Ano XVIII – n.º 186 – Maio de 2001 Os Perigos das Manipulações Genéticas O desenvolvimento da engenharia genética está forçando a reavaliação do controle da pesquisa científica pelos órgão legislativos. Este controle foi praticamente perdido durante a década de 70, quando as primeiras experiências envolvendo a manipulação explícita de genes foram desenvolvidas. O que existia antes, “cruzar” animais ou plantas para criar novas raças ou híbridos, era coisa bem diferente. Hoje, trata-se de manipulação direta dos genes. Todos sabem que cães e gatos são espécies diferentes e não se misturam: entretanto, por meio da manipulação genética direta, essas duas espécies podem, em princípio, ser “misturadas”. Uma das técnicas mais comuns de manipulação genética é a passagem de genes de um organismo para outro usando vírus ou bactérias: os genes de um organismo são transplantados para o vírus que, por sua vez, é implantado no organismo em que se deseja depositar o material genético. Esse organismo pode ser um peixe ou uma espécie de milho ou tomate. Com isso, os genes espalham-se pelo organismo transformando seu material genético e, portanto, algumas de suas propriedades. Por exemplo, podem-se desenvolver espécies de milho resistentes a certos insetos que o usam como alimento, controlando geneticamente certas pragas agrícolas; ou tipo de tomate que cresce mais rápido e é mais produtivo. Até aí tudo bem, a ciência a serviço da população, como deveria ser. Podemos imaginar um futuro no qual os alimentos modificados geneticamente solucionarão um dos maiores problemas que aflige a humanidade: a fome. O dilema começa ao examinarmos os possíveis efeitos ambientais dos alimentos transgênicos. Se microorganismos são usados como “pontes” genéticas, transmitindo material de uma planta para outra ou de um animal para outro, como podemos nos certificar de que esse material não se espalhará para outras plantas ou animais? Para responder a essa questão, virologistas dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA desenvolveram experiências nas quais um gene causador de câncer em ratos foi transplantado para uma bactéria, que foi então implantada em outros animais, para observar se estes também desenvolveriam câncer. Em caso afirmativo, a experiência provaria que o câncer pode se tornar uma doença contagiosa por meio da manipulação genética. Os cientistas começaram errando, escolhendo uma bactéria frágil. Por quê? Porque não tinham nenhum interesse em comprovar os perigos da manipulação genética: existem outros interesses em jogo: políticos, econômicos e também de controle da pesquisa científica. Mesmo assim, a bactéria infectou alguns animais, segundo os NIH. Esses resultados não publicados em jornais científicos, e o jornal The New York Times anunciou, citando depoimento oficial dos NIH de 1979, que os “riscos são menores do que o temido”. Experiências recentes realizadas na Universidade Cornell, nos EUA, mostraram que larvas da borboleta monarca que se alimentam de plantas impregnadas com o pólem de um tipo de milho transgênico morrem em grandes quantidades. Ainda é cedo para saber como os resultados se manifestarão fora do laboratório, mas o perigo existe. A verdade é que ainda não temos comprovação científica de que a manipulação genética de alimentos e animais não gerará efeitos danosos à nossa saúde ou ao equilíbrio ecológico. Não acredito que seja possível impedir o desenvolvimento da pesquisa genética. Também jamais sugeriria tal coisa, que me parece absurda; a ciência precisa ter liberdade para progredir e
uma legislação proibindo certos tópicos de pesquisa é, na minha opinião, equivalente à censura de imprensa ou à repressão da opinião pública. Por outro lado, essa liberdade só pode funcionar se submetida a intensa supervisão da comunidade científica, aliada a órgãos governamentais, livre de interesses econômicos que possam comprometer os resultados. Existem questões éticas sérias que precisam ser debatidas abertamente com a sociedade, desde a criação de alimentos transgênicos até a manipulação de genes humanos. O Brasil deve tomar sua própria iniciativa, desenvolvendo critérios e experiências que testem efeitos da manipulação genética dentro de seus vários ecossistemas. Só assim a manipulação genética em será dos maiores benefícios da ciência, não um monstro! Marcelo Gleizer Ninguém Causa Emoções no Outro Se queremos chegar a uma compreensão de nós mesmo, devemos aceitar e estar aberto a todas as nossas reações emocionais. Se nossas emoções se constituem na chave para a compreensão pessoal, precisamos aprender a escutá-las, se quisermos crescer. Há um princípio básico no qual preciso acreditar se quiser me compreender, através da compreensão de minhas emoções: ninguém pode causar ou ser responsável por minhas emoções. No geral, sentimo-nos melhor responsabilizando outras pessoas por nossas emoções. “Você me fez ficar com raiva... Você me assustou... Você me deixou ciumento”, etc. A verdade é que você não pode fazer nada comigo. Você só pode estimular as emoções que já estão dentro de mim, esperando para serem ativadas. A diferença entre acusar e estimular emoções, não é apenas um jogo de palavras. É importante que se compreenda a verdade que existe nessa distinção. Se acredito que você pode me fazer ficar com raiva, simplesmente lhe acuso e lhe atiro o problema para ser resolvido, quando estou com raiva. Posso então afastar-me de um possível encontro, sem nada aprender, apenas acreditando que você falhou porque me fez ficar com raiva. E então nada me preciso perguntar a meu próprio respeito, pois atirei a seus pés toda a responsabilidade. Se, pelo contrário, aceito o princípio de que os outros só podem estimular emoções que já estão latentes em mim, então permito que elas venham à tona e toda a situação se torna uma experiência e aprendizagem. E então me pergunto: Por que estou com tanto medo? Por que isso me ameaça tanto? Por que fiquei com raiva? Até que ponto minha raiva foi uma maneira velada de me defender? Há alguma coisa dentro de mim que foi evocada por esse incidente. E que coisa é essa? Uma pessoa que realmente acredita nisso pode lidar com suas emoções de uma maneira muito proveitosa. Ela não vai mais permitir se escapar de seus próprios sentimento julgando e condenando outras pessoas. E vai se tornar, cada vez mais, uma pessoa que cresce e que está em contato consigo mesma. Em cada emoção, a revelação do eu Lembro-me de ter recebido, há vários anos atrás, uma carta muito amarga. O autor me acusava de “sádico... perverso... megalomaníaco...”. Minha reação foi tranqüila e moderada. Eu sabia que quem a tinha escrito devia ter problemas sérios, e eu me perguntei como poderia ajudá-lo. A carta provocou apenas compaixão em mim. Não senti qualquer emoção negativa porque não acreditava nas acusações. Sei que não sou sádico ou perverso,
nem megalomaníaco. O incidente me ajudou a descobrir uma compaixão profunda e calorosa em mim. Algumas semanas, mais tarde, estava conversando alegremente, com dois alunos meus, quando um deles disse, brincando: “Você sabia que algumas pessoas te consideram falso? “Imediatamente a brincadeira acabou. Pedi, cerimoniosamente, uma definição de “falso”. Os dois, embaraçados, tentaram voltar atrás, insistindo que eles mesmos não pensavam isso a meu respeito, mas foi o suficiente. Um fluxo de intensa raiva me invadiu, e eu os pressionei, pedindo a definição. Afinal, um dos alunos disse: “Suponho que ser falso significa que você não pratica o que prega’. Tendo escutado deles essa definição, imediatamente, assumi a culpa. Sabia que estava em terreno seguro, mostrando a eles que ninguém consegue realmente viver todos os seus ideais ou traduzir suas intenções para ações de modo perfeito. Depois ainda apontei um segundo significado para falso como sendo aquilo que a pessoa não pratica porque não acredita no que prega. Com relação a isso, me declarei inocente. Tendo estancado a hemorragia com uma precisão cirúrgica, dispensei minha vítima. Logicamente, percebi logo que tinha sentido uma raiva enorme e sido, muito injusto por causa dessa raiva. Este é o momento crítico. O único erro verdadeiro é aquele como qual nada se aprende. Depois de um encontro com esse que descrevi, há duas opções, pode-se “bufar de raiva”, acusando esses meninos de estúpidos e ingratos, ou olhar para dento de nós mesmos a procura de uma razão para as emoções sentidas. Essa é a diferença fundamental entre uma pessoa que está crescendo e uma que não está, entre a autenticidade e a auto-ilusão. Pelo menos nessa ocasião, escolhi crescer e ser autêntico. Olhei para dentro de mim mesmo e escutei cuidadosamente a raiva que pouco a pouco se acalmava. E descobri que ela vinha de um medo profundo de que eu pudesse ser, talvez, um falso, mesmo no segundo sentido. Eu podia reagir com tranqüilidade a uma acusação de sadismo, perversidade ou megalomania. Mas a acusação de falsidade me tocava num terminal nervoso exposto. Algumas vezes tenho medo de saber falar muito melhor do que saber viver, realmente, e com o conseqüente modo de não acreditar inteiramente no que prego. (P.S. Desculpei-me com os alunos, admitindo a eles a fonte de minha raiva e explicando-lhe o que tinha descoberto a meu próprio respeito). Estou dizendo, que já há alguma coisa em nós que explica nossas reações emocionais, mas isso não quer dizer que essa coisa seja má ou lamentável. O medo que tenho de ser incoerente quanto que falo e ao que vivo não é mau ou lamentável. Isso sou eu. Da mesma maneira, posso ficar com raiva ao ver alguém agredindo uma vítima indefesa, e verificar que a fonte de minha raiva, essa coisa que está dentro de mim é um senso de justiça saudável e uma compaixão ativa pelo menos favorecidos nesse mundo. O importante é saber que cada reação emocional nos diz alguma coisa a nosso respeito. Precisamos aprender a não responsabilizar outras pessoas por essas reações, acusando-as ao invés de aprender alguma coisa sobre nós mesmos. Quando reajo emocionalmente, sei que outras pessoa não reagiriam como eu. São pessoas diferentes, com necessidades diferentes. Nem todo mundo tem as mesmas emoções armazenadas que eu tenho. Lidando com várias pessoas, percebemos uma grande variedade de reações emocionais? elas tiveram passados diferentes e estão tentando alcançar objetivos diferentes. Assim, suas reações emocionais são diferentes por causa de alguma coisa que está dentro de alguma delas. O máximo que posso fazer é estimular essas emoções. Da mesma maneira, se quero saber alguma coisa a meu próprio respeito, a respeito de minhas
necessidades, minha auto-imagem, minha sensibilidade, minha programação psicológica e meus valores, preciso escutar cuidadosamente minhas próprias emoções. AS EMOÇÕES HUMANAS: O PRINCÍPIO DE ICEBERG (Bloco de gelo) Estima-se que apenas dez por cento de uma iceberg flutuante é visível. Noventa por cento do bloco de gelo permanece submerso abaixo da superfície de água. Uma estimativa semelhante foi sugerida com relação às emoções humanas. Conseguimos ver apenas dez por cento de realidade total. Isso não quer dizer que as pessoas mostram apenas dez por cento de seus sentimentos (verdadeiros e conhecidos por elas mesmas) às outras, mas que elas próprias só estão cientes de uma pequena parcela de suas emoções. Escondemos a maior parte de nossas emoções de nós mesmos através de um mecanismo de defesa denominado repressão. Naturalmente, é muito comum a não expressão de moções. Muitas emoções humanas, apesar de reconhecidas internamente, nunca são expressas. Por exemplo, “Ela nunca vai saber que sinto ciúmes”. Há duas razões básicas para que esse sentimento conhecido não seja expresso: primeiro, não temos a certeza de sermos compreendidos. As outras pessoas ficariam pensando a nosso respeito e poderiam questionar nossa sanidade ou nossa integridade. E essa dúvida atinge aquela nossa área sensível, o centro do comportamento e da existência humana: nossa auto-imagem e, consequentemente, nossa auto-aceitação – estima – celebração. A segunda razão possível para a não expressão das emoções é ainda mais amedrontadora. Temo que minhas “confissões emocionais” possam ser usadas contra mim, voluntária ou involuntariamente. Você pode me “jogar coisas na cara” mais tarde, e mesmo se não o fizer explicitamente, vou estar sempre me perguntando se você está com pena de mim, com medo ou distante da minha pessoa por causa dos sentimento que confidenciei a você. Já não é bom quando não expressamos emoções, pior ainda, mais destrutivo é quando as reprimimos no subconsciente. Sabemos que existe uma dor em nós quando reprimimos nossos sentimentos mais verdadeiros, mais não sabemos por que. Escondemos a fonte da dor na prisão do subconsciente. Infelizmente, as emoções reprimidas não morrem. Recusam-se a permanecer em silêncio. Influenciam insistentemente toda a personalidade e os comportamentos do repressor. Por exemplo, uma pessoa que reprime sentimento de culpa passa toda a vida tentando se punir, ainda que inconscientemente. Ela jamais vai se permitir ser bem sucedida ou ter alegrias. Medos e raivas reprimidos podem se extravasar fisicamente através de insônia, dores de cabeça ou úlceras. Se esses medos ou raivas forem expressos a outras pessoas, não haverá necessidade de alta de sono, dores de cabeça tencionais ou úlceras. As razões para a repressão Há três motivos gerais para essa repressão emocional, enterramos emoções indesejáveis porque: 1) Fomos programados para fazermos isso. Os ensinamento de nossos pais, que escutamos como uma doutrina desde cedo, continuam como uma fita gravada, presentes em nós. Nossas tendências mais profundas foram adquiridas nos primeiros cinco anos de nossas vidas através do contato com nossos pais e como outras pessoas que nos influenciaram. Uma criança educada numa família onde não há o hábito de se expressar emoções, vai, certamente, tender a reprimir sentimentos de ternura e afeição. Uma criança que cresce numa família em que são constantes as brigas, pode se sentir muito à vontade para admitir e expressar raiva, mas não para admitir e expressar emoções mais carinhosas
de compaixão, remorso, etc. 2) “Moralizamos” nossas emoções – dependendo de nossa formação, tendemos a rotular certas emoções de “boas” ou “más”. Por exemplo, é bom sentir-se grato a alguém, mas ruim sentir raiva ou ciúme. Apesar de eu considerar isso uma tolice, os pais geralmente dizem a seus filhos: “Você tem o direito de se sentir assim” ou “Você não devia ficar com raiva” ou “Você devia ter pena dele”. Por alguma razão, uma emoção válida que é repudiada quase universalmente é a auto-compaixão. Na verdade, a auto-compaixão passou a ser um “nome feio”. 3) Um outro fator que nos leva a negar certos sentimento válidos é o “conflito de valores”. Por exemplo, se “ser homem” tornou-se um elemento importante de minha identidade e auto-imagem, um valor importante para mim, algumas emoções vão ser certamente consideradas prejudiciais a essa imagem. Vai ser necessário que eu selecione cuidadosamente minha emoções para preservar minha masculinidade. No meu próprio caso, jamais poderia admitir o sentimento de medo de alguém ou alguma coisa nos primeiros quarenta anos de minha vida. Pelo menos era isso que pensava minha cabeça e dizia minha boca. Mas meu pobre estômago é que pagava o preço de minha repressão. E também meu intestino parecia não acreditar em minha cabeça ou em minha boca. Preferia tomar enterovioformio a admitir a verdade. Talvez os três motivos possam ser reduzidos a apenas um. O que preciso é de autoaceitação – estima – apreciação – celebração. Tentei construir uma estrutura que me permitisse encontrar essa auto-aceitação. Admito que é como uma casa de paus de fósforos. Preciso protegê-la de um sem número de ameaças: todas a que vêm de dentro e todas as que vêm de fora. As emoções internas, se forem incompatíveis com a auto-aceitação, podem trazer perigo à torre precária e balançante de minha auto-imagem. Não posso admitir tais emoções. Portanto passo a ter dores de cabeça, alegrias, úlceras e gripes viróticas. Emoções enterradas são como pessoas rejeitadas; fazem-nos pagar caro por as termos rejeitado. Não há fúria que se equipare à de uma emoção desprezada. A verdadeira perda das emoções reprimidas As emoções reprimidas não estão realmente perdidas. De uma maneira ou de outra, continuam nos lembrando que não conseguimos de fato, rejeitá-las inteiramente. Além da série de sanções dolorosa, a tragédia essencial da repressão é que todo o processo de crescimento humano é paralisado, pelo menos temporariamente. Os psicólogos chamam a isso de “fixação”, uma parada no crescimento e no desenvolvimento. Creio que essa verdade sobre a vida foi ilustrada de maneira dramática na pesquisa e nos livros sobre a morte e o morrer da Dra. Elizabeth Kubler-Ross. O que ela escreve sobre a aceitação da morte parece se aplicar da mesma maneira à aceitação do eu e das realidades da vida. Ambos os atos de aceitação requerem um processo de reações emocionais em que cada uma delas deve ser experienciada inteiramente para que o processo seja completado com sucesso. A teoria da Dra. Ross é de que o paciente desenganado, depois de saber que sua morte se aproxima, raramente é capaz de aceitar esse fato imediata e completamente. Ele deve passar por cinco fases: negação, revolta, barganha, depressão e aceitação. O ponto significativo e relevante aqui é que a Dra. Ross fala sobre esse processo e seus estágios. Como os degraus de uma escada, os estágios acontecem um a um e numa certa ordem. A Dra. Ross comenta que se alguém tenta interferir no processo, tentando segurar o paciente em um dos estágios, como a negação, ou tentando levá-lo a um estágio para o qual não está pronto, toda a possibilidade de o paciente atingir o estágio final de
aceitação cai por terra. A raiva e indignação precisam ser reconhecidas e expressas antes que a aceitação se torne possível. A Dra. Ross relata sua experiência com uma mulher desenganada que perguntou se não havia uma “sala de gritar” no hospital. Quando a Dra. Lhe respondeu que havia uma capela onde ela poderia rezar, a mulher respondeu, com raiva: “Se eu quisesse rezar, teria lhe pedido uma capela. O que eu quero é gritar”! A razão para revermos aqui a pesquisa da Dra. Ross é que os estágios emocionais descritos existem não apenas com relação à aceitação da morte, mas também do eu e da vida. Como os pacientes desenganados, aqueles que vivem plenamente devem passar por períodos de negação em que recusam-se a aceitar como são e recusam aceitar os fatos únicos de sua condição humana. Há também períodos de raiva e barganha. Portanto, se aqueles que os amam ficam a seu lado, sem manipulá-los emocionalmente, o processo provavelmente vai chegar a um final feliz. Do contrário, será como pó varrido para debaixo do tapete. Ou seja as emoções rejeitadas, serão levadas ao labirintos do subconsciente, mas o preço por isso será muito alto. Precisamos aprender a receber em nós e nos outros esse processo emocional e quaisquer sentimentos que façam parte dele. Cada emoção está nos dizendo alguma coisa, nos levando a algum lugar. Encontrando as emoções perdidas Recuperar nossas emoções perdidas é absolutamente essencial no crescimento humano. Na medida em que as reprimimos, perdemos contato com o nosso eu. Nós nos perdemos por detrás de nossas máscaras e de nossas operações de segurança. Correndo o risco de simplificar demais as coisas, gostaria de lhe sugerir que, se você quiser realmente escutar suas emoções, elas vão falar com você. Quando você parar de dizer as suas emoções o que deveriam ser, elas vão lhe dizer o que realmente são. O descobrimento do subconsciente, Sigmund Freud, disse que todas as emoções reprimidas estão tentando constantemente chegar à consciência. Como resultado, segundo Freud, devemos praticar a formação de reação” ou alguma outra forma de repressão. Precisamos continuar agindo de modo aposto às emoções que estão sendo reprimidas. Por exemplo assumimos uma série de atos corajosos para compensar um medo que está sendo reprimido. Já que as emoções reprimidas estão, sempre tentando vir à tona, é necessário algum esforço desse tipo para que elas sejam mantidas reprimidas. Assim, a primeira coisa que deveríamos fazer seria sentarmos silenciosamente e fazermos um inventário mental e emocional. Você quer realmente saber o que está enterrado dentro de você? Se um médico lhe oferecesse o soro da verdade e gravasse suas respostas a várias questões, você estaria disposto ou relutante em aceitar a oferta? Você estaria pronto a rever as suposições que fez a seu próprio respeito? Você estaria aberto para admitir que alguns de seus supostos motivos para agir são falsos? Você poderia encarar o fato de estar talvez deslocando emoções para bodes expiatórios inocentes, acusando outros de coisas que você não pode aceitar em si mesmo? Todas essas são possibilidades que devem ser consideradas. O quanto você quer a verdade e o conhecimento real a seu próprio respeito? Minha própria resposta é que eu realmente quero toda a receita, mas em pequenas doses. Quero a estória inteira, mas um capítulo de cada vez. Não me sinto forte o bastante porque não me amo o suficiente para encarar tudo de uma vez. Creio que é por isso que tantas pessoa oram levadas à loucura através de drogas. Como disse um jovem depois de uma “má viagem”: “estive em lugares dentro de mim aos quais ninguém deveria ir, jamais”.
Felizmente, a natureza é mais generosa e benevolente do que os narcóticos. O subconsciente divulga seu conteúdo gradualmente, na medida de nossa força. Á medida que amamos, estimamos, apreciamos e celebramos nossa realidade, nos tornamos mais flexíveis ao conteúdo do subconsciente e mais aberto a todo esse processo. À medida que nos tornamos conscientes de muitas de nossas características desejáveis, adquirimos confiança para enfrentar as indesejáveis. Assim, o pronto de partida é a vontade e o empenho em conhecer a verdade. Somente a aceitação total de toda a verdade pode nos levar à plenitude a vida. JOHN POWEEL Dicas de Saúde Diabetes – O Caminho Para Uma Vida Normal Diariamente, a cada minuto, a máquina do corpo humano executa uma série de atividades. Programada como um computador de última geração, ela é acionada por um perfeito sistema de engrenagens que não falha. Se, por algum motivo, alguma dessas engrenagens não funciona bem ocorrem as doenças. Para milhões de pessoas em todo o mundo há, eventualmente, um deslize nessa fábrica, quando o pâncreas falha em produzir a insulina, hormônio responsável pelo transporte do “combustível açúcar (glicose) para as células do organismo, o que nos dá energia e vitalidade. Na falta ou insuficiência da insulina, as células não conseguem absorver a glicose, que fica na corrente sangüínea em maior concentração. Ocorre então o diabetes. Basicamente existem dois tipos de diabetes: a do tipo 1 que acomete mais crianças, adolescentes e adultos jovens, e a do tipo 2, mais comum em pessoas com mais de 40 anos. Em alguns casos, mulheres grávidas também podem desenvolver diabetes: é a chamada diabetes gestacional, que pode ou não desaparecer após o parto. No Brasil estima-se, segundo o Ministério da Saúde, que 7,6% da população tenha diabetes, e o que é pior: deste número metade desconhece que tem a doença, principalmente por falta de informação e por desconhecer os sintomas. Dentre os mais comuns, destacamse perda de peso, sede em excesso, desânimo, aumento do apetite e excesso de urina. Por ser uma doença crônica, o tratamento adequado é vital para retardar e até mesmo evitar as complicações que podem acontecer como problemas de circulação, principalmente nos membros inferiores (pés e pernas), problemas de visão e deficiência no funcionamento dos rins. Comum tratamento bem adaptado, alimentação equilibrada, atividade física regular e acompanhamento psicológico, as pessoas com diabetes podem levar uma vida absolutamente normal. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que as pessoas com diabetes deveriam ficar longe de determinados alimentos, principalmente os que contivessem açúcar, as massas, batata, pão e algumas frutas como manga, banana, caqui e beterraba. Uma verdadeira tortura. Hoje, o que os estudos nos mostram é que a alimentação de quem tem diabetes deve ser uma alimentação saudável dando um enfoque maior à quantidade de carboidratos totais. Para isso é necessário conhecer a composição dos alimentos. 100% do que você comer de carboidratos vai se transformar em glicose, 60% do que você comer de proteína se transforma em glicose e 10% da gordura se transforma em glicose, por isso a importância
do enfoque na quantidade de carboidratos. Mas será que só o pão tem carboidratos? Não. As frutas também têm, o leite, embora não seja sua função principal, também tem. Como um guia alimentar temos a Pirâmide dos Alimentos. A base de nossa alimentação é formada pelos alimentos que nos dão energia; também em grande quantidades temo as hortaliças e as frutas, responsáveis pelos minerais, vitaminas e fibras da nossa alimentação; a seguir vem o grupo do leite e dos derivados e carnes, também importantes pelo fornecimento de proteínas, cálcio e ferro. Por último, estão as gorduras, óleos, doces, açúcar, alimentos que devem ser consumidos esporadicamente. Açúcar, doce? Isso é possível? Como já comentamos anteriormente, o enfoque maior no controle do diabetes está na quantidade total desse carboidrato, e não mais na quantidade dele. O doce sempre vai ter menos vitaminas, minerais, fibras, nutrientes que outro alimento, sempre menos saudável, mas, se o paciente tiver ótimo controle de seu diabetes, pode junto com seu nutricionista aprender a incluí-lo esporadicamente. E como saber se estou bem controlado? Bem, temos os exames laboratoriais como glicemia de jejum (que mostra a glicemia só de um período), a hemoglobina glicosilada ( que mostra o controle de 2 a 3 meses atrás); mas o ideal – para incorporarmos a nova terapia nutricional em diabetes – é que se tenha controle diário da glicemia (duas a cinco vezes por dia) através de um aparelho chamado glicosímetro, com o qual poderemos conhecer melhor nosso corpo e assim avaliarmos nosso tratamento, fazendo as modificações necessárias (tanto na alimentação quanto medicação). “Quando se conhece a composição dos alimentos e a importância de cada um, pode-se comer de tudo, ter uma alimentação saudável” Outras dicas importantes, além de ter um peso adequado, é fazer de 4 a 6 refeições por dia, isso ajuda a manter a glicemia; também é necessário, além de horário, sermos consistentes, evitar comer muito num dia e nada no outro. E os produtos diet e light? Qual do dois pode ser consumido por pessoas com diabetes? Os diet são especialmente produzidos para uma determinada população, não necessariamente têm redução de açúcar. Para atletas, por exemplo, existem os isotônicos. Já os produtos light têm pelo menos 25% a menos de calorias totais, pode ser interessante para quem quer emagrecer e até mesmo para quem tem diabetes. Muito importante é aprender a ler as embalagens. Agora chega o momento de falarmos da bebida alcoólica. É conhecida como caloria vazia, não fornece nenhum nutriente. No caso do diabetes, além de contribuir para o ganho de peso, aumenta o risco de hipoglicemia (queda de açúcar no sangue), aumenta o trigliérides. O melhor caminho é conversar com seu nutricionista a respeito da quantidade aceitável; sempre que tomar algo alcoólico consuma alimentos junto – evitando a hipoglicemia A medicina hoje dispõe de recursos que contribuem muito para a manutenção da qualidade de vida de quem tem diabetes. E para acoplarmos isso em nossa vida mudanças são necessárias. E mudar o comportamento é mudar algo que desenvolvi desde que nasci. Por isso é importante fazermos as modificações aos poucos, sendo realistas. Luciana Paula Camargo Bruno - Nutricionista do Centro de Nutrição da Blue Life, especialista em nutrição materno-inantil (artigo extraído da revista Blue Life – Maio/Junho 99 – ano1- n.º 1- págs 20/21)
Pai-Nosso dos Agentes da Pastoral da Saúde PAI NOSSO, QUE ESTÁS NO CÉU! E também conosco! Vivemos na tua presença a missão de Agente da P.S., no empenho de te servir no irmão e na irmã. Queremos construir fraternidade com todos aqueles que nos entregas e confias. Teu amor de Pai nos envolve, nos acolhe com filhos e filhas e nos leva a ser luz no caminho dos irmãos, para que juntos descubramos que o céu está no meio de nós. SANTIFICADO SEJA O TEU NOME. Que Te louvem nosso enfermos ao sentirem que Te revelas em todas as criaturas, mas especialmente no rosto doente e sofredor. Que sejam sempre para nós o sagrado rosto do Teu Filho, sangrado e escarnecido na sua paixão dolorosa. VENHA A NÓS O TEU REINO Aquele Reino que Jesus começou anunciando: reino de paz, de amor, de justiça e verdade. Reino de fraternidade anunciado e revelado pela cura dos doentes. Reino cuja construção confiaste a cada um de nós. Que nosso serviço aos doentes seja também sinal e instrumento desse reino, abrindo o coração de teus filhos para a maternidade universal. FAÇA-SE A TUA VONTADE NA TERRA COMO NO CÉU. Tua vontade, Senhor, é a felicidade de teus filhos e filhas. Que a nossa ação Pastoral seja a vida de comunhão contigo, de amor e de serviço aos irmãos, enquanto peregrinamos em busca da vida plena na eternidade. DÁ-NOS HOJE O PÃO DE CADA DIA. O Pão da tua Palavra, da Eucaristia, da tua amizade, da justiça, para que alimentados e fortalecidos, possamos partilhar, na gratuidade e sem desânimo, nossos dons, fé, nosso entusiasmo, nossa saúde e tudo o que temos e somos com aqueles que sofrem toda sorte de enfermidade, na alma e no corpo. Que a nenhum de teus filhos, sobretudo aos mais pequeninos, falte o Pão. NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO De dizer não, quando teu apelo se faz gritante no sofrimento e na dor de nossos doentes. Não nos deixes cair na tentação de querer anunciar o Teu Reino sem querer abraçar a cruz de nossos enfermos. Não nos deixes cair na tentação do desânimo. E LIVRA-NOS DO MAL De nos sentirmos auto-suficientes em nossa ação Pastoral, sem contar com a Tua Graça e a Tua Ação. Reforça em nós o propósito de servir à comunidade em espírito de alegria e fraternidade. AMÉM. Sim, ó Pai, assim queremos, assim o pedimos, assim o prometemos, porque Tu também o queres. E que por nossa ação Pastoral se realize a palavra de Teu Filho: - Eu vim para que todos tenham vida ( Jo 10,10).