CNBB LANÇA BOLETIM SOBRE O GRITO DOS EXCLUÍDOS APRESENTAÇÃO O presente número do boletim tem por finalidade desencadear do Grito dos Excluídos de 1996, dando continuidade e aprofundando a experiência de 1995. A avaliação feita por muitos participantes e pelas pastorais sociais, apontou para a necessidade de realizar, novamente, O Grito dos excluídos neste ano. No final do ano passado, as pastorais sociais designaram uma coordenação para dar prosseguimento ao projeto e movimentar o processo de preparação. Reunidos em Brasília nos dias 29 de fevereiro e01 de março, enquanto Coordenação, elaboramos a proposta que segue. Esperamos a participação e a colaboração de todos desde o início deste processo. Aguardamos as suas sugestões. Trata-se de um grito de fé, de solidariedade, de alerta e denúncia a ser bradado, preferencialmente, no dia 07 de setembro, fazendo desta data um dia da prática diferente. É um evento massivo, descentralizado e sua realização terá maior ou menor impacto, dependendo da criatividade e do empenho de todos. Quer ser um ato de mobilização de amplas camadas da sociedade. Tema: O GRITO DOS EXCLUÍDOS Por esse nome? A exemplo da Romaria dos Trabalhadores, da Tera, do Grito da Terra Brasil, eventos que se tornaram uma referência e adquiriram uma identidade popular, a Coordenação acha importante manter o mesmo nome para ir consolidando e popularizando esta iniciativa. Lema: JUSTIÇA E PAZ – TRABALHO E TERRA PARA VIVER O lema quer dar continuidade ao tema da Campanha da Fraternidade. Entendemos que só haverá verdadeira paz, se ela for fruto da justiça. O acesso ao trabalho e à terra, para viver com dignidade, são indispensáveis para se chegar a uma sociedade justa e fraterna, sinal do Reino de Deus. Falar em cidadania sem democratizar o acesso ao trabalho e à terra, é discurso vazio e inconseqüente. Você tem outras sugestões para o tema? E o lema? Material de Divulgação Cartaz – Na primeira discussão foram levantadas algumas idéias como: mapa do Brasil, foto do Grito de 1995, rostos do cartaz anterior, cores do cartaz da Cf 96 para visualizar o tema e o lema. Envie suas sugestões! Símbolo – Você tem alguma sugestão em relação a um possível símbolo a ser entregue no dia do Grito? Tablóide – dando continuidade editados em 1995, serão publicados mais três. Dois antes do Grito e um terceiro após a sua realização. O primeiro,
a ser publicado no mês de abril, tratará da estrutura do Grito (objetivos, tema, lema, articuladores, conteúdo, etc.), levando em consideração as sugestões e contribuições enviadas pelos leitores deste boletim. Boletins – Está prevista a elaboração de cinco boletins informativos que visam contribuir no aprofundamento do tema geral, com atenção aos seguintes itens: trabalho, migração, economia informal, terra, direitos. Cada um destes boletins estará a cargo de uma das pastorais promotoras do evento. Camisetas – elaborado o cartaz, serão confeccionadas camisetas com a estampa do mesmo. Para que o processo seja participativo, é necessário que todos colaborem. Seguindo o exemplo d e1995, propomos que cada pastoral contribua com um financiamento antecipado de R$ 200,00, que serão restituídos com o valor correspondente em camisetas do Grito dos Excluídos. Divulgação – todos são convidados a divulgar o evento, nos grandes MCS, na imprensa das igrejas: falada, escrita e televisiva, bem como nos boletins das pastorais, movimentos pastorais, entidades, etc. Articuladores – A Coordenação, na realização do Grito dos Excluídos de 1995, contou com a colaboração de 17 articuladores regionais, além das pastorais e pessoas que participaram diretamente. Sem a contribuição dessas pessoas, o acontecimento não teria tido a dimensão que teve. Mesmo assim, algumas áreas ficaram descobertas. É indispensável que as igrejas, as pastorais e cada um fomente e motive a criação de grupos de articulação, animação e dinamização do Grito nos estados, regiões, dioceses, paróquias, etc. Perguntamos aos articuladores: Podemos continuar contando com adua colaboração? Você tem outros nomes para indicar? Se tiver, envie o nome e o endereço completo para serem publicados na tablóide especial de abril. Coordenação – CPO, SPM, CPT. P.Saúde, P. Menor, Cáritas e Setor Pastoral Social CNBB. Importante – o êxito do Grito será fruto de sua participação. Suas sugestões deverão já estar na secretaria no dia 29 de março de 1996 pois no dia 1º de abril a Coordenação se reunirá para então definir: tema, lema, cartaz e demais materiais a serem produzidos para dinamizar e dar vida ao projeto. Participe, estamos aguardando sua valiosa contribuição.
“SÓ POR HOJE” Os dez mandamentos para obter a paz, segundo o Papa João XXIII Só por Hoje procurarei viver exclusivamente este dia, sem tentar resolver de imediato o problemas de toda minha existência. Só por Hoje terei o máximo cuidado com o meu modo de tratar as pessoas, sendo delicado em minhas maneiras, não criticando a ninguém, não pretendendo melhorar ou disciplinar ninguém, se não a mim. Só por Hoje me sentirei feliz com a certeza de ter sido criado para ser feliz, não só no mundo futuro, mas também neste. Só por Hoje ajustar-me-ei à realidade, sem procurar fazer com que as coisas se ajustem aos meus próprios desejos. Aceitarei o que destino me oferece e a isso me adaptarei. Só por Hoje dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, lembrando-me que assim como é preciso comer para sustentar o meu corpo, assim também a leitura ;e necessária para alimentar a vida da minha alma. Só por Hoje exercitarei meu espírito de dois modos: farei uma boa ação sem contá-la a ninguém e farei uma coisa de que não gosto, que não tenho vontade de fazer, como disciplina. Se for ofendido nos meus sentimento procurarei que ninguém o saiba. Só por Hoje farei um programa bem completo do meu dia. É possível que não o siga exatamente, mas em todo o caso terei. E me guardarei de dias calamidades: a pressa e a indecisão. Só por Hoje terei meia hora de quietude a sós, então, repousarei. Durante essa meia hora procurarei obter uma melhor perspectiva da minha vida. Só por Hoje ficarei na fé, com a certeza de que a Divina Providência se ocupa de mim, como se somente eu existisse no mundo, ainda que as circunstâncias manifestem o contrário. Só por Hoje não terei medo de nada. Principalmente não terei medo de gozar do que é belo e de acreditar que, do mesmo modo como eu me der ao mundo, assim o mundo me dará. A BIOÉTICA E SUA CORRELAÇÃO COM A TEOLOGIA INTRODUÇÃO Na reflexão teológica, é a Teologia Moral que se ocupa das questões éticas relacionadas ao comportamento humano e cristãos. São três as fontes que fornecem os paradigmas da Teologia Moral: as Sagradas escrituras, a Tradição da Igreja e os documentos elaborados pelo Magistério.
Devido ao tempo de exposição que nos cabe, nos ateremos somente à primeira fonte, as Sagradas Escrituras. O referencial da Teologia é a Palavra de Deus contida na Bíblia. E aqui podemos perguntar se na Bíblia encontramos algo que trate de bioética? A resposta é afirmativa, pois toda vez que a vida da pessoa humano é colocada em questão, faz-se necessário estabelecer alguns parâmetros éticos. Os textos são inúmeros, porém vamos nos limitar aqui somente a dois deles, um no Antigo e outro no Novo Testamento. PRIMEIRO TEXTO: Livro do Gênesis 1,26-28. Neste texto nos é relatado o momento da criação em que Deus, após formar a terra com todo9s os seus elementos, a entregou ao homem para que ele a dominasse. Deus disse: “façamos o homem à nossa imagem e segundo nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos e todos os animais selvagens e todos os répteis que se arrastam sobre a terra”. Deus criou o homem e à sua imagem, à imagem de Deus o criou, macho e fêmea ele os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei e subjugai a terra! Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre tudo que vive e se move sobre a terra”. Vamos fixar nossa atenção sobre o significado aqui do verbo “dominar”. Desse verbo emerge o sentido de tarefa e ser realizada, portanto compreendendo uma atividade contínua que por si exige se estabeleça um processo constante de ampliar conhecimentos, desvelar o que esteja oculto, sentir e confrontar forças existentes. Naturalmente, tal tarefa não compete a um único indivíduo, mas à comunidade toda dos indivíduos humanos. Portanto, o homem nunca poderá estar sozinho, pois necessita sempre de ajuda do outro. A tarefa de domínio se estende a todos os homens. Desse relacionamento nasce a inevitável necessidade do conhecimento mútuo. E quanto mistério vai sendo desvelado tanto na natureza quanto na pessoa humana! Podemos então afirmar que, enquanto o homem estiver envolvido e comprometido com tal tarefa – conhecer para dominar – estará conjungando seu projeto existencial com o desígnio que Deus colocou nas mãos de toda a humanidade. Porém, o problema que se apresenta diz respeito ao como realizar essa tarefa eme mio aos naturais desafios e riscos que comportam a própria vida. Vamos então buscar auxílio num outro texto. SEGUNDO TEXTO: Evangelho de Mateus 25,14-30
Este outro texto é muito conhecido, pois é uma das parábolas de Jesus, a parábola dos talentos. “Será, também como um homem que, tendo de viajar para o exterior, reuniu os empregados e lhes confiou os bens. A um deu cinco talentos a outro dois e ao terceiro um, segundo a capacidade de cada um deles. Depois partiu. Imediatamente, o que recebeu cinco talentos saiu e negociou com eles, ganhando outros cinco. Do mesmo modo, o empregado dos dois talentos ganhou outros dois. Mas o que recebeu um, saiu, fez uma cova na terra escondeu o dinheiro de seu senhor. Passado muito tempo, voltou o senhor daqueles em pregados e lhes pediu as contas. O que recebera cinco talentos, aproximou-se apresentou outros cinco: “senhor, disse, confiaste-me cinco talentos; aqui tens outros cinco, que ganhei”. Respondeu-lhe o Senhor: “Muito bem, empregado bom e fiel; foste fiel no pouco, eu te confiarei muito; vem alegrar-te com teu Senhor”. Chegou o empregado dos dois talentos e disse: “Senhor, dois talentos me deste, aqui tens outros dois que ganhei”. Disse-lhe o Senhor: “Muito bem, empregado com e fiel; foste fiel no pouco, eu te confiarei muito; vem alegrar-te com teu Senhor”. Aproximou-se também o que recebera um talento, e disse: “Senhor, sei que é um homem duro, que desejas colher onde não semeaste e recolher onde não espalhaste. Por isso tive medo e fui esconder teu talento na terra; aqui tens o que é teu”. Respondeu-lhe o Senhor: “Empregado mau e preguiçoso, sabias que e desejo colher onde não semeei e recolher onde não espalhei. Devias, pois, depositar meu dinheiro em Banco para, na volta, eu receber com juros o que é meu. Tirai-lhe o talento e daí ao que tem dez. Pois ao que tem muito, mais lhe será dado e ele terá em abundância. Mas ao que não tem, até mesmo o pouco que tem lhe será tirado. Quanto a esse servo inútil jogai lá fora na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes”. De toda a riqueza exegética desse texto, queremos ressaltar apenas dois pontos. Primeiramente a parábola nos fala da diversidade na distribuição dos talentos conforme a capacidade de cada um. Capacidade aí não deve ser compreendida apenas com a obtenção de sucesso na área dos negócios, mas com as qualidades , aptidões, sabedoria humana no trato das coisas deste mundo. Um segundo aspecto que queremos ressaltar encontra-se na final da parábola, particularmente no que se refere aos resultados obtidos com ouso dos talentos, Elogiados e premiados são os que arriscam, investem, usam, se propõem a correr o risco. Por outro lado, quem não arrisca, quem não ousa, quem esconde seus talentos é repreendido e castigado. Ao dar talentos às pessoas, e nenhum momento da parábola Deus se apresenta limitado, direcionando ou mesmo determinando o uso mesmos nesta
vida. Pelo contrário, Deu se apresenta muito livre ao respeitar toda a liberdade humana. O imite da pessoa será determinado pelo limite de seus próprios talentos. Quem recebe cinco, use os cinco; quem recebe dois, use os dois; quem tem um talento, use-o pois aí estará o seu limite. Em nenhum momento o texto afirma também o que fazer ou até onde ir com os talentos recebidos. Em seus ensinamentos, Jesus ensina muitas e muitas vezes o como devemos utilizar o talentos: fazer tudo com amor. Se o enfoque está o como fazer e como agir, então estamos falando sobre “ethos”, isto é, sobre o nosso modo de ser nesta tarefa de domina o mundo criado por Deus. É neste modo próprio de ser que se dá a diferença ente nós e os demais seres vivos. Caminhar nesta vida com aquilo que é próprio do homem – o amor – é o modo com que o artista vai assinando as tarefas que não sendo concluídas. O amor é a marca do divino revelando-se no humano. É o instrumento que a criatura tem nas mãos para se aproximar, cada vez mais, do ideal em ser imagem e semelhança do criador. Portanto, sonegar os próprios talentos, fugir do desafio de dominar a terra e suas criaturas, não correr o risco, é negar sua condição existencial fundamental. Um dos grandes mestres e doutores da Igreja, Santo Agostinho, ensinava a seus contemporâneos o único limite do agir humano: “Ama, e fazes o que quiseres”. Certamente que a Teologia Moral não se posta ingenuamente frente a temas como o da engenharia genética ou da engenharia molecular. Todos nós nos maravilhamos e nos assustamos com os avanços dessas e de outras ciências. Mesmo porquê a engenharia genética não é um jogo de xadrez, onde se enxadrista, ao dar o primeiro lance, é possível ter em mente os próximos trinta e seis movimentos. Na engenharia genética, poderemos prever ou supor os próximos cinco lances? Apesar disso, não compete à Teologia Moral, ou à Igreja definir os passos a serem dados em qualquer atividades científica. Não é também de sua competência limitar qualquer pesquisa ou atividade da ciência. Ao contrário, deverá ela ser a primeira a incentivar, a motivar, a mostrar-se muito mais como “acelerador” do que “freio”. Porém, compete sim à Igreja, como comunidade humana, definir e zelar pelo modo como a ciência pode prosseguir sua tarefa; definir e clarear os conteúdos axiológicos, enfim, não deixar que se perca na história o próprio do ethos humano, isto é, o amor.
Historicamente, toda vez que a Igreja pretendeu impor limites ao caminhar da ciência, negou-se a si própria, distorcendo os ensinamentos evangélicos. E como atitudes assim, por serem negativas, marcam muito mais do que as que promoveram e defenderam a prática científica – lembramo-nos da importância de Mendel para a genética – a Igreja acabou ganhando uma “armadura social” que impede a muitas pessoal de sentirem o pulsar de seu coração. Concluindo, compete à Teologia Moral a urgente tarefa de resgatar o papel de parceria na reflexão ética e principalmente bioética junto às pessoas, organismos, grupos sociais que cultivam no jardim da esperança as sementes do amor. A Teologia reafirma seu papel de serviço numa sociedade que quer ser livre para poder livremente dominar esta teoria que um dia o Criador colocou em nossas mãos. Pe. Alquermes Valvassori é professor na PUCCAMP. Este artigo é um resumo da palestra apresentada no III Congresso Brasileiro de Bioética e Saúde 15-17 de junho de 1995. PASTORAL NA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO Na primeira parte, apresentamos alguns dados sobre a realidade humana atual, diária ou não, para obtermos uma idéia, ainda que imprecisa, do que acontece no dia-a-dia do hospital. Procederemos por departamentos ou pavilhões como também são chamados. Isso responde à pergunta freqüentemente ouvida: Como é a Santa casa? 1) O Pavilhão Fernandinho ou Departamento de Ortopedia. Conta com 180 leitos, além das Oficinas Ortopédicas, o Pronto Socorro de fraturas, o Ambulatório e o Centro de Reabilitação. 2) A Pediatria conta com 200 leitos, além da UTI Infantil e Pronto Socorro próprio. 3) O Departamento de obstetrícia e Ginecologia (DOGI) possui 100 leitos, além do Berçário. 4) O Departamento Cirúrgico além de duas enfermarias de tratamento semi-intensivo, possui 150 leitos. 5) O Departamento de Clínica Médica, sempre insuficiente, abrange 100 leitos.
6) O Departamento de Cardiologia e Pneumologia que possui uma unidade de tratamento semi-intendica própria de 4 leitos, conta com 25 leitos. 7) O Pavilhão Conde Lara, fucniona o Centro de triagem e tem diversas Clínicas entre as quais os serviços de Oftalmologia e de Otorinolaringologia, com 60 leitos. 8) O Pronto Socorro central com 50 leitos. 9) UTI Central com 25 leitos. 10) O Departamento Santa Isabel, para atendimento de pagantes o convidados, com 100 leitos. Possui Pronto Socorro, Berçário e UTI Infantil próprios. 11) O Enfermaria Oscar Monteiro de Barros é uma extensão do Santa Isabel com 35 leitos. 12) O Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho conta com 60 leitos. A soma geral dos leitos é de 1.095 com uma ocupação regular de 86%. A serviço de toda esta assistência hospitalar trabalham mais de 5.000 funcionários, sem contar com a faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa onde estudam 600 alunos. Tudo isso se localiza dentro da superquadra, onde passam diariamente milhares de pessoas em procura de saúde pi para visitar seus doentes. PASTORAL HOSPITALAR O trabalho de evangelização e pastoral visa, sobretudo, a pessoa humana. Realiza-se através do relacionamento personalizado e o diálogo permanente. Dado que o primeiro objetivo do trabalho de evangelização hospitalar se dirige aos doentes, enfocaremos, sobretudo, esta presença de grande rotatividade como principal atenção e preocupação, sem, entretanto, excluir os funcionários e familiares dos doentes. Esta atividade responde à pergunta: como está sendo realizada a missão pastoral na Santa Casa? 1) EVANGELIZAÇÃO E PASTORAL DOS DOENTES Jesus, nosso mestre, sempre foi alguém, na vida pública, que procurou estar com as pessoas. Convive mais intimamente com o grupo dos apóstolos, mas leva-os continuamente consigo quando prega às multidões. Não faz um trabalho de gabinete, mas de presença constante no meio do povo. Em primeiro lugar, o serviço de capelania é estar no meio do povo hospitalar, isto é, doente, funcionários e familiares. Com este objetivo o Capelão propõe-se visitar semanalmente todas as enfermarias. Pronto Socorros e UTIs do hospital, além de atender todas as chamadas. Nestas visitas, o ponto de partida é sempre o diálogo, para estabelecer um relacionamento amigo e evangélico. Partindo do doente onde está, pode-se
chegar a uma palavra sobre deus, algum versículos bíblico lembrado, uma oração de esperança, um apoio na dor. Procuro personalizar o encontro, pois a maioria só vê o Capelão na única vez. Os não praticantes têm, pelo menos a chance de encontrar nesta única oportunidade, talvez na vida com o pastor. Na mesma linha, há o trabalho dos seminaristas e dos elogios, chamados de agentes de pastoral ou visitadores. O trabalho que eles desempenham depende muito da formação paroquial que receberam. Os que têm formação carismática valorizam muito a oração: os Legionários de Maria, além da oração, reocupam-se com a situação do doente. Estão fichadas 34 pessoas, mais 6 seminaristas, mas a presença de todos nem sempre é constante. Sob a orientação de seminaristas teólogo fazem reuniões formativas anual. O segundo grupo é constituído por 21 Ministros da Sagrada comunhão, onde também atua uma irmã de São José. Além disso a Religiosa atende a todos os batizados da Pediatria. Dois ou três ministros cada dia levam a comunhão para todos os que estão preparados espiritualmente, elencados numa lista, para receberem a Santa Eucaristia. O número diário varia de 15 a 30 comungantes. O grupo é mais homogêneo e mais preparado. Na reunião mensal, eles mesmos são escalados para fazerem a reunião dentro de um roteiro previamente preparado por eles mesmos. 2) OS FUNCIONÁRIOS Procuramos ter um relacionamento amigo e cordial com todos os cinco mil funcionários e um relacionamento mais freqüente com as Irmãs, os membros da Irmandade, as cheias da enfermagem, psicólogas, fisioterapeutas, assistentes sociais, serviços de alimentação, limpeza... Duas iniciativas cristãs específicas são realizadas com os funcionários mais achegados e de maior vivência evangélica: a) O Grupo de Oração matinal. Às 6h40 um grupo de 20 a 30 funcionários se reúnem para ler o evangelho do dia, um canto, comunhão, Pai Nosso e alguma prece. Oferecem seu dia de trabalho a Deus. b) Às sextas-feiras, das 17 às 19 horas um Grupo de Oração Carismática se reúne com funcionários e também pessoas de fora, animado por um médico. Como não podem se reunir durante o trabalho, procuram se encontrar após o expediente. c) Na programação constam ainda três Missas anuais pelos funcionários: Em maio, pelas mães vivas e falecidas; em novembro, pelos funcionários falecidos e familiares; em dezembro, como preparação ao Santo Natal. Outras celebrações de Missas para funcionários são feitas por ocasião da morte de algum deles, inclusive membros da Irmandade, ou comemorações especiais, como a Semana da Enfermagem, Natal.
d) Na Santa casa existem duas escolas de enfermagem: a escola de enfermagem São José e a escola de enfermagem da Santa Casa e realizarmos comemorações especiais na Escola São José. A faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa realiza um Culto Ecumênico anual de formatura, do qual o Capelão participa. Procuramos estar presente em alguns encontros anuais de profissionais, como o das nutricionistas, psicólogas e enfermeiras. Não nos é possível uma presença maior, a não ser que diminuíssemos o tempo de contato com doentes. 3) CAPELA Está aos cuidados da Irmã Rosa, responsável pelo conto litúrgico, alfaias e flores; uma auxiliar, Maria Helena zela pela limpeza e atendimento às pessoas. Em todos os dias da semana, menos no dia de folga, é celebrada missa. Nos dias úteis, a participação é mais de Irmãs, pessoas de fora e algumas enfermeiras. Nos sábados e domingos está aberta para a presença do público, dos doentes trazidos pelos agentes da pastoral da saúde. Pela manhã, o Capelão dá, diariamente, uma hora de expediente para orientações, atendimentos diversos e confissões. A Capela é também o centro propulsor de toda a pastoral desenvolvida nas diferentes enfermarias. Pe. Firmino W. Pasqual capelão da Santa Casa de misericórdia de São Paulo.