CONGRESSO NACIONAL DAS NOVAS COMUNIDADES
Cerca de 1.650 pessoas participaram do XII Congresso Nacional das Novas Comunidades, sediado no Colégio Santo André nos dias 24, 25 e 26 de julho. O evento é uma iniciativa da Catholic Fraternity, organismo reconhecido pelo Vaticano, que congrega as novas comunidades de todo o mundo, tendo carismas próprios que surgiram da Renovação Carismática Católica. Página 7
Esclarecimento aos fiéis da Diocese de São José do Rio Preto Página 14
CIRCULAÇÃO NACIONAL
JORNAL
AGOSTO/2015
ANO 16
Nº 209
Diocese de São José do Rio Preto/SP - EDIÇÃO REGIONAL -
A vida religiosa e consagrada Veja artigo de Dom Tomé na Página 2
NeoCaTeCUMenaTo - MS
A VERDADE. Carta de Dom Odilo ao jornal Diário da Região Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
São Paulo, 03.08.2015
Jovens passam em peregrinação por Rio Preto
Página 6
Ao Jornal DIÁRIO DA REGIÃO a/c Sr. Roberto Buzzini e Sr. Milton Rodrigues Rua João Batista Vetorazzo, 50 (Distrito Industrial) CEP 15035-470 - SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP Prezados senhores, Tomo ciência de que o Jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, publicou em mais de uma ocasião que o arcebispo de São Paulo teria feito, ou estaria fazendo, uma “sindicância” (“investigação”) sobre o bispo diocesano de São José do Rio Preto, Dom Tomé Ferreira da Silva, “a mando do Vaticano” (cf. ed. de 14.06.2015 e 28.06.2015). Esclareço e afirmo, a bem da verdade, que a informação não procede: não estou conduzindo nenhuma “sindicância” ou “investigação” sobre Dom Tomé Ferreira da Silva, nem recebi nenhum encargo da Santa Sé (Vaticano) nesse sentido. Fiz uma visita privada e fraterna ao bispo de São José do Rio Preto nos dias 5 e 6 de maio passado, depois de ter combinado com ele a data da visita.
PasToral BÍBliCo-CaTeQUÉTiCa
Naquela mesma ocasião, além de conversar com o próprio bispo, também tive contato com outras pessoas (bispos, padres e leigos) e pude constatar a inconsistência das suspeitas ou acusações contra o bispo de São José do Rio Preto, divulgadas por autores de falsa identidade, ou de maneira anônima. Não visitei nenhuma instituição bancária em São José do Rio Preto.
Congresso Internacional de Catequese Página 7
Nutro a convicção de que esse Jornal está claramente interessado em informar sobre a verdade dos fatos. Portanto, em nome da verdade, peço que este meu esclarecimento seja publicado na íntegra pelo Jornal. Informo que uma cópia desta carta também está sendo enviada nesta data a Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo de São José do Rio Preto. Aceitem minha respeitosa saudação:
Cardeal Odilo Pedro Scherer Arcebispo de São Paulo
A Ação de Satanás Artigo de Dom Júlio Endi Akamine na Página 10.
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SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
DIOCESE 86 ANOS
AGOSTO/2015
A vida religiosa e consagrada, um caminho que conduz a felicidade “Não estamos no centro, estamos, por assim dizer, ‘deslocados’, estamos a serviço de Cristo e da Igreja.” (Papa Francisco) PALAVRA DO BISPO
Na escuta da Vontade de Deus, no processo de discernimento vocacional, os adolescentes e jovens, homens e mulheres, devem se perguntar se Deus os chama para um seguimento especial a Nosso Senhor Jesus Cristo, através da Vida Religiosa e Consagrada, um modo e caminho especial para viver a vida cristã e deixá-la produzir muitos e bons frutos de santidade. No contexto do mês vocacional, agosto, recordamos os religiosos e consagrados, homens e mulheres, que das mais diversas formas, seguem a Nosso Senhor Jesus Cristo pobre, casto e obediente. A Diocese de São José do Rio Preto “deve” muito aos religiosos que fizeram e fazem parte de sua história. Neste Ano da Vida Consagrada, convocado pelo Santo Padre o Papa Francisco, nos unimos aos religiosos e consagrados presentes na nossa Diocese na oração e no coração, compartilhando dos seus desafios, conquistas, esperanças, alegrias e provações. O Decreto do Concílio Vaticano II “Perfectae Caritatis”, sobre a Vida Religiosa, afirma que “Existiram desde os primórdios da Igreja homens e mulheres que se propuseram pela prática dos conselhos evangélicos seguir a Cristo com maior liberdade, e imitá-LO mais de perto e levaram, cada qual a seu modo, vida consagrada a Deus. (...) Os religiosos consagram-se de maneira
especial ao Senhor, seguindo a Cristo, que, sendo virgem e pobre (cf Mt 8,20; Lc 9,58), pela obediência até à morte da Cruz (cf Fl 2,8), redimiu e santificou os homens. Assim, levados pela caridade que o Espírito Santo derramou em seus corações (cf Rm 5,5), mais e mais vivem para Cristo e para Seu corpo que é a Igreja (cf Cl 1,24).”(Vat. II, 1217) Os religiosos, fundados no sacramento do Batismo, mortos para o pecado, renunciando ao mundo, ao professarem os conselhos evangélicos da castidade, pobreza e obediência, respondem a um chamado divino para viverem unicamente para Deus, através de uma consagração singular. É a Igreja que aceita esta doação de si feita pelos religiosos, por isto eles estão a seu serviço. Na Igreja, o serviço de Deus faz do religioso um participante do aniquilamento de Cristo (cf Fl 2, 7-8) e um conduzido pelo Espírito (cf Rm 8, 1-13), proporcionando-lhe viver as virtudes da humildade, obediência, fortaleza e castidade, entre outras. “Os religiosos, fiéis à sua profissão, abandonando tudo por Cristo (cf Mc 10,28), sigam-NO (cf Mt 19,21), como único necessário (cf Lc 10,42), ouvindo-lhe as palavras (cf Lc 10,39) e preocupando-se com o que é d’Ele (cf 1 Cor 7,32). (Vat II, 1235). Os consagrados, “procurando antes de tudo e tão somente a Deus, devem unir a contemplação, pela qual aderem a Deus, com o espírito e o coração, ao amor apostólico, pelo qual se esforçarão por associar-se à obra da Redenção e por dilatar o Reino de Deus” (Vat II 1236). Numa sociedade erotizada, vivendo na castidade, por causa do Reino dos Céus (cf Mt 19,12), um dom da graça divina, os religiosos experimentam a liberdade do coração
(cf 1 Cor 7, 32-35) e se tornam profetas da santidade e dignidade do corpo humano. Através do empobrecimento voluntário, de fato e de espírito, os religiosos participam da pobreza de Cristo que de rico se fez pobre, a fim de nos enriquecer (cf 2Cor 8,9; Mt 8,20), possuindo apenas tesouro no céu (cf Mt 6,20), vivendo do trabalho e da confiança na Providência Divina (cf Mt 6,25). Pela obediência, os religiosos oferecem a Deus a “dedicação da própria vontade como sacrifício de si próprios”, a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, que em tudo fez a Vontade do Pai (cf Jo 4,34; 5,30; Hb 10,7). Na comunhão com os superiores, servem a Igreja, “contribuindo com as forças da inteligência e da vontade, com os dons da natureza e da graça, na execução dos preceitos e no cumprimento das tarefas a eles confiadas, sabendo que colaboram na edificação do Corpo de Cristo segundo os desígnios de Deus”. (Vat II 1260) Proponho aos nossos adolescentes e jovens que não tenham receio de ouvir e responder afirmativamente ao convite de Nosso Senhor Jesus Cristo para seguirem a Ele através da Vida Religiosa e Consagrada, um caminho conduz à perfeição da vida cristã e à felicidade. Aos religiosos e religiosas presentes na Diocese de São José do Rio Preto, ou que já trabalharam entre nós, ou que são originários desta Igreja Particular, o nosso amplexo e votos de graça e paz! Confio-me às suas preciosas orações. + Tomé Ferreira da Silva
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto
EXPEDIENTE
O Jornal “Diocese Hoje” é editado pela Fundação Mater Ecclesiae. Fundador: Donizeti Della Latta E-mail: jornaldiocesehoje@hotmail.com Endereço: Avenida Constituição, 1372 - São José do Rio Preto/SP Fone: (17) 2136.8699 Diretor Responsável: Dom Tomé Ferreira da Silva EQUIPE DE REDAÇÃO: Pe. Roberto da Silva Bocalete e seminarista Paulo Henrique de Castro. Colunistas: Pe. Hallison Henrique de Jesus Parro, Priscila Basso Castelar Vieira, Pe. Rafael Dalben Ferrarez, Pe. Roberto Bocalete, Coronel Jean Charles Serbeto, Pe. José Eduardo Vitoreti, Carlos Nascimento e Pe. Leonel Brabo. Colaboradores - edição de agosto/2015: Irmã Lina Boff, Rosilene Berigo, Pe. Alexandre Ferreira dos Santos, João Henrique Coelho, Elza Pastrello, Pe. Reginaldo Angelotto, Jacyr Costa Filho, Caio Vinícius Podenciano, Castilho, Franciele Barboza, Geni Ferracini, Dom Julio Endi Akamine, André Botelho, Ordem dos Frades Menores, Pe. Leandro Luis Bernardes e as Irmãs: Suely Perinélli, Irene Gomes da Silva,Maria José Mello Maria, Pe. José Eduardo Vitoreti, Pe. Rafael Rodrigo, Pe. Rafael Dalben, Anderson Freitas, Harley Pacola, profa. Mestra Valdete Belon Basaglia, Donizeti Della Latta e Robert Ishizawa. * Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.
Ser Pai hoje
O laço que nunca se desfaz
Ser pai é um papel relevante e importante dentro da família e da sociedade. É uma arte que envolve sentimentos gratificantes àquele que cuida dos seus, segundo a palavra do Senhor. E mais: envolve cuidado, proteção, companheirismo e muito amor. Na infância, o pai é fundamental na formação da personalidade do filho. A paternidade é uma missão divina, que coloca o ser humano próximo de seu criador, pois assim como o Ser Supremo que nos guia, o pai tem o papel de protetor e de guia do filho, encaminhando-o no trilhar dessa existência. Os questionamentos que chegam com a adolescência dos filhos são grandes desafios, porém temos que enxergar como momento único de diálogo, acompanhamento, orientação e entendimento da família. O bom pai busca sempre o que é espiritualmente melhor para o seu filho. Na fase adulta, o filho certamente tratará as outras pessoas da mesma maneira como foi criado. Nesse estágio da vida, o pai deve estar sempre disponível para quando o filho precisar de conselhos, apoio ou companhia dividindo experiências e opiniões. É nesse momento que observamos a conclusão de uma obra humana. É nesse momento que, realmente, compreendemos os desígnios de Deus ao presentear os homens com a vocação e o dom da paternidade Ser pai é se doar para outro ser humano, é amparar, é caminhar lado a lado e de mãos dadas, é desfrutar do mais puro amor e principalmente: ser um exemplo a ser seguido. Jacyr Costa Filho
Diretor da Região Brasil do Grupo Tereos
Distribuição gratuita Distribuído nas cidades de Adolfo, Altair, Álvares Florense, Américo de Campos, Bady Bassitt, Bálsamo, Buritama, Cedral, Cosmorama, Floreal, Gastão Vidigal, Guapiaçu, Ida Iolanda, Jaci, José Bonifácio, Lourdes, Macaubal, Magda, Mendonça, Mirassol, Mirassolândia, Monções, Monte Aprazível, Nhandeara, Nipoã, Nova Aliança, Nova Granada, Nova Luzitânia, Onda Verde, Orindiúva, Palestina, Parisi, Paulo de Faria, Planalto, Poloni, Pontes Gestal, Potirendaba, Riolândia, São José do Rio Preto, Sebastianópolis do Sul, Tanabi, Turiúba, Ubarana, Uchoa, União Paulista, Valentim Gentil, Votuporanga e Zacarias.
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DIOCESE 86 ANOS
A VITÓRIA DE MARIA – Morte e Ressurreição –
A mulher de Nazaré que foi proclamada Mãe de Deus, venerada como Virgem, invocada como Imaculada Conceiçãoe vivida como esperança da humanidade, na figura de Nossa Senhora da Glória, tentaremos ver agora. Como foi proclamado o Dogma Em 1º de novembro de 1950, o papa Pio XII (1876-1958) declarou e definiu como verdade de fé que “a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminando o curdo de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste” (DS n. 3903). É o mais recente dos dogmas marianos e proclamado pela Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, que quer dizer: ‘generosidade, liberalidade, magnanimidade de Deus para com a humanidade’. Como a Igreja chegou a proclamar essa verdade A fé do povo, especialmente, a partir dos séculos V e VI, começou a se interessar pela questão do fim último da vida de Nossa Senhora. Não por curiosidade, mas como expressão de amor carregada de fé. Por isso, o fim de Maria não se circunscreve aos limites da morte. Ela rompe essa barreira e alcança uma plenitude de vida ressuscitada. Se a nossa vida mortal é chamada para a vida imortal e não para a morte, então a Mãe do autor da vida, o templo no qual entrou o princípio de toda a geração, deveria, mais que qualquer outra pessoa, participar do mistério inteiro da vida plena em Deus Pai, Filho, Espírito Santo. Momento Histórico No momento histórico em que foi definido e proclamado o Dogma da Assunção de Maria ao céu, a Igreja se vê no epicentro de um mundo combalido e abalado por duas grandes guerras mundiais. A primeira, que se deu de 1914 a 1918, e a Segunda Grande Guerra Mundial, a guerra do Holocausto, que começou em 1939 e só terminou em 1945, deixando consequências nefastas até em nossos dias. A Europa considerada ponto alto da civilização ocidental cristã, geme e sofre, humilhada e sem rumo, sob os destroços de seu avanço e de
seu bem-estar que foram brilhantes em seu passado. A voz da Igreja que proclama a vitória da vida sobre a morte, na pessoa de Maria, soa aos ouvidos do mundo como uma profissão de fé plenifica a humanidade e como um resgate do valor humano divino do corpo para além de todas as hecatombes mundiais e o poder despótico dos poderosos deste mundo sobre os povos. A mesma humanidade que não mais crê em si própria pode canalizar o potencial de fé que ainda lhe resta, em direção àquela mulher assunta ao céu, que representa esta humanidade abatida e vê-la, vitoriosa, junto de Deus, recuperando a esperança de todos os povos. O que fala o documento sobre essa verdade O documento define o seguinte: Maria participa, intimamente, da glória do Filho, assim como participou de Sua vida, da perseguição e da morte. Explicita que o significado teológico e vital do Dogma da Assunção apresenta fundamentos bíblicos implícitos. Estes, no entanto, não partem da letra mesma dos textos, mas da Escritura já interpretada pela grande Tradição da Igreja. Os padres antigos, os teólogos, os oradores sacros, ilustram sua fé na Assunção e se servem, com certa liberdade, dos feitos e dos ditos da Escritura de forma indireta, mas apoiados na fé das comunidades que cultuam a Assunta. Ou seja, eles se servem dos textos escriturísticos para mostrar como essa graça de Maria encontra seu fundamento último na revelação divina daquilo que nos foi deixado escrito e na experiência da comunidade de fé. Como viver a Escatologia Mariana Em primeiro lugar, deve-se levar em conta que, quando afirmamos que Maria foi assunta ao céu em corpo e alma, enfatiza-se o caráter totalizante e completo da glorificação mariana. Não apenas a alma a interioridade e a transcendência humanas participam da plenitude da vida no Reino, mas também a corporalidade, isto é, nosso enraizamento terrestre, nosso peso material e carnal, nosso relacionamento humano, cósmico e
histórico glorificados pela ressurreição. A mulher toda se vê envolvida na absoluta realização. Em segundo lugar, ter em mente a verdade de que, pela ressurreição e pela assunção, o corpo vem resgatado de toda a sua ambiguidade. Ele será motivo de bênção. Não é mais uma muralha que nos separa de Deus, do outro e do mundo que conhecemos durante nossa peregrinação terrenal. É porta aberta para a comunhão, é transparência e veículo de graça, de bondade e de amor puro. Em Maria, tudo sempre foi puro e santo pela presença do Espírito Santo. A Ressurreição e Assunção de Maria Santíssima ao céu na glória do Deus Uno e Trino, reassumiram essas realidades e as consumaram em sua máxima plenitude. Finalmente, só o apóstolo Paulo (5-67) nos deixa entrever o novo céu e a nova Terra: “Nenhum olho jamais viu, nenhum ouvido jamais ouviu, nenhum coração jamais penetrou o que Deus preparou para os que o amam” (1 Cor 2,9). Os mitos da inferioridade feminina e da mulher como primeira responsável pela entrada do pecado no mundo estão, definitivamente banidos do horizonte da humanidade, quando a verdade é que em uma mulher se vê glorificada a condição de todas as mulheres e, portanto, de toda a humanidade. A Mariologia do Concílio Vaticano II em Puebla Com o Concílio Vaticano II (1962-1965), e, posteriormente, com a Terceira Conferência-Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Puebla (1979), no México, iniciou-se outra impostação da Mariologia. Além dos aspectos antropológicos, ecumênicos, eclesiológicos e pneumatológicos, ocorreram mudanças nos modelos de aproximação da figura de Maria. Começou-se a sublinhar mais a categoria do serviço do que a do privilégio; mais o aspecto comunitário que o individual; inseriu-se mais um interesse pastoral existencial que um interesse de aprofundamento teológico sistemático propriamente dito sem uma prática pastoral evangelizadora consequente. Ou, mais exatamente, houve um interesse
por um aprofundamento teológico sistemático, mas sempre em vista da prática pastoral e atenta à fé que brota das comunidades. Entrou, especialmente na América Latina, a dimensão profético-libertadora. Esse dado despertou um grande interesse que se começou a atribuir ao cântico da Magnificat uma dimensão libertadora na linha do modo de se fazer teologia naquele momento. Não só, mas ver em Maria a Mãe dos pobres e dos oprimidos. Puebla, na sua breve síntese sobre Maria, Mãe e modelo da humanidade, oferece-nos um exemplo das novas perspectivas mariológicas. O documento refere-se ao povo e à Igreja, confiados na participação de Maria na poderosa intercessão de seu Filho Jesus. Nessa concepção, Nossa Senhora espera superar as estruturas do pecado na vida pessoal e social e obter a “verdadeira libertação que vem de Cristo Jesus” (Documento de Puebla n. 281) A Maria do Magnificat foi a mais cultuada por nossas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), sendo a grande inspiradora do compromisso social delas, até nossos dias. Os novos movimentos estão indo na mesma direção.
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Para uma conclusão Dogmática Mariana Os quatro dogmas são como grandes afrescos de Marias e ícones expressivos da história da Salvação, na qual ela participa e celebra com: • Sua maternidade divina, que fala do mistério da Encarnação do Filho de Deus e filho de Maria; • Sua virgindade, que proclama a potência de Deus, criando outra humanidade e outra criação; • A Imaculada Conceição fala da primazia da graça de Cristo que supera o mal e o pecado; • Finalmente, a Assunção ao céu se refere à ressurreição como glorificação e total da humanidade na Trindade. Para finalizar este artigo, cito alguns versos da maravilhosa canção “Pelas estradas da vida” de M. de Espinosa: Pelas estradas da vida, Nunca sozinho estás, Contigo pelo caminho, Santa Maria vai. ó vem conosco, vem caminhar, Santa Maria vem! (bis) [...] Se parecer tua vida inútil caminhar, Lembra que abres caminho, Outros te seguirão.
Irmã Lina Boff
Professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Faculdade de Teologia do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ).
Site da Diocese: http://bispado.org.br/
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Nova Granada: Igreja Matriz restaurada
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
AGOSTO/2015
EVANGELHO DE MARCOS
Mc 2,1-12 –
O perdão dos pecados
No dia sete de agosto, aconteceu, em Nova Granada, a Missa de Dedicação da Igreja Matriz de São Benedito, que foi entregue aos fiéis em uma cerimônia belíssima, dirigida por Dom Tomé Ferreira da Silva, com a presença de padres e seminaristas, além dos fiéis que lotaram a igreja. História A Igreja Matriz, já transformada em paróquia desde 1926, foi idealizada, junto com a comunidade, pelo padre Benjamim Mallo, com apoio do bispo Dom Lafayete Libânio. A planta, em estilo gótico, foi feita pelo engenheiro Erick Von Trexler, com uma nave principal e duas laterais, com 16 metros de largura e 45 metros de comprimento. Os trabalhos foram iniciados em 1933 e finalizados em 1947. A data oficial de sua inauguração é 4 de agosto de 1947. Restauração A Matriz passou por um processo de restauração e reforma, que começou há quase dois anos. Esse projeto foi iniciado pelo padre José Aparecido Gonzaga que, com a preocupação de preservar e revitalizar a história e memória da igreja em Nova Granada, idealizou resgatar, o máximo possível, suas características originais. Após a transferência do padre Gonzaga, quem assumiu o projeto foi o padre Pedro da Silva, que retornava à Diocese depois de um trabalho de 10 anos em Rondônia. Padre Pedro, com sabedoria e firmeza, juntamente com a comissão
de restauração e reforma e com o apoio da comunidade, iniciou os trabalhos em 14 de outubro de 2013. No momento da entrega das chaves a Dom Tomé, padre Pedro disse: “Hoje, com o coração em festa, apresentamos ao senhor bispo o término da primeira e maior etapa dos trabalhos, dando louvores ao Senhor e recordando as diversas reuniões de planejamento, os acertos e os erros, as alegrias e as preocupações. Isso foi possível graças à contribuição generosa de cada um”. Para honrar os mártires e santos e fazer memória de seu amor a Deus e de sua dedicação à causa da Igreja, foram colocadas, no novo altar, as relíquias dos mártires espanhóis Vitorina e Nectário, São João Paulo II, beato Mariano de La Mata Aparício e Madre Assunta Marchetti. Segundo padre Pedro, a próxima etapa do trabalho será o restauro completo do presbitério, exemplo maravilhoso de arte com influências italianas. Texto/fotos: Rosilene Berigo rosiberigo@gmail.com
Entramos em uma nova parte do evangelho de Marcos (2,1-3,6), na qual os gestos de Jesus não provocarão apenas assombro e admiração das multidões, mas também repulsa e obstinação de seus adversários. Em artigos anteriores, verificamos que Jesus tem o poder de expulsar o demônio e de vencer o maligno (Mc 1,21-28.34b), bem como de restituir a dignidade das pessoas, por meio da cura de enfermidades (Mc 1, 29-34. 40-45). Esses sinais evidenciam, para a comunidade de Marcos e para os leitores de seu relato evangélico, a chegada do Reino de Deus e a confirmação do messianismo de Jesus de Nazaré. Nesta seção, Marcos elenca alguns oponentes do Senhor como os escribas (2,6), os escribas dos fariseus (2,16), os discípulos de João Batista (2,18), os fariseus (2, 18.24) e os herodianos (3,6). Enquanto o povo acolhe a pregação de Cristo, essas pessoas, instaladas em suas certezas e seguranças teológicas, recusam Jesus e o buscam desqualificar. Dessa forma, perceberemos, ao longo de todo o evangelho, o crescimento desse conflito que culminará na crucificação de Jesus. Em Mc 2, 1-12, o evangelista, sabiamente, escreve uma narração muito bem elaborada, ao fundir o fato da cura do paralítico a um ensinamento de Jesus sobre a remissão dos pecados. A primeira das controvérsias, portanto, combina uma cura (2,1-5a.10b-12) com um debate teológico de Jesus com os escribas (2,5b-10a). Não se trata de uma reportagem jornalística, já que a intenção do redator bíblico é oferecer-nos uma lição catequética: demonstrar que Jesus é poderoso tanto em palavras quanto em atos: seu poder para perdoar pecados é confirmado por seu poder para curar o paralítico. Segundo o Comentário Bíblico São Jerônimo, essa combinação de cura com controvérsia “tem o efeito de ligar a doença e o pecado em uma relação causal – uma relação rejeitada por Jesus em outro lugar (Lc 13,1-5; Jo 9,2-3)” (p.75). No Antigo Testamento, isso era
habitual, já que a doença e a morte eram, muitas vezes, compreendidas como consequência da ruptura com Deus (Gn 3,19; Sl 40, Ez 18,4). Para o homem bíblico, o pecado gera desarmonia na obra criadora e divisão no coração do homem, afastando-o da presença de seu Senhor e Criador. Consequentemente, o pecado é a negação da vida divina, de tal modo que o pecador morre um pouco cada vez que peca. Assim, o homem pecador sofrerá desventuras enquanto não se arrepender e suplicar por libertação (Sl 38; 51), para o restabelecimento de sua aliança com Deus. Dentro desse contexto, a saúde e a prosperidade eram um sinal de efetiva pertença ao Senhor e de obediência à sua palavra (Ex 15,26; Dt 7,15). Posteriormente, o livro de Jó questiona essa mentalidade, ao contrastar a obediência desse homem à sua situação objetiva de sofrimento. O raciocínio dos escribas (2,7) se apoia nas passagens do Antigo Testamento (Ex 34,6-7; Is 43,25; 44,22), nas quais se afirma que Deus perdoa os pecados. Vale ressaltar que todas as pretensões messiânicas de Jesus foram consideradas blasfemas (Mt 26,65; Mc 14,64), bem como sua afirmação de que tinha o poder de perdoar pecados (Mt 9,3; Mc 2,7; Lc 5,21). Por outro lado, para o Novo Testamento, o Messias é o agente do perdão divino para os homens, pois, por meio de sua palavra e de suas atitudes, gera o arrependimento e a volta ao projeto da Aliança (Mc 1, 15). O Filho do homem tem poder na terra para perdoar pecados (Mc 2,10), já que o Pai lhe concedeu o poder de julgar (Jo 5,27). Jesus não apenas declara a vontade de Deus como os profetas, mas a personifica. Enquanto Filho do homem, Jesus se fez solidário aos pecadores e, na condição de servo de Javé, tomou sobre si todos os pecados (Is 53,4ss). Um fato interessante a notar é que Jesus cura o paralítico somente pelo poder de sua palavra (Mc 2,11), o que confirma a autoridade de suas palavras a respeito do perdão. Os nomes do paralítico e dos
quatro ajudantes não são citados. Todos eles são anônimos e sem voz. Marcos, talvez, sugira aos seus leitores que essa experiência de cura e de perdão não se restringe a esses personagens, mas está aberta a todo aquele que tem fé. O paralítico, na realidade, é todo homem que não pode mover-se por si mesmo e que não tem liberdade de ação. E os quatro homens, todos aqueles que se propõem a levar os ‘paralíticos’ desse mundo a Jesus, o verdadeiro Salvador. No relato, Jesus valoriza a fé do paralítico e, em uma segunda possível interpretação, também a dos quatro homens. O reconhecimento de Jesus como Messias e Senhor é condição para o perdão dos pecados (Jo 3,1718), para a superação da paralisia existencial ou da petrificação do coração. Os escribas, sentados em sua condição de mestres (Mc 2,6), não se abrem a Jesus e, assim, não chegam à fé, que consiste em aderir ao evangelho e acolher a proposta do Reino. O que estava paralítico passa a caminhar. Assim, também acontece com todo aquele que acolhe a palavra de Cristo, pois, pela adesão a Jesus, a humanidade pecadora fica totalmente reconciliada com Deus. O perdão de Cristo é radical e total, porque torna nova a criatura e restitui-lhe integralmente suas possibilidades. Ele é sinal da compaixão do Senhor, que retira o pecador do nada do pecado, porque “o pecado é um entregar-se nos braços do nada, do não sentido” (Raniero Cantalamessa). Por fim, Jesus concebe sua vida e sua morte como gesto supremo do perdão de Deus e como remissão dos pecados (Mt 26,28), que gera, no homem, uma vida nova e de uma nova Aliança até a comunhão definitiva com o Pai. Experimentemos essa palavra de Jesus como dirigida a nós, quando os nossos limites e pecados falarem mais alto: Levanta-te e anda! Pe. Hallison Henrique de Jesus Parro
Catedral de São José
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Senhor Bom Jesus, uma devoção de toda a Igreja
Historicamente, a devoção aoSenhor BomJesus parece possuir suasraízes em Portugal, de onde foi levada aos países de colonização portuguesa, como o Brasil. Trata-se de uma prática religiosa muito antiga, que participa da memória de diferentes localidades, de todos os estados brasileiros. Segundo pesquisadores sobre a devoção do Senhor Bom Jesus no Brasil, os primeiros vestígios do culto ao Senhor Bom Jesus em terras brasileiras remonta ao século XVII, organizando-se junto com os primeiros lugarejos que se tornaram cidades importantes. O Senhor Bom Jesus é invocado pelos fiéis sob diversas denominações: dos Castores, das Paineiras, do Bonfim, da Lapa, de Pirapora, dos Aflitos, dos Martírios, dos Passos,
Floreal.
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da Cana Verde. Somente no Brasil, ele é o titular de mais de 200 igrejas, algumas delas basílicas ou santuários nacionalmente famosos. Sob essa comovedora invocação, veneram-se imagens de nosso Divino Redentor, especialmente, voltadas ao mistério de sua Paixão e Morte, destacando o aspecto da representação vivenciada do próprio drama do Calvário. Em sua maioria, apresentam Nosso Senhor à devoção dos fiéis, ou de pé, com um manto de púrpura e a coroa de espinhos, ou pregado na Cruz. No caso do Bom Jesus dos Castores, em Onda Verde/SP, de pé, com o manto marrom preso na cintura e uma cana por entre as mãos amarradas. Mas há também numerosas imagens do Bom Jesus do Horto, representando Nosso Senhor em sua agonia no Jardim das Oliveiras, Bom Jesus dos Passos, em sua subida ao Monte Calvário, Bom Jesus da Coluna, no momento da flagelação do Senhor, e assim por diante. O fato é que tais imagens referem-se a Jesus descrito nas passagens evangélicas de Mateus 27,26-31, Marcos 15,15-20 e João 19,1-5.
Monte Aprazível.
Por sua representação, nas aflições, os milhares de devotos e romeiros recorrem a Jesus, vendo nEle o Homem das dores, identificado com todo o sofrimento humano. Assim, pode-se afirmar que Ele é o Homem da compaixão, da bondade e do perdão. Ele quer um mundo de justiça, de misericórdia e reconciliação. Enfim, é importante destacar que sempre ressaltando a dor e a suma bondade do Senhor Jesus, que sofreu e se entregou à morte por amor a toda a humanidade, já no século IV, os romeiros e romeiras à Terra Santa visitavam em Jerusalém, de maneira informal, os lugares santos onde aconteceram sua Paixão e Morte. Esse costume transformou-se nos exercícios de via-sacra e de caminhada de fé e penitencial praticados hoje, especialmente na Quaresma e no dia 6 de agosto de cada ano, no qual verdadeira multidão é atraída às igrejas e santuários dedicados ao Senhor Bom Jesus. Pe. Alexandre Ferreira dos Santos
Reitor do Santuário Diocesano Senhor Bom Jesus dos Castores - Onda Verde/SP
Paulo de Faria.
5 AliMenTaÇÃo SaUdÁVel
Macarrão com brócolis ao molho branco
Ingredientes: - 500 gramas de macarrão integral; - 1 maço de brócolis - 4 xícaras (chá) de leite desnatado - 2 colheres (sopa) de manteiga - 4 colheres (sopa) de cebola picada - 4 colheres (sopa) de farinha de trigo - Sal e noz-moscada a gosto Modo de Preparo: 1. Limpe o brócolis e cozinhe no vapor. Reserve. 2. Cozinhe o macarrão conforme as instruções da embalagem. 3. Para o molho branco: Refogue a cebola na manteiga; Dissolva a farinha no leite frio e cozinhe por alguns minutos; Acrescente o sal e a noz-moscada. 4. Misture o brócolis com o molho já pronto e coloque sobre o macarrão. 5. Sirva em seguida. Rendimento: 6 porções O brócolis é rico em vitaminas, minerais e fibras fundamentais para garantir o desempenho adequado do sistema nervoso e imunológico, a absorção do ferro e o bom funcionamento intestinal.
Priscila Basso Castelar Vieira
Nutricionista
Potirendaba.
Votuporanga.
Zacarias.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
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Jovens do Neocatecumenato do MS passam em peregrinação por Rio Preto VOCAÇÕES
Vocação à Vida Mais de 400 jovens peregrinos do Caminho Neocatecumental, oriundos de quatro cidades do Mato Grosso do Sul, estiveram em São José do Rio Preto no dia 18 de julho para o Encontro Vocacional, que reuniu 13,5 mil jovens do itinerário, vindos de vários estados do país. O evento faz parte das atividades em preparação para a XXVIII JMJ, a ser realizada na Polônia em 2016. Acolhidos pelas comunidades do Caminho Neocatecumenal de São José do Rio Preto, eles participaram de um café da manhã no salão paroquial da Basílica de Nossa Senhora Aparecida e celebraram as Laudes, presidida por D. Tomé Ferreira da Silva. Em sua homilia, o bispo encorajou-os à missão de anunciar o Cristo Ressuscitado em meio ao mundo secularizado e às
Vocação é uma palavra muito usada em nosso meio, principalmente por nós cristãos da Igreja Católica. Há muitas pessoas dentro da própria Igreja, que, ainda, acham que vocação é algo só para padres e consagrados. No entanto, à medida que vamos aprofundando no conhecimento das coisas de Deus, vamos percebendo que vocação é muito mais do imaginamos ser. Podemos partir da própria palavra Vocação que significa chamamento. É um chamado de Deus. A Vocação é um chamado de Deus a nós para o serviço aos irmãos. É importante notarmos que não se trata de um chamado só para algumas pessoas, mas Deus chama a todos para viver, amar e servir em todos os momentos da vida.
perseguições. Em seguida, rezando e cantando, caminharam pelas ruas da cidade rumo à Praça D. José Marcondes, onde fizeram um momento de pregação e testemunho. Logo depois, reuniram-se para o almoço no salão paroquial da Paróquia São João Batista/Santuário das Almas. A passagem dos jovens foi de uma riqueza imensa para a Igreja local e para as comunidades do Neocatecumenato, encorajando e animando os irmãos que fazem o itinerário a realmente serem testemunhas fiéis do amor de Deus pelo anúncio de Jesus Cristo, que vive hoje e sempre não somente com palavras, mas com os fatos concretos de suas vidas. Colaboração:
João Henrique Coelho, Elza Pastrello e padre Reginaldo Angelotto
Comissão Regional Sul 1 realiza escola de Atualização Catequética e Assembleia da Pastoral Bíblico-Catequética De 7 a 10 de julho, no Espaço Anhanguera em São Paulo, aconteceu a Escola de Atualização Catequética do Regional Sul 1 da CNBB. O evento, promovido pela Comissão para a Animação Bíblico-Catequético, teve o objetivo de fortalecer a formação de novos catequistas e desenvolver habilidades no ministério catequético. De acordo com o presidente da Comissão Regional para Animação Bíblico-Catequética, Dom Vilson Dias de Oliveira, “o processo da escola de atualização perpassa os seguintes eixos: o caminho da interpretação da Palavra; ética e moral cristã; planejamento catequético;
eucaristia, fonte de vida e missão; entre outros. A Escola abordou os temas: “Catequese e liturgia: a fé transmitida e celebrada” - professor e padre Luís Baronto; “Jesus Cristo nos escritos Joaninos” - professor Frei Mauro Strabelli e “Catequese formadora de discípulos missionários” - professora Abadias Pereira. Aconteceu, também, uma oficina sobre “Catequese com estilo Catecumenal, refletindo sobre o Batismo”, orientada pelo professor e padre Marcelo Machado; e o estudo do documento 100 da CNBB pelo professor e padre Nei Pretto. A Escola recebeu cerca de 100 participantes: leigos, presbíteros, religiosas e
diáconos. O encerramento se deu com uma oração de envio e almoço. De 10 a 12 de julho, realizou a Assembleia de Catequese do Regional Sul 1 da CNBB. O tema de reflexão e estudo foi a Exortação Apostólica “EvangeliiGaudium”, do Papa Francisco, assessorado por Antônio Caetano Silva (Toninho), da cidade de Americana. As Sub-Regiões se encontraram para discutir os desafios e projetos para o próximo ano.Aproximadamente, 130 pessoas participaram da Assembléia. Pe. José Eduardo Vitoreti
Deus nos chama para sermos santos, vivendo nossa vocação humana como pessoas no mundo, participando de suas obras, cuidando bem delas e das pessoas e com elas sermos felizes. Podemos alcançar a graça da santidade como cristãos, vivendo a fé e dando testemunho de Jesus Cristo de nossas palavras e ações. É importante notarmos que Deus quer precisar de nosso sim, de nossa disponibilidade para continuar seu plano amoroso no mundo. O primeiro passo é Dele, chamando-nos; o segundo passo é nosso, respeita-nos e acredita em nós, e não nos chama para
sermos grandes intelectuais, poderosos e atraentes, mas nos chama para sermos seus filhos e por acreditar em nós. Ele, que nos chama, vai nos capacitando para a missão. Nós podemos assumir o chamado que Deus nos faz através da vocação laical, da vocação consagrada e da vocação sacerdotal. Os leigos são pessoas casadas, solteiras, viúvas que se comprometem em seguir Jesus Cristo, participando ativamente da vida da comunidade. Ser consagrado é ser uma pessoa que deixa de viver com sua família, deixa de construir uma família e entrega-se totalmente a Deus, vivendo em uma comunidade religiosa. O consagrado faz os votos de pobreza, castidade e obediência, colocando Deus como absoluto de sua vida, estando totalmente disponível para a missão. E, por fim, a pessoa pode ser chamada a viver a vocação sacerdotal, sendo um padre que, em sintonia com o bispo de sua diocese, procura animar as pessoas da paróquia para viver e crescer em comunidade, mediante a reflexão da Palavra de Deus, da realização dos sacramentos, principalmente da celebração da missa. Para viver bem a vocação, não esqueçamos que a vida de oração, contato íntimo e constante com Deus é fundamental para que, realmente, possamos perceber o que Ele quer de nós.
Pe. Rafael Dalben Ferrarez
Vice-reitor do Seminário Propedeutico Nossa Senhora da Paz padredalben@gmail.com
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XIII Congresso Nacional das Novas Comunidades Queridos catequistas PasToral BÍBliCo-CaTeQUÉTiCa
Louvor, adoração, formação e fraternidade são palavras que podem caracterizar o que se viveu no XIII Congresso Nacional das Novas Comunidades, celebrado entre os dias 24 e 26 de julho no Colégio Santo André, em São José do Rio Preto, SP. O evento reuniu mais de 1.650 pessoas, representantes de mais de 300 Associações e Novas Comunidades provenintes de 110 dioceses de todo o Brasil. As Novas Comunidades são realidades associativas nascidas após o Concílio Vaticano II, na década de 60, uma realidade que, no Brasil, conheceu um florescimento considerável nos últimos anos. Dentre essas novas fundações, encontra-se a Comunidade Católica Mar a Dentro, uma associação privada de fiéis, que sediou e organizou o congresso, propondo como tema “Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus” (Fil 2,5), que é também o lema que acompanha a Comunidade na celebração de seu jubileu de 25 anos de sua fundação. Juntamente com a Catholic Fraternity - Regional Brasil, que é o organismo da Santa Sé que agrega as Novas Comunidades do mundo inteiro, a Comunidade Mar a Dentro pode proporcionar esse importante momento de formação, reflexão, oração e fraternidade que, certamente, veio ao encontro das necessidades de muitos que percorrem o caminho eclesial das novas fundações. O evento contou com a presença de pregadores nacionais e internacionais, representantes do espiscopado brasileiro, como Dom Orani João Tempesta, cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém do Pará e assistente eclesiástico da Catholic
Fraternity, Dom Tomé Ferreira da Silva, bispo de São José do Rio Preto e anfitrião do evento em sua diocese, que deu grande apoio para a realização do mesmo. O arcebispo metropolitano de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva também esteve presente, além de outros bispos e arcebispos que vieram para prestigiar o Congresso e dar o seu apoio às novas comunidades. Também esteve presente o escritor e psicanalista francês Monsenhor Tony Anatrella, sacerdote e psicanalista social da Arquidiocese de Paris, consultor do Pontifício Conselho para a Família e do Pontifício Conselho para a Saúde, autor de muitas obras traduzidas em diversas línguas, inclusive o português. Da Itália, o Congresso recebeu a contribuição do Monsenhor Mauro Orsatti, doutor em ciências bíblicas, professor na Faculdade Teológica de Lugano (Suíça) e professor convidado na universidade de Cluj-Napoca (Romênia). Ele é autor de vários livros na mesma área, muitos deles traduzidos em diversas línguas, incluindo o português. Membros das Novas Comunidades e da Renovação
Carismática Católica, fundadores, co-fundadores e formadores deixaram sua contribuição fazendo colocações e trazendo a experiência de suas comunidades. Dentre eles, destacamos a presença e contribuição de Antônio Dilben Rabelo Fleming, fundador da Comunidade Mar a Dentro e de Aluísio Nóbrega, fundador da Comunidade Face de Cristo e representante da Catholic Fraternity no Brasil. O ponto alto de todo o encontro foram as celebrações eucarísticas, realizadas com muita solenidade, um forte sinal de que, na diversidade de carismas e comunidades ali representados, o elemento de unidade é Jesus Cristo e a missão da nova evangelização que Ele lhes confiou, que deve ser realizada com os mesmos sentimentos que moveram a sua missão de Salvador. O Congresso foi ainda uma forma, entre outras, de celebrar os 25 anos da Comunidade Mar a Dentro em união com as Novas Comunidades brasileiras, manifestando a todos, através do seu carisma, o desejo de servir à Igreja e aos irmãos, de criar a unidade e promover a fraternidade, trabalhando em busca do mesmo ideal: fazer com que os cristãos possam ter em si os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Desde já fica o convite para o próximo Congresso das Novas Comunidades, que será em maio de 2016 e acontecerá em Niterói – RJ, sediado pela Comunidade Católica Santos Anjos. André de Morais
1. Antes de tudo, recomeçar de Cristo significa cultivar a familiaridade com Ele, ter esta familiaridade com Jesus: Jesus recomenda-o, com insistência, aos discípulos na Última Ceia, quando Se prepara para viver o dom mais sublime de amor, o sacrifício da Cruz. Recorrendo à imagem da videira e dos ramos, Jesus diz: Permanecei no meu amor, permanecei ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se estivermos unidos a Ele, podemos dar fruto, e essa é a familiaridade com Cristo. É permanecer em Jesus! Permanecer ligados a Ele, dentro d’Ele, com Ele, falando com Ele: permanecer em Jesus. A primeira coisa necessária para um discípulo é estar com o Mestre, ouvi-Lo, aprender d’Ele. E isso é sempre válido, é um caminho que dura a vida inteira! Recordo que, na diocese (na outra diocese que tinha antes), via muitas vezes, no fim dos cursos no seminário catequético, os catequistas saírem dizendo: “Tenho o título de catequista!”. Isso não adianta, não tens nada, fizeste apenas um bocado de estrada! Quem te ajudará? Isto sim, que vale sempre! Não um título, mas um procedimento: estar com Ele; e dura toda a vida! É estar na presença do Senhor, deixar-se olhar por Ele. Pergunto-vos: Como estais na presença do Senhor? Quando ides ter com o Senhor, enquanto olhais o Sacrário, que
fazeis? Sem palavras… Mas eu falo, falo, penso, medito, ouço… Muito bem! Mas tu… deixas-te olhar pelo Senhor? Sim, deixar-se olhar pelo Senhor. Ele olha-nos, e essa é uma maneira de rezar. Deixas-te olhar pelo Senhor? Mas, como se faz? Olhas para o Sacrário e deixas-te olhar… é simples! É um pouco maçador, adormeço… Se adormeceres, adormeces! Ele olhar-te-á igualmente, olhar-te-á igualmente. Mas, teres a certeza de que Ele te olha é muito mais importante do que o título de catequista: faz parte do ser catequista. Isso inflama o coração, mantém aceso o fogo da amizade com o Senhor, faz-te sentir que Ele, verdadeiramente, olha para ti, está perto de ti e te ama. Numa das saídas que tive, aqui em Roma, por ocasião de uma Missa, aproximou-se um senhor, relativamente jovem, e disse-me: “Padre, prazer em conhecê-lo, mas eu não acredito em nada! Não tenho o dom da fé!” Ele entendia que a fé era um dom. “Não tenho o dom da fé! Que me recomenda o senhor?” “Não desanimes! Deus ama-te. Deixa-te olhar por Ele. E basta”. Continuação do discurso do Papa Francisco aos Catequistas vindos a Roma em peregrinação por ocasião do Ano da Fé e do Congresso Internacional de Catequese.
Pe. José Eduardo Vitoreti
Administrador Paroquial - Paróquia Nossa Senhora de Fátima de São José do Rio Preto
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Encontro de Jovens em Potirendaba VII Encontro de Jovens com Cristo na paróquia Senhor Bom Jesus em Potirendaba, realizado nos dias 10, 11 e 12 de julho. O evento reuniu 160 jovens que participaram de dinâmicas, palestras e momentos de oração e reflexão. Um desses momentos foi conduzido por Dom Tomé, que falou aos jovens sobre a importância de aproximar-se do amor de Deus a cada dia e da participação na vida da comunidade. Colaboração:
EJOC/Caio Vinícius Podenciano
1ª Cristoteca em Mirassol Organizada pelos Vicentinos das Comissões de Jovens do Conselho Central de Tanabi e Metropolitano de São José do Rio Preto, a 1ª Cristoteca Balada Santa, realizada no dia 25 de julho, na praça central de Mirassol, foi um sucesso. A animação ficou por conta das bandas Nova Unção, Identidade e Nação e do DJ Ita, que colocaram a galera para dançar, cantar e louvar. Colaboração:
Castilho (Conselho Metropolitano de São José do Rio Preto)
Acampamento de Férias no Redil Bom Pastor Nos dias 10, 11 e 12 de julho, cerca de 110 jovens participaram do Acampamento de Férias no Redil Bom Pastor em José Bonifácio. O evento contou com pregações, dinâmicas, apresentações teatrais e Celebrações Eucarísticas. Dom Tomé esteve presente e conduziu um momento de oração e reflexão aos participantes.
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9º Muticom (Mutirão Nacional de Comunicação
A cidade de Vitória /ES recebeu, de 15 a 19 de julho, cerca de 500 comunicadores participantes do 9º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom). O tema do encontro foi “Ética nas Comunicações”, refletindo a comunicação social com base nos valores e princípios, por meio de palestras, grupos de trabalho e apresentações de modelos de comunicação. Representando nossa diocese, Pe. Roberto Bocalete (Pascom e Jornal) e Franciele Barboza (site) estiveram presentes no encontro. O Muticom - Mutirão de Comunicação - é um projeto da CNBB, que visa a partilha de experiências, conhecimentos e ideias na área da Comunicação. Dentre os temas refletidos, algumas proposições nos chamaram atenção, sobretudo no que se refere ao problema ético atual: Comunicar é exercer um serviço - eis a raiz do problema ético. Serviço que pode ser realizado como poder e manipulação ou serviço vivido como bem e verdade. Sejamos comunicadores pautados pela ética! Na palestra de Abertura, dia 15, o Padre Gildásio Mendes apresentou reflexões sobre o mundo virtual sendo expressão da inteligência, criatividade e necessidades humanas “Temos que pensar o tempo e não o ambiente, o foco é na pessoa humana e não no espaço ou ambiente virtual”. Quando nós jogamos o tempo virtual no tempo pascal de Deus, nós nos aproximamos do evangelho, porque Deus mora neste universo de relações. Em Lucas 5, 1-11, Jesus aparece como um comunicador profundamente encarnado na sua cultura, ele chama seus primeiros discípulos e mostra-lhes qual a missão, valendo-se da sua realidade social e cultural “Avancem para águas mais profundas, lancem as redes para
a pesca”, ou seja, utilizem-se dos meios disponíveis para ir além, para ver além e prosseguir levando a Boa Nova com criatividade e dinamismo. Na Homilia de abertura, dia 16, Dom Darci Nicioli (bispo Auxiliar da Arquidiocese de Aparecida e Presidente da Comissão para a Comunicação da CNBB), falou da importância de nos aproximarmos das inquietações da humanidade, de irmos da pastoral da transmissão para a pastoral do testemunho, da interioridade para a interatividade, para que a comunicação que protagonizamos esteja ao serviço do encontro, pois somos chamados a reconstruir nossa sociedade. Em resumo, devemos ir de uma Pastoral do marketing para uma Pastoral do encontro e do testemunho. “A Comunicação Social e a construção ética do indivíduo”, foi o tema da palestra ministrada pela professora Elizabeth Barros, que abordou nosso processo de mudanças, tendo em vista que a realidade não é só aquilo que vemos, mas uma possibilidade de mudanças. A formação da subjetividade vai se constituindo com um conceito que mistura interior e exterior, individual e social, dentro e fora, mas o que nos importa é alargar a capacidade de nos comunicar, de fazer novas conexões. Segundo Elizabeth, podemos transformar, desnaturalizar modos de vida que não fazem bem as pessoas. Aquilo que não nos favorece, deve ser mudado. Postura ética solicita a reflexão, possibilita cooperação, gera um novo plano comum.Subjetividade constitui-se nas relações. A ética produz realidades e nos convoca a pensar os modos de viver. Se o instituído não nos faz viver com alegria, precisa ser mudado. Ética
é pensar também a submissão de valores que não humanizam.Como construir processos comunicacionais que gerem vida e subjetividade não subvertidas? Os efeitos do modo vivido gera vida e alegria. Élson Faxina desenvolveu o tema“A Igreja católica na mídia: análise do discurso”. A mídia determina o comportamento dos sujeitos sociais. Sendo assim, temos que ser presença para apresentar o projeto do Caminho, Verdade e Vida. Elson destacou que, ainda, fazem opção pelas matérias negativas com relação à Igreja, mesmo havendo tantas ações que poderiam ser veiculadas: uma percepção negativa da realidade. Destacou, portanto, que enquanto PASCOM precisamos apresentar a vida de nossas comunidades, os diversos trabalhos silenciosos e desconhecidos. Motivar nosso povo a interessar-se pelas ações apresentadas. Sermos simples e descomplicar. Não esquecer de apresentar história do povo da comunidade. Os comunicadores tem feito seu papel? Temos apresentado nossas ações? Ou temos pousado para as fotos? Faxina também nos advertiu que foto montada (aquela que todos se juntam e fazem cara de paisagem) não serve para nada, que devemos publicar nossas ações, trabalhos acontecendo. Também aconteceram diversos grupos de trabalhos, desenvolvendo temas mais específicos, como também interação entre os participantes. A Missa de Encerramento aconteceu no Convento da Penha. Dom Luiz Mancillha Vilela, em sua Homilia, destacou que não podemos perder de vista a razão profunda do encontro que evoca um desejo profundo de comunicação: nascemos para o encontro e precisamos trabalhar por uma cultura do encontro. Igreja foi gerada para comunicar, pois Ele disse, “Ide pelo mundo inteiro”. Há muita gente sedenta, há muita gente que, através dos meios de comunicação, poderão somar com os cristãos que são os novos pastores. Que possamos avaliar os caminhos e passos de comunicação, pois não se trata de uma época de mudança, mas uma mudança de época. Por: Pe. Roberto Bocalete e Franciele Barboza
Amigos e amigas leitores(as) de nosso Jornal: agradeço o carinho e a atenção dedicados à coluna “Pergunte e Responderemos” – conto com a interação de vocês para que, cada vez mais, possamos esclarecer nossas dúvidas de fé. Vamos a nossa pergunta do mês, feita por um de nossos leitores: Como podemos entender os sacramentos na vida da Igreja? Os sacramentos são sinais eficazes da graça, da presença salvífica de Deus a caminhar conosco, que nos toca nas diversas circunstâncias e nos inúmeros momentos de nossas vidas, nos santificando, nos aproximando de Deus, nos fazendo discípulos e seguidores de Jesus na Igreja. São sete os sacramentos e marcam com a presença de Deus o nascimento, os momentos de passagens, a comunhão e o alimento na comunidade; o compromisso, a força na enfermidade, o perdão diante da fragilidade humana e do pecado; a resposta à vocação familiar e o serviço de entrega à Igreja. Podemos enumerá-los: batismo, confirmação, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio. Baseado em um texto do Pe. Gregório Lutz, podemos entender os sacramentos com mais clareza, olhando uma vez como acontecem na Igreja. Há sempre um grupo de pessoas reunidas (comunidade), que ouvem a Palavra de Deus e a ela respondem em oração e canto. Também sempre há um rito, gestos e sinais, acompanhados por palavras que dizem o que esse gesto significa. Tal significado vai sempre além da simples ação física. A ação sacramental opera a salvação, leva a ação salvífica de Cristo, aqui e agora, a causar efeito nas pessoas que celebram o sacramento. Essa eficácia dos sacramentos é evidentemente
obra divina, que se dá através das ações simbólicas dos ministros dos sacramentos, com a cooperação da assembleia dos fiéis e, sobretudo, daqueles que recebem um sacramento. Esses devem se abrir para o dom da graça que Deus lhes quer dar no sacramento. Cada sacramento tem uma dimensão teológica e outra celebrativa, como também a prática, o agir a partir do sacramento celebrado, sob seus efeitos santificantes. Nos sacramentos, a Igreja realiza-se como sacramento para a salvação do mundo; na celebração litúrgica (dimensão celebrativa), a ação salvífica de Deus age na comunidade cristã. Dentro da dimensão teológica, podemos destacar que os sacramentos partem da páscoa de Cristo e atualizam o mistério pascal; o Espírito Santo prepara a Igreja para que se encontre com seu Senhor, preparando os corações para acolherem a Palavra e a presença de Deus; Cristo é o sacramento do Encontro com Deus e quando a comunidade celebra os sacramentos que Jesus ressuscitado nos redime. Em síntese, entendemos que os sacramentos são de Cristo porque os mistérios de sua vida são o fundamento da vida cristã. Os sacramentos são da Igreja e para a Igreja porque a Igreja é o sacramento de Cristo e porque os sacramentos constituem a Igreja. Os sacramentos são ordenados para a santificação dos humanos, para a edificação do Corpo de Cristo e, definitivamente, como manifestação de louvação ao Deus da vida. Envie também sua dúvida que poderá ser respondida na próxima edição do jornal, escreva e-mail para robertobocalete@ yahoo.com.br. Obrigado e até o mês que vem.
Pe. Roberto Bocalete
Administrador Paroquial da Paróquia São João Batista - Américo de Campos
O que é ser Avó... Netos são como heranças, você os ganha como ato de Deus. É um filho(a) sem as dores da maternidade. Não se trata de um filho apenas suposto, como o filho adotado, o neto é realmente o sangue do seu sangue, filho de filho, mais filho que o filho mesmo... Ser avó é ser mãe duas vezes. Quando chegam os netos, vamos relembrar o choro de criança que só nós avós sabemos acalentar, aqueles bracinhos ao redor do nosso pescoço, o tumulto da presença infantil e o recomeço de uma nova vida... Ah! como é bom! Mamãe e papai vão trabalhar, e até chegar o momento de ir para a escola, é a vovó que toma conta dos pequenos. Somos nós que damos as primeiras orientações religiosas, a catequese, como rezar antes das refeições, antes de dormir, levar à
missa, respeitar os idosos e também papai e mamãe. Netos são doces açucarados, que amenizam as dores da idade, alegra nosso dia a dia e traz de volta um passado feliz de quando nós acalentávamos nossos filhos. Ser avó é ser tudo em um só ser. Fazer tudo pelo neto amado, é sentir felicidade, é conhecer um amor doce e profundo. É viver de carinho
regiões do Brasil. No primeiro momento, fizeram um retiro por 5 (cinco) dias com o Padre Agostinho, Legionário de Cristo, que reside em Roma. Após esse período, o curso teve seu início com duração de trinta dias, contando com diversos conferencistas. O curso teve o seu percurso com diversos temas; um deles, que podemos destacar, é a preocupação com a formação humana, cuja tarefa nos leva a um acompanhamento muito sério e com muita dedicação a cada candidato ao sacerdócio, ter como princípio fundamental de educar, conduzir o seminarista, ajudá-lo a edificar cada vez mais com o Cristo, identificando-o com o Bom Pastor. Foi dito, ainda, que a formação é como caminhar junto com o seminarista e que a pedagogia é um trabalho, não somente uma teoria. O grande pedagogo é o grande educador. Acompanhar mão a mão, deixá-lo caminhar pouco a pouco, com o tempo vai soltando sua mão. O Educador tem que caminhar junto ao seminarista. A Educação não é uma
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A ação de Satanás e resumir nos netos o seu mundo. Quem tem a graça de ser avó ame seus netos e os trate com muito carinho! Um beijo a todas as avós... Da Vó Geni! Geni Ferracini
(Américo de Campos)
Formação para formadores dos seminaristas
Tendo em vista a preocupação de Dom Tomé com a formação dos seminaristas, no mês de julho deste ano, Padre Leonel Brabo, reitor do Seminário Maior e Padre Rafael Oliveira, assessor da Pastoral Vocacional, foram fazer um curso em Roma (Itália). Ambos fizeram uma experiência formativa para o acompanhamento dos futuros sacerdotes da nossa diocese. Tiveram presentes nesse curso, aproximadamente, 100 sacerdotes envolvidos com a formação, totalizando 35 países, sendo 10 brasileiros de diversas
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ciência, mas um acompanhamento, uma experiência. Em discussão de grupos, foi dito, conforme as experiências de cada padre formador, que é preciso ver o passo de cada seminarista, como também os conflitos que existem por diversas situações humanas e as histórias que cada um carrega em sua bagagem. A função principal do educador é ajudar o seminarista a cumprir o seu desempenho, ajudar a realizar-se.O papel do seminarista é aceitar e permitir ser ajudado, ver a formação como transformação. Assim, do ponto de vista teológico, o seminarista é chamado por Cristo, deve, portanto, identificar-se com Ele, ser o bom pastor. Cristo chama-nos para que nos transformemos em homens novos, que se figuram eternamente, para assimilarem-se a Ele. O sacerdócio é também uma transformação interior? Pe. Rafael Rodrigo
Qual é alcance da ação de Satanás e dos demônios: tem Satanás acesso aos nossos pensamentos? Pode ele controlar a nossa mente da mesma forma como ele pode – no caso das possessões – controlar o corpo? O Catecismo da Igreja Católica nos ajuda a responder a essas perguntas. O poder de Satanás não é infinito. Ele não passa de criatura poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura: não é capaz de impedir a edificação do reino de Deus. Embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, embora sua ação cause graves danos – de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física – para cada homem e para a sociedade, essa ação é permitida pela divina providência, que, com vigor e doçura, dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da atividade diabólica é um grande mistério, mas “sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam Deus” (Rm 8,28) (395). O poder de Satanás não é infinito. Só Deus é o Onipotente, só Ele pode agir na nossa alma, no mais profundo de nosso ser. Somente Deus pode atingir essa profundidade do nosso ser. Por isso, o batismo não é mero rito externo, mas, realmente e misteriosamente, nos dá um novo ser. Satanás e os demônios são criaturas poderosas porque são espírito puro. O que Deus faz, não o desfaz mais; os seus dons são sem arrependimento e sem volta; se Ele dá, não mais retira. Por isso não retira dos demônios a inteligência com a qual eles foram criados enquanto anjos. Assim eles podem influir poderosamente em
nossos pensamentos no sentido de que podem nos induzir a ter maus pensamentos. Uma pessoa humana tem o poder de sugerir maus pensamentos, quando nos sugere: “Veja esse filme pornô”. “Não seja careta! Veja essa revista!”. Se isso é verdade em relação à pessoa humana, quanto mais em relação ao demônio! Mas “devemos discernir entre ser tentado e consentir na tentação” (2847). O demônio não tem o poder de nos obrigar a pecar em pensamento; não tem o poder de controlar os pensamentos a não ser que sejamos nós a entregar-lhe tal controle. Assim, devemos distinguir em ser provados em nossos pensamentos do fato de nós consentirmos com os maus pensamentos. Ninguém poderá dizer: “Não pude fazer nada contra os meus maus pensamentos. Não tive como evitá-los”. Também as outras pessoas podem conhecer nossos pensamentos na medida em que os expressamos com palavras e ações. Enquanto criatura puramente espiritual, a capacidade do demônio em conhecer os nossos pensamentos é ainda mais aguda perspicaz e sutil. Mas somente Deus é Onisciente; somente Ele pode penetrar o mais profundo do nosso pensamento sem, contudo, violar a dignidade humana. Devemos nos angustiar ou ficar assustados por que o demônio nos tenta também em nossos pensamentos? Não. Porque é vencendo a tentação que nós crescemos e nos santificamos. “O Espírito Santo nos faz discernir entre a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma virtude comprovada, e tentação que leva ao pecado e à morte” (2847).
Dom Julio Endi Akamine
Bispo Auxiliar de São Paulo e Vigário Episcopal da Região Lapa
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Conselho Diocesano de Pastoral estuda Diretrizes da Ação Evangelizadora
O bispo de São José do Rio Preto, Dom Tomé Ferreira da Silva, acolheu no sábado, 8 de agosto, o monsenhor Antônio Castelan. O religioso, que é assessor da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e da Congregação da Doutrina da Fé, da Santa Sé, apresentou considerações acerca das "Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (2015 - 2019)". A reunião, no Centro de Estudos Superiores Sagrado Coração de Jesus, congregou coordenadores e assessores de pastorais e movimentos em atuação na Diocese. O padre Luiz Caputo representou a Pastoral do Menor. Estudo "Todas as nossas ações têm que 'gravitar' no encontro com Jesus", apresentou o monsenhor Antônio no início da sua exposição. Na mesma etapa inicial, o padre favoreceu o entendimento do objetivo geral. "Ele (objetivo geral) é como se fosse a tela
do nosso celular. Os vários ícones estão integrados e compartilhando informações", exemplificou. Mostrando que o encontro autêntico com Jesus gera o desejo do anúncio, o palestrante indicou a missão como consequência dessa relação. "Se nós não formos capazes de nos colocar no lugar do outro, nós vamos dar doutrinas e normas. A nossa Igreja tem, sim, doutrinas e normas, mas não são padrões que se impõem de fora para dentro", completou. Marcas do nosso tempo A característica que cada vez mais vai se acentuando, no mundo todo, é a rapidez da mudança, sublinhada pelo acesso à informação. O papa Francisco, segundo o monsenhor Antônio, apresentou a "crise antropológica" como a "verdadeira crise". Até a experiência religiosa estaria marcada pelo 'consumo'. "Nós fazemos missão por que estamos diminuindo em porcentagem, ou
por que acreditamos que o Encontro com Jesus torna a vida melhor?", questionou o padre. Em geral, na leitura da realidade atual, as pessoas vivem uma crise de compromisso comunitário. "A gente está demorando muito para 'cair a ficha' que a sociedade mudou radicalmente. Hoje a escola, no estado laico, não quer mais o ensino religioso. Dá algumas indicações e ponto. Os feriados, que eram pra ir à Missa (Dias Santos de Guarda) se transformaram em dias para descansar. Domingo não é mais o dia do Senhor, mas do ser humano. A sociedade não faz mais a introdução da pessoa em uma experiência religiosa. Cresce a responsabilidade do evangelizador e da comunidade evangelizadora", sintetizou o monsenhor Antônio. Urgências 1) Igreja em estado permanente de missão; 2) Igreja: casa de iniciação à vida cristã; 3) Igreja: lugar da animação bíblica da vida e da pastoral; 4) Igreja: comunidade de comunidades e 5) Igreja a serviço da vida plena para todos, são as cinco "metas" apresentadas pelas Diretrizes. "Todas as urgências estão direcionadas para impulsionar a Igreja para a missão. A missionariedade autêntica exige a comunitariedade, os ministérios são chave nesse processo", concluiu o expositor. Texto e foto: André Botelho
Assessor de Comunicação - Pastoral do Menor
Escola de Formadores
Pe. Rafael Dalben Ferrarez participou, nos dias 05 a 18 de junho, em Londrina, do 2º módulo da Escola de Vida Sacerdotal (Formadores de Seminário). Estavam respresentados diversos Estados brasileiros, como RS, MT, MG, SP, MA, PR, BA, RJ, SC, PI. O primeiro assessor foi a Drª Lilia, psicóloga há mais de 11 anos da arquidiocese de Londrina. Em sua abordagem, ela tratou do tema da evolução psicoafetiva do jovem com base em seu mentor Jaques Lacan, discípulo de Freud. Foram três dias nessa perspectiva. Em sua fala, ela abordou, primeiramente, a instituição familiar para depois expôr os diferentes complexos
da infância: desmame, intrusão, m espelho e o mais famoso, o complexo de Édipo. Por fim, sua última explicação foi sobre a família em desordem. Nesse módulo, a vida comunitária, também, foi abrangida pela Ir. Elizabeth, acompanhadora e formadora da arquidiocese de Londrina. Em sua fala, disse que a primeira comunidade à qual pertencemos é a família. Se a criança não é amada, ela se isola do mundo, mas se sentir-se amada, tem consciência de que pertence a alguém. Dom Jeremias, bispo de Paranavaí e referencial de Liturgia no Sul 2, versou sobre a questão litúrgica
em nossos seminários, bem como a Leitura Orante da Palavra de Deus. Dom Anuar, arcebispo de Maringá e idealizador da Escola, conduziu um dia de espiritualidade com todos os participantes de muito proveito sobre a Síndrome de Bornout. Por fim, tivemos a participação do assessor de imprensa da Arquidiocese de Maringá, Everton Barbosa. Falando sobre as novas mídias, ele instruiu como se deve trabalhar com os chamados “nativos digitais”. Encerrou sua fala com uma abordagem sobre o Diretório da Comunicação da CNBB, nº 99. Pe. Rafael Dalbem
LI E RECOMENDO
“Breve história de quase tudo: do big-bang ao Homo Sapiens”
de Bill Bryson (São Paulo: Companhia das Letras, 2005)
O livro “Breve história de quase tudo”, do jornalista americano Bill Bryson, tenta ser como que uma grande reportagem da história da existência, desvendando os meandros da realidade, desde as origens cósmicas do Big-bang até a natureza e constituição dos seres vivos, chegando ao surgimento da espécie humana, a cerca de 200 mil anos atrás. O autor, com maestria, apresenta a história da formulação das diversas teorias científicas que explicam o surgimento e o funcionamento da realidade física, bem como da diversidade e complexidade biológica que se revela na natureza da nossa biosfera terrestre, enfrentando perguntas aparentemente triviais e curiosas acerca da origem do universo e da sua forma inicial, do peso e da idade da Terra, do que acontece no interior de um átomo, da natureza dos oceanos, da existência de vida na biosfera terrestre, e levantando outros questionamentos em rela-
ção ao progresso das ciências na solução de problemas até hoje não resolvidos. Deste modo, o livro todo se desenvolve como um tratado divertido e informal de história das diversas teorias científicas que explicam a realidade e o funcionamento do nosso mundo, com as tentativas, erros e acertos de cientistas, exploradores, pensadores e até pessoas comuns que debruçaram sobre o mistério da existência e da vida. O autor consegue cativar e manter o leitor interessado ao longo das 540 páginas do livro, sem cansar ou perder o interesse pela leitura. Consegue, além disso, abordar temas com a necessária profundidade, sem cair em linguagem excessivamente técnica e inacessível, mas ao mesmo tempo esclarecedora para a maioria dos leitores. Pe. Leonel Brabo
Reitor do Seminário Maior Diocesano
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Irmãs Franciscanas do Coração de Maria “O coração de Maria tudo proverá” (MC) Essa era uma das orações preferidas da Fundadora das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, uma Congregação brasileira, fundada em Piracicaba em 1900. Desde 06 de fevereiro de 1966 contamos com a presença das Irmãs Franciscanas na cidade de Votuporanga, contribuindo imensamente nas Pastorais de várias Paróquias.No início, só havia a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, sob a responsabildiade dos Frades Capuchinhos do Estado de São Paulo. A formação de Catequistas e implantação das várias Pastorais, organização
das Comunidades Rurais foi fruto da ação evangelizadora das Irmãs Franciscanas. São quarenta e nove anos de presença e ação Missionária na cidade de Votuporana/SP. Com a força do carisma: Ser presença do Coração de Maria, nossa Mãe, a Congregação que, neste ano, completa 115 anos de Fundação, exerce sua missão em Paróquias, Hospitais, Escolas, Creches, Lar de Idosos, Missão, Serviço Social. As Irmãs estão presentes nos seguintes Estados do Brasil: São Paulo, Paraná, Goiás, Bahia, Piauí, Amazonas, Rio de
Janeiro. Fora do País, em Moçambique, na África, com duas Fratenidades, uma em Mopeia, Diocese de Quelimane, na Zambésia e outra em Moamba, Arquidiocese de Maputo, capital de Moçambique. A Congregação das Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, iluminada com as luzes do Espírito do Senhor e consultadas autoridades da Igreja, sentiu forte apelo de Deus, vindo do coração do povo, para iniciar o Processo de Canonização da Fundadora, a Serva de Deus Madre Cecília do Coração de Maria.
Ano da Vida Religiosa
Os freis franciscanos são aqueles que fazem parte da Ordem Religiosa, fundada por Francisco de Assis, em 1209, e que é definida como "uma fraternidade na qual os irmãos, seguindo a Jesus Cristo mais de perto e sob a ação do Espírito Santo, consagram-se, pela profissão, totalmente a Deus, o sumo bem, vivendo o Evangelho na Igreja, segundo a forma observada e proposta por São Francisco” (CCGG 1,1). Dentro da Ordem Franciscana, temos três grupos: a primeira ordem, composta por frades; a segunda ordem, composta por irmãs de clausura: chamadas de clarissas e a terceira ordem, composta por leigos. Desde o seu início, São Francisco de Assis e seus primeiros freis assumiram a missão
de viver e pregar o Evangelho. Os franciscanos, que estão na Paróquia Cristo Rei, são freis da Custódia Franciscana do Sagrado Coração de Jesus, uma presença da Ordem dos Frades Menores, proveniente da Itália, por iniciativa do então Bispo de Jaboticabal, Dom Antônio Augusto de Assis, no dia 17 de abril de 1947. Nos descrevemos como sendo: Uma Fraternidade com o coração voltado para o Senhor, para anunciar ao mundo, por palavras e obras, que não há outro Onipotente senão Ele. Uma Fraternidade em obediência caritativa e serviço mútuo, para testemunhar a reconciliação em Cristo, para além de toda e qualquer divisão. Uma Fraternidade de menores, pobres e solidários, peregrina e estrangeira
pelas estradas do mundo, seguindo as pegadas de Jesus, para proclamar a dignidade de todo o homem e de toda a criatura. Uma fraternidade que se alimenta do Evangelho para oferecer à humanidade, que anda inquieta e em busca do sentido da vida, a Palavra que é “espírito e vida”. Uma fraternidade nascida por divina inspiração, convidada todos os dias à conversão e a uma vida nova, a fim de crescer como “Fraternidade em missão”. Atualmente, são três freis franciscanos a serviço da comunidade paroquial de Cristo Rei: Frei Flaerdi, Frei Teodolino e Frei Cláudio. Ordem dos Frades Menores - OFM, em São José do Rio Preto
Curso de atualização para sacerdotes Entre os dias 21 e 24 de julho, participei do CAS (Curso de atualização para sacerdotes), promovido pela Associação Presbíteros e a Pontifícia Universidade da Santa Cruz. O curso foi realizado na cidade de São Paulo e teve como tema principal os 50 anos do decreto Presbyterorum Ordinis, que trata sobre a vida e ministério dos presbíteros na Igreja, emanado pelo Concílio Vaticano II. Cerca de 150 sacerdotes de diversas dioceses do Brasil participaram do curso. Foram dias intensos de formação e aprofundamento, enfatizando a chamada“formação permanente” que nós padres necessitamos, como nos exortou o papa S. João Paulo II na exortação apostólica Pastores dabo vobis. Os conferencistas abordaram a figura do sacerdote, o presbiterato na missão da Igreja e o sacerdócio como
serviço. Também vimos a questão da formação humana do sacerdote, as diferentes funções do sacerdote na Igreja. Os laboratórios abordaram a importância da fidelidade às normas litúrgicas, para a correta celebração da Missa; o ministério da reconciliação e a direção espiritual, para que nós padres sejamos cada vez mais solícitos em atender as confissões. Um importante aspecto foi tratado no laboratório sobre os ministérios leigos e formação de lideranças, valorizando a formação dos fiéis leigos em nossas comunidades. Um ponto muito importante que o curso aprofundou foi o tema da espiritualidade sacerdotal; o padre deve ter intimidade com Deus e nutrir uma vida eucarística. Para tal dimensão, destacou-se a figura do Beato Dom Álvaro del Portillo (que
foi secretário da comissão redatora do decreto Presbyterorum ordinis) como modelo de piedade sacerdotal, de vida de oração e santidade. Ao término do curso, um médico terapeuta familiar falou sobre o sacerdócio nas diversas idades da vida e como é importante o padre cuidar de sua saúde ao integrar a dimensão física, psíquica e espiritual. Todos os sacerdotes e bispos presentes encerraram o curso com a Adoração ao Santíssimo Sacramento. Enfim, a riqueza dos conteúdos proporcionou-me uma verdadeira atualização teológica e pastoral para desenvolver o ministério presbiteral a serviço da Diocese de São José do Rio Preto. Pe. Leandro Luis Bernardes
Administrador da Paróquia São Sebastião – Sebastianópolis do Sul
Centro de Espiritualidade e Missão, Madre Cecília As Irmãs Franciscanas do Coração de Maria, na Assembleia do mês de dezembro de 2014, decidiram criar o "Centro de Espiritualidade e Missão Madre Cecília". O mesmo está situado no Lar Escola Coração de Maria nossa Mãe, Casa construída pela Fundadora, na cidade de Piracicaba/SP. Essa decisão foi um novo passo para favorecer ainda mais a caminhada do Processo de Canonização da Serva de Deus. O objetivo desse Centro é ampliar a propagação da vida da Serva de Deus, Madre Cecília, para que o povo de Piracicaba, sua terra natal, e região saiba que tem uma piracicabana em processo de Canonização. Madre Cecília faleceu há 65 anos, e muitas pessoas nunca ouviram falar dela. Por isso é importante que o povo vá conhecendo e se interessando por essa Causa, pois no caso da mesma ser beatificada, o povo poderá participar com maior entusiasmo. Para isso, recebemos o apoio de Dom Fernando e dos padres das paróquias de Piracicaba. No Centro, trabalham Irmãs e leigos que formam uma equipe missionária. A Casa da Madre Cecília, além de ser uma casa de oração, tem por objetivo, por meio desse Centro, realizar atividades evangelizadoras e missionárias, pois era isso que Madre Cecília queria: ser missionária. Essa equipe atende aos pedidos das paróquias para assessoria pastoral e também atende a outros lugares de missão, na região ou em outros Estados. Os grupos que quiserem fazer nesse Centro seu dia de retiro ou de reflexão e estudos, pode agendar a data que estaremos disponíveis para colaborar com a organização e a dinâmica do encontro. A Igreja Católica tem essa prática de canonizar as pessoas que são apontadas por um grupo, por uma instituição ou pela própria
comunidade onde viveu, como alguém notável pela sua vida Cristã, vivida com autenticidade e que fez algo significativo para a humanidade como seja a dedicação às crianças, idosos, doentes, enfim, que tenha deixado exemplo de solidariedade e dedicação aos mais necessitados. Madre Cecília foi um grande exemplo de cuidado, dedicação e entrega da própria vida às várias necessidades da sociedade da sua época. Dedicou-se à Catequese, visita aos enfermos, aos presos, aos leprosos, e fiel propagadora da devoção ao Coração de Maria nas famílias, conforme orientação dos Frades Capuchinhos. Exemplo de jovem cristã, mãe de três filhos, viúva corajosa e de grande confiança na Divina Providência e, mais tarde, Religiosa, Fundadora da Congregação. Madre Cecília dedicou-se com especial carinho à sua filha Rosa, que tinha várias deficiências, e por seu desvelo maternal pelos três filhos e por todas as crianças acolhidas no Asilo, era conhecida como Mamãe Cecília. As Irmãs da Congregação convidam a todos a se unirem em oração para o bom encaminhamento da Causa de Canonização da Serva de Deus, Madre Cecília. Quem quiser maiores informações entrar em contato com as Irmãs Franciscanas em Votuporanga à Rua Iguassu nº 2.830, Vila Marin - CEP: 15.500-475 - Votuporanga/ SP - Fone: (17) 3421-4910. Bênçãos da Madre Cecília Deus te abençoe e te santifique, Deus te abençoe quantas vezes pensar nele, Deus te abençoe até o fim, com toda a força do seu poder Deus te abençoe agora e sempre. Irmãs: Suely Perinélli Irene Gomes da Silva Maria José Mello Maria(Juneorista).
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Saudação em Terra de Missão e em Tempo de Missão É na fraterna alegria que o recebemos como o peregrino dos tempos vividos e o missionário que ainda faltava compor esta família com quem temos convivido e celebrado nesses dias tão ricos. É necessário que expressemos nossa alegria por ter agraciado nossa pequena comunidade com essa benção das Missões. Assim também é importante que nos apropriemos da riqueza e da diversidade que a Missão instalou em nós. Uma mistura de ansiedades, acanho e sensibilidade dividiu olhares e espaços, quando um grupo de missionários se misturou a outros visitantes por ocasião das festividades de aniversário de nossa cidade. Uma proposta da vida saudável e da dedicação que conserva a paz e o vigor no Senhor nosso Deus. Vida que assistiu ao Rodeio, mas que também experimentou os rodeios que as trocas interpessoais promovem no coração de todos. Quanta graça ver os mais simples recebendo abraços e acolhidas, assistindo sorrisos sinceros e discursos eficazes! Um olhar mais atendo poderia
conciliar os esforços da encíclica, escrita pelo Santo Papa João XXIII, quando, há mais de 50 anos, propôs a mensagem diversa de Paz na Terra. Jesus é a nossa Paz. A indiferença apontada como o grande mal dos nossos tempos por São João Paulo II e que culmina no convite do Papa Francisco por uma Igreja que promova o encontro com Jesus e as pessoas, e ainda o abraço da Misericórdia cuja dívida histórica com a humanidade somos todos convidados a suprir. São tempos proféticos para toda a Igreja, nesses dias em contraste com o nosso altar tão simples de terras turiubenses. Sob as vossas mãos, Dom Tomé, na condição de sucessão da Igreja, destacamos para que, agora, acolha os encontros e as experiências. Do quanto que as impressões e as ansiedades iniciais se sucederam em sorrisos infantis, as coreografias entre os jovens, a adoção das famílias. O quanto cresceram os vocacionados na convivência dos lares e o quanto tais lares se abriram a uma troca mística para que, em Cristo, as experiências dos olhares e dos ho-
rários possam juntos fazer e refazer Igreja. Sorrimos nas lembranças dos olhares depositados sobre os leigos também, uma estranheza em ver a dedicação desobrigada, as moças todas bonitas que nos visitaram, encantando, por motivações diferentes, pessoas também diferentes. Donas de casa e nossos jovenzinhos se dispondo a tomar a estrada, descobrindo capacidades que até então desconheciam em si mesmos. A experiência da volta é sempre um presente gradativo. Começar uma semana dizendo a um Deus tão grande que sentimos saudade dEle e que voltamos, que eu voltei, intensificar os encontros, percorrer os lares e neles abençoar e ser abençoado, ouvir... A escuta nunca foi tão presente: quanta vontade desse povo em falar, em contar suas histórias, em partilhar seus pedidos e sonhos. Uma observação da lua e uma oração de piedade que, oportunamente, assistiu ao ciclo da lua cheia e esteve em praças e esquinas historicamente conotadas e recontadas em nossos corações. Todos os relatos de Missão, em
locais como Turiúba, vão sempre me levar ao que viveu o italiano Padre Giovanni Musso que, no início da década de 1930, por aqui esteve e de maneira afetiva publicou seu diário, destacando o caminho percorrido desde a Rio Preto, na visita para Dom Lafayette e a sequência de viagem por Mirassol, Neves Paulista, Monte Aparazível, Vila Poloni, Macaubas até chegar nessa Vila Gonçalves. A riqueza de detalhes permitida em assistir os mistérios do sertão, a religiosidade coberta de superstições, a mulher sertaneja resistente, corajosa e afetuosa. Tais frutos são, ainda, plenamente vivos nas casas e propriedades, que nesses dias têm acolhido seus meninos para uma experiência de lançar-se, mas também repousar a cabeça em descanso. Realmente nós voltamos. Estávamos com saudades do Senhor nosso Deus e o passo seguinte dessa experiência mística e missionária será colher os frutos tímidos, que muitos teimarão em não ver, mas cujas marcas escreverão para sempre um julho / agosto de nossas vidas. A riqueza é mais ou menos
como um dado de sentimentos e comportamentos, tipo um que temos lá na Sala de Atendimento do CRAS. Alguns tirarão a sorte e a palavra será amor. Para outros, gentileza, humildade, timidez... O coletivo é que tornará tudo especial. Por fim, Dom Tomé, nos voltamos a sua individualidade e o sinal que Deus pela Igreja propõe. Adentramos o mês vocacional com sua presença entre nós: o último integrante desse grupo de discípulos missionários. É dia do padre. Oramos pela vossa vocação. Oramos no Espírito pela vocação que move a Igreja, em sua hierarquia, desde a sua primazia. Seja sempre bem vindo entre nós. Permita-se ser amado por esse povo na sua mistura que o atual encontro promove. Somos todos do nosso Amado. O nosso Amado é nosso. É essa a nossa história e nela a Missão em Turiúba. Missionários do Reino. Sempre haverá uma marca... Estávamos com saudade desse Deus tão grande, e voltamos... Anderson Freitas
Memória
José Lourenço Batista
Ministro Extraordinário da Comunhão da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima de Monte Aprazível Caros leitores, hoje venho apresentar a cada um de vocês um pouquinho da história de um homem muito bom e que se dedicou vivamente e com muito carinho e amor à Paróquia de Nossa Senhora de Fátima da Vila Araujo, na cidade de Monte Aprazível. Falo do senhor José Lourenço Batista, nascido no dia 29 de abril do ano de 1909. Filho de lavradores, casou-se com a senhora Maria José de Jesus, e desta união nasceram 07 filhos. Senhor José Lourenço foi um homem que viveu intensamente para sua família, para a Igreja e, principalmente, para aqueles que dele precisassem. Sempre caridoso e prestativo, foi um grande devoto e filho de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
O senhor José Lourenço, segundo os relatos da família, era um exímio tocador de viola “tocava sua viola como ninguém, era a sua distração, era até compositor e cantava as suas próprias músicas”, relata uma sobrinha. Era um grande apaixonado pelas coisas de Deus. Foi Ministro da Eucaristia por praticamente 28 anos, ajudando e auxiliando ao Padre Chico e ao Padre José Viana a quem, segundo relata sua filha, “ acompanhava nas celebrações fora da cidade”, “ O padre Viana ligava para mim e dizia: “diga a seu pai que temos missa em Planalto e que logo passo para buscá-lo”, e eu ficava com minha mãe para que ele pudesse acompanhar o padre em sua missão”, diz sua filha, residente ao lado
da paróquia de Fátima. Era o primeiro a chegar à Igreja, era uma pessoa querida por todos, era querido porque era simples e humilde, era uma pessoa feliz e muito cuidadoso com tudo o que fazia mas, principalmente, com as coisas de Deus e da sua Igreja e sempre dizia: “ Que para o Senhor tudo tem que ser melhor”. Era companheiro de missão dos padres de Fátima, grande amigo do Padre Chico e do Padre José Viana a quem sempre acompanhava, mesmo com sua idade já avançada. O senhor José Lourenço era sistemático, gostando de todas as coisas certas. Era muito correto em tudo o que fazia. Deixou a seus familiares um legado de vida e honestidade, um legado de fé a
ser seguida a qual, até hoje, os familiares e amigos se orgulham em saber que ele foi um modelo de vida, homem de coragem, homem trabalhador e, sobretudo homem de muita fé, de uma fé simples, porém uma fé pura, autêntica e verdadeira. Seu exemplo de pai e de cristão será lembrado sempre por todos que o conheceram e que com ele conviveram. Senhor José Lourenço entregou sua alma a Deus no dia 18 de janeiro de 2005, deixando muitas saudades a seus familiares, amigos e conhecidos. Que do céu reze por todos nós! Carlos Nascimento carol1980edu@hotmail.com
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Esclarecimento aos fiéis da Diocese de São José do Rio Preto Roberto Lopes de Souza Auditor-independente
São José do Rio Preto, 13 de julho de 2015 Excelentíssimo Reverendíssimo Bispo Dom Thomé Ferreira da Silva Bispado de São José do Rio Preto NESTA Excelentíssimo Reverendíssimo: REFª. INFORMACÕES TESOURARIA E CONTA BANCÁRIA SANTANDER - RESCISÃO CONTRATO TRABALHO MOTORISTA - REVISÕES POR PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Após a realização dos procedimentos revisionais de Auditoria-Independente sobre fatos específicos relacionados à Cúria Metropolitana de São José do Rio Preto, encaminho a V. Exa. Revma. as informações resumidas desses procedimentos, conforme exponho a seguir. 1 - ALTERACÃO NA TESOURARIA: Quanto à discussão decorrente da reestruturação da Tesouraria e a sua não segregação com outros departamentos, é reconhecido que as medidas adotadas com a segregação de funções da tesouraria encontram-se fundamentadas nas mais atuais práticas contemporâneas de controles de riscos operacionais e de gestão, reconhecidas internacionalmente pela "The Sarbanes-Oxlev Act." (E.E.U.U. – 2.002) e pelo Committee Of Sponsoring Organizations of the Treadway, e, no Brasil, como recomendações (com o mesmo grau de responsabilidade em consonância com as recomendações internacionais) decorrentes de normas advindas de órgãos regulamentadores nacionais como CVM, Banco Central, Ibracon, C.F.C., e outros. Todos eles, internacional ou nacional, fixam a responsabilidade de V. Exo. Revma. na condição de gestor responsável pela adoção de práticas de prevenção a riscos. As segregações de funções de tesouraria e outros departamentos, citadas por terem sido adotadas por V. Exa. Revma., são recomendadas a qualquer tipo e dimensão de organização para efetiva eficácia e eficiência de seus controles internos adotados ou adotáveis para minimização de riscos de gestão. O ato de segregação de função adotado por esse Bispado coaduna-se com as mais recomendáveis orientações para melhoria e segurança advinda de controles internos organizacionais. Por final, lembro que tais alterações foram feitas a partir do primeiro trimestre de 2.014, muito além da data dos fatos vinculados ao item abaixo (rescisão do contrato de trabalho).
2 - MOVIMENTAÇÃO ATÍPICA NA CONTA DO BANCO SANTANDER. RESCISÃO DE CONTRATO DE TRABALHO DE MOTORISTA. Em função da necessária divulgação deste trabalho o nome do motorista deixa de ser citado por preservação de direito moral. Foram avaliados os documentos trabalhistas e financeiros desse senhor no período trabalhado entre 12 de março de 2.013 a 30 de agosto de 2.013. O valor efetivamente pago ao motorista pelos seus direitos trabalhistas no ato de rescisão contratual, determinados em lei, totalizou R$ 5.330,37. Não ocorreram pagamentos absurdos e além do que o previsto em lei. Foram identificadas diferenças irrelevantes no valor de R$ 344,56, em desfavor do contratado, sendo aconselhável o seu pagamento. Não houve, pelas vias das consequências, qualquer favoritismo financeiro ou pessoal ao motorista em sua rescisão de contrato de trabalho. Os trabalhos e procedimentos de auditoria estenderam-se também entre o mês de agosto até o mês de dezembro de 2.013, abrangendo todo o exercício de 2.013. Nesse período, não foram identificadas operações bancárias suspeitas e que não se fundamentassem em documentos e comprovantes relacionados às operações convencionais e rotineiras do Bispado. Esses dois itens são os resumos decorrentes dos procedimentos de auditoria junto ao Bispado, relativamente a ambos os casos citados, destinando-se este ofício a esclarecer e eliminar interpretações dúbias decorrentes de falta de informações objetivas. Dada a destinação pública dessas informações, elas se limitam ao que ora é divulgado, mantendo-se o sigilo profissional do subscritor contido no Relatório Circunstanciado de Auditoria e respeitado o direito de terceiros envolvidos. Fica V. Exa. Revma. autorizada à divulgação deste oficio no interesse do Bispado e da própria pessoa de V. Exa. Revma., liberando a minha responsabilidade dos aspectos confidenciais. Aproveito a oportunidade para renovar a V. Exa. Revmo. os elevados apreço e da minha distinta consideração. Atenciosamente
Roberto Lopes de Souza
Contador - Auditor Independente CRC 1SP103148-0-0
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2015: ANO DA PAZ
A Paz vem em Deus Como bem diz o Papa João XXIII, na Carta Encíclica Pacem in Terris, não é possível haver paz na terra, senão no pleno respeito à ordem instituída por Deus. A mesma Carta continua dizendo que foi igualmente Deus quem criou o homem à sua imagem e semelhança, dotado de inteligência e liberdade, e o constituiu senhor do universo. E mais, que toda obra de Deus é um reflexo de sua infinita sabedoria, reflexo tanto mais luminoso, quanto mais participe essa obra da perfeição do ser. Queremos paz no mundo! Ainda que seja esse um anseio profundo dos homens e que está por trás de todos os outros anseios, haja vista querermos trabalhar num ambiente de paz, manter relacionamentos de paz com nossos cônjuges, filhos, pais, amigos, é um caminho a ser percorrido a cada momento e situação da vida. Não temos dúvidas de que, nos momentos de claro desrespeito à ordem e às pessoas, aflora, no coração das mesmas, o desejo mais ardente de ver essa paz tão sonhada. O Papa Francisco nos diz que percorrer o caminho da paz é crer na grandeza da pessoa humana, na convivência humana. Desarmar os espíritos, os corações como possibilidade de encontrar-se com o outro, com o irmão. Sempre é possível, quando o outro não é descartável, mas um próximo em cujas feridas se derrama o óleo da caridade e o vinho do banquete fraterno. Do texto-base, Somos da Paz - CNBB, podemos extrair, no seu item 16, o seguinte: a paz é muito mais do que a ausência de conflitos. Tácito, romano intelectual e crítico, pouco antes do nascimento de Jesus, já denunciava a política baseada na força contra os fracos e vencidos como produtora de desertos (ubi desertum faciunt pacem appellant – chamam de paz o deserto que criam). A dura realidade da violência, da injustiça, dos sofrimentos causados por relações sociais e econômicas desviadas do bem comum, provoca um desejo
ainda mais intenso de paz. Mais do que isto, apela à consciência e à responsabilidade de todos. A vida barulhenta e cheia de tumultos, dos últimos tempos, não raramente nos coloca no centro de um bombardeio de incertezas, acusações, questionamentos que podem nos tirar a paz, caso não estejamos ligados ao céu. Unidos ao coração do Senhor, teremos a verdadeira paz. Essa certeza pode ser sustentada em Jo 14, 27-28, que diz, “Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo dá. Não permitais que vosso coração se preocupe, nem vos deixeis amedrontar” (Jo 14, 27-28), ou ainda em Fil 4,7, “E a paz de DEUS, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus”. A paz que vem de Deus é alegre, descontraída, equilibrada, tranquila, compreensiva, de pensamentos em coisas proveitosas. Verdadeiramente, o que não conseguimos naturalmente, a fé nos possibilita, pois a paz de Deus nos capacita a sermos mais que vencedores. A paz esteja contigo, ou Shalom, palavra hebraica rica em seu significado, é usada, como saudação e despedida, e que exprime o bem estar, abundância, saúde, prosperidade, verdadeira harmonia com Deus e com todos, deveria ser usada com real sentimento e não apenas como um rito dentro da celebração eucarística. Pensemos nisto!!! Finalizo com Rozeli Duque, que escreveu um poema em forma de canção dizendo: “Ele veio e ensinou que o amor conduz à unidade, e que repartindo o pão, a paz se faz realidade. Que é preciso muito mais que um poema e um refrão. É preciso que o homem abra o seu coração. A paz que é tão sonhada cantada em canções tão lindas, só chegará até nós quando ouvirmos a voz do Senhor”. Shalom povo de Deus!!!
Coronel Jean Charles Serbeto
Bacharel, Mestre e Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Bacharel em Direito. Vereador em São José do Rio Preto/SP e membro da Renovação Carismática Católica