icaps-190

Page 1

Ano XVII – n.º 190 – setembro de 2001 Pastoral da saúde na paróquia A paróquia é um marco para a maioria dos cristãos que nela vivem e alimentam sua fé. Por isso, as comunidades paroquiais são chamadas a testemunhar e difundir o evangelho na sociedade atual. Durante séculos a Igreja e as comunidades cristãs centraram suas atenções nos enfermos de uma maneira assistencial e caritativa. Sem dúvida, esta é uma linha muito importante de atuação da pastoral da saúde. Porém, sem descuidar de sua atuação junto aos enfermos, a pastoral da saúde precisa aprender, hoje, a desenvolver uma pastoral que vise a saúde integral do ser humano. Nesses últimos anos cresceu, entre os agentes da pastoral da saúde, a consciência de que a atuação evangelizadora de Jesus não consistiu apenas em curar os enfermos, mas também em irradiar de muitas maneiras forças salvadoras e curadoras. Isto significa que a comunidade cristã que deseja ser continuadora da missão de Jesus precisa cuidar amorosamente dos doentes e ser portadora de saúde. A pastoral da saúde deve se preocupar não exclusivamente com o bom atendimento aos doentes, mas também com as paróquias para que tenham como horizonte e estímulo para sua atuação a tarefa concreta de cuidar da saúde na sociedade atual. É papel da pastoral da saúde despertar nas paróquias a consciência de que são chamadas a ser fonte de saúde integral. No entanto, esta pastoral tem um objetivo mais importante: tratar o doente como um ser físico, psíquico, social e espiritual. Ou seja, saúde e salvação. Sua missão é proclamar e tornar visível a salvação em sua totalidade, usando a força curadora de Jesus Cristo. Tudo isto não é algo teórico, mas uma chamada para que toda paróquia tenha consciência de que esta pastoral está empenhada em: defender e educar para a saúde, difundir uma concepção mais sadia de vida, promover costumes mais saudáveis no comportamento individual e coletivo, lutar contra o alcoolismo, as drogas, a solidão e a depressão, promover uma velhice mais sadia etc. De uma pastoral dos sacramentos para uma pastoral de evangelização A pastoral dos enfermos tem se identificado, freqüentemente, com a assistência religiosa e a administração dos sacramentos para aqueles que querem e pedem. Levada a cabo sobretudo pelos religiosos e presbíteros, propagou a mentalidade de que se preocupa com aqueles que estão perto da morte. Sem dúvida, os sacramentos têm um papel terapêutico e curador que não podemos descuidar. A comunidade eclesial, “sacramento de salvação”, oferece sua graça salvadora e curadora através dos gestos sacramentais. Daí a necessidade de renovar profundamente a celebração do sacramento dos enfermos para entendê-lo e celebrá-lo melhor. O sacramento da reconciliação com toda sua força terapêutica, a eucaristia celebrada pela comunidade que está próxima do enfermo, a unção celebrada comunitariamente com a participação da comunidade, são os momentos mais fortes da graça de Cristo e um estímulo para a recuperação do doente, a vivência cristã, o alívio da dor e a aceitação mais tranqüila da morte. Sem descuidar da adequada celebração dos sacramentos, especialmente para aqueles que crêem, a pastoral da saúde deve se preocupar, nesta sociedade cada vez mais dominada


pela tecnologia e distante de Deus, em fazer presente a força salvadora e humanizadora do evangelho na existência dolorosa e frágil de todo ser humano. Ao elaborar seu projeto evangelizador, as paróquias precisam descobrir a importância que têm para o ser humano hoje e sempre, experiências como a enfermidade, a dor, a velhice, o restabelecimento ou a morte, e as possibilidades que estas experiências trazem para a evangelização. A partir da paróquia, a pastoral da saúde deverá desenvolver hoje, e cada vez mais, uma linha evangelizadora que faça presente a boa notícia de Jesus Cristo e a força humanizadora do Reino de Deus de múltiplas formas: defesa da dignidade de todo enfermo, atenção integral ao enfermo em todas as suas necessidades, solidariedade e apoio à família e a quantos sofrem as conseqüências da enfermidade, humanização progressiva do mundo sanitário e atenção ao enfermo etc. A pastoral da saúde deve ajudar as paróquias a estabelecerem de maneira mais explícita sua missão evangelizadora, visando em primeiro lugar os enfermos afastados, indiferentes e descrentes. Tentar maior aproximação dos descrentes para conhecer sua história e o por quê de sua indiferença religiosa, o itinerário de cada pessoa e as causas do afastamento de cada um. Ao mesmo tempo, desenvolver um diálogo com os doentes descrentes, estabelecer pontos de encontro, de escuta das questões vitais da existência etc. Não podemos duvidar de que são os doentes “crentes” que, com seu testemunho pessoal, podem impulsionar esta dimensão evangelizadora da pastoral da saúde. De uma pastoral da morte para uma pastoral da vida A Igreja tem se preocupado em ajudar as pessoas a enfrentar o mistério da morte com uma atitude de solidariedade e acompanhamento próximo. Por isso, a pastoral da saúde tem concentrado, com frequência, suas atenções nos enfermos graves e moribundos. No entanto, a pastoral que ajuda a “bem morrer” precisa estar atenta para não direcionar suas atividades exclusivamente para esse aspecto, e esquecer o espírito da Igreja que é construir o Reino de Deus lutando constantemente pela vida, saúde integral e crescimento do ser humano em todas suas dimensões. A pastoral da saúde, hoje, deve ser uma pastoral que ajude a pessoa a encarar a morte de maneira mais digna e com mais confiança. Numa sociedade em que morrer está se tornando, com freqüência, um acontecimento solitário e despersonalizado, confiado ao mundo da técnica e dos profissionais, privado de ajuda humana e religiosa adequadas, a pastoral da saúde na paróquia deve lutar para que os enfermos tenham direio a uma morte humana, solidária e fraterna, oferecendo a esperança cristã a todos aqueles que se abrirem ela. Hoje, é urgente cuidar desta pastoral de comunhão e acompanhamento, visto que o número de doentes terminais atendidos nas casas de famílias está crescendo. Uma vez reafirmado o valor desta ação, é preciso impulsionar uma pastoral da vida que dirija sua atenção não só o acompanhamento dos doentes graves e terminais, mas também para a promoção da qualidade de vida dos enfermos crônicos, dos anciãos com dependência física, sensorial e psíquica. Por outro lado, numa sociedade onde se difunde uma “cultura anti-vida”, que tende a favorecer o aborto a eutanásia, a pastoral da saúde deve atuar na defesa de toda vida e dos valores que a protegem. Promover a cultura de doação de sangue e órgãos, de prevenção das enfermidades, de luta contra a deterioração da vida etc., por meio da sensibilização, da educação e do exemplo. De uma pastoral da compaixão para uma pastoral da justiça


Seguindo o exemplo de Jesus, a Igreja tem procurado estar perto dos doentes numa atitude de serviço e de amor caritativo, suprindo muitas vezes os serviços sanitários que a sociedade não proporciona. Esta atuação tem sido inspirada fundamentalmente pela “compaixão” inspirada na parábola do Bom Samaritano. Sem dúvida, a pastoral da saúde deve continuar desenvolvendo esse serviço assistencial que expressa o maior valor cristão a caridade -, e exige uma atitude de entrega abnegada e gratuita a quem sofre. No entanto, sendo fiel ao ensinamento evangelizador de Jesus, a pastoral da saúde deverá desenvolver, com mais força, a dimensão profética da justiça. A pastoral da saúde deve estar atenta para que também nas paróquias se viva essa atitude de compaixão e solidariedade com o enfermo, sobretudo quando é pobre e não tem assistência. Quando doença e pobreza se juntam, os doentes, quer estejam no terceiro mundo como em outras sociedades mais favorecidas, precisam que a Igreja esteja perto para acompanhá-los na dor, na impotência e na pobreza. Por outro lado, devemos continuar cuidando dos relacionamentos humanos numa atitude amistosa, de profundo respeito, com palavras e gestos de serviço desinteressado e gratuito, compartilhando sofrimentos e esperanças. Sem descuidar de nada, a pastoral da saúde deve enfatizar hoje uma atitude profética em defesa do enfermo e de seus direitos, de denúncia de abusos, discriminações, manipulações de serviços para interesses alheios à saúde e ao bem estar geral dos doentes. A pastoral da saúde deverá fazer com que a comunidade paroquial lute contra todo tipo de “coisificação” e “instrumentalização” do enfermo, defendendo seus direitos inalienáveis e promovendo um cuidado humano que o ajude a viver dignamente na enfermidade. A pastoral da saúde precisa fazer com que a paróquia seja crítica diante dos abusos e atuações injustas, fazendo-se a voz de quem não tem voz, defendendo os enfermos mais fracos e marginalizados, ajudando-os a lutar por seus direitos, pedindo atenção da sociedade e dos responsáveis pelos serviços públicos. Esta atitude profética, unida aos serviços de assistência caritativa, configura de maneira mais completa o testemunho evangelizador da comunidade cristã. De uma pastoral do doente comum para uma pastoral dos doentes mais necessitados Os doentes, dos quais Jesus se aproximou, representavam, sem dúvida, o setor social mais discriminado e marginalizado. Por isso, uma comunidade que queira continuar sua ação evangelizadora não pode ignora-los, devendo dirigir a eles uma atenção preferencial. Talvez este seja um dos desafios mais importantes para a pastoral da saúde nas paróquias: chegar preferencialmente até aqueles enfermos de quem ninguém se aproxima e atender aqueles que ninguém atende. Não podemos descuidar de nenhum doente. Porém, os menos conhecidos e sem assistência deverão ocupar lugar privilegiado durante a convalescença. A pastoral da saúde deve introduzir na comunidade paroquial a preocupação de fazer-se presente no mundo dos enfermos mais necessitados e excluídos: os sem-lugar, os anciãos solitários, os doentes mentais sem assistência, os que sofrem de doença crônicas, os necessitados, os depressivos, os abandonados etc. Estes são os primeiros que precisam ser visitados pela comunidade cristã, os primeiros de quem devemos nos aproximar, quer estejam em suas casas ou hospitalizados, quer vivam recolhidos em algum asilo ou abrigo. A comunidade paroquial é chamada a defender estes enfermos da indiferença e insensibilidade da sociedade. Isto exige que a Pastoral da Saúde promova a sensibilização


da comunidade paroquial onde, muitas vezes, se respira a mesma apatia e indiferença que em outras instâncias da sociedade. Esta ação sensibilizadora exige um trabalho concreto de mentalização e educação orientadas para transformar opiniões, eliminar reações discriminatórias para aidéticos, estrangeiros etc. e suscitar tomadas de posição da paróquia em favor destes enfermos mais debilitados e necessitados. Precisa romper o cerco de marginalização social que facilmente levantamos, desfazendo prejuízos e atitudes que marginalizam, encontrando meios de integração social, lutando contra a exclusão de melhores condições sanitárias. De uma pastoral de visita para uma pastoral de acompanhamento fraterno Nas poucas paróquias que não desenvolveram as dimensões de que estamos falando neste artigo, a pastoral da saúde está restrita à visitação aos doentes nas casas ou hospitais. Não queremos desvalorizar a visita ao enfermo. A pastoral da saúde deverá melhorar a maneira de visitar os doentes para não cair na rotina e perder de vista o conteúdo humano, evangelizador e curador. Em muitos casos se faz necessário uma revisão e reflexão sobre o sentido da visita, seu conteúdo curador, as atitudes que precisam ter, as pessoas mais adequadas para fazelas, o caráter diferente da visita para os diversos tipos de doentes crônicos, graves, inválidos, depressivos ou terminais, a visita aos doente que crê e a aproximação dos afastados e indiferentes à religião. Porém, depois de atribuir à visita seu verdadeiro valor, temos de dizer que a pastoral da saúde deverá desenvolver uma pastoral que ajude o enfermo a encontrar um lugar na comunidade paroquial. Esta pastoral exige, em primeiro lugar, conhecer os enfermos que vivem no âmbito da paróquia: crônicos, inválidos e fracos, velhos, enfermos, acidentados, convalescentes, hospitalizados ou internados em algum centro. Não se trata apenas de conhecer os enfermos mais próximos da comunidade, mas todos os que sofrem de enfermidades ou abandono, tenham ou não uma prática religiosa. Naturalmente, sem esquecer os indefesos e abandonados. O primeiro gesto da comunidade cristã é aproximar-se deles com atitude respeitosa, discreta e amável, como fez Jesus. Que todos os doentes possam sentir-se aceitos e queridos pela comunidade. Para os que crêem é importante que seja levada a palavra de Deus, a eucaristia e os outros sacramentos. A pastoral da saúde deve, ainda, ajudar as paróquias a criarem espaço para os doentes na vida da comunidade, reconhecendo-os, estimulando e facilitando sua participação nas celebrações litúrgicas e em outras atividades. A presença e o testemunho daqueles que crêem e vivem sua enfermidade com espírito cristão é sempre interpeladora e difunde saúde evangélica na comunidade paroquial. Por outro lado, gestos sensíveis como a eliminação de barreiras tais como o transporte dos enfermos acamados, a eucaristia paroquial, a celebração comunitária da unção, emprestam um rosto novo, mais evangélico e evangelizador, à comunidade paroquial. De uma pastoral individual para uma pastoral coordenada e integrada Às vezes, a pastoral da saúde termina sendo uma ação demasiadamente individualizada, desenvolvida por um pequeno grupo de pessoas sem as devidas relações com o resto da comunidade, que estão fora do projeto evangelizador compartilhado por forças que atuam no conjunto paroquial. No entanto, não se deve esquecer que toda


comunidade é responsável pela evangelização. Todos na paróquia precisam se sentir solidários na tarefa evangelizadora, ainda que cada um aja de acordo com a sua própria vocação e responsabilidade. A pastoral da saúde é um chamado à responsabilidade para todas as paróquias, no mundo da saúde e da enfermidade. A paróquia é o instrumento concreto que deve impulsionar, coordenar e levar adiante de maneira mais direta essa evangelização. A pastoral da saúde não deve ser um grupo fechado que realiza suas atividades de maneira particular ou somente em nome do pároco. Ela atua em nome de toda comunidade. Seus projetos, iniciativas e atividades não podem ser frutos de seus gostos e preferências particulares, participação e testemunho da vontade e do espírito evangelizador da paróquia. Isto exige uma boa relação com aqueles que servem no campo da celebração litúrgica, que trabalham na ação catequética ou educadora da fé e aqueles que estão comprometidos na caridade e na pastoral do serviço aos necessitados. Esta relação e colaboração requer uma integração com o conselho pastoral que representa todas as forças da comunidade. Dentro deste mesmo espírito, para se ter uma pastoral melhor coordenada, é necessário dar passos concretos na relação e colaboração entre a pastoral organizada no hospital e a pastoral da saúde na paróquia, com o fim de responder melhor às situações concretas e atender adequadamente as verdadeiras necessidades dos enfermos hospitalizados. De uma pastoral improvisada para uma pastoral de projetos Com freqüência, nossa ação pastoral se inspira na boa vontade dos agentes. Este tipo de pastoral corre o risco de não ver o futuro, ser pouco realista e oferecer respostas parciais e desarticuladas no mundo da saúde e da enfermidade. Além disso, uma pastoral de improvisação facilmente cai na rotina, no desalento e na dispersão de forças. A pastoral da saúde deve desenvolver hoje uma ação baseada em projetos claros e concretos. Hoje, a Igreja necessita mais de testemunho de projetos compartilhados que de ações individuais e dispersas. Este projeto compartilhado deve nascer do espírito evangelizador de Jesus e responder à realidade concreta de uma dada paróquia. Não é este o momento oportuno de analisar detalhadamente tudo o que significa elaborar um projeto compartilhado e sim propor algumas metas que podem ser úteis para a pastoral da saúde na paróquia. - Concretizar os objetivos pastorais que se pretendem conseguir pouco a pouco na comunidade paroquial. Não se pode fazer tudo ao mesmo tempo. É necessário estabelecer os objetivos prioritários e emergenciais. - Concentrar as forças nos meios que se quer pôr em prática para conseguir os objetivos de formação constituição da equipe paroquial, organização etc. - Assegurar a devida avaliação no momento oportuno para manter vivo o dinamismo do projeto. Artigo extraído da revista LABOR HOSPITALARIA. “Guarde seu Garfo” A uma mulher, diagnosticada com uma doença terminal, foram dados três meses de vida. Ela, então, resolveu colocar a vida “em ordem”. Entrou em contato com seu pastor e pediu que este fosse à sua casa tratar de seus pedidos finais. Informou lhe que hinos desejava fossem cantados no seu culto fúnebre, que trechos das Escrituras queria


que fossem lidos, e com que roupa queria ser vestida. Pediu, também, que a sua Bíblia predileta fosse colocada no caixão. Tudo estava em ordem e o pastor se preparava para sair quando a mulher, de repente, lembrou algo muito importante. “Há mais uma coisa” disse, vibrando. “O quê” ? Perguntou o pastor. “Isto é muito importante”, continuou a mulher. “Eu quero ser enterrada com um garfo na mão direita”. O pastor ficou imóvel, olhos fitos na mulher, sem saber o que dizer. “Surpreende você, não é verdade”? perguntou ela. “Bem, para ser honesto, estou perplexo com o seu pedido,” disse o pastor. A mulher explicou “Todos os anos que freqüentei os encontros sociais e os jantares especiais promovidos pela igreja, recordo-me que, quando os pratos estavam sendo tirados da mesa, inevitavelmente, alguém dizia: “Guarde seu garfo. Para mim, era a melhor parte da refeição, a parte predileta, pois eu sabia que algo melhor estava para vir, como bolo tipo Floresta Negra ou uma torta de maçã. Algo maravilhoso e com substância!” Sendo assim, eu quero que as pessoas me vejam no caixão com um garfo na mão e perguntem qual o significado do garfo. Então, quero que o senhor lhes diga: “Guarde seu garfo. O melhor está para vir”. Os olhos dos pastor se encheram de lágrimas de alegria ao se despedir da mulher com um abraço. Ele sabia que era uma das últimas vezes que a veria viva. Mas ele sabia, também que a mulher possuía uma idéia melhor do céu do que ele mesmo. Ela SABIA que algo melhor estava chegando. Por ocasião do enterro, enquanto as pessoas desfilavam diante do caixão da mulher, observavam o lindo vestido, a Bíblia predileta e o garfo na mão direita. Vez após vez o pastor ouviu a pergunta: “Qual o significado do garfo”? E, vez após vez, ele simplesmente sorria para as pessoas. Durante a sua mensagem, contudo, o pastor contou ao povo a conversa que havia tido com a mulher pouco antes de sua morte. Explicou sobre o garfo e sobre o que este simbolizava para ela. Compartilhou com o povo que não conseguia pensar em outra coisa senão no garfo, e eles também, provavelmente, fariam o mesmo. Ele estava certo. Portanto, a próxima vez que você estender a mão para pegar um garfo, lembre-se disso, com bastante carinho: o melhor está para vir. “Disse Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá, e todo aquele que vive e crê em mim não morrerá, eternamente.” (João 11:26). Cura dos Doentes na Bíblia O objetivo deste livro é ajudar quem sofre a penetrar o sentido profundo da mensagem bíblica relativa a seu sofrimento e oferecer aos profissionais da saúde e agentes de pastoral subsídios para um sólido conhecimento bíblico sobre a matéria, à luz exegese e hermenêutica de hoje, para que sua dedicação à pessoa humana, no momento em que ela mais necessita de ajuda, se traduza em serviço amoroso e competente. O estudo é precedido por uma breve reflexão sobre a importância da Bíblia na evangelização do mundo da saúde e por uma rápida leitura do documento Dei Verbum do Concílio Vaticano II. Em seguida entramos no estudo mais específico dos doentes na Bíblia: como eram vistos no Antigo e no Novo Testamento, como eram tratados e como devem ser servidos.


Serão estudados a relação entre doença e pecado, o poder da fé e a força da oração para a cura. Especial atenção é dedicada às questões de “possessão” ou “obsessão” demoníaca, do sentido do sofrimento e do sacrifício, da esperança na angústia, da verdadeira consolação no luto e na morte, da espiritualidade de quem se defronta com a doença e de quem se põe a serviço dos doentes. CALISTO VENDRAME, ex-superior geral da sua ordem dos Ministros dos Enfermos (Camilianos), é licenciado em Sagrada Escritura pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma e doutor em letras em letras pela USP. É autor, entre outros, de A escravidão na Bíblia (Ática) e de Essere religiosi oggi (Dehoniani – Roma), e coordenou a edição brasileira do Dicionário interdisciplinar da Pastoral da Saúde (Centro Universitário São Camilo – Paulus). e-mail: bencamiliana@sti.com.br Calisto Vendrame


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.