO BEM-ESTAR DA CRIANÇA” - Este foi o lema do primeiro jantar anual da World Vision-Moçambique, um evento de angariação de fundos em celebração da jornada de 30 anos da World Vision em Moçambique. A todas estas empresas, bem como aos habituais parceiros e financiadores da World Vision-Moçambique, o nosso profundo agradecimento por tornarem possível esta caminhada.
As crianças dA Moçambique dizem obrigada às titias e titios da: Fevereiro 2013 - Imagem da campanha
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USAID WORL FOOD PROGRAM GLOBAL FUND UNICEF BELA VISTA-SERIGRAFIA BYTES & PIECES MINISTERIO DA SAÚDE CORREIOS DE MOÇAMBIQUE MOBISERV AFRITOOL HOTEL AFRICA
SETEMBRO 2013 - Imagem do novo selo da World Vision-Moçambique
STANDARD BANK LAM NAVAL HOTEL RADISSON BLU SEKUELA SABC WORLD VISION-ALEMANHA WORLD VISION-AUSTRÁLIA WORLD VISION-ÁUSTRIA WORLD VISION-CANADÁ WORLD VISION-COREA WORLD VISION-ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA WORLD VISION-HONG KONG WORLD VISION-REINO UNIDO WORLD VISION-SUIÇA WORLD VISION-TAIWAN
SETEMBRO 2013 - Lembrança oferecida aos participantes do primeiro Jantar anual da World Vision-Moçambique (desenhos elaborados por crianças patrocinadas)
Para mais informações, não hesite em contactar a World Vision-Moçambique: Avenida Agostinho Neto, 620 Maputo Tel.: 21350600 - Fax: 21350619 ou através do email: rita_silva@wvi.org
Ficha técnica Propriedade: World Vision-Moçambique Direcção Geral: Gisla Dewey – Directora Nacional Direcção: Eleutério Fenita - Director Executivo Associado Conteúdo e layout: Rita da Silva Departamento de Comunicação da World Vision-Moçambique Departamento de Monitoria e Avaliação da World Vision-Moçambique Fotografias de World Vision-Moçambique
SIGA-NOS EM: WWW.FACEBOOK.COM/WORLDVISIONMOZAMBIQUE
ATÉ 2015, A WORLD VISION-MOÇAMBIQUE IRÁ CONTRIBUIR, DE FORMA SIGNIFICATIVA E MENSURÁVEL, PARA O BEM-ESTAR DE 1 MILHÃO DE RAPAZES E RAPARIGAS VULNERÁVEIS.
RELATÓRIO DE IMPACTO 2013
WORLD VISION-MOÇAMBIQUE PELO BEM-ESTAR DA CRIANÇA Para mais informações contacte: World Vision-Moçambique Avenida Agostinho Neto, 620 Maputo Tel: 21350600 - Fax: 21350619 ou através do email: rita_silva@wvi.org www.wvi.org