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Ano XVIII – n.º 188 – julho de 2001 Sociedade Beneficente São Camilo: Camilianos A Serviço Da Saúde A Sociedade Beneficente São Camilo Fundada no dia 17 de julho de 1923 pelo Pe. Inocente Radrizzani, tinha como finalidade principal representar civilmente, as atividades dos religiosos camilianos no Brasil. O primeiro Estatuto Social indicava como finalidades da Sociedade Beneficente São Camilo: assistência educacional e vocacional gratuitas para a preparação de sacerdotes e irmãos enfermeiros que se destinavam à orientação e aos serviços gratuitos de caridade da Sociedade, bem como de outras particulares ou oficiais que o solicitassem; assistência corporal e espiritual aos que a ela recorressem, sem distinção de cor, religião, credo político ou nacionalidade em hospitais, casas de saúde, dispensários, ambulatórios ou postos de assistência. O Estatuto da Sociedade Beneficente São Camilo sofreu numerosas reformas e culminou com a atual redação das suas finalidades: prestar assistência à saúde a quantos buscarem seus serviços, sem distinção de nacionalidade, raça, credo, opinião política ou qualquer outra condição; desenvolver atividades educacionais na área religiosa e da saúde, podendo, para tanto, fundar e manter escolas, faculdades e outros cursos e franqueá-los a quem de direito os procurar; elaborar e editar material didático relacionado com suas finalidades estatutárias; prestar serviços de assistência social ao menor por meio de creches e maternais. A Sociedade Beneficente São Camilo é uma entidade filantrópica e de Utilidade Pública Federal e do Estado de São Paulo, que desenvolve as seguintes atividades hospitalares. Hospital e Maternidade São Camilo de Santana O Hospital e maternidade São Camilo de Santana, em São Paulo, foi projetado para ser o hospital do Ministério da Aeronáutica em São Paulo. Começou a ser construído em 1956, em terreno que o governo do Estado de São Paulo lhe concedeu em comodato, dentro do Complexo do Mandaqui na Zona Norte da cidade, devendo ser inaugurado junto com Brasília, em 1960, enfrentou sérios problemas financeiros e acabou sendo abandonado, sem nenhum tipo de acabamento interno. Em 1974, o Ministério da Aeronáutica o vendeu à Prefeitura Municipal de São Paulo que utilizou, em parte, para estacionamento e concertos de ambulâncias. Em 1976, a Sociedade Beneficente São Camilo, que havia programado construir outro prédio junto ao Hospital e maternidade São Camilo da Vila Pompéia, propôs à prefeitura concluir aquele edifício e transformá-lo num hospital geral para Zona Norte. Por meio da Lei nº 8.485, de 26 de outubro de 1997, a Câmara Municipal de São Paulo concedeu à Sociedade Beneficente São Camilo, em comodato por período de 50 anos, o uso gratuito do prédio e do terreno. O hospital foi sendo construído por partes que eram, em seguida, utilizadas. Tendo celebrado convênio com várias instituições públicas e privadas, o hospital foi sendo adaptado às necessidades de cada momento. É hoje um hospital moderno dos mais bem equipados do país. HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO CAMILO DA POMPÉIA O hospital e Maternidade São Camilo de São Paulo, com sede na Av. Pompéia, 1178, na capital paulistana, teve como fundador o Pe. Inocente Radrizzani. A construção do hospital teve início em 1946 e era coordenada por uma comissão escolhida pelo fundador. O projeto inicial previa a edificação de um hospital com 300 leitos. Os recursos para construção foram levantados na comunidade por meio de contribuições individuais, quermesses e promoções públicas com outras entidades filantrópicas, como a denominada S.0.S Socorro as Obras Sociais.
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Em 23 de janeiro de 1960, o hospital foi inaugurado, com término de pouco mais da metade prevista, com capacidade para 70 leitos. Em 1962 foi demolida a Policlínica São Camilo e em seu lugar foi erigida a ala esquerda, elevando sua capacidade para 100 leitos. De 1964 a 1967 foi construída a ala direita, aumentando o número de leitos para 230. Após essa data, o hospital sofreu numerosas reformas, que culminaram com a configuração atual de 148 apartamentos. A área de diagnóstico e tratamento acompanhou a tendência mundial, e hoje O hospital e maternidade São Camilo é um dos hospitais mais modernos e atualizados do Brasil. Como os leitores puderam perceber na apresentação, tanto o Hospital São Camilo da Pompéia como o de Santana, prestam, basicamente, atendimento aos doentes de convênios e particulares. Diante disso, é inevitável a pergunta: Mas os camilianos não atendem os pobres? A primeira vista, para quem olha somente esses dois hospitais tem essa impressão. No entanto, os hospitais acima citados, fazem parte da Sociedade Beneficente São Camilo que administra vários hospitais fora de São Paulo, que basicamente, atendem pacientes do SUS. Esses hospitais, certamente, não sobreviveriam com os recursos do SUS, e fechariam suas portas. Para que isso não acontecer, a Sociedade Beneficente São Camilo, recebe, mensalmente, dos hospitais São Camilo de São Paulo, uma verba alta para suprir as necessidades dos hospitais que prestam atendimento, em sua maioria aos pacientes do SUS, como veremos a seguir. HOSPITAL CASA DE CARIDADE SÃO VICENTE DE PAULO O Hospital Casa de Caridade São Vicente de Paulo, de Caxambu, no Sul do Estado de Minas Gerais, foi fundado em 1926 pelo pároco da cidade, Monsenhor José João de Deus. Em 29 de abril de 1961, após inúmeras crises, o hospital foi doado à Congregação Filhas de Sant’Ana. Em 1989 a Congregação pediu auxílio à Sociedade Beneficente São Camilo para que a assessorasse na administração do hospital. Isso ocorreu durante vários anos e possibilitou ao hospital funcionar sem percalços. Em 1993, as Irmãs retiraram-se da Diretoria do hospital e em seguida da própria entidade, que foi assumida pela Sociedade Beneficente São Camilo. A assistência prestada aos beneficiários do Sistema Único de Saúde é muito expressiva, chegando a 92,63%. HOSPITAL VITAL BRASIL O Hospital Vital Brasil, de Timóteo em Minas Gerais, foi construído pela Acesita em 1952. Destinava-se a atender seus empregados e dependentes, e por ser o único hospital do município, estendeu a assistência à comunidade em geral. Embora seja um hospital geral, teve sempre maior expressão na área da pediatria. No dia 12 de maio de 1992, a Acesita transferiu o hospital em comodato para a Sociedade Beneicente São Camilo, que lhe deu nome atual em substituição ao anterior, de Hospital Acesita. Foi homenagem a um dos médicos mineiros mais ilustres do Brasil. A Sociedade Beneficente São Camilo ampliou expressivamente a capacidade de internação do hospital com a construção de uma nova ala e a reformulação das demais. A assistência prestada aos beneficiários do SUS chega a 85,11% do total de atendimento do hospital. HOSPITAL SÃO JOSÉ O Hospital São José de Balsas no Maranhão foi fundado por D. Diogo Parodi, bispo do lugar, com o auxílio de um médico e de voluntários da comunidade. Tinha inicialmente a capacidade de 20 leitos. Em 1979 foi edificada nova ala maternidade, com 21 leitos. Passou por diversas dificuldades, a maior das quais era a inexistência de uma administração profissionalizada. Em janeiro de 1983, D. Rino Carlesi, bispo titular de Balsas, doou o hospital à Sociedade Beneficente São Camilo. Em junho de 1986 já inaugurada uma nova pediatria em ala separada do
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hospital, para que as crianças dispusessem de um área expressiva para a ludoterapia e fossem acompanhadas pelas próprias mães. Essa prática provou que a recuperação é muito mais rápida. No dia 9 de agosto de 1996, após um ano de preparação, a UNICEF, a Secretaria de Saúde do estado e o Comitê Estadual de Aleitamento Materno consignaram aos nosocômio a placa de “Hospital Amigo de Caridade”. O hospital realiza, anualmente , cursos de aleitamento materno, além de fazer o pré-natal e dispensar a orientação necessária sobre vacinas, higiene corporal, alimentação e uso prejudicial das drogas. A diocese de Balsas doou também à Sociedade Beneficente São Camilo um asilo, que acolhe pessoas idosas sem recursos. A saúde comunitária recebeu sempre particular atenção e tem áreas específicas fora do hospital. Desenvolve atividades de orientação sanitária em toda a região sul do Estado do maranhão. Organiza cursos para agentes de saúde e parteiras, ministra palestras de orientação sobre alimentação, remédios caseiros, saneamento básico, primeiros socorros, soro caseiro, acidente de trabalho e picadas de insetos. O hospital é também campo de estágios para os agentes de saúde comunitária. A assistência prestada aos beneficiários do Sistema Único de Saúde é muito expressiva, chegando a 91,63% do total de atendimentos. HOSPITAL SÃO RANCISCO DE ASSIS O Hospital São Francisco de Assis, de Grajaú, no Maranhão, começou a ser construído em 1949 por iniciativa da Prelazia São José de Grajaú, sob o bispado de D. Emiliano, Capuchinho italiano, e do médico Frei Alberto Beretta, também italiano e pertencente à mesma congregação religiosa. A inauguração ocorreu em 1956, e por tratar-se do único hospital de uma vasta região, desempenhou sempre o papel de hospital regional. Em 1980, o hospital foi doado à Sociedade Beneficente São Camilo por iniciativa do bispo D. Valentino Lazzari e do médico Frei Alberto Beretta. A saúde comunitária é muito desenvolvida. São ministradas palestras de educação sanitária e orientação alimentar e de higiene. Forma agentes de saúde comunitária e parteiras para o interior. Instituiu a Pastoral da Criança, que zela para que todas as crianças sejam vacinadas, ensina a fazer o soro caseiro e orienta para que se evitem acidentes domésticos. Todas as mulheres do município fazem o pré-natal no hospital, gratuitamente. A Assistência prestada ao beneficiários do Sistema Único de Saúde é muito expressiva, chegando a 99,84% do total de atendimentos. HOSPITAL SÃO MARCOS O Hospital São Marcos, de Nova Venécia, no Estado do Espírito Santo, foi construído pela diocese de São Mateus, que fica a 70 quilômetros. Por 12 anos foi administrado pelas Irmãs Combonianas que o doaram à Sociedade Beneficente São Camilo em dezembro de 1981. Os camilianos introduziram uma série de reformas, que o tornaram um hospital geral regional completo. Além de pronto-socorro e ambulatório, possui serviços completos de diagnóstico. O hospital desenvolve também uma atividade de assistência social muito expressiva. Mantém a Creche São Marcos, com mais de 150 crianças e administra as demais, de propriedade da Prefeitura Municipal. A Pastoral da Saúde é levada a efeito por um grupo de agentes preparados especificamente e a celebração da missa, em sua linda capela, fica a cargo do pároco local. Sendo o único hospital do Município, realiza 88,07% dos atendimentos aos beneficiários do Sistema Único de Saúde. HOSPITAL VICENTINO
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O Hospital Vicentino, de Ponta grossa, no Paraná, foi construído pela Sociedade de São Vicente de Paulo, que tem em Ponta Grossa, mais de 5.000 associados, e destinava-se a assistir a população da periferia da cidade, principalmente a mais carente. Reservava, inclusive, alguns leitos para os membros da Assistência Vicentina. Em 26 de fevereiro de 1986, a Sociedade de São Vicente de Paulo deu em comodato por 20 anos o Hospital São Vicente de Paulo à Sociedade Beneficente São Camilo. Hoje, o Hospital Vicentino tem um desempenho digno de um hospital camiliano. Muito bem mantido fisicamente e operando com muita eficiência, é um hospital que apresenta um excelente padrão assistencial. A assistência gratuita prestada aos beneficiários do Sistema Único de Saúde representa 69,18 do total de atendimentos. HOSPITAL NOSSA SENHORA DO CARMO O Hospital Nossa Senhora do Carmo, Resplendor, no estado de Minas Gerais, foi inaugurado em outubro de 1941 e construído pela Sociedade de São Vicente de Paulo. Confiado à administração da Província Carmelitana de Santo Elias, manteve-se sempre por meio de convênios celebrados com órgãos públicos e dispensando atendimentos gratuito aos que não tinham recursos ou direitos. Em maio de 1988 ofereceram o hospital em doação à Sociedade Beneficente São Camilo, que o aceitou e o mantém até hoje. O Hospital Nossa Senhora do Carmo dedica especial atenção à classe menos favorecida da comunidade local e das comunidades dos municípios vizinhos. A assistência gratuita chega a 94,03% do total de atendimentos do hospital, sem levar em conta a atividade externa. HOSPITAL CARLOS CHAGAS O Hospital Carlos Chagas, de Itabira, no estado de Minas Gerais, foi construído pela Companhia Vale do Rio Doce, para atender seus empregados e familiares. Em 1991, ofereceu o hospital à Sociedade Beneficente São Camilo em comodato. A Sociedade o assumiu e destinou 60% dos seus 61 leitos para a assistência aos beneficiários daquela empresa. Os demais leitos foram sendo utilizados para pacientes do SUS, particulares e de outros convênios. Em 1993, o hospital Carlos Chagas instituiu serviços comunitários de saúde, com a contratação de numeroso grupo de agentes de saúde comunitária, que dividiram a cidade em regiões para um atendimento domiciliar personalizado. HOSPITAL CURA D’ARS O Hospital Cura D’Ars, em Fortaleza, no Ceará, foi edificado pelo Instituto de Previdência do Clero do estado e destinava-se a atender os membros do Instituto e a comunidade em geral. Em 1989 o Instituo cedeu o hospital à Sociedade Beneficente São Camilo, em comodato. A assistência a pacientes do Sistema Único de Saúde é muito elevada, chegando a 67,44 do total de atendimentos. HOSPITAL SÃO VICENTE DE PAULO O Hospital São Vicente de Paulo, de Itabirito, no estado de Minas Gerais, foi construído em 1937 pela Sociedade Vicentina. Foi durante esses anos o único hospital do Município, e teve atuação muito acentuada quando a região primava pela extração do minério de ferro. Em 1990, o Arcebispo de Mariana, cidade vizinha, aconselhou os vicentinos a procurar os religiosos camilianos para assumir o hospital. A Sociedade beneficente São Camilo recebeu o hospital em doação naquele mesmo ano e o mantém até hoje. A assistência aos beneficiários do Sistema Único de Saúde é também muito expressiva, chegando a 68,70% do total de atendimentos.
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HOSPITAL ESCOLA SÃO CAMILO E SÃO LUIZ O Hospital Escola São Camilo e São Luiz foi construído pelo Dr. Marcello Cândia, rico industrial de Milão, na Itália, que se desfez de suas propriedades para aplicar o resultado numa obra missionária. Após dois anos de funcionamento, o Dr. Marcello Cândia entendeu que não tinha conhecimento suficiente para administrar o hospital. Recorreu então aos religiosos camilianos de São Paulo e estes enviaram ao local dois padres médicos. Após algum tempo, dou o hospital à sociedade Beneficente São Camilo, que o mantém até hoje. A assistência prestada a beneficiários do Sistema único de Saúde é muito expressiva, chegando a 65,79% do total de atendimentos. HOSPITAL SÃO RAIMUNDO NONATO O Hospital São Raimundo Nonato, de Limoeiro do Norte, no Ceará, iniciou suas atividades em 1943 como maternidade, por iniciativa do seu bispo, D. Aureliano Matos. A partir de 1967, sob a orientação de D. Freire falcão, a maternidade passou a ter todos os requisitos de uma casa de saúde. O sucessor de D. Freire falcão, D. Pompeu Bezerra, conseguiu recursos de Miereor, da Alemanha, para ampliar e melhorar o hospital. Em 1981, doou o hospital à Sociedade Beneficente São Camilo, que o mantém até hoje. Por causa disso, o hospital dedica especial atenção aos menos favorecidos, facilitando-lhes o atendimento, que é totalmente gratuito. O serviço de Pastoral da Saúde e a saúde comunitária prestam assistência esmerada tanto aos doentes internados quanto aos que estão acomodados no domicílio. Promove freqüentes reuniões de educação sanitária, zela para que todas as mulheres grávidas façam o pré-natal e controla a imunização das crianças por meio de vacinações. Distribui gratuitamente remédios caseiros, inclusive para as pessoas que vivem no interior do município. Mantém um programa semanal radiofônico sobre saúde preventiva. HOSPITAL E MATERNIDADE SÃO VICENTE DE PAULO O Hospital e Maternidade São Vicente de Paulo, de Itapipoca, no Ceará, surgiu aos poucos a partir de 1940. De um pequeno ambulatório, passou a um hospital de pequeno porte, com expressão materno-infantil. O novo hospital foi inaugurado no dia 20 de janeiro de 1980 e doado à Sociedade Beneficente São Camilo. A assistência aos beneficiários do Sistema Único de Saúde é quase total, chegando a 97,47% do total de atendimentos. HOSPITAL SANTA CRUZ O Hospital Santa Cruz de Pedro II, no Piauí, foi construído pelo Rotary Club de Essen na Alemanha , que o entregou à paróquia Nossa Senhora da Conceição, que junto com a Ação Social Pedro II, o administrou até dezembro de 1984. Em janeiro de 1985 foi doado à Sociedade Beneficente São Camilo. É um hospital geral com todos os serviços, inclusive pronto-socorro e ambulatório. O contingente de internação não é tão expressivo quanto no tempo que era o único hospital do município. HOSPITAL E MATERNIDADE SAGRADA FAMÍLIA O Hospital e Maternidade Sagrada família, de Santarém, no Pará, foi inicialmente um convento de uma congregação religiosa americana. Mais tarde, parte do convento foi transformado em maternidade, com o nome de Maternidade Sagrada família.
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Em janeiro de 1987, a Maternidade Sagrada Família foi doada à Sociedade Beneficente São Camilo e passou a denominar-se Hospital e Maternidade Sagrada família. Implantados novos serviços, transformou-se em hospital geral. A assistência prestada aos beneficiários do Sistema Único de Saúde é expressiva, chegando a 77,32% do total de atendimentos. HOSPITAL MONSENHOR HORTA O Hospital Monsenhor Horta, de Mariana, em Minas Gerais, foi inaugurado no dia 20 de junho de 1959, data do centenários de nascimento de Monsenhor José Silvério Horta. Em agosto de 1985 o hospital foi doado à Sociedade beneficente São Camilo que o ampliou e lhe deu a configuração atual de um hospital geral completo. Dispõe das especialidades médicas básicas, além de ambulatório, pronto-socorro e serviços completos de diagnóstico e tratamento. A assistência prestada aos beneficiários do Sistema Único de Saúde é muito expressiva, chegando a 77,32% do total de atendimentos.
BENEFICENCIA CAMILIANA DO SUL HOSPITAL SÃO FRANCISCO O Hospital São Francisco, de Concórdia, em Santa Catarina, teve colocado sua pedra fundamental no dia 19 de abril de 1945, por iniciativa do Frei Aquiles Kloenchner, pároco local, franciscano. A inauguração ocorreu no dia 19 de outubro de 1947 e o hospital foi entregue à Sociedade Caritativa Literária São José, de responsabilidade das Irmãs de São José. Em junho de 1984, depois de feito um levantamento prévio da situação físico-funcional do hospital, os religiosos camilianos aceitaram compor sozinhos o quadro social da entidade e assumir o hospital por inteiro . A assistência aos beneficiários do Sistema Único de Saúde tem muita expressão, chegando a 63,79% do total de atendimentos. HOSPITAL SÃO ROQUE DE SEARA O Hospital São roque de Seara, em Santa Catarina teve início com uma edificação muito pequena e simples, realizada pela comunidade local e coordenada pela paróquia. Tinha alguns quartos, um médico e os serviços gerais. Em maio de 1986, D. José Gomes, bispo de Chapecó em cuja diocese está Seara, convidou os religiosos camilianos a assumir a entidade mantenedora e o hospital que, por sinal, tinham o mesmo nome. Os religiosos camilianos aceitaram a oferta e formaram sozinhos um novo quadro associativo assumindo, a partir daí a administração do hospital. A assistência prestada aos beneficiários do Sistema Único de Saúde é bastante expressiva, chegando a 68,20% do total de atendimentos. HOSPITAL SÃO BERNARDO DE QUILOMBRO O Hospital São Bernardo de Quilombo, no estado de Santa Catarina, nasceu sob a égide da Sociedade Hospitalar Beneficente São Bernardo, fundada em 1964 por um grupo de pessoas da comunidade local. No dia 6 de janeiro de 1988, a convite dos sócios, os religiosos camilianos assumiram a entidade mantenedora e o hospital. A assistência prestada aos beneficiários do SUS é muito expressiva, chegando a 80,46% do total de atendimentos. HOSPITAL BENEFICENTE SANTA TEREZINHA
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O Hospital Beneficente Santa Terezinha, de Encantado, no Rio grande do Sul, foi fruto da vontade da comunidade, que levantou um pequeno hospital com suas próprias mãos. Em 1985, a comunidade local e as autoridades sanitárias e políticas solicitaram às Irmãs que ampliassem e melhorassem o hospital. As Irmãs responderam que não tinham nem meios e nem disposição para isso. Procuraram então a Sociedade Beneficente São Camilo e ofereceram-lhe a entidade e o hospital. BENEFICÊNCIA CAMILIANA Beneficência Camiliana foi o nome que os religiosos deram à entidade que se denominavam Hospital Regional de Formosa, do Estado de Goiás, a 60 quilômetros de Brasília. Em 1969, a Sociedade De São Vicente transferiu a entidade, bem como o hospital de mesmo nome, às Irmãs da Associação Madre Enriqueta. A Associação administrou a entidade e o hospital até 1988, quando os religiosos camilianos, a convite das Irmãs, preencheram sozinhos seu quadro associativo. A assistência prestada ao beneficiários do Sistema Único de Saúde é muito expressiva, chegando a 84,07% do total de atendimentos. INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTROLE DO CÂNCER SÃO CAMILO O instituto Brasileiro de Controle do Câncer São Camilo, da Zona Leste da cidade de São Paulo, iniciou suas atividades em 1967 no Hospital São Camilo de São Paulo, com a criação do Instituto São Camilo de Prevenção do Câncer Ginecológico, como um dos seus departamentos, por iniciativa do Prof. João Sampaio Góes Jr. No dia 4 de maio de 1968, o departamento foi transormado em instituição com o nome de Instituto Brasileiro de Controle do Câncer. Em dezembro de 1999, a Assembléia Geral que aprovou o Orçamento-Programa do IBCC aprovou o acréscimo da expressão São Camilo. A assistência aos beneficiários do Sistema Único de Saúde é expressiva, chegando a 95,41% do total de atendimentos.
As Mãos Há mãos que sustentam e mãos que abalam; mãos que ampliam. Mãos que denunciam e mãos que escondem os denunciados. Mãos que se abrem e mãos que se fecham. Mãos que se afogam e mãos que rasgam. Mãos que ferem e mãos que cuidam de feridas. Mãos que destroem e mãos que edificam. Mãos que batem e mãos que recebem as pancadas por outros. Há mãos que apontam e guiam e mãos que desviam. Mãos que são temidas e mãos que são desejadas e queridas. Mãos que dão com arrogância e mãos que se escondem ao dar. Mãos que escandalizam e mãos que apagam os escândalos. Mãos puras e mãos que carrega, censuras. Há mãos que escrevem para promover a VIDA e mãos que escrevem para ferir. Mãos que pensam e mãos que aliviam. Mãos que operam e curam e mãos que amarguram. Há mãos que se apertam por amizade e mãos que se empurram por ódio. Mãos furtivas que traficam destruição, e mãos amigas que desviam da ruína. Mãos finas que provocam dor e mãos rudes que espalham amor.
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Há mãos que se levantam pela verdade e mãos que encarnam a falsidade. Mãos que oram e imploram e mãos que “devoram”. Mãos de Caim que matam; Mãos de Judas que entregam; Mãos de Jacó que enganam; Mas, há também as mãos de Simão que carregam a cruz e as mãos de Maria que enxugam o rosto de Jesus. Onde está a diferença? Não está nas mãos, mas no CORAÇÃO. É a mente transformadora que dirige a mãos santificada e dedicada. É a mente agradecida que transforma as mãos em instrumento de graça. Mãos que se levantam para abençoar. Mãos que se baixam para levantar o caído. E mãos que se estendem para amparar o cansado! São como as mãos de DEUS que criam; que guiam; que salvam; que nunca faltam. Há mãos... e mãos! As tuas, quais são? De quem são? Para que são? Autor: Bispo A. Rodrigues Aço Oração de um Deprimido Ó Deus, não preciso nem devo ocultar de ti o que está se passando comigo. Estou confuso, desnorteado, inseguro, perturbado, triste. Pensei que esta crise fosse acabar logo e ela não acabou. Sinto-me preso numa cela sem janelas. Não vejo o sol há muitos dias. Só vejo sombras. A escuridão me rodeia. Não enxergo o que há de bom nesta vida. Minha memória está contra mim. Não consigo me lembrar dos acontecimentos bons do passado. Mas, dos acontecimentos maus, me lembro bem. Até de pormenores desagradáveis que pensei estivessem definitivamente sepultados. Minha mente está catalogando todas essas lembranças. Estou perdendo por completo aquela esperança que sempre me acalentava e me movia para a frente. Vejo sofrimento em toda parte, até onde ele não existe. Os maus sofrem e os bons também sofrem. Antes era assim, agora é assim e amanhã será assim. Muitos morrem de fome, muitos morrem na guerra, muitos morrem de AIDS, muitos morrem em acidentes de trânsito, muitos morrem em meio a acidentes naturais, muitos são assassinados. Sempre estou me recordando do sofrimento de Jó, da matança dos inocentes de Belém, da morte de João Batista, da agonia de Jesus no Getsêmani, do Holocausto, de Hiroshima e dos marinheiros do submarino russo. Ando preocupado demais com os meus familiares. Estou com medo de uma filha ter câncer. Estou com medo do casamento de uma das filhas se acabar. Estou com medo que um acidente de trânsito tire a vida de meus netos ou os deixe paraplégicos para sempre. Estou com muito medo de alguém da família se desviar da fé. Estou com medo de meus filhos não serem bem-sucedidos na educação de seus filhos no temor do Senhor. Ando sensível demais. Meu amor por meus familiares anda estranho. É um amor nervoso, cheio de medo, cheio de apreensões, cheio de esquisitices. Estou tendo dificuldades para ler a Bíblia. Estou tendo dificuldade de orar. Atividades que sempre fiz com enorme prazer e proveito. A comunhão contigo, outrora fácil, está agora difícil. Aquela sensação de que Tu me abençoavas dia após dia praticamente acabou. Estou vivendo pela fé e não por emoções. Minhas certezas estão em queda. Todavia estou resistindo, estou clamando, estou esperando.
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Ainda me resta um pouco de bom senso que estou segurando com ambas as mãos para que não se perca. Com esse resto de bom senso estou lidando com minhas culpas. Não tenho aceitado qualquer acusação que me venha à consciência. Aceito a acusação de que sou um homem nascido em pecado e que carrego dentro de mim o estigma do pecado. Reconheço a pecaminosidade latente. Mas tenho conseguido, ó Deus, com o teu auxílio, rejeitar a acusação de todos aqueles pecados já confessados e perdoados. Qualquer comportamento duvidoso tenho colocado diante de ti para que me esclareças quanto ao certo e ao errado. Ó Deus, perdoa-me por me encontrar desse jeito. Tenho vergonha de estar assim. No momento eu não sou eu. Sou outro. Sou um estranho até para mim mesmo. Sem dúvida estou doente. Preciso de tratamento. Tem misericórdia de mim, Senhor! Cura-me totalmente desta depressão. Afasta para bem longe de mim este quadro doentio. Torna a dar-me alegria, estabilidade emocional, segurança pessoal, livra-me desta dor apertada no peito, dor de quem está assustado e medroso. Aumenta as minhas certezas, as minhas velhas convicções. Aumenta a minha fé, a minha velha confiança em ti. Aumenta a minha esperança de cura e a minha esperança de novos céus e nova terra, onde não haverá tristeza nem dor, nem guerras, nem mortes. Socorre-me nesta hora, ó meu Senhor. Peço-te este livramento em nome de Jesus! Amém. Esta oração recorda a experiência pela qual passou o pastor Elben M. Lenz Cézar, diretor da revista Ultimato, no segundo semestre de 2000, pela primeira vez em 70 anos de vida. Depois de muita oração própria e alheia, assistência médica e uso de medicamentos, o autor saiu do estado depressivo que o acometeu. Revista ULTIMATO, ano XXXIV, n.º 269 - março/abril 2001