Como melhorar a saúde das comunidades Dr. Rubens José Gagliardi Uma receita bastante interessante e que deve ser uma rotina na vida de toda pessoa é a prevenção às doenças. Esta é, sem dúvida, a melhor conduta da medicina. Apesar de todo avanço que se tem conseguido no campo do diagnóstico e do tratamento, a prevenção é prioritária. A maioria das doenças pode ser prevenida. É sempre importante se lembrar disso e tomar os devidos cuidados. Esta é uma tarefa relativamente simples, porém constante: requer a participação do médico, de todos os profissionais de saúde, das autoridades sanitárias, dos meios de comunicação e da população. Cada um deve fazer o seu papel: os epidemiologistas devem detectar o problema, os clínicos achar soluções, os meios de comunicação divulgar esses conhecimentos e a população aplica-los. Existem alvos específicos, que compreendem os grupos de maior risco para determinadas doenças e que merecem maiores cuidados. Independentemente desses grupos, toda a população deve estar envolvida com os preceitos da prevenção. Os estudos socioepidemiológicos, entre outras finalidades, detectam os principais grupos expostos a determinadas doenças e oferecem diretrizes para sua correção. A maioria dos procedimentos é simples e barata e muitas vezes se limita a mudar alguns hábitos. Muito se tem falado sobre a importância de não fumar, de fazer exercícios físicos, manter o peso corretamente, evitar o stress, fazer controles regulares de pressão arterial, da colesterolemia, da glicemia etc. Com esses cuidados, estaremos reduzindo significativamente a incidência de doenças vasculares, principal causa de óbito e seqüelas em adultos. Entre as mulheres, cada vez mais ganha espaço e aceitação os cuidados com o prénatal, a prevenção do câncer ginecológico, a osteoporose etc. Neste aspecto, a mulher tem dado um verdadeiro exemplo de conduta de vida. Entre os homens existe mais dificuldade para aceitação ou cumprimento dessas orientações. Acredito que, neste segmento, deva ser travada uma batalha mais árdua, visando por exemplo à prevenção do câncer de próstata, ao check-up rotineiro e a mudanças de hábitos nocivos ou pouco salutares. Por parte das autoridades sanitárias, deve ser executada uma série de medidas, como tratamento de água, coleta de esgoto, lixo, etc., que tem grande aplicação com resultados voltados a toda a população. São bens coletivos, de inestimável valor; devemos lutar para sua melhoria e cuidar da sua conservação. As vacinações têm trazido inquestionável contribuição, chegando ao ponto, anteriormente impensável, de erradicar certas doenças. Mesmo que não extinga todas as doenças transmissíveis, seguramente pode reduzir drasticamente seu aparecimento e suas complicações. É uma obrigação da saúde pública e cabe aos profissionais do ramo lutar por sua difusão, aplicabilidade e alcance a toda a população-alvo. Quanto mais evoluída a sociedade, mais ela investe em prevenção de saúde, e os resultados são óbvios: uma população mais saudável, mais produtiva e menos gastos com tratamento. É um investimento inteligente com resultados certos. Há exemplos marcantes, como campanhas que chegaram a reduzir mais de 50% a prevalência de Acidentes Vascular Cerebral em regiões de risco ( área da Geórgia, nos EUA). São exemplos a serem seguidos. Esta é uma receita relativamente simples, que deve ser obrigatória e ininterrupta.
Dr. Rubens José Gagliardi é professor adjunto da disciplina de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Texto extraído da Revista Saúde Brasil Comunidade dez./jan. 2002 – ano 1, n.º 3. AIDS: presente, passado e futuro No primeiro Mundo o paciente tem acesso a exames, assistência médica e medicamentos anti-retrovirais, sendo que sua sobrevida pode ser medida em décadas. No terceiro Mundo a doença não é tratada e evolui para afecções oportunísticas e tumores, fazendo com que 95% dos pacientes morram em três anos, se tanto. O Brasil, em relação à infecção pelo HIV indiscutivelmente encontra-se em nível de Primeiro Mundo. A INFECÇÃO pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), na verdade pelos HIV-1 e 2, mas essencialmente pelo HIV-1, tem sido uma das epidemias de maior impacto na história recente da humanidade, se considerados a quantidade de desgraças que causa e os óbitos que induz. Em números absolutos, já ultrapassou muito a gripe espanhola de 1918, que matou algo como 20 milhões de pessoas, mas em prazo muito mais curto. Só na África há ao menos 20 milhões de portadores do HIV e, no mundo todo, cerca de 40 milhões. Dez por cento da população africana ao sul do Saara está contaminada. Só em 2001, morreram 2 milhões de indivíduos por conta do HIV na África, e calcula-se que a Aids tenha originado aí, até hoje, a morte ao menos 20 milhões de pessoas. A Aids não se limita à esfera puramente biológica. Fatores sociais, políticos e econômicos são extremamente relevantes, dependendo muito o destino de um contaminado do país onde vive. No Primeiro Mundo _e em relação à infecção pelo HIV o Brasil indiscutivelmente encontra-se em tal nível_, o paciente tem acesso a exames, assistência médica e medicamentos anti-retrovirais, sendo que a sua sobrevida pode ser medida em décadas, se não houver falta de aderência ao tratamento ou resistência viral desde o começo da infecção. No Terceiro Mundo, a doença não é tratada, evoluindo para afecções oportunísticas e tumores, fazendo com que, após o início da moléstia, 95% dos pacientes morram em três anos, se tanto. Esse é o presente, e o futuro, provavelmente, será pior. Em ensaio recente na revista "Foreign Affairs", Nicholas Eberstadt analisa o possível impacto dessa peste no mais povoado dos continentes, a Ásia, onde há hoje milhões de portadores do HIV, como na África há uma década. As condições sociais e econômicas são diversas e diferem de país para país, mas, na África, em dez anos, o número de infectados triplicou. Vai ser diferente na Rússia, na China e na Índia? Na Rússia, que tem população declinante, um serviço de saúde mais sucateado que o nosso Sistema Único de Saúde e onde vigoram prisões em que tuberculose multirresistente e Aids convivem, a repercussão do contratempo devido ao HIV pode ser devastadora. O fato de ter uma população que envelhece rapidamente, com alta mortalidade por enfermidades cardiovasculares e aumento da porção de viciados que injetam drogas nas veias, e ser um lugar no qual o setor mais organizado é a máfia, inexistindo dinheiro para tratamento da maioria dos casos e falta de vontade política para fornecê-lo, permitem
prever que, entre 2000 e 2025, ocorrerão no país cerca de 13 milhões de infecções pelo HIV, e 3 milhões de mortes. Na Índia, a população sob risco é maior, as tensões sociais, muito mais complicadas, e as barreiras culturais, muito piores. O relacionamento sexual com prostitutas é socialmente aceito. Camisinha, além de não ser culturalmente apreciada, está além da capacidade de pagamento. O acesso à medicação é difícil, e não há sistema de saúde adequadamente preparado para lidar com a Aids. Extrapola-se que aí 110 milhões de infecções pelo HIV surgirão entre 2000 e 2025, com 56 milhões de mortes _mais do que todos os óbitos já ocorridos até hoje em virtude dessa doença. Na China, a grande fonte da virose foi a extração de sangue e derivados pelo Exército de forma porca e imprópria, propiciando em Henan epidemia de infecção pelo HIV só reconhecida oficialmente cinco anos depois de denunciada por médicos que se arriscaram a ir para a cadeia, porquanto é complicado brigar com a burocracia local. Outrossim, a China tem numerosos drogados e nela vivem homossexuais, sem reconhecimento da existência deles; toda a assistência médica é paga, parecendo o nosso SUS socialista demais. Isso significa falta total de acesso à assistência e a medicamentos. Eberstadt calcula que entre 2000 e 2025 haverá 70 milhões de infectados pelo HIV e 40 milhões de mortes. A Aids é cruel com a economia: mata cidadãos em idade produtiva e reprodutiva. Como ficarão as economias desses países com essa perda? Como viverão aposentados e crianças? Previsões como as acima não passam agora de conjeturas. Podem, contudo, confirmar-se como aterradora realidade se muitas correções não forem feitas e não houver perspectivas de mudanças econômico-políticas aptas a impedir o que Gabriel García Márquez chamaria de crônicas de mortes anunciadas. Só uma vacina deteria a avassaladora marcha do HIV e da Aids, e estamos muito longe disso. Nem sabemos se é possível conseguir vacina eficiente. Um imunizante motivador de proteção parcial poderá ser pior, do ponto de vista epidemiológico, do que nenhum, e modelos matemáticos demonstram isso. Não acreditamos em inevitabilidade de destino, nem em leis que tornem a história científica e permitam antevisões precisas do futuro. Acreditamos que, se nada de valioso for concretizado, extrapolações epidemiológicas são conservadoras perto dos desastres que vão aparecer. Mais uma vez, o exemplo da África concede-nos razão: nem nos delírios mais pessimistas imaginamos o que está acontecendo por lá. O que era previsível dizia respeito à postura do resto do mundo, que simplesmente não está nem aí, visto que o interesse econômico da África é mínimo. Vamos ver essa desgraça acontecer de novo na Ásia? A CÉLULA MILAGROSA Padre Júlio Munaro Felizmente, as células-tronco não se encontram apenas no processo inicial do desenvolvimento embrionário. Existem, esparsas, também no organismo adulto e com as mesmas potencialidades, ou quase, das células-tronco embrionárias. A vantagens das células-tronco não-embrionárias é que evitariam problemas éticos graves em sua obtenção, isto é, a destruição de embriões, ou seja, de vida já em andamento. A tecnologia das células-tronco embrionárias está revolucionando a biologia moderna, possibilitando compreender os mecanismos que controlam processos biológicos fundamentais, com enormes possibilidades de tratamento de doenças que até hoje escapam ao controle da medicina.
O tratamento de tecidos e de órgãos doentes do corpo humano por meio do implante de célula e tecidos sadios constitui a razão principal para a produção de células=tronco embrionárias. Já em 1999, os biólogos perceberam a importância de produzir em laboratório linhas específicas de células diferenciadas – osso, fígado, nervo etc. – a fim de atender às mais variadas necessidades terapêuticas do complexo corpo humano. Ninguém podia imaginar quanto tempo seria necessário para alcançar este objetivo e, quando fosse alcançado, seria necessária muita cautela para que no material a ser inoculado ou transplantado não houvesse qualquer elemento que pudesse perturbar o processo terapêutico através, por exemplo, de produção descontrolada de células, com o risco de causar tumores. O problema de possível rejeição por parte do receptor figurava como essencial. A rejeição inutilizaria todo o processo terapêutico como já acontece nos transplantes comuns. Para contornar todos esses problemas, foi excogitado um caminho para conseguir células-tronco embrionárias, multipotentes, com informações genética claramente definida, para, partindo delas, obter o material desejado, com a diferenciação adequada que eliminaria o risco tanto de rejeição como de formação de tumores ou de tecidos indesejados. Para conseguir isso, o caminho seguro é a clonagem de uma célula adulta extraída do corpo da pessoa que precisa de determinado tratamento. Extraí-se o núcleo do corpo do interessado, insere-se num óvulo humano esvaziado de seus 23 cromossomos e, em seguida, encaminha-se o desenvolvimento embrional do núcleo da célula que foi transferido para o óvulo esvaziado até o quinto ou sexto dia de ovulação, quando podem ser extraídas entre 30 e 40 células-tronco em condições de, trabalhadas em laboratórios, produzir tecidos idênticos aos da pessoa da qual foi extraído o núcleo da célula e que deles precisa para curar-se de uma doença que de outra forma não teria como ser tratada. Como se vê, o embrião, no caso, é um clone de quem doou o núcleo da célula. Este clone pode ser produzido apenas com a finalidade de pesquisa, ou também para fins terapêuticos. Foi neste contexto que se adotou a nomenclatura “clonagem terapêutica” para esclarecer a razão desse tipo de clonagem e distingui-lo do processo de clonagem reprodutiva, cuja rejeição é quase absoluta. Na clonagem terapêutica, o embrião é desenvolvido em laboratório apenas, sem implante no útero. Para a clonagem reprodutiva, o embrião precisa de um útero para se desenvolver e sobreviver. Os cientistas que propuseram este processo para a obtenção de células-tronco embrionais perceberam os aspectos éticos que ele implicava. É o caminho mais direto para obter células-tronco, mas envolve o uso de embriões humanos, cuja capacidade de chegar a seres humanos completos não é certa, mas que, no entanto, existe. Além disso, este processo para obter células-tronco inverte o desenvolvimento do embrião, pois perde sua capacidade de se tornar ser humano. Apesar dessa perplexidade, o procedimento da clonagem para a obtenção de célulastronco para pesquisa com finalidade terapêutica está na mira de muitos laboratórios, sobretudo nos países mais desenvolvidos (continua).
CARTA DE PRINCÍPIOS DAS ENTIDADES CAMILIANAS 1. A Província Camiliana Brasileira da Ordem dos Ministros dos Enfermos – Padres e Irmãs Camilianos – declara publicamente seu compromisso de fidelidade aos ideais do fundador, São Camilo de Lellis, atualizando seu carisma e sua espiritualidade para servir, com amor evangélico e competência profissional, às novas gerações em suas múltiplas necessidades, dando atenção preferencial aos mais carentes e excluídos da sociedade. 2. A missão profética que herdamos do nosso fundador, e que somos chamados a levar adiante, consiste em “testemunhar no mundo o amor sempre presente de Cristo para com os doente”, no respeito e defesa incondicional dos valores humanos, cristãos e católicos. Em conformidade com esta missão, os Camilianos dão ênfase especial à valorização da vida e saúde, da pessoa humana, dos seus profissionais, e à competente e fiel administração de suas obras. 3. Quanto à valorização da vida e saúde, os camilianos, seus profissionais e respectivas entidades respeitarão todas as suas dimensões – biológica, psíquica, social e espiritual. Empenhar-se-ão em promove-las, preserva-las e cuida-las até o limite de suas possibilidades, segundo os valores éticos, cristãos e eclesiais, dentro de uma visão holística e ecumênica, repudiando tudo quanto possa agredir ou diminuir sua plena expressão. 4. Quanto à valorização da pessoa, as entidades camilianas caracterizar-se-ão pelo reconhecimento e pela defesa da dignidade fundamental de todos os seres humanos, criados à imagem e semelhança de Deus. Os que atuam em instituições camilianas deverão primar pela atenção, respeito, cuidado personalizado e amor efetivo para com todos os que utilizarem de seus serviços, sem discriminação. 5. Quanto à valorização dos seus profissionais, as entidades camilianas reconhecerão neles seu principal e verdadeiro patrimônio, conscientes de que é por seu intermédio e graças à sua dedicação que serão preservados os valores ora processados em favor da vida e saúde da pessoa humana. Cientes do seu valor, as entidades camilianas desenvolverão e aplicarão uma política de recursos humanos que possibilite, de forma integrada, o desenvolvimento, a capacidade profissional e a formação espiritual de seus profissionais, propiciando um clima de união, fraternidade e co-responsabilidade entre todos os integrantes de suas instituições assistenciais, educacionais, sociais e religiosas. A eles seja oferecida e incentivada também a oportunidade de envolvimento na saúde comunitária e no engajamento voluntário. 6. quanto à administração, as entidades camilianas empenhar-se-ão na busca incessante de conhecimento humanos, éticos, científicos, tecnológicos e pastorais capazes de garantir a utilização racional dos recursos disponíveis em benefício da humanização e da qualidade dos serviços na comunidade segundo o ideal de São Camilo. Além da excelência administrativa, as entidades camilianas terão sempre presente o compromisso fundamental de respeito e preservação dos valores que professamos, colocando-se efetivamente a serviço da vida e da saúde das pessoas, sobretudo as mais carentes e excluídas, e valorizando seus profissionais. Desta forma, a administração não terá um fim em si mesma, será um excelente instrumento para a viabilização da visão cristão de valores no mundo da saúde, bem como para o exercício eficiente e eficaz do carisma camiliano, tornando-nos agentes de transformação. 7. As entidades camilianas estudarão e estabelecerão estratégias adequadas que possibilitem a avaliação de seus recursos e energias, para desenvolve-los sempre mais, respeitadas suas respectivas áreas de atuação social, assistencial e educacional. Elas buscarão a integração, sinergia de esforços e recursos, mútua ajuda e colaboração, parceria
em áreas afins, fortalecendo-se na unidade e na missão em vista da promoção e construção de uma sociedade mais saudável, justa e solidária.
COMO VENCER O RESFRIADO Um programa pra passar bem no inverno Sigrid Koehler O nariz coça, a garganta arranha e a cabeça pesa – um resfriado está a caminho. Vivemos cercados por uns 200 vírus diferentes de resfriado e gripe. Em estações úmidas e frias, nossa suscetibilidade a eles aumenta. Mesmo assim, há como escapar ileso. Se o sistema de defesa estiver funcionando, os germes são logo destruídos. No entanto, se estivermos enfraquecidos, eles se multiplicam em nossas membranas mucosas, que ficam inflamadas, incham e produzem secreção. Embora seja cansativo espirrar e fungar, esses sintomas são inofensivos. Mas caso a infecção se dissemine, pode provocar inflamação das tonsilas (amídalas), do ouvido médio, do ouvido médio, dos seis da face ou bronquite crônica. De acordo com as estatísticas médicas, uma pessoa tem dois ou três resfriados por ano. Muitos, porém, são atacados com freqüência maior e outros nunca se resfriam. Aprenda aqui as melhores técnicas para evitar os resfriados: CUIDADO COM PÉS FRIOS Uma correlação surpreendente, que tem algo a ver com as vias neurais. Se seus pés estão frios, é sinal de que a irrigação sanguínea das membranas mucosas do trato respiratório está reduzida. Isso pode favorecer resfriados. Faça um escalda-pés pó dez minutos, acrescentando água quente aos poucos para aumentar a temperatura. Em seguida, aqueça os pés com uma toalha. VISTA-SE ADEQUADAMENTE A pele precisa eliminar a umidade e o calor excessivos. Você não deve suar nem sentir frio. Use roupas superpostas. Assim, você ganha flexibilidade para se adequar à temperatura. SUPLEMENTOS VITAMÍNICOS? O otorrinolaringologista alemão Klaus Nuezel confia na eficácia da vitamina C (ácido ascórbico) encontrada em maçãs e suco de laranja fresco. Kiwi w pimentão cru também contêm muita vitamina C. Não se esqueça da vitamina E ( presente em nozes e cereais integrais), que reforça o sistema imunológico. Melhor do que vitaminas em drágeas é uma dieta saudável e variada. O ideal para preservar as vitaminas é cozinhar os vegetais em pouca água ou no vapor. Para fortalecer a flora intestinal e o sistema imunológico, não coma muita gordura animal (carne e embutidos), açúcar ou farinha de trigo branca. Qualquer pessoa que viva à base de comida de lanchonete logo ficará com carência vitamínica. Se é esse o seu caso, utilize substitutos à altura. De manhã, coloque um comprimido efervescente de vitamina C num copo d’água. Apenas 2g diários são suficientes – o corpo elimina o excesso ingerido. Mas as vitaminas de nada adiantarão se você ingerir bebidas alcoólicas em excesso ou fumar demais, pois assim estará inutilizando
o fortalecimento das defesas. Além disso, o fumo lesa os mecanismos de limpeza do trato respiratório. “MALHAR”? COM CERTEZA! “Sobretudo no inverno, é bom, pelo menos uma vez por semana, fazer um exercício como corrida ou ginástica. A idéia é suar para valer”. Aconselha o Dr. Nuezel. Depois tome uma ducha, primeiro quente, depois fria. Essa alternância é importante – a ducha fria faz o tecido da mucosa nasal se contrair e melhora a irrigação sanguínea. Uma sauna (uma ou duas vezes por semana) tem o mesmo efeito. A transição do quente para o frio prepara o corpo para a mudança inevitável entre ambientes aquecidos e a temperatura externa ria e úmida. LAVE AS MÃOS As pessoas quase nunca se lembram da existência de germes do resfriado em maçanetas e corrimãos. Eles sobrevivem até três horas nesses locais, com um conseqüente risco de infecção. Na dúvida, é melhor lavar as mãos com freqüência. A MEDICINA NATURAL AJUDA? As pessoas cada vez mais se valem de remédios à base de extrato de equinácea. Seus efeitos ainda não foram cientificamente comprovados, mas parece que essa substância ativa os fagócitos, células que atacam os germes da doença. Se você quiser experimentar o extrato de equinácea, tome dez gotas diárias por seis semanas, antes das refeições. Pessoas com alergia e doenças auto-imunes devem ter cuidado e consultar o médico antes. E SE O RESFRIADO JÁ TIVER SE INSTALADO? Embora importante, a prevenção não garante 100% de imunidade contra resfriado. Mas, ainda assim, é possível evitar o sofrimento com medidas corretas: Inalação: Numa tigela, despeje água quente sobre um punhado de sálvia e tomilho (folhas secas, saquinhos de chá, extratos ou óleos de aromaterapia). Respire o vapor (coloque o rosto sobre a tigela e cubra a cabeça com uma toalha, como se fizesse uma tenda) durante dez minutos. Esses agentes desprendem o catarro e previnem a inflamação. Depois, seque a cabeça. Deite-se por meia hora. Banho quente: Um banho de 15 minutos com água a 37ºC misturada com 15 a 20 gotas de óleo de eucalipto faz o corpo suar. Depois, agasalhe-se, adoce uma caneca de chá de flor de lima-da-pérsia ou sabugueiro com mel e beba à vontade. Pegue uma bolsa de água quente e vá direto para a cama. Sue por meia hora, troque de roupa e volte a se deitar. Dormir é o melhor remédio. IMPORTANTE: 90% das gripes são causadas por vírus. Nesses casos, os antibióticos são ineficazes. Aqui estão alguns truques para acelerar a cura do resfriado: Para tosse: Um chá de tomilho com erva-doce, tussilagem e erva-cidreira tem efeitos antiespasmódicos e expectorantes. Beba várias xícaras ao dia. A propósito: leite quente com mel pode ser gostoso, mas aumenta o muco. Para congestão nasal: Assoe o nariz muitas vezes: dissolva ¼ de colher (de chá) de sal marinho em água morna, coloque o líquido na palma da mão e aspire-o pelas narinas. Beba bastante água pra fluidificar a secreção. Embora sprays nasais aliviem a congestão, também ressecam o nariz. Por isso, utilize-os apenas em emergências. Não assoe com muita
força, pois assim você empurra o muco com germes para os seios da face, provocando a sinusite. Para dor de garganta: Gargareje de hora em hora com chá de sálvia morno. “Pastilhas e soluções de gargarejo com o tempo destroem a flora das mucosas, deixando-as mais vulneráveis”, adverte o Dr. Nuezel. VACINA CONTRA A GRIPE? “É bom se vacinar”, aconselha o Dr. Helmut Uphoff, do Grupo de Trabalho sobre Gripes. Seu conselho: pessoas com mais de 60 anos, crianças e adultos com distúrbios cardiovaculares, diabete e outras doenças crônicas devem manter a vacinação em dia. Uma infecção gripal nessas pessoas implica risco de complicações como pneumonias ou inflamações do músculo cardíaco. Em cerca de dez dias o sistema imunológico já forma defesas. A vacina tem efeito protetor em quatro a cinco casos. Texto extraído da revista Seleção, de junho de 2002. MÁGOA Quando perdemos uma pessoa amada por motivo de morte, experimentamos um terrível vazio em nossas vidas, como se perdêssemos parte de nós mesmos. Em certo sentido, não somos mais como éramos previamente à perda, uma vez que nos identificamos com o ambiente que nos cerca e esse ambiente inclui nossa família e nossos amigos. É importante constatar que a mágoa é uma resposta normal à perda. Quando choramos por ter perdido alguém, sentimos que estamos enlouquecendo ou perdendo o autocontrole. Entretanto, não há nada de anormal na mágoa que experimentamos pela perda de uma pessoa amada, independentemente do tempo que tenha passado desde sua ocorrência. É importante também convidar outras pessoas para participar de nossa mágoa, para compartilhar com elas nossa dor. O apoio que recebemos dos outros nos ajuda a enfrentar e aceitar mais tranqüilamente e a assimilar melhor a dor da perda. Uma das formas mais efetivas de encarar a perda é procurar pessoas que também estejam experimentando uma dor semelhante. Apoiando-as e ajudando-as a carregar seu fado, suavizamos as asperezas de nossa mágoa e nos fortalecemos para continuar a apreciar o presente de Deus que é a vida. O povo de Deus é o modelo ideal de uma comunidade solidária, que oferece encorajamento e afirmação àqueles que carregam as cruzes das perdas e anseiam por aquela vitória que a cruz de Jesus lhes reservou.