diocese-hoje-dezembro-2015

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Natal em um mundo de conflitos

Leia a mensagem do Pe. José Irineu Vendrami na Página 14

Natal no tempo de crise econômica Mensagem do Pe. Mário Ustaszewski na Página 14

CIRCULAÇÃO NACIONAL

JORNAL

Santuário da Vida 15 anos

Trinta de novembro, data importante para a Rede Vida de Televisão e para o Brasil. O Canal da Família comemora o 15º Aniversário do Santuário da Vida. Página 06

Manhã de Evangelização na praça da Catedral

DEZEMBRO/2015

ANO 20

Nº 213

Diocese de São José do Rio Preto/SP - EDIÇÃO REGIONAL -

Natal em um mundo que se esqueceu do Natal de Jesus Mensagem do Pe. Natalício N. dos Santos na Pág. 14

O Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo

Página 02

ANO SANTO DA MISERICÓRDIA

A RCC, por meio do Ministério da Promoção Humana, realizou na Praça Central de São José do Rio Preto um momento forte de evangelização. Página 4

Curso de atualização dos oficiais dos Tribunais Eclesiásticos

A PUC de São Paulo promoveu um curso para atualização dos oficiais que trabalham nos Tribunais Eclesiásticos do Brasil. Página 3

Encontro Vocacional

Com o tema “A Teologia do Diaconato Permanente”, o primeiro encontro vocacional aconteceu no Seminário Maior “Sagrado Coração de Jesus”, no dia 21 de novembro. Página 7

Festa da “Imaculada Conceição de Nossa Senhora” da SSVP

No último dia 06 de dezembro, aconteceu a Festa Regulamentar da “Imaculada Conceição de Nossa Senhora” no Salão Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, bairro São Deocleciano. Página 07

PÁGINAS 06, 09 E 13


DIOCESE 86 ANOS

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PALAVRA DO BISPO

O Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo Algumas experiências antropológicas são comuns à pessoa humana, como o nascer e o morrer; culturalmente ritualizadas, adquirem caráter “sagrado”. A celebração anual da vida de cada pessoa recorda o seu nascimento, marca o tempo de sua existência “mundana” e histórica, com um sentimento indescritível, fruto da confluência de encantamento,

júbilo e ação de graças. A celebração dos 2015 anos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, em 25 de dezembro, pode provocar na pessoa humana o sentimento de uma “estupefação sagrada”, resultante do encontro do deslumbramento, do louvor e da gratidão. É “inaudito” o mistério da encarnação de Deus em Nosso Senhor Jesus Cristo. Não é um fato incompreensível, situa-se além do comum entendimento; não é prisioneiro das estruturas cognitivas, mas se contemplado e vivido na fé, pode ser razoavelmente acolhido e humanamente celebrado. A extensão e a intensidade do natal profano, que começa na segunda quinzena de outubro e termina na primeira quinzena de janeiro, obscurece a celebração anual do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. No Brasil, a festa originalmente religiosa sofre um processo de secularização, patrocinado pelo comércio, encontrando terreno fértil nas novas gerações que não receberam ou receberam de modo incompleto a transmissão da fé cristã. Vivemos a realidade descrita no prólogo do evangelho de São João, ao falar de Jesus, Palavra de Deus: “Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina. Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram” (Jo 1, 9-11). O Natal é a memória litúrgica e a recordação histórica do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, ocorrido há 2015 anos, em Belém, na Judéia (cf Mt 1, 18-25; Lc 2, 1-7). “E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como

filho único, cheio de graça e de verdade”(Jo 1, 14). Jesus não é uma pessoa qualquer, há algo de singular nele, é Deus: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus”(Jo 1, 1). Em Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus se introduz no mundo, faz história. Vem para iluminar a pessoa humana dominada pela treva do pecado: “Nela estava a vida e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la”(Jo 1, 4-5). Manifesta ou não, há uma rejeição à pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina. Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram”(Jo 1, 9-11). Essa recusa, na maioria das vezes, é fruto de uma ignorância, parcial ou total, da pessoa e da missão de Nosso Senhor Jesus Cristo: o Divino Salvador que nos liberta da escravidão do pecado. Quem se reconhece pecador e acolhe a Nosso Senhor Jesus Cristo torna-se filho de Deus: “A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que creem no seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1, 12-13). Por ele, recebemos a vida de Deus, conhecemos a Deus: “De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. (...) Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer” (Jo 1, 16.18). Como pecadores em conversão, aproximemo-nos da celebração litúrgica do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Com “temor e tremor” sagrado, ajoelhemo-nos diante do único e insubstituível Salvador, Deus que vem em nosso socorro. Para isso, não temamos dizer não àquilo que no natal secular contraria a fé e se torna um obstáculo para a vida de Deus em nós. Feliz e santo Natal! Abençoado e feliz Ano Novo! Amplexo e todo bem! + Tomé Ferreira da Silva

Bispo Diocesano de São José do Rio Preto

EXPEDIENTE O Jornal “Diocese Hoje” é editado pela Fundação Mater Ecclesiae. Fundador: Donizeti Della Latta E-mail: jornaldiocesehoje@hotmail.com Endereço: Avenida Constituição, 1372 - São José do Rio Preto/SP Fone: (17) 2136.8699 Diretor Responsável: Dom Tomé Ferreira da Silva EQUIPE DE REDAÇÃO: Pe. Roberto da Silva Bocalete e seminarista Paulo Henrique de Castro. Colunistas: Coronel Jean Charles Serbeto, Mariana do Couto Spadacio, Pe. Hallison Henrique de Jesus Parro, Pe. José Eduardo Vitoreti, Pe. Rafael Dalben Ferrarez, Pe. Roberto Bocalete, Pe. Rogério Corrêa, Priscila Basso Castelar Vieira e Seminarista Paulo Henrique de Castro. Colaboradores - edição de dezembro/2015: Aparecido Santana, Castilho, Gustavo Zanforlim, Irmã Rosangela Ap. Fontoura, Larissa Tanaka, Paulinho Ribeiro, Pe. Anderson Alves Campos, Pe. Aparecido D. B. de Paula, Pe. Cândido Fernandes Perez, Pe. José Aparecido Gonzaga, Pe. José Vince, Pe. José Irineu Vendrami, Pe. Márcio Tadeu, Pe. Marcos Vinicius Cavallini, Pe. Mário Ustaszewski, Pe. Natalício Nascimento dos Santos, Pe. Tom Viana, Seminarista Patrick Miranda, Thiago Vechiato Vasques, Harley Pacola, profa. Mestra Valdete Belon Basaglia, Donizeti Della Latta e Robert Ishizawa. * Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.

Distribuição gratuita Distribuído nas cidades de Adolfo, Altair, Álvares Florense, Américo de Campos, Bady Bassitt, Bálsamo, Buritama, Cedral, Cosmorama, Floreal, Gastão Vidigal, Guapiaçu, Ida Iolanda, Jaci, José Bonifácio, Lourdes, Macaubal, Magda, Mendonça, Mirassol, Mirassolândia, Monções, Monte Aprazível, Nhandeara, Nipoã, Nova Aliança, Nova Granada, Nova Luzitânia, Onda Verde, Orindiúva, Palestina, Parisi, Paulo de Faria, Planalto, Poloni, Pontes Gestal, Potirendaba, Riolândia, São José do Rio Preto, Sebastianópolis do Sul, Tanabi, Turiúba, Ubarana, Uchôa, União Paulista, Valentim Gentil, Votuporanga e Zacarias.

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Nota sobre o momento nacional

E nós somos todos irmãos e irmãs (cf. Mt 23,8)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, fiel à missão evangelizadora e profética da Igreja, acompanha, com apreensão e senso de corresponsabilidade, a grave crise política e econômica que atinge o país e, mais uma vez, se manifesta sobre o atual momento nacional. Ao se pronunciar sobre questões políticas, a CNBB não adota postura político-partidária. Não sugere, não apoia ou reprova nomes, mas exerce o seu serviço à sociedade, à luz dos valores e princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja. Desse modo, procura respeitar a opção política de cada cidadão e a justa autonomia das instituições democráticas, incentivando a participação responsável e pacífica dos cristãos leigos e leigas na política. Neste momento grave da vida do país, a CNBB levanta sua voz para colaborar, fazendo chegar aos responsáveis o grito de dor desta nação atribulada, a fim de cessarem as hostilidades e não se permitir qualquer risco de desrespeito à ordem constitucional. Nenhuma decisão seja tomada sob o impulso da paixão política ou ideológica. Os direitos democráticos e, sobretudo, a defesa do bem comum do povo brasileiro devem estar acima de interesses particulares de partidos ou de quaisquer outras corporações. É urgente resgatar a ética na política e a paz social, através do combate à corrupção, com rigor e imparcialidade, de acordo com os ditames da lei e as exigências da justiça. Para preservar e promover a democracia, apelamos para o diálogo e para a serenidade. Repudiamos o recurso à violência e à agressividade nas diferentes manifestações sobre a vida política do país, e a todos exortamos com as palavras do Papa Francisco: “naquele que, hoje, considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão! (...) Ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação, para construir a justiça, a confiança e a esperança ao vosso redor” (Mensagem para a Celebração do XLVII Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro de 2014, 7). Confiamos o Brasil ao Senhor da vida e da história, pedindo sabedoria para os governantes e paz para nosso povo. Imaculada Conceição, vosso olhar a nós volvei, vossos filhos protegei! Brasília-DF, 08 de dezembro de 2015 Dom Sergio da Rocha Arcebispo de Brasília/DF Presidente da CNBB Dom Murilo S. R. Krieger Arcebispo de São Salvador da Bahia/BA Vice-presidente da CNBB Dom Leonardo Ulrich Steiner Bispo Auxiliar de Brasília/DF Secretário Geral da CNBB


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Reforma do Processo Canônico para as causas de nulidade matrimonial

Curso de atualização dos oficiais dos Tribunais Eclesiásticos

Como foi amplamente divulgado pela imprensa, o Papa Francisco modificou a lei processual do Código de Direito Canônico no que diz respeito aos processos de nulidade de matrimônio. A PUC de São Paulo promoveu um curso, de 16 a 18 de Novembro, para atualização dos oficiais que trabalham nos Tribunais Eclesiásticos do Brasil. O curso foi assessorado pelo Cônego Doutor Martin Segú e contou com a participação de vários bispos e mais de 200 participantes. Da Diocese de São José do Rio Preto, estivemos presentes: Pe. Fábio Dungue, Pe. Júlio César Lázaro, Pe. Rogério Côrrea, Pe. Marcos Vinicius Cavallini e também o casal Anésio e Rosinha. As mudanças mais importantes que o Papa Francisco fez, depois de ter constituído uma Comissão

especializada que o auxiliou, foi suprimir a necessidade de duas sentenças conformes, que tinha sido instituída pelo Papa Bento XIV, que governou a Igreja de 1740 a 1756. Por isso, a partir de agora, uma única sentença em favor da nulidade daquele matrimônio já é suficiente, isso agilizou o processo. Outra mudança é que se o pedido para introduzir a causa, que nós chamamos tecnicamente de “libelo”, for assinado pelas duas partes (a parte demandante e a parte demandada), isso também agilizará o processo. E por fim, o Papa Francisco insistiu na importância de que os Bispos diocesanos são juízes nas suas Dioceses, ou seja, eles têm plenos poderes para julgar as causas de nulidade matrimonial dos seus súditos, o que facilita e agiliza muito quando tratamos de nulidade

matrimonial. É claro que os bispos precisarão contar com o auxílio de pessoas preparadas para auxilia-los. Outra mudança importante que o Papa fez foi a determinação de que, depois de assegurada a justa remuneração aos oficiais do Tribunal, seja dado acesso gratuito a todas as pessoas que não puderem pagar pelos custos do processo de nulidade. Sendo assim, notamos a grande preocupação pastoral do Papa Francisco em acelerar e facilitar a todo o povo católico o acesso à justiça eclesiástica para o bem dos fiéis, lembrando o cânon 1752 que afirma que “na Igreja, a salvação das almas, deve ser sempre a lei suprema”.

3 VOCAÇÕES

A vocação de Samuel Samuel nasceu no final do período em que os Juízes é que governavam Israel, nas proximidades do ano de 1050 a.C. Ele era um filho da promessa, pois sua mãe Ana era estéril mas, em uma de suas viagens com seu marido Elcana para Silo, aonde todo ano iam para oferecer sacrifícios para Javé, ele pediu a graça de ter um filho. Se Deus a ouvisse, consagraria a criança para os serviços do Senhor. Deus ouviu suas preces e nasceu Samuel que, assim que desmamou, foi levado para o Santuário em Silo, apresentado a Eli, o sacerdote do Templo, onde estava a arca da Aliança. Seus pais o deixaram no Templo e Eli acabou de criá-lo. No Templo, Samuel adorava o Senhor e procurava seguir as orientações de Eli. Eli tinha dois filhos sacerdotes que trabalhavam no Templo: Hofni e Fineias. Os dois davam mal exemplo, pois abusavam das oferendas do povo. Diante de tal situação, Deus precisava de alguém que pudesse assumir essa missão com dignidade e coerência. Então, Samuel é chamado para os serviços de Deus (1Sm 2,12-36). Certa noite, quando Eli já havia dormido, Samuel deitou-se também, como era costume. Javé chamou Samuel, mas ele pensou que era Eli que o tinha chamado, levantou-se e foi até Eli. No

entanto, ele disse ao menino que não o tinha chamado e que era para voltar para a cama e dormir, e assim ele o fez. Tal chamado aconteceu mais duas vezes e as duas ele foi até Eli, e na terceira vez disse para Samuel responder “ Falai, Javé, que o vosso servo escuta”. E assim aconteceu e Deus falou com ele. Samuel cresceu, e Deus estava sempre com ele, não deixando cair em vão suas palavras. Samuel falava com autoridade. Todo o povo de Israel reconheceu que ele havia sido constituído profeta de Javé e que falava em nome dele (1Sm 3,1-21). Depois de Eli, Samuel foi o ultimo juiz de Israel. Até houve uma tentativa de seus filhos assumirem o posto de juízes, no entanto Joel e Abdias se corromperam e não puderam exercer tal função. A partir disso, o povo pede para Samuel nomear um rei para governar Israel, como já acontecia a outras nações. Mesmo Samuel sendo contra essa vontade popular, pois sabia que a monarquia seria um sistema de governo que poderia oprimir o povo, acabou atendendo a reivindicação, mas disse aos líderes populares que todo o povo iria sofrer com essa escolha, e assim, estabeleceu-se a monarquia em Israel, tendo como primeiro rei de Israel Saul (1Sm 7-10).

Pe. Marcos Vinicius Cavallini Paróquia Santa Edwiges (SJRP)

Pe. Rafael Dalben Ferrarez

Vice-reitor do Seminário Propedeutico N. Sra. da Paz padredalben@gmail.com


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Manhã de Evangelização na praça da Catedral

A Renovação Carismática Católica, por meio do Ministério da Promoção Humana – Missionários da Noite – realizou no dia 21 de novembro de 2015 às 10 horas, na Praça Central de São José do Rio Preto, um momento forte de evangelização. Além da abordagem pessoa a pessoa, também era feito um convite para participarem da Santa Missa e Adoração ao Santíssimo Sacramento. O que se viu foi uma alegria no anúncio da pessoa de Jesus Cristo, com louvores, músicas e muita oração. A alegria de evangelizar nas ruas e praças é imensa, pois percebemos a “sede de Deus” que as pessoas têm. Num mundo tão entristecido e sofrido, encontrar em plena praça pública o anúncio do Senhor Jesus é para todos um momento de libertação e conversão. Foi isso que presenciamos nesse dia: MEUS

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OUVIDOS OUVIRAM FALAR DE TI, MAS AGORA MEUS OLHOS DE VÊEM! Para os presentes, essa palavra ressoava no coração de todos. Era impossível não se admirar diante da reação das pessoas ao se depararem com uma Missa celebrada em plena praça. Pessoas se ajoelhando em adoração a Jesus Eucarístico. O Momento mais marcante e profundo da evangelização foi a ADORAÇÃO PÚBLICA ao Santíssimo Sacramento, e as pessoas seguindo Jesus Eucarístico pelo calçadão do centro da cidade. Todos em adoração e louvor. A admiração das pessoas era geral, e o que vimos e ouvimos vos anunciamos: A multidão se aglomerava para ver Jesus, e muitos procuravam tocar NELE pois sentia que saía dele uma força que curava a todos (Lc. 6,19). Uma Igreja de saída, que vai ao

encontro do Povo de Deus, onde Ele está e ali anunciar o Evangelho da Salvação é a missão de todos os fiéis, como pede o Papa Francisco. A tristeza e o medo devem dar lugar à alegria: “Alegrai-vos… exultai… transbordai de alegria” – diz o profeta (66, 10). É um grande convite à alegria. […] Cada cristão, mas sobretudo nós, somos chamados a levar essa mensagem de esperança, que dá serenidade e alegria: a consolação de Deus, a sua ternura para com todos. (Alegrai-vos – Carta Circular Papa Francisco) O mundo aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus (Rm. 8,19). Fica o convite: dia 16 de dezembro tem mais e será às 19 horas na Praça. Aparecido Santana

Coordenador Diocesano da Renovação Carismática Católica

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Alimentação Saudável Com pouquíssimas calorias, a abobrinha é o ingrediente principal da nossa receita.

Lasanha de Abobrinha

INGREDIENTES: 3 abobrinhas em rodelas Fatias de queijo branco 6 tomates maduros em cubos (sem pele, sem sementes) 2 colheres (sopa) de ervas frescas picadas ou desidratadas de sua preferência (salsinha, cebolinha, manjericão, orégano) 1 dente de alho amassado 2 colheres (sopa) de cebola picada 1/2 colher (sopa) de óleo de milho Pitada de açúcar Sal a gosto MODO DE PREPARO: - Para o Molho: Refogue a cebola e o alho no óleo. Coloque os tomates, o açúcar e o sal e deixe cozinhar por aproximadamente 10 minutos. Acrescente as ervas e continue cozinhando por mais alguns minutos. Reserve. - Para a Montagem da Lasanha: Em um refratário, coloque um pouco do molho, acrescente as rodelas de abobrinha, cubra com molho, coloque o queijo, repita mais uma camada e finalize com o molho. Cubra com papel alumínio, leve para assar em forno médio pré-aquecido por aproximadamente 20 minutos ou até as abobrinhas ficarem macias. Sirva em seguida. Rendimento: 3 porções

A abobrinha contém vitaminas A, B9, C e fibras. Tem efeito antioxidante e auxilia no bom funcionamento do intestino.  O tomate é rico em licopeno, uma substância antioxidante

que combate os radicais livres e tem como função retardar o envelhecimento celular e prevenir alguns tipos de câncer, principalmente o de próstata. A biodisponibilidade do licopeno é maior quando o tomate é cozido. O queijo branco é fonte de cálcio e com teor de gordura inferior a maioria dos outros queijos.

Priscila Basso Castelar Vieira Nutricionista


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Palestra com o Pe. Tom Viana

5 2015: ANO DA PAZ

Advento Tempo de Paz Na manhã do dia 21 de novembro, a PAULUS, livraria de São José do Rio Preto, ofereceu a toda a comunidade um curso sobre o tema: “Encantamento e a arte de mover corações”, ministrado pelo Pe. Tom Viana, da Congregação dos Padres e Irmãos Paulinos. O encontro aconteceu no Colégio Santo Antônio. O objetivo desse encontro foi proporcionar uma reflexão sobre como o mercado está se utilizando dessa ferramenta para seduzir, manipular e fascinar as pessoas com estratégias que visam, principalmente, o lucro e benefícios próprios. Vivemos um momento muito especial na Igreja, com a chegada do nosso querido Papa Francisco. Ele tem insistido em uma fé de caminhada, em sairmos de nossos escritórios e sentir “o cheiro das pessoas”. É hora de voltar às origens e sermos, de fato, discípulos de Jesus, o Mestre por excelência, que encantava as pessoas com sua presença e testemunho. O curso abordou dicas para podermos melhorar nossa comunicação dentro da Igreja. Por meio de exemplos da pastoral da acolhida, da comunicação, da liturgia e outros

movimentos, vimos como um planejamento estratégico pode contribuir para que o nosso encontro com o Mestre Jesus seja mais efetivo. O encantamento é, sobretudo, uma mudança voluntária nos corações e nas mentes, e, consequentemente, nas ações. Para isso, é necessário perceber se estamos encantando ou não as pessoas nos lugares onde estamos. É preciso superar hábitos consolidados, abrir a porta da mudança, entender o modo das pessoas. Não é uma tarefa fácil. É uma maratona e não uma corrida curta. Às vezes são necessárias apenas algumas mudanças de comporta-

mento. Você sorri com frequência? As suas roupas, seu aperto de mão e o seu vocabulário conflitam com aquilo que você prega? É melhor você modificá-los ou repensar o seu mercado-alvo. Seja a diferença. Aproxime-se. Utilize mais a voz ativa. Aja sempre com honestidade. Você estará a um passo de encantar alguém… Ou, de se deixar encantar. Pe. Tom Viana, ssp

Formado em Filosofia, Teologia, com pós-graduação em Música Sacra, especialização em Criação Publicitária pela Universidade Anhembi Morumbi e mestrado em Direção e Gestão Comercial por ESIC – URJC – Madri, Espanha.

Seminário de Iniciação à Vida Cristã No dia 29 de novembro de 2015, nas dependências do Colégio Ressurreição, das 7h30 às 16h, aconteceu um importante momento formativo em nossa diocese. Assessorados pelo Padre Luis Henrique Baronto, de São Paulo, a diocese reuniu 278 pessoas entre catequistas, membros das equipes de liturgia e seminaristas. O encontro procurou responder à atividade proposta no 6º Plano Diocesano de Pastoral na Urgência: Igreja: casa da iniciação à vida cristã, que nos pede: “Estu-

dar e aprofundar os conceitos de Iniciação à Vida Cristã, Querigma e Mistagogia”. Pe. Baronto é cura da Catedral Metropolitana Nossa Senhora da Assunção e São Paulo, mestre em educação pela Universidade Federal de Pernambuco, professor de Liturgia no Instituto Pio XI (São Paulo), no Instituto Franciscano de Teologia (Olinda) e do Curso de Especialização em Liturgia da Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção (São Paulo). Pe. Baronto iniciou sua fala

dizendo que assumir a Iniciação à vida cristã num estilo catecumenal é dar uma guinada na nossa maneira de evangelizar. Parabenizou também a diocese por proporcionar, de maneira concreta, um encontro com catequistas e membros das equipes de liturgia, pois uma catequese em estilo catecumenal é necessariamente litúrgica. Irmã Rosangela Ap. Fontoura

Coordenadora Diocesana da Pastoral BíblicoCatequética

Durante este ano de 2015, fizemos uso deste espaço, com o objetivo de levar todos a uma reflexão de que é possível promover a paz em todos os momentos e lugares, protagonizando o bem, visando contagiar as pessoas ao nosso redor e criar um círculo virtuoso de bondade. Embora a Igreja esteja entrando no Ano da Misericórdia, a Paz, proclamada neste ano que termina, permanecerá em evidência, a saber, a fala de Santo Agostinho que nos diz que misericórdia é a "compaixão que o nosso coração experimenta pela miséria alheia, que nos leva a socorrê-lo, se o pudermos"; nada mais que promover a paz. Embora seja adepto da teoria de que a paz é um dever do ser humano, o Pe. Raniero Cantalamessa, sacerdote capuchinho e Pregador do Vaticano, diz que paz é "algo que desce do Céu, é um dom de Deus, é o fio do alto que rege toda a trama da paz humana, sem a qual, as pazes humanas são sempre frágeis". Diz, ainda, Cantalamessa que "quando se fala de paz, pensa-se na paz do coração, na paz da família, a esta paz que - segundo a Bíblia - é uma virtude, é fruto também do esforço pessoal, é um dom de Deus, porém acolhido e desenvolvido também através da liberdade da resposta humana. E é esta paz que depois se torna condição de vida, também, e de santidade, pois todos os santos falaram desta paz interior do coração, que vem da ação da vontade de Deus". O poeta Dante Aleghieri segue o mesmo raciocínio quando diz em um dos seus versos sobre o desejo de Deus: "É o seu desejo a nossa paz". Diz o poeta com isso que a paz do coração depende da adesão à vontade de Deus. Na verdade, graça e paz formam um binômio que se funde, cuja

riqueza apresentada na Bíblia não se encerra em si mesmas. É importante termos em mente que a paz não deve ser vista numa linha horizontal, ou seja, entre povos, raças, religiões, classes sociais, etc., mas em uma linha vertical entre céu e a terra, entre Deus e a humanidade que, por sua vez, produz reflexo na linha horizontal. Encerramos 2015, denominado de Ano da Paz, quando a Igreja celebra o Advento, tempo especial de reconstrução da paz dentro de nós e ao nosso redor. Tempo em que Maria, escolhida por Deus, torna-se modelo de coração obediente, que espera em paz as promessas do Pai. Tempo de permitir a ação do Espírito Santo restaurador em nossas vidas, com reflexo na relação com nossos familiares, amigos e pessoas próximas de nós. Tempo de conversão! Tempo de Paz e de aproximar nossa relação amorosa com Deus, recebendo sua graça, que por sua vez se amplia no encontro com o outro. Falo de uma clara dependência de Deus, especialmente pelo fato de que não somos nada sozinhos, ou seja, somos apenas os ramos da Videira. Tempo de espera pela vinda do Senhor, aquele que merece todo nosso louvor e alegria, segundo o teólogo e escritor Leonardo Boff, representando em verso a compreensão da grandeza de Deus, revelado no Natal, quando diz: “Todo menino quer ser homem; Todo homem quer ser Rei; Todo Rei quer ser Deus; Só Deus quis ser menino". A paz esteja com todos nós! Shalom!

Coronel Jean Charles Serbeto

Bacharel, Mestre e Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Bacharel em Direito. Vereador em São José do Rio Preto/SP e membro da Renovação Carismática Católica


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O logotipo do ano da misericórdia: síntese do amor do Pai Da redação O logotipo do Jubileu Extraordinário da Misericórdia foi apresentado pelo Vaticano em maio deste ano. A figura, elaborada pelo sacerdote jesuíta esloveno Pe. Marko Ivan Rupnik, apresenta-se como que uma síntese da teologia da misericórdia. Na explicação do presidente do Pontifício Conselho para a promoção da Nova Evangelização, Dom Rino Fishichella, na ocasião da divulgação do logotipo, a imagem “mostra o Filho que carrega sobre seus ombros o homem perdido, recuperando, assim, uma imagem muito contemplada na Igreja antiga, pois essa imagem mostrava o amor de Cristo que leva

ao término o mistério da sua encarnação com a redenção”. Ainda, de acordo com o arcebispo, o desenho destaca a figura do Bom Pastor que toca profundamente o homem e o leva a mudar de vida: “O Bom Pastor com extrema misericórdia carrega sobre si a humanidade, mas os seus olhos confundem-se com os do homem”, disse o arcebispo. A imagem é colocada dentro de uma espécie de amêndoa chamada mandorla, figura típica da iconografia antiga e medieval, que faz referência à presença das naturezas divina e humana em Cristo. O espaço dentro da arte comumente é reservado a personagens sagrados. Os três círcu-

los ovais, que vão se tornando mais claros do interior para o exterior da figura acenam para Cristo que conduz o homem para fora da treva do pecado e da morte. Por outro lado, a profundidade da cor mais escura apresenta o mistério do amor de Deus Pai que tudo perdoa. O lema “Misericordiosos como o Pai” foi extraído do Evangelho de Lucas, capítulo 6, versículo 36, e propõe que todos vivam a misericórdia a exemplo do Pai, que pede para não julgar e condenar, mas perdoar e amar sem medidas. Juntos, o logotipo e o lema apresentam o sentido do ano jubilar extraordinário proclamado pelo Papa Francisco.

Santuário da Vida 15 anos

Trinta de novembro, data importante para a Rede Vida de Televisão e para o Brasil. O Canal da Família comemora o 15º Aniversário do Santuário da Vida. O Santuário, edificado na Sede da Rede Vida de Televisão, em de São José do Rio Preto, SP, no qual se venera a imagem do CRISTO VIDA, centro e meta de evangelização da REDE VIDA. A inauguração, em novembro de 2000, contou com a presença de Dom Orani João Tempesta, o Arcebispo Emérito de Botucatu, Dom Antônio Maria Mucciolo, sacerdotes, o fundador da Rede Vida, Sr. João Monteiro de Barros, e demais diretores dessa abençoada TV do Milagre, como foi chamada

por várias vezes. Foi quando deixou de transmitir as missas dos estúdios e deu início as transmissões diretas do Santuário com a presença de caravanas previamente agendadas. O Santuário recebe, aproximadamente, 2200 mil pessoas todos os meses com celebrantes variados de nove dioceses e outras esporádicas. Milhões de pessoas são beneficiadas diariamente, levando a santa palavra de Deus para lugares que não temos condição de avaliar a repercussão no coração das pessoas que recebem o sinal da Rede Vida em suas casas, hospitais asilos, etc. São muitos os que nos procuram dando seus testemunhos das inúmeras graças alcançadas pela participação nas

santas missas. Temos a alegria de doar aos casais aniversariantes uma Bíblia, em homenagem ao aniversário de casamento. Neste ano, foram mais de 700 exemplares. Muitos corais e ministérios de música passam pelo Santuário trazendo suas canções e sua alegria de peregrinar no Santuário Cristo Vida. A presença de nosso bispo diocesano, Dom Tomé Ferreira da Silva, e outros, em nossas celebrações, dão-nos não só alegria, mas a certeza de estarmos colaborando com a Igreja na sua árdua, mas feliz missão evangelizadora. Parabéns Rede Vida! Paulinho Ribeiro Produtor e músico

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

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Um sonho quase realizado Teologia do Diaconato Permanente é tratada em Encontro Vocacional “P U C” em São Com o tema “A Teologia do Diaconato Permanente”, o primeiro encontro vocacional dos dezesseis candidatos ao Diaconato Permanente, com suas esposas, aconteceu no Seminário Maior “Sagrado Coração de Jesus”, no dia 21 de novembro, coordenado pelo Padre Marcos Antônio de Oliveira e assessorado pelo Professor de Teologia, Padre Marcio Tadeu Reiberti Alves de Camargo, da Paróquia Senhor Bom Jesus de Votuporanga. Delineado nas primeiras comunidades cristãs, o Diaconato Permanente tem suas bases bíblicas na Primeira Carta de São Paulo a Timóteo (3, 8-10.12-13). Vivido

na transitoriedade durante muitos séculos, o estado de “Permanente” foi retomando na história recente da Igreja, com vivificante força, na segunda metade do século passado, com o Concílio Vaticano II. O Sacramento da Ordem conta com três graus: o primeiro é o Diaconato, o segundo o Prebiterato e o terceiro o Episcopado. Embora o sacerdócio de Cristo seja ligado aos dois últimos, a sacralidade do Diaconato Permanente confirma-se num amplo testemunho bíblico, patrístico e litúrgico e ganha vida à medida que não assume meramente uma função eclesial, mas a participação na diaconia de Cristo servidor.

Como partícipe do sacramento da ordem, o Diaconato Permanente assume sua missão profética, restaurando a dignidade da pessoa humana mediante o serviço da caridade (GS, nº 40). Pelo Diácono ser um homem casado, com profissão civil, traz à Igreja um novo olhar sobre os sinais dos tempos e uma maior aptidão para levar a mensagem da Verdade e da Salvação ao mundo secular. Rezemos pelos nossos vocacionados e suas famílias! Pe. Márcio Tadeu

Paróquia Senhor Bom Jesus - Votuporanga/SP

Formação de novos Diáconos Permanentes promovida pela Escola Diaconal Santo Estêvão

Festa da “Imaculada Conceição de Nossa Senhora” da SSVP

Ontem, 06 de dezembro, domingo, o Conselho Central da Sociedade São Vicente de Paulo de São José do Rio Preto promoveu a Festa Regulamentar da “Imaculada Conceição de Nossa Senhora” no Salão Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Brasil, bairro São Deocleciano. Participaram do evento cerca de uma centena de vicentinos de

São José do Rio Preto e cidades circunvizinhas. Foram aclamados os novos vicentinos que passaram pela “Escola de Capacitação Frederico Ozanam - Ecafo” e proclamados em suas Conferências vicentinas. Foi empossada a nova Diretoria do Lar São Vicente de Paulo, de São José do Rio Preto.

Encerramento com a Santa Missa presidida pelo Padre Márcio da Paróquia de Macaubal, assessor espiritual do Conselho Central de São José do Rio Preto, seguido de almoço a todos os presentes. Castilho

José do Rio Preto Às nove horas do dia 02 de dezembro de 2015, nas dependências do SEMINÁRIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS situado à Rua Preciliano Pinto nº 1 840, no bairro BOA-VISTA da cidade de SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, sobre a presidência de SUA EXCELÊNCIA DOM TOMÉ FERREIRA DA SILVA, Bispo Diocesano, verificou-se a reunião do CONSELHO ADMINISTRATIVO DIOCESANO em conjunto com o CONSELHO DE CONSULTORES e o CONSELHO DE PRESBÍTEROS, obtendo assim, cem por cento do quórum de participação. A pauta principal desse esperado encontro foi a possibilidade de convênio com a PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS, na abertura do CURSO ACADÊMICO DE FILOSOFIA em nossa cidade. Para isso, recebemos os seus representantes: o Diretor da Faculdade de Filosofia, Padre Edvaldo Manoel de Araújo; o Vice- Reitor de Graduação, professor Dr. Germano Rigacci Júnior e, também, o Pró-reitor de Administração, professor Dr. Ricardo Pannin, que detalharam todas as condições para que se tornasse possível esse projeto. Foi apresentada, por meio de um vídeo, pelo professor Germano toda a estrutura da Universidade nos seus três CAMPUS de Campinas. O padre Edvaldo deixou bem claro a grade do referido curso, e o professor Ricardo apresentou as adequações que deverão ser realizadas no prédio do Seminário, orçamento e cronograma: (espaço do docente - sala da coordenação - biblioteca - praça de alimentação - elevadores - sanitários - etc.) No que a Diocese dispensará de alguns valores e empenho para que tudo se realize com sucesso e a receber bem os interessados. Sendo assim, o “SONHO” está prestes a se concretizar, já que os

bispos antecessores almejaram, mas pelas dificuldades da época, não finalizaram, enfatizamos aqui o grande esforço do atual Bispo Diocesano Dom Tomé. Os visitadores espargiram esperanças do que se pode tornar fato, sem deixar claras as condições já mencionadas para o andamento do projeto, como exigência do MEC (MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO E CULTURA). A essencialidade deverá atender as mobilidades físicas, emocionais e visionais, cumprindo, deste modo, as exigências da Legislação Educacional vigente. A PUC, em São José do Rio Preto, será de grande representatividade educacional, por ser reconhecida e enaltecida tradicionalmente como uma das maiores Universidades privadas do país por sua qualidade de ensino. E por se tratar de São José do Rio Preto um grande polo de referência nas áreas da cultura, da indústria e também médica, a PUC será recebida de braços abertos nesta cidade em desenvolvimento. O grande desejo do Bispo Diocesano é deixar o curso de Filosofia “livre” e implantar o ensino acadêmico como segurança aos alunos, forma de não deixar o candidato desamparado e promover a sobrevivência dos que não continuam na vida eclesiástica, tendo garantida a profissão. Com as bênçãos e intercessão do CORAÇÃO IMACULADO DE MARIA, PADROEIRA DA DIOCESE, DE SÃO JOSÉ PATRONO DESTA CIDADE, o senhor Bispo diocesano, todos os membros presentes dos conselhos, senhoras e senhores da sociedade, sanadas as dúvidas e cientes de tudo, foram consultados e deram o seu aval de apoio com alegria e unanimidade.1 DEUS SEJA LOUVADO! Pe. Cândido Fernandes Perez

Paróquia Santa Isabel - Uchôa/SP Membro e secretário do conselho econômico Diocesano


DIOCESE 86 ANOS

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Avaliação do Ano Pastoral 2015 Louvado seja Deus pelas maravilhas que Ele manifestou em nossa diocese neste ano de 2015! Sim, louvado seja Ele. Pois neste ano, em um balanço com vários padres assessores de pastorais e movimentos, a equipe diocesana de pastoral pode sentir a força viva da Ação Evangelizadora de nossa diocese. Dentro da perspectiva do cumprimento do Plano Diocesano de pastoral e já das motivações que brotam das Palavra do Papa Francisco ao longo do ano, foram realizadas inúmeras atividades com intuito evangelizador, formativo, missionário e celebrativo. Podemos destacar: atividades com a juventude, especialmente o Dia nacional da Juventude, coroinhas, crismandos, catequistas, agentes do Dízimo, Ministros da Eucaristia, com agentes da Pastoral Familiar, Pastoral do Povo de Rua, Pastoral da Criança e da Pessoa Idosa, pastoral da Cultura Sertaneja, missão com os seminaristas, encontros de discernimento vocacional, animação da dimensão missionária; e inúmeras atividades, encontros, retiros, formações e celebrações também dos movimentos, associações e Novas Comunidades. No balanço que fizemos podemos destacar alguns desafios: • Ir ao encontro dos que estão fora da igreja; • A resistência por parte de alguns que insistem em uma Igreja ainda de mera conservação, muitos não querem se renovar; • A pseuda desculpa da falta de tempo (falso argumento), pois a tecnologia e a leis favorecem um maior tempo, o problema é que não sabemos gastar esse tempo ou gastamos com outras coisas que não são para o Senhor; por exemplo, o domingo primeiro é do Senhor e aí deixamos a dimensão comunitária da fé de lado em prol de um passeio no shopping ou na chácara...estamos vivendo uma idolatria do lazer e do descanso; • A diocese produz bastante material para a evangelização, porém muitas vezes não alcança as pessoas que estão de fora, na maioria são distribuídos para quem vai à missa. Também é necessário explorarmos outros meios de comunicação: rádio, jornal e televisão; • Temos que desmistificar a palavra “crise”. Agora tudo é por causa da crise... Existe a dimensão econômica da fé e precisamos dela para evangelizar com eficiência; então, temos que tomar consciência de como estamos gastando e com o que, para não nos endividarmos e,

principalmente, para dar a Deus o que é de Deus. Para o próximo ano, o qual teremos a missão de elaborarmos um novo plano diocesano de pastoral, fica ainda os desafios propostos no último ano do plano de pastoral vigente: Fomentar Missões paroquiais ou interparoquiais; elaborarmos, em nível diocesano, roteiro de iniciação à vida cristã em estilo catecumenal para jovens e adultos; Valorizar, mais ainda, o uso da Palavra de Deus nos sacramentos e sacramentais, homilias e reflexões; Revitalização das redes de comunidades; descobrimos, na prática, que o Dízimo e as ofertas também devem ser destinadas às obras de caridade, situações emergenciais, no Brasil e no mundo, e não só para questões paroquiais; e, no âmbito da juventude, apoio e investimentos na Pastoral universitária e nas expressões já existentes. Além dessas metas já propostas, devemos levar em conta os compromissos assumidos na 37ª assembleia das Igrejas do Estado de São Paulo, são elas: 1 - Em âmbito de organização pastoral: buscar, cada vez mais, uma pastoral orgânica, realizando a saída missionária numa tríplice conversão espiritual, intelectual e pastoral junto aos fiéis que frequentam a igreja, os fiéis que não vivem a fé e os que não conhecem Jesus Cristo. 2 - Em âmbito comunitário e pessoal: celebrar o ano da misericórdia como continuidade do caminho da renovação conciliar, apresentando, com mais clareza, o rosto da misericórdia na Igreja. 3 - Valorizar a CF 2016, envolvendo os órgãos administrativos nas ações de conversão ecológica, denunciando as injustiças humanas e ecológicas. Terminamos este ano com um balanço positivo em prol da Evangelização e da caridade e sob o auxílio e a proteção da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, padroeira de nossa diocese, confiamos que, no ano que vem, consigamos dar mais passos rumo ao Reino de Deus. “Ponhamos de lado qualquer forma de medo e temor, porque não se coaduna em quem é amado; vivamos, antes, a alegria do encontro com a graça que tudo transforma”. Papa Francisco – 8 dezembro Homilia de abertura do Jubileu extraordinário da Misericórdia. Pe. Natalício Nascimento dos Santos Coordenador Diocesano de Pastoral

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

DEZEMBRO/2015

memória histórica

Lúcia Lucato Spadacio

Jesus sempre nos ensinou que missão é serviço, entrega e doação. Essa lição foi muito bem aprendida e exemplificada por D. Lúcia Lucato Spadacio, que também tinha o ofício de ensinar. Ela escolheu ser professora como sua profissão, mas não ensinava tão somente na sala de aula. A profª Lúcia fez da sua vida uma constante doação ao próximo, sem comodismos, sem buscar glórias ou proveitos próprios. O seu objetivo era divulgar a obra de Deus, perpetuar os ensinamentos Dele, ajudar a erguer os caídos e dispor o seu tempo em favor de outras vidas. Nascida em São Carlos, chegou em Américo de Campos, num tempo em que era muito difícil o acesso às cidades pequenas e ainda mais afastadas da capital. Após uma viagem de trem “Maria Fumaça” e mais um trecho de terra percorrido com carro de boi, Américo de Campos recebeu essa mulher honesta, sincera, humilde, fiel, caridosa, alegre e otimista, como descrevem aqueles que com ela conviveram. Ela chegou para ser professora do grupo escolar Francisco Dantas de Vilar Horta, porém fez da sua vinda à Américo de Campos muito mais. Escolheu essa cidade para morar definitivamente, casar, criar seus quatro filhos, bem como para servir à Paróquia São João Batista e à comunidade local. D. Lúcia entregou o seu tempo e sua disposição para ajudar na implantação da capelinha de São João Batista; posteriormente, na construção da Igreja do padroeiro de mesmo nome e da torre da Igreja, a qual se tornou um símbolo da cidade de Américo de Campos. Além disso, em conjunto com seu marido Victor Spadacio, era constante colaboradora das quermesses realizadas em prol da Paróquia, que aconteciam todo o mês de junho, mês do padroeiro São João Batista. Não só trabalhava durante as quermesses, mas tam-

bém mobilizava toda a cidade a participar desse momento festivo. A D. Lúcia também tinha uma espontaneidade de servir ao catecismo. Era natural dela, uma vocação. Ensinar crianças e adultos sobre a vida de Deus era o seu dom. Por isso, participava da catequese de crianças, encontro de jovens, de casais e do Cursilho. A participação de D. Lúcia, porém, não se restringia apenas em trabalhar nas ações da Igreja. Ela “levava a igreja” para a sua casa. Essa mulher calma, educada e extrovertida oferecia o seu lar para acolher os Padres que chegavam na cidade, juntamente com seus auxiliares, e para todas aquelas pessoas que vinham de outras cidades para começarem uma nova vida em Américo de Campos. Nos tempos atuais de repressão aos refugiados e intenso sofrimento impostos aos estrangeiros, as atitudes de D. Lúcia servem de exemplos de como um Cristão deve servir e ajudar o seu próximo, seja ele quem for. Ela acolhia qualquer um que precisasse de apoio. Tornou-se tradição na sua família receber o Pároco da cidade todos os domingos para o almoço em sua casa. Essa acolhida começou com o primeiro Padre da cidade, o Pe. Henrique, que juntamente com a prima dele, a Sra. Irma, vieram da Bélgica no fim da Guerra e não possuíam qualquer parente no Brasil. A D. Lúcia fez a família dela ser também a família deles. A tradição continuou com a chegada do Pe. Jarbas, o qual garante que teve um amor à primeira vista pela família da D. Lúcia, pois ela o acolheu como só uma mãe poderia fazer por um filho. O coração aberto da D. Lúcia, do marido Victor e dos seus quatro filhos encantou o Pe. Jarbas, que tem um carinho muito grande por toda a família até hoje. Com o Pe. Severino também não foi diferente. Apesar de ser um homem muito introvertido e de poucas palavras, D. Lúcia era uma das suas melhores amigas, e a casa dela sempre estava de portas abertas para ele que também compartilhou os almoços de domingo com toda a família. Essa comunhão de carinho,

acolhimento e atenção, proporcionados por D. Lúcia, fez com que uma amizade muito grande surgisse entre a família dela e a Paróquia São João Batista, por consequência, também com todos os outros Padres que passaram pela Igreja. Na sociedade Americampense, ela, ainda, despenhou outro papel importante sendo uma das fundadoras e colaboradoras do Bazar da Bondade, que ainda hoje ensina meninas a realizar trabalhos artísticos e manuais. O respeito que Américo de Campos tinha por essa mulher era a altura da sua entrega pelo bem da cidade. Era comum ver os homens tirando o chapéu para cumprimentá-la e demonstrar todo o carinho e apreço pela dedicação dela à comunidade de Américo de Campos. D. Lúcia faleceu em 12/08/1990, deixando marido, quatro filhos bem formados, uma cidade em tristeza pela sua ausência e a saudade no coração de todos aqueles que a conheceram. Américo de Campos perdeu um pedacinho com o seu falecimento, porém ganhou um exemplo inesquecível de mulher, esposa, mãe, profissional, amiga e Cristã. O seu legado foi reconhecido pela cidade que lhe homenageou deixando o seu nome marcado em um local bem significativo por tudo que ela fez pela população: o “Centro Comunitário Lúcia Lucato Spadacio”. Sem dúvidas, D. Lúcia não foi tão somente uma professora primária. Ela chegou do nada, mas fez muito pela Paróquia São João Batista e pela cidade de Américo de Campos. Ela ensinou e alfabetizou não só as lições escolares. Fez todos aqueles que estavam por perto dela aprenderem valores importantes de caráter, idoneidade, honestidade e moral. Deus nos ensinou não só a amar os seus irmãos, mas amar como a ti mesmo e assim foi a vida de D. Lúcia Lucato Spadacio: missionária da obra de Deus, amando o seu próximo, seja ele quem for, como Jesus também amou. Por sua neta, Mariana do Couto Spadacio Paróquia São João Batista de Américo de Campos


SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

DEZEMBRO/2015

DIOCESE 86 ANOS

Reunião do Conselho Diocesano de Pastoral

9 LI E RECOMENDO

A MISERICÓRDIA

Condição fundamental do Evangelho e chave da vida cristã

O Conselho Diocesano de Pastoral de nossa diocese se reuniu, no último sábado dia 5 de dezembro, no Centro de Estudos Sagrado Coração de Jesus. Em sua última reunião do ano com o tema misericórdia e missão, o Pe Natal, Ir. Rosângela e Cléia, Coordenadora diocesana da Pastoral da saúde, apresentaram

um pouco do que foi a assembleia das Igrejas em Outubro, dando destaque especial à conferência de Dom Nelson Westrupp, scj Bispo Emérito de Santo André, sobre o tema Misericórdia e Missão, a síntese dos trabalhos realizados ao longo da assembleia e também linhas comuns de Ação Evangelizadora assumidas

em comum para toda a diocese. A reunião terminou com a apresentação dos trabalhos realizados pelas pastorais e movimentos e uma fala de agradecimento e motivação de Dom Tomé.

No dia 05 de dezembro, na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida de Neves Paulista, DomTomé realizou a posse do Pe. Luciano Lídio da Silva mps. Pe. Luciano é nascido em Mococa/SP e tem 28 anos. Professou solenemente os votos de pobreza, castidade, obediência e missão ad gentes em 2012, tendo recebido sua ordenação diaconal, em 2013, e presbiteral, em janeiro de 2014, na mesma cidade em que nasceu, sede da Comunidade Missionária Providência Santíssima da qual é membro.

Após sua ordenação, foi designado para a Diocese de Dourados/M.S. e desempenhou sua missão como vigário paroquial, juntamente com uma equipe composta pelo pároco, duas missionárias e um missionário no assentamento Itamarati, na Paróquia Jesus Misericordioso e Santa Faustina, até ser transferido para Neves Paulista. A cerimônia aconteceu às 19h30, e Dom Tomé exortou o povo de Deus a agradecer a Deus que sempre providenciou padres para essa comunidade paroquial, lembrando dos diversos

lugares que chegam a ficar anos sem um pastor. O bispo, ainda, orientou Pe. Lídio a se espelhar na imagem de Cristo Bom Pastor e a buscar as ovelhas que estão afastadas do seu rebanho e mostrar-lhes o caminho seguro de volta para a casa do Pai. Pe. Luciano Lídio vai trabalhar, juntamente com as Irmãs Angelita Junges e Célia Alves, ambas missionárias da mesma comunidade.

Pe. Natalício N. dos Santos Coordenador Diocesano de Pastoral

Posse em Neves Paulista.

Thiago Vechiato Vasques

Li e recomendo o Livro A MISERICÓRDIA - condição fundamental do Evangelho e chave da vida cristã, do cardeal Walter Kasper, que encontrei enquanto procurava em uma livraria, títulos referentes ao tema do Ano Jubilar, proposto pelo santo Padre o Papa Francisco, o Ano Santo da Misericórdia. O autor é doutor em Teologia Dogmática, nomeado cardeal em 2001. Atualmente, é presidente emérito do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos. O dito trabalho teológico teve seu início de forma simples com rascunhos elaborados para um ciclo de palestras no âmbito de Exercícios Espirituais, o que justifica a objetividade e a clareza com que o autor aborda o tema da Misericórdia sob vários pontos de vista, como a atualidade, a filosofia, a análise bíblica do antigo e Novo Testamento, dando atenção especial ao Sermão da Montanha “Felizes os misericordiosos” (Mt 5,7), a Igreja como sacramento da misericórdia e promotora da cultura da misericórdia, até a Virgem Maria, “Mãe de misericórdia” e arquétipo da misericórdia. A reflexão e investigação levaram o cardeal a questões centrais, tanto no que se refere à doutrina sobre Deus e os atribu-

tos divinos, por um lado, como no que diz respeito à existência cristã, por outro. O texto pretende estabelecer a ligação entre a reflexão teológica e as considerações espirituais, pastorais e sociais com o intuito de propiciar uma cultura de misericórdia e também promover a superação do distanciamento entre a teologia acadêmica e a teologia espiritual. Assim, essa brilhante exposição propõe responder questões importantes como: O que significa crer em um Deus misericordioso? Que relação existe entre a misericórdia de Deus e sua justiça? O mal imerecido e a misericórdia de Deus são conciliáveis? Como havemos de responder à misericórdia de Deus em nossa forma de agir? O que significa mensagem da misericórdia para a prática da Igreja, e o que podemos fazer para que resplandeça, na vida dos cristãos e da Igreja, a mensagem fundamental da misericórdia divina? “Esta misericórdia, como dom divino, é simultaneamente tarefa de todos os cristãos. Devemos praticar misericórdia. Devemos vivê-la e testemunhá-la por palavras e por obras. Assim, por meio de um raio da misericórdia, o nosso mundo, freqüentemente escuro e frio, pode tornar-se mais quente, mais luminoso, mais digno de ser vivido e amado. A misericórdia é o reflexo da glória de Deus neste mundo e a quinta-essência da mensagem de Jesus Cristo que nos foi oferecida e que nós, pela nossa parte, devemos oferecer aos outros” (A Misericórdia: condição fundamental do Evangelho e chave da vida cristã, KASPER, W; tradução Beatriz Luiz Gomes-2. Ed. São Paulo: edições Loyola; Portugal: Princípia Editora; 2015; pág. 262). Esta é a minha dica, boa leitura. Pe. Rogério Corrêa

Paróquia São João Apóstolo de Nossa Senhora das Dores - São José do Rio Preto


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DIOCESE 86 ANOS

Imaculada Conceição de Maria PANORAMA HISTÓRICO A antiga Igreja, tal como refletido nas liturgias da Igreja Oriental, homenageava instintivamente Maria como “totalmente santa”, “toda pura”, “imaculada”. Esse reconhecimento exprime a verdade já proclamada no Novo Testamento, quando o anjo Gabriel saudou Maria como “cheia de graça” (Lucas 1,28). Depois que a doutrina do pecado original estava mais totalmente desenvolvida no século IV, tornou-se comum vincular a plenitude da graça de Maria com o momento da concepção; o pecado original nunca manchara sua alma. Na promulgação do dogma da Imaculada Conceição pelo Beato Pio IX, em 1854, a Igreja manifestou definitivamente sua confiança na plenitude de graça concedida a Maria para torná-la digna de ser o tabernáculo do Filho Eterno. Como endosso celestial ao dogma, quando Nossa Senhora apareceu a Bernadete, em Lourdes, em 1858, ela se identificou a Bernadete com estas palavras: “Eu sou a Imaculada Conceição”. A festa da Conceição de Maria está documentada no Leste no século VII e passou para o Ocidente em 1100. Ela foi aprovada para toda a Igreja por Inocêncio XII, em 1695. O que significa “Imaculada Conceição” Todos nós fomos criados em Cristo. Estamos marcados por uma “graça original”: “Antes da criação do mundo, Deus nos escolheu em Cristo, para sermos, diante dele, santos e imaculados” (Efésios 1,4). Cada bebê que vem a esse mundo nasce com uma bênção de Deus. Ele nos cria para sermos felizes e construirmos a felicidade dos outros. Ninguém nasce pronto. Cada um se desenvolve com o tempo, aprende a ser gente. Aprende a amar e a ser amado, recebe a fé e a religiosidade dos familiares e pessoas próximas. Você já pensou como é fascinante nós sermos, sempre, até a hora da morte, “aprendizes da vida”? Quando uma criança vem a esse mundo, já, no útero da mãe, está recebendo, em doses distintas, amor e desamor, acolhida e rejeição, afeto e violência. Somos solidários no bem e no mal. Ninguém começa sua vida a partir do nada. Pela fé, reconhecemos que somos parte de um grande projeto amoroso de Deus, que estamos marcados por sua graça e pela corrente positiva de amor, bondade, acolhida, de tantos seres humanos que vieram antes de nós. Mas o mundo também tem violência, mentira e maldade, que contagiam cada pessoa que nasce. Ao começar a existir, já estamos sob a ação de forças positivas e negativas, de vida e de destruição. Há algo na nossa história que estraga os belos projetos do Senhor. Não vem de Deus. É difícil localizar sua origem. Nós o chamamos: “Mistério do mal e da iniquidade”. Ele está espalhado na humanidade e repercute dentro de cada pessoa. Damos a ele o nome de

“Pecado Original”. Você já percebeu como cada um de nós tem dentro de si muitos desejos, tendências e impulsos? Eles são bons, mas necessitam ser integrados e dosados. Senão, fazem muito mal à pessoa e aos outros. Por exemplo, cada um de nós necessita acreditar em si e exercitar sua liberdade, de forma ser aceito e respeitado pelos outros. Se a pessoa é fraca, impotente, não vai contribuir para a comunidade. Mas o poder é perigoso, quando se torna um gigante e amassa os outros. Um pai autoritário deixa muitas feridas nos filhos. Um político poderoso e corrupto prejudica a nação e faz aumentar a exclusão social. Outro exemplo: todo ser humano busca prazer, ao se relacionar, ao comer, ao se divertir. Uma das formas mais belas de prazer é a sexualidade. A relação entre homem e mulher é bela e querida por Deus. Mas o sexo, quando é desequilibrado, sem afeto e respeito, produz individualismo e violência. Outro exemplo ainda: todo mundo gosta de se vestir bem, ter as coisas para usar, possuir objetos para tornar a vida mais prática. Mas quando esse desejo desordenado se torna consumismo, cria pessoas dependentes, que arruínam a vida querendo comprar tudo o que encontram. Todos temos dificuldade para integrar, dentro de nós, os desejos e as tendências e colocá-los a serviço do seguimento de Jesus. Os impulsos do poder, do ter e do prazer e tantos outros puxam a gente, cada um para o seu lado e podem nos afastar de Deus. A teologia chamou essa divisão interna de “concupiscência”. Sabemos que a nossa liberdade está comprometida pelo pecado e precisa ser libertada. São Paulo lembra essa divisão interna que a gente vive, dizendo que muitas vezes nosso coração quer fazer o bem, mas acabamos fazendo o mal que não desejamos (Romanos 7,14-24). Mas nós cremos na vitória da graça de Jesus Cristo, que nos liberta de todas as cadeias (Romanos 5,8 e 8,1-4). A “graça original” de Deus, que nos cria e nos salva, é mais importante e mais forte do que o pecado original, nossos pecados e falhas. O dogma da Imaculada Conceição afirma que o segredo de Maria, a perfeita discípula de Jesus, que respondeu a Deus de maneira total, tem sua raiz na graça. Ela recebe do Senhor um dom especial. Nasce mais integrada do que nós, com mais capacidade de ser livre e acolher a proposta divina. O fato de Maria ser imaculada não lhe tira o esforço de ser peregrina na fé, pois isso faz parte da sua situação de ser humano, que necessita crescer e aprender. Maria não nasce pronta. Também é aprendiz da vida. No início, ela não entende tudo (Lucas 2,49-50). E no decorrer da vida, Jesus a surpreende muitas vezes (Marcos 3,31-35). Mas, diferentemente de nós, Maria trilha um caminho sempre positivo, sem desvios falsos ou atoleiros. O dogma da Imaculada Conceição

afirma que Maria é pré-redimida por Cristo. Ela recebe sua graça salvadora numa intensidade maior do que nós, o que lhe dá forças para integrar tendências e impulsos e enfrentar o mal. Assim, desenvolve melhor sua missão de perfeita discípula, educadora e mãe do Messias. Esse “privilégio” não a transforma numa pessoa orgulhosa. Livre interiormente, Maria desenvolve muito suas qualidades humanas, tornando-se a criatura mais santa, mais inteira, mais “dona” de si e aberta a Deus.

Reflexões 1 – “Você é toda bela, ó Maria, e não há nenhuma mancha do pecado original em você.” (Ofício Divino) Esse refrão do Ofício Divino expressa a devoção amorosa da Igreja à Mãe de Deus, a qual queremos repetir com a Igreja em todo o mundo. O poeta inglês Wordsworth expressou essa doutrina corretamente quando se referiu a Maria como “o orgulho solitário de nossa natureza humana manchada”. Ela é, de fato, mediante a grande misericórdia de Deus, um mistério da vida sem pecado. Tudo isso foi possível, é claro, apenas pelos méritos previstos de Jesus Cristo, o único salvador. Esse favor da Imaculada Conceição, o de Jesus sendo concebido em uma plenitude de graça, foi concedido a Maria com vistas para ela em seu papel de Mãe do Divino Filho. Apropriadamente, então, no tempo do Advento, a Igreja lança seu foco em sua fé, que sustenta o Divino Salvador para a raça humana. Ela é a “casa de ouro”, a “arca do Altíssimo”, a “Mãe bem-aventurada”. Sobre esse mistério, Santo Ambrósio de Milão (340-97 dC) escreve: Não é de admirar que o Senhor, tendo começado a redimir o mundo, tenha começado seu trabalho com Maria: se a salvação para todos os homens estava sendo preparada por ela, ela deveria ser a primeira a obter o fruto da salvação do seu Filho. (Comentário sobre o Evangelho de Lucas) Na mesma linha de raciocínio, Santo Agostinho (354-430) escreve: Quando se fala de pecado, ela não deve mesmo ser mencionada por consideração ao Senhor. Como poderíamos conhecer o imenso dom da graça que permeava a ela para protegê-la de todos os vestígios do pecado, ela, que foi digna de conceber e dar à luz a ele que não tinha absolutamente nenhum pecado? (Tratado sobre a natureza e a graça, cap. 36, 42) Essa graça especial, longe de afastar Maria de nós, a une a nós. Ela também é membro da Igreja, da comunidade dos redimidos por Cristo. O Concílio Vaticano II exprime essa verdade paradoxal na sua Constituição Dogmática sobre a Igreja: E, por este insigne dom da graça, leva vantagem a todas as demais criaturas do céu e da terra. Está, porém, associada, na descendência de Adão, a todos os homens necessitados de salvação; melhor, “é a verdadeiramente Mãe dos membros (de Cristo)

[...] porque cooperou com o seu amor para que na Igreja nascessem os fieis, membros daquela cabeça”. É, por essa razão, saudada como membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar perfeitíssimo na fé e na caridade; e a Igreja católica, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe como a mãe amantíssima, filial afeto de piedade. (Lumen gentium, 53; a citação interna é de Santo Agostinho) 2 – “Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele operou maravilhas.” (Salmos 97(98), 1) Hoje é a “festa da graça”, não só por causa da plenitude da graça de Nossa Senhora, mas também porque esse dia destaca o amplo mistério da bondade transbordante e do amor de Deus a todas as suas criaturas humanas, de quem Maria é o maior exemplo. “Deus é amor” (1 João 4,16) e ele derrama esse amor sobre nós. Desta forma, na segunda leitura da Missa de hoje, Paulo observa que foi “em amor” que o Pai nos destinou para a adoção a si mesmo por meio de Jesus Cristo, para “fazer resplandecer a sua maravilhosa graça, que nos foi concedida por ele no Bem-Amado [Jesus]”. (Efésios 1,6) A antropologia cristã, no entanto, nos diz que enquanto Deus criou tudo de bom e criou a humanidade em amizade, os primeiros seres humanos, Adão e Eva, usaram de seu livre-arbítrio para se rebelar e desobedecer. Toda a triste história é narrada na primeira leitura de hoje da Missa, no capítulo 3 do Gênesis. Mas o amor de Deus é tão grande que Ele não permitiria que seu sonho para os seres humanos pudesse ser prejudicado. O pecado humano não altera o plano e a vontade de Deus, que “nos escolheu Nele [Cristo], antes da criação do mundo, para sermos sagrados e irrepreensíveis diante de seus olhos” (Efésios 1:4). Deus encontrou uma solução enviando seu Filho para reverter o orgulho de Adão, sua desobediência e seu pecado e para desbloquear as comportas da graça divina. Isso tudo foi puro presente divino! “Mas, com o dom gratuito, não se dá o mesmo que com a falta. Pois se a falta de um só causou a morte de todos os outros, com muito mais razão o dom de Deus e o benefício da graça obtida por um só homem, Jesus Cristo, foram concedidos copiosamente a todos. Nem aconteceu com o dom o mesmo que com as consequências do pecado de um só: a falta de um só teve por consequência um veredito de condenação, ao passo que, depois de muitas ofensas, o dom da graça atrai um juízo de justificação. Se pelo pecado de um só homem reinou a morte (por esse único homem), muito mais aqueles que receberam a abundância da graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo!” (Romanos 5,15-17) Deus é Bondade Infinita; seu plano e vontade são para nossa salvação e deificação. Seu amor não tem limites e é tudo puro dom, pura graça. Neste dia, nós nos alegramos e confiamo-nos a esse

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DEZEMBRO/2015

mistério da graça. Apropriadamente, o Salmo responsorial de hoje diz: “Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele operou maravilhas... Sua mão e seu santo braço lhe deram a vitória... Lembrou-se de sua bondade e de sua fidelidade em favor da casa de Israel. Os confins da terra puderam ver a salvação de nosso Deus. Aclamai o Senhor, povos todos da terra; regozijai-vos, alegrai-vos e cantai”. (Salmos 97 (98), 1.3.4) Esse “dom da graça” tem um valor ótimo, como o então Papa João Paulo II, na sua homilia de 1990, notou: Sabemos o preço pago por Jesus, o Filho de Maria, nosso Salvador. Sabemos que “fostes comprados por um grande preço. Glorificai, pois, a Deus no vosso corpo” (1Coríntios 6,20). A cruz de Cristo está no centro da história da salvação, no centro da história humana como o sinal de vitória, de graça. Maria vai ficar sob a cruz. 3 – “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1,38) O que significa “viver na graça de Deus”? um modelo de uma vida vivida “na graça” nos é oferecido por Maria, e vemos um evento importante na sua vida cheia de graça na leitura do evangelho de hoje (Lucas 1,26-38). Ela tem uma vida enraizada no amor de Deus e com total confiança na sua bondade e graça. É uma vida que está totalmente convencida de que “a Deus nenhuma coisa é impossível” (Lucas 1,37). No evangelho de hoje, Maria pode parecer estar no centro, mas, se lermos com mais cuidado, vemos que Deus está no centro. Deus está revelando seu amor e sua vontade a Maria. Ela é o modelo da pessoa de fé: ela escuta, aceita e entrega a sua vontade nas mãos de Deus. Ela diz seu fiat, seu “sim” sem reservas: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lucas 1,38). Maria é o modelo da Igreja em seu nível mais profundo. Enquanto gabinetes e estruturas da Igreja (às vezes chamados de “carisma petrino”) são essenciais e importantes, eles estão a serviço de outro carisma, o carisma mariano. Ou seja, a Igreja e nós, que vivemos o mistério da Igreja, devemos ser como Maria, à escuta da Palavra, dócil, humilde, obediente à vontade de Deus, entregando-nos ao seu plano, fazendo a nossa parte para trazer a salvação de Cristo ao mundo. Vamos nos voltar para ela neste dia que celebra sua santidade e aprender com ela como é verdadeiramente “viver em estado de graça”. Fonte: Francis D. KELLY, Reflexões para as festas litúrgicas. Ave-Maria, 2015. Com Maria rumo ao novo milênio, Conferência Nacional dos Bispos no Brasil. Paulus, 1997

Pe. Aparecido D. B. de Paula

Paróquia Imaculada Conceição - SJ Rio Preto/SP


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Dedicação da Capela Imaculada Conceição de Nossa Senhora

A história da construção da capela Imaculada Conceição de Nossa Senhora, da paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus, em São José do Rio Preto, aconteceu por meio do trabalho de evangelização na rede de comunidades. Em 2006, Padre Sírio Silvestrini, na época pároco, depois que nomeou a senhora Conceição Lourenço Barbato como coordenadora do setor 6, sugeriu, em uma das reuniões da rede, que constituísse uma capela em cada

setor da paróquia. Dona Conceição e mais alguns membros, motivados pela sugestão, mobilizaram para que acontecesse tal desejo. Nesse período, Padre Sírio ganhou uma imagem da Imaculada Conceição do Sr. Valdecir que menciou ter recebido uma graça.Em 2007, após a posse, o novo pároco, Padre Cleomar Bessa da Silva, apoiou a ideia. Em 2008 na celebração de encerramento da terceira semana missionária, levantou um cruzeiro próximo à subestação

de energia elétrica no Jardim Conceição. Vendeu um terreno próximo à Igreja Matriz e providenciou em adquirir um terreno, localizado na Rua Joana Ander Chalela, esquina com a Rua Cedral. Em dezembro de 2008, realizou-se a celebração de transferência do cruzeiro. Constituiu-se uma comissão de construção. O projeto de arquitetura da Capela foi elaborado pela Arquiteta Rosângela Cristina Barbato, filha da Dona Conceição. No dia 12 de julho de 2011, deu-se início a construção. Dia 02 de agosto de 2013, Dom Tomé Ferreira da Silva deu posse ao Padre José Aparecido Gonzaga. Tendo em vista que, economicamente, o setor 6 não estava vinculado ao caixa da Matriz, unificou e deu prioridade ao término da construção que se concretizou dia 7 de dezembro de 2015. No dia 8 de dezembro, Dom Tomé presidiu a missa de Dedicação da nova Capela. Louvamos e agrademos a Deus pela participação de todos os paroquianos (as) que, por meio de orações, promoções, dízimo, ofertas e doações proporcionaram mais uma casa de oração onde todos possam por meio a devoção à Nossa Senhora Imaculada Conceição, contemplar e glorificar os mistérios da paixão, morte e ressurreição do seu Filho Jesus Cristo. Pe. José Aparecido Gonzaga

Administrador Paroquial - Paróquia Santa Terezinha do Menino Jesus

Coluna do Seminário

Encerramento do ano acadêmico

Uma missa, presidida por Dom Tomé Ferreira da Silva na Capela do Seminário Maior Diocesano Sagrado Coração de Jesus no último dia 27 de novembro, marcou o encerramento de mais um ano acadêmico para os seminaristas maiores das dioceses de Barretos, Catanduva e Jales, e para os seminaristas propedêutas e maiores da diocese de São José do Rio Preto. A celebração contou com a presença de professores e funcionários do Centro de Estudos, padres das dioceses de Rio Preto, Catanduva, Barretos e Jales, e religiosos. Na

ocasião, Dom Tomé dirigiu-se aos presentes, agradecendo aos reitores, professores, padres e alunos, pela dedicação e esforço empreendidos ao longo do ano formativo. Ao término da missa, foram apresentados os novos seminaristas que ingressarão no Seminário Maior em 2016, para dar início à Filosofia: 11 do Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz, de Rio Preto, dois de Barretos e dois de Catanduva. Terminado o ano acadêmico, os seminaristas vão para suas casas e, durante os quase dois meses de

férias, estarão presentes em suas paróquias de origem, participando das celebrações e auxiliando em diversos serviços de suas comunidades. O retorno ao seminário está marcado para o dia 24 de janeiro. Logo após o retorno, eles irão para um retiro espiritual em Jaci. Seminarista Paulo Henrique de Castro

Seminário Maior Diocesano

11 Pastoral BÍBlico-CatequÉtica

O coração do Catequista O coração do catequista vive sempre esse movimento de "sístole – diástole": união com Jesus, encontro com o outro. Sístole – diástole. Se falta um desses dois movimentos não bate mais, não vive. Recebe como dom o Kerigma, e por sua vez o oferece como dom. É esta a natureza do próprio Kerigma: é um dom que gera missão, que impulsiona sempre para fora de si mesmo. São Paulo dizia: “O amor de Cristo nos impulsiona”, mas este “nos impulsiona”, pode se traduzir também em “nos possui”. É assim: o amor te atrai e te envia, te toma e te doa aos outros. Nesta tensão se move o coração do cristão, em particular, o coração do catequista: união com Jesus e encontro com o outro? Se alimenta no relacionamento com Ele, mas para levá-Lo aos outros? Eu digo uma coisa para vocês: eu não entendo como um catequista pode permanecer parado, sem esse movimento. A partir de Cristo, significa não ter medo de ir com eles às periferias. Me vem à mente a história de Jonas, uma figura verdadeiramente interessante, especialmente no nosso tempo de mudanças e incertezas. Jonas é um homem piedoso, com uma vida tranquila e organizada, isso o leva a ter os seus esquemas bem claros e a julgar tudo e todos com esses esquemas, de

modo rígido. Por isso, quando o Senhor o chama e lhe diz para ir a Nínive, a grande cidade pagã, Jonas não quer ir. Nínive está fora de seus esquemas, é a periferia de seu mundo. E então, ele escapa, foge, embarca em um navio que vai para longe. Releiam o livro de Jonas! É breve, mas é uma palavra muito instrutiva, especialmente para nós que estamos na Igreja. Que coisa nos ensina? Nos ensina a não ter medo de sair dos nosso esquemas para seguir a Deus, porque Deus vai sempre além, Deus não tem medo das periferias. Deus é sempre fiel e criativo, não é fechado e por isso nunca é rígido, nos acolhe, nos vem ao encontro, nos compreende. Para ser fiel, para ser criativo, é necessário saber mudar. Para permanecer com Deus necessita saber sair, não ter medo de sair. Se um catequista se deixa dominar pelo medo, é um covarde; se um catequista está tranquilo ele acaba sendo uma estátua de museu; se um catequista é rígido se torna encarquilhado e estéril. Pergunto a vocês: alguém quer ser um covarde, estátua de museu ou estéril? Papa Francisco Pe. José Eduardo Vitoreti

Administrador Paroquial - Paróquia N. Sra. de Fátima de São José do Rio Preto

Posse do novo bispo de Lins Diocese de Lins recebe em celebração marcante o seu Oitavo Bispo Diocesano, Dom Francisco Carlos da Silva. Na noite do dia 27 de novembro, centenas de pessoas lotaram a Catedral Diocesana de Santo Antônio para acompanhar a celebração de posse do oitavo bispo diocesano de Lins, Dom Francisco Carlos da Silva, de 60 anos, que assumiu no lugar de Dom Irineu Danelon. A missa solene contou com a presença de autoridades civis e eclesiásticas, entre os quais o Arcebispo Metropolitano de Botucatu, Dom Maurício Grotto de Camargo, Dom Tomé Ferreira da Silva, os prefeitos Edgar de Souza (Lins), vice Rogerio Barros e Luís

Otávio (Cafelândia), assim como vários padres e fiéis. Antes de ser nomeado, Dom Francisco esteve à frente da Diocese de Ituiutaba, (MG). Agora ele passa a pastorear 43 paróquias em 23 cidades da região. Dom Irineu, agora Bispo Emérito de Lins, anunciou que continuará residindo na cidade, onde durante os 27 anos à frente do governo pastoral da diocese de Lins, realizou várias obras sociais, dirigiu as pastorais da Juventude e da Sobriedade e fundou a Rádio Regional Esperança FM. Pe. Anderson Alves Campos Paróquia Nossa Senhora dasLágrimas


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Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo Qual o objetivo de Deus se fazer homem e habitar no meio de nós? Qual o sentido da Festa do Natal? De modo resumido, podemos dizer que o grande objetivo da encarnação, do nascimento de Jesus, é tornar a humanidade mais humana, dignificar os homens. Dito em outras palavras, a Salvação é o modo divino de restaurar a humanidade que foi criada à imagem e semelhança de Deus. É para isso que Jesus nasceu no Natal: para que a humanidade aprenda Dele a ser humana e, deste modo, torne-se divinizada e se faça acolhedora da Salvação. O modo e o meio escolhido para realizar a promessa salvadora passa pela vida humana; é assim que Deus fala em sua Palavra definitivamente salvadora, manifestada profundamente na mística da simplicidade, no silêncio e no acolhimento de José, de Maria e dos pastores. A celebração do mistério da encarnação proclama: hoje nasceu Jesus, o Salvador do mundo e da humanidade. Esta é a mensagem do Natal: celebrar o nascimento de Jesus e proclamar, de modo solene, que Ele é o Salvador. Jesus nasce no meio da natureza, pobre de recursos sociais e financeiros, envolvido pela noite, acolhido pela terra que se fez gruta, aquecido por animais que lhe cederam a manjedoura, acolhido na simplicidade dos pastores

e iluminado pela luz dos anjos: a noite se iluminou e o céu cantou para anunciar: “Nasceu Jesus, o Salvador da humanidade!” Com a encarnação, entendemos que Deus não se tornou simplesmente homem, mas Ele se identificou com cada ser humano de tal maneira que os acolhe e chama de irmãos, sendo solidário a nós. A encarnação nos impulsiona a sermos colaboradores da justiça, do amor e da solidariedade, transformando as inúmeras situações e estruturas, nas quais os seres humanos encontram-se pisados, excluídos, afligidos e desprezados. Que assim seja! Envie também sua dúvida que poderá ser respondida na próxima edição do jornal, escreva e-mail para robertobocalete@yahoo.com.br. Obrigado.

Pe. Roberto Bocalete

Administrador Paroquial da Paróquia São João Batista Américo de Campos

Construir respeitando a natureza As construções realizam-se mediante a contratação de serviços e aquisições dos materiais. E como podemos construir de forma comprometida com o meio ambiente? É uma preocupação da CARTA ENCÍCLICA LAUDATO SI’ do santo padre Papa Francisco - SOBRE O CUIDADO DA CASA COMUM. A encíclica do Papa faz um alerta para o responsável uso dos recursos naturais e suas terríveis consequências quando explorados irracionalmente. A construção responsável e racional evita os desastres ambientais, como o ocorrido em novembro de 2015, em Mariana/MG. Entenda como construir com responsabilidade: Primeiro, procure profissionais responsáveis com o uso dos recursos naturais. Contrate um profissional que elabore o seu projeto considerando: a reutilização da água; a utilização

– Laudato si das águas pluviais captadas para futuras limpezas e irrigações; a utilização da iluminação e ventilação natural, reduzindo o consumo de energia elétrica; aquecedor solar para as águas dos banheiros, pias e piscina. Em segundo, escolha materiais a serem aplicados nessa construção, que atendam às normas e selos ambientais, que garantam a reposição na natureza, ou a reciclagem; e uso responsável dos recursos no processo de fabricação. Também pense que, no futuro, você terá que fazer reformas, então, escolha os materiais que podem ser reutilizados, que desmontem com facilidade e sem danificar para serem reaproveitados ou doados.

Participamos, também, da responsabilidade nas tragédias ambientais enquanto consumidores imprudentes, assim como, a aquisição de materiais de origem ilícita caracteriza crime por receptação. Aquele que constrói com materiais retirados da natureza de forma irresponsável participa dos inevitáveis desastres e escassez de recursos. Construa para melhorar não apenas o seu dia a dia, mas também o mundo onde viverão nossos filhos e netos!

Entramos no início do calendário litúrgico com o tempo do Advento, tempo este que paramos para refletir a obra da salvação que Deus realizou em nós através da encarnação do seu filho Jesus. Diante de uma sociedade cada vez mais mergulhada em suas preocupações políticas, econômicas e sociais, vamos percebendo que o Natal passa, muitas vezes, como um simples fato histórico que nada influencia na vida do homem moderno. Diante dessa realidade, a Igreja faz sua a voz de São João Batista que grita em meio ao deserto anunciando que Jesus há de vir e que precisamos estar prontos e preparados para isso. “Eis que a Virgem conceberá e dará a luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7,14) que significa: Deus conosco” (Mt 1,23). E como temos vivenciado isso de fato em nossas vidas? O nascimento de Jesus é a chegada tão esperada da liberdade que o homem procurava. Como entender então que mesmo com a vinda dEle, assumindo a condição humana, morrendo por nós, ressuscitando e vencendo a morte, encontramos pessoas que ainda vivem presas, escravas e longe de um dia tê-lo conhecido de fato? Foram chamadas para a festa, mas não conhecem o aniversariante. As milhares de luzes em nossas casas e em nossas cidades não podem ocupar o centro da maior luz que um dia esteve

entre nós e que ainda hoje procura um lugar para fazer morada. Meus irmãos, é tempo de olharmos para dentro e preparar a nossa casa para celebrar um acontecimento tão importante. Nós, cristãos, não podemos vivenciar este tempo como o Natal dos pagãos e dos incrédulos, mas, de fato, vivermos o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo! É Ele o dono da festa, é Ele o motivo e anseio da nossa alegria não experimentada somente em uma noite, mas vivida com a certeza de uma vida eterna. “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Conscientes do tempo em que estamos vivendo, não podemos reter somente a nós a alegria do nascimento de Cristo. Precisamos anunciar a grande manifestação de Deus em nosso meio. Aquilo que estava oculto aos nossos olhos hoje é visível a todos nós. Como uma família ao redor da mesa, desta forma nos encontraremos na Santa Missa, exultantes de alegria pelo nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo. Faço votos de um feliz e abençoado Natal a você e à sua família! Seminarista Patrick Miranda

Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz

Gustavo Zanforlim

Engenheiro Civil do Bispado de Rio Preto

Site da Diocese: http://bispado.org.br/


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A Misericórdia Misericórdia o que é? Misericórdia é um sentimento de compaixão, despertado pela desgraça ou pela miséria alheia. A expressão misericórdia tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). "Ter compaixão do coração" significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas. No campo bíblico, misericórdia faz parte da própria essência divina. Foi pela misericórdia que o Pai nos criou, nos perdoou e nos deu o caminho para a remissão. Foi pela misericórdia que Jesus deu a Si mesmo por nós. E é nas obras de Cristo que devemos nos espelhar para o bem proceder como cristãos, socorrendo nosso próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Todo cristão, do mais abastado ao mais carente, deve ser um reflexo da misericórdia de Deus. Ainda que lhe faltem meios materiais para ajudar ao próximo, nunca lhe deverá faltar o ânimo para imitar a Cristo. O que é a misericórdia, concretamente? Como diz a própria palavra, significa ter um coração pelos miseráveis, estar atento aos outros, ao próximo. Ver onde eles sofrem, onde estão as suas feridas, as suas necessidades. Ter olhos abertos, não ficar indiferente e não fazer parte desta globalização da indiferença da qual o papa falou em Lampedusa e em várias outras ocasiões. Em segundo lugar, é preciso lembrar que a misericórdia não é apenas uma compaixão, mas também é uma atitude, uma virtude ativa. Quer combater a miséria, quer ir ao encontro. Não move só o coração, mas também as mãos e os pés. Faz-nos caminhar, ir ao encontro dos outros, ajudar como o bom samaritano que se abaixou na lama, tocou as feridas e depois também pagou pelo homem miserável que tinha socorrido. O bom samaritano fez mais do que a justiça exigiria. E isso porque a misericórdia é a justiça maior. A justiça é o mínimo da misericórdia, é o mínimo daquilo que somos obrigados a dar aos outros, porque é o seu direito, mesmo que às vezes não sejamos nem isso. A misericórdia pressupõe essa justiça, não a suprime, mas vai além. Como o bom samaritano que paga pelo outro. Ele não era obrigado, mas vai além da justiça. E isso muda o mundo. Um mundo que é só justiça

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pode ser muito frio. Certamente, a justiça é fundamental, é o pressuposto da misericórdia, mas a misericórdia vai muito além: toma a pessoa não apenas como alguém tem direito, mas como verdadeira pessoa que precisa de muito mais. É difícil, hoje, ser misericordioso? É tão difícil quanto seguir o Evangelho. É o evangelho que nos diz que, nas feridas do outro, tocamos as feridas de Cristo. É preciso sempre ter em mente que a misericórdia não é apenas uma compaixão, uma emoção do coração. A misericórdia vai até o amor pelo inimigo. Isso é muito exigente: amar o inimigo. A misericórdia não é um cristianismo barato, barateado. Alguns pensam que é isso, mas a pastoral da misericórdia não é barata, é exigente. Sejam misericordiosos como o Pai celeste, como Deus. A misericórdia não supre, não abandona os preceitos e os mandamentos, mas os interpreta. Não como algo que se impõe ao outro, mas que os ajuda, os liberta. Todos os mandamentos de Deus são um ato de misericórdia, não um ato de ditadura. Querem ajudar a alcançar a vida, a vida na sua plenitude. Conclusão Somos chamados a seguir as pegadas misericordiosas do Mestre Jesus de Nazaré, a sermos o rosto misericordioso de Deus. Como nos fala Jesus nas Bem-aventuranças: “Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” (Mt 5,7). Que o espírito das Bem-aventuranças nos ajude a viver, cada dia mais, a misericórdia para com todos nossos irmãos, principalmente os que vivem nas periferias existências da vida. Nos areópagos das grandes e médias cidades do mundo. Mundo este que pode estar muito perto de nós. Como nos fala São Lucas: "Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso" (Lc 6, 36). Como vemos, a virtude da misericórdia vai nos dar os critérios para uma vida mais santa, mais coerente com nosso batismo, pois Deus usou primeiro de misericórdia para conosco. Ele que veio ao nosso encontro enquanto ainda éramos pecadores. Que o Espírito Santo ilumine nossos corações e nos encha de misericórdia. Amém! Pe. José Vince

Paróquia Santa Luzia - Rio Preto

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EVANGELHO DE MARCOS

As parábolas do Reino Na primeira parte de seu evangelho, Marcos reuniu algumas parábolas de Jesus sobre o Reino de Deus. O termo grego parabole significa comparação e corresponde à palavra hebraica mashal (Sl 78,2; Mt 13,35). O mashal, na realidade, era uma sentença sapiencial, um provérbio, base da sabedoria do povo de Deus. Literariamente, a parábola se diferencia da alegoria. Essa última busca descrever uma ‘figura’ da realidade, cujos componentes e proporções podem ser comparados com os elementos e proporções da realidade visada pelo narrador (J. Konings). Na Bíblia, há vários exemplos de alegoria como Ez 17,1-24, Rm 11,13-24 e Jo 15,1-8. Isso significa que, geralmente, todos os elementos de uma alegoria podem ser explicados e relacionados com o fato narrado. Não é o que acontece com as parábolas. Nesse gênero literário, o mais importante é o acontecimento comparável como conjunto, globalmente, e não nos seus elementos distintos. Para a interpretação de uma parábola, não necessitamos explicar cada um de seus elementos, já que o seu sentido é aberto. A parábola provoca um questionamento no ouvinte, que, ao se envolver com a história, cai numa espécie de carapuça, de armadilha. Jesus utiliza esse tipo de linguagem para se comunicar com o povo. Ele falava do Pai e do Reino a partir do ambiente em que cresceu: a vida agrícola da Galileia. Os fatos do cotidiano, os valores e as propostas do ambiente palestinense da primeira metade do século I servem como instrumento pedagógico para Jesus explicitar aos discípulos em que consistia o Reino de Deus pregado por ele (Mc 1,15). Estando no mar da Galileia (Mc 3,7-12; 4,1), Jesus profere suas parábolas para demonstrar, em primeiro lugar, que o Reino de Deus é escondido e invisível aos olhos do mundo, porque não se mede com a medida humana, nem depende da atuação do homem, mas é graça, dom gratuito de Deus para nós. Ele é transcendente e sobrenatural e, portanto, não pode ser identificado com nenhum tipo de ideologia ou de sistema político.

A primeira parábola (4,3-9) busca ilustrar a oferta generosa do reino por parte de Deus na pregação de Jesus e as múltiplas respostas a ela. A semente é lançada em todos os terrenos, sem nenhum tipo de exclusão. Quando o homem se abre à graça, a Palavra produz fruto por si mesma (Is 55,10), transforma a vida do discípulo e o reorienta para Deus. Como mencionado anteriormente, uma parábola não necessita de explicação exaustiva de todos os seus elementos. Isso provoca a seguinte pergunta: Por que, então, Marcos nos apresenta uma interpretação da primeira parábola (4,13-20)? Os exegetas argumentam que o evangelista relacionou a parábola das sementes aos obstáculos enfrentados pelas primeiras comunidades cristãs na propagação da fé em Jesus. Marcos, na realidade, tem como objetivo esclarecer o seu leitor sobre o que acontece ao missionário cristão na sua pregação do Reino. Os principais obstáculos à ação evangelizadora da Igreja primitiva seriam, portanto, Satanás (4,15), as perseguições (4,16-17) e os cuidados do mundo (4, 18-19). A pregação do evangelho do Reino, com base nas parábolas, não visava excluir nenhuma pessoa da participação na obra salvífica de Jesus (4, 10-12.33-34). Marcos reflete sobre a situação da Igreja e propõe uma resposta à recusa dos judeus ao Evangelho. Por que houve um fracasso parcial do ministério de Jesus entre seu próprio povo (4,4-7)? A comunidade cristã entendeu que, para os outros (“os de fora”), as parábolas constituíam um enigma cujo sentido não podiam descobrir. Esse entendimento está relacionado com a aceitação da pessoa de Jesus como Messias e Salvador. Somente aos discípulos foi desvelado o mistério do Reino de Deus (Mc 4,11), porque ouviram a palavra de Cristo e a aceitaram como digna de fé. Nesse sentido, as parábolas sobre a lâmpada (4,21-22) e sobre a medida (4,24-25) nos ensinam que o Reino proclamado por Jesus irá, um dia, tornar-se manifesto para toda a criação. Como membro da comunidade, o discípulo que já tiver essa percepção espiritual

(Mc 4,1-34)

a terá ampliada pela exposição às parábolas e ao ensino de Jesus, enquanto, quem não a tiver, terá aumentada sua ignorância ou cegueira espiritual. Em outras palavras, a medida é a disposição do discípulo, a ‘abertura’ do coração, o dom que é concedido a partir de uma predisposição inicial do fiel para acolher o Evangelho. Em seguida, Marcos demonstra que o crescimento do Reino acontece exatamente como o da semente: sem intervenção humana (Mc 4,26-29). O Reino não depende do esforço humano, pois a força que faz o Reino chegar é o poder de Deus. O foco dessa parábola é a dimensão escatológica da ação de Deus na história como presente em Jl 4,13 e Ap 14,15-16. Por fim, a parábola do grão de mostarda (Mc 4,30-32) nos ensina que a vinda do Reino de Deus é inevitável. Seu início na história humana é pequeno e simples, porém, em sua plenitude, será grandioso (Dn 4,12; Ez 17,23; 31,6). O mistério do Reino de Deus não pode ser esgotado pelos conceitos humanos (Dn 2,35). Jesus quer mostrar para os discípulos que o Reino está presente para aqueles que têm o coração puro para reconhecê-lo. A presença do Reino já é uma realidade na ação e na palavra de Jesus. Ao mesmo tempo, algo a se manifestar no futuro, não porque está ausente, mas escondido aos olhos dos que não creem. Em todas as missas, suplicamos a vinda do Reino (“venha a nós o vosso Reino”), porque ainda a história humana rejeita Deus e faz pactos com a idolatria do egoísmo. Entretanto, para aqueles que creem e amam, Deus já os governa e reina sobre eles. Nesse tempo do Advento, como povo de Deus, supliquemos ao Pai para que seu reinado se estenda sobre todos os homens e sobre todo o universo, e assim Ele seja, de fato, tudo em todos, por meio de seu Filho Jesus, nosso Rei e Salvador.

Pe. Hallison Henrique de Jesus Parro

Catedral de São José


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Natal em um mundo de conflitos Estamos para celebrar o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Redentor e salvador, o Príncipe da Paz. Passando por nossas Igrejas, em um ou outro lugar de nossas cidades ou comércio deparamo-nos com os presépios, uns mais ostentados, outros na discrição, mas todos eles nos inspiram a contemplação que nos dão a singeleza da ternura, da bondade, da simplicidade, da misericódia e da paz. Ao meditarmos o imenso amor de Deus por nós, para nos salvar, trazendo vida em abundância, ao levantarmos nossos olhos, observamos nossa casa, o mundo, mergulhado em pânico e amedrontado pelas catástrofes naturais, pelo uso indiscriminado dos recursos naturais, causando danos ao meio ambiente e ao ser humano. Diversos conflitos armados manifestando, sem clemência, a força do poder e do domínio; outros marcados por atrocidades, frutos da indiferença, da discriminação da intolerância e da ganância. Até mesmo aqui no nosso Brasil a crise política e econômica, a onda de desemprego que assola o País; o rompimento da barragem de resíduos da exploração de minérios, ceifando vidas e deixando um rio morto quem sabe por quanto tempo; as epidemias sem controle que se alastram cada vez mais. Parece que estamos vivendo os sinais dos tempos. Como enfrentarmos tudo isso? Uma coisa é certa: nosso Deus é o Deus da esperança! Os poderes deste mundo passam, tudo passa. Só Deus permanece. E nós como cristãos embalados pela canção: “tempo de esperança e de viver, temo de ser novo e renascer”, somos convocados neste natal, mais uma vez, a sermos homens e mulheres de esperança, do anima, da alegria, com mãos à obra, comprometidos para darmos nossa mais preciosa colaboração através do testemunho e do anúncio, abertos ao diálogo, para a gestação da “civilização do amor”, como nos recomenda o Santo João Paulo II. Temos que ser profetas de Deus. Prestemos atenção: o natal de Nosso Senhor Jesus Cristo nos chama nesta hora, mais do que nunca a uma tomada de atitude de conversão, como cantamos em uma outra canção, “Meu caro irmão, olha pra dento do teu coração. Vê se o natal se tornou conversão, e te ensinou a viver”. Somos convocados a sermos promotores da paz, a começar pela paz em nossas famílias, comunidades e contagiarmos todos os que encontrarmos pelo caminho fazendo valer o que o Príncipe da Paz manifestou na manjedoura e pregou durante toda a vida. Que neste natal unindo-nos em oração ao Papa Francisco, possamos celebrar o Natal com fé, alegria e esperança, e darmos nossa preciosa colaboração para que a paz do Deus menino contagie o mundo e nos traga dias mais serenos, solidários, onde possa reinar a paz. A todos os cristãos e aos homens e mulheres de boa vontade nossos sinceros votos de um feliz e santo natal!

Pe. José Irineu Vendrami

Vigário Geral, e Reitor do Seminário Propedeutico

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DEZEMBRO/2015

Natal no Natal em um tempo de crise mundo que se econômica esqueceu do Natal de Jesus Chegamos ao mês de dezembro do ano de 2015, quando comemoramos o Natal, nascimento do menino Deus, em que pese todo um clima de instabilidade financeira, como dizem os especialistas (crise econômica), ainda guardamos um sentimento de fé e de esperança. Essa relação Natal e crise econômica nos leva a grandes preocupações com nossas crianças e adolescentes, que, em grande parte, vivem na pobreza, excluídas de uma sociedade dura, e que apenas se alimentam do zelo, da coragem e determinação do coração acolhedor de uma mãe e de um pai, pois como sabemos, o alimento, as vestimentas, necessidades básicas, e educação, não são fartas e boas. Creio que certa escuridão, muita incerteza, até desespero pairam hoje sobre boa parte da sociedade. Isso devido ao desgoverno de um país que deveria ser extremamente próspero, ávido do bem comum. Com isso, prejudicando, principalmente, os que não são privilegiados pela sorte, pobres e marginalizados, muitos vivendo na miséria e injustiça de uma sociedade egoísta. Nossa esperança não pode ficar sempre vinculada ao Criador para termos um Natal melhor, depende também de nosso esforço, de nosso agir. Não há tempo a se perder, vamos abraçar o mês de dezembro como se fosse um filho a nascer do ventre de uma mãe intacta, de exemplo Maria, nossa intercessora. Crer fielmente na superação, num Deus presente em todos nós, como o fez em toda história humana, pois ele é confiável, como é sua misericórdia, compaixão, seu amor verdadeiro de pai. Num contexto final, se a vontade de Deus é tudo o que é bom para todos, Jesus é o nosso modelo para os valores da solidariedade, justiça, dignidade e compartilhamento. Não deixe que a crise econômica se instale no tempo do seu, do nosso Natal, que por certo será comemorado com encurtados presentes, mas com muita alegria e uma especial e infinita espiritualidade no coração. Aguardamos ansiosos por um país mais bem governado, preocupado, primeiramente, com o ser humano, com a educação de seus filhos, ambicioso pela igualdade e justiça. Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

Pe. Mário Ustaszewski

Paróquia São Pedro Apóstolo de Mirassol - Êconomo da Diocese

No mês de dezembro dia 25, comemora-se, no mundo inteiro, o Natal, o nascimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo. Andando pelas ruas e pelos Shoppings, vemos inúmeras decorações natalinas: luzes, estrelas, neve, ursos polares, duendes e gnomos coloridos, Papais Noéis de todos os tipos, danças, apresentações teatrais…Mas, e o Menino Jesus? “Se pudéssemos entrevistar o Senhor Jesus, nessa época do ano, e perguntar-lhe a respeito do Natal, creio que Ele responderia: ‘Esqueceram de mim’ ”. Meus irmãos e irmãs, não esqueçamos que Jesus é o maior motivo do Natal. “Ele continua batendo à porta dos corações e dizendo: ‘Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada’ (Jo 14.23)”. Um feliz Natal e um bom Ano Novo a todos!

Pe. Natalício Nascimento dos Santos Coordenador Diocesano de Pastoral Paróquia Divino Espírito Santo - SJRP


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