Porque Lula derrotou Serra Alberto Carlos de Almeida (FGV-Rio) aalmeida@fgv.br
Trabalho a ser apresentado no 4O Encontro Nacional da ABCP - Associação Brasileira de Ciência Política Área Representação e Partidos Políticos Painel (1) As Elições Presidenciais Brasileiras de 2002: Comportamento Eliotoral 21- 24 julho 2004 – PUC – Rio de Janeiro
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CAPÍTULO EXPLICAÇÃO DO VOTO
Na eleição de 1989 o candidato Guilherme Afif Domingues (encontrar o partido, acho que PL) aumentou bastante sua intenção de voto nas pesquisas eleitorais entre XX e XX. Neste período ele subiu de de XX para XX. O seu crescimento foi detido por ataques empreendidos por Mário Covas, candidato do PSDB, que mostrou em debate qual havia sido o desempenho de Afif durante seu mandado de Deputado Federal como membro da Assembléia Constituinte que aprovou a Constituição de 1988. Afif havia ..faltado?..e tirado nota X na avaliação que o DIAP fez dos parlamentares... Ao dar transparência a este aspecto da vida pública de Afif, Mário Covas fez com que o candidato despencasse nas pesquisas de intenção de voto. Afif terminou a disputa em X lugar. Na campanha presidencial de 1994 o então Ministro da Fazenda Rubens Ricupero foi gravado fora do ar fazendo declarações consideradas comprometedoras para a campanha eleitoral do candidato governista, Fernando Henrique (dizer o conteúdo das declarações. Ver com maior detalhes os dois episódios, o de 1994 e o de 1998). Foi o episódio da “antena parabólica”. Lula e o PT exploraram tais declarações em sua propaganda eleitoral gratuita e a imprensa deu ampla cobertura ao fato, principalmente indicando que aquilo poderia alterar os rumos de uma campanha que até o referido evento era favorável a FH. Fernando Henrique venceu as eleições de 1994. Em maio de 1998 um outro episódio desta natureza foi muito divulgado pela imprensa. Em uma cerimônia o 2
então presidente Fernando Henrique, candidato à reeleição, declarou que quem se aposentava cedo era vagabundo. Mais uma vez muitos analistas se arvoraram a afirmar que aquilo iria alterar os rumos da campanha e fazer com que Fernando Henrique perdesse votos. De novo, apesar das declarações infelizes, Fernando Henrique foi o vencedor. Na eleição de 2002 a candidatura de Roseana Sarney foi abatida por um único escândalo de corrupção no qual foram fotografados maços de dinheiro de origem não explicada. Na mesma campanha a candidatura de Ciro Gomes, vítima de vários ataques de xx a xx de xx, também despencou nas pesquisas. Ciro, que em XX ocupava o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, acabou a disputa em quarto lugar atrás de Lula, Serra e Garotinho. O que faz com que um candidato caia nas pesquisas de intenção de voto? Por que alguns candidatos são mais “blindados” a erros e ataques do que outros? Por que os ataques contra Guilherme Afif Domingues, Roseana Sarney e Ciro Gomes levaram-os a perder votos, mas os ataques contra Fernando Henrique não tiveram o mesmo efeito? A pergunta central vai além disto: por que alguns candidatos vencem e outros perdem as eleições. Transplantada para 2002 tornase uma questão bem mais específica: por que Lula venceu as eleições presidenciais de 2002? Os fenômenos sociológicos e políticos apresentam causalidades múltiplas. Não há, na maioria das vezes, uma única resposta às perguntas sobre as causas do aumento da criminalidade, da desigualdade ou acerca das causas da melhoria do desenvolvimento humano. Com eleições não é diferente. A vitória de Lula pode ser explicada de várias maneiras. Há, por exemplo, as causas não-imediatas: 3
aquelas que formam o cenário da disputa. Elas podem ser de longo prazo, tal como o processo de moderação e crescimento do PT abordado no capítulo XX, e de curto prazo, tal como o conflito dentro da aliança governista tema do capítulo XX. Há, todavia, as causas imediatas: aquelas que motivam o eleitor a votar em fulano ou cicrano. Elas só podem ser obtidas por meio de pesquisas de opinião pública. O Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB) – um survey acadêmico clássico – foi realizado logo após o segundo turno da eleição de 20021. O ESEB permite analisar e compreender as razões que levaram os eleitores a votar da maneira que fizeram. Foram feitas centenas de perguntas para mensurar as inúmeras dimensões da “cabeça do eleitor” e relacioná-las com o voto. Os fatores socioeconômicos foram medidos, não somente os fatores clássicos como renda e escolaridade, mas também outros usualmente não mensurados por pesquisas de opinião, tal como filiação sindical e religiosidade. O ESEB investigou de maneira pormenorizada a ideologia do eleitorado. Ideologia compreendida de maneira ampla, como visão de mundo, como forma pela qual as pessoas concebem os fenômenos sociais, econômicos e políticos. Dentre outras coisas, investigou-se o quão favoráveis são os eleitores à regulação da economia pelo governo, à
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O ESEB foi financiado pela por extenso (CAPES). Número da doação. As informações técnicas sobre o ESEB, incluindo-se a íntegra do questionário, estão no anexo X. Trata-se de um estudo inédito no Brasil e foi realizado dentro dos padrões internacionais de qualidade para pesquisas desta natureza. Pesquisas semelhantes são realizadas em vários países do mundo, e a mais conhecida é o National Election Studies (www.umich.edu/~nes/) feito nos Estados Unidos. Resultados de pesquisas deste tipo em outros países são encontrados em www.umich.edu/~cses/.
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repressão a protestos, confiança ente as pessoas, ao clientelismo, ao rouba-masfaz e ao espírito público2. Os eleitores também foram diferenciados quanto ao seu nível de apoio à solução de diferentes problemas. Isto permitiu avaliar se aqueles que votaram em Lula eram os que mais achavam que o desemprego ou a miséria eram mais importantes do que a inflação e se aqueles que votaram em Serra pensavam o oposto. Isto foi denominado de “políticas públicas”, em uma referência a que políticas públicas seriam mais ou menos apoiadas junto a determinados segmentos do eleitorado. O impacto da situação da economia foi medido ao se perguntar aos eleitores se haviam ficado sem emprego nos últimos seis meses ou se estavam preocupados em perder o emprego no futuro. Esta forma de mensuração leva em consideração não somente um elemento factual, a situação da economia, mas também o impacto nas percepções das pessoas. A economia pode ir mal, mas ainda assim haver aqueles que acham que não perderão o emprego. Isto pode vir a ter impacto no voto. Outros conjuntos de variáveis explicativas do voto também estiveram presentes no questionário do ESEB, tais como as características pessoais dos candidatos, a preferência partidária e a avaliação do governo Fernando Henrique. Por que foram estas as variáveis medidas e testadas para explicar o voto? Porque há uma enorme literatura especializada de ciência política que faz
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A apresentação detalhada - conceituação, forma de medição, etc. - de todas as variáveis testadas para explicar o voto se encontra no anexo X.
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justamente isto, avalia como status socioeconômico, ideologia, preferência em favor de políticas públicas, características dos candidatos, etc. influenciam o voto3. Não foi realizada uma seleção aleatória de variáveis explicativas, ou uma seleção baseada apenas em critérios empíricos. Há fundamentação teórica para a escolha destas variáveis. Foi um conjunto de textos especializados que informou a elaboração do questionário de pesquisa do ESEB. As teorias de explicação do voto foram testadas, todavia, modificando-se em alguns casos a forma de mensuração das variáveis. A maioria das pesquisas que inspiraram o ESEB foi implementada em países desenvolvidos. Nestes países o nível educacional formal é bem mais alto do que no Brasil. Isto resulta que no Brasil as perguntas tendem a ser mais simples e diretas do que nos países desenvolvidos. Um exemplo é a preferência por políticas públicas. Eleitorados mais educados tendem a se posicionar com clareza contra ou a favor da adoção de determinadas medidas para o combate à inflação. As perguntas são elaboradas não para saber se o combate à inflação é prioritário face ao combate ao desemprego – isto foi feito no Brasil pelo ESEB – mas se a maneira A de combater e inflação é mais desejada do que a maneira B de fazer o mesmo. Assim, as variáveis foram mantidas, mas as medições foram adaptadas ao contexto brasileiro. Além da adaptação de medições, algumas outras variáveis foram adicionadas, com destaque para a noção de sociedade hierárquica, patrimonialismo e clientelismo presentes com força na literatura sociológica e antropológica brasileira4.
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Literatura de ciência política que explica o voto ....... Citar Da Matta e outros.
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O método de análise dos dados e a principais conclusões Os dados do ESEB foram analisados de acordo com a mesma metodologia empregada por Shanks e Miller para analisar as duas vitórias de Ronald Reagan nos Estados Unidos5. Esta metodologia utiliza as regressões lineares de mínimos quadrados para estimar o impacto de cada variável no voto. Sabe-se que estas regressões não são as mais adequadas – mas sim as regressões probabilísticas – para analisar variáveis categóricas tal como é o voto. Em tais casos, as regressões probabilísticas estimam os parâmetros de maneira mais eficiente e fornecem uma interpretação mais consistente dos erros padrões dos coeficientes do que as regressões lineares. Além disso, as regressões de mínimos quadrados, quando se trata de variáveis dependentes categóricas, assumem de maneira pouco realista (ainda que levem em conta os pisos e tetos de variação) a invariabilidade dos efeitos das variáveis explicativas sobre a variável explicada. A vantagem em utiliza-las é que, ao contrário das regressões probabilísticas, elas permitem relacionar o impacto que cada variável teve na escolha dos eleitores com a vantagem agregada (no resultado eleitoral nacional) de Lula sobre seus adversários. Para contornar as limitações das regressões lineares foram feitas três análises idênticas em todos os seus passos, mas com métodos estatísticos diferentes. A primeira análise é aquela que foi utilizada para as conclusões deste capítulo e é apresentada em detalhes no anexo X. A segunda foi a análise 5
J. Merrill Shanks e Warren E. Miller, Policy Direction and Performance Evaluation: Complementary Explanations of the Reagan Elections, British Journal of Political Science, Volume 20, n. 2, abril de 1990, 143-235. Os detalhes desta metodologia podem ser encontrados no anexo X.
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baseada em regressões probabilísticas. E a terceira foi a análise baseada em regressões de mínimos quadrados que tomou como variável dependente a diferença das notas dadas para Lula e os outros candidatos. Isto fez com que a variável dependente fosse contínua. As três diferentes análises convergem em uma importante conclusão, os efeitos relativos das variáveis explicativas sobre o voto são similares e não há nenhuma diferença que invalide as conclusões da análise utilizada para fundamentar este capítulo. Assim, o método adotado encontra sustentação em outros métodos e ainda permite que sejam estimados os efeitos de cada variável sobre a vantagem agregada que Lula teve em relação a seus adversários nos dois turnos. Em suma, por razões práticas o método estatístico ideal não foi o utilizado para fundamentar as conclusões aqui apresentadas. Porém, as conclusões obtidas são válidas porque o método ideal foi testado paralelamente e apresenta resultados semelhantes ao das regressões de mínimos quadrados. A primeira conclusão importante da análise da eleição de 2002 é que as características pessoais dos candidatos foram muito relevantes para a vitória de Lula. O eleitor brasileiro decide em quem votar considerando vários fatores diferentes, mas a personalidade do candidato é de todos o mais determinante para a escolha eleitoral. Duas ressalvas merecem ser feitas. A primeira é a de que esta e outras conclusões se referem a apenas uma eleição. Ainda que tenha sido avaliado o comportamento do eleitor em 1998, o ESEB foi feito apenas em 2002. Na medida em que outras eleições forem estudadas no futuro será possível avaliar se as características pessoais são importantes sempre ou se são as mais relevantes em apenas alguns pleitos específicos. 8
A segunda ressalva é acerca do problema metodológico da endogeneidade. A endogeneidade ocorre quando uma variável explicativa é, na verdade, a conseqüência e não a causa da variável explicada. Assim, a avaliação pessoal dos candidatos seria causada pelo voto e não o oposto. É difícil supor que alguém vote em um candidato que considere não ser o que tem as melhores características pessoais. Mais do que endogeneidade, o voto e a boa avaliação deste mesmo político seriam um fenômeno só. Pode acontecer também, na prática, que os eleitores depois de escolherem um determinado candidato passem a confiar mais nele e a considerar que ele é o que tem as melhores características pessoais. Uma terceira possibilidade é que, ao fazerem isto, os eleitores consolidem e mantenham seu voto. A decisão acerca de qual destas três possibilidades é a mais correta depende de pesquisas com desenhos metodológicos complexos que levem em consideração, dentre outras coisas, a variação no tempo tanto do voto quanto da avaliação pessoal dos candidatos. Mesmo sem pesquisas desta natureza é possível elencar alguns razões para relativizar o problema da endogeneidade e validar a conclusão acerca da importância das características dos candidatos na decisão do voto. Um primeiro argumento é que o ato de votar ocorre cronologicamente após todas as demais decisões. Os eleitores primeiro nascem ou adquirem características socioeconômicas, em seguida são socializados de acordo com determinadas ideologias, por isso passam a preferir determinadas políticas públicas, determinados partidos, e passam a avaliar os políticos de determinada maneira. O voto ocorre apenas depois de todas estas decisões. De fato, teoricamente o voto é a última decisão. Na prática, porém, sabe-se que um 9
enorme contingente de eleitores decide em quem votar com antecedência. É possível, assim, que haja uma quase simultaneidade entre considerar alguém aquele com as melhores características pessoais e votar nele. Há um argumento empírico contra este fenômeno. As características dos candidatos são mensuradas e testadas em vários países do mundo e o seu impacto sobre o voto varia de país para país. Shanks e Miller, por exemplo, mostraram que nos Estados Unidos dos anos 1980 estas variáveis tiveram um peso bem menor do que a presente análise aponta para o Brasil de 2002. Nos Estados Unidos da era Reagan o peso da ideologia foi bem maior do que das características pessoais e estas foram apenas um pouco mais importantes do que a posição dos eleitores em relação às políticas públicas. Isto é bastante diferente – como será visto - do que aconteceu na eleição de Lula em 2002. Caso a endogeneidade fosse um fenômeno realmente relevante os resultados de Brasil e Estados Unidos seriam bem mais parecidos. Tamanhas diferenças indicam que os dois eleitorados decidem em quem votar de maneira oposta. Os norte-americanos tendem a ser mais “institucionais” e os brasileiros tendem a ser mais “personalistas”. É possível multiplicar as implicações observáveis da teoria que diz que norte-americanos e brasileiros divergem na importância que conferem às pessoas. A antropologia está recheada de tais evidências6. A importância das características pessoais na escolha eleitoral é indicada pela tabela 15. Em todos os modelos de análise, com exceção para a análise LulaGarotinho, o maior salto do R2 ajustado é no estágio no qual são introduzidas as
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Citar a Casa e a Rua.
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características dos candidatos7. O voto em Garotinho é a exceção por causa da mobilização política dos evangélicos. A religião torna-se o principal fator (neste caso, uma variável socioeconômica adquirida) na explicação da escolha entre Lula e Garotinho. Isto não diminui a grande importância dos fatores pessoais para a decisão do voto. Uma segunda conclusão importante da análise da opinião pública é que a ideologia é importante nas escolhas eleitorais. A controvérsia política, jornalística e acadêmica sobre a importância da ideologia foi finalmente arbitrada em favor de um papel relevante para a forma como os eleitores vêem o mundo e em particular a sua visão quanto ao papel do estado na economia. Lula foi eleitoralmente favorecido pelo peso do eleitorado pró-controle estatal das empresas. Além disso, os eleitores menos favoráveis à repressão de protestos contra o governo e à censura tenderam também a votar com mais freqüência em Lula. Todas as evidências sustentam que a ideologia tem um papel eleitoral relevante, ainda que seja coadjuvante da avaliação dos traços dos candidatos. Uma terceira conclusão diz respeito à complexidade da tomada de decisão dos eleitores. Será revelado que os eleitores brasileiros, em que pese sua baixa escolaridade formal, estruturam de maneira complexa a sua decisão sobre em quem votar. Quando a escolha foi entre Lula e Serra, os eleitores mobilizaram inúmeras variáveis que indicavam se tratar de um embate entre um candidato de oposição e outro de governo. As características pessoais foram importantes, mas
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O R2 ajustado aumenta de 0,078 para 0,419 em Lula versus Serra no primeiro turno; de 0,032 para 0,252 na disputa Lula-Ciro; de 0,084 para 0,404 no segundo turno; de 0,66 para 0,197 na eleição de 1998; de 0,153 para 0,535 na comparação entre os votos de oposição versus de governo e de 0,078 para 0,341 na mudança de voto FH-Lula entre 1998 e 2002 quando comparado com o voto no governo nas duas eleições.
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tiveram um peso relativo menor quando comparadas com sua importância nas decisões entre Lula e Garotinho ou entre Lula e Ciro. Os eleitores brasileiros são lógicos, coerentes e decidem de maneira complexa em quem votam. A tabela 15 revela também que os modelos estatísticos explicam melhor a diferença de votos entre Lula 98-02 versus FH-98 – Serra-02 do que em qualquer outro dos sete modelos (explica aproximadamente 65% da variação do voto). Shanks e Miller obtém 70% de poder explicativo com o modelo que desenvolveram para a eleição norte-americana de 1984. No segundo turno da eleição brasileira de 2002 o poder explicativo obtido é da ordem de 47% (tabela 15). Há algumas razões para estas diferenças. A tradição norte-americana de pesquisa acadêmica eleitoral é bem mais longa e sólida do que a brasileira. Em segundo lugar, a disputa eleitoral nos Estados Unidos é mais bem estruturada do que no Brasil. Lá os partidos são mais antigos do que os nossos e funcionam como colunas vertebrais do embate político. É justamente por isto que o maior poder explicativo dos modelos para o Brasil ocorre no voto mais estruturado possível: Lula duas vezes, e governo duas vezes. Assim, a tendência é que com a crescente estruturação da disputa o passar dos anos leve nossas eleições a serem mais facilmente explicadas. Vale enfatizar que estas conclusões dizem respeito a uma só eleição. 2002 pode ter sido diferente de 1998. Nunca saberemos ao certo – ainda que a análise feita indique semelhanças entre as duas eleições – uma vez que a primeira edição do ESEB aconteceu em 2002. Há indícios de que as características pessoais são mais importantes em disputas nas quais não há entre os candidatos aquele que disputa sua reeleição. Foi isto que aconteceu em 2002. Como em 1998 Fernando 12
Henrique buscava se reeleger é provável que o peso do desempenho do governo no voto tenha sido bem maior. Novamente, não é possível ter certeza disto. Tratase desta limitação básica, as conclusões referem-se apenas à eleição de 2002. O que explica a vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno8 A ideologia do eleitorado e a avaliação das características pessoais de Lula, foram os fatores que mais contribuíram para a vantagem de Lula sobre Serra (Anexo X, tabela 23). Sendo que as características pessoais foram aproximadamente quatro vezes mais importantes do que a ideologia. O eleitorado considerava, em sua grande maioria, Lula mais confiável do que Serra. Este julgamento do eleitorado foi fundamental para que Lula abrisse a vantagem que abriu não apenas sobre Serra, mas também sobre Garotinho e Ciro (Anexo X, tabelas 16 a 19). Todas as análises mostraram que a confiabilidade de Lula foi sempre a característica mais importante tanto para prever se o eleitor votaria ou não em Lula, quanto para explicar a vantagem eleitoral do vencedor (Anexo X, tabelas 1 a 4 e tabelas 16 a 19). Esta característica foi sendo construída pela propaganda política do candidato, pelo marketing político, e graças à guinada empreendida pelo PT em direção ao centro. O PT do século XXI tinha definitivamente deixado de ser um partido obreiro e tentava passar para o eleitorado a imagem de partido confiável para governar. Isto não foi feito sem o esforço de Lula para mudar sua própria imagem. Os símbolos são tudo na política. Por isso Lula fez várias viagens ao exterior, encontrou-se com líderes internacionais, buscou defender posições
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As tabelas 1, 8, 16 e 23 do anexo X contém os resultados da análise estatística que compara o voto entre Lula e Serra no primeiro turno.
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mais moderadas, e aproximou-se dos grupos empresariais nacionais e multinacionais. Isto tornava Lula um político mais confiável. A lista de características pessoais que foram importantes para que Lula vencesse Serra no primeiro turno é grande. Depois da confiabilidade, o que mais contribuiu para a vantagem de Lula foi o fato do eleitorado tê-lo considerado o candidato com o melhor plano de governo. Em seguida, foi o julgamento que o colocou como aquele que mais defendeu gerar empregos, depois vieram as características: o mais preparado e competente, o que tinha mais experiência para governar, honestidade e aquele que fez uma campanha limpa sem atacar os adversários. Dentre os 13 mais importantes fatores que vieram a fazer com que Lula derrotasse Serra no primeiro turno, sete são características pessoais. Em todos eles a vantagem foi de Lula, ou seja, o eleitorado considerava que Lula tinha mais aquela característica do que Serra (isto é indicado pelo sinal positivo dos valores da importância explicativa da tabela 16 do anexo X). “Defender gerar mais empregos” foi a característica pessoal na qual Lula mais se distanciou de Serra junto aos eleitores (0,637 na coluna da importância explicativa)9, seguida da confiabilidade (0,596). Vale destacar que das sete características pessoais que tiveram o maior peso na vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno, duas delas tiveram apenas um efeito indireto no voto, foram elas a honestidade e o fato de Lula ter
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O valor zero indicaria empate entre os dois candidatos. O valor + 1 indicaria que todos os eleitores consideravam que Lula era mais confiável do que Serra e o valor –1 indicaria o oposto, que todos os eleitores achavam que Serra era o mais confiável. Esta mesma lógica se aplica a todos os outros fatores na leitura das tabelas que apresentam a “média corrigida” ou importância explicativa.
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sido o candidato que fez a campanha mais limpa. O efeito destas duas variáveis no voto ocorreu por meio da preferência partidária, e das avaliações do governo Fernando Henrique (Anexo X, tabela 8). As outras cinco características pessoais tiveram influência direta no voto. Há muitos que consideram que a ideologia não é importante nas disputas eleitorais no Brasil. Os dados do ESEB vieram provar o erro desta avaliação. A ideologia foi importante tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno das eleições presidenciais de 2002. As posições do eleitorado quanto à privatização, regulação da economia e o autoritarismo explicam parte da vantagem de Lula sobre Serra. Quanto mais um eleitor defendia que os setores da economia fossem controlados pelas empresas particulares, menores eram as chances de que ele viesse a votar em Lula (isto é representado pelo sinal negativo do “efeito de ordem-zero” na tabela 16 do anexo X). O mesmo ocorreu para o autoritarismo: quanto mais autoritário um eleitor era, menores as chances de escolher Lula (sinal negativo no efeito de ordem-zero). O inverso ocorreu no que tange à regulação da economia, quanto mais favorável à regulação, maiores eram as chances de que viesse a votar em Lula e não em Serra. O eleitor é coerente. Na comparação entre Lula e Serra os que mais defendiam a presença do governo na economia preferiam Lula e os eleitores mais liberais preferiam Serra. Por outro lado, quanto mais liberal face aos protestos contra o governo (é o eleitor menos autoritário), maiores as chances de que este eleitor viesse a escolher Lula. Aqueles mais favoráveis à repressão de protestos contra o governo preferiam Serra. Trata-se da divisão clássica entre esquerda e direta na Europa ou entre liberais e conservadores nos Estados Unidos. A 15
esquerda européia e os liberais norte-americanos querem mais presença do estado na economia, porém querem menos repressão aos movimentos organizados. A direita européia e os conservadores norte-americanos desejam menos governo intervindo na economia, mas querem que o estado restrinja mais liberdades individuais. O fato é que o Brasil é uma país anti-liberal (veja-se capítulo sobre a descrição do eleitorado) e isto contribui para a vitória de Lula. De fato, a maior parte do eleitorado se opõe ao controle particular das empresas (valor –0,438 da coluna “importância explicativa” da tabela 16 do anexo X), é autoritário (-0,04) e defende que o governo regule a economia (0,249). Destas três características ideológicas, a que menos favoreceu a Lula foi o autoritarismo. Isto porque no modelo de análise do voto Lula versus Serra no primeiro turno esta não há uma grande preponderância de autoritários sobre os não-autoritários (o valor 0,04 é muito próximo de zero e bem menor do que o valor 0,249 que indica o predomínio dos que são favoráveis à regulação sobre os que são contrários a ela). A maneira como estes traços ideológicos dividem o eleitorado, e a coerência do eleitor que, sendo de esquerda tende a votar em um candidato de esquerda, vieram a contribuir para a vantagem eleitoral de Lula sobre Serra já no primeiro turno. É interessante perceber que a ideologia foi importante não somente para a vantagem de Lula, mas veio a contribuir também para que Serra tirasse votos de Lula. Quanto mais anti-fatalista era o eleitor, maiores as chances de que viesse a votar em Lula. Porém, no eleitorado predominam os fatalistas (-0,134) o que veio a fazer com que Serra tirasse votos de Lula. Há também o eleitor que vê o mundo “cor-de-rosa”, ele avalia bem a maior parte das instituições. Neste caso, 16
quanto mais “cor-de-rosa” o mundo é, maiores as chances de que o voto fosse para Serra (valor –0,209 na coluna dos efeitos de ordem-zero). Como no eleitorado predominam aqueles que avaliam positivamente as instituições (valor 0,171 na coluna da importância explicativa), isto acabou fazendo com que Serra tirasse votos de Lula. Merece destaque o fato de que das três variáveis ideológicas que contribuíram para a vantagem de Lula, duas – regulação e autoritarismo - não apresentaram efeito direto no voto (símbolo # na coluna do efeito direto, tabela 16). Todo o seu efeito ocorreu de maneira indireta, por meio das outras variáveis introduzidas no modelo nos estágios subseqüentes da análise (Anexo X, tabela 8). A ideologia do eleitorado e as características pessoais dos candidatos foram os fatores mais importantes para explicar a vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno, mas não foram os únicos. Dois temas de campanha – inflação e corrupção – e a avaliação do governo FH em relação ao principal problema do país também colocaram lenha na fogueira de Lula. Tanto o combate à corrupção quanto a manutenção da estabilidade e inflação baixas eram questões consideradas menos importantes pelo eleitorado do que a melhoria da saúde pública ou o combate da miséria e da fome (isto é representado na coluna da importância explicativa pelos valores negativos dos dois primeiros temas e os valores positivos dos outros dois). Estes dois temas, e em particular o do combate à inflação, eram desfavoráveis a Lula. Isto é, quanto mais importantes eram para um determinado eleitor, menores as chances de que ele viesse a escolher Lula. A grande “sorte” de Lula é que estes temas não eram, na média, importantes para o eleitorado como 17
um todo. O resultado agregado é que isto se converteu em vantagem eleitoral para Lula. Na campanha de 2002 a inflação não se tornou um tema importante. Isto contribuiu para a vitória de Lula, pois, da mesma maneira como ocorrido nas eleições anteriores, a inflação era o terreno no qual predominava o adversário de Lula, fosse ele FH ou Serra. Um tema de campanha que operou favoravelmente a Serra foi o crescimento econômico (tabela 16: valor negativo na coluna importância explicativa relativa ao item “fazer a economia crescer mais rapidamente”). Quanto mais o eleitor era favorável ao crescimento econômico, mais tendia a votar em Lula. Porém, na média os eleitores de Lula e Serra se preocuparam mais com outros temas de campanha do que com o crescimento econômico. Um outro fator importante foi a avaliação do governo FH em relação ao principal problema do país. Para a grande maioria dos eleitores o principal problema do país era o desemprego (veja-se capítulos sobre a descrição do eleitorado) e o governo FH era muito mal avaliado quando se perguntava como ele havia enfrentado este problema nos últimos quatro anos. A avaliação do governo FH quanto a principal problema do país era bem pior do que a avaliação geral do governo (isto é indicado na coluna importância explicativa da tabela 16 quando se lê que a avaliação quanto ao principal problema era –0,315 e a avaliação geral 0,002). Isto contribuiu para que Lula ampliasse sua vantagem sobre Serra ainda no primeiro turno. A vantagem de Lula sobre Serra foi, portanto, um fenômeno complexo com várias causalidades. Em primeiro lugar se destaca o caráter personalista do voto. Na escolha entre um candidato do governo e outro da oposição o eleitorado fez 18
valer – em primeiro lugar – as características pessoais dos dois. Além do caráter personalista da cultura brasileira, o nosso presidencialismo incentiva o eleitor a avaliar mais o candidato do que o governo. Em 1998 Fernando Henrique disputou a reeleição. Talvez ali o voto tivesse sido menos personalizado. Porém, em 2002 o candidato do governo não era o próprio presidente. Era mais racional para eleitor avaliá-lo em bases mais pessoais e menos institucionais. Ainda mais se recordarmos que Serra fez uma campanha na qual buscou se afastar do governo (veja-se capítulo sobre a campanha eleitoral). O quadro 1 apresenta de maneira resumida os fatores que mais influenciaram na vantagem agregada de Lula sobre Serra no 1o turno.
Quadro 1: Fatores que influenciaram na vantagem de Lula sobre Serra no 1o turno Características pessoais Confiável Melhor plano de governo Mais defende gerar empregos Mais preparado e competente Mais experiência para governar Honesto Campanha limpa Faz mais pelos pobres (pró-Serra) Ideologia Privatização Regulação Autoritarismo Anti-fatalismo (pró-Serra) Avaliação das instituições (pró-Serra)
Vantagem de Lula sobre Serra (1o turno)
Políticas públicas Inflação Corrupção Crescimento econômico (pró-Serra) Avaliação de FH quanto ao principal problema
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Além dos fatores típicos de opinião pública, quatro variáveis socioeconômicas apresentaram um efeito significativo sobre este voto: religiosidade, idade, filiação a sindicato de membro da família ou residente no mesmo domicílio e pertencimento à população economicamente ativa. Porém, no modelo final de análise apenas a religiosidade sobreviveu. Ou seja, depois de introduzidas todas as demais variáveis o único efeito relevante que permaneceu foi o da religiosidade: quanto mais religiosa a pessoa, menores as chances de vir a escolher Lula10. Além das variáveis importantes na explicação da vantagem eleitoral de Lula vale analisar aquelas que tiveram importância preditiva, isto é, que ajudaram a prever em quem o eleitor decidiu votar. Antes de passar a tais variáveis cumpre esclarecer uma dúvida bastante razoável. Como é possível que um fator venha a ter poder de previsão, mas não contribua para a vantagem eleitoral? O motivo é simples. Pode acontecer que o fator que tem poder de previsão, ou seja, que ajuda bastante a prever em quem o eleitor vai votar, tenha uma distribuição média junto ao eleitorado que não dê vantagem para nenhum dos dois candidatos, nem Lula, nem Serra. As médias corrigidas de “gostar do PT” e da “avaliação geral do governo” (tabela 16) são ambas muito próximas de zero. Isto quer dizer que elas não contribuíram para a vantagem de Lula sobre serra, ainda que tenham sido variáveis muito importantes para prever a escolha do eleitor. 10
A análise não trata das variáveis socioeconômicas porque a utilização das mesmas para explicar o voto significa que não foi possível explicar os reais motivos da escolha do eleitor. Ou seja, as pessoas não votam em um candidato por são mais religiosas. Porém, porque são mais religiosas elas pensam de maneira X e as que são menos religiosas pensa da maneira Y. É a diferença na forma de pensar que influencia a decisão de votar e não o fato de ser mais ou menos religiosa. O mesmo é válido para todas as demais variáveis socioeconômicas.
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Os fatores que mais ajudaram a prever o comportamento do eleitor foram, na ordem de importância: 1) Confiável - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) Tem o melhor plano de governo - (característica pessoal) 4) Anti-fatalismo - (ideologia) 5) O mais preparado e competente - (característica pessoal) 6) Privatização - (ideologia) 7) Autoritarismo - (ideologia) 8) Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade – (políticas públicas) 9) Regulação - (ideologia) 10) O que mais defende gerar empregos - (característica pessoal) 11) Avaliação do governo – geral – (avaliação do governo) 12) Mais experiência para governar o Brasil - (característica pessoal) 13) Avaliação das instituições - (ideologia) 14) Melhorar a segurança pública – (políticas públicas) Quando se trata de prever o comportamento do eleitor o peso relativo das características pessoais diminui. Isto acontece não porque este conjunto de variáveis se torne menos importante, antes pelo contrário, mas porque as demais variáveis ficam mais importantes (Anexo x, tabela 23). A preferência partidária se destaca neste particular. Ela se torna o terceiro fator mais importante na previsão do voto, praticamente empatada com o fator segundo colocado – ideologia. Além disso, todos os demais fatores aumentam sua importância. Os resultados da análise do poder de previsão revelam que a decisão sobre em quem votar no primeiro turno, se em Lula ou Serra, foi influenciada por todos os fatores relevantes pesquisados11: ideologia, políticas públicas, características pessoais, preferência partidária e desempenho do governo. Foi, portanto, uma decisão complexa. Este ponto é muito importante porque, como será visto adiante,
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A única exceção foi a situação da economia que tem um peso preditivo pequeno.
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a decisão de escolher entre Lula ou Garotinho e entre Lula ou Ciro Gomes não teve a mesma complexidade. Os perfis políticos de Lula e Serra levaram o eleitor a considerar um amplo conjunto de fatores para decidir em qual deles votar. O primeiro um candidato de oposição que buscou fazer uma campanha “paz e amor”, e até governista em alguns aspectos. O segundo um candidato governista que buscou ao máximo se afastar do governo durante a campanha eleitoral. A conclusão-chave é curta e grossa. A ideologia influenciou a escolha, como também influenciaram as preferências dos eleitores em termos de políticas públicas, a imagem dos candidatos, a simpatia ou antipatia em relação ao PT e a avaliação do governo Fernando Henrique. Aqueles que ainda acham que o eleitor não é racional encontram nesta evidência um contra-argumento forte. Quando se tratou de decidir entre governo e oposição, mas sendo que o candidato do governo não disputava a reeleição, o eleitor levou em consideração todas as variáveis relevantes para tal decisão.
O que explica a vantagem de Lula sobre Garotinho12 Garotinho mobilizou os evangélicos e isto surtiu efeito eleitoral, não apenas a seu favor, mas também contra ele. O mesmo discurso que traz o voto evangélico espanta o voto católico. Uma parte importante da vantagem eleitoral de Lula sobre Garotinho pode ser explicada pelo peso do voto católico em favor de Lula. O gráfico 1 mostra que, considerando-se os eleitores que votaram ou Lula ou Garotinho, 91% dos católicos ficaram com Lula e apenas 9% dos que professam 12 12
As tabelas 2, 9, 17 e 23 do anexo X contém os resultados da análise estatística que compara o voto entre Lula e Garotinho no primeiro turno.
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esta religião optaram por Garotinho. Por outro lado, quase 2/3 dos evangélicos ficaram com Garotinho e apenas 1/3 dos mesmos votaram em Lula. Como o contingente de católicos é bem maior do que o de evangélicos, a vantagem que Garotinho obteve junto aos evangélicos era mais do que neutralizada pela vantagem de Lula junto aos católicos.
Gráfico 1: Católicos e evangélicos e o voto entre Lula e Garotinho (%)
36 Lula 91 Evangélicos
Católicos
64 Garotinho 9
0
20
40
60
80
100
Além da religião, mais três as variáveis socioeconômicas tiveram peso na escolha entre Lula e Garotinho: o setor da economia no qual a pessoa trabalhava, o nível de religiosidade e se a pessoa era filiada a sindicato ou não (Anexo X, tabela 9). Comparando-se o voto de Garotinho por setor da economia, sua força eleitoral foi maior entre os empregados do setor terciário do que junto aos 23
empregados da indústria. Este efeito no voto permaneceu mesmo após a inclusão de todas as demais variáveis do modelo explicativo (isto é indicado pela significância de 0,005 na última coluna da tabela9). O mesmo pode ser afirmado para filiação sindical. Neste caso, os filiados votaram em menor proporção em Garotinho do que os não filiados. Deve ser enfatizado que se o nível de religiosidade permaneceu importante na explicação do voto entre Lula e Serra, não ocorreu este fenômeno na escolha entre Garotinho e Lula. Neste caso, o efeito da religiosidade do voto foi totalmente indireto, foi transmitido por meio das variáveis subseqüentes do modelo de estágio múltiplo. A importância dos fatores socioeconômicos na explicação da decisão entre Lula e Garotinho fez com que as demais variáveis ficassem menos relevantes. Em primeiro lugar, a explicação da vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno apresentou um total de 26 variáveis estatisticamente relevantes (tabela 16) ao passo que a vantagem de Lula sobre Garotinho é explicada por apenas 17 variáveis (tabela 17). Em segundo lugar, o peso explicativo de cada bloco de variável em bem menor para Lula-Garotinho do que para Lula-Serra (tabela 23). A rigor, apenas as características pessoais de Lula e Garotinho foram importantes para a vantagem de um sobre o outro. Os eleitores consideravam que Lula era mais confiável do que Garotinho e que, além disso, Lula era o que mais defendia gerar empregos e tinha o melhor plano de governo. Estes foram os elementos mais importantes para se explicar tanto a vantagem de Lula sobre Garotinho quanto para prever em quem o eleitor iria votar. A campanha eleitoral de Garotinho, ainda que tenha tratado do tema do emprego, não deu uma grande ênfase a isto. Adicionalmente o histórico político 24
dos dois candidatos era diferente. Garotinho buscava fazer de seu desempenho frente ao Governo do Estado do Rio de Janeiro o principal motivo para que o eleitor lhe preferisse, enquanto Lula – ex-metelúrgico – sempre se identificou com as principais causas da “classe trabalhadora”, dentre elas a luta por empregos. A confiabilidade pessoal é um tema mais subjetivo do que a identidade que um candidato pode vir a criar o consolidar em relação a um tema de campanha, como foi o caso da geração de empregos. Este tem sido o elemento-chave da maioria das campanhas eleitorais, e a eleição presidencial de 2002 não foi exceção à regra. Lula construiu antes e durante a campanha a imagem de candidato mais confiável. Ainda no terreno das características pessoais, houve uma que permitiu a Garotinho tirar votos de Lula: fazer mais pelos pobres (isto é indicado pelo sinal negativo na coluna da importância explicativa). O efeito favorável a Garotinho foi pequeno, mas revelador. O discurso de apelo popular do ex-governador, com ênfase nas realizações do Governo do Estado do Rio de Janeiro, tais como refeições a 1 real, tiveram impacto junto aos eleitores. As características pessoais foram, de longe, as variáveis mais importantes na escolha entre Lula e Garotinho. Porém, foi possível detectar alguma influência da ideologia tanto na explicação da vantagem quanto na previsão da escolha. Da mesma maneira como ocorreu na análise do voto Lula versus Serra, quando o adversário do petista é Garotinho aqueles favoráveis à privatização tendem a não votar em Lula (valor negativo na coluna do efeito de ordem-zero). Como a maior parcela do eleitorado – considerando-se apenas aqueles que votaram ou em Lula
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ou em Garotinho - é contrário ao controle particular das empresas, este fator levou Lula a ampliar a vantagem sobre Garotinho. A outra variável ideológica que influenciou nesta disputa foi a censura. Quanto mais favorável um eleitor era em relação a censurar programas de televisão, maiores as chances de que viesse a escolher Garotinho em vez de Lula. Foi detectado um elemento importante do perfil político de Garotinho que apresenta pontos de contato com a religiosidade evangélica: se em nome do sucesso de um governo for necessário algum grau de repressão aos direitos individuais – a censura representa isto – que assim seja feito. A trajetória política de Garotinho, ao contrário da de Lula, não guarda relação com a vocalização das demandas da sociedade organizada. Trata-se de uma importante afinidade entre Garotinho e Brizola. Há uma forte relação entre ser favorável a reprimir os protestos contra o governo e ser favorável à censura. Em geral, quem apóia um também apóia outro. O eleitor de Garotinho não se opõe a este tipo de repressão. Fica evidente quando se compara os quadros 1 e 2 que os motivos que explicam a vantagem de Lula sobre Garotinho são bem diferentes daqueles que explicam a vantagem de Lula sobre Serra. Em primeiro lugar, na disputa LulaSerra a decisão foi mais complexa e condicionada por fatores mais variados (tabela 23). Enquanto na decisão entre Lula e Garotinho o peso maior e quase exclusivo foi para a comparação das características pessoais dos dois candidatos, Serra era o candidato do governo e por isso o eleitor levou em consideração – além das características pessoais - tanto as políticas públicas quanto a avaliação do governo. Além disso, no caso de Lula e Serra os aspectos ideológicos relativos à intervenção do estado na economia foram mais importantes (regulação e 26
privatização) do que as limitações às liberdades individuais. Isto era também reflexo de Serra ter sido o candidato associado a um governo que adotara políticas de liberalização do mercado.
Quadro 2: Fatores que influenciaram na vantagem de Lula sobre Garotinho no 1o turno Características pessoais Confiável Mais defende gerar empregos Melhor plano de governo Faz mais pelos pobres (pró-Garotinho) Ideologia Privatização Censura (pró-Garotinho)
Vantagem de Lula sobre Garotinho (1o turno)
Não surpreende que a decisão entre Lula e Garotinho tenha sido quase exclusivamente pautada pela imagem dos dois candidatos. Ambos eram oposicionistas e não tinham um governo para defender, se afastar ou se identificar. Diante de dois oposicionistas o eleitor se limitou a comparar suas características pessoais e escolher aquele mais bem avaliado. Mesmo dentre este grupo de fatores a decisão entre Lula ou Serra e entre Lula ou Garotinho foi diferente. No primeiro caso e eleitor considerou uma gama maior de características pessoais do que no segundo, indicando uma maior complexidade e ponderação nesta do que naquela escolha. Uma outra diferença muito importante entre as duas escolhas foi o papel da religião. Na disputa Lula versus Serra a denominação religiosa foi completamente 27
irrelevante ao passo que na disputa Lula-Gartotinho ela foi extremamente importante. Foi tão importante que mesmo após terem sido introduzidas outras 17 variáveis que não eram socioeconômicas o seu impacto direto sobre o voto permaneceu muito relevante (tabela 9). A pesquisa não permitiu diferenciar que traços ideológicos ou que preferências diferenciavam católicos e evangélicos ao ponto de terem votado diferente da forma que o fizeram. As pessoas não votam mais em Lula do que em Garotinho simplesmente porque são católicas, mas sim porque em sendo católicas elas pensam de uma determinada maneira que as leva a escolher mais Lula do que Garotinho. Esta maneira de pensar não foi detectada pela pesquisa. Porém, é possível avaliar os impactos da mobilização política dos evangélicos levada a cabo por Garotinho. Uma hipótese para os católicos terem preferido Lula foi a reação à própria mobilização evangélica. Como Garotinho se colocava como candidato dos evangélicos e mobilizava abertamente esta máquina organizacional, os católicos passaram a vê-lo como uma ameaça. O raciocínio católico pode ter sido simples: se ele está do lado dos evangélicos nós então não votaremos nele. O interessante é que muitos analistas viram um grande mérito na capacidade de Garotinho mobilizar os evangélicos a seu favor. Porém, esqueceram de ver os limites desta estratégia em função de uma possível reação dos católicos que ainda representam o contingente religioso francamente dominante no Brasil. Talvez Garotinho não tivesse sido capaz de ir até onde foi sem a mobilização dos evangélicos, mas ele não pôde ir além também por causa desta mesma mobilização. A sua fraqueza derivava de sua força.
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Quando se passa para a avaliação do poder de previsão das variáveis o papel das características pessoais permanece muito importante. Dentre as sete variáveis mais relevantes para se prever o comportamento do eleitor cinco são características pessoais: 1) Confiável - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) Faz mais pelos pobres - (característica pessoal) 4) O que mais defende gerar empregos - (característica pessoal) 5) Honesto - (característica pessoal) 6) Tem o melhor plano de governo - (característica pessoal) 7) Censura - (ideologia) Assim como acontece na escolha entre Lula e Serra a preferência partidária pelo PT surge com grande poder de previsão da escolha do eleitor. Ela não aparece também como importante variável explicativa por uma razão. Como a preferência partidária variou muito durante o período em torno da eleição ela entrou no final do modelo de estágio múltiplo. Ao entrar no final do modelo a sua média corrigida no eleitorado, isto é, a proporção de eleitores favoráveis ao PT após ser descontado o efeito das variáveis que lhe antecedem tende a ser pequena. Este fenômeno aconteceu durante a campanha eleitoral. As pessoas que mais achavam que o Lula era o mais confiável dos candidatos eram também as que mais simpatizavam com o PT. O que veio antes? Simpatizar com o PT ou achar o Lula confiável? Tudo indica que a admiração pessoal antecedeu o súbito crescimento da simpatia institucional, pelo PT. Como foi visto no capítulo sobre a moderação do PT a votação de Lula sempre foi maior do que a do partido. Adicionalmente, a proporção de eleitores que se declararam simpáticos ao PT aumentou de aproximadamente 40% no mês
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anterior à eleição para 66% no mês subseqüente à eleição, sem que a intenção de voto em Lula tenha crescido nesta proporção neste período13. Portanto, é plenamente justificável a inclusão da simpatia partidária no final do modelo de estágios múltiplos. Em suma, as características pessoais foram mais importantes na escolha entre Lula e Garotinho do que na escolha entre Lula e Serra. Isto é verdadeiro tanto para a sua capacidade de explicar a vantagem de Lula sobre seus adversários quanto para prever o comportamento do eleitor. O eleitor mostra mais uma vez que sua escolha segue critérios adequados, quando se tratava do embate entre um candidato de oposição e outro governista ela foi pautada por um número maior e mais variado de fatores, quando se tratou de dois oposicionistas ela foi orientada quase que exclusivamente por suas características pessoais.
O que explica a vantagem de Lula sobre Ciro14 Tomando-se como referência a personalização do voto em função do grande peso das características pessoais dos candidatos, pode-se dizer que a escolha entre Lula e Ciro ficou a meio caminho da maior personalização possível, que ocorreu na decisão de votar ou em Lula ou em Garotinho, e a menor personalização que foi a decisão entre Lula e Serra (veja-se a importância preditiva na tabela 23).
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O dado para o mês anterior à eleição é da Pesquisa Social Brasileira (PESB) e o dado pós-eleitoral é do ESEB. Nos dois casos a proporção de eleitores simpáticos ao PT foi calculada sobre o total de eleitores que declararam ter simpatia por algum partido. 14 As tabelas 3, 10, 18 e 23 do anexo X contém os resultados da análise estatística que compara o voto entre Lula e Ciro no primeiro turno.
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Ao avaliar os extremos da personalização não se pode esquecer que a importância das características pessoais foi grande para a vantagem de Lula sobre os três candidatos. Assim, ainda que o peso das características pessoais tenha sido menor, em uma comparação com a disputa Lula-Garotinho, quando os eleitores decidiram em favor de Lula contra Ciro, ainda assim os fatores pessoais foram determinantes para a vantagem de Lula. Uma vez mais a confiabilidade foi o principal fator que levou o eleitorado a escolher Lula e não Ciro (tabela 18, importância explicativa de 0,224). Devem ser recordados os ataques sofridos por Ciro no horário eleitoral gratuito de Serra (veja-se o capítulo sobre a campanha eleitoral). Todos os ataques visavam fazer com que Ciro ficasse com a imagem de político não-confiável, uma espécie de Collor-2. Ciro deu munição para as críticas de Serra, como deu argumentos para os críticos que o consideravam um político destemperado, sem o devido controle emocional demandado pelo cargo de presidente. Tudo muito diferente do que se passou na campanha eleitoral de Lula. Outras características pessoais foram também importantes para explicar a vantagem de Lula sobre Ciro. Dentre os sete mais importantes fatores explicativos, cinco foram características pessoais (Anexo X, tabela 18). Além da confiabilidade, os eleitores deram vantagem a Lula porque o consideravam aquele que tinha o melhor plano de governo, o que mais defendia gerar empregos, o mais preparado e competente e o que tinha mais experiência para governar o Brasil. Não se trata aqui de discutir se o eleitorado estava correto ou não do ponto de vista objetivo. Lula levou vantagem em várias destas características não apenas sobre Ciro, que tinha governado o Ceará, mas também sobre Garotinho, ex31
governador do Estado do Rio de Janeiro e sobre um ex-ministro da saúde. A experiência governativa de Lula era objetivamente menor do que a dos outros três. Porém, não foi esta a imagem construída na campanha eleitoral. Imagem é tudo. Duas características pessoais atuaram no sentido de favorecer a Ciro Gomes: o que mais defende manter a inflação baixa e o que fez uma campanha limpa sem atacar os adversários. Nos dois casos o efeito total na vantagem de Lula sobre Ciro foi negativo (tabela 18, coluna do efeito total). Mais uma vez as características pessoais influenciaram de forma importante o resultado da eleição. Uma única variável ideológica contribuiu para a vantagem de Lula sobre Ciro: privatização. O eleitor anti-privatização, isto é, contrário ao controle particular das empresas preferiu Lula. Como a maior parte do eleitorado defende justamente este ponto de vista, isto contribuiu para a vantagem de Lula sobre Ciro. É interessante destacar que esta variável foi importante tanto no primeiro quanto no segundo turno, tanto no embate Lula versus Serra quanto nos embates do candidato vencedor contra Garotinho e Ciro. Igualmente interessante é o fato do efeito desta variável ter sido indireto. Foi um efeito transmitido por meio das variáveis subseqüentes no modelo de estágios múltiplos. O mesmo fenômeno aconteceu na disputa entre Lula e Garotinho. Há uma diferença perceptível na explicação da vantagem de Lula sobre Ciro quando comparada com os dois pares de votos avaliados anteriormente, a importância explicativa da simpatia pelo PT é maior. Isto aconteceu porque nos casos de Serra e Garotinho as outras variáveis do modelo que antecediam a preferência partidária acabaram por influenciá-la mais do que na disputa entre Lula e Ciro. Ou seja, a preferência partidária na disputa Lula-Ciro teve um impacto 32
sobre o voto maior porque foi menos influenciada por outras variáveis. Preferia-se o PT simplesmente porque preferia-se o PT e não em função de fatores como as características pessoais de Lula ou a ideologia.
Quadro 3: Fatores que influenciaram na vantagem de Lula sobre Ciro no 1o turno Características pessoais Confiável Melhor plano de governo Mais defende gerar empregos Mais preparado e competente Mais experiência para governar Mais defende inflação baixa (pró-Ciro) Campanha limpa (pró-Ciro)
Vantagem de Lula sobre Ciro (1o turno)
Ideologia Privatização Preferência pelo PT Políticas públicas Crescimento (pró-Ciro)
O crescimento econômico foi um fator de política pública que influenciou na vantagem de Lula sobre Ciro só que a favor de Ciro. Quanto mais alguém preferia o crescimento econômico em relação a outras políticas públicas, maiores as chances de se votar em Lula. Porém, esta preferência era menor do que aquela expressa por outras políticas (isto é indicado pelo valor negativo na coluna da importância explicativa da tabela 18). Assim, este fator veio a contribuir para diminuir a vantagem de Lula sobre Ciro.
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A disputa Lula-Ciro foi o único embate da eleição de 2002 explicado pela escolaridade: quanto maior a escolaridade maiores eram as chances de que o eleitor viesse a escolher Ciro (tabela 10). A importância da escolaridade foi tão grande que o seu efeito sobre a diferença entre Lula e Ciro permaneceu importante mesmo após a introdução de outras 19 variáveis explicativas. Este resultado revela que o eleitorado se dividiu proporcionalmente entre Lula e Serra e Lula e Garotinho tanto nas escolaridades baixas quanto nas escolaridades mais altas. Porém, na escolha entre Lula e Ciro houve proporcionalmente mais gente favorável a Ciro entre os de escolaridade mais elevada, e proporcionalmente mais eleitores de escolaridade mais baixa votando em Lula. A análise dos três pares de votos (Lula-Serra, Lula-Garotinho e Lula-Ciro) revela que a escolaridade não é tão importante quanto se supõe para explicar os resultados eleitorais. O eleitorado brasileiro se comporta de forma bastante homogênea quando se trata de escolaridade. Não importa se o nível educacional é alto ou baixo, a proporção de votos dos candidatos se distribui de maneira independente da escolaridade. O posicionamento dos eleitores face ao controle particular ou público das empresas (variável privatização), por exemplo, é muito mais importante para se compreender o voto do que seu nível educacional. O mesmo pode ser dito a respeito das características dos candidatos. Na análise do poder de previsão das variáveis, mais uma vez destacam-se as características pessoais dos candidatos. Todavia, ao contrário do que ocorre com Garotinho, o poder de previsão dos outros conjuntos de variáveis é maior. A preferência pelo PT ocupa o segundo lugar na capacidade de prever se o eleitor escolheria Lula ou Ciro, seguida de políticas públicas e ideologia (tabela 23). Pode 34
ser visto abaixo que dentre as 10 variáveis com maior poder preditivo, seis são características pessoais, duas são variáveis ideológicas, uma é política pública e a preferência partidária ocupa o segundo lugar na ordem de imoprtância: 1) Confiável - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) Tem o melhor plano de governo - (característica pessoal) 4) O que mais defende gerar empregos - (característica pessoal) 5) Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente – (políticas públicas) 6) O que mais defende manter a inflação baixa - (característica pessoal) 7) O mais preparado e competente - (característica pessoal) 8) Privatização - (ideologia) 9) Confiança interpessoal - (ideologia) 10) Mais experiência para governar o Brasil - (característica pessoal) O três pares de votos apresentam uma semelhança importante quando se trata de capacidade de previsão, a confiabilidade de Lula e a preferência pelo PT ocupam sempre as duas primeiras posições. Uma outra semelhança, já apontada, é a grande importância da personalização do voto. No terreno das diferenças destaca-se o papel relevante que a ideologia teve para prever se o eleitor escolheria Lula ou Serra. Além disso, fica bastante claro que o voto mais personalizado ocorreu na disputa entre Lula e Garotinho (0,342 de importância preditiva para as características pessoais e 0,199 de importância preditiva para as demais variáveis somadas) e o menos personalizado na disputa Lula-Serra (0,584 de importância preditiva para as características pessoais e 0,730 de importância preditiva para as demais variáveis somadas). O embate Lula-Ciro ficou entre estes dois extremos, porém um pouco mais próximo do padrão de disputa ocorrido entre Lula e Gatrotinho. Por que isto aconteceu? Em função das razões já apontadas na interpretação do embate Lula-Garotinho.
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Lula e Ciro eram dois candidatos de oposição. Como foi visto, quando a disputa acontece entre dois candidatos de oposição as características pessoais assumem um papel mais importante do que quando a disputa se dá entre um oposicionista e um governista. Assim, faz todo sentido o achado: a disputa LulaCiro apesar de se encontrar em um ponto relativamente intermediário entre os outros dois embates, se assemelha mais à disputa Lula-Garotinho do que ao voto Lula-Serra. Esta conclusão é reforçada pela capacidade de previsão da avaliação do governo: ela inexiste na disputa entre Lula e Garotinho é pequena na disputa entre Lula e Ciro e é bem maior na disputa Lula-Serra (tabela 23). Ainda que Serra tivesse buscado de maneira incansável afastar-se do governo, o eleitor não deixou de considerar a avaliação de Fernando Henrique ao escolher entre Serra e Lula. A disputa do primeiro turno revela, portanto, que há lógica na escolha do eleitor. A baixa escolaridade média do eleitorado brasileiro não o impede de utilizar os critérios mais adequados para cada disputa.
O que explica a vantagem de Lula sobre Serra no segundo turno15 A grande questão sobre a disputa Lula-Serra no segundo turno é o que mudou e o que permaneceu igual em relação ao embate do primeiro turno. Uma comparação entre os quadros 1 e 4 mostra que há muitas semelhanças entre as duas disputas. As características pessoais que estiveram presentes nas duas disputas foram: confiável, melhor plano de governo, mais preparado e competente, campanha limpa e faz mais pelos pobres. Três características pessoais estiveram
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As tabelas 4, 11, 19 e 23 do anexo X contém os resultados da análise estatística que compara o voto entre Lula e Serra no segundo turno.
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presentes somente no primeiro turno (mais defende gerar empregos, mais experiência para governar e honesto) e uma esteve presente apenas no segundo turno (mais evita greve e bagunça). No terreno da ideologia os todos fatores presentes no primeiro turno foram também relevantes no segundo turno. A única diferença foi que o nacionalismo econômico favoreceu Serra no segundo turno e não havia sido importante na primeira rodada da eleição. Nas políticas públicas permaneceu a inflação e crescimento econômico, mas saiu corrupção e entrou saúde, e a avaliação do governo em relação ao principal problema do país foi importante nos dois turnos.
Quadro 4: Fatores que influenciaram na vantagem de Lula sobre Serra no 2o turno Características pessoais Confiável Melhor plano de governo Mais preparado e competente Mais evita greve e bagunça Campanha limpa Faz mais pelos pobres (pró-Serra) Ideologia Privatização Regulação Autoritarismo Anti-fatalismo (pró-Serra) Nacionalismo econômico (pró-Serra) Avaliação das instituições (pró-Serra)
Vantagem de Lula sobre Serra (2o turno)
Políticas públicas Inflação Saúde Crescimento econômico (Pró-Serra) Avaliação de FH quanto ao principal problema
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Uma outra semelhança importante diz respeito ao peso comparado da importância explicativa das características pessoais com todas as demais variáveis somadas. Nota-se que nos dois turnos as demais variáveis tiveram uma importância explicativa correspondente a 45% da importância explicativa das características pessoais (tabela 23). Até mesmo na importância preditiva os valores foram muito próximos. No primeiro turno ideologia, políticas públicas, situação da economia, preferência partidária e desempenho do governo somados deram uma contribuição para a previsão da escolha do eleitor 1,25 vezes maior do que as características pessoais. No segundo turno isto foi 1,13 vezes maior indicando uma grande semelhança entre os dois turnos. Obviamente é sempre mais fácil “prever o que já ocorreu” do que prever o que vai acontecer. As enormes semelhanças entre os dois turnos revelam que as chances de Serra virar a disputa no segundo turno eram próximas de zero. Na primeira semana da disputa eleitoral do segundo turno segmentos importantes da elite brasileira ainda acreditavam que Lula poderia vir a ser derrotado. Somente após a primeira semana, e considerando os resultados inalterados das pesquisas eleitorais, estes segmentos passaram a admitir que Lula seria o vencedor. A grande estabilidade das variáveis que explicam a vantagem de Lula sobre Serra e que prevêem a escolha do eleitor mostram que apenas uma hecatombe poderia vir a alterar aquele quadro eleitoral. Uma outra semelhança entre os dois turnos diz respeito às variáveis que tiveram o maior peso na capacidade de previsão da escolha eleitoral: elas são as mesmas da primeira até a sétima. A única diferença é que algumas posições na escala de importância são alteradas, mas não as duas primeiras como salientado 38
anteriormente. Além destas sete, a avaliação do governo – geral completa o quadro de semelhanças. Ou seja, dentre as 12 mais importantes variáveis de previsão do voto no segundo turno, oito também estiveram entre as mais importantes no primeiro turno. 1) Confiável - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) O mais preparado e competente - (característica pessoal) 4) Autoritarismo – (ideologia) 5) Tem o melhor plano de governo - (característica pessoal) 6) Privatização – (ideologia) 7) Anti-fatalismo – (ideologia) 8) Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente – (políticas públicas) 9) Avaliação do governo – geral – (desempenho do governo) 10) Nacionalismo econômico – (ideologia) 11) Faz mais pelos pobres - (característica pessoal) 12) Avaliação do governo - principal problema – (desempenho do governo) Uma diferença relevante entre os dois turnos é que o poder explicativo e preditivo das variáveis diminui de um turno para o outro. No primeiro turno a importância explicativa total é da ordem de 0,672 e a capacidade de previsão de 1,314. No segundo turno estes valores são respectivamente 0,394 e 1,204. A razão disto é que no segundo turno os eleitores que preferiram Garotinho e Ciro têm que escolher entre Lula e Serra. Eles acabam fazendo esta escolha em função de motivos secundários, enfraquecendo as principais hipóteses explicativas. Eles ficam com Lula ou Serra porque a sua primeira opção não está mais na disputa fazendo da escolha entre os dois algo movido por preferências fracas. O resultado é que no segundo turno as variáveis socioeconômicas acabam tendo mais importância do que no primeiro turno.
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De fato se trata de uma diferença importante. No embate Lula-Serra no primeiro turno quatro variáveis socioeconômicas entraram no primeiro estágio da análise e apenas uma – religiosidade – manteve seu efeito direto sobre o voto após a inclusão das demais variáveis explicativas. No segundo turno foram cinco as variáveis socioeconômicas no primeiro estágio e três delas mantiveram-se estatisticamente relevantes até o último estágio: religiosidade, idade e pertencimento à população economicamente ativa. Quanto mais religiosa a pessoa menor a chance de se votar em Lula; quanto mais velho também, e aqueles que pertenciam à população economicamente ativa tendiam a votar em Lula com mais freqüência (tabela 11). Uma outra diferença importante entre os dois turnos é que no segundo os fatores que explicaram a vantagem de Lula sobre Serra se concentraram na imagem pessoal de mais confiável que Lula tinha e na característica ideológica do eleitorado de ser contrário ao controle particular das empresas (privatização). A importância explicativa destes dois fatores é bem maior do que dos fatores subseqüentes (tabela 19). Já no primeiro turno estes também eram os fatores mais importantes, porém eles dividiam o bolo explicativo de uma maneira mais equânime com as demais variáveis relevantes (tabela 16 coluna da importância explicativa). Isto revela que a decisão do eleitor no segundo turno é um pouco menos complexa do que no primeiro. O que faz sentido por se tratar de uma disputa com apenas dois candidatos, com tempos iguais no horário eleitoral gratuito e sem a massa de informações veiculadas em disputas com eleições para mais de dois cargos como é o caso do primeiro turno.
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As diferenças entre os turnos não invalidam conclusões importantes que servem tanto para o primeiro quanto para o segundo turno. A decisão do eleitor foi complexa e foram considerados vários fatores, dentre os quais – o mais importante – as características pessoais dos candidatos seguidas de ideologia, desempenho do governo e políticas públicas. A preferência pelo PT foi muito importante, não para dar a Lula vantagem eleitoral, mas para prever em quem o eleitor votaria.
A eleição de 1998 nas lentes de 2002 O ESEB foi realizado em 2002. A pesquisa foi iniciada dois dias após o segundo turno e terminou nos últimos dias de dezembro. Os entrevistados disseram em quem tinham votado em 2002 e em 1998. Isto permite tanto avaliar a disputa entre Fernando Henrique e Lula quanto analisar quais foram os eleitores que votaram em Lula em duas eleições consecutivas, quais os que votaram em FH e Serra e quais foram os que votaram no governo em 1998 e na oposição em 2002. Há uma limitação, porém, para a análise do voto em 1998. Não há pesquisa equivalente ao ESEB realizada naquela eleição e muitas das variáveis que explicam o voto em 2002 dizem respeito à conjuntura deste ano. As variáveis socioeconômicas são pouco problemáticas porque mudam pouco em quatro anos. Há mudança de religião? Sim. Contudo, mudanças expressivas levam décadas para acontecer. O mesmo se aplica à filiação sindical e religiosidade. Fatores como renda, escolaridade e idade também mudam lentamente. Mesmo mudando, os dados de 2002 quando utilizados para analisar 1998 permitem avaliar se houve diferença no voto dos mais jovens comparados 41
aos mais velhos, dos mais escolarizados frente aos menos instruídos, dos mais ricos em relação aos mais pobres. Mesmo mudando o valor para cada indivíduo entre 1998 e 2002, as posições relativas de idade ficam inalteradas e as de renda e escolaridade se modificam pouco. O segundo conjunto de variáveis que muda pouco – quando muda – é a ideologia. Não é de hoje que o eleitorado brasileiro é predominantemente antiliberal quando se trata da presença do estado na economia. Mesmo não dispondo de evidências empíricas equivalentes às produzidas pelo ESEB, como baterias de perguntas específicas para mensurar o liberalismo do eleitorado, há outros tipos de evidências que corroboram o diagnóstico anti-liberal. Uma delas é a importância de Getúlio Vargas na história brasileira e a quantidade e importância das ruas e avenidas espalhadas em cidades brasileiras que levam o seu nome. Uma outra é a conhecida predileção dos brasileiros por empregos públicos. Enfim, há várias evidências quantitativas e qualitativas de nosso anti-liberalismo. O mesmo que vale para esta ideologia, vale para as demais. As mudanças ideológicas acontecem em movimentos de longo prazo. Elas são, na grande maioria das vezes, mudanças entre diferentes gerações. A visão que as pessoas mais velhas tem da moralidade sexual tende a ser mais conservadora do que os mais jovens. Isto tem inúmeros impactos no comportamento: desde a aparição e aceitação do homossexualismo em grande escala até a diminuição do controle social sobre a mulher. O mesmo tende a ocorrer com todas as variáveis ideológicas medidas pelo ESEB. Assim, os dados para 2002 são adequados para analisar o resultado eleitoral de 1998. A adequação das variáveis de 2002 para entender 1998 termina aqui. 42
Os demais conjuntos de variáveis utilizadas, políticas públicas, situação da economia, características dos candidatos, preferência partidária e avaliação do governo tendem a mudar mais em função da conjuntura. Destes, provavelmente o que menos mude seja “políticas públicas”. Os problemas do país tendem a perdurar no tempo. Este é o caso do combate à inflação que não acontece de uma hora para outra, o desemprego e o crescimento econômico, ou a percepção de que a miséria e a fome devam ser combatidas. Trata-se, para muitos, de problemas antigos que são sempre importantes. As demais variáveis utilizadas, porém, tendem a se alterar de acordo com a conjuntura. Com o enorme esforço de propaganda do PT a imagem de Lula certamente mudou muito em quatro anos. Ele se tornou mais confiável para a maioria do eleitorado. A avaliação do governo em 2002 não era a mesma de 1998, assim como a preferência partidária em favor do PT. Portanto, a situação da economia de 2002 assim como as características dos candidatos, preferência partidária e avaliação do governo podem ser utilizadas para avaliar a eleição de 1998. Contudo, todas as conclusões nelas baseadas devem ser vistas com cautela. Uma pessoa que em 2002 não considerava Lula o mais confiável dos candidatos, mesmo após o esforço de marketing do PT, provavelmente também não o achava o mais confiável quatro anos antes. Esta breve análise revela que estas variáveis podem ser úteis para entender a eleição de 1998, mas a sua interpretação ficará – obviamente – diferente e mais indireta do que quando são utilizadas para explicar o resultado eleitoral de 2002. As limitações da pesquisa de 2002 para explicar a vantagem de FH sobre Lula em 1998 são refletidas na importância explicativa de cada conjunto de 43
variáveis (tabela 23). Nota-se que a importância explicativa para a eleição de 1998 é menor do que para todos os resultados de 2002 no primeiro e segundo turnos. Mesmo com tais limitações os resultados revelam a coerência do eleitorado. Os eleitores mais favoráveis à censura, que avaliam de maneira mais positiva as instituições, que se posicionavam a favor do controle particular das empresas, os mais satisfeitos com os serviços públicos e os mais autoritários tendiam a votar em Fernando Henrique (isto é indicado pelo sinal positivo do efeito total de cada variável na tabela 20). Há uma grande semelhança ideológica entre os eleitores de FH e Serra (veja-se quadros 1 e 4). Eles são eleitores de direita ao passo que os votaram em Lula são de esquerda. Esta afirmação foi comprovada pelos dados do ESEB. Não se trata mais de controvérsia política ou jornalística. Na perspectiva da literatura especializada há famílias ideológicas entrecortadas: liberalismo ou intervencionismo na economia , e mais ou menos repressão aos direitos individuais. O eleitor de direita é aquele que defende menos estado na economia e mais abertura de mercado combinado com mais autoritarismo na regulação do comportamento individual, isto sendo feito por meio da censura, repressão a manifestações, proibição do aborto, dentre outras medidas. Este seria o típico eleitor do Partido Republicano norte-americano, ou dos partidos de direita europeus. O eleitor de esquerda é o seu oposto: defende que o estado regule e intervenha mais na economia, domesticando e fechando o mercado e agindo para redistribuir renda em favor dos mais pobres, e quer menos autoritarismo na regulação do comportamento dos indivíduos. Esta análise está sintetizada no diagrama 1. 44
Diagrama 1: Esquerda e direita segundo liberalismo e autoritarismo Menos estado na economia Direita
Menos autoritarismo em relação aos direitos individuais
Mais autoritarismo em relação aos direitos individuais
Esquerda Mais estado na economia
É possível afirmar, portanto, que os dois núcleos ideológicos, liberalismo e autoritarismo, podem ser combinados para formar um só contínuo que varia entre esquerda e direita. Igualmente pode-se afirmar, agora com base no ESEB que Serra e Fernando Henrique ocuparam em 2002 e 1998 a mesma posição, direita, no confronto com Lula na esquerda. Este é um traço mais permanente do eleitorado brasileiro. Ideologia não é tudo. O eleitor de centro acaba decidindo a eleição e as características dos candidatos têm um papel fundamental na sua escolha. É assim que mais uma vez a confiabilidade aparece em primeiro lugar na importância explicativa da vantagem de FH sobre Lula em 1998. Considerando-se 45
apenas aqueles que votaram ou em FH ou em Lula naquela eleição, a avaliação de que Lula era o candidato mais confiável na eleição de 2002 não era predominante (isto é indicado pelo valor –0,406 da importância explicativa desta variável). O resultado foi a ampliação da vantagem de FH sobre Lula. Fica evidente que FH foi muito mais capaz de atrair o eleitor de centro do que Serra, pois quando a comparação leva em consideração apenas os eleitores ou de Serra ou de Lula em 2002 a média corrigida da confiabilidade de Lula é positiva. O dado corrobora o óbvio, o que todos já sabiam, porém agora por meio da característica pessoal que mais influencia na decisão do voto, a confiabilidade: Lula venceu em 2002 porque foi capaz de atrair uma parcela daqueles que votaram em FH em 1998. Uma outra característica pessoal de Lula em 2002 ajuda a entender o resultado de 1998: o mais preparado e competente. Dentre os eleitores de FH ou Lula em 1998 a maioria achava em 2002 que Lula era o mais preparado e competente. (0,324 na coluna da importância explicativa). Isto revela que “confiabilidade” e “estar preparado para governar” estavam relativamente descolados. Ambas as avaliações de Lula provavelmente melhoraram de 1998 para 2002. Porém, a confiabilidade operou a favor de FH ao passo que a preparação para governar favoreceu Lula. Isto também reforça todas as evidências acerca da enorme importância da confiabilidade na decisão do voto. A outra característica não-ideológica importante para explicar a vantagem de FH sobre Lula foi a avaliação geral do governo. A avaliação de FH no final de 1998 era melhor do que no final de 2002. Portanto, o provável é que os que avaliavam mal o governo FH em 1998 também o faziam em 2002 acrescidos de 46
uma parcela de eleitores que em sua reeleição avaliava de maneira positiva o seu governo. O fato que é a hipótese de que a avaliação do governo importa para explicar vitórias eleitorais é confirmado por este resultado. A comparação da capacidade de previsão das variáveis mostra que há regularidade na decisão dos eleitores. 1) O mais preparado e competente - (característica pessoal) 2) Gostar do PT – (preferência partidária) 3) Avaliação do governo – geral – (desempenho do governo) 4) Confiável - (característica pessoal) 5) Privatização – (ideologia) 6) Autoritarismo – (ideologia) 7) Avaliação das instituições – (ideologia) 8) Patrimonialismo – (ideologia) 9) Rouba-mas-faz – (ideologia) 10) Gerar mais empregos – (políticas públicas) 11) Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade – (políticas públicas) 12) Censura – (ideologia) No primeiro turno de 2002 a escolha entre Lula ou Serra pôde ser prevista por variáveis que influenciaram também a decisão entre FH ou Lula. No terreno da ideologia estes fatores foram: privatização, autoritarismo e avaliação das instituições. Na área das características pessoais foram a confiabilidade e considerar Lula o mais preparado e competente. Além disso, gostar do PT, a avaliação geral do governo e a prioridade na manutenção da estabilidade econômica e da inflação baixa ajudaram a prever a escolha do eleitor em ambas as eleições. Neste aspecto a semelhança entre 1998 e 2002 é maior com o primeiro do que com o segundo turno. Dentre os fatores mais importantes de previsão há oito que são comuns a 1998 e o primeiro turno de 2002 e apenas seis comuns com o segundo turno: confiabilidade e ser o mais preparado e
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competente, autoritarismo e privatização, gostar do PT e a avaliação geral do desempenho do governo. As semelhanças entre estas três eleições mostram que a decisão do eleitor na disputa mais importante – entre o primeiro e o segundo colocados – é influenciada pelas características dos candidatos, pela ideologia, preferência partidária em relação ao PT e pela avaliação do governo. Dentre as características dos candidatos as que mais ajudam a prever o comportamento são a confiabilidade e ser preparado e competente. O eleitor deseja um político no qual ele confie e que reúna os requisitos técnicos que o tornem capaz de governar. A confiabilidade é sistematicamente mais importante do que “ser preparado e competente”. Foi por isto que na campanha eleitoral de 1989 o crescimento de Guilherme Afif Domingues foi detido pelas críticas de Mário Covas ao mostrar o desempenho do deputado federal Afif na Assembléia Constituinte. Faltar às sessões e receber nota baixa do DIAP, era para o eleitor o símbolo de que Afif não era confiável. Em 2002 a candidatura de Ciro Gomes foi abatida por uma série de críticas que simbolizavam a mesma coisa. Destaca-se dentre elas a gravação em off de Ciro Gomes em um programa de rádio na qual dizia que um eleitor era burro. O caráter personalista das eleições brasileiras não é novidade. A principal novidade da análise é a importância da ideologia nas eleições presidenciais. Ficou provado que os dois elementos fundamentais da divisão entre esquerda e direita, que são a visão de mundo quanto ao papel do estado na economia e quanto às restrições das liberdades individuais, estiveram presentes nas duas eleições. O fato de apenas uma variável de cada dimensão estar presente nas eleições de 48
1998 e 2002 não diminui a importância desta conclusão. Na realizada, a variável privatização está correlacionada com regulação: quanto mais alguém é a favor do controle particular das empresas mais defende que haja menos regulação econômica. Da mesma forma, há correlação entre autoritarismo e censura, quem apóia mais restrições às liberdades em uma também apóia em outra e vice-versa. A ideologia pode não ter – e de fato não tem – um papel predominante (tabela 23). Porém, isto é bem diferente de afirmar que ela não tem papel algum. Ela divide o eleitorado e permite prever, na média, em quem os eleitores irão votar, se em Lula na esquerda ou em FH ou Serra na direita. O patrimônio construído por Lula e seus correligionários – expresso na preferência partidária em relação ao PT – tem apresentado resultados eleitorais importantes. A preferência partidária em relação ao PT compreende tanto os eleitores que gostam quanto os que rejeitam o partido passando por aqueles que lhe são indiferentes. O PT é atualmente o único partido que divide a opinião pública e orienta a escolha do eleitor. A direção da causalidade é óbvia, quanto mais se gosta do PT maiores as chances de que se venha a votar em seus candidatos, quanto mais se rejeita o PT maiores as chances de que o escolhido seja um candidato de direita. A preferência partidária é influenciada por fatores conjunturais e estruturais. A enorme popularidade obtida por Lula durante a campanha eleitoral de 2002 levou mais simpatizantes para o PT. Entre 1998 e 2002 Lula passou a ser mais bem avaliado em todos os aspectos relevantes das características pessoais. Da mesma forma, a preferência pelo PT aumentou muito quando comparadas pesquisas feitas antes e depois das eleições de 2002. A correlação entre 49
preferência partidária pelo PT e confiabilidade de Lula estava em patamares muito elevados depois da eleição (correlação: 0,535. Significante a 0,01). Trata-se, pois, do impacto do personalismo sobre a visão que os brasileiros têm das instituições. Há outras evidências que corroboram este diagnóstico: a votação de Lula tem sido historicamente maior do que a de seu partido, xxx, xxx, xxx. A ideologia do eleitorado fornece o componente estrutural da preferência partidária em relação ao PT. No domínio das liberdades individuais os mais autoritários são mais contra o PT (correlação: -0,155. Sig.: 0.01), e os que apóiam mais a censura também simpatizam menos com o PT (correlação: -0,041. Sig.: 0.05). No terreno do liberalismo econômico os mais liberais são mais contrários ao PT (correlação de –0,091 para privatização e 0,114 para regulação, ambas significativas a 0,01). Em suma, as pessoas de esquerda tendem a gostar do PT e as de direita a rejeitá-lo. Nesta eleição, porém, as características de Lula (não apenas confiabilidade) tiveram maior na simpatia partidária do que a ideologia (isto é indicado pelos valores das correlações). O fato é que a força do PT na opinião pública se tornou um importante divisor de águas eleitoral. A outra variável importante nas eleições de 1998 e 2002 para prever o comportamento do eleitor foi o desempenho do governo. A direção da causalidade também é óbvia: quanto melhor a avaliação do governo, menores as chances de que o voto fosse para Lula. Este fato foi muito explorado por FH em 1998 e pouco utilizado por Serra em 2002. O primeiro disputava sua reeleição e Serra fazia uma campanha eleitoral coerente com sua história política e com as idéias que sempre defendera.
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1998 e 2002: o voto oposicionista, o voto governista e os que trocaram o governo pela oposição O ESEB permite identificar – baseado no comportamento eleitoral de 1998 e 2002 – três tipos de eleitor: aquele que votou duas vezes em Lula, aquele que votou duas vezes no governo, e os que votaram no governo em 1998 e na oposição em 2002. A grande questão é: há diferenças importantes entre estes eleitores e, em havendo, quais seriam elas? Os fatores-chave para explicar a diferença entre os três tipos de voto são, mais uma vez, ideologia, políticas públicas, características dos candidatos, preferência pelo PT e avaliação do governo (tabelas 21 e 22). Os fatores ideológicos mais importantes foram privatização - presente nas duas comparações: voto oposicionista versus voto governista (tabela 21) e voto de mudança versus voto governista (tabela 22), autoritarismo, hierarquia, regulação, anti-fatalismo, avaliação das instituições, confiança interpessoal e nacionalismo econômico presentes em apenas uma das duas comparações. Aparecem novamente as variáveis que medem tanto o liberalismo econômico quanto o autoritarismo face aos direitos individuais. Os que votaram em Lula nas duas eleições são aqueles que mais e opõem ao controle particular das empresas, os que votaram e FH e Serra são os que menos se opõem a isto e os que mudaram de voto ocupam posição intermediária. Exatamente o mesmo ocorre quando se trata da regulação de economia pelo Estado. Os mudancistas ocupam a posição de centro, os oposicionistas apóiam mais regulação e os governistas preferem menos. É algo coerente com que se espera do eleitor.
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Nos direitos individuais também há coerência. Os que mais são contrários a reprimir protestos contra o governo votaram duas vezes em Lula, os que mais defendem que protestos deste tipo sejam proibidos votaram em FH em 1998 e em Serra em 2002 e os que mudaram de voto ocupam posição intermediária no defesa da repressão. A censura, ainda que não apareça como um fator importante na previsão ou explicação do voto nas duas eleições (tabelas 21 e 22), está correlacionada com o autoritarismo. A censura também varia de maneira coerente com os tipos de voto. Os governistas são os que mais a apóiam, seguidos daqueles que mudaram de voto entre uma eleição e outra, e por fim, os oposicionistas são os que mais se opõem à censura. No que tange à avaliação da instituições os eleitores governistas são idênticos aos mudancistas, ambos apresentam o mais elevado nível de boa avaliação. Distante destes dois grupos de eleitores se encontram aqueles que votaram em Lula por duas vezes. São eles os que pior avaliam as instituições. O mesmo tipo de variação ocorre quando se trata do anti-fatalismo. Governistas e mudancistas têm o mesmo nível de anti-fatalismo e os eleitores fiéis a Lula são os que mais acreditam que não existe um destino que dependa de Deus. Em suma, os eleitores de Lula tendem a crer que os homens podem mudar o seu destino e que as instituições não vêm desempenhando de forma adequada seus respectivos papéis. Portanto, a combinação destes dois fatores ajuda a explicar porque estas pessoas votaram em Lula em duas eleições consecutivas. A interpretação da variação do nacionalismo econômico é mais complexa. Os mais nacionalistas são os que mantiveram seus respectivos votos nas duas eleições, ou no governo ou na oposição. Os menos nacionalistas mudaram de FH 52
para Lula entre 1998 e 2002. Este resultado vai contra à teoria que afirma que quanto mais nacionalista maiores as chances de ser fiel a Lula e quanto menos nacionalista maiores as chances de se votar no governo. Há duas hipóteses para explicar este resultado empírico. A primeira é que a medição de nacionalismo econômico pode não ter sido a mais adequada e precisaria ser aperfeiçoada. A segunda é que o governo FH, apesar de abrir o mercado brasileiro para a economia global, tomou medidas antinacionalistas sob o manto de um discurso de defesa do interesse nacional. A abertura, segundo o governo, estaria sendo feita para inserir o Brasil de cabeça levantada na economia global. Se o Brasil não a fizesse por bem, teria que a fazer por mal em condições extremamente desfavoráveis. Este discurso explicaria porque uma parcela dos eleitores nacionalistas votaram FH 98 – Serra 02. O candidato José Serra nunca se pautou pela defesa da abertura do mercando brasileiro ao capital estrangeiro. Da mesma maneira, não é necessário explicar porque o discurso e as propostas de Lula viriam a atrair os eleitores nacionalistas. Os valores da hierarquia e confiança nas pessoas apresentam uma relação um pouco diferente com o voto. As pessoas mais hierárquicas mudaram de FH para Lula, enquanto os menos hierárquicos votaram duas vezes no governo ou duas vezes na oposição. Este fenômeno ocorre também quanto à confiança, aqueles que menos confiam nas pessoas mudaram de voto e os que mais confiam mantiveram seu voto seja no governo ou na oposição, entre 1998 e 2002. As três políticas públicas mais importantes na diferenciação destes eleitores e na explicação do voto foram a manutenção da estabilidade econômica e controle da inflação, a segurança pública e o crescimento econômico. O controle da 53
inflação era uma questão mais relevante para os eleitores governistas e menos relevante para os oposicionistas. O mesmo aconteceu em relação à segurança pública. No que tange ao crescimento econômico, o sinal ficou trocado: os que votaram em Lula duas vezes consideravam-no mais importante do que os que votaram em FH e Serra. Nas três políticas públicas os que mudaram de voto entre uma eleição e outra ficaram na posição de centro, no ponto intermediário entre oposicionistas e governistas. O eleitorado brasileiro tem posições matizadas sobre os principais problemas do país e tais posicionamentos têm impacto no voto. Mais uma vez há coerência. A política de combate à inflação não apenas elegeu Fernando Henrique em 1994, como foi a principal questão dos oito anos de seu governo. O governo sempre mostrou um compromisso claro com a estabilidade e renunciou a políticas não-sustentáveis de crescimento econômico em nome do combate à inflação. Crescimento econômico sim, desde que não seja comprometida a estabilidade monetária. Este foi o principal bordão da equipe econômica da FH. Isto foi reconhecido pelo eleitorado e se expressa, na prática, no fato de os eleitores mais favoráveis a estabilidade terem votado em 1998 em FH e em 2002 em Serra. Olympio Mourão Filho, em suas memórias, referindo-se aos radicais de esquerda do período quando o Brasil foi governado por João Goulart, afirmou: "deve-se notar que os extremistas jamais falam em inflação" (p. 178). Feitas as adaptações de linguagem, os eleitores de esquerda se importam menos com a inflação do que os eleitores de direita. O mesmo se passa com o tema da segurança pública. A mão espalmada da propaganda eleitoral de Fernando Henrique em 1994 trazia na ponta de um dedo a segurança. Naquela eleição o governo prometera 54
atacar cinco problemas, a própria segurança, a agricultura, XXX, XXX, e XXX. É provável que tenha sido na área da segurança pública onde o governo FH menos realizou nos seus oito anos. Ruim para o governo. O eleitor governista valorizava mais este problema do que os eleitores de Lula. Ao não tomar medidas concretas e populares de combate à violência o governo FH deixou aberta mais uma possibilidade de ser atacado por seus oposicionistas. O tema da inflação é mais valorizado pelos que votaram em FH e Serra, mas o crescimento econômico é mais importante para aqueles que votaram em Lula nas duas eleições. Na economia o cobertor é curto. A política de combate à inflação pagou o preço do baixo crescimento econômico. Em XXXX o Brasil tinha crescido XX, um índice muito pequeno quando comparado com os XX de XXX. A imediata expansão do consumo resultado da queda da inflação não perdurou por durante os dois mandatos de FH. Antes pelo contrário, o governo acabou utilizando-se de políticas recessivas para manter calmo o dragão inflacionário. Terreno fértil para a oposição que aproveitou a oportunidade. As características dos candidatos variam em uma direção bastante previsível revelando novamente a enorme coerência e lógica do eleitorado brasileiro. Em todas as sete características os eleitores que votaram em Lula nas duas eleições são os que acham que ele é o que mais tem aquele traço pessoal quando comparado com Serra, Garotinho e Ciro. Em segundo lugar ficam os eleitores que votaram em FH e Lula, e no extremo da má avaliação de Lula ficam aqueles que votaram duas vezes no governo. As últimas variáveis do modelo em estágios múltiplos também apresentam um padrão de comportamento adequado à teoria. Quanto mais bem avaliado era o 55
governo Fernando Henrique, tanto na avaliação geral quanto na específica ao principal problema do Brasil, maiores as chances de que o eleitor tivesse votado duas vezes no governo. No extremo oposto da avaliação de FH ficavam os eleitores oposicionistas, e na avaliação média estão os que votaram em FH em 1998, mas mudaram para Lula em 2002. O mesmo ocorreu com a simpatia partidária em relação ao PT. Os eleitores que votaram duas vezes em Lula também são os mais favoráveis ao PT. Os eleitores que votaram duas vezes no governo são os que mais antipatizam com o PT, e aqueles que mudaram de voto entre as duas eleições apresentam um nível intermediário de preferência pelo PT. Esta é mais uma evidência a confirmar a importância do PT na vida política brasileira. O partido organiza as escolhas e, assim, permite prever o comportamento médio dos eleitores. Fica evidente que o eleitorado brasileiro apresenta dois núcleos ideológicos importantes. Um que defende mais repressão aos direitos individuais e menos intervenção estatal na economia, e outro que defende o inverso. Estes núcleos dão sustentação mais permanente a, respectivamente, candidatos de direita e de esquerda. O eleitor de centro precisa ser conquistado a cada eleição. Em 1998 ele ficou com Fernando Henrique e em 2002 com Lula. As estratégias de comunicação de cada candidato são peças-chave na conquista deste eleitor. Da mesma maneira, a avaliação do governo, a simpatia em relação ao PT, e as características pessoais dos candidatos, permitem que sejam identificados segmentos de eleitores nos dois extremos – mais permanentemente contrários ou favoráveis ao PT, ao governo, ou a determinados candidatos – e um outro 56
segmento intermediário, no centro do espectro político. Tanto no terreno da ideologia, quando destes fatores, há claras indicações de que o embate entre esquerda e direita tende a ser permanente no Brasil, assim como será a disputa pelo centro político. O candidato favorito será aquele que for mais capaz de conquistar o centro político. Até mesmo a preferência por políticas públicas – estabilidade da moeda versus crescimento econômico – define estes dois segmentos extremos e um intermediário.
ANEXO AO CAPÍTULO DE EXPLICAÇÃO DO VOTO Escolha e medição das variáveis explicativas e das variáveis resposta Para elaborar um modelo de explicação do voto foram testadas 50 variáveis do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB). Cada uma destas variáveis é medida por meio de uma ou mais perguntas no questionário. Na análise do voto o que se faz é estimar estatisticamente qual o impacto da variação da variável escolhida no resultado eleitoral para Presidente da República. Algumas destas variáveis foram medidas apenas por meio de uma só pergunta, como foi o caso de todas as variáveis socioeconômicas que formam o bloco temático 1 e também as variáveis dos blocos 4 até 7, e outras foram medidas por meio de várias perguntas que vieram a formar um índice. Este foi o caso de 12 (de um total de 15) variáveis ideológicas. Os quadros 1 a 7 apresentam cada uma das variáveis explicativas testadas, o que foi mensurado, qual o número da(s) pergunta(s) utilizada(s) no questionário (anexo x), os valores que a variável pode assumir ou o significado de
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sua variação e por fim amplitude dos escores das variáveis. As variáveis resposta são apresentadas no quadro 8.
No quadro 1 se nota que a religião foi testada, mas apenas a divisão entre católicos e evangélicos pentecostais. Isto se deve ao fato do candidato Garotinho ter mobilizado as diferentes denominações evangélicas em sua campanha presidencial. As variáveis cor, escolaridade, filiação sindical, idade, peã, religiosidade, setor da economia e sexo, foram medidas da forma tradicional e padronizada. As duas variáveis de renda foram mensuradas na moeda local e o eleitorado foi classificado em faixas de renda que compreendem a mesma proporção de eleitores: 20% em cada faixa.
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QUADRO 1
Bloco temático 1: situação socioeconômica O que foi mensurado 1 Católicos e evangélicos A religião: se católica ou evangélica pentecostal 2 Cor
Autoclassificação de cor
3 Escolaridade
Nível de instrução formal
4 Filiado a sindicato 5 Filiado a sindicato família ou que mora na casa 6 Idade
Se é filiado a sindicato Se há algum parente ou alguém que mora com o entrevistado filiado a sindicato
7 Peã
Se pertence à população economicamente ativa
8 Religiosidade
Qual o grau de religiosidade
9 Renda familiar
Soma da renda de todos os membros da família
Idade
Número da pergunta no questionário
Valores da variável
Amplitude de variação dos escores
182
Católica ou evangélica pentecostal
-1 a +1
189
Preto, pardo, branco, amarelo e índio
-1 a +1
159
Sem instrução, até 4a. série primária, de 5a. a 8a. série, 2o. grau completo, superior completo ou mais
-1 a +1
78.a
Sim ou não
-1 a +1
160
Sim ou não
-1 a +1
157
Faixas de idade: 16 a 24 / 25 a 34 / 35 a 44 / 45 a 59 / 60 ou mais
-1 a +1
162 (recodificada)
Sim ou não
-1 a +1
185
Muito religiosa, religiosa, um pouco religiosa ou nada religiosa
-1 a +1
176
Até 299 reais / de 300 a 499 / de 500 a 800 / de 801 a 1599 / acima de 1600 reais
-1 a +1
175
Até 80 reais / de 81 a 200 / de 201 a 400 / de 401 a 800 / acima de 800 reais
-1 a +1
10 Renda individual
Renda do entrevistado
11 Setor da economia
Setor da economia no qual estava empregado
166
Primário / secundário / terciário
-1 a +1
12 Sexo
Sexo
158
Masculino / feminino
-1 a +1
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O quadro 2 apresenta as 15 variáveis ideológicas testadas. Para todas as variáveis mensuradas por mais de uma pergunta foram feitos índices. Assim, o índice de autoritarismo mede o nível de apoio à repressão de protestos contra o governo. Alguns são protestos legais e outros ilegais. É um índice inspirado no índice de tolerância desenvolvido por Stouffer e adotado nas pesquisas do International Social Survey Program (ISSP). São apresentados sete tipos de protestos contra o governo e pede-se ao entrevistado que diga para cada um se deve ser: sempre permitido, permitido na maioria das vezes, proibido na maioria das vezes ou sempre proibido.
Quanto mais alto o valor, mais autoritária é a pessoa. Na computação original do índice16, como são 7 modalidades de protesto e o “sempre proibido” é 4 a pessoa mais autoritária irá pontuar 28 e a menos autoritária irá totalizar 7 (=7x1).
No índice de avaliação das instituições o entrevistado avaliava 10 instituições por meio da escala ótimo, bom, ruim e péssimo. Foi aceita a resposta “regular”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada. Caso o entrevistado respondesse “regular”, solicitava-se que ele escolhesse entre “regular para bom” ou “regular para ruim”. Aquele que melhor avaliou todas as instituições pontuou 60 (máximo) e o que pior as avaliou pontuou 10 (mínimo).
16
Na explicação das variáveis ideológicas mensuradas por mais de uma pergunta será feita referência aos escores obtidos na computação original de cada índice. Porém, em função de razões estatísticas e metodológicas, todas as variáveis, e não apenas as ideológicas, foram centradas em zero e foram feitas variar entre –1 e +1.
60
QUADRO 2 Bloco temático 2: ideologia 1 Autoritarismo 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Número da pergunta no questionário
O que foi mensurado Valores da variável O nível de apoio à repressão de Quanto mais alto o valor, mais 111 protestos contra o governo. autoritária é a pessoa. Avaliação das Avaliação do desempenho de diversas Quanto mais alto o valor melhor a 131 instituições instituições avaliação Censura O nível de apoio à censura de programas Quanto mais alto o valor, mais favorável 106 de televisão à censura Clientelismo O nível de apoio à troca de voto por 93 / 95 / 101 / Quanto mais alto o valor, mais favorável favores 103 ao clientelismo Confiança interpessoal O nível de confiança entre as pessoas Quanto mais alto o valor, maior a 130 confiança nas pessoas Ausência de espírito Se está disposto a colaborar com o Quanto mais alto o valor, menor o 122 público governo espírito público Anti-fatalismo Se acha que o destino não existe Quanto mais alto o valor, mais acha que 121 o destino não existe Hierarquia Nível de visão de mundo hierárquica Quanto mais alto o valor, mais forte é a 113 até 119 visão de mundo hierárquica Nacionalismo O apoio fechamento do mercado interno Quanto mais alto o valor, mais 109 econômico nas relações econômicas nacionalista Patrimonialismo O apoio à utilização do espaço público 110e / 110g / Quanto mais alto o valor, mais como se fosse algo particular 110h / 110i patrimonialista Privatização O apoio ao controle particular das Quanto mais alto o valor, mais favorável 107 empresas ao controle particular das empresas Regulação O apoio à regulação da economia pelo Quanto mais alto o valor, mais favorável 108 estado/governo à regulação estatal da economia Rouba-mas-faz A aceitação de algum grau de desvio de 105a até 105c / Quanto mais alto o valor, mais favorável dinheiro público em troca de realizações 105f até 105k ao rouba-mas-faz Satisfação com os O nível de satisfação com os serviços Quanto mais alto o valor, maior a 125 serviços públicos públicos satisfação Se a lei deve ser O nível de apoio ao cumprimento da lei Quanto mais alto o valor, menos deve 120 sempre cumprida ser cumprida
Amplitude de variação dos escores -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1
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O índice de censura mede o nível de apoio à censura de programas de televisão segundo seu conteúdo. Foram apresentados diferentes conteúdos de programas de televisão afirmando-se que eles devem ser proibidos, o entrevistado utilizou a escala concorda muito/concorda um pouco/discorda um pouco/discorda muito para cada uma das situações. Foi aceita a resposta “nem concorda nem discorda”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada.
Quanto mais alto o valor, maior o apoio à censura. Como são 4 situações e o concorda muito é 5 a pessoa mais favorável à censura pontuou 20 e a menos irá totalizar 4 (=4x1).
No índice de clientelismo foi mensurado o apoio à troca de votos por favores. “Favor” compreendido como algo particularista, privado, em oposição a benefícios públicos. Foram apresentadas situações nas quais um candidato oferece um favor em troca de voto. A proposta é feita para uma pessoa qualquer. O entrevistado diz o que esta pessoa deve fazer: se aceitar o favor e votar no candidato que o oferece, ou não aceitar o favor e votar em outro candidato.
Foram utilizadas quatro perguntas. Assim, a pontuação máxima original do índice é 8 e a mínima 4.
Nesta bateria de perguntas não foi oferecida como opção de resposta aceitar o favor e votar em outro candidato. Isto ocorre porque tais respostas não poderiam ser interpretadas nem como adesão à ética clientelista nem como sua rejeição. É 62
o mesmo que dar uma escolha que tem benefícios, mas nenhum custo. Seria equivalente a formular uma pergunta sobre impostos nas quais as opções de respostas fossem: 1) não pagar impostos e ter mais dinheiro para contratar todos os serviços privadamente, 2) pagar mais impostos e ter serviços públicos gratuitos de alta qualidade, ou 3) não pagar impostos e ter serviços públicos gratuitos de alta qualidade. A terceira resposta não permite que seja feita uma análise correta, posto que há benefícios sem custos.
O índice de confiança interpessoal mede o quanto as pessoas confiam umas nas outras. Os entrevistados disseram se confiam em três diferentes grupos de pessoas. Para isso eles utilizaram a escala “confia muito // confia // confia pouco // ou não confia”. Quem confia mais nas pessoas pontuou 12 e quem confia menos pontuou 3.
A ausência de espírito público, o anti-fatalismo, e o nível de adesão ao cumprimento da lei foram mensurados por meio de somente uma pergunta cada um. Na ausência de espírito público buscou-se mensurar o quanto as pessoas estão dispostas a contribuir com o governo para zelar pelo espaço público. No anti-fatalismo buscou-se avaliar se o que as pessoas pensam sobre o destino, em um extremo da escala se o destino existe e depende completamente de Deus, e no outro extremo se não há destino. A satisfação com os serviços públicos foi medida por meio de uma nota que o entrevistado dava aos serviços públicos no Brasil. No nível de adesão ao cumprimento da lei tentou-se avaliar o grau de aceitação da lei, a sua legitimidade. 63
Por meio do índice de hierarquia foi mensurada a visão de mundo hierárquica. Hierarquia como diferenças de papéis baseadas na posição social. Não se trata da hierarquia de renda baseada no mérito típica da cultura anglo-saxã. É um conceito que deriva dos textos de Roberto Da Matta e tem como ícone a expressão “você sabe com quem está falando?” Neste caso, pessoas importantes e bem relacionadas (na situação específica) recebem tratamento diferenciado, e as demais pessoas são tratadas de forma impessoal pela regra ou lei.
Para formar o índice de hierarquia foram utilizadas sete perguntas nas quais o entrevistado se manifestou quanto ao que deve acontecer em situações específicas. As pessoas mais hierárquicas tendem a afirmar que pessoas de origem social mais baixa (ou menor prestígio social) devem ter um tratamento diferente de pessoas de outra origem social.
O índice de nacionalismo econômico foi criado para medir o apoio nacionalismo econômico como restrição a trocas externas de fatores de produção e aceitação de recursos externos. Foram apresentadas sete situações e se solicitou ao entrevistado que utilizasse a escala concorda muito/concorda um pouco/discorda um pouco/discorda muito para cada uma delas. Foi aceita a resposta “nem concorda nem discorda”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada.
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Quanto mais alto o valor, mais nacionalista é a pessoa. Como foram 7 frases/situações e o concorda muito é 5 a pessoa mais nacionalista pontuou 35 e a menos nacionalista totalizou 7 (=7x1). Os itens c, d, g tiveram que ser revertidos na codificação para que o valor mais elevado correspondesse ao mais nacionalista.
Por meio do índice de partimonialismo foi medido o apoio à utilização do espaço público como se fosse algo privado e particular. Parte-se da concepção de que o público é de todos e o privado/particular diz respeito a cada indivíduo. A utilização privada do que é público chama-se patrimonialismo. É importante notar que a noção de público utilizada na bateria de perguntas vai além de público como sinônimo de algo do governo ou governamental. Público é tudo o que não diz respeito, ou não pertence, exclusivamente ao indivíduo em questão.
Foram apresentadas quatro situações e o entrevistado utilizou a escala concorda muito/concorda um pouco/discorda um pouco/discorda muito para cada uma delas. Foi aceita a resposta “nem concorda nem discorda”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada.
Quanto mais alto o valor, mais “patrimonialista” é a pessoa. Como são 4 situações e o concorda muito é 5 a pessoa mais “patrimonialista“ irá pontuou 20 e a menos “patrimonialista” irá totalizou 4 (=4x1). As respostas tiveram que ser revertidas na codificação para que o valor mais elevado correspondesse ao mais “patrimonialista”. 65
No índice de privatização foi mensurado o apoio à forma de controle de empresas, se particular ou estatal. Foi perguntado para os entrevistados quem deveria fazer atividades em diferentes áreas (educação, previdência, telefonia, etc): se somente o governo ou se somente as empresas. Foi aceita a resposta “ambas”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada. Quanto mais alto o valor, mais a favor do controle particular/privado é a pessoa. Como foram utilizados 14 itens a pessoa mais liberal pontuou 28 e a menos liberal totalizou zero
Por meio do índice de regulação foi medido o apoio à regulação da economia pelo estado/governo, em oposição a uma economia na qual as decisões são tomadas pelas empresas e entidades privadas. Foram apresentadas sete situações e os entrevistados utilizaram a escala concorda muito/concorda um pouco/discorda um pouco/discorda muito para cada uma delas. Foi aceita a resposta “nem concorda nem discorda”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada.
Quanto mais alto o valor, mais liberal é a pessoa. Como são 7 situações e o concorda muito é 5 a pessoa mais liberal pontuou 35 e a menos liberal totalizou 7 (=7x1). Os itens a, b, d, e, g foram revertidos na codificação para que o valor mais elevado correspondesse ao mais liberal.
O índice de rouba-mas-faz mede por meio de situações específicas a ideologia das pessoas em relação a algo muito conhecido na política brasileira: a aceitação de algum grau de desvio de dinheiro público em troca de realizações, obras e de 66
um governo que faça. Foram apresentadas 9 situações e o entrevistado utilizou a escala concorda muito/concorda um pouco/discorda um pouco/discorda muito para cada uma delas. Foi aceita a resposta “nem concorda nem discorda”, mas ela não foi mencionada como opção de resposta estimulada.
Quanto mais alto o valor, maior o apoio ao “rouba-mas-faz”. Como são 9 situações e o concorda muito é 5 a pessoa que mais aceita isto pontuou 55 e a que menos aceita o “rouba-mas-faz” totalizou 9 (=9x1).
O índice de satisfação com os serviços públicos é uma média simples das notas dadas a 11 diferentes serviços públicos. As notas variavam de zero a 10, e portanto, o índice originalmente varia desta maneira.
O quadro 3 apresenta as variáveis utilizadas para medir a preferência do eleitorado em relação a diferentes políticas públicas. A técnica utilizada para isto foi bastante diferente daquela que resultou nos índices de ideologia. Foram selecionadas oito políticas públicas e foi perguntado aos entrevistados, comparando-se duas políticas de cada vez, qual delas era a mais importante para melhorar o Brasil (perguntas 91a até 91j). Para cada pergunta foi computado quantas vezes uma determinada política era mencionada como sendo a mais importante na comparação. Em seguida, foi obtida uma média do número de menções considerando-se quantas vezes aquela política aparece na bateria de perguntas. Desta forma, o resultado final será uma hierarquia de prioridades para cada pessoa entrevistada. 67
QUADRO 3
1 2 3 4 5 6 7 8
Número da Bloco temático 3: políticas pergunta no públicas O que foi mensurado questionário Inflação Nível de prioridade de 91 combate à inflação Crescimento econômico Nível de prioridade do fomento 91 ao crescimento econômico Segurança pública Nível de prioridade do 91 combate à violência Miséria e fome Nível de prioridade do 91 combate à miséria e à fome Saúde pública Nível de prioridade da 91 melhoria da saúde pública Corrupção Nível de prioridade do 91 combate à corrupção Empregos Nível de prioridade da geração 91 de empregos Educação Nível de prioridade da 91 melhoria da educação
Valores da variável Quanto mais alto, maior a prioridade Quanto mais alto, maior a prioridade Quanto mais alto, maior a prioridade Quanto mais alto, maior a prioridade Quanto mais alto, maior a prioridade Quanto mais alto, maior a prioridade Quanto mais alto, maior a prioridade Quanto mais alto, maior a prioridade
Amplitude de variação dos escores -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1 -1 a +1
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O quadro 4 apresenta as variáveis que medem o impacto da situação da economia na vida dos eleitores. É importante avaliar o que exatamente as duas perguntas medem e deixam de medir. A pergunta 167 não mede se a economia vai bem ou vai mal de fato. Ela mede a percepção das pessoas acerca de seu risco de perder o emprego. É fato que esta percepção é influenciada pela situação objetiva da economia. Porém, há outros fatores que influenciam nesta percepção, como, por exemplo, se há maior ou menor exposição às notícias econômicas veiculadas pela mídia. Quadro 4 Bloco temático 4: situação da economia 1 Esteve sem emprego 2 Preocupado em perder o emprego
O que foi mensurado Se esteve sem emprego nos últimos 6 meses Se está preocupado em perder o emprego nos próximos 6 meses
Número da pergunta no questionário
Valores Amplitude de da variação dos variável escores
168
Sim ou não
-1 a +1
167
Sim ou não
-1 a +1
Por outro lado, a pergunta 168 mede se de fato a pessoa esteve sem emprego. É possível que uma pessoa que fique sem emprego durante um período de campanha eleitoral venha atribuir isto às políticas governamentais e conseqüentemente vote contra o governo. A inclusão desta variável na análise permite avaliar se isto se verificou na campanha presidencial de 2002. O quadro 5 apresenta as variáveis de características pessoais dos candidatos. Para cada uma delas foi perguntado qual dos quatro candidatos, Lula, Serra, Garotinho e Ciro, tinha mais aquela característica. Em seguida qual deles a tinha em segundo e terceiro lugares respectivamente. A pergunta combina características exclusivamente pessoais com a personalização de
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QUADRO 5 Bloco temático 5: Número da Amplitude características dos pergunta no de variação candidatos O que foi mensurado questionário Valores da variável dos escores 1 Confiável Qual candidato é o mais Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta -1 a +1 92a confiável característica do que os outros candidatos 2 O mais preparado e Qual candidato é o mais Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta 92g -1 a +1 competente preparado e competente característica do que os outros candidatos 3 Tem o melhor plano Qual candidato tem o Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta de governo melhor plano de 92e -1 a +1 característica do que os outros candidatos governo 4 Honesto Qual candidato é o mais Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta 92c -1 a +1 honesto característica do que os outros candidatos 5 Mais experiência Qual candidato tem Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta para governar o mais experiencia para 92d -1 a +1 característica do que os outros candidatos Brasil governar o Brasil 6 Fez uma campanha Qual candidato fez a Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta limpa sem atacar os campanha mais limpa 92f -1 a +1 característica do que os outros candidatos adversários 7 O que mais defende Qual candidato mais Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta 92i -1 a +1 gerar empregos defende gerar empregos característica do que os outros candidatos 8 O que mais defende Qual candidato mais Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta manter a inflação defende manter a 92j -1 a +1 característica do que os outros candidatos baixa inflação baixa 9 Faz mais pelos Qual candidato faz mais Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta 92b -1 a +1 pobres pelos pobres característica do que os outros candidatos 10 O que mais evita Qual candidato evita Quanto mais alto o valor, mais Lula tem mais esta 92h -1 a +1 greve e bagunça mais greves e bagunça característica do que os outros candidatos
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fatores que podem vir a ser considerados impessoais, tais como “plano de governo” ou “manter a inflação baixa”. O fato é que perguntar qual candidato vai manter a inflação baixa é diferente de pergunta se a inflação deve ser combatida e com qual prioridade. No primeiro caso o entrevistado raciocina de maneira personalizada avaliando a imagem de cada candidato vis-á-vis uma determinada política pública. Alguns candidatos são mais e outros menos capazes de associarem sua imagem a determinados temas. Os quadros 6 e 7 apresentam os últimos dois blocos de variáveis. No bloco 6 há apenas uma variável, a que mensura a simpatia pelo PT. Isto foi feito solicitando ao entrevistado que dissesse se não gostava ou gostava muito do PT, sendo, na escala original, o não gostar igual a zero e o gostar igual a 10.Os respondentes podiam utilizar qualquer número de 0 a 10 para expressar sua simpatia pelo PT. QUADRO 6 Bloco temático 6: Número da preferência O que foi pergunta no Valores da partidária mensurado questionário variável 1 Gostar do PT Nível de simpatia Quanto mais alto, 42a pelo PT mais gosta do PT
Amplitude de variação dos escores -1 a +1
QUADRO 7 Bloco temático 7: Número da desempenho do pergunta no Valores da governo O que foi mensurado questionário variável 1 Avaliação do Avaliação do desempenho Quanto mais governo - geral do governo Fernando 18 alto, melhor o Henrique desempenho 2 Avaliação do Avaliação do desempenho governo - principal do governo Fernando Quanto mais problema Henrique face ao que é 17 alto, melhor o considerado o principal desempenho problema do país
Amplitude de variação dos escores -1 a +1
-1 a +1
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O quadro 7 apresenta a variável clássica de avaliação do desempenho do governo (pergunta 18) e uma outra que avalia o desempenho do governo em relação àquele que o entrevistado considera ser o maior problema do Brasil. Neste caso foi perguntado antes qual era o maior problema do Brasil e em seguida qual havia sido o desempenho do governo Fernando Henrique face a tal problema.
O quadro 8 apresenta as variáveis resposta da análise numeradas de modelo 1 até 7. O objetivo foi explicar os motivos da vantagem de Lula em relação a seus adversários. As três primeiras variáveis dizem respeito ao primeiro turno das eleições presidenciais de 2002. A quarta variável mede a distância entre Lula e Serra no segundo turno. A quinta variável mede a vantagem de Fernando Henrique sobre Lula na eleição de 1998. As outras duas variáveis permitem comparar os eleitores de duas eleições consecutivas, 1998 e 2002, para as quais é possível identificar três padrões de voto: o eleitor governista, que ficou com Fernando Henrique em 1998 e Serra em 2002, o eleitor oposicionista, que votou em Lula em ambos os pleitos, e o eleitor de centro, aquele que define a eleição, aquele que foi o responsável por dar a vitória a Lula em 2002 depois de ter votado em Fernando Henrique em 1998. Nota-se que em todos os casos codificou-se +1 para o percentual de respostas mais elevado (o vitorioso nas eleições) e –1 para o percentual de respostas mais baixo. Esta codificação permite que seja utilizada a regressão de mínimos quadrados para estimar qual o impacto de cada variável explicativa na vantagem que Lula teve sobre seus adversários, assim como na diferença entro os tipos de voto 1998-2002.
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QUADRO 8 Modelo 1 2 3 4 5 6 7
Variável
Codificação
Número da pergunta no questionário
Vantagem de Lula em relação Lula = +1 e Serra = -1 a Serra - 1 turno Vantagem de Lula em relação Lula = +1 e Garotinho = a Garotinho - 1 turno -2 Vantagem de Lula em relação Lula = +1 e Ciro = -3 a Ciro - 1 turno Vantagem de Lula em relação Lula = +1 e Serra = -4 a Serra - 2 turno Vantagem de F. Henrique em FH = +1 e Lula = -1 relação a Lula em 1998 Vantagem do voto Lula98Lula98-Lula02 = +1 e Lula02 versus FH98-Serra02 FH98-Serra02 = -5 Vantagem do voto FH98FH98-Lula02 = +1 e Lula02 versus FH98-Serra03 FH98-Serra02 = -6
7 7 7 8
7 e 24 7 e 24
Imputação das respostas “não-sabe” e “não-responde” Um problema clássico das pesquisas de opinião são os dados faltantes (missing data) que correspondem aos entrevistados que optam ou por não responder a uma determinada pergunta, ou que escolhem a resposta “nãosabe”. A amostra do ESEB foi de 2513 entrevistas. Na pergunta sobre a senda individual, por exemplo, 170 entrevistados (6,7% da amostra) ou se recusaram a responder ou disseram que não sabiam. Este número aumenta para 346 (13,8% da amostra) quando se trata da pergunta sobre a renda familiar. Estes entrevistados ficam de fora de qualquer análise estatística, a não ser que seja possível imputar valores (é esta a terminologia técnica) para os dados faltantes. Este exemplo trata apenas de duas variáveis, renda individual e familiar. Porém, quando se realiza uma análise estatística multivariada e se testa simultaneamente a influência no voto de 20 ou mais variáveis, os dados faltantes podem se tornar um problema muito grave. 73
Isto acontece porque aqueles que não respondem a uma pergunta não são os mesmos que deixam de respondem a uma outra pergunta. Quando este fenômeno se aplica a 20 variáveis, por exemplo, é praticamente certo que o número de casos para a análise final seja muito pequeno comprometendo bastante as conclusões do estudo e sua generalidade. A única forma de evitar que isto ocorra é imputar valores aos dados faltantes. As pesquisas de opinião apresentam duas grandes famílias de variáveis, aquelas que são objetivas e factuais, tais como as variáveis socioeconômicas como idade, sexo e renda, e aquelas que medem a percepção das pessoas com relação a algum tema. As variáveis ideológicas pertencem a esta segunda família. No caso de perguntas sobre percepção é muito comum que sejam utilizadas escalas. Algumas delas foram usadas intensivamente no ESEB: 1) Concorda muito / concorda um pouco / nem concorda nem discorda / discorda um pouco / discorda muito 2) Sempre permitido / permitido na maioria das vezes / proibido na maioria das vezes / sempre proibido 3) Ótimo / bom / regular / ruim / péssimo 4) não gosta = zero e gosta muito = 10 podendo ser utilizado qualquer número inteiro entre zero e 10 O procedimento padrão de imputação para dados faltantes em perguntas sobre percepção é o meio da escala, isto é, sempre que um respondente escolhe as respostas “não-sabe” ou “não-responde” em uma pergunta que tenha a escala 1 acima, este dado será imputado como “nem concorda nem discorda”. Há dois motivos principais para este tipo de imputação, um substantivo e outro metodológico. Substantivamente a pessoa que se recusa a responder ou não sabe responder uma questão de percepção
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é alguém que não tem opinião sobre aquele tema. Trata-se de um fenômeno cognitivo. Neste caso o ponto do meio representa a ausência de opinião. Metodologicamente a imputação no ponto do meio da escala permite manter praticamente inalteradas as principais estatísticas, tal como desvio padrão e média, quando comparadas as distribuições de freqüências antes e depois da imputação. A imputação de dados para variáveis factuais é mais complexa e controversa. Existem métodos econométricos para isto. Em geral utilizam-se os dados existentes para estimar qual seria o valor de uma variável para um respondente em particular que se recusou a responder à pergunta correspondente à variável. Assim, se os dados reais coletados pela pesquisa indicam que 90% das pessoas que respondem A na questão número X têm renda baixa, então quando alguém não responde a pergunta de renda mas responde A na pergunta X a imputação será de renda baixa para esta pessoa. Há outros modelos para a imputação deste tipo de dado. Todos eles terão a mesma lógica: serão utilizados dados não-faltantes para estimar o valor dos dados faltantes. A análise dos dados do ESEB visando explicar a eleição de Lula foi realizada sem este tipo de imputação. Optou-se por mantê-los faltantes. Isto foi feito porque em primeiro lugar a quantidade de dados faltantes não foi tão grande que prejudicasse a análise. E em segundo lugar porque assim é possível evitar controvérsias desnecessárias. O quadro 9 apresenta cada variável explicativa utilizada na análise, qual foi a escolha feita para tratá-la – se pela imputação de dados ou pela manutenção dos dados faltantes – para aquelas nas quais foi feita a imputação
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especifica-se qual o tipo de imputação utilizada, e na última coluna para as variáveis onde se manteve o dado faltante qual o percentual e o número de vezes de sua ocorrência.
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QUADRO 9 Variável 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Católicos e evangélicos Cor Escolaridade Filiado a sindicato Filiado a sindicato - família ou que mora na casa Idade Peã Religiosidade Renda familiar Renda individual Setor da economia Sexo Autoritarismo Avaliação das instituições Censura Clientelismo Confiança interpessoal Ausência de espírito público Anti-fatalismo Hierarquia Nacionalismo econômico Patrimonialismo Privatização Regulação
Se houve imputação ou não não não sem dados faltantes não não sem dados faltantes sim sim não não não sem dados faltantes sim sim sim sim não sim sim sim sim sim sim sim
Tipo de imputação
Percentual e número de dados faltantes 18,8% (472) 5% (126) 0,2% (6) 9,9% (249)
não pertence a PEA meio da escala 13,8% (346) 6,7% (170) 34,5 (868) meio da escala meio da escala meio da escala meio da escala 1,4% (36) meio da escala meio da escala meio da escala meio da escala meio da escala meio da escala meio da escala
77
25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Rouba-mas-faz Satisfação com os serviços públicos Se a lei deve ser sempre cumprida Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente Melhorar a segurança pública Combater a miséria e a fome Melhorar a saúde pública Combater a corrupção Gerar mais empregos Melhorar a educação Esteve sem emprego Preocupado em perder o emprego Confiável O mais preparado e competente Tem o melhor plano de governo Honesto Mais experiência para governar o Brasil Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários O que mais defende gerar empregos O que mais defende manter a inflação baixa Faz mais pelos pobres O que mais evita greve e bagunça Gostar do PT Avaliação do governo - geral Avaliação do governo - principal problema
sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não não sim sim sim sim sim sim sim sim sim sim não sim sim
meio da escala meio da escala meio da escala zero zero zero zero zero zero zero zero 34,5 (866) 27,5 (692) quarto lugar quarto lugar quarto lugar quarto lugar quarto lugar quarto lugar quarto lugar quarto lugar quarto lugar quarto lugar não meio da escala meio da escala
5,7% (142)
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Há algumas imputações que não foram realizadas por motivos substantivos importantes. No caso da pergunta sobre se há algum parente ou morador do mesmo domicílio filiado a sindicato a imputação não faz sentido substantivo porque há um percentual grande de respondentes que não tem parente ou moram sozinhas. A bateria de pergunta para mensurar o confiança nas pessoas apresenta o mesmo problema, isto é, há pessoas que não respondem a um dos itens ou porque não têm família ou porque não têm amigos. Ainda nesta categoria estão as duas perguntas do bloco temático 4: preocupação em perder o emprego e se esteve sem emprego. Não faz sentido substantivo imputar este dado para pessoas que estão fora do mercado de trabalho, como é o caso de donas-de-casa, estudantes e uma parcela dos aposentados. No quadro 9 são apresentadas dois tipos de imputação que fugiram à regra do meio da escala ou dos modelos econométricos. Elas foram feitas para as baterias de perguntas 91 e 92, respectivamente políticas públicas e características dos candidatos. Na bateria de perguntas sobre políticas públicas os entrevistados tiveram que responder a 10 perguntas que confrontavam duas de cada vez - oito políticas públicas. Eles tinham que escolher uma que fosse prioritária para melhorar o Brasil. Quando respondiam “não-sabe” ou “não-responde” a um dos itens da bateria de perguntas 91, foi imputado o valor zero para as duas políticas públicas do respectivo item. Ou seja, considerou-se que para o entrevistado nenhuma das duas era prioritária para melhorar o Brasil. Já para a bateria de perguntas 92 foi utilizada uma outra lógica para a imputação. Naquela bateria o entrevistado recebia um cartão com os nomes
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dos quatro principais candidatos a presidente – Lula, Serra, Garotinho e Ciro – e tinha que dizer qual deles era o mais confiável, o segundo mais confiável e o terceiro mais confiável. Em seguida se passava para uma outra característica pessoal até completar toda a bateria de perguntas. As respostas “não-sabe” e “não-responde” foram imputadas, para todos os quatro candidatos, como se eles tivessem sido mencionados em 4o lugar naquela característica. Metodologicamente isto permitiu conferir tratamento igual a todos os candidatos: a mesma não-resposta foi computada mais de uma vez para cada um dos quatro nomes. O mesmo destino foi dado às respostas “nenhum deles”. Substantivamente, as pessoas que não respondem a esta pergunta ou que afirmam que nenhum deles é confiável (e outras características positivas e elogiáveis) tendem a ter uma visão negativa dos políticos e da atividade política. Assim, é substantivamente justificável imputar estas respostas como se o entrevistado estivesse classificando aqueles políticos como pessoas sem aquela característica, o que em uma pergunta que os compara entre si os colocaria em último lugar (quarto lugar) na classificação.
Os resultados da análise bi-variada Após a escolha e o tratamento das variáveis explicativas e resposta foram feitas regressões bi-variadas de todas as variáveis explicativas sobre cada uma das seis variáveis resposta. Os principais resultados destas regressões estão apresentados nas tabelas 1 a 6. Na primeira coluna está a variável testada, na segunda coluna a correlação entre ela e a vantagem de Lula sobre seu respectivo adversário, em seguida a correlação elevada ao
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quadrado e o R ajustado. Por fim, há a significância estatística de cada regressão. Cada tabela está organizada da mesma forma, as variáveis aparecem agrupadas dentro de seu bloco temático e hierarquizadas segundo a significância estatística e a correlação. Assim, dentro de cada bloco temático aparecem em primeiro lugar as variáveis que mais fortemente explicam a vantagem eleitoral e por último as menos importantes nesta explicação. As variáveis marcadas em amarelo são as que apresentam significância estatística menor do que 0,05. Este foi o critério utilizado para mantê-las no modelo final de explicação da vantagem eleitoral. A tabela 1 apresenta os resultados das regressões bi-variadas para a vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno, a tabela 2 para a vantagem de Lula sobre Garotinho, a tabela 3 para a vantagem de Lula sobre Ciro e a tabela 4 para a vantagem de Lula sobre Serra no segundo turno das eleições. A tabela 5 apresenta os resultados das regressões bi-variadas para explicar a vantagem de Fernando Henrique sobre Lula nas eleições de 1998, a tabela 6 apresenta os resultados para a vantagem do voto XXX sobre XXX e a tabela 7 para a vantagem do voto XXX sobre XXX.
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Tabela 1: Regressões bi-variadas na vantagem de Lula sobre Serra – 1o turno R
R Square
Adjusted R Square
Sig
Religiosidade
0,121
0,015
0,014
0,000
Idade
0,101
0,010
0,010
0,000
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,066
0,004
0,004
0,013
Peã
0,056
0,003
0,003
0,026
Renda individual
0,044
0,002
0,001
0,091
Sexo
0,038
0,001
0,001
0,138
Renda familiar
0,030
0,001
0,000
0,264
Cor
0,029
0,001
0,000
0,272
Filiado a sindicato
0,021
0,000
0,000
0,410
Setor da economia
0,020
0,000
-0,001
0,519
Católicos e evangélicos
0,006
0,000
-0,001
0,841
Escolaridade
0,002
0,000
-0,001
0,934
Autoritarismo
0,143
0,020
0,020
0,000
Anti-fatalismo
0,111
0,012
0,012
0,000
Avaliação das instituições
0,082
0,007
0,006
0,001
Privatização
0,074
0,006
0,005
0,003
Regulação
0,064
0,004
0,003
0,012
Confiança interpessoal
0,053
0,003
0,002
0,038
Ausência de espírito público
0,045
0,002
0,001
0,076
Hierarquia
0,045
0,002
0,001
0,078
Censura
0,041
0,002
0,001
0,107
Nacionalismo econômico
0,038
0,001
0,001
0,131
Se a lei deve ser sempre cumprida
0,037
0,001
0,001
0,146
Clientelismo
0,032
0,001
0,000
0,205
Satisfação com os serviços públicos
0,027
0,001
0,000
0,296
Rouba-mas-faz
0,011
0,000
-0,001
0,660
Patrimonialismo
0,001
0,000
-0,001
0,954
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,145
0,021
0,021
0,000
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,125
0,016
0,015
0,000
Melhorar a segurança pública
0,093
0,009
0,008
0,000
Combater a miséria e a fome
0,083
0,007
0,006
0,001
Melhorar a saúde pública
0,060
0,004
0,003
0,018
Combater a corrupção
0,053
0,003
0,002
0,038
Gerar mais empregos
0,045
0,002
0,001
0,079
Melhorar a educação
0,003
0,000
-0,001
0,906
Esteve sem emprego
0,059
0,003
0,003
0,046
Preocupado em perder o emprego
0,045
0,002
0,001
0,149
Confiável
0,552
0,305
0,304
0,000
O mais preparado e competente
0,482
0,232
0,232
0,000
Tem o melhor plano de governo
0,482
0,232
0,232
0,000
Honesto
0,397
0,157
0,157
0,000
Mais experiência para governar o Brasil
0,394
0,155
0,154
0,000
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,388
0,150
0,150
0,000
O que mais defende gerar empregos
0,381
0,146
0,145
0,000
O que mais defende manter a inflação baixa
0,367
0,134
0,134
0,000
Faz mais pelos pobres
0,311
0,097
0,096
0,000
O que mais evita greve e bagunça
0,248
0,062
0,061
0,000
Gostar do PT
0,551
0,304
0,304
0,000
Avaliação do governo - geral
0,311
0,097
0,096
0,000
Avaliação do governo - principal problema
0,281
0,079
0,078
0,000
82
Tabela 2: Regressões bi-variadas na vantagem de Lula sobre Garotinho – 1o turno R
R Square
Adjusted R Square
Sig
Católicos e evangélicos
0,528
0,279
0,278
0,000
Setor da economia
0,125
0,016
0,014
0,000
Religiosidade
0,064
0,004
0,003
0,019
Filiado a sindicato
0,060
0,004
0,003
0,028
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,049
0,002
0,002
0,087
Sexo
0,037
0,001
0,001
0,179
Cor
0,037
0,001
0,001
0,186
Pea
0,033
0,001
0,000
0,233
Escolaridade
0,032
0,001
0,000
0,246
Idade
0,020
0,000
0,000
0,471
Renda individual
0,015
0,000
0,000
0,587
Renda familiar
0,014
0,000
0,000
0,644
Censura
0,147
0,022
0,021
0,000
Anti-fatalismo
0,095
0,009
0,008
0,000
Privatização
0,070
0,005
0,004
0,010
Avaliação das instituições
0,071
0,005
0,004
0,010
Confiança interpessoal
0,069
0,005
0,004
0,011
Nacionalismo econômico
0,048
0,002
0,002
0,078
Hierarquia
0,047
0,002
0,001
0,086
Regulação
0,045
0,002
0,001
0,099
Autoritarismo
0,043
0,002
0,001
0,113
Se a lei deve ser sempre cumprida
0,027
0,001
0,000
0,330
Ausência de espírito público
0,021
0,000
0,000
0,434
Clientelismo
0,015
0,000
-0,001
0,575
Satisfação com os serviços públicos
0,008
0,000
0,001
0,773
Rouba-mas-faz
0,004
0,000
-0,001
0,885
Patrimonialismo
0,000
0,000
-0,001
0,989
Melhorar a saúde pública
0,07
0,005
0,004
0,010
Combater a miséria e a fome
0,043
0,002
0,001
0,113
Melhorar a segurança pública
0,042
0,002
0,001
0,128
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,037
0,001
0,001
0,177
Melhorar a educação
0,019
0,000
0,000
0,477
Gerar mais empregos
0,017
0,000
0,000
0,530
Combater a corrupção
0,014
0,000
0,000
0,619
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,005
0,000
0,000
0,865
Esteve sem emprego
0,026
0,001
0,000
0,397
Preocupado em perder o emprego
0,015
0,000
0,000
0,655
Confiável
0,463
0,215
0,214
0,000
Faz mais pelos pobres
0,240
0,058
0,057
0,000
Honesto
0,299
0,089
0,089
0,000
Mais experiência para governar o Brasil
0,278
0,077
0,077
0,000
Tem o melhor plano de governo
0,356
0,127
0,126
0,000
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,272
0,074
0,073
0,000
O mais preparado e competente
0,335
0,112
0,112
0,000
O que mais evita greve e bagunça
0,196
0,039
0,038
0,000
O que mais defende gerar empregos
0,277
0,077
0,076
0,000
O que mais defende manter a inflação baixa
0,236
0,056
0,055
0,000
Gostar do PT
0,369
0,136
0,135
0,000
Avaliação do governo - geral
0,051
0,003
0,002
0,062
Avaliação do governo - principal problema
0,047
0,002
0,001
0,087
83
Tabela 3: Regressões bi-variadas na vantagem de Lula sobre Ciro – 1o turno R
R Square
Adjusted R Square
Sig
Escolaridade
0,112
0,013
0,012
0,000
Renda familiar
0,082
0,007
0,006
0,006
Renda individual
0,073
0,005
0,004
0,012
Setor da economia
0,067
0,005
0,003
0,044
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,056
0,003
0,002
0,058
Idade
0,052
0,003
0,002
0,063
Cor
0,051
0,003
0,002
0,076
Pea
0,029
0,001
0,000
0,304
Católicos e evangélicos
0,031
0,001
0,000
0,319
Filiado a sindicato
0,026
0,001
0,000
0,347
Religiosidade
0,019
0,000
0,000
0,489
Sexo
0,012
0,000
-0,001
0,668
Privatização
0,104
0,011
0,010
0,000
Regulação
0,073
0,005
0,004
0,010
Confiança interpessoal
0,064
0,004
0,003
0,022
Avaliação das instituições
0,063
0,004
0,003
0,024
Anti-fatalismo
0,057
0,003
0,002
0,042
Nacionalismo econômico
0,053
0,003
0,002
0,058
Rouba-mas-faz
0,052
0,003
0,002
0,062
Clientelismo
0,047
0,002
0,001
0,092
Ausência de espírito público
0,046
0,002
0,001
0,102
Hierarquia
0,041
0,002
0,001
0,148
Patrimonialismo
0,030
0,001
0,000
0,292
Autoritarismo
0,026
0,001
0,000
0,360
Censura
0,025
0,001
0,000
0,377
Satisfação com os serviços públicos
0,023
0,001
0,000
0,413
Se a lei deve ser sempre cumprida
0,001
0,000
-0,001
0,985
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,046
0,002
0,001
0,104
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,056
0,003
0,002
0,047
Melhorar a segurança pública
0,020
0,000
0,000
0,479
Combater a miséria e a fome
0,009
0,000
-0,001
0,757
Melhorar a saúde pública
0,020
0,000
0,000
0,486
Combater a corrupção
0,007
0,000
-0,001
0,814
Gerar mais empregos
0,026
0,001
0,000
0,363
Melhorar a educação
0,042
0,002
0,001
0,131
Preocupado em perder o emprego
0,054
0,003
0,002
0,105
Esteve sem emprego
0,010
0,000
-0,001
0,742
Confiável
0,427
0,182
0,181
0,000
Tem o melhor plano de governo
0,348
0,121
0,121
0,000
O mais preparado e competente
0,335
0,112
0,111
0,000
Mais experiência para governar o Brasil
0,291
0,085
0,084
0,000
Honesto
0,274
0,075
0,075
0,000
Faz mais pelos pobres
0,266
0,071
0,070
0,000
O que mais defende gerar empregos
0,251
0,063
0,062
0,000
O que mais defende manter a inflação baixa
0,193
0,037
0,036
0,000
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,182
0,033
0,032
0,000
O que mais evita greve e bagunça
0,179
0,032
0,031
0,000
Gostar do PT
0,391
0,153
0,153
0,000
Avaliação do governo - principal problema
0,081
0,006
0,006
0,004
Avaliação do governo - geral
0,069
0,005
0,004
0,014
84
Tabela 4: Regressões bi-variadas na vantagem de Lula sobre Serra – 2o turno R
R Square
Adjusted R Square
Sig
Religiosidade
0,159
0,025
0,025
0,000
Idade
0,075
0,006
0,005
0,001
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,070
0,005
0,004
0,003
Renda individual
0,064
0,004
0,004
0,006
Renda familiar
0,066
0,004
0,004
0,006
Pea
0,047
0,002
0,002
0,037
Católicos e evangélicos
0,048
0,002
0,002
0,053
Sexo
0,043
0,002
0,001
0,056
Filiado a sindicato
0,026
0,001
0,000
0,245
Cor
0,016
0,000
0,000
0,478
Setor da economia
0,010
0,000
0,000
0,712
Escolaridade
0,004
0,000
0,000
0,868
Autoritarismo
0,167
0,028
0,027
0,000
Privatização
0,076
0,006
0,005
0,001
Fatalismo
0,074
0,005
0,005
0,001
Avaliação das instituições
0,067
0,004
0,004
0,003
Regulação
0,054
0,003
0,002
0,015
Confiança interpessoal
0,055
0,003
0,003
0,015
Nacionalismo econômico
0,051
0,003
0,002
0,024
Clientelismo
0,044
0,002
0,001
0,048
Hierarquia
0,040
0,002
0,001
0,074
Censura
0,039
0,002
0,001
0,081
Se a lei deve ser sempre cumprida
0,033
0,001
0,001
0,143
Satisfação com os serviços públicos
0,016
0,000
0,000
0,482
Rouba-mas-faz
0,011
0,000
0,000
0,640
Patrimonialismo
0,010
0,000
0,000
0,644
Espírito público
0,003
0,000
0,000
0,908
Melhorar a segurança pública
0,088
0,008
0,007
0,000
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,115
0,013
0,013
0,000
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,103
0,011
0,010
0,000
Combater a miséria e a fome
0,061
0,004
0,003
0,006
Melhorar a saúde pública
0,051
0,003
0,002
0,023
Combater a corrupção
0,031
0,001
0,001
0,162
Gerar mais empregos
0,016
0,000
0,000
0,479
Melhorar a educação
0,010
0,000
0,000
0,672
Preocupado em perder o emprego
0,052
0,003
0,002
0,058
Esteve sem emprego
0,048
0,002
0,002
0,063
Confiável
0,562
0,315
0,315
0,000
Faz mais pelos pobres
0,316
0,100
0,099
0,000
Honesto
0,385
0,149
0,148
0,000
Mais experiência para governar o Brasil
0,416
0,173
0,173
0,000
Tem o melhor plano de governo
0,476
0,227
0,226
0,000
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,369
0,136
0,136
0,000
O mais preparado e competente
0,490
0,240
0,239
0,000
O que mais evita greve e bagunça
0,245
0,060
0,060
0,000
O que mais defende gerar empregos
0,356
0,127
0,126
0,000
O que mais defende manter a inflação baixa
0,367
0,135
0,134
0,000
Gostar do PT
0,533
0,284
0,283
0,000
Avaliação do governo - geral
0,285
0,081
0,081
0,000
Avaliação do governo - principal problema
0,258
0,067
0,066
0,000
85
Tabela 5: Regressões bi-variadas na vantagem de Fernando Henrique sobre Lula – 1998 R
R Square
Adjusted R Square
Sig
Escolaridade
0,140
0,020
0,019
0,000
Religiosidade
0,084
0,007
0,006
0,001
Católicos e evangélicos
0,085
0,007
0,006
0,002
Renda familiar
0,079
0,006
0,005
0,003
Idade
0,060
0,004
0,003
0,015
Setor da economia
0,056
0,003
0,002
0,064
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,047
0,002
0,001
0,071
Filiado a sindicato
0,044
0,002
0,001
0,078
Renda individual
0,034
0,001
0,000
0,190
Cor
0,026
0,001
0,000
0,312
Pea
0,023
0,001
0,000
0,356
Sexo
0,003
0,000
0,000
0,897
Rouba-mas-faz
0,120
0,014
0,014
0,000
Censura
0,107
0,011
0,011
0,000
Autoritarismo
0,156
0,024
0,024
0,000
Avaliação das instituições
0,121
0,015
0,014
0,000
Anti-fatalismo
0,089
0,008
0,007
0,000
Clientelismo
0,083
0,007
0,006
0,001
Satisfação com os serviços públicos
0,075
0,006
0,005
0,002
Privatização
0,055
0,003
0,002
0,029
Patrimonialismo
0,05
0,003
0,002
0,045
Hierarquia
0,048
0,002
0,002
0,053
Se a lei deve ser sempre cumprida
0,007
0,000
0,000
0,078
Nacionalismo econômico
0,025
0,001
0,000
0,319
Ausência de espírito público
0,022
0,000
0,000
0,373
Regulação
0,012
0,000
0,000
0,632
Confiança interpessoal
0,007
0,000
0,000
0,769
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,126
0,016
0,015
0,000
Melhorar a segurança pública
0,088
0,008
0,007
0,000
Gerar mais empregos
0,095
0,009
0,008
0,000
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,083
0,007
0,006
0,001
Combater a miséria e a fome
0,047
0,002
0,002
0,062
Melhorar a saúde pública
0,033
0,001
0,000
0,183
Melhorar a educação
0,006
0,000
0,000
0,807
Combater a corrupção
0,005
0,000
0,000
0,848
Esteve sem emprego
0,010
0,000
0,000
0,723
Preocupado em perder o emprego
0,008
0,000
0,000
0,793
O mais preparado e competente
0,389
0,151
0,151
0,000
Confiável
0,366
0,134
0,134
0,000
Tem o melhor plano de governo
0,338
0,114
0,114
0,000
Mais experiência para governar o Brasil
0,300
0,090
0,089
0,000
Honesto
0,299
0,090
0,089
0,000
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,267
0,071
0,071
0,000
Faz mais pelos pobres
0,263
0,069
0,069
0,000
O que mais defende manter a inflação baixa
0,249
0,062
0,061
0,000
O que mais defende gerar empregos
0,241
0,058
0,057
0,000
O que mais evita greve e bagunça
0,222
0,049
0,049
0,000
Gostar do PT
0,412
0,170
0,170
0,000
Avaliação do governo - geral
0,290
0,084
0,083
0,000
Avaliação do governo - principal problema
0,246
0,061
0,060
0,000
86
Tabela 6: Regressões bi-variadas na vantagem de Lula 98-02 sobre FH 98-Serra 02 R
R Square
Adjusted R Square
Sig
Religiosidade
0,172
0,030
0,028
0,000
Idade
0,121
0,015
0,013
0,001
Escolaridade
0,109
0,012
0,011
0,003
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,094
0,009
0,007
0,017
Renda familiar
0,066
0,004
0,003
0,095
Pea
0,059
0,003
0,002
0,112
Setor da economia
0,069
0,005
0,003
0,123
Católicos e evangélicos
0,062
0,004
0,002
0,129
Filiado a sindicato
0,047
0,002
0,001
0,207
Renda individual
0,026
0,001
-0,001
0,504
Sexo
0,014
0,000
-0,001
0,698
Cor
0,005
0,000
-0,001
0,904
Autoritarismo
0,223
0,050
0,049
0,000
Avaliação das instituições
0,169
0,028
0,027
0,000
Fatalismo
0,156
0,024
0,023
0,000
Censura
0,125
0,016
0,014
0,001
Rouba-mas-faz
0,099
0,010
0,008
0,008
Privatização
0,094
0,009
0,008
0,011
Clientelismo
0,088
0,008
0,006
0,017
Satisfação com os serviços públicos
0,072
0,005
0,004
0,052
Patrimonialismo
0,064
0,004
0,003
0,083
Regulação
0,063
0,004
0,003
0,089
Se a lei deve ser sempre cumprida
0,047
0,002
0,001
0,201
Confiança interpessoal
0,039
0,002
0,000
0,288
Espírito público
0,029
0,001
-0,001
0,430
Nacionalismo econômico
0,025
0,001
-0,001
0,508
Hierarquia
0,019
0,000
-0,001
0,616
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,213
0,045
0,044
0,000
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,153
0,024
0,022
0,000
Melhorar a segurança pública
0,147
0,022
0,020
0,000
Combater a miséria e a fome
0,107
0,011
0,010
0,004
Gerar mais empregos
0,070
0,005
0,004
0,059
Melhorar a saúde pública
0,057
0,003
0,002
0,122
Combater a corrupção
0,034
0,001
0,000
0,361
Melhorar a educação
0,001
0,000
-0,001
0,971
Esteve sem emprego
0,030
0,001
-0,001
0,486
Preocupado em perder o emprego
0,019
0,000
-0,002
0,667
Confiável
0,643
0,413
0,413
0,000
Faz mais pelos pobres
0,394
0,155
0,154
0,000
Honesto
0,500
0,250
0,249
0,000
Mais experiência para governar o Brasil
0,502
0,252
0,251
0,000
Tem o melhor plano de governo
0,616
0,379
0,379
0,000
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,491
0,241
0,240
0,000
O mais preparado e competente
0,648
0,420
0,419
0,000
O que mais evita greve e bagunça
0,334
0,112
0,110
0,000
O que mais defende gerar empregos
0,478
0,229
0,228
0,000
O que mais defende manter a inflação baixa
0,493
0,243
0,242
0,000
Gostar do PT
0,695
0,483
0,482
0,000
Avaliação do governo - principal problema
0,429
0,184
0,183
0,000
Avaliação do governo - geral
0,459
0,210
0,209
0,000
87
Tabela 7: Regressões bi-variadas na vantagem de FH 98-Lula 02 sobre FH 98-Serra 02 R
R Square
Adjusted R Square
Sig
Religiosidade
0,123
0,015
0,014
0,001
Escolaridade
0,113
0,013
0,011
0,002
Renda familiar
0,102
0,010
0,009
0,009
Renda individual
0,097
0,009
0,008
0,011
Idade
0,076
0,006
0,004
0,040
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,067
0,005
0,003
0,086 0,165
Cor
0,053
0,003
0,001
Pea
0,043
0,002
0,000
0,243
Católicos e evangélicos
0,017
0,000
-0,001
0,670
Sexo
0,013
0,000
-0,001
0,716
Filiado a sindicato
0,005
0,000
0,000
0,900
Setor da economia
0,004
0,000
-0,002
0,937
Privatização
0,131
0,017
0,016
0,000
Hierarquia
0,124
0,015
0,014
0,001
Regulação
0,110
0,012
0,011
0,003
Confiança interpessoal
0,106
0,011
0,010
0,004
Nacionalismo econômico
0,096
0,009
0,008
0,009
Autoritarismo
0,091
0,008
0,007
0,014
Espírito público
0,091
0,008
0,007
0,014
Rouba-mas-faz
0,079
0,006
0,005
0,032
Fatalismo
0,050
0,002
0,001
0,180
Se a lei deve ser sempre cumprida
0,041
0,002
0,000
0,266
Clientelismo
0,017
0,000
-0,001
0,648
Avaliação das instituições
0,004
0,000
-0,001
0,905
Censura
0,004
0,000
-0,001
0,912
Patrimonialismo
0,002
0,000
-0,001
0,961
Satisfação com os serviços públicos
0,002
0,000
-0,001
0,963
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,096
0,009
0,008
0,010
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,087
0,008
0,006
0,019
Combater a miséria e a fome
0,081
0,007
0,005
0,028
Melhorar a segurança pública
0,061
0,004
0,002
0,098
Combater a corrupção
0,060
0,004
0,002
0,106
Melhorar a saúde pública
0,023
0,001
-0,001
0,538
Gerar mais empregos
0,009
0,000
-0,001
0,802
Melhorar a educação
0,002
0,000
-0,001
0,959
Esteve sem emprego
0,018
0,000
-0,002
0,678
Preocupado em perder o emprego
0,025
0,001
-0,001
0,576
Confiável
0,518
0,268
0,267
0,000
Faz mais pelos pobres
0,283
0,080
0,079
0,000
Honesto
0,382
0,146
0,145
0,000
Mais experiência para governar o Brasil
0,382
0,146
0,145
0,000
Tem o melhor plano de governo
0,483
0,233
0,232
0,000
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,378
0,143
0,142
0,000
O mais preparado e competente
0,449
0,202
0,201
0,000
O que mais evita greve e bagunça
0,248
0,062
0,060
0,000
O que mais defende gerar empregos
0,389
0,151
0,150
0,000
O que mais defende manter a inflação baixa
0,383
0,147
0,145
0,000
Gostar do PT
0,520
0,270
0,269
0,000
Avaliação do governo - principal problema
0,260
0,067
0,066
0,000
Avaliação do governo - geral
0,250
0,063
0,061
0,000
88
A definição dos estágios múltiplos Na primeira seção deste Anexo - Escolha e medição das variáveis explicativas e das variáveis resposta - a ordem na qual os blocos temáticos de variáveis é apresentada foi feita considerando-se o estágio de entrada de cada variável no modelo explicativo do voto. O estágio de entrada foi definido com base em teorias da ciência política. Em primeiro lugar são introduzidas no modelo as variáveis de situação socioeconômica, seguida das variáveis ideológicas, de preferência por políticas públicas, situação da economia, características pessoais, preferência partidária e por fim as variáveis de avaliação do desempenho do governo. Como foram feitos sete modelos de explicação do voto, três para o primeiro e um para o segundo turno de 2002, um para a eleição de 1998, e dois para comparar os votos de 1998 e 2002, em cada um destes modelos são inseridas as variáveis estatisticamente significativas (marcadas em amarelo nas tabelas de 1 a 7) da análise bivariada. As tabelas de 8 a 14 apresentam os estágios múltiplos da análise de cada uma das sete variáveis resposta estudadas. A tabela 15 apresenta a correlação, o R2 e o R2 ajustado para cada um dos sete modelos em seus sucessivos estágios.
89
Tabela 8: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula sobre Serra – 1o turno Primeiro estágio
Segundo estágio
Terceiro estágio
B
B
B
t
Sig.
t
Sig.
Sig.
Quarto estágio B
Sig.
Quinto estágio B
t
Sig.
Sexto estágio B
t
Sig.
Sétimo estágio B
t
Sig.
(Constant)
0,429 12,552 0,000 0,315
-0,162 -3,495 0,000 -0,151 -3,271 0,001 -0,129 -2,807 0,005 -0,122 -2,258 0,024 -0,141 -3,254 0,001 -0,152 -3,644 0,000 -0,155 -3,748 0,000
Idade
-0,127 -3,213 0,001 -0,089 -2,225 0,026 -0,076 -1,895 0,058 -0,044 -0,904 0,366 0,030
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,078
Pea
-0,019 -0,682 0,495 -0,022 -0,819 0,413 -0,031 -1,131 0,258 -0,009 -0,173 0,863 -0,047 -1,147 0,252 -0,040 -1,018 0,309 -0,045 -1,155 0,248
0,014 0,061
1,957 0,051 0,053
4,776 0,000 0,318
t
Religiosidade
2,471
7,092 0,000 0,268
t
1,710 0,088 0,032
4,259 0,000 -0,146 -2,229 0,026 -0,163 -2,590 0,010 -0,185 -2,885 0,004 0,766 0,444 0,057
1,476 0,140 0,044
1,163 0,245
0,941 0,347 -0,005 -0,172 0,863 -0,008 -0,287 0,774 -0,007 -0,284 0,776
Autoritarismo
-0,242 -3,852 0,000 -0,203 -3,244 0,001 -0,183 -2,559 0,011 -0,006 -0,110 0,912 0,001
0,016 0,987 0,002
0,038 0,969
Anti-fatalismo
0,161
2,641 0,008 0,098
2,967 0,003
Avaliação das instituições
-0,153 -2,194 0,028 -0,158 -2,264 0,024 -0,096 -1,201 0,230 -0,124 -1,952 0,051 -0,108 -1,742 0,082 -0,016 -0,255 0,799
Privatização
-0,225 -3,794 0,000 -0,216 -3,657 0,000 -0,217 -3,234 0,001 -0,105 -1,963 0,050 -0,100 -1,922 0,055 -0,103 -1,995 0,046
4,339 0,000 0,155
3,137 0,002 0,257
3,792 0,000 0,112
3,280 0,001 0,088
Regulação
0,224
Confiança interpessoal
-0,027 -0,407 0,684 -0,048 -0,722 0,470 -0,070 -0,866 0,387 -0,092 -1,432 0,153 -0,121 -1,930 0,054 -0,099 -1,585 0,113
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
3,079 0,002 0,230
4,185 0,000 0,162
3,117 0,002 -0,024 -0,353 0,724 -0,024 -0,365 0,715 -0,031 -0,481 0,631
-0,139 -2,853 0,004 -0,139 -2,525 0,012 -0,152 -3,459 0,001 -0,160 -3,740 0,000 -0,144 -3,389 0,001
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,078
Melhorar a segurança pública
-0,070 -1,516 0,130 -0,052 -0,971 0,332 -0,061 -1,421 0,156 -0,050 -1,187 0,235 -0,050 -1,191 0,234
Combater a miséria e a fome
0,025
0,480 0,631 0,023
0,371 0,710 -0,019 -0,381 0,704 -0,040 -0,847 0,397 -0,041 -0,879 0,380
Melhorar a saúde pública
0,026
0,617 0,537 0,027
0,562 0,574 0,022
Combater a corrupção
-0,040 -0,995 0,320 -0,052 -1,153 0,249 -0,070 -1,943 0,052 -0,071 -2,023 0,043 -0,077 -2,212 0,027
Esteve sem emprego
1,387 0,166 0,132
0,049 0,961 -0,022 -0,424 0,671 -0,021 -0,417 0,677
0,563 0,574 0,020
0,541 0,589 0,021
0,565 0,572
1,351 0,177 0,021
0,781 0,435 0,012
0,470 0,638 0,010
0,394 0,694
Confiável
0,402
9,115 0,000 0,336
7,560 0,000 0,331
7,517 0,000
Faz mais pelos pobres
-0,048 -1,575 0,116 -0,047 -1,594 0,111 -0,046 -1,568 0,117
Honesto
0,048
1,430 0,153 0,027
0,847 0,397 0,030
0,925 0,355
Mais experiência para governar o Brasil
0,085
2,382 0,017 0,078
2,262 0,024 0,076
2,229 0,026
Tem o melhor plano de governo
0,157
3,475 0,001 0,116
2,636 0,009 0,092
2,096 0,036
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,025
0,775 0,438 -0,009 -0,287 0,774 0,004
0,114 0,909
O mais preparado e competente
0,124
2,976 0,003 0,088
2,070 0,039
O que mais evita greve e bagunça
-0,012 -0,407 0,684 -0,010 -0,364 0,716 -0,009 -0,329 0,742
O que mais defende gerar empregos
0,113
2,853 0,004 0,144
O que mais defende manter a inflação baixa
0,001
0,032 0,974 -0,030 -0,903 0,367 -0,040 -1,196 0,232
Gostar do PT
0,046
2,011 0,045 0,003
0,348
2,178 0,030 0,083 3,658 0,000 0,138 8,974 0,000 0,327
3,540 0,000 8,457 0,000
Avaliação do governo - geral
-0,117 -3,018 0,003
Avaliação do governo - principal problema
-0,068 -1,581 0,114
90
Tabela 9: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula sobre Garotinho – 1o turno Primeiro estágio
B
B
0,348
7,880
-0,570 -17,851 0,000 -0,547 -16,254 0,000 -0,543 -16,027 0,000 -0,427 -12,938 0,000 -0,413 -12,376 0,000
Setor da economia
-0,074
-2,109
0,035 -0,084
-2,375
0,018 -0,080
-2,251
0,025 -0,085
-2,579
0,010 -0,093
-2,824
Religiosidade
0,019
0,407
0,684 0,016
0,345
0,730 0,017
0,351
0,725 -0,004
-0,093
0,926 -0,022
-0,515
0,607
Filiado a sindicato
0,070
2,213
0,027 0,069
2,183
0,029 0,070
2,207
0,028 0,057
1,957
0,051 0,062
2,147
0,032
Censura
-0,089
-1,907
0,057 -0,094
-1,995
0,046 -0,046
-1,060
0,289 -0,023
-0,528
0,598
Anti-fatalismo
0,028
0,788
0,431 0,030
0,825
0,410 0,025
0,760
0,448 0,035
1,061
0,289
Privatização
-0,028
-0,495
0,621 -0,026
-0,459
0,646 0,045
0,848
0,397 0,036
0,687
0,492
Avaliação das instituições
0,019
0,274
0,784 0,009
0,128
0,898 0,014
0,225
0,822 0,047
0,748
0,455
Confiança interpessoal
0,051
0,758
0,448 0,055
0,822
0,412 -0,005
-0,082
0,935 -0,009
-0,138
0,890
0,041
1,163
0,000 0,367
t 6,891
Sig.
B
0,000 0,114
t 1,988
Sig.
Quinto estágio
Católicos e evangélicos
7,163
Sig.
Quarto estágio
(Constant)
0,000 0,376
t
Terceiro estágio
t
Melhorar a saúde pública
Sig.
Segundo estágio
B
B
0,047 0,108
t
Sig.
1,855
0,064 0,005
0,245 0,025
0,777
0,437 0,014
0,426
0,670
Confiável
0,328
6,594
0,000 0,300
5,966
0,000
Faz mais pelos pobres
-0,080
-2,442
0,015 -0,086
-2,611
0,009
Honesto
0,061
1,852
0,064 0,050
1,526
0,128
Mais experiência para governar o Brasil
-0,002
-0,073
0,941 -0,004
-0,108
0,914
Tem o melhor plano de governo
0,074
1,670
0,095 0,073
1,670
0,095
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
-0,006
-0,181
0,856 -0,027
-0,775
0,439
O mais preparado e competente
0,028
0,703
0,482 0,012
0,295
0,768
O que mais evita greve e bagunça
-0,011
-0,382
0,703 -0,017
-0,589
0,556
O que mais defende gerar empregos
0,093
2,178
0,030 0,120
2,766
0,006
O que mais defende manter a inflação baixa
0,008
0,236
0,813 -0,005
-0,145
0,884
0,129
3,244
0,001
Gostar do PT
91
Tabela 10: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula sobre Ciro – 1o turno
Primeiro estágio
Segundo estágio
Terceiro estágio
B
B
B
t
Sig.
t
Sig.
t
Sig.
Quarto estágio B
t
Sig.
Quinto estágio B
Sig.
Sexto estágio B
4,411 0,000 0,245
t
Sig.
(Constant)
0,722 21,260 0,000 0,670 14,128 0,000 0,706 14,546 0,000 0,270
Escolaridade
-0,176 -3,775 0,000 -0,135 -2,540 0,011 -0,146 -2,746 0,006 -0,139 -2,936 0,003 -0,147 -3,174 0,002 -0,146 -3,165 0,002
Setor da economia
-0,022 -0,539 0,590 -0,032 -0,786 0,432 -0,034 -0,823 0,411 -0,050 -1,373 0,170 -0,061 -1,746 0,081 -0,060 -1,716 0,087
Privatização
4,831 0,000 0,240
t
4,371 0,000
-0,128 -2,082 0,038 -0,138 -2,254 0,024 -0,028 -0,511 0,609 -0,047 -0,872 0,383 -0,046 -0,866 0,387
Regulação
0,024
Confiança interpessoal
-0,118 -1,728 0,084 -0,133 -1,967 0,050 -0,137 -2,285 0,023 -0,150 -2,552 0,011 -0,151 -2,563 0,011
Avaliação das instituições
0,058
0,793
0,428 0,069
0,949
0,343 0,072
1,106 0,269 0,056
0,892 0,373 0,054
0,816 0,415
Anti-fatalismo
0,028
0,730
0,465 0,022
0,570
0,569 0,033
0,954 0,340 0,027
0,802 0,423 0,027
0,816 0,415
0,138
3,164
0,002 0,075
1,918 0,055 0,085
2,263 0,024 0,086
2,269 0,024
Confiável
0,322
6,884 0,000 0,299
6,459 0,000 0,299
6,453 0,000
Faz mais pelos pobres
0,001
0,027 0,978 -0,022 -0,725 0,469 -0,022 -0,720 0,472
Honesto
0,033
1,020 0,308 0,008
0,247 0,805 0,007
0,235 0,814
Mais experiência para governar o Brasil
0,053
1,566 0,118 0,052
1,588 0,113 0,051
1,535 0,125
Tem o melhor plano de governo
0,203
4,607 0,000 0,160
3,709 0,000 0,160
3,702 0,000
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
-0,044 -1,307 0,192 -0,051 -1,544 0,123 -0,052 -1,554 0,120
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,305
0,760 0,060
0,767
0,443 -0,015 -0,217 0,828 -0,036 -0,523 0,601 -0,036 -0,522 0,602
O mais preparado e competente
0,072
1,819 0,069 0,044
1,149 0,251 0,046
O que mais evita greve e bagunça
-0,007 -0,233 0,816 0,004
0,132 0,895 0,004
0,159 0,874
O que mais defende gerar empregos
0,153
4,062 0,000 0,171
4,065 0,000
O que mais defende manter a inflação baixa
-0,090 -2,647 0,008 -0,097 -2,961 0,003 -0,096 -2,925 0,004
Gostar do PT
3,593 0,000 0,170 0,280
1,184 0,237
7,260 0,000 0,280
7,244 0,000
Avaliação do governo - principal problema
0,018
0,392 0,695
Avaliação do governo - geral
-0,010 -0,258 0,797
92
Tabela 11: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula sobre Serra – 2o turno Primeiro estágio
Segundo estágio
Terceiro estágio
B
B
B
t
Sig.
t
Sig.
Sig.
Quarto estágio B
Quinto estágio B
0,046 0,070
t 1,572
Sig.
Sexto estágio B
0,116 0,043
t
Sig.
0,956
0,339
0,409 12,752 0,000 0,340
-0,250 -6,057 0,000 -0,242 -5,856 0,000 -0,220 -5,342 0,000 -0,176 -5,273 0,000 -0,184 -5,706 0,000 -0,185 -5,797 0,000
Idade
-0,042 -1,124 0,261 -0,002 -0,059 0,953 0,008
0,208 0,835 0,065
2,080
0,038 0,086
2,867
0,004 0,076
2,536
0,011
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,084
2,358 0,019 0,039
1,689
0,091 0,023
1,009
0,313 0,024
1,061
0,289
Pea
-0,073 -2,449 0,014 -0,140 -3,496 0,000 -0,137 -3,417 0,001 -0,096 -2,906 0,004 -0,077 -2,383 0,017 -0,075 -2,369 0,018
Renda individual
-0,146 -3,861 0,000 -0,076 -2,567 0,010 -0,080 -2,712 0,007 -0,027 -1,137 0,256 -0,033 -1,413 0,158 -0,035 -1,505 0,133
2,465 0,014 0,068
1,994
Sig.
Religiosidade
0,004 0,071
7,016 0,000 0,091
t
(Constant)
2,867
8,081 0,000 0,365
t
Autoritarismo
-0,310 -5,348 0,000 -0,287 -4,963 0,000 -0,100 -2,105 0,035 -0,086 -1,870 0,062 -0,079 -1,741 0,082
Privatização
-0,193 -3,615 0,000 -0,186 -3,509 0,000 -0,049 -1,138 0,255 -0,034 -0,809 0,418 -0,033 -0,805 0,421
Anti-fatalismo
0,118
Avaliação das instituições
-0,129 -1,994 0,046 -0,127 -1,972 0,049 -0,160 -3,064 0,002 -0,151 -2,977 0,003 -0,049 -0,933 0,351
Regulação
0,078
1,144 0,253 0,083
1,221 0,222 -0,057 -1,035 0,301 -0,085 -1,583 0,114 -0,081 -1,513 0,130
Confiança interpessoal
0,026
0,427 0,669 0,004
0,074 0,941 -0,085 -1,751 0,080 -0,090 -1,889 0,059 -0,075 -1,588 0,113
Nacionalismo econômico
0,169
2,563 0,010 0,177
2,696 0,007 0,120
2,254
0,024 0,110
2,134
0,033 0,098
1,932
0,054
Clientelismo
0,053
1,864 0,063 0,057
2,015 0,044 0,042
1,814
0,070 0,047
2,076
0,038 0,045
2,013
0,044
Melhorar a segurança pública
3,528 0,000 0,113
3,383 0,001 0,046
1,685
0,092 0,034
1,308
0,191 0,042
1,611
0,107
-0,040 -0,971 0,332 -0,091 -2,757 0,006 -0,068 -2,067 0,039 -0,061 -1,860 0,063
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,140
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
-0,033 -0,738 0,460 -0,059 -1,643 0,101 -0,050 -1,419 0,156 -0,033 -0,937 0,349
2,721 0,007 0,028
0,677
Combater a miséria e a fome
0,059
1,476 0,140 0,032
Melhorar a saúde pública
0,032
0,834 0,404 -0,030 -0,979 0,328 -0,014 -0,464 0,643 -0,010 -0,340 0,734
0,992
0,499 0,022 0,322 0,030
0,528 0,938
0,598 0,029 0,348 0,037
0,694 1,175
0,488 0,240
Confiável
0,455 13,188 0,000 0,375 10,802 0,000 0,371 10,813 0,000
Faz mais pelos pobres
-0,057 -2,228 0,026 -0,069 -2,750 0,006 -0,062 -2,508 0,012
Honesto
0,013
0,491
0,623 0,006
0,223
0,823 0,003
0,098
0,922
Mais experiência para governar o Brasil
0,050
1,706
0,088 0,059
2,046
0,041 0,057
1,994
0,046
Tem o melhor plano de governo
0,121
3,463
0,001 0,110
3,242
0,001 0,100
2,973
0,003
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,041
1,571
0,116 0,014
0,562
0,574 0,014
0,565
0,572
O mais preparado e competente
0,149
4,479
0,000 0,098
3,014
0,003 0,092
2,863
0,004
O que mais evita greve e bagunça
-0,046 -1,840 0,066 -0,051 -2,104 0,036 -0,052 -2,149 0,032
O que mais defende gerar empregos
0,013
0,422
0,673 0,037
1,170
0,242 0,032
1,052
0,293
O que mais defende manter a inflação baixa
0,044
1,610
0,108 0,027
1,028
0,304 0,016
0,620
0,535
Gostar do PT
0,339 11,238 0,000 0,319 10,652 0,000
Avaliação do governo - principal problema
-0,083 -2,418 0,016
Avaliação do governo - geral
-0,117 -3,659 0,000
93
Tabela 12: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Fernando Henrique sobre Lula – 1998 Primeiro estágio
Segundo estágio
Terceiro estágio
B
B
B
t
Sig.
t
Sig.
t
Sig.
Quarto estágio B
t
Sig.
Quinto estágio B
t
Sig.
Sexto estágio B
t
Sig.
(Constant)
0,510 13,589 0,000 0,578 10,694 0,000 0,639 10,266 0,000 0,722 11,637 0,000 0,702 11,105 0,000 0,700 10,964 0,000
Escolaridade
-0,200 -4,334 0,000 -0,097 -1,842 0,066 -0,094 -1,779 0,075 -0,160 -3,215 0,001 -0,167 -3,300 0,001 -0,169 -3,399 0,001
Religiosidade
0,035
0,737
0,461 0,031
0,662
0,508 0,029
0,611
0,541 0,023
0,530
0,596 0,024
0,533
0,594 0,028
0,619
0,536
Católicos e evangélicos
0,114
3,106
0,002 0,114
3,044
0,002 0,109
2,915
0,004 0,080
2,274
0,023 0,070
1,968
0,049 0,066
1,877
0,061
Idade
0,026
0,566
0,572 0,010
0,220
0,826 0,004
0,085
0,932 -0,083 -1,908 0,057 -0,094 -2,155 0,031 -0,081 -1,860 0,063
Rouba-mas-faz
0,135
2,253
0,024 0,121
2,020
0,044 0,123
2,209
0,027 0,121
2,151
0,032 0,121
2,177
0,030
Censura
0,095
1,883
0,060 0,087
1,721
0,085 0,062
1,313
0,189 0,051
1,072
0,284 0,056
1,180
0,238
Autoritarismo
0,218
3,421
0,001 0,209
3,294
0,001 0,073
1,208
0,227 0,050
0,826
0,409 0,034
0,568
0,570
Avaliação das instituições
0,236
2,958
0,003 0,244
3,066
0,002 0,248
3,351
0,001 0,229
3,041
0,002 0,085
1,083
0,279
Anti-fatalismo
-0,013 -0,355 0,723 -0,018 -0,480 0,631 0,013
0,372
0,710 0,017
0,466
0,642 0,012
0,346
0,729
Clientelismo
-0,002 -0,064 0,949 0,000
-0,012 0,990 -0,008 -0,272 0,785 -0,013 -0,426 0,670 -0,016 -0,532 0,595
Satisfação com os serviços públicos
0,053
0,778
0,437 0,049
0,729
0,466 0,048
0,763
0,446 0,067
1,048
0,295 0,085
1,337
0,181
Privatização
0,213
3,709
0,000 0,212
3,699
0,000 0,093
1,715
0,087 0,079
1,447
0,148 0,074
1,370
0,171
Patrimonialismo
0,117
2,405
0,016 0,114
2,348
0,019 0,074
1,646
0,100 0,060
1,316
0,188 0,071
1,572
0,116
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,083
1,612
0,107 0,070
1,472
0,141 0,049
0,985
0,325 0,038
0,768
0,443
Melhorar a segurança pública
0,061
1,540
0,124 0,076
2,063
0,039 0,077
2,032
0,042 0,074
1,983
0,048
Gerar mais empregos
-0,095 -1,723 0,085 -0,066 -1,295 0,195 -0,069 -1,296 0,195 -0,051 -0,955 0,340
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
-0,028 -0,498 0,619 0,037
0,699
0,485 0,028
0,507
0,613 0,025
0,451
0,652
Confiável
-0,161 -3,576 0,000 -0,101 -2,170 0,030 -0,094 -2,049 0,041
Faz mais pelos pobres
-0,029 -0,859 0,390 -0,025 -0,727 0,467 -0,037 -1,094 0,274
Honesto
-0,022 -0,643 0,520 -0,002 -0,048 0,962 0,000
Mais experiência para governar o Brasil
-0,049 -1,280 0,201 -0,046 -1,199 0,231 -0,038 -1,009 0,313
Tem o melhor plano de governo
-0,033 -0,720 0,472 -0,031 -0,678 0,498 -0,022 -0,480 0,631
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
-0,021 -0,622 0,534 -0,009 -0,263 0,793 -0,013 -0,374 0,708
O mais preparado e competente
-0,204 -4,661 0,000 -0,161 -3,642 0,000 -0,156 -3,577 0,000
O que mais evita greve e bagunça
-0,034 -1,027 0,304 -0,036 -1,094 0,274 -0,038 -1,167 0,243
O que mais defende gerar empregos
0,024
0,605
0,545 0,033
0,820
0,412 0,045
1,118
0,264
O que mais defende manter a inflação baixa
0,022
0,608
0,544 0,026
0,704
0,482 0,045
1,254
0,210
Gostar do PT
0,006
0,996
-0,281 -7,029 0,000 -0,261 -6,610 0,000
Avaliação do governo - principal problema
0,038
0,841
0,400
Avaliação do governo - geral
0,204
4,772
0,000
94
Tabela 13: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de Lula 98 – Lula 02 sobre FH 98 – Serra 02 Primeiro estágio
Segundo estágio
Terceiro estágio
B
B
B
t
Sig.
3,070 0,002 0,025
t
Sig.
t
Sig.
Quarto estágio B
t
Sig.
Quinto estágio B
t
Sig.
Sexto estágio B
t
Sig.
(Constant)
0,161
Religiosidade
-0,256 -3,566 0,000 -0,217 -3,066 0,002 -0,174 -2,482 0,013 -0,148 -2,846 0,005 -0,096 -1,976 0,049 -0,107 -2,289 0,022
0,351 0,725 -0,071 -0,808 0,420 -0,317 -4,459 0,000 -0,307 -4,659 0,000 -0,316 -4,826 0,000
Idade
-0,160 -2,297 0,022 -0,123 -1,815 0,070 -0,119 -1,785 0,075 -0,019 -0,385 0,700 0,036
0,774
0,440 0,034
0,765
0,445
Escolaridade
0,096
1,367 0,172 -0,031 -0,384 0,701 -0,034 -0,427 0,669 -0,017 -0,282 0,778 0,005
0,094
0,925 0,028
0,527
0,598
Filiado a sindicato - família ou que mora na casa
0,125
2,478 0,013 0,098
0,778
0,437 0,018
0,552
0,581
1,996 0,046 0,091
1,900 0,058 0,024
0,666 0,506 0,026
Autoritarismo
-0,424 -4,243 0,000 -0,396 -4,025 0,000 -0,030 -0,398 0,691 -0,012 -0,172 0,863 -0,013 -0,199 0,842
Avaliação das instituições
-0,321 -2,773 0,006 -0,289 -2,540 0,011 -0,338 -3,942 0,000 -0,236 -2,974 0,003 -0,046 -0,565 0,572
Anti-fatalismo
0,187
Censura
-0,030 -0,386 0,700 -0,028 -0,356 0,722 -0,087 -1,504 0,133 -0,099 -1,850 0,065 -0,090 -1,745 0,081
3,091 0,002 0,181
Rouba-mas-faz
-0,030 -0,319 0,750 -0,021 -0,228 0,820 0,059
Privatização
-0,452 -4,947 0,000 -0,429 -4,758 0,000 -0,184 -2,690 0,007 -0,127 -2,019 0,044 -0,111 -1,829 0,068
Clientelismo
0,035
0,692 0,489 0,031
3,038 0,002 0,082
0,623 0,534 0,032
1,839 0,066 0,062 0,843 0,400 0,061 0,849 0,396 0,051
1,501 0,957 1,480
0,134 0,076 0,339 0,065 0,140 0,065
1,905 1,044 1,940
0,057 0,297 0,053
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
-0,243 -3,273 0,001 -0,200 -3,581 0,000 -0,161 -3,098 0,002 -0,118 -2,323 0,020
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
-0,014 -0,167 0,868 -0,080 -1,259 0,208 -0,078 -1,324 0,186 -0,057 -1,001 0,317
Melhorar a segurança pública
-0,155 -2,588 0,010 -0,116 -2,599 0,010 -0,110 -2,616 0,009 -0,102 -2,528 0,012
Combater a miséria e a fome
0,057
0,821 0,412 -0,047 -0,903 0,367 -0,069 -1,425 0,155 -0,048 -1,035 0,301
Confiável
0,340
Faz mais pelos pobres
-0,055 -1,355 0,176 -0,058 -1,545 0,123 -0,055 -1,510 0,132
Honesto
0,000 -0,004 0,997 -0,004 -0,104 0,917 -0,003 -0,091 0,928
Mais experiência para governar o Brasil
0,034
0,716 0,474 0,002
0,054
0,957 0,008
0,193
0,847
Tem o melhor plano de governo
0,092
1,423 0,155 0,066
1,107
0,269 0,053
0,926
0,355
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,057
1,295 0,196 0,032
0,785
0,433 0,030
0,773
0,440
O mais preparado e competente
0,368
6,380 0,000 0,317
5,968
0,000 0,309
6,042
0,000
O que mais evita greve e bagunça
-0,025 -0,649 0,517 -0,037 -1,023 0,307 -0,038 -1,104 0,270
O que mais defende gerar empregos
0,000 -0,007 0,994 -0,018 -0,390 0,697 -0,028 -0,632 0,528
O que mais defende manter a inflação baixa
0,083
Gostar do PT
5,691 0,000 0,175
1,820 0,069 0,072
3,008
1,710
0,003 0,145
0,088 0,028
2,591
0,687
0,010
0,493
0,534 11,161 0,000 0,501 10,798 0,000
Avaliação do governo - principal problema
-0,135 -2,681 0,008
Avaliação do governo - geral
-0,203 -4,252 0,000
95
Tabela 14: Regressões multivariadas em estágios múltiplos na vantagem de FH 98 – Lula 02 sobre FH 98 – Serra 02 Primeiro estágio
Segundo estágio
Terceiro estágio
B
B
B
t
Sig.
3,185 0,002 0,017
t
Sig.
0,258 0,797 0,091
t
Sig.
Quarto estágio B
t
Sig.
Quinto estágio B
t
Sig.
Sexto estágio B
t
Sig.
(Constant)
0,120
Religiosidade
-0,202 -2,957 0,003 -0,204 -3,009 0,003 -0,190 -2,805 0,005 -0,133 -2,290 0,022 -0,158 -2,800 0,005 -0,161 -2,879 0,004
1,200 0,230 -0,115 -1,608 0,108 -0,128 -1,870 0,062 -0,121 -1,723 0,085
Escolaridade
-0,280 -4,219 0,000 -0,145 -1,832 0,067 -0,161 -2,032 0,043 -0,147 -2,125 0,034 -0,127 -1,889 0,059 -0,140 -2,095 0,037
Idade
-0,198 -2,996 0,003 -0,143 -2,142 0,033 -0,132 -1,984 0,048 0,014
0,246 0,805 0,038
0,687 0,492 0,037
0,671 0,503
Privatização
-0,212 -2,457 0,014 -0,217 -2,519 0,012 -0,049 -0,656 0,512 -0,034 -0,471 0,638 -0,047 -0,659 0,510
Hierarquia
0,156
1,807 0,071 0,164
1,909 0,057 0,150
Regulação
0,057
0,500 0,617 0,070
0,608 0,543 -0,172 -1,727 0,085 -0,167 -1,739 0,082 -0,177 -1,864 0,063
Confiança interpessoal
-0,124 -1,204 0,229 -0,160 -1,555 0,120 -0,146 -1,648 0,100 -0,146 -1,690 0,091 -0,127 -1,475 0,141
Nacionalismo econômico
0,139
Autoritarismo
-0,286 -2,959 0,003 -0,254 -2,636 0,009 -0,085 -1,033 0,302 -0,065 -0,811 0,418 -0,062 -0,782 0,435
1,235 0,217 0,167 1,776 0,076 0,065
1,483 0,138 0,189
Ausência de espírito público
0,066
Rouba-mas-faz
-0,018 -0,205 0,838 -0,010 -0,109 0,913 0,051
2,042 0,041 0,130
1,975 0,049 0,182
1,749 0,081 -0,004 -0,135 0,892 0,002 0,664 0,507 0,001
1,845 0,065 0,131
1,982 0,048 0,171
1,875 0,061
1,886 0,060
0,051 0,960 -0,014 -0,466 0,641 0,011 0,991 -0,006 -0,079 0,937
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
-0,062 -0,877 0,381 -0,096 -1,609 0,108 -0,071 -1,221 0,223 -0,057 -0,993 0,321
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,208
2,832 0,005 0,108
Combater a miséria e a fome
0,033
0,501 0,617 -0,006 -0,117 0,907 -0,016 -0,302 0,763 0,003
1,706 0,088 0,090 5,696 0,000 0,237
1,478 0,140 0,098
0,049 0,961
Confiável
0,322
Faz mais pelos pobres
-0,048 -1,107 0,269 -0,035 -0,835 0,404 -0,037 -0,888 0,375 0,570 0,569 0,029
3,949 0,000
Honesto
0,025
Mais experiência para governar o Brasil
-0,004 -0,071 0,943 -0,009 -0,162 0,871 -0,007 -0,144 0,885
Tem o melhor plano de governo
0,189
3,168 0,002 0,166
2,895 0,004 0,154
2,701 0,007
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,065
1,450 0,148 0,043
0,979 0,328 0,046
1,062 0,289
O mais preparado e competente
0,124
2,117 0,035 0,077
1,357 0,175 0,070
1,238 0,216
O que mais evita greve e bagunça
-0,043 -0,919 0,358 -0,047 -1,040 0,299 -0,042 -0,932 0,352
O que mais defende gerar empregos
0,114
2,197 0,028 0,126
2,487 0,013 0,119
2,377 0,018
O que mais defende manter a inflação baixa
0,024
0,499 0,618 0,011
0,247 0,805 0,008
0,184 0,854
0,386
7,610 0,000 0,363
7,182 0,000
Gostar do PT
0,510 0,610 0,027
4,184 0,000 0,222
1,620 0,106
0,623 0,533
Avaliação do governo - principal problema
-0,135 -2,375 0,018
Avaliação do governo - geral
-0,087 -1,561 0,119
96
Tabela 15: Correlaรงรฃo, R2 e R2 ajustado para cada um dos sete modelos em seus respectivos estรกgios.
Lula - Serra - 1 turno
FH - Lula - 1998 R
R2
R2 ajustado
R
R2
R2 ajustado
Primeiro estรกgio
0,158
0,025
0,022
Primeiro estรกgio
0,166
0,027
0,025
Segundo estรกgio
0,261
0,068
0,062
Segundo estรกgio
0,258
0,067
0,058
Terceiro estรกgio
0,303
0,092
0,081
Terceiro estรกgio
0,280
0,078
0,066
Quarto estรกgio
0,305
0,093
0,078
Quarto estรกgio
0,462
0,213
0,197
Quinto estรกgio
0,659
0,434
0,419
Quinto estรกgio
0,492
0,243
0,225
Sexto estรกgio
0,694
0,481
0,466
Sexto estรกgio
0,514
0,264
0,247
Sรฉtimo estรกgio
0,701
0,492
0,477
R
R2
R2 ajustado
Lula 98-02 versus FH 98 Serra 02
Lula - Ciro - 1 turno R
R2
R2 ajustado
Primeiro estรกgio
0,142
0,020
0,018
Primeiro estรกgio
0,222
0,049
0,043
Segundo estรกgio
0,173
0,030
0,022
Segundo estรกgio
0,369
0,136
0,121
Terceiro estรกgio
0,202
0,041
0,032
Terceiro estรกgio
0,416
0,173
0,153
Quarto estรกgio
0,516
0,267
0,252
Quarto estรกgio
0,743
0,553
0,535
Quinto estรกgio
0,572
0,327
0,312
Quinto estรกgio
0,792
0,628
0,612
Sexto estรกgio
0,572
0,327
0,310
Sexto estรกgio
0,810
0,656
0,640
R
R2
R2 ajustado
Lula - Garotinho - 1 turno
FH 98 - Lula 02 versus FH 98 - Serra 02 R
R2
R2 ajustado
Primeiro estรกgio
0,559
0,313
0,309
Primeiro estรกgio
0,204
0,042
0,038
Segundo estรกgio
0,584
0,318
0,310
Segundo estรกgio
0,280
0,079
0,064
Terceiro estรกgio
0,565
0,319
0,310
Terceiro estรกgio
0,310
0,096
0,078
Quarto estรกgio
0,660
0,436
0,421
Quarto estรกgio
0,603
0,363
0,341
Quinto estรกgio
0,667
0,445
0,428
Quinto estรกgio
0,658
0,434
0,413
Sexto estรกgio
0,669
0,447
0,425
Lula - Serra โ 2 turno R
R2
Primeiro estรกgio
0,197
0,039
R2 ajustado 0,036
Segundo estรกgio
0,280
0,078
0,071
Terceiro estรกgio
0,306
0,094
0,084
Quarto estรกgio
0,643
0,414
0,404
Quinto estรกgio
0,683
0,467
0,457
Sexto estรกgio
0,692
0,479
0,469
97
A análise multivariada – cálculo dos efeitos de ordem zero, efeito total, direto e indireto O efeito de cada variável na vantagem de Lula sobre os demais candidatos, assim como nas análises das outras vantagens, pode ser subdividido em quatro efeitos distintos: 1) O efeito de ordem-zero: o beta não-padronizado da regressão bi-variada de cada variável sobre a variável resposta estudada 2) O efeito total: o beta não-padronizado de cada variável no estágio em que ela entra no modelo. Ou seja, na análise em estágios múltiplos as variáveis são inseridas no modelo no estágio do bloco a que pertencem. O beta nãopadronizado que cada variável assume neste estágio é o seu efeito total sobre a diferença de votos entre o primeiro e o segundo candidato. 3) O efeito direto: o beta não-padronizado de cada variável depois de ser controlada por todas as demais variáveis do modelo, inclusive as que lhe antecedem. Ou seja, é o beta não-padronizado de cada variável na equação final depois da inclusão de todos os blocos temáticos que apresentaram variáveis significativas na análise bi-variada. Por exemplo, como as duas variáveis de desempenho de governo (as perguntas 17 e 18) são as últimas que entram no modelo, seu efeito total será sempre igual ao efeito direto. 4) O efeito indireto: é o efeito total subtraído do efeito direto. Utiliza-se o símbolo # quando o efeito direto é significativamente próximo de zero. Isto acontece quando a estatística t é menor do que 1. Ainda assim, utiliza-se o efeito direto efetivamente estimado para achar o valor do efeito indireto.
98
A importância de se separar os efeitos total, direto e indireto pode ser melhor compreendida por meio de um exemplo. Tomando-se a tabela 8, notase que o efeito total da variável ideológica autoritarismo (pergunta 111) sobre a vantagem de Lula em relação a Serra no primeiro turno é de –0,242. Isto quer dizer que quanto maior o autoritarismo, menor será a vantagem de Lula sobre Serra. No sétimo e último estágio o efeito desta mesma variável – neste caso seu efeito direto sobre o voto – é muito próximo de zero. No quinto estágio a estatística t do autoritarismo já é menor do que 1. Portanto, o efeito do autoritarismo sobre o voto é transmitido por intermédio das variáveis que lhe sucedem no modelo de análise. Uma comparação, na mesma tabela 9, do efeito de duas variáveis de políticas públicas ajuda a tornar mais claro o objetivo desta análise. Controlar a inflação e manter a estabilidade tem efeito total de –0,139 e um efeito direto significativo de –0,144 (estatística t maior do que 1). Assim, esta variável não só mantém, como aumenta um pouco, seu efeito direto sobre o voto. O mesmo não pode ser dito do crescimento econômico. O seu efeito total é significativo, mas após a inclusão das variáveis dos estágios seguintes seu efeito direto sobre a vantagem de Lula em relação a Serra passa a ser insignificante. Portanto, é possível afirmar que o efeito desta variável sobre o voto é transmitido por meio das variáveis que lhe sucedem no modelo. Assim, nas tabelas 8 a 14 o efeito direto de cada variável será o beta não-padronizado do modelo completo, isto é, da equação do último estágio e o efeito total o beta não-padornizado do estágio em que a respectiva variável entra no modelo.
99
Formalização dos efeitos de ordem-zero, total, direto e indireto Sejam: Vi = comportamento de voto (1=Lula; -1 = outro) X s = s-ésima variável explicativa; s = 1,..., Z , Z é o número de variáveis explicativas; S = é o número de variáveis explicativas até o estágio s; 1. Efeito de ordem zero da a s-ésima variável explicativa:
Vi = a 0 s + a s X s + ε si a s = efeito de ordem zero de X s 2. Efeito total para a s-ésima variável explicativa: S −1
Vi = a 0Ts + ∑ a j X j + a sT X s + ε siT j =1
T s
a = efeito total de X s 3. Efeito direto para a s-ésima variável explicativa: S −1
Vi = a0Ds + + ∑ a Dj X j + asD X s + j =1
a
D s
Z
∑a
j = S +1
D j
X j + ε siD
= efeito direto de X s
4. Efeito indireto da s-ésima variável explicativa:
a sI = a sT − a sD = efeito indireto de X s
100
Cálculo da contribuição de cada variável explicativa para a vantagem de Lula sobre seus adversários, de Fernando Henrique sobre Lula em 1998, e na comparação dos votos de 1998 e 2002 O efeito que cada variável tem sobre o resultado agregado da eleição, isto é, sobre a vantagem de um candidato em relação ao outro, é obtido multiplicando-se o efeito total de cada variável pelo grau que o valor desta variável favorece ou o candidato primeiro ou o segundo colocado. Por exemplo, o eleitorado brasileiro é mais desfavorável do que favorável ao controle particular das empresas (variável privatização). Isto é expresso pelo sinal negativo desta variável na coluna “média corrigida” da tabela 16. Portanto, se em uma variação possível máxima de –1 até +1 a variável privatização assume o valor –0,438; e se quanto mais a favor da privatização menor a vantagem eleitoral de Lula (é o efeito total –0,225 desta variável), então a distribuição da variável privatização no eleitorado ajuda Lula a ampliar sua vantagem eleitoral em relação a Serra. A análise estatística já havia demonstrado o efeito significativo da variável privatização na variável resposta Lula versus Serra no primeiro turno. Quando se faz uma regressão de uma determinada variável sobre todas as que lhe antecedem no modelo, no caso da privatização ele foi regredida sobre quatro variáveis: religiosidade, idade, filiado a sindicato na família ou em casa e população economicamente ativa, está se computando apenas o efeito desta variável (privatização) na vantagem de Lula sobre Serra que ainda não pode ser atribuído - no estágio em que a variável entra no modelo – ao valor médio das variáveis precedentes. A interseção desta regressão é a média corrigida da distribuição da variável analisada (privatização) junto ao eleitorado.
101
Em cada uma das sete análises a média de cada variável no eleitorado é calculada apenas para aqueles que efetivamente votaram nos dois candidatos da variável dependente. Assim, a média corrigida da variável privatização (na tabela 16) é obtida apenas para o eleitorado que votou no primeiro turno em Lula ou Serra, e assim sucessivamente para as análises subseqüentes. É comum que a média não corrigida seja maior do que a média corrigida. Isto acontece porque parte do efeito daquela variável pode ser atribuído às variáveis que lhe antecedem. Por exemplo, se a média da distribuição de uma variável no eleitorado for 0,567 e a sua média corrigida for 0,283 pode-se afirmar que metade de seu favorecimento a Lula pode ser atribuído às variáveis antecedentes no modelo de estágios múltiplos. A média corrigida, portanto, evita esta distorção. As tabelas 16 a 22 apresentam a principal conclusão da análise da opinião pública na eleição de 2002. Na primeira coluna as variáveis estão ordenadas da maior influência positiva para a maior influência negativa na vantagem de um candidato sobre outro (ou de um tipo de voto sobre outro no caso da comparação entre as eleições de 1998 e 2002). Estes valores se encontram na coluna “efeito total x média corrigida” que expressa a contribuição de cada variável para a vantagem de um candidato sobre o outro. Esta é a coluna mais importante de cada uma das tabelas 16 a 22. Assim, a variável que teve o maior peso na vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno da eleição de 2002 foi a imagem pessoal de Lula quanto a sua confiabilidade (0,240). Em segundo lugar foi a variável privatização (0,099), e assim por diante. Os valores negativos na coluna “efeito total x média corrigida” indicam que aquelas variáveis contribuíram para diminuir a vantagem de Lula
102
sobre Serra no primeiro turno. As variáveis cujos valores ficaram em torno de zero não deram, do ponto de vista prático, nenhuma contribuição para a vitória de Lula.
Formalização da importância explicativa de cada variável 5. Contribuição da s-ésima variável explicativa para a vitória:
π s = a sT a 0, s −1 Onde a0,s-1 é a constante da regressão que precede à introdução da variável Xs no modelo, isto é, a regressão que inclui como explicativas apenas as variáveis que precedem Xs na hierarquia causal do modelo. Cálculo da importância preditiva de cada variável explicativa A última coluna das tabelas 16 a 22 apresenta a importância preditiva de cada variável no respectivo modelo. Por exemplo, a importância preditiva da privatização na explicação da vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno é 0,103. As variável que apresentam importância preditiva próxima de zero, ainda que venham a ter um peso grande na explicação do voto, não são úteis para prever a vantagem de um candidato sobre outro. É importante diferenciar a contribuição de cada variável para a explicação do voto de sua importância para a previsão da escolha do eleitor (matriz 1).
103
Matriz 1: Importância explicativa e importância preditiva Importância preditiva
alta (distante de zero) Importância explicativa baixa (próxima de zero)
alta baixa (distante de zero) (próxima de zero) A variável é importante A variável é importante tanto para explicar a para explicar a vantagem vantagem de um de um candidato sobre candidato sobre outro outro, mas não é quanto para prever a importante para prever a escolha do eleitor escolha do eleitor A variável é importante A variável não é para prever a escolha do importante nem para eleitor, mas não é explicar a vantagem de importante para explicar um candidato sobre outro a vantagem de um nem para prever a escolha candidato sobre outro do eleitor
Com exemplos do primeiro quadrante da matriz 1, a tabela 16 mostra que as duas primeiras variáveis (“confiável” e “privatização”) são duplamente importantes: têm um peso grande para explicar a vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno e também para prever a escolha do eleitor. Na tabela 16 não há exemplos de variáveis que tenham um elevado poder explicativo, mas baixo poder preditivo (segundo quadrante da matriz). As variáveis “antifatalismo” e “preferência partidária” estão no terceiro quadrante da matriz 1: ambas têm importância preditiva elevada, mas pouca importância quando se trata de explicar a vantagem eleitoral de Lula. No quarto e último quadrante da matriz estão as variáveis “o que mais defende manter a inflação baixa” e “confiança interpessoal”. Ambas, apesar de importantes nas regressões bivariadas, não têm nem importância explicativa nem preditiva no modelo multivariado em estágios múltiplos.
104
A importância preditiva de cada variável é obtida multiplicando-se seu “efeito total” pelo desvio padrão dos resíduos obtidos quando se regride esta variável sobre todas as que lhe antecedem, e dividindo-se este resultado pelo desvio padrão do voto. Mais uma vez, todos os valores obtidos correspondem ao voto de cada uma das respectivas variáveis resposta, modelo 1: Lula x Serra no primeiro turno, modelo 2: Lula x Garotinho no primeiro turno, e assim sucessivamente. Por exemplo, a importância preditiva da privatização é igual a 0,42142 (desvio padrão dos resíduos) vezes –0,225 (efeito total) dividido por 0,92192 (desvio padrão do voto Lula x Serra no primeiro turno). Toma-se o valor absoluto de cada resultado. Formalização da importância preditiva de cada variável Sejam: Vi = comportamento de voto (1=Lula; -1 = outro) X s = s-ésima variável explicativa; s = 1,..., Z , Z é o número de variáveis explicativas; S = é o número de variáveis explicativas até o estágio s; 6. Importância preditiva da s-ésima variável explicativa: 6.1. Removendo efeitos das variáveis antecedentes:
X s = αˆ 0 + αˆ 1 X 1 + ... + αˆ s −1 X s −1 + eˆ s.1...s −1,i 6.2. Cômputo do desvio padrão dos resíduos: n
S X s . X1 ... X s −1 =
∑ eˆ i =1
2 s .1... s −1,i
n−S
Onde S é o número de parâmetros na regressão em 6.1 e também o número de variáveis explicativas até o estágio S do modelo. 6.3. Cálculo do coeficiente padronizado (importância preditiva): Pˆs =
a sT S X s . X 1 ... X s −1 SV
105
n
onde SV =
∑ (V i =1
i
− V )2
n
106
Tabela 16: Explicação e previsão da vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno Beta nãoBeta não-padronizado Beta nãoEfeito total padronizado no estágio em que a da regressão variável entra no padronizado no menos efeito bi-variada modelo modelo final direto
Valor da constante Contribuição para a quando a variável é regredida contra todas as vantagem de Lula sobre que lhe antecedem Serra no 1o. Turno Importância explicativa (efeito total x média Importância preditiva Efeito indireto Média corrigida corrigida)
Efeito de ordem-zero
Efeito total
Confiável
0,683
0,402
0,331
0,071
0,596
0,240
0,299
Privatização
-0,159
-0,225
-0,103
-0,122
-0,438
0,099
0,103
Efeito direto
Tem o melhor plano de governo
0,570
0,157
0,092
0,065
0,506
0,080
0,123
O que mais defende gerar empregos
0,473
0,113
0,138
-0,024
0,637
0,072
0,084
Regulação
0,164
0,224
#
0,255
0,249
0,056
0,086
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
-0,227
-0,139
-0,144
0,005
-0,357
0,050
0,088
O mais preparado e competente
0,526
0,124
0,083
0,041
0,338
0,042
0,107
Avaliação do governo - principal problema
-0,422
-0,068
-0,068
0,000
-0,315
0,021
0,041
Mais experiência para governar o Brasil
0,430
0,085
0,076
0,009
0,224
0,019
0,073
Honesto
0,405
0,048
#
0,018
0,296
0,014
0,045
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,414
0,025
#
0,022
0,509
0,013
0,023
Autoritarismo
-0,337
-0,242
#
-0,244
-0,040
0,010
0,100
Combater a corrupção
-0,067
-0,040
-0,077
0,037
-0,242
0,010
0,031 0,019
Melhorar a saúde pública
0,081
0,026
#
0,005
0,310
0,008
Melhorar a segurança pública
-0,125
-0,070
-0,050
-0,021
-0,102
0,007
0,052
Gostar do PT
0,734
0,348
0,327
0,021
0,013
0,004
0,202
O que mais evita greve e bagunça
0,265
-0,012
#
-0,003
-0,261
0,003
0,011
O que mais defende manter a inflação baixa
0,395
0,001
-0,040
0,041
0,366
0,000
0,001
Combater a miséria e a fome
0,127
0,025
#
0,066
0,008
0,000
0,016
Avaliação do governo - geral
-0,431
-0,117
-0,117
0,000
0,002
0,000
0,077
Confiança interpessoal
-0,130
-0,027
-0,099
0,072
0,078
-0,002
0,011
Esteve sem emprego
-0,059
0,046
#
0,035
-0,095
-0,004
0,039
Faz mais pelos pobres
0,329
-0,048
-0,046
-0,002
0,405
-0,020
0,045
Anti-fatalismo
0,150
0,161
0,098
0,063
-0,134
-0,022
0,117
Avaliação das instituições
-0,209
-0,153
#
-0,137
0,171
-0,026
0,058
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,203
0,078
#
0,099
-0,362
-0,028
0,046
107
Tabela 17: Explicação e previsão da vantagem de Lula sobre Garotinho no primeiro turno
Beta nãoBeta não-padronizado padronizado da no estágio em que a regressão bivariável entra no variada modelo Efeito de ordem-zero
Efeito total
Beta nãopadronizado no modelo final
Efeito total menos efeito direto
Efeito direto
Efeito indireto
Valor da constante quando a variável é regredida em todas as que lhe antecedem
Contribuição para a vantagem de Lula sobre Garotinho no 1o. Turno
Média corrigida
Importância explicativa (efeito total x média corrigida)
Importância preditiva
Confiável
0,559
0,328
0,300
0,028
0,492
0,161
0,238
O que mais defende gerar empregos
0,330
0,093
0,120
-0,027
0,551
0,051
0,071
Tem o melhor plano de governo
0,399
0,074
0,073
0,000
0,505
0,037
0,061
Privatização
-0,131
-0,028
#
-0,064
-0,400
0,011
0,015
Melhorar a saúde pública
0,082
0,041
#
0,027
0,240
0,010
0,034
Honesto
0,271
0,061
0,050
0,011
0,125
0,008
0,065
O mais preparado e competente
0,331
0,028
#
0,016
0,222
0,006
0,027
O que mais evita greve e bagunça
0,177
-0,011
#
0,006
-0,417
0,005
0,012
Gostar do PT
0,465
0,129
0,129
0,000
0,026
0,003
0,088
Avaliação das instituições
0,155
0,019
#
-0,029
0,131
0,002
0,008
O que mais defende manter a inflação baixa
0,229
0,008
#
0,013
0,228
0,002
0,008
Confiança interpessoal
0,145
0,051
-0,009
0,060
0,031
0,002
0,022
Mais experiência para governar o Brasil
0,266
-0,002
#
0,001
0,066
0,000
0,002
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,271
-0,006
#
0,021
0,509
-0,003
0,006
Anti-fatalismo
0,109
0,028
0,035
-0,007
-0,387
-0,011
0,024
Faz mais pelos pobres
0,229
-0,080
-0,086
0,006
0,181
-0,015
0,081
Censura
-0,217
-0,089
#
-0,066
0,362
-0,032
0,058
108
Tabela 18: Explicação e previsão da vantagem de Lula sobre Ciro no primeiro turno
Beta nãopadronizado da regressão bi-variada
Beta não-padronizado no estágio em que a variável entra no modelo
Valor da constante Beta nãoEfeito total quando a variável é Contribuição para a padronizado no menos efeito regredida em todas as vantagem de Lula sobre que lhe antecedem modelo final direto Ciro no 1o. Turno Importância explicativa (efeito total x média corrigida)
Efeito de ordem-zero
Efeito total
Efeito direto
Efeito indireto
Confiável
0,492
0,322
0,299
0,023
0,695
0,224
0,262
Tem o melhor plano de governo
0,365
0,203
0,160
0,043
0,538
0,109
0,182
Média corrigida
Importância preditiva
O que mais defende gerar empregos
0,280
0,153
0,171
-0,018
0,643
0,098
0,125
Privatização
-0,179
-0,128
#
-0,082
-0,413
0,053
0,072
O mais preparado e competente
0,310
0,072
0,046
0,026
0,386
0,028
0,075
Mais experiência para governar o Brasil
0,260
0,053
#
0,003
0,253
0,013
0,057
Gostar do PT
0,454
0,280
0,280
0,000
0,047
0,013
0,210
Honesto
0,229
0,033
#
0,026
0,271
0,009
0,039
Avaliação das instituições
0,127
0,058
#
0,004
0,154
0,009
0,027
Regulação
0,153
0,024
#
0,060
0,276
0,007
0,011
O que mais evita greve e bagunça
0,147
-0,007
#
-0,011
-0,188
0,001
0,008
Avaliação do governo - geral
-0,078
-0,010
#
0,000
-0,098
0,001
0,008
Faz mais pelos pobres
0,227
0,001
#
0,022
0,300
0,000
0,001
Anti-fatalismo
-0,059
0,028
#
0,001
-0,183
-0,005
0,025
Avaliação do governo - principal problema
-0,100
0,018
#
0,000
-0,313
-0,006
0,013
Confiança interpessoal
-0,121
-0,118
-0,151
0,033
0,093
-0,011
0,060
O que mais defende manter a inflação baixa
0,172
-0,090
-0,096
0,007
0,217
-0,019
0,095
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,169
-0,044
-0,052
0,007
0,619
-0,027
0,045
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,071
0,138
0,086
0,052
-0,259
-0,036
0,107
109
Tabela 19: Explicação e previsão da vantagem de Lula sobre Serra no segundo turno Beta nãoBeta não-padronizado Beta nãoEfeito total padronizado no estágio em que a da regressão variável entra no padronizado menos efeito bi-variada modelo no modelo final direto Efeito de ordem-zero
Efeito total
Efeito direto
Efeito indireto
Valor da constante quando a variável é regredida em todas as que lhe antecedem
Contribuição para a vantagem de Lula sobre Serra no 2o. Turno
Média corrigida
Importância explicativa (efeito total x média corrigida)
Importância preditiva
Confiável
0,671
0,455
0,371
0,083
0,376
0,171
0,364
Privatização
-0,163
-0,193
#
-0,160
-0,405
0,078
0,087
Tem o melhor plano de governo
0,549
0,121
0,100
0,021
0,336
0,041
0,100
Avaliação do governo - principal problema
-0,390
-0,083
-0,083
0,000
-0,280
0,023
0,051
O mais preparado e competente
0,531
0,149
0,092
0,057
0,152
0,023
0,131
Regulação
0,144
0,078
-0,081
0,158
0,244
0,019
0,028
O que mais evita greve e bagunça
0,273
-0,046
-0,052
0,005
-0,389
0,018
0,040
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,393
0,041
#
0,027
0,351
0,014
0,038
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
-0,161
-0,033
#
0,028
-0,357
0,012
0,021
Autoritarismo
-0,398
-0,310
-0,079
-0,231
-0,036
0,011
0,127
Melhorar a saúde pública
0,069
0,032
#
0,042
0,324
0,010
0,023
O que mais defende manter a inflação baixa
0,394
0,044
#
0,028
0,145
0,006
0,040
O que mais defende gerar empregos
0,431
0,013
0,032
-0,019
0,466
0,006
0,011
Clientelismo
0,052
0,053
0,045
0,008
0,117
0,006
0,044
Avaliação do governo - geral
-0,402
-0,117
-0,117
0,000
-0,033
0,004
0,077
Melhorar a segurança pública
-0,118
-0,040
-0,061
0,021
-0,089
0,004
0,030
Mais experiência para governar o Brasil
0,455
0,050
0,057
-0,006
0,059
0,003
0,044
Combater a miséria e a fome
0,094
0,059
0,037
0,022
0,042
0,002
0,038
Confiança interpessoal
-0,133
0,026
-0,075
0,101
0,078
0,002
0,010
Honesto
0,396
0,013
#
0,011
0,078
0,001
0,012
Gostar do PT
0,699
0,339
0,319
0,019
0,001
0,000
0,206
Faz mais pelos pobres
0,333
-0,057
-0,062
0,005
0,177
-0,010
0,053
Anti-fatalismo
0,101
0,118
0,042
0,076
-0,097
-0,011
0,084
Nacionalismo econômico
0,135
0,169
0,098
0,071
-0,095
-0,016
0,062
Avaliação das instituições
-0,172
-0,129
#
-0,079
0,157
-0,020
0,048
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,188
0,140
#
0,111
-0,376
-0,053
0,083
110
Tabela 20: Explicação e previsão da vantagem de FH sobre Lula na eleição de 1998 Beta nãoBeta não-padronizado Valor da constante Beta nãoEfeito total padronizado da no estágio em que a quando a variável é regressão bivariável entra no padronizado menos efeito regredida em todas as variada modelo no modelo final direto que lhe antecedem
Contribuição para a vantagem de FH sobre Lula em 1998 Importância explicativa (efeito total Importância preditiva x média corrigida)
Efeito de ordem-zero
Efeito total
Efeito direto
Efeito indireto
Média corrigida
Confiável
-0,429
-0,161
-0,094
-0,066
-0,406
0,065
0,131
Censura
0,178
0,095
0,056
0,039
0,378
0,036
0,051
Avaliação das instituições
0,306
0,236
0,085
0,151
0,132
0,031
0,087
Privatização
0,113
0,213
0,074
0,139
0,060
0,013
0,099
Satisfação com os serviços públicos
0,175
0,053
0,085
-0,032
0,212
0,011
0,022
O que mais defende manter a inflação baixa
-0,264
0,022
0,045
-0,023
0,347
0,008
0,020
Anti-fatalismo
-0,118
-0,013
#
-0,026
-0,286
0,004
0,010
Autoritarismo
0,368
0,218
#
0,183
0,014
0,003
0,092
Gerar mais empregos
-0,174
-0,095
#
-0,044
0,002
0,000
0,053
Clientelismo
-0,096
-0,002
#
0,014
0,141
0,000
0,002
Avaliação do governo - principal problema
0,362
0,038
#
0,000
-0,025
-0,001
0,024
Tem o melhor plano de governo
-0,384
-0,033
#
-0,011
0,041
-0,001
0,027
Mais experiência para governar o Brasil
-0,322
-0,049
-0,038
-0,010
0,040
-0,002
0,044
Honesto
-0,306
-0,022
#
-0,023
0,158
-0,004
0,021
O que mais evita greve e bagunça
-0,242
-0,034
-0,038
0,004
0,133
-0,005
0,030
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
-0,284
-0,021
#
-0,008
0,291
-0,006
0,019
O que mais defende gerar empregos
-0,283
0,024
0,045
-0,021
-0,431
-0,010
0,020
Faz mais pelos pobres
-0,274
-0,029
-0,037
0,008
0,367
-0,011
0,027
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
-0,134
-0,028
#
-0,053
0,505
-0,014
0,017
Melhorar a segurança pública
0,116
0,061
0,074
-0,013
-0,298
-0,018
0,045
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
0,195
0,083
#
0,045
-0,312
-0,026
0,053
Rouba-mas-faz
0,243
0,135
0,121
0,014
-0,245
-0,033
0,062
Patrimonialismo
0,091
0,117
0,071
0,046
-0,392
-0,046
0,064
Gostar do PT
-0,541
-0,281
-0,261
-0,019
0,175
-0,049
0,175
Avaliação do governo - geral
0,402
0,204
0,204
0,000
-0,274
-0,056
0,136
O mais preparado e competente
-0,415
-0,204
-0,156
-0,047
0,324
-0,066
0,180
111
Tabela 21: Explicação e previsão da vantagem do voto Lula 98-02 sobre FH 98 Serra-02 Beta nãopadronizado da regressão bi-variada
Beta não-padronizado no estágio em que a Beta nãovariável entra no padronizado no modelo modelo final
Efeito total menos efeito direto
Valor da constante Contribuição para a quando a variável é vantagem do voto regredida em todas as Lula 98-02 sobre Fh que lhe antecedem 98 - Serra 02
Efeito de ordem-zero
Efeito total
Efeito direto
Efeito indireto
Média corrigida
Importância explicativa (efeito total x média corrigida)
Privatização
-0,218
-0,452
-0,111
-0,341
-0,430
0,194
0,189
Confiável
0,830
0,340
0,145
0,195
0,408
0,139
0,253
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
-0,362
-0,243
-0,118
-0,126
-0,313
0,076
0,141
O mais preparado e competente
0,755
0,368
0,309
0,059
0,159
0,058
0,299
Avaliação do governo - principal problema
-0,676
-0,135
-0,135
0,000
-0,247
0,033
0,076 0,071
Importância preditiva
Tem o melhor plano de governo
0,764
0,092
#
0,039
0,316
0,029
Autoritarismo
-0,578
-0,424
#
-0,410
-0,045
0,019
0,160
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,563
0,057
#
0,027
0,233
0,013
0,048
Melhorar a segurança pública
-0,213
-0,155
-0,102
-0,053
-0,083
0,013
0,108
O que mais evita greve e bagunça
0,391
-0,025
-0,038
0,013
-0,389
0,010
0,021
Rouba-mas-faz
-0,224
-0,030
0,065
-0,095
-0,275
0,008
0,012
Mais experiência para governar o Brasil
0,588
0,034
#
0,026
0,198
0,007
0,028
O que mais defende manter a inflação baixa
0,573
0,083
#
0,055
0,079
0,007
0,069
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,267
-0,014
-0,057
0,043
-0,427
0,006
0,008
Clientelismo
0,113
0,035
0,065
-0,030
0,128
0,004
0,027
Combater a miséria e a fome
0,179
0,057
-0,048
0,105
0,026
0,001
0,033
Honesto
0,556
0,000
#
0,003
0,112
0,000
0,000
O que mais defende gerar empregos
0,602
0,000
#
0,028
0,334
0,000
0,000
Censura
-0,231
-0,030
-0,090
0,060
0,221
-0,007
0,015
Faz mais pelos pobres
0,450
-0,055
-0,055
0,000
0,301
-0,017
0,048
Gostar do PT
0,955
0,534
0,501
0,034
-0,045
-0,024
0,282
Avaliação do governo - geral
-0,685
-0,203
-0,203
0,000
0,120
-0,024
0,120
Anti-fatalismo
0,231
0,187
0,076
0,111
-0,134
-0,025
0,119
Avaliação das instituições
-0,476
-0,321
#
-0,275
0,184
-0,059
0,105
112
Tabela 22: Explicação e previsão da vantagem do voto FH-98 - Lula -02 sobre FH 98 Serra-02 Beta nãoBeta não-padronizado Valor da constante quando Contribuição para a padronizado da no estágio em que a Beta nãoEfeito total a variável é regredida em vantagem do voto FH regressão bivariável entra no todas as que lhe 98 - Lula 02 sobre Fh padronizado menos variada modelo antecedem 98 - Serra 02 no modelo final efeito direto Importância explicativa (efeito total x média Efeito de Efeito Importância ordem-zero Efeito total Efeito direto indireto Média corrigida corrigida) preditiva Confiável
0,642
0,322
0,222
0,100
0,331
0,107
0,247
Privatização
-0,292
-0,212
#
-0,166
-0,421
0,089
0,090
Tem o melhor plano de governo
0,570
0,189
0,154
0,035
0,196
0,037
0,154
O que mais defende gerar empregos
0,470
0,114
0,119
-0,005
0,324
0,037
0,091
Hierarquia
0,266
0,156
0,131
0,025
0,134
0,021
0,066
O que mais evita greve e bagunça
0,307
-0,043
#
-0,001
-0,438
0,019
0,033
Fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
0,419
0,065
0,046
0,019
0,289
0,019
0,057
Avaliação do governo - principal problema
-0,410
-0,135
-0,135
0,000
-0,109
0,015
0,082
Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade
-0,159
-0,062
#
-0,004
-0,237
0,015
0,037
Regulação
0,302
0,057
-0,177
0,234
0,244
0,014
0,019
Rouba-mas-faz
0,176
-0,018
#
-0,012
-0,216
0,004
0,008
Ausência de espírito público
0,093
0,066
#
0,081
0,056
0,004
0,065
Combater a miséria e a fome
0,133
0,033
#
0,030
0,023
0,001
0,020
Honesto
0,420
0,025
#
-0,004
0,027
0,001
0,022
Mais experiência para governar o Brasil
0,447
-0,004
#
0,004
-0,063
0,000
0,003
O que mais defende manter a inflação baixa
0,433
0,024
#
0,016
-0,006
0,000
0,020
O mais preparado e competente
0,517
0,124
0,070
0,054
-0,022
-0,003
0,102
Autoritarismo
-0,234
-0,286
#
-0,224
0,023
-0,006
0,107
Confiança interpessoal
-0,292
-0,124
-0,127
0,003
0,079
-0,010
0,044
Faz mais pelos pobres
0,316
-0,048
#
-0,011
0,225
-0,011
0,042
Nacionalismo econômico
0,278
0,139
0,171
-0,032
-0,087
-0,012
0,046
Avaliação do governo - geral
-0,390
-0,087
-0,087
0,000
0,252
-0,022
0,054
Gostar do PT
0,738
0,386
0,363
0,023
-0,060
-0,023
0,225
Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente
0,156
0,208
0,098
0,110
-0,432
-0,090
0,112
113
Cálculo da contribuição de cada bloco de variáveis independentes para a vantagem de Lula sobre seus adversários, de Fernando Henrique sobre Lula em 1998, e na comparação dos votos de 1998 e 2002 A grande quantidade de variáveis independentes tende a “esconder” o impacto de cada bloco de variáveis. Como o objetivo se evitar este problema estimou-se a importância explicativa de cada bloco de variáveis para os sete modelos. Este número é obtido pela simples soma da importância explicativa de cada variável que pertence ao respectivo bloco. Assim, para se saber qual a importância explicativa da ideologia na vantagem de Lula sobre Serra no primeiro turno basta somar os valores da importância explicativa de cada variável que pertence ao bloco ideologia.
Cálculo da importância preditiva de cada bloco de variáveis explicativas O cálculo da importância preditiva de cada bloco de variáveis é menos direto do que o cálculo da importância explicativa. Para se obter a importância preditiva por bloco é variáveis é preciso: 1 – Gerar novas variáveis que serão, para cada variável explicativa, os resíduos da regressão da respectiva variável explicativa sobre todas as variáveis que lhe antecedem no estágio múltiplo. Assim, cada variável de ideologia é regredida sobre as variáveis socioeconômicas que lhe antecedem. Da mesma forma, cada variável de política pública é regredida sobre as variáveis socioeconômicas e de ideologia que lhe antecedem, e assim por diante. 2 – Obter para cada bloco de variáveis a combinação linear da nova variável resíduo multiplicada pelo seu efeito total na vantagem entre dois candidatos.
114
Por exemplo, para as variáveis de ideologia é gerada um nova “variável bloco” que é a combinação linear dos resíduos vezes o efeito total de cada variável ideológica. 3 – Regredir o voto contra cada nova “variável bloco” (blocos de variáveis: ideologia, políticas públicas, situação da economia, características dos candidatos, preferência partidária e desempenho do governo).A importância preditiva de cada bloco será o coeficiente beta padronizado desta regressão. A tabela 23 apresenta, para os sete modelos, as importâncias explicativa e preditiva de cada bloco de variáveis.
Formalização da importância preditiva de cada bloco de variáveis
7.1. Criando variável de bloco do grupo h (combinação linear dos resíduos produzidos em 6.1) T Z hi = a hT1εˆh1,i + ... + a hk εˆhk ,i
Onde εˆh1,i ,..., εˆhk ,i são os resíduos correspondentes às variáveis explicativas que entram no grupo h. 7.2 Regredindo contra Z hi Vi = θˆ0 + θˆh Z h + εˆhi
θˆh* =
θˆh S Z SV
h
= coeficiente padronizado ou poder preditivo incremental do grupo h.
115
Tabela 23: Importância explicativa e preditiva de cada bloco de variáveis para os sete modelos
Lula - Serra - 1 turno
FH - Lula - 1998 Importância explicativa
Importância preditiva
Ideologia Políticas públicas Situação da economia Características dos candidatos Preferência partidária
0,114 0,046 -0,004 0,463 0,004
0,208 0,153 0,059 0,584 0,205
Desempenho do governo
0,041
0,105
Importância explicativa
Importância preditiva
0,052 -0,036 0,436 0,013 -0,005
0,083 0,104 0,475 0,204 0,011
Importância explicativa
Importância preditiva
-0,028 0,010 0,252 0,003
0,073 0,035 0,342 0,091
Bloco
Lula - Ciro - 1 turno Bloco Ideologia Políticas públicas Características dos candidatos Preferência partidária Desempenho do governo
Ideologia Políticas públicas Características dos candidatos Preferência partidária
Importância preditiva
0,019 -0,058 -0,031 -0,049 -0,057
0,183 0,108 0,367 0,173 0,148
Importância explicativa
Importância preditiva
0,135 0,097 0,246 -0,024 0,009
0,295 0,191 0,707 0,277 0,168
Importância explicativa
Importância preditiva
Ideologia Políticas públicas Características dos candidatos Preferência partidária
0,104 -0,074 0,206 -0,023
0,193 0,132 0,517 0,221
Desempenho do governo
-0,007
0,117
Ideologia Políticas públicas Características dos candidatos Preferência partidária Desempenho do governo
Lula 98-02 vs. FH 98-Serra 02
Lula - Garotinho - 1 turno Bloco
Importância explicativa
Bloco
Bloco Ideologia Políticas públicas Características dos candidatos Preferência partidária Desempenho do governo
FH 98-Lula 02 vs. FH 98-Serra 02 Bloco
Lula - Serra - 1 turno Bloco Ideologia Políticas públicas Características dos candidatos Preferência partidária Desempenho do governo
Importância explicativa
Importância preditiva
0,069 -0,025 0,273 0,000 0,027
0,199 0,123 0,566 0,205 0,111
116
O questionário do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB) ESTRATO
DISTRITO
ESTADO
SUBDISTRITO
MUNICÍPIO
Nº DE ORDEM
SETOR CENSITÁRIO
DOM. SORTEADO
DATA:
CEP:
HORÁRIO DE INÍCIO:
-
:
VERSÃO DO QUESTIONÁRIO: 1 Para começar, eu gostaria de falar sobre a importância da sua participação nessa pesquisa. Sabemos que muitas coisas têm que melhorar no Brasil, por isso é importante que o(a) Sr(a) participe dando suas opiniões e idéias. Só com a colaboração das pessoas será possível conhecer melhor as diferentes regiões do país e suas necessidades. Esta pesquisa é realizada a cada quatro anos e neste ano o(a) Sr(a) está entre os 2000 brasileiros selecionados. Ao final da entrevista todos os entrevistados receberão um brinde-surpresa. Suas opiniões serão utilizadas apenas para fins dessa pesquisa e garantimos que não haverá nenhum tipo de identificação individual dos entrevistados.
Vou ler uma lista de coisas que as pessoas costumam fazer durante as eleições e gostaria de saber se o(a) Sr(a) fez alguma destas atividades nessa eleição. 1) Durante a campanha eleitoral o(a) Sr(a) tentou convencer alguém a votar em algum
candidato ou partido? (Se sim) Com que freqüência: muitas vezes, algumas ou poucas vezes? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Muitas vezes 55 Não lembra
3 Algumas vezes 77 NS
2 Poucas vezes 99 NR
1 Não
117
2) Durante as eleições o(a) Sr(a) mostrou seu apoio a algum candidato ou partido
participando de reuniões, colando cartazes ou distribuindo panfletos? (Se sim) Com que freqüência: muitas vezes, algumas ou poucas vezes? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Muitas vezes
3 Algumas vezes
2 Poucas vezes
55 Não lembra
77 NS
99 NR
1 Não
3) E o(a) Sr(a) colocou faixas ou cartazes de algum candidato em sua casa, no trabalho,
ou colou adesivo no carro? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim
0 Não
55 Não lembra
77 NS
99 NR
4) Durante a campanha eleitoral um candidato ou uma pessoa de qualquer partido entrou em contato com o(a) Sr(a) para pedir o seu voto? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR 5) O(a) Sr(a) tem título de eleitor? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Pessoas que perderam o título entram como opção sim) 1 Sim 0 Não (pule p/ 16) 77 NS
99 NR
6) O(a) Sr(a) votou nesta eleição? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Se a pessoa responder que não votou perguntar o motivo e marcar a alternativa correta) 1 Sim 2 Não, maior de 70 anos (pule p/16) 3 Não, 16 e 17 anos (pule p/ 16) 4 Não votei por opção (pule p/16) 5 Não, justificou o voto nos dois turnos (pule p/ 16) 77 NS 88 NA 99 NR 7) Em quem o(a) Sr(a) votou para presidente no primeiro turno, em Lula, Ciro Gomes, José Serra, ou Garotinho? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Alternar a ordem de leitura dos nomes dos candidatos a cada questionário aplicado) 1 Lula 2 Ciro Gomes 3 José Serra 4 Garotinho 66 Outro: _____________ 7 Justificou o voto 8 Voto nulo 9 Voto em branco 55 Não lembra 77 NS 88 NA 99 NR 8) E no segundo turno, em quem o(a) Sr(a) votou: Lula ou José Serra? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Alternar a ordem de leitura dos nomes dos candidatos a cada questionário aplicado) 1 Lula 2 José Serra 7 Justificou o voto 8 Voto nulo 9 Voto em branco 55 Não lembra 77 NS 88 NA 99 NR 9) Em quem o(a) Sr(a) votou para governador no primeiro turno nessa eleição ... (seguido dos nomes dos candidatos a governador do respectivo Estado) 10) (Em caso de ter ocorrido segundo turno) Em quem o(a) Sr(a) votou para governador no segundo turno nessa eleição ... (seguido dos nomes dos candidatos a governador no segundo turno do respectivo Estado). Em caso de ter havido segundo turno: 88 Não houve segundo turno 11) Em quem o(a) Sr(a) votou para senador nessa eleição ... (seguido dos nomes dos candidatos a senador do respectivo Estado) 12) O(A) Sr(a) podia votar em dois candidatos diferentes, em quem mais o(a) Sr(a) votou para senador ... (seguido dos nomes dos candidatos a senador do respectivo Estado)
118
13) Em quem o(a) Sr(a) votou para DEPUTADO FEDERAL? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) _______________________________________________________ 7 Justificou o voto 8 Voto nulo 9 Voto em branco 77 NS 88 NA 99 NR
55 Não lembra
14) E para DEPUTADO ESTADUAL? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) _______________________________________________________ 7 Justificou o voto 8 Voto nulo 9 Voto em branco 77 NS 88 NA 99 NR
55 Não lembra
15) O ......... em quem o(a) Sr(a) votou, foi eleito? (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: O primeiro candidato a senador é o primeiro que o entrevistado falou na p11, e o segundo é o que ele respondeu na p12. Indicação: repetir o nome do senador para que o entrevistado se lembre) Não procurei Não saiu o saber resultado
Sim
Não
a) Candidato a Deputado federal
1
2
0
b) Candidato a Deputado estadual
1
2
c) 1º Candidato a Senador (ver p11)
1
d) 2º Candidato a Senador (ver p12)
NS
NA
NR
-
77
88
99
0
-
77
88
99
2
0
-
77
88
99
1
2
0
-
77
88
99
e) Candidato a Governador
1
2
0
6
77
88
99
f) Candidato a Presidente
1
2
0
6
77
88
99
16) Na sua opinião, qual foi o maior problema do Brasil nos últimos 4 anos? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) _____________________________________
77 NS (pule p/18)
99 NR (pule p/ 18)
17) Pensando nesse problema que o(a) Sr(a) falou, o(a) Sr(a) acha que nos últimos 4 anos o Governo Fernando Henrique foi ótimo, bom, ruim ou péssimo para enfrentar esse problema? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: O regular deve ser aceito como resposta espontânea. Perguntar se regular para bom ou regular para ruim) 6 Ótimo 5 Bom 2 Ruim OU 1 Péssimo 4 Regular para bom 3 Regular para ruim 77 NS 88 NA 99 NR 18) Na sua opinião, de uma maneira geral o Governo Fernando Henrique nos últimos 4 anos foi.... (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: O regular deve ser aceito como resposta espontânea. Perguntar se regular para bom ou regular para ruim) 6 Ótimo 5 Bom 2 Ruim OU 1 Péssimo 4 Regular para bom 3 Regular para ruim 77 NS 99 NR 19) De uma maneira geral, o(a) Sr(a) está muito satisfeito(a), satisfeito(a), pouco satisfeito(a) ou não está satisfeito(a) com o funcionamento da democracia no Brasil? (ESTIMULADA E ÚNICA) 5 Muito satisfeito(a) 4 Satisfeito(a) 3 Nem satisfeito nem insatisfeito 2 Pouco satisfeito(a) 1 Nada satisfeito(a) 6 Não sabe o que é democracia
119
77 NS
99 NR
20) Algumas pessoas dizem que faz uma grande diferença quem governa o Brasil.
Outras pessoas dizem que não faz diferença quem governa o Brasil. Gostaria que o(a) Sr(a) desse uma nota de 1 a 5. O 5 significa que faz uma grande diferença quem governa, e o 1 que NÃO faz nenhuma diferença quem governa o Brasil. O que o(a) Sr(a) acha? (ESTIMULADA E ÚNICA) (DAR CARTÃO 1 na mão do entrevistado) 5 Faz uma grande diferença quem governa o Brasil 4 3 2 1 Não faz nenhuma diferença quem governa o Brasil
77 NS
99 NR
21) Algumas pessoas dizem que o nosso voto influencia muito no que acontece no
Brasil, outras dizem que o nosso voto NÃO influencia nada no que acontece no Brasil. Gostaria que o(a) Sr(a) desse uma nota de 1 a 5. O 5 significa que o nosso voto influencia muito, e 1 significa que o nosso voto NÃO influencia nada no que acontece no Brasil. O que o(a) Sr(a) acha? (ESTIMULADA E ÚNICA) (DAR CARTÃO 2 na mão do entrevistado) 5 Nosso voto influencia muito no que acontece no Brasil 4 3 2 1 Nosso voto NÃO influencia nada no que acontece no Brasil
77 NS
99 NR
22) A democracia tem alguns problemas, mas é melhor do que qualquer outra forma de governo. O(a) Sr(a) concorda ou discorda dessa afirmação? Muito ou pouco? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÕES: pergunta em duas etapas. Aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito 6 Não sabe o que é democracia 77 NS 99 NR 23) O(a) Sr(a) votou na eleição de 1998? 1 Sim 3 Não, 16 e 17 anos 5 Não, justificou o voto nos dois turnos 77 NS 99 NR
2 Não, maior de 70 anos 4 Não votei por opção
24) Em quem o(a) Sr(a) votou na eleição presidencial de 1998, em Fernando Henrique, Lula, Ciro Gomes, ou Enéas? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Fernando Henrique Cardoso 2 Lula 3 Ciro Gomes 4 Enéas 66 Outro candidato: ______________ 8 Voto nulo (pule p/ 26) 9 Voto em branco (pule p/26)
120
10 Não votou (pule p/ 30) 55 Não lembra (pule p/ 26) 77 NS
12 Não votava ainda (pule p/ 30) 7 Justificou o voto (pule p/26) 99 NR
25) Mesmo que não tenha sido eleito, o(a) Sr(a) avalia o trabalho do partido ou candidato que o Sr(a) votou na eleição de 1998 para presidente, como ótimo, bom, ruim ou péssimo? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: O regular deve ser aceito como resposta espontânea. Perguntar se regular para bom ou para ruim) 6 Ótimo 5 Bom 2 Ruim OU 1 Péssimo 4 Regular para bom 3 Regular para ruim 77 NS 88 NA 99 NR
26) E para governador, em quem o(a) Sr(a) votou em 1998, ... (seguido dos nomes dos candidatos a governador do respectivo Estado na eleição de 1998) 27) E para senador, em quem o(a) Sr(a) votou em 1998, ... (seguido dos nomes dos candidatos a senador do respectivo Estado na eleição de 1998) 28) E para Deputado Federal em 1998? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) __________________________________ 55 Não lembra 77 NS
8 Voto nulo 88 NA
9 Voto em branco 99 NR
29) E para Deputado Estadual em 1998? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) __________________________________ 55 Não lembra 77 NS
8 Voto nulo 88 NA
9 Voto em branco 99 NR
30) Na sua opinião, deputados federais e senadores representam muito bem, representam bem, representam pouco ou não representam o que pensam seus eleitores? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Representam muito bem 3 Representam bem 2 Representam pouco 1 Não representam 77 NS 99 NR 31) Existe algum partido político que representa a maneira como o(a) Sr(a) pensa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: caso o entrevistado cite o partido circular o código Sim e anotar resposta na p32 direto) 1 Sim 0 Não (pule p/ p33) 77 NS (pule p/ p33) 99 NR (pule p/ p33) 32) Qual o partido que melhor representa a maneira como o(a) Sr(a) pensa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 25 PFL 45 PSDB 12 PDT 13 PT 65 PC do B 15 PMDB 14 PTB 30 PSD 31 PMN 16 PSTU 43 PV 33 PSC 23 PPS 34 PP 22 PL 56 PRONA 35 PRN 11 PPB 40 PSB 66 Outro: ______________ 77 NS 88 NA 99 NR 33) Independente do que o(a) Sr(a) pensa sobre os partidos políticos, houve algum candidato a presidente dessa eleição que representou bem o que o(a) Sr(a) pensa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 35) 77 NS (pule p/ 35) 99 NR (pule p/ 35) 34) Qual o candidato a presidente que melhor representou o que o(a) Sr(a) pensa nessa eleição?
121
(ESPONTÂNEA E ÚNICA) __________________________________
77 NS
88 NA
99 NR
35) De um modo geral, existe algum partido político que o(a) Sr(a) goste? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 38) 77 NS (pule p/ 38) 99 NR (pule p/ 38) 36) Qual partido o(a) Sr(a) gosta? O(a) Sr(a) pode responder mais de um. (ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA) 36.a) Primeiro partido mencionado: _______________ (Se responder apenas um, pule p/ 40) 55 Não lembra(pule p/ 41) 66 Não sabe o nome do partido(pule p/ 41) 88 NA 36.b) Segundo partido mencionado: ______________ 55 Não lembra 66 Não sabe o nome do partido
88 NA
36.c) Terceiro partido mencionado:________________ 55 Não lembra 66 Não sabe o nome do partido
88 NA
99 NR
(SE O ENTREVISTADO MENCIONAR MAIS DE UM PARTIDO NA PERGUNTA ACIMA) 37) Qual desses partidos o(a) Sr(a) gosta mais? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) ______________________ (pule p/ 40)
77 NS (pule p/ 41)
88 NA
99 NR (pule p/ 41)
38) Há algum partido que o(a) Sr(a) goste mesmo que seja um pouquinho? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 41) 77 NS (pule p/ 41) 88 NA 99 NR (pule p/ 41) 39) Qual? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) __________________________________ 88 NA 55 Não lembra (pule p/ 41)
99 NR (pule p/ 41)
66 Não sabe o nome do partido (pule p/ 41)
40) O(A) Sr(a) gosta muito, gosta, ou gosta um pouco desse partido? (ESTIMULADA E ÚNICA) 3 Gosta muito 2 Gosta 1 Gosta um pouco 77 NS 88 NA 99 NR 41) Na política as pessoas falam muito de esquerda e de direita. Gostaria que o(a) Sr(a) usasse um número de ZERO a 10 para dizer se o partido político que eu vou dizer é de esquerda ou de direita. ZERO significa que o partido é de esquerda e 10 que é de direita. Quando eu falar o nome de um partido que o(a) Sr(a) não conhece, apenas diga que não o conhece.
(ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: observar a diferença entre os códigos 77 NS – não sabe se o PARTIDO é de esquerda ou direita e 55 - não sabe o que é ser de esquerda e direita) (Dar cartão 3 na mão do entrevistado)
122
Não sabe o que é Não IndifeDireita ser conhece rente direita e esquerda
Esquerda
NS
NR
a) PT
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
b) PDT
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
c) PSDB
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
d) PFL
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
e) PMDB
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
f) PTB
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
42) Agora gostaria de saber com mais detalhes o que o(a) Sr(a) pensa de alguns partidos
políticos. Por favor, use uma nota de 0 a 10 para indicar o quanto o(a) Sr(a) gosta do partido que eu vou mencionar. Zero significa que o(a) Sr(a) NÃO gosta do partido e dez que o(a) Sr(a) gosta muito. Quando eu falar o nome de um partido que o(a) Sr(a) não conhece, apenas diga que não o conhece. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 5 na mão do entrevistado) Não gosta
Gosta Não Indifemuito conhece rente
NS
NR
a) PT
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
b) PDT
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
c) PSDB
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
d) PFL
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
e) PMDB
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
f) PTB
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
43) Agora usando as mesmas notas, gostaria que o(a) Sr(a) me dissesse o quanto gosta
de alguns políticos que vou mencionar. Quero lembrar que, zero significa que o(a) Sr(a) NÃO gosta do político que vou mencionar e dez que o(a) Sr(a) gosta muito. De novo, se o(a) Sr(a) não conhecer o político que eu disser, diga apenas que não o conhece. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 5 na mão do entrevistado) Gosta Não Indifemuito conhece rente
Não gosta
NS
NR
a) Lula
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
b) José Serra
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
c) Garotinho
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
123
d) Ciro Gomes
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
e) Fernando Henrique
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
f) Brizola
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
g) Maluf
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
h) Jader Barbalho
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
i) Antônio Carlos
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
77
99
44) Nos últimos 4 anos o(a) Sr(a) fez contato com algum político, ou alguém que trabalha no governo, para pedir a solução de algum problema que prejudicava muitas pessoas ou reclamar do próprio governo? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 não lembra 77 NS 99 NR 45) Nos últimos 4 anos, o(a) Sr(a) participou de algum protesto ou comício contra ou a favor do governo? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR 46) Nos últimos 4 anos, o(A) Sr(a) tentou resolver algum problema junto com outras pessoas que pensam como o(a) Sr(a)? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÂO: Qualquer tipo de problema das pessoas será aceito como resposta sim) 1 Sim 0 Não (pule p/ 48) 55 Não lembra (pule p/ 48) 77 NS (pule p/ 48) 99 NR (pule p/ 48) 47) Qual problema ? (ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA) ________________________________________________________
88 NA
99 NR
48) O(A) Sr(a) acha que no Brasil a liberdade dos indivíduos e os direitos humanos são totalmente respeitados, respeitados, um pouco respeitados, ou não são respeitados? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Totalmente respeitados 3 Respeitados 2 Um pouco respeitados 1 Não são respeitados 77 NS 99 NR 49) Na sua opinião, no Brasil, a corrupção entre os políticos acontece o tempo todo, acontece na maior parte do tempo, acontece de vez em quando, ou não há corrupção entre os políticos? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Acontece o tempo todo 3 Acontece na maior parte do tempo 2 Acontece de vez em quando 1 Não há corrupção/ não acontece 77 NS 99 NR 50) Novamente pensando em esquerda e direita na política. O que o(a) Sr(a) se considera? Zero significa que o(a) Sr(a) é de esquerda e 10 que o(a) Sr(a) é de direita. (ESTIMULADA E ÚNICA) (Dar cartão 3 na mão do entrevistado) 0 1 2 3 4 5 6 66 Não sabe o que é ser de esquerda e direita
7
8 9 77 NS
10 99 NR
51) O(A) Sr(a) poderia dizer o nome do governador do Estado ... (nome do Estado no
qual foi realizada a entrevista)
124
52) E o nome do prefeito de ...,(nome da cidade que é a capital do Estado onde foi
realizada a entrevista), capital do Estado? 53) O(A) Sr(a) poderia mencionar o nome de um deputado federal de ... (nome do Estado
no qual foi realizada a entrevista) 54) O(A) Sr(a) poderia mencionar o nome de um deputado estadual de ... (nome do
Estado no qual foi realizada a entrevista) 55) Na sua opinião, qual é o partido do Presidente Fernando Henrique Cardoso? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 45 PSDB 25 PFL 14 PTB 13 PT 12 PDT 15 PMDB 23 PPS 11 PPB 22 PL 43 PV 65 PC do B 1 Outro __________ 55 Não lembra 77 NS 99 NR 56) Na sua opinião o número 13 é de qual partido? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 13 PT 12 PDT 15 PMDB 45 PSDB 25 PFL 14 PTB 23 PPS 11 PPB 17 Lula 22 PL 43 PV 65 PC do B 1 Outro _____ 55 Não lembra 77 NS 99 NR 57) Nessa eleição ... (nome do candidato mais votado a deputado federal do Estando no
qual foi realizada a entrevista) deputado estadual, deputado federal ou senador? 58) Nessa eleição ... (nome do candidato mais votado a deputado estadual do Estando
no qual foi realizada a entrevista) deputado estadual, deputado federal ou senador? 59) Agora eu gostaria que o(a) Sr(a) usasse um número de ZERO a 10 para dizer qual
político é de esquerda e qual é de direita. Zero significa que o político é de esquerda e 10 que é de direita. De ZERO a 10 como o(a) Sr(a) classificaria o ...? (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: observar a diferença entre os códigos 77 NS – não sabe se o PARTIDO é de esquerda ou direita e 55 não sabe o que é ser de esquerda e direita) (Dar cartão 3 na mão do entrevistado) Não sabe o que é Não IndifeDireita NS ser conhece rente direita e esquerda
Esquerda
NR
a) Lula
0
1 2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
b) José Serra
0
1 2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
c) Garotinho
0
1 2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
d) Ciro Gomes
0
1 2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
125
e) Fernando Henrique
0
1 2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
f) Brizola
0
1 2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
g) Maluf
0
1 2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
h) Antônio Carlos Magalhães
0
1 2
3
4
5
6
7
8
9
10
55
11
12
77
99
60) Se o voto não fosse obrigatório o(a) Sr(a) votaria? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Talvez/depende 77 NS 61) O(a) Sr(a) costuma ler jornal? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: A resposta às vezes entra como sim) 1 Sim 0 Não (pule p/ 64) 77 NS (pule p/ 64)
99 NR
99 NR (pule p/ 64)
62) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) lê jornal? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 3 Todo dia 2 Algumas vezes por semana 1 Uma vez por semana 4 Raramente 77 NS (pule p/ 64) 88 NA 99 NR (pule p/ 64) 63) O(a) Sr(a) lê a parte de _________ do jornal: (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Sim
Não
NS
NA
NR
a) Política
1
0
77
88
99
b) Economia
1
0
77
88
99
c) Cidade/bairro
1
0
77
88
99
64) O(A) Sr(a) assistiu telejornais com notícias nacionais essa semana? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 77 NS 99 NR 65) E telejornais de notícias locais, o(a) Sr(a) assistiu essa semana? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 77 NS 99 NR 66) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) assiste o Jornal Nacional da TV Globo? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 6 Todo dia 5 Cinco dias 4 Quatro dias 3 Três dias 2 Dois dias 1 Um dia 0 Nunca assiste 7 Raramente 77 NS 99 NR 67) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) assiste o Jornal da Record apresentado por Boris Casoy? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 6 Todo dia 5 Cinco dias 4 Quatro dias 3 Três dias 2 Dois dias 1 Um dia 0 Nunca assiste 7 Raramente 77 NS 99 NR 68) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) assiste o programa Cidade Alerta da TV Record apresentado por José Luiz Datena? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 6 Todo dia 5 Cinco dias 4 Quatro dias 3 Três dias 2 Dois dias 1 Um dia 0 Nunca assiste
126
7 Raramente
77 NS
99 NR
69) E o programa Brasil Urgente da Band, apresentado por Roberto Cabrini, quantos dias por semana o(a) Sr(a) assiste? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 6 Todo dia 5 Cinco dias 4 Quatro dias 3 Três dias 2 Dois dias 1 Um dia 0 Nunca assiste 7 Raramente 77 NS 99 NR 70) O(A) Sr(a) ouviu notícias no rádio esta semana? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 3 Não ouve rádio (pule p/ 72) 77 NS
99 NR
71) O(A) Sr(a) ouve programas de rádio que debatem temas políticos? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 77 NS 88 NA 99 NR 72) Com que freqüência o(a) Sr(a) conversa sobre política com parentes e amigos, todo dia, às vezes, raramente ou nunca? (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Todo dia 3 Às vezes 2 Raramente 1 Nunca 77 NS 99 NR 73) Qual é o maior problema do Brasil hoje? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Desemprego 2 Saúde 3 Educação 4 Pobreza 5 Salário 6 Violência 7 Corrupção 11 Política 12 Fome 13 Desigualdade 14 Trânsito 15 Enchentes 17 Favelas 18 Água 19 Esgoto 20 Urbanismo 21 Estacionamento 22 Transporte público 66 Outro ________________________ 77 NS (pule p/ 75) 99 NR (pule p/ 75) 74) E o segundo maior problema? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Desemprego 2 Saúde 3 Educação 5 Salário 6 Violência 7 Corrupção 12 Fome 13 Desigualdade 14 Trânsito 17 Favelas 18 Água 19 Esgoto 21 Estacionamento 22 Transporte público
66 Outro ________________________
4 Pobreza 11 Política 15 Enchentes 20 Urbanismo
77 NS
88 NA
99 NR
75) Eu vou dizer algumas formas de participação política, e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse, para cada uma delas se o(a) Sr(a) faria ou NÃO faria: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Faria
Não faria
NS
NR
a) Assinar um abaixo assinado
1
0
77
99
b) Participar de manifestações ou protestos
1
0
77
99
c) Participar de greve
1
0
77
99
76) Agora eu gostaria de saber quais destas atividades o(a) Sr(a) já fez em algum
momento da sua vida e quais o(a) Sr(a) nunca fez: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Já Fez
Nunca fez
NS
NR
a) Assinar um abaixo assinado
1
0
77
99
b) Participar de manifestações ou protestos
1
0
77
99
127
c) Participar de greve
1
0
77
99
77) O(a) Sr(a) participa ou já participou de ...? (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Participou, mas Não tem condomínio não participa ou associação de mais bairro onde mora
Participa
Não participa
a) Associação de moradores (ou de bairro)
2
0
1
b) Reunião de condomínio
2
0
c) Clube social ou esportivo
2
d) Associação assistencialreligiosa e) Associação assistencial – não religiosa
NS
NR
55
77
99
1
55
77
99
0
1
-
77
99
2
0
1
-
77
99
2
0
1
-
77
99
78) O(A) Sr(a) é filiado(a) a algum ...........? (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Sim
Não
NS
NR
a) Sindicato
1
0
77
99
b) Associação profissional
1
0
77
99
c) Partido político
1
0
77
99
78.d) Qual partido político é filiado? _______________
88 NA
99
79) O(A) Sr(a) costuma se informar sobre o trabalho de algum político? (ESPONTÂNEA E ÚNICA)
1 Sim
0 Não
99 NR
77 NS
80) O(A) Sr(a) se considera uma pessoa muito interessada por política, um pouco interessada, ou o(a) Sr(a) não tem interesse por política? (ESTIMULADA E ÚNICA) 3 Muito interessada 2 Um pouco interessada 1 Não tem interesse 77 NS 99 NR 81) Em quais desses partidos políticos o(a) Sr(a) não votaria de jeito nenhum? (ESTIMULADA E MÚLTIPLA) (DAR CARTÃO 6 na mão do entrevistado) Não votaria
Votaria
Não conhece o partido
NS
NR
NA
a) PT
0
1
55
77
99
-
b) PFL
0
1
55
77
99
-
c) PSDB
0
1
55
77
99
-
d) PMDB
0
1
55
77
99
-
e) -
-
-
-
-
-
88
f) -
-
-
-
-
-
88
g) -
-
-
-
-
-
88
128
82) Na sua opinião..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 As discussões entre os partidos causam mais dano do que benefício ao Brasil OU 2 As discussões entre os partidos tornam mais claro para o povo muitos problemas importantes, e por isso prestam um grande serviço ao país? 77 NS 99 NR 83) Na sua opinião os partidos representam mais ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O conjunto da população, 2 Os próprios políticos OU 3 Os eleitores e grupos que apóiam esses partidos? 77 NS 99 NR 84) E como DEVERIA ser, os partidos DEVERIAM representar mais ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O conjunto da população, 2 Os próprios políticos OU 3 Os eleitores e grupos que apóiam esses partidos? 77 NS 99 NR 85) Algumas pessoas dizem que “os partidos só servem para dividir as pessoas”, o(a) Sr(a) concorda ou discorda? Muito ou pouco? ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: pergunta em duas etapas. Aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito 77 NS 99 NR 86) Vou ler uma lista de coisas importantes para que uma pessoa escolha um partido e gostaria que o(a) Sr(a) me dissesse qual delas é a mais importante para que o(a) Sr(a) prefira um partido? E qual é a segunda mais importante? (ESTIMULADA E MÚLTIPLA) (DAR CARTÃO 8 na mão do entrevistado) 1º mais importante
2º mais Não importante mencionado
NS
NR
a) O programa do partido
1
2
3
77
99
b) Ser um partido de gente honesta
1
2
3
77
99
c) A atuação passada dos representantes do partido
1
2
3
77
99
d) O tipo de pessoa que o partido representa
1
2
3
77
99
e) Ter amigos e parentes no partido
1
2
3
77
99
f) Ser apoiado por autoridades religiosas
1
2
3
77
99
87) O que é melhor, um presidente da república que ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Seja identificado com um partido político OU 2 Um presidente que não dê importância para os partidos? 77 NS 88) Para resolver os problemas do Brasil, é melhor ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 A atuação de um líder que coloque as coisas no lugar OU 2 A participação da população nas decisões importantes do governo? 77 NS 89) Na sua opinião as eleições presidenciais ..... (ESTIMULADA E ÚNICA) 3 Ajudam muito, 2 Ajudam um pouco OU 1 Não ajudam a melhorar a vida da população?
77 NS
99 NR
99 NR
99 NR
90) Na sua opinião..... (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÕES: Aceitar a opção tanto faz como espontânea)
129
1 A democracia é sempre melhor que qualquer outra forma de governo OU 2 Em algumas situações é melhor uma ditadura do que uma democracia? 3 Tanto faz / nenhuma das duas é melhor
77 NS
99 NR
77 NS
99 NR
91.b) 1 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade OU 2 Fazer a economia do Brasil crescer mais rapidamente?
77 NS
99 NR
91.c) 1 Gerar mais empregos OU 2 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade?
77 NS
99 NR
91.d) 1 Melhorar a educação OU
77 NS
99 NR
91.e) 1 Fazer a economia do Brasil crescer mais rapidamente OU 2 Melhorar a segurança pública?
77 NS
99 NR
91.f) O que é mais importante..... 1 Combater a corrupção OU
2 Combater a miséria e a fome?
77 NS
99 NR
91.g) 1 Melhorar a saúde pública OU
2 A educação?
77 NS
99 NR
91.h) 1 Gerar mais empregos OU 2 Fazer a economia do Brasil crescer rapidamente?
77 NS
99 NR
91.i) 1 Melhorar a segurança pública OU
77 NS
99 NR
77 NS
99 NR
91) Na sua opinião o que é mais importante para melhorar o Brasil..... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) 91.a) 1 Combater a miséria e a fome OU
2 Gerar mais empregos?
2 Combater a corrupção?
2 A saúde pública?
91.j) 1 Combater a miséria e a fome OU 2 Manter a inflação baixa e garantir a estabilidade?
92) Desses políticos, qual é o mais confiável? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? E qual desses políticos é o que faz mais pelos pobres? E em segundo lugar? E em terceiro lugar? E qual político ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA PERGUNTA) (INSTRUÇÕES: Inserir código 4 nas opções não citadas pelo entrevistado e usar a opção nenhum deles apenas após insistir com o entrevistado para que opte por algum dos políticos) (DAR CARTÃO 9 na mão do entrevistado)
1 Primeiro lugar
2 Segundo lugar
3 Terceiro lugar
0 Não mencionado Nenhum deles
NS
NR
a) É o mais confiável
55
77
99
b) É o que faz mais pelos pobres
55
77
99
c) É o mais honesto
55
77
99
d) É o que tem mais experiência para governar o Brasil
55
77
99
e) É o que tem o melhor plano de governo
55
77
99
Lula
Ciro
Serra
Garotinho
130
f) É o que fez uma campanha limpa sem atacar os adversários
55
77
99
g) O mais preparado e competente
55
77
99
h) O que mais evita greve e bagunça
55
77
99
i)
55
77
99
55
77
99
O que mais defende gerar empregos
j) O que mais defende manter a inflação baixa
Eu vou ler várias situações e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse o que cada pessoa DEVERIA FAZER e depois o que cada pessoa VAI FAZER. 93) Um candidato oferece uma cadeira de rodas para um deficiente físico, o que ele DEVERIA fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Resposta “aceitar e não votar” não será aceita, pedir para que o entrevistado escolha entre as opções 1 e 2 . Caso o entrevistado insista muito marcar 99 NR) 1 Aceitar a cadeira de rodas e votar no candidato OU 2 Não aceitar a cadeira e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 94) E o que o(a) Sr(a) acha que ele VAI fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Vai aceitar a cadeira de rodas e vai votar no candidato OU 2 Não vai aceitar a cadeira e vai votar em outro candidato? 77 NS
99 NR
95) Um candidato oferece uma cesta básica de alimentos para uma família muito pobre que passa fome, o que as pessoas dessa família DEVERIAM fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar a cesta básica e votar no candidato OU 2 Não aceitar a cesta básica e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 96) E o que o(a) Sr(a) acha que as pessoas dessa família VÃO fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Vão aceitar a cesta básica e vão votar no candidato OU 2 Não vão aceitar a cesta básica e vão votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 97) Uma mãe não consegue vaga para matricular seu filho na escola. Um candidato consegue uma vaga para o filho dela, o que ela DEVERIA fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar a vaga na escola e votar no candidato OU 2 Não aceitar a vaga e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 98) E o que o(a) Sr(a) acha que essa mãe VAI fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Vai aceitar a vaga na escola e vai votar no candidato OU 2 Não vai aceitar a vaga e vai votar em outro candidato? 77 NS
99 NR
99) Um candidato oferece para uma mãe que tem um filho doente dinheiro para o tratamento médico, o que ela DEVERIA fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar o dinheiro para o tratamento médico e votar no candidato OU 2 Não aceitar o dinheiro e votar em outro candidato 77 NS 99 NR 100) E o que o(a) Sr(a) acha que essa mãe VAI fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Ela vai aceitar o dinheiro para o tratamento médico e vai votar no candidato OU 2 Ela não vai aceitar o dinheiro e vai votar em outro candidato? 77 NS
99 NR
131
101) Um candidato oferece um caminhão de tijolos para várias famílias que precisam acabar de construir suas casas, o que as pessoas dessas famílias DEVERIAM fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar o caminhão de tijolos e votar no candidato OU 2 Não aceitar o caminhão de tijolos e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 102) E o que o(a) Sr(a) acha que as pessoas dessas famílias VÃO fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Vão aceitar o caminhão de tijolos e vão votar no candidato OU 2 Não vão aceitar o caminhão de tijolos e vão votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 103) Um candidato oferece reformar um campo de futebol para um grupo de amigos que jogam bola juntos toda semana, o que eles DEVERIAM fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar a reforma do campo de futebol e votar no candidato OU 2 Não aceitar a reforma do campo e votar em outro candidato? 77 NS 99 NR 104) Um candidato oferece uma bicicleta para uma criança, o que os pais da criança DEVERIAM fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Aceitar a bicicleta e votar no candidato OU 2 Não aceitar a bicicleta e votar em outro candidato ? 77 NS 99 NR 105) Para cada frase que eu falar gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) (INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem discorda nem concorda” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito Número da resposta
NS
NR
77
99
77
99
77
99
d) Existem alguns políticos que são honestos.
77
99
e) É possível fazer obras públicas sem roubar.
77
99
f)
77
99
g) Um político que faz muito e que rouba um pouco merece o voto da população.
77
99
h) Políticos muito honestos prejudicam o funcionamento do governo.
77
99
77
99
77
99
77
99
a) Em geral, políticos muito honestos não sabem governar. b) Não faz diferença se um político rouba ou não, o importante é que ele faça as coisas que a população precisa. c) É melhor um político que faça muitas obras, mesmo que roube um pouco, do que um político que faça poucas obras e não roube nada.
i) j)
Político honesto não tem sucesso na política.
Um político que faz um bom governo deve poder desviar dinheiro público para financiar sua campanha eleitoral. É melhor resolver rapidamente um problema da população, mesmo que para isso seja preciso pagar por fora.
k) Todos os políticos roubam.
132
106) Vou ler outras frases e para cada frase eu gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem discorda nem concorda” como resposta espontânea) (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) 1 Discorda muito 2 Discorda um pouco 3 Nem discorda nem concorda 4 Concorda um pouco 5 Concorda muito Número da resposta
NS
NR
a) Um programa de televisão que defende o casamento de homem com homem e mulher com mulher deve ser proibido
77
99
b) Um programa de televisão que diz que Deus não existe deve ser proibido
77
99
c) Um programa de televisão com cenas de violência deve ser proibido
77
99
d) Um programa de televisão que faz críticas ao governo deve ser proibido
77
99
107) Eu vou citar algumas atividades que em certos países são feitas só pelo governo e em outros países só pelas empresas particulares e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse quem deve administrar cada uma dessas atividades no Brasil. Quem deve administrar a/o(s)_______, só empresas do governo ou só empresas particulares? E ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: se o entrevistado responder na primeira vez governo e empresas particulares, diga que a pesquisa aceita apenas respostas “só o governo” ou “só as empresas particulares” e refaça a pergunta, se mais uma vez responder ambas, circule o código correspondente) Só empresas do governo
Só empresas particulares
Ambos: governo e empresas
NS
NR
a) Educação
0
2
1
77
99
b) Saúde
0
2
1
77
99
c) Aposentadoria e previdência social
0
2
1
77
99
d) Justiça
0
2
1
77
99
e) Transporte
0
2
1
77
99
f)
0
2
1
77
99
g) Fornecimento de água
0
2
1
77
99
h) Serviço de esgoto
0
2
1
77
99
i)
Recolhimento de lixo
0
2
1
77
99
j)
Energia elétrica
0
2
1
77
99
k) Telefone fixo
0
2
1
77
99
l)
0
2
1
77
99
m) Bancos
0
2
1
77
99
n) Fabricação de carros
0
2
1
77
99
Estradas e rodovias
Telefone celular
108) Agora eu vou falar várias coisas que o governo pode fazer com as empresas. Para cada frase que eu falar gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)
133
(INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) (Dar cartão 10 na mão do entrevistado) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito NÚMERO DA RESPOSTA
a) O governo deve controlar o preço de todos os serviços básicos, como por exemplo do transporte. b) O governo deve dizer tudo o que as empresas têm que fazer, como por exemplo quantos banheiros elas têm que ter. c) Só as empresas, e nunca o governo, têm que treinar a mãode-obra e os trabalhadores. d) O governo deve socorrer as empresas em dificuldades. e) O governo deve definir qual o valor dos salários de todos os funcionários de todas as empresas do Brasil. f) Só as empresas, e nunca o governo, devem escolher onde construir uma nova fábrica. g) O governo deve controlar os preços de todos os produtos vendidos no Brasil.
NS
NR
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
109) Mais uma vez para cada frase que eu falar gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) (INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda 2 Discorda um pouco 1 Discorda muito Número da resposta a) O governo precisa dificultar mais a entrada de produtos estrangeiros no Brasil. b) O governo deve proibir o emprego de trabalhadores estrangeiros no Brasil. c) O governo deve permitir que empresas estrangeiras enviem todo o lucro para o exterior. d) O governo deve oferecer facilidades para atrair investimentos de grandes empresas estrangeiras para o Brasil. e) O governo deve proibir que estrangeiros comprem terras no Brasil. f) O governo deve obrigar todas as empresas estrangeiras a irem embora do Brasil. g) Os produtos fabricados por empresas estrangeiras são sempre melhores que os produtos fabricados por empresas brasileiras.
NS
NR
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
110) Nas frases que vou falar gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) (INSTRUÇÃO: aceitar a resposta “nem concorda nem discorda ” como resposta espontânea) 5 Concorda muito 4 Concorda um pouco 3 Nem concorda nem discorda
134
2 Discorda um pouco
1 Discorda muito Número da resposta
a) Cada pessoa deve cuidar somente do que é seu, e o governo cuida do que é público. b) Se alguém se sente incomodado pelo vizinho o melhor é não reclamar. c) Se alguém é eleito para um cargo público deve usar o cargo como se fosse sua propriedade particular em seu benefício. d) Já que o governo não cuida do que é público, então também nenhuma pessoa deve cuidar do que é público. e) A pessoa que dá uma festa com som alto não se preocupa com os vizinhos. f)
Ninguém deve usar as ruas e calçadas para vender produtos.
g) A pessoa que constrói uma casa em um terreno público abandonado não se preocupa com o que é público. h) Um funcionário que trabalha em uma empresa não deve usar o telefone do trabalho para fazer um serviço por fora. i) Alguém que recebe dinheiro do governo brasileiro para ir estudar no estrangeiro, depois de concluir os estudos tem que voltar para trabalhar no Brasil.
NS
NR
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
77
99
111) Agora eu vou mencionar vários tipos de protestos contra o governo, e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se o protesto deve sempre ser permitido, deve ser permitido na maioria das vezes, deve ser proibido na maioria das vezes, ou se deve sempre ser proibido. Abaixo assinados? E... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (DAR CARTÃO 11 na mão do entrevistado) 1 Sempre permitido 2 Permitido na maioria das vezes 3 Proibido na maioria das vezes 4 Sempre proibido Número da resposta
NS
NR
a) Abaixo assinados
77
99
b) Passeatas
77
99
c) Comícios
77
99
d) Greves
77
99
e) Bloqueio de estradas
77
99
f)
77
99
77
99
Ocupação de prédios públicos
g) Ocupação de terras 112) Com qual das frases o(a) Sr(a) concorda mais:.... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O aborto deve ser proibido em qualquer situação, 2 O aborto deve ser permitido se a mulher ficar grávida por causa de estupro OU 3 O aborto deve ser permitido em qualquer situação?
77 NS
99 NR
Eu vou ler várias situações e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse o que cada pessoa DEVERIA FAZER.
135
113) Um porteiro ganha na Megasena. O que o(a) Sr(a) acha que o porteiro DEVERIA fazer: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Ele deveria comprar uma casa numa área rica da cidade OU 2 O porteiro deveria continuar morando no mesmo bairro, mas deveria mudar para uma casa melhor? 77 NS 99 NR 114) O patrão diz ao seu empregado que ele pode tomar banho na piscina do edifício. O que o (a) Sr(a) acha que o empregado DEVERIA fazer: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O empregado deveria agradecer e não deveria tomar banho na piscina OU 2 O empregado deveria tomar banho na piscina? 77 NS 99 NR 115) Uma filha de 18 anos quer viajar com as amigas, o que os pais DEVERIAM fazer? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Os pais deveriam decidir e dizer se a filha pode ou não viajar OU 2 Os pais deveriam deixar a filha decidir o que ela quiser? 77 NS 99 NR 116) O empregado trata o patrão de senhor, mas o patrão diz ao empregado que pode ser tratado de você, o que o(a) Sr(a) acha que o empregado DEVERIA fazer? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Ele deveria continuar chamando o patrão por senhor OU 2 O empregado deveria passar a chamar o patrão por você? 77 NS 99 NR 117) Os moradores de um prédio ou edifício, dizem para os porteiros e empregadas domésticas que eles podem usar o elevador social, o que o(a) Sr(a) acha que os empregados do prédio DEVERIAM fazer.... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Eles deveriam usar o elevador social OU 2 Eles deveriam continuar usando o elevador de serviço? 77 NS 99 NR 118) A patroa diz para a empregada doméstica que ela pode assistir televisão na sala junto com ela, o que o(a) Sr(a) acha que a empregada DEVERIA fazer .... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Ela deveria sentar no sofá junto da patroa e assistir TV com ela; 2 Ela deveria assistir TV na sala com a patroa, mas pegar uma cadeira da cozinha OU 3 Ela deveria assistir TV no seu quarto? 77 NS 99 NR 119) O filho do patrão diz que vai casar com a filha do empregado. O que o(a) Sr(a) acha que o patrão DEVERIA fazer: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O patrão deveria proibir seu filho de casar com a filha do empregado OU 2 Ele deveria deixar seu filho casar com ela? 77 NS 99 NR 120) O(a) Sr(a) acha que a lei: (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: a opção 3 deve ser aceita como resposta espontânea) 1 Deve ser sempre cumprida OU 2 Ela deve ser cumprida na maioria das vezes? 3 Nunca deve ser cumprida (não ler) 77 NS
99 NR
121) Eu vou ler quatro frases, e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse com qual concorda mais: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 As pessoas não podem mudar nada na sua vida, todo o seu destino é decidido por Deus. 2 Deus decide o destino, mas as pessoas podem mudar um pouco do seu destino. 3 Deus decide o destino, mas as pessoas podem mudar muito do seu destino. 4 Não há destino, as pessoas decidem tudo sobre sua vida. 77 NS 99 NR
136
122) Agora eu vou dizer duas frases, e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse com qual concorda mais: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 As pessoas devem colaborar com o governo, mesmo se o governo não fizer a sua obrigação de cuidar do que é público OU 2 As pessoas só devem colaborar com o governo quando o governo faz a sua obrigação de cuidar do que é público. 77 NS 99 NR 123) Gostaria que o(a) Sr(a) desse uma nota de 0 a 10 para dizer o quanto o(a) Sr.(a) está satisfeito com o serviço público brasileiro. (ESTIMULADA E ÚNICA) 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
77 NS
99 NR
124) Agora, imagine um serviço público ideal, perfeito, que seria nota 10, e um serviço
público longe do ideal, que seria nota 0, que nota de 0 a 10 o (a) Sr.(a) daria para o serviço público brasileiro? (ESTIMULADA E ÚNICA) 0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
77 NS
99 NR
125) Vou citar alguns serviços públicos e gostaria que o (a) Sr. (a) desse uma nota de 0 a
10 para dizer o quanto está satisfeito com cada um deles. De 0 a 10, que nota o (a) Sr(a) dá para.... (ESTIMULADA E ÚNICA) Nota
NS
NR
a) A coleta de lixo
77
99
b) A polícia
77
99
c) A limpeza das ruas e calçadas
77
99
d) O estado de conservação das ruas e calçadas da cidade
77
99
e) O controle dos camelôs, mesas de bar e bancas de lojas
77
99
f)
77
99
g) As escolas públicas
77
99
h) O serviço de saúde pública
77
99
i)
A iluminação das ruas e praças
77
99
j)
O serviço de água
77
99
77
99
As quadras, praças e espaços de lazer da cidade
k) O serviço de esgoto
126) Pensando na qualidade dos serviços públicos, o (a) Sr(a) acha que o valor dos
impostos que o(a) Sr(a) paga é caro ou barato? Muito ou pouco? (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: a opção 3 deve ser aceita como resposta espontânea) 1 Muito caro 2 Um pouco caro 4 Um pouco barato 5 Muito barato
137
3 Nem caro e nem barato (não ler)
77 NS
99 NR
127) Nessa eleição, a prefeitura ou alguém ofereceu alguma coisa para o(a) Sr(a) em troca do seu voto? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 130) 77 NS (pule p/ 130) 99 NR (pule p/ 130) 128) O que foi oferecido? (ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA) _________________________________________________________________________________ 77 NS
88NA
99 NR
129) Foi oferecido alguma coisa em troca do seu voto para deputado estadual? E para.... ? (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Sim
Não
NS
NA
NR
a) Deputado Estadual
1
0
77
88
99
b) Deputado Federal
1
0
77
88
99
c) Senador
1
0
77
88
99
d) Governador
1
0
77
88
99
e) Presidente
1
0
77
88
99
130) Gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se confia muito // confia // confia pouco // ou não confia na sua família? E ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Confia muito
CONFIA
Confia pouco
Não confia
Não tem
NS
NR
a) Na sua família
4
3
2
1
55
77
99
b) Nos seus amigos
4
3
2
1
55
77
99
c) Na maioria das pessoas
4
3
2
1
55
77
99
131) Eu vou falar o nome de várias instituições e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se avalia a atuação de cada uma como ótima, boa, ruim, ou péssima. A atuação da Igreja Católica é ótima, boa, ruim ou péssima? E ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) (INSTRUÇÃO: o regular é aceito como resposta espontânea, e deve-se perguntar se regular para bom ou para ruim) Regular para bom
Regular para ruim
NS
NR
1
4
3
77
99
2
1
4
3
77
99
2
1
4
3
77
99
Ótima
Boa
Ruim Péssima
a) Da Igreja Católica
6
5
2
b) Da Polícia
6
5
c) Do Governo Federal
6
5
138
d) Da Justiça
6
5
2
1
4
3
77
99
e) Das Grandes Empresas
6
5
2
1
4
3
77
99
6
5
2
1
4
3
77
99
g) Do Congresso
6
5
2
1
4
3
77
99
h) Dos Militares
6
5
2
1
4
3
77
99
i)
Da Rede Globo
6
5
2
1
4
3
77
99
j)
Das outras emissoras de televisão
6
5
2
1
4
3
77
99
f)
Dos Partidos Políticos
132) Agora eu vou ler uma lista de problemas, e eu gostaria que o(a) Sr(a) dissesse de quem é a responsabilidade de cuidar desse problema? Se é do presidente, do governador ou do prefeito? (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Presidente Governador Prefeito
Presidente Presidente Governador Os NS NR e e e três Governador Prefeito Prefeito
a) Inflação
1
2
3
4
5
6
7
77
99
b) Violência
1
2
3
4
5
6
7
77
99
c) Iluminação pública
1
2
3
4
5
6
7
77
99
d) Desemprego
1
2
3
4
5
6
7
77
99
e) Saneamento e esgoto
1
2
3
4
5
6
7
77
99
f) Pavimentação e asfaltamento de ruas
1
2
3
4
5
6
7
77
99
133) Dessas aqui qual foi a maneira mais importante para o(a) Sr(a) decidir em quem votar para presidente? E qual foi a segunda mais importante? E a terceira? (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA PERGUNTA) (DAR CARTÃO 12 para o entrevistado) 1 Mais importante 2 Segunda mais importante 3 Terceira mais importante 0 Não mencionada 88 NA (Não votou) 1º mais 2º mais 3º mais Não NS NA NR importante importante importante mencionada a) Conversas com colegas de trabalho/escola
1
2
3
0
77
88
99
b) Propaganda política na televisão
1
2
3
0
77
88
99
c) Notícias sobre os candidatos nos jornais
1
2
3
0
77
88
99
d) Notícias sobre os candidatos no rádio
1
2
3
0
77
88
99
139
e) Notícias sobre os candidatos na televisão
1
2
3
0
77
88
99
f)
1
2
3
0
77
88
99
g) Informações da igreja sobre os candidatos
1
2
3
0
77
88
99
h) Informações de associações de moradores sobre os candidatos
1
2
3
0
77
88
99
i) O resultado das pesquisas eleitorais
1
2
3
0
77
88
99
j) Debates entre candidatos na televisão
1
2
3
0
77
88
99
k) Conversas com amigos e pessoas da família
1
2
3
0
77
88
99
l)
1
2
3
0
77
88
99
Ouvir os candidatos em comícios
Propaganda política no rádio
134) O que é mais importante para o(a) Sr(a) na hora de votar em um candidato para ________: a pessoa do candidato // o partido do candidato // as propostas do candidato // ou o seu passado, o que ele já fez? E para votar em um candidato a senador? E ... (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA CARGO) (DAR CARTÃO 13 na mão do entrevistado) 1 A pessoa do candidato 2 O partido do candidato 3 As propostas do candidato 4 O seu passado, o que ele já fez 88 (Não vota mais) Item mais importante
Não pensa em nada
NS
NA
NR
a) Vereador
55
77
88
99
b) Prefeito
55
77
88
99
c) Deputado Estadual
55
77
88
99
d) Deputado Federal
55
77
88
99
e) Governador
55
77
88
99
f)
55
77
88
99
55
77
88
99
Senador
g) Presidente
135) Quantos dias por semana o(a) Sr(a) assistiu ao menos uma parte do horário eleitoral gratuito na TV? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 4 Quatro dias por semana ou mais 3 Dois ou três dias por semana ou 2 Um dia por semana 1 Nunca 55 Não lembra 77 NS 99 NR 136) O(A) Sr(a) assistiu alguma vez os comerciais dos candidatos com duração pequena que passavam durante a programação da TV? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 55 Não lembra 77 NS 99 NR (INSTRUÇÃO: As duas perguntas que se seguem SÓ não se aplicam aos entrevistados que NÃO ASSISTIRAM o horário eleitoral e TAMBÉM NÃO assistiram os comerciais dos candidatos durante a programação normal da televisão) 137) O horário eleitoral gratuito na televisão, ajudou muito\\ ajudou\\ ajudou pouco, ou não ajudou o(a) Sr(a) a conhecer: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) 4 Ajudou muito 3 Ajudou 2 Ajudou pouco 1 Não ajudou
140
Número da resposta
Indiferente
NS
NA
NR
a) As características pessoais dos candidatos
12
77
88
99
b) O passado dos candidatos
12
77
88
99
c) As propostas de governo dos candidatos
12
77
88
99
d) Os partidos dos candidatos
12
77
88
99
e) Os políticos que o apóiam
12
77
88
99
f) As diferenças entre os candidatos
12
77
88
99
138) 88 NA 139) Depois de assistir o horário político na TV, o(a) Sr(a) passou a conhecer melhor o ... (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Sim
Não
Indiferente
NS
NA
NR
a) Lula
1
0
12
77
88
99
b) Serra
1
0
12
77
88
99
c) Ciro
1
0
12
77
88
99
d) Garotinho
1
0
12
77
88
99
140) 88 NA 141) A propaganda política na TV fez com que o(a) Sr(a) mudasse seu voto para presidente? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não (pule p/ 143) 77 NS (pule p/ 143) 99 NR(pule p/ 143) 142) O(A) Sr(a) mudou de qual candidato para qual candidato? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Voto para presidente) DO: ____________________ para o: ___________________ 77 NS 88 NA 99 NR 143) O(A) Sr(a) acha que o horário eleitoral gratuito na TV deve continuar existindo? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Sim 0 Não 77 NS 99 NR 144) Muitas pessoas que entrevistamos nos disseram o que as levou a escolher um determinado candidato. Qual dos motivos que eu vou dizer levou o(a) Sr(a) a escolher um candidato a presidente? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Era o candidato que melhor representava pessoas como eu, 2 Era o candidato que estava disposto a combater os verdadeiros males do país OU 3 Era o candidato que iria trazer mais benefícios à população? 4 Nenhuma dessas 77 NS 99 NR 145) O(a) Sr(a) é contra ou a favor: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Contra
A favor
NS
NR
141
a) Da invasão de terras para pressionar o governo a fazer a reforma agrária
1
2
77
99
b) Da prisão perpétua
1
2
77
99
c) Da pena de morte
1
2
77
99
d) Do exército combater a violência nas ruas das grandes cidades
1
2
77
99
e) Da venda de armas de fogo para qualquer pessoa
1
2
77
99
g) Da prisão para menores de idade
1
2
77
99
146) Na sua opinião o que o governo deveria fazer em primeiro lugar para combater a violência: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Diminuir o desemprego e melhorar a educação OU 2 Aumentar o número de policiais treinados e equipados nas ruas? 77 NS 99 NR 147) Pensando agora na reforma agrária, na sua opinião: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 O governo deve desapropriar as terras sem uso OU 2 O dono da terra deve ter o direito de querer ou não cultivar suas terras? 77 NS
99 NR
148) Vou dizer três frases sobre homens que fazem sexo com homens e gostaria que o(a) Sr(a) dissesse com qual concorda mais: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Essas pessoas podem transar com quem desejam, 2 Essas pessoas não têm vergonha OU 3 Essas pessoas são doentes? 77 NS 99 NR 149) 88 NA 150) Na sua opinião: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Os homens devem dividir com as mulheres o trabalho de cuidar da casa e dos filhos OU 2 Essa é uma responsabilidade da mulher? 77 NS 99 NR 151) Se uma mulher apanha do marido, ela deve: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Dar queixa na polícia, 2 Separar-se do marido, mas não dar queixa OU 3 Não fazer nada para não desmanchar a família? 4 Dar queixa e separar-se do marido 77 NS 99 NR 152) O governo já está fazendo reserva de vagas em empregos públicos para negros, porque eles têm tido menos oportunidades do que os brancos de conseguir bons empregos. Antes dessa mudança, para conseguir esses empregos públicos as pessoas faziam os mesmos testes ou concursos, e as que tinham os melhores resultados conseguiam o emprego. Agora os negros têm garantido alguns bons empregos públicos, mesmo que seus resultados nos testes e concursos não sejam os melhores. O(a) Sr(a) é contra ou a favor dessa nova lei do governo: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Contra 2 A favor 77 NS 99 NR 153) 88 NA 154) Vou ler outra vez várias frases e para cada frase eu gostaria que o(a) Sr(a) dissesse se concorda muito, concorda um pouco, discorda um pouco ou discorda muito. (DAR CARTÃO 10 na mão do entrevistado) (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA)
142
5 Concorda muito 2 Discorda um pouco
4 Concorda um pouco 1 Discorda muito
3 Nem concorda nem discorda
NÚMERO DA RESPOSTA
a) Toda raça tem gente boa e gente ruim, isso não depende da cor de pele. b) As coisas que os pretos sabem fazer melhor são a música e os esportes. c) Se pudessem comer bem e estudar os pretos teriam sucesso em qualquer profissão. d) Se Deus fez raças diferentes é para que elas não se misturem.
NS
NR
77
99
77
99
77
99
77
99
155) Na sua opinião, os pretos têm preconceito de cor contra os brancos? (Se sim) Muito ou pouco? (ESTIMULADA E ÚNICA) 3 Muito 2 Pouco 1 Não 77 NS 99 NR 156) Se o(a) Sr(a) não tem filha, eu gostaria que o(a) Sr(a) imaginasse que uma filha sua casasse com uma pessoa de cor preta. O(A) Sr(a) ... (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Não se importaria, 2 Ficaria contrariado(a) mas aceitaria OU 3 Não aceitaria o casamento? 77 NS 99 NR Agora vamos entrar na última parte do questionário e depois disso a entrevista termina. 157) Qual a sua idade? _____________ 158) Sexo do entrevistado: (não perguntar)
1 Masculino
2 Feminino
159) Até que série o(a) sr(a) estudou? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 Analfabeto / sem instrução 2 Primeiro ano do primário 3 Segundo ano do primário 4 Terceiro ano do primário 5 Quarto ano do primário incompleto 6 Quarto ano do primário/Primário completo º 7 Quinta série/1 ano ginásio º 8 Sexta série/2 ano ginásio º 9 Sétima série/3 ano ginásio 10 Oitava série incompleta/4º ano do ginásio incompleto º 11 Oitava série/4 ano ginásio/Primeiro grau completo º 12 Primeiro ano do 2 grau º 13 Segundo ano do 2 grau 14 Terceiro ano do 2º grau incompleto º 15 Terceiro ano do 2 grau/Segundo grau completo 16 Iniciou a faculdade/universidade mas não se formou Completou a faculdade/universidade: Qual o maior grau já obtido pelo(a) Sr(a), graduação, mestrado, doutorado ou pós-graduação lato-sensu? 17 Graduação/faculdade 18 Mestrado 19 Doutorado 20 Lato-sensu 21 Pós-doutorado 77 NS 99 NR
143
160) Alguém da sua família que mora na casa do(a) Sr(a) é filiado a algum sindicato? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1Sim 2 Não 3 Moro sozinho 77 NS 99 NR 161) O(A) Sr(a) é filiado(a) a ...........? (ESPONTÂNEA E ÚNICA PARA CADA ITEM DA BATERIA) Sim
Não
NS
NR
a) Associação patronal
1
0
77
99
b) Associação de trabalhadores rurais
1
0
77
99
c) Associação de proprietários de terras/fazendeiros
1
0
77
99
162) Atualmente, qual é a situação profissional do(a) Sr(a): (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: LEIA as alternativas pausadamente. Quando for o caso faça a pergunta do sub-item) 1 EMPREGADO ASSALARIADO 2 AUTÔNOMO / CONTA PRÓPRIA 3 PROFISSIONAL LIBERAL 4 EMPREGADOR/EMPRESÁRIO AJUDA ALGUÉM DA FAMÍLIA EM SEU TRABALHO OU NEGÓCIO 51 Com remuneração OU 52 Sem remuneração Aprendiz ou estagiário 61 Com remuneração OU 62 Sem remuneração 7 Estudante (pule para p/ 169) 8 DESEMPREGADO (PULE PARA P/ 168) 91 Aposentado por tempo de trabalho (pule para p/ 169) 92 Aposentado por invalidez (pule para p/ 169) 10 Dona de casa (pule para p/ 169) 66 Outro, (p.ex. pensionista) (especificar) ____________________ 77 NS (pule p/ 169) 99 NR (pule p/ 169) 163) O(a) Sr(a) trabalha quantas horas POR DIA em média? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) ___________________ número de horas
77 NS
88 NA
99 NR
164) Qual a sua ocupação, o que o(a) Sr(a) faz no trabalho? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) [explorar bastante]
__________________________________________________ 77 NS
88 NA
99 NR
165) O seu emprego ou trabalho é como: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Funcionário/Servidor público 2 Funcionário/empregado de companhia/ proprietário de empresa particular 3 No terceiro setor, ONGs OU 4 Autônomo / Conta própria 66 Outro: ______________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 166) E qual é o setor da economia: (ESTIMULADA E ÚNICA)
144
1 Setor primário: agricultura, pecuária, pesca 2 Setor secundário: indústria, construção, mineração 3 Setor terciário: transporte, comunicações, , comércio e vendas, educação, serviços pessoais, administração pública, forças armadas, outros serviços, concessões públicas, setor financeiro, de seguros, setor imobiliário, entretenimento, cultura, recreação, esporte. 66 Outro: _________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 167) O(a) Sr(a) está preocupado em perder o emprego/trabalho nos próximos 6 meses? 1 Sim 0 Não 77 NS 88 NA 99 NR 168) O(a) Sr(a) esteve sem emprego nos últimos 6 meses? 1 Sim 0 Não 77 NS 88 NA
99 NR
169) O(a) Sr(a) é: (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Uma pessoa que tenha se divorciado ou separado, mas que atualmente seja casada ou amigada, entra como casada ou amigada) 1 Casado(a) 6 Amigado(a) (casado na prática mas não no papel) 2 Solteiro(a) (pule p/ 175) 3 Divorciado(a) (pule p/ 175) 4 Separado(a) (pule p/ 175) OU 5 Viúvo (a) (pule p/ 175) 66 Outro _____________ 77 NS (pule p/ 175) 99 NR (pule p/ 175) 170) Atualmente, qual é a situação profissional da(o) sua (seu) esposa (marido): (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: LEIA as alternativas em negrito, pausadamente. Quando for o caso faça a pergunta do sub-1 EMPREGADO ASSALARIADO 2 AUTÔNOMO / CONTA PRÓPRIA 3 PROFISSIONAL LIBERAL 4 EMPREGADOR/EMPRESÁRIO AJUDA ALGUÉM DA FAMÍLIA EM SEU TRABALHO OU NEGÓCIO 51 Com remuneração OU 52 Sem remuneração Aprendiz ou estagiário 61 Com remuneração OU 62 Sem remuneração 7 Estudante (pule para p/ 169) 8 DESEMPREGADO (PULE PARA P/ 168) 91 Aposentado por tempo de trabalho (pule para p/ 169) 92 Aposentado por invalidez (pule para p/ 169) 10 Dona de casa (pule para p/ 169) 66 Outro, (p.ex. pensionista) (especificar) ____________________ 77 NS (pule p/ 169) 99 NR (pule p/ 169) 171) Quantas horas POR DIA em média ele(a) trabalha? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) ___________________ número de horas
77 NS
88 NA
99 NR
172) Qual a ocupação da(o) sua (seu) esposa (marido)? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) [explorar bastante]
145
___________________________________________
77 NS
88 NA
99 NR
173) O emprego da(o) sua (seu) esposa (marido) é como: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Funcionário/Servidor público 2 Funcionário/empregado de companhia/ proprietário de empresa particular 3 No terceiro setor, ONGs OU 4 Autônomo / Conta própria 66 Outro: ______________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 174) E qual é o setor da economia onde trabalha a(o) sua (seu) esposa (marido): (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Setor primário: agricultura, pecuária, pesca 2 Setor secundário: indústria, construção, mineração 3 Setor terciário: transporte, comunicações, , comércio e vendas, educação, serviços pessoais, administração pública, forças armadas, outros serviços, concessões públicas, setor financeiro, de seguros, setor imobiliário, entretenimento, cultura, recreação, esporte. 66 Outro: _________________________ 77 NS 88 NA 99 NR 175) Qual é a sua renda mensal? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) R$ _____________
0 sem renda
1 NS
2 NR
176) Somando a renda de todas as pessoas que moram na sua casa, qual é a renda familiar? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) R$ _____________
0 sem renda
1 NS
2 NR
177) Contando com o(a) Sr(a), quantas pessoas moram na sua casa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ou mais(especificar): ____ 77 NS 99 NR 178) Quantos filhos com menos de 18 anos o(a) Sr(a) tem? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ou mais(especificar): ____ 88 Não tem filhos (pule p/ 180) 77 NS 99 NR 179) O(s) filho(s) do(a) Sr(a) estuda(m) ou estudara(m) em escola pública ou particular? (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Escola pública 2 Escola particular 3 Em escola pública E particular 4 Eles ainda não estudam/Nunca estudaram 77 NS 88 NA 99 NR 180) O(a) Sr(a) estuda ou estudou em escola pública ou particular?(ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Escola pública 2 Escola particular 3 Em escola pública E particular 4 Nunca freqüentei a escola 77 NS 99 NR 181) Quando o(a) Sr(a) tem algum problema de saúde, o(a) Sr(a): (ESTIMULADA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: Aceitar a resposta 3: ambos como espontânea) 1 Vai ao hospital público /posto de saúde OU 2 Vai ao hospital particular /clínica/consultório 3 Vai aos hospitais público E particular 77 NS 99 NR 182) Eu vou ler uma lista de religiões para que o(a) Sr(a) indique qual delas é a sua. (ESTIMULADA
146
E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: LEIA DEVAGAR, nesta ordem. Nunca pergunte diretamente a religião) 1 Mormom, Adventista, Testemunha de Jeová 2 Evangélica pentecostal (especificar qual igreja/denominação) ________________________________ 3 Evangélica não-pentecostal (especificar qual igreja/denominação) ____________________________ 4 Candomblé 5 Umbanda 6 Espírita kardecista, espiritualista 7 Seisho-No-Iê, Messiânica, Perfeita Liberdade 8 Católica 9 Judaica 10 Budista 11 Santo Daime, Esotérica, OUTRA RELIGIÃO (especificar) _______________________________ 12 Não tem religião 13 É ateu/Não acredita em Deus(pule p/ 186) 77 NS 99 NR 183) Com que freqüência o(a) Sr(a) reza ou faz orações em casa: (ESTIMULADA E ÚNICA) 5 Várias vezes por dia 4 Uma vez por dia 3 Algumas vezes por semana 2 Menos de uma vez por semana OU 1 Nunca 7 Raramente 77 NS 88 NA 99 NR 184) Com que freqüência o(a) Sr(a) vai à missa ou culto religioso? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 5 Mais de uma vez por semana 4 Uma vez por semana 3 Uma ou duas vezes por mês 2 Algumas vezes por ano 1 Raramente 88 NA 77 NS 99 NR 185) O(A) Sr(a) se considera uma pessoa: ... (ESTIMULADA E ÚNICA) 4 Muito religiosa 3 Religiosa 2 Um pouco religiosa OU 1 Nada religiosa 77 NS 88 NA 99 NR 186) Na casa do(a) Sr(a) o português é a única língua falada ou vocês falam outra língua em casa? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 O português é a única (pule p/ 188) 2 Há outra língua (especificar) ____________________ 77 NS 99 NR 187) Qual das línguas é a falada na maior parte do tempo na casa do(a) Sr(a)? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) 1 O português 2 A(s) outra(s) 88 NA 77 NS 99 NR 188) Qual a sua cor ou raça? (ESPONTÂNEA E ÚNICA) (INSTRUÇÃO: anotar na íntegra a resposta dada pelo entrevistado) ____________________________________________________________________________ ________________________________________________________
77 NS
99 NR
189) O IBGE - instituto que faz os censos no Brasil - usa os termos preto, pardo, branco, amarelo e índio para classificar a cor ou raça das pessoas. Qual desses termos descreve melhor a sua cor ou raça: (ESTIMULADA E ÚNICA) 1 Preto 2 Pardo 3 Branco 4 Amarelo 5 Índio 77 NS 99 NR
147
190) De qual país ou lugar o(a) Sr(a) acha que os seus antepassados vieram? (ESPONTÂNEA E MÚLTIPLA) Sim
Não
NS
NR
a) Portugal
1
0
77
99
b) Espanha
1
0
77
99
c) Itália
1
0
77
99
d) Alemanha
1
0
77
99
e) Brasil
1
0
77
99
f)
Japão
1
0
77
99
g) África
1
0
77
99
h) Europa
1
0
77
99
i)
Turco/Sírio-libanês
1
0
77
99
j)
Países árabes
1
0
77
99
k) Índio brasileiro
1
0
77
99
l)
Estados Unidos
1
0
77
99
m) América do Sul
1
0
77
99
n) América do Norte
1
0
77
99
o) América Central
1
0
77
99
p) Outro: ________________
1
0
77
99
191) O(A) Sr(a) possui: (ESTIMULADA E ÚNICA PARA CADA ITEM) Sim
Não
NS
NR
NA
a) Registro de autônomo – INSS
1
0
77
99
-
b) Conta em banco
1
0
77
99
-
c) CPF ou CIC
1
0
77
99
-
d) Certidão de nascimento
1
0
77
99
-
e) Certidão de casamento
1
0
77
99
-
f)
1
0
77
99
-
g) Carteira de motorista
1
0
77
99
-
h) Carteira de trabalho
1
0
77
99
-
1
0
77
99
88
1
0
77
99
88
i) j)
Carteira de identidade
Título de propriedade da casa onde o(a) Sr(a) mora/ escritura Certificado de reservista (APENAS PARA OS HOMENS)
192) Para terminar eu gostaria de ouvir sua opinião sobre o questionário. O que o(a) Sr(a) achou do questionário: longo, interessante, chato ou importante? Você pode dar mais de uma resposta. Sim
Não
NR
148
a) Longo
1
0
99
b) Interessante
1
0
99
c) Chato
1
0
99
d) Importante
1
0
99
e) Outro: ______________________
1
0
99
MUITO OBRIGADO PELA SUA ATENÇÃO E COLABORAÇÃO. GOSTARIA DE LEMBRAR QUE UMA OUTRA PESSOA, UM SUPERVISOR, PODE VIR À SUA CASA OU TELEFONAR PARA CONFERIR ALGUMAS INFORMAÇÕES E PARA SABER SE EU FIZ A ENTREVISTA DE FORMA CORRETA. ENTÃO, NÃO SE PREOCUPE SE MAIS ALGUÉM DA NOSSA EQUIPE PROCURAR POR VOCÊ. HORÁRIO DE FINALIZAÇÃO DO QUESTIONÁRIO: :
149
A amostra do ESEB
150
PENDÊNCIAS 1) Explicar os porquês de centrar em zero e fazer varia de –1 a +1 todas as variáveis explicativas.
151