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PASTORAL DA SAÚDE NO HOSPITAL Hoje, a Pastoral da Saúde nos hospitais, por ser uma exigência da Igreja, tornou-se integrante das diversas pastorais componentes da paróquia. Trabalhar na pastoral é assumir uma missão. Portanto, não basta só boa vontade. É importante que as pessoas que têm esta vocação e missão, desempenhem este tipo de trabalho, e o faça com alguma competência. Pois hoje, num mundo dominado pela tecnologia, se faz necessário uma boa preparação. Imprescindível também é saber que embora seja de caráter voluntário, este trabalho não é feito quando, onde, e como a pessoa quer, ou quando lhe sobra tempo. É preciso que a pessoa que se disponha a ser um agente de pastoral, reserve um tempo em que esteja disponível e comungue com a filosofia de trabalho já existente, que nem sempre é a mesma da paróquia pois a realidade é diferente. É preciso reconhecer que muitos que se prontificam a fazer este trabalho, além de prestar um serviço de caráter voluntário, geralmente têm outras atividades paralelas. Mas é importante lembrar que o trabalho voluntário de Pastoral da Saúde, que em geral começa como uma curiosidade e depois passa a ser um apostolado, deve se tornar um compromisso, com a comunidade, com o grupo dos agentes e principalmente com os doentes. Hospital O hospital é uma realidade diferente, pois é um lugar onde se concentram os mais diferentes tipos de pessoas, doentes, familiares e profissionais. É um lugar de trabalho para os sãos, de esperança e de saúde para os doentes. É uma realidade onde os opostos se aproximam. Vida-morte, cuidadodescaso, sorriso-lágrima, calma-tensão, tristeza-alegria, dor-alívio, esperança-desespero, culpa-alívio. Estes opostos se tocam e por vezes se unem perigosamente. Tudo isso faz com que o hospital que deveria ser um lugar de repouso e descanso para o doente, acabe se tornando um lugar onde agitação, expectativas e angustias se fazem uma realidade. Daí a razão do porquê até o número de visitantes é limitado, até para os próprios familiares. Assim sendo, as pessoas que trabalham como agentes de Pastoral de Saúde podem encontrar algumas dificuldades para ingressar no hospital. Neste sentido, é importante lembrar que a primeira finalidade do paciente no hospital não é atendimento espiritual, de conversão, e sim clinicamente recuperar a pessoa. Isto não significa que o hospital exclua qualquer atividade religiosa ou proíba que o doente tenha assistência religiosa. Alguns reconhecem e dão importância a esta assistência. A própria Constituição garante o direito do paciente em receber visita de seu representante religioso. O que não garante que o hospital deva ter um capelão ou mesmo uma equipe de Pastoral da Saúde. Um hospital de uma congregação religiosa por exemplo, pode tranqüilamente admitir somente o serviço religioso católico. Neste caso, a visita de outras denominações religiosas somente são permitidas em caso de solicitação de algum paciente. Pois, os hospitais em geral não aceitam um serviço religioso que não esteja de acordo com às realidades do hospital. Não admitem os chamados proselitismos religiosos. Ou seja: tentar convencer o doente que a única religião certa é aquela em que eu acredito. Não aceitam propaganda de credos e muito menos manifestações religiosas que perturbem a tranqüilidade do ambiente e desrespeito a outras crenças. Além dos aspectos referentes aos diversos credos, o agente de Pastoral precisa atentar para alguns detalhes que interferem no tratamento dos doentes tais como: trazer alimentos ao paciente, sentar na cama do doente ou em outra cama que porventura esteja desocupada. Estes e outros procedimentos devem ser evitados. Caso você queira fazer algum procedimento, entre em contato com a equipe de enfermagem. É importante lembrar que nós ficamos muito pouco tempo com o paciente, e


por isso é difícil saber da sua real situação e de que ele está precisando. Devidamente autorizado, o agente poderá fazer algo que não atrapalhe o tratamento clínico. Um Dia no Hospital O dia de um capelão no hospital, em geral, é um pouco diferente do dia um agente de Pastoral da Saúde pois o padre normalmente fica o dia inteiro dentro do hospital, enquanto que os agentes passam somente algumas horas. Para os agentes, algumas dificuldades são mais pertinentes. É mais difícil estabelecer relação com os profissionais e também com os próprios doentes. Pois além de vir uma ou duas vezes na semana, eles têm um horário previsto de trabalho. É importante que em harmonia com o capelão ou com coordenador da Pastoral da Saúde, e também com a diretoria do hospital, estabeleça-se um horário de entrada e saída. Que de preferência o horário não coincida com os horários de visita das famílias ou mesmo com os horários de refeição dos pacientes. Antes de começar as visitas, é importante que o grupo de agentes, juntamente com o capelão ou com o coordenador, se reúnam para dividir os setores e começar com uma reflexão e oração pedindo a proteção de Deus para os trabalhos que serão desenvolvidos. Depois disso cada um procure visitar seu setor sem ter muita preocupação de visitar todos os doentes. Pode acontecer que algum doente esteja mais necessitado, precisando de um tempo maior. Procure dar tempo a esta pessoa com quem você está conversando. Por isso, é importante não medir sua atuação pastoral pelo número de pacientes que você visitou ou pelos sacramentos que você conseguiu ministrar. Não devemos esquecer que nosso diálogo e presença solidária junto aos doentes, familiares e profissionais, muitas vezes, pode ser é um “sacramento”. Diálogo: o melhor caminho Um dos aspectos mais importantes no trabalho pastoral é sem dúvida o diálogo. Para se estabelecer uma relação de ajuda, o diálogo e a escuta são os melhores recursos. Devemos começar nosso trabalho pastoral de diálogo já com os porteiros ou seguranças do hospital, mesmo que estes, às vezes, dificultem nossa entrada. É bom lembrar que eles estão cumprindo ordem e mantendo a segurança do próprio doente. Não discuta com quem não tem poder de decisão. No tocante aos profissionais da saúde, já ouvi muitas vezes as pessoas dizerem que eles não gostam de conversar. Realmente, isso muitas vezes é verdade. Alguns não são muito abertos. Outros muito fechados. Outras vezes os muitos afazeres impossibilitam que eles parem para conversar com os agentes ou mesmo com o capelão. Menos própria é nossa postura de esperarmos sempre que o outro tome a iniciativa. Às vezes as mesmas barreiras que eles colocam em relação a nós, também colocamos em relação a eles. Portanto, andando pelo hospital, procure cumprimentar as pessoas que você encontra nos elevadores, corredores, salas, posto de enfermagem ou na enfermaria onde estão os doentes. Se ao saudá-los eles não responderem, não se intimide. Você fez sua parte. Afinal um bom dia ou boa tarde não custa nada a ninguém. Além do que, é normal algumas dificuldades de relacionamento com os doentes, familiares e profissionais nas primeiras visitas. Primeiras visitas Não é raro nas primeiras visitas que o agente de pastoral sinta um certo desconforto. A impressão que temos é que todas as pessoas estão olhando para nós e observando tudo o que fazemos.


Procuramos não fazer nada de inconveniente que vá contra a filosofia do trabalho já estabelecida. Podemos nos sentir inseguros e termos sensação de inutilidade. Esses sentimentos são normais e passarão com o decorrer do tempo. Mas é importante lembrar que os profissionais, que nem sempre têm tempo para uma conversa com o doente, lutam para devolver-lhes a saúde. Nós somos aqueles mensageiros da fé que dispomos de um pouco de tempo para que o doente tenha esse apoio solidário e espiritual. Portanto, dê-se o direito de sentir-se desconfortável nas primeiras visitas. Sei por experiência que a primeira visita é muito “desajeitada”. Mas, cuidado! Ao contrário do que normalmente acontece, no hospital não é a primeira impressão que fica. Uma outra características das pessoas que começam visitar doentes no hospital é a de visitar muitos em um espaço curto de tempo, além de fazer muitas perguntas. Outro procedimento notável do agente é visitar sempre os mesmos doentes, ou os que já conhece. No início essas atitudes são compreensíveis, visto que temos dificuldades para estabelecer um diálogo. Nossas visitas rápidas desobrigam-nos de falar e ficar com as pessoas, principalmente quando essas permanecem caladas. E nós temos dificuldade de permanecer em silêncio. Por isso, nossa visita, muitas vezes se resume em convidar para a missa (culto) ou em oferecer sacramentos, ou ainda, no curto espaço de tempo que permanecemos com a pessoa, fazemos um longo interrogatório. Muitas vezes ao invés de visitadores solidários, nos transformamos em verdadeiros repórteres junto aos doentes, em casa ou no hospital. Na enfermaria ou no quarto Ao chegar no andar, é importante entrar em contato com a enfermeira ou alguém responsável para que ela saiba que você está visitando os doentes. Aproveite a oportunidade para pedir se existe algum paciente que esteja necessitando de uma visita. Ou então, você pode passar pelo corredor, visualizar o ambiente e entrar num quarto. De preferência, aquele que esteja sem visitas ou aquele que tenha chamado sua atenção. Quando entrar no quarto, procure cumprimentar o paciente de acordo com o horário. Em geral, costumamos perguntar se a pessoa está bem. Não é proibido fazer esta pergunta, embora você corra o risco de ouvir: “se estivesse bem não estaria aqui”, embora isso não seja freqüente. Alguns outros meios de abordagens podem ser tentadaos, tais como: como está se sentindo? está melhorando? Ou, depois de observar a fisionomia do paciente dizer: parece-me que você está bem, ou parece que você está com dor, triste ou preocupado com alguma coisa. Ou ainda pode-se começar falando sobre aquilo que o doente esteja fazendo. É sempre importante apresentar-se dizendo o nome, e o que faz. Enquanto isso procure discretamente, observar o quarto do paciente. O que há no quarto, tipos de objetos, tais como: correntinha, medalhas, terços, pequena imagem de santo, bíblia ou que tipo de livro está lendo. Isso poderá abrir algumas portas que facilitem um diálogo. Procure num primeiro momento falar daquilo que o doente queira falar. Pela reação do paciente perceberemos se somos bem-vindos, aceitos ou tolerados. Dependendo das emoções que despertamos ao paciente poderemos falar de Deus, sacramentos e celebrações que acontecem no hospital.

Momentos celebrativos Todo trabalho pastoral dentro dum hospital culmina em geral com uma celebração, diária, semanal ou mensal. Isso depende das condições e do próprio espaço que o hospital oferece, que po r


experiência sei que nem sempre é amplo. O espaço para o sagrado dentro do hospital é algo que precisa ser conquistado com presença, atuação e testemunho. No tocante aos pacientes, as celebrações, missas, culto ou celebração da palavra são muito importantes para os pacientes. São momentos onde eles têm a possibilidade de expressar suas necessidades a Deus. Além do que, sua sensibilidade fica mais aguçada na ocasião da doença. Porém, é bom lembrar que as celebrações sejam feitas de maneira condicionada às necessidades do doente. Não é aconselhável fazer cerimônias longas, pois os doentes têm horários de medicação, além de eles não estarem em condições de ficar muito tempo fora do quarto ou da cama. Procure realizar as celebrações nos tempos convenientes para os doentes e também para os profissionais, a fim de não atrapalhar o bom andamento do hospital e os horários de visita. Com os profissionais da saúde, sempre que possível, aproveitar os momentos celebrativos. São as missas de 7° dia, mês ou ano de falecimento. São momentos em que temos a oportunidade de dar uma mensagem positiva para pessoas que quase nunca participam. Também é importante aproveitar os momentos festivos tais como: Páscoa, Natal, Dia do Médico e Enfermeira, bem como as festas celebrativas que acontecem no hospital. Neste sentido, seria importante copiar o bom exemplo que Jesus nos deu: de nunca estar preocupado em reunir grandes multidões, mas saber aproveitar as oportunidades de evangelização. Concluindo quero lembrar que fazer pastoral no hospital hoje, é trabalhar num ambiente secularizado, ou seja onde não é a religião a coisa mais importante, e sim a ciência. Por isso, devemos estar sempre nos preparando para que, além de fazermos nosso trabalho com amor, possamos fazê-lo com competência. Portanto, se tivermos amor, competência, disponibilidade e vontade de encarar os desafios do mundo atual, poderemos plantar uma semente do Evangelho dentro do coração de todos os que passam pelo hospital. Pois esquecemos de muitas coisas que acontecem em nossa vida, mas nada marca mais uma pessoa do que uma passagem pelo hospital. Assim sendo, nós continuaremos nosso trabalho- testemunho e os doentes por nós visitados se transformarão em novos missionários. Anísio Baldessin, é padre camiliano capelão do Hospital das Clínicas COMO ORGANIZAR UMA CAPELANIA DENTRO DE UM HOSPITAL

Constitui, na Capelania do Complexo HC, uma Coordenadoria Administrativa, como via de acesso e comunicação junto à Administração Superior do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e dá outras providências.

O Superintendente do Hospital das Clínicas da FMUSP, no uso de suas atribuições legais, Considerando que os Serviços Religiosos Católicos, constituídos em Capelania, foram criados há 50 anos no Hospital das Clínicas, em 1945, sendo seu primeiro titular o Sacerdote Católico Cônego Roque Viggiano, e a partir de 30.04.1960, com a presença dos Sacerdotes da Ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos); Considerando que, em 1952, tendo em vista a necessidade de atender os reclamos e apelos de pacientes e familiares de outras confissões religiosas, foram autorizadas pelas Autoridades, Serviços


Religiosos Evangélicos, tendo sido seu primeiro titular o Pastor Walter Elmer, por convênio firmado com a Confederação Evangélica do Brasil; Considerando que, à época, os assuntos administrativos da Capelania eram tratados diretamente com o Superintendente ou com um de seus assistentes, pelo Dirigente da Capelania - Sacerdote Católico Cônego Roque Viggiano; Considerando que a evolução e o crescimento da área de ação do Hospital, pelos Institutos e pelo Departamento de Hospitais Auxiliares, exigiram, no correr dos anos, novas medidas, ampliando a presença de mais Sacerdotes Católicos e Pastores Evangélicos e outros Ministros de Culto; Considerando que as propostas enviadas à Superintendência por diferentes membros da Capelania, indicam a necessidade de criar canais atualizados e ágeis de comunicação para assuntos administrativos e operacionais; Considerando que o Hospital das Clínicas tem propiciado, sob controle dos Sacerdotes Católicos e Pastores (estes indicados pelas respectivas Igrejas, Congregações), a presença de Agentes e Auxiliares Religiosos, bem como a freqüência de alunos de seminários e outros; Considerando que o volume de atividades religiosas exige um melhor entrosamento com a Administração Superior da Autarquia, para assuntos administrativos e disciplinares, sem prejuízo de liberdade para desenvolver atividades religiosas; Considerando que, no artigo 632 do Regulamento do Hospital das Clínicas (Dec. 9720/77), “os Assistentes Religiosos subordinam-se diretamente ao Superintendente do Hospital das Clínicas da FMUSP “; Considerando, finalmente, a excelência e os méritos dos trabalhos e das ações de todos os Sacerdotes e Ministros de Culto, desde 1045, e de maneira especial, dos atuais membros da Capelania, dos Agentes e Auxiliares, além dos representantes de outras Igrejas e congregações, RESOLVE baixar as determinações a seguir articuladas: Artigo 1º - Criar a Coordenadoria Administrativa da capelania do Complexo HC. Artigo 2º - Farão parte da Coordenadoria Administrativa da Capelania, ora criada, os atuais Sacerdotes Católicos (2) e os Pastores Evangélicos (2), autorizados em documentos e processos do Hospital das Clínicas (Processos 1216/60, 605/69, 422/70, 5095/88/I). Artigo 3º - A Coordenadoria Administrativa da Capelania será dirigida e coordenada pelo titular do Serviço Religioso, cuja criação é a mais antiga do Hospital das Clínicas (1945). Artigo 4º - Os assuntos disciplinares e administrativos internos serão objeto de análise e discussão em reuniões mensais ou extraordinárias da Coordenadoria Administrativa, convocadas pelo Coordenador ou pelos membros da Coordenadoria Administrativa.


Parágrafo 1º - O que for decidido nas reuniões pela maioria dos presentes será, quando necessário, levado ao conhecimento da Superintendência, através do Coordenador. Parágrafo 2º - Os membros fundadores da Coordenadoria elaborarão normas internas de funcionamento, devendo constar decisões a serem adotadas pela maioria, cabendo ao religioso coordenador o voto de qualidade. Artigo 5º - Para conhecimento dos Dirigentes e Servidores do Complexo HC, a respeito da Capelania e dos Serviços que prestam os religiosos, estabelece as seguintes normas: I - ÓRGÃO Artigo 6º - A Capelania do Hospital das Clínicas da FMUSP, que iniciou suas atividades em 1945 (Processos HCFMUSP 2386/46, RUSP 4291/46 e posteriormente a Lei 2065, de 26/12/1952), subordinada à Superintendência, constitui-se de um conjunto de ações com características bastante distintas, em termos de atendimento espiritual e religioso aos pacientes e servidores. II - FINALIDADE Artigo 7º - A Capelania tem por finalidade oferecer assistência espiritual e religiosa aos pacientes, familiares e funcionários, através de ações religiosas específicas. III - ESTRUTURA Artigo 8º - A Capelania, para cumprir sua finalidade, conta com os seguintes recursos: I - Atividades Religiosas Católicas - sede no 11º andar do Instituto Central - CAPELA CATÓLICA. II - Atividades Religiosas Evangélicas - sede no 5º andar do PAMB e Anfiteatro no 8º andar do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP. Parágrafo Único - Os membros da Capelania contam com um grupo de colaboradores, agentes, auxiliares, leigos e estudantes. IV - ATRIBUIÇÕES Artigo 10º - Aos Sacerdotes e pastores incumbe: IManter presença junto aos doentes, procurando oferecer a todos solidariedade, conforto humano e espiritual, respeitando a individualidade e as convicções religiosas de cada um. II Ajudar os pacientes para que a passagem pelo Hospital sirva para uma revisão e/ou descoberta e aprofundamento do sentido da vida. III - Servir de apoio aos familiares de pacientes em situações críticas de sofrimento. IV - Desenvolver uma ação de ajuda espiritual, fazendo com que os profissionais de saúde, independentemente de seu credo religioso, reconheçam os valores espirituais do paciente. V - Garantir a presença da religião junto aos profissionais da saúde, ajudando-os a descobrir o valor humano e especial do seu trabalho.


VI - Ser um agente facilitador para criar um clima de amizade, fraternidade, compreensão e colaboração entre os profissionais dos diversos setores. VII - Celebrar atos religiosos (missas e cultos) junto com pacientes, familiares e profissionais da saúde. VIII - Estar presente nos eventos festivos e celebrativos promovidos pelo Hospital. IX - Assessorar os profissionais da equipe multidisciplinar na solução de casos em que, de algum modo, estejam implicadas questões de religião e moral. X Servir como campo de estágio para Sacerdotes, Pastores, Seminaristas e Religiosos diversos. XI - Colaborar na formação ético-humana de profissionais, oferecendo aos Agentes da Pastoral da Saúde (leigos), que atuam de maneira voluntária no Complexo Hospitalar, formação religiosa, espiritual e humana. Parágrafo 1º - Para desenvolver sua ação junto aos pacientes, familiares e outros profissionais da saúde, os Sacerdotes, Pastores, Agentes e Auxiliares Religiosos, devem procurar garantir sua presença, com a anuência do Serviço de Enfermagem, através de visitas diárias aos pacientes nos leitos dos diversos Institutos, e atendimento a solicitações extras de missas e cultos. Parágrafo 2º - Os membros da Capelania e seus Auxiliares realizarão suas celebrações de acordo com o horário programado. Parágrafo 3º - Além dessas celebrações normais, haverá missas de 7º e 30º dias e ano de falecimento, bem como as Celebrações Ecumênicas nos eventos promovidos pelo Hospital. Parágrafo 4º - O agendamento indicado no Parágrafo 2º poderá ser ampliado ou alterado por proposta da Coordenadoria Administrativa da Capelania, de acordo com as peculiaridades e necessidades dos respectivos Serviços Católico e Evangélico, com a ciência do Superintendente. V - HORÁRIO Artigo 10º - A Capelania atua diariamente em todo o Complexo HC, atendendo às solicitações em tempo integral. Parágrafo Único - As missas e cultos obedecem horários pré-estabelecidos. Artigo 11º - As visitas religiosas, que não aquelas dos Sacerdotes, Pastores e outros Religiosos membros da Capelania do Hospital das Clínicas poderão ser realizadas excepcionalmente, cabendo ao paciente ou familiares a solicitação antecipada no Registro Geral, que repassará as condições de visita de acordo com o Artigo 9º Parágrafo 1º. Parágrafo 1º - O visitante religioso deverá, obrigatoriamente, apresentar sua identificação religiosa para obter a autorização de visita e sua devida apresentação, não só nas portarias, mas principalmente, no Serviço de Enfermagem, que ouvirá a Coordenadoria Administrativa da Capelania. Parágrafo 2º - O horário das visitas de religiosos que não fazem parte da Capelania será das 8:00 às 19:00 horas, de acordo com o Serviço de Enfermagem.


VI - DISPOSIÇÕES GERAIS Artigo 12º - Os Agentes da Pastoral de Saúde, aqueles que participam de cursos ministrados pela Capelania e todos aqueles que quiserem fazer parte deste trabalho, deverão conhecer as orientações da capelania, não sendo permitido ao Agente da Pastoral e outros, fazer um trabalho isolado ou desvinculado da equipe. Parágrafo 1º - Fica terminantemente vedado tentar modificar o credo religioso ou retirar objetos religiosos dos pacientes, por ser da política da Administração a linha ecumênica. Parágrafo 2º - Somente o Serviço de Enfermagem, se necessário e em função da exigência do tratamento, poderá recolher e guardar objetos religiosos, para posterior devolução aos pacientes. Artigo 13º - O Agente deverá participar das reuniões de instrução nas respectivas equipes, bem como das reuniões de formação permanente para Agentes programadas durante o ano. Artigo 14º - Os auxiliares que pretendam fazer parte da equipe ficarão dois meses em período de experiência com acompanhamento da Coordenadoria Administrativa da Capelania. Artigo 15º - Os dispositivos constantes nesta Ordem de Serviço serão complementados por Manuais de Serviços e Procedimentos da Capelania, que poderão ser finalizados com a colaboração do GCAA Grupo de Controle de Atividades Administrativas. Parágrafo Único - Os Manuais serão específicos de cada Serviço Religioso (Católico ou Evangélico), com a ciência da Coordenadoria Administrativa da Capelania. Artigo 16º - O disposto nesta Ordem de Serviço poderá ser alterado pelo Superintendente, por proposta da Coordenadoria Administrativa da Capelania. Artigo 17º - Esta Ordem de Serviço entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

O PODER DE CUIDAR R. TOM O’CONNOR Cuidar é uma daquelas palavras que desafia definição de dicionários. Tornou-se mais conhecida nos últimos 20 anos. Cuidar é praticamente sinônimo de hospice. Na sua essência, hospice é verdadeiramente cuidado. É algo que vai além das técnicas, habilidades ou treinamento. É algo que envolve a pessoa do cuidador num relacionamento criativo com a pessoa cuidada. Esta relação é marcada pela novidade, originalidade e é facilmente reconhecida pela sua atividade. Talvez muito mais apropriadamente do que qualquer tentativa de se definir o que significa cuidar, são os pacientes no St. Joseph’s Hospice que o fazem. Gostaria de colocar nas palavras de um paciente, o que tanto partilham de sua experiência de cuidar no Hospice. Cuidar: ... é quando você se aproxima de mim, mesmo sabendo que você não pode satisfazer meu desejo mais profundo, isto é, minha cura. ... é quando você vem me ver, mesmo sabendo o que todos sabemos: estou morrendo!


... é quando você continua a me ver, embora você represente uma das profissões que falharam em prover minha cura. ... é quando você vem me ver porque ainda acredita em mim, tenha ou não cura. ... é quando você me escolheu para perder tempo comigo, embora eu esteja numa situação de extrema fragilidade e incapaz de dar algo em troca. Não posso nem dizer “obrigado” elegantemente! ... é quando você me faz sentir especial, embora eu seja como os outros pacientes também são. ... é quando você não me vê apenas como um moribundo, e assim me ajuda em concentrar-se em viver. ... é quando você relembra pequenas coisas sobre mim e minha família. Tudo isso é muito importante. ... é quando você diz um “boa noite” que não significa “adeus”, mas que me dá a certeza de que você estará de volta pela manhã. ... é quando você não me trata simplesmente como qualquer paciente. Você se interessa pelo meu passado e fala do meu futuro. ... é quando você não se concentra no meu humor, mas sim em mim, como pessoa. ... é quando você se aproxima de mim sem ares de profissionalismo, mas como pessoa humana que todos somos. ... é quando ouço minha família falar bem de você e sentir-se confortada na sua presença. ... é quando vejo que você é capaz de sorrir e sentir-se feliz no desempenho de seu trabalho. ... é quando você me faz sentir seguro em suas mãos. ... é o que me faz sentir que também serei capaz de me virar(espero)quando chegar a minha vez. Cuidado autêntico é como amor verdadeiro. Não pode ser planejado ou programado. Nem pode ser definido. Está presente! Ou tristemente ausente! Mas sua presença tem poder próprio: a força do amor, que é profundamente humana e espiritual.


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