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Informativo do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde e Bioética

❒ PASTORAL

❒ BIOÉTICA

❒ HUMANIZAÇÃO

DEUS É FIEL? ANÍSIO BALDESSIN

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mbora estejamos acostumados a ler a frase “Deus é fiel” em sentido afirmativo, o título deste artigo com um ponto de interrogação não foi engano do autor. Antes que isso possa dar margem a qualquer conclusão apressada e equivocada, explico que, com este título, não quero fazer nenhuma propaganda de uma torcida conhecida, pelo menos em São Paulo, e muito menos duvidar da fidelidade de Deus. Quero, simplesmente, entender qual é o verdadeiro significado que queremos dar a essa frase, visualizada em portais e outdoors, nas igrejas, nos vidros dos automóveis e, principalmente, estampada na camisa de muitos jogadores e esportistas em geral que, ao obterem resultados positivos, acreditam que Deus está do seu lado. DE QUE LADO ESTÁ DEUS?

É muito comum o jogador, ao fazer um gol ou comemorar a conquista de um título, levantar ou tirar a camisa e exibir a frase “Deus é fiel”. Fico pensando de que lado estará Deus nesta situação: o cobrador reza, pedindo que ele converta o pênalti em gol, e o goleiro faz o mesmo ritual, pedindo que ele consiga defender ou que o chutador erre a cobrança. Nesse sentido, uma história ilustra bem essa realidade. Conta-se que certa vez um homem estava andando pela mata e ouviu o rugido

de um leão. A primeira reação foi tentar se esconder ou correr. Quando deu por fé, o leão estava a poucos metros de distância. Aí, o homem pensou: “É inútil tentar correr, pois jamais conseguirei ganhar a corrida com este animal! Vou rezar a Deus”. E assim o fez, dizendo: “Obrigado meu Deus por ser o meu Pai, cuidar de mim e me livrar de todos os perigos que ameaçam minha vida”. Por sua vez, o leão também “rezou”, agradecendo: “Obrigado meu Deus pelo alimento que, mais uma vez, me oferece no final deste dia”. Às vezes, colocamos Deus em cada uma, hein! Na verdade, a frase “Deus é fiel” só deveria ser dita ou exibida por alguém que obtivesse sucesso. Eu, por exemplo, nunca vi um esportista exibir essa frase ao perder um pênalti ou deixar de conquistar um campeonato! Será que Deus não é fiel na derrota? Ou será que Deus privilegia alguns e se esquece de outros? É no mínimo estranho pensar que, embora todos tenham estudado bastante, Deus atendeu somente aos pedidos dos pais dos candidatos que conseguiram passar no concurso ou no vestibular. Mais difícil ainda é entender a alegria da família que no dia de Natal louvava e agradecia a fidelidade de Deus pelo órgão que o filho recebera na véspera. Pois bem, Deus foi fiel para com aquele que recebeu o órgão e infiel para com o jovem que morreu acidentado? Afinal, nessa situação,

para que alguns louvem a Deus, outros obrigatoriamente devem sofrer e se angustiar. Por fim, foi difícil entender o comentário que alguém fez, cheio de entusiasmo: “Padre, hoje é meu dia de sorte. Deus realmente é maravilhoso. Achei uma boa quantidade de dinheiro na rua. Eu estava precisando tanto de um dinheirinho extra!”. Ao que respondi: “Seu dia de sorte! E a pessoa que perdeu, será que está tão satisfeita com Deus quanto você?”. Não é difícil acreditar e dizer para alguém que Deus é fiel quando tudo nos é favorável. Até alguns ateus, nessas horas, são capazes de dizer “graças a Deus”. É fácil, ao consolar alguém diante de uma dificuldade, repetir boas palavras, que nem sempre são palavras boas, e a frase “Deus é fiel”. Complicado é reconhecer a fidelidade de Deus quando a realidade é adversa. MAS, AFINAL, DEUS É FIEL? Diria, sem medo de errar, que a resposta é afirmativa. Porém, a prática diária no hospital e a reação das pessoas diante das situações de sofrimento mostram uma outra verdade. Aqui, a realidade é bem diferente. Vejo pessoas de fé, tementes a Deus e que propagavam Sua fidelidade se desesperarem nessas horas. Reações que podem ser consideradas muito normais. Minha fé, por exemplo, não vai aumentar ou diminuir se alguém


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deitar com uma perna e amanhecer com duas, ou então se um tumor maligno não desaparecer repentina e milagrosamente. Pois acredito que o poder de Deus, independentemente dos nossos insucessos e desilusões, se faz presente, principalmente, porque Deus nos dá espaço e liberdade para sermos humanos. Por fim, acredito que Deus, dependendo da maneira como nós o enxergamos, sempre é fiel. O que acontece é que nas adversidades e nos momentos de tristeza não somos capazes de sentir e perceber Sua fidelidade. Portanto, antes de fazermos qualquer afirmação categórica sobre a fidelidade ou infidelidade de Deus, deveríamos ter uma empatia, ou seja, nos colocar no lugar daqueles que estão vivenciando situações adversas. Assim sendo, a resposta à pergunta inicial do artigo poderia ser: depende do momento e/ou da situação em que cada um se encontra. Anísio Baldessin, padre camiliano, é capelão do Hospital das Clínicas da FMUSP

AUMENTOU O PREÇO DA ASSINATURA DO ICAPS

EXPEDIENTE

Há mais de dez anos, o custo da assinatura do ICAPS é R$10,00 (dez reais). No entanto, durante esse período, o custo com impressão, correio e os custos administrativos mais que dobraram. Por isso, a partir deste mês vamos elevar o preço da assinatura para R$13,00 (treze reais). Ainda que seja de trinta por cento, esse aumento não cobre o custo total.

ALMA-ATA Conquistas e Fracassos

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inte e cinco anos depois da assinatura da Declaração de Alma-Ata, o objetivo principal do documento não foi alcançado. Isso é fato. Acatado em 1978 por 137 países e 67 organismos internacionais, o documento final da Conferência Internacional sobre Atenção Básica à Saúde, na cidade de AlmaAta, no Cazaquistão, estabelecia o compromisso de “saúde para todos no ano 2000”. Para refletir sobre os reais motivos que levaram algumas daquelas diretrizes a não saírem do papel, o Ministro da Saúde, com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), organizou no início de dezembro de 2003 um seminário internacional de grandes proporções. Durante dois dias, na Academia de Tênis, em Brasília, ministros da área discutiram amplamente o tema. Apesar de todas as dificuldades, o modelo brasileiro do Sistema Único de Saúde (SUS) foi quase unanimidade entre os participantes. “Muitos se perguntam: o que fracassou? Na verdade, acho que desde a assinatura do termo de Alma-Ata tivemos alguns avanços importantes”, disse Mirta Roses, diretora da Opas. Para ela, passamos por grandes catástrofes, políticas e econômicas, que prejudicaram muito o ideal da saúde para todos no mundo. Mas, mesmo assim, há bons projetos em andamento, como o do Brasil, disse. E a descentralização, que ontem era uma re-

O Boletim ICAPS é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde e Bioética — Província Camiliana Brasileira.

Revisora: Rita Lopes

Presidente: José Maria dos Santos

e-mail: icaps@camilianos.org.br

Conselheiros: Antônio Mendes Freitas, Leocir Pessini, Olacir Geraldo Agnolin, Niversindo Antônio Cherubin

Periodicidade: Mensal

Diretor-Responsável: Anísio Baldessin

Tiragem: 3.500 exemplares

Redação: Av. Pompéia, 1214A Tel. (11) 3862-7286 ramal 3 05022-001 São Paulo, SP

Prod. gráfica: Edições Loyola Tel. (11) 6914-1922

comendação, hoje é uma realidade. “Aqui, a expectativa de vida já ultrapassou os 70 anos, e isso é uma conquista”, festejou. Nils Kastberg, diretor-geral do Unicef, lembrou a queda mundial na mortalidade. “O índice é hoje o menor dos últimos cinco anos, e vemos um amplo acesso a remédios essenciais e trabalhos importantes no combate à cólera”, disse. Kastberg destacou que, no Brasil, o número de agentes de saúde cresce a cada ano. “Atualmente, cerca de 86 mil agentes atendem 80 milhões de pessoas, uma ampla cobertura, que dá excelentes resultados”. Na abertura do seminário, o ministro da Saúde, Humberto Costa, enfatizou que o SUS é baseado em muitas das diretrizes de 1978. “O Sistema Único de Saúde segue à risca alguns dos pontos acordados há vários anos”, disse. “Quando o texto da declaração de Alma-Ata menciona que o povo tem o direito e o dever de participar, individual ou coletivamente, no planejamento e na implementação da atenção à saúde, isso pode ser encarado como uma menção à prática do controle social, assegurada por lei no Brasil desde 1990.” Como exemplo real de projeto que atende aos princípios do documento assinado no distante país da Ásia Central, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Jorge Solla, falou aos participantes sobre as bases do Programa de Saúde da Família (PSF), que terá

Assinatura: O valor de R$13,00 garante o recebimento, pelo Correio, de 11 (onze) edições (janeiro a dezembro). O pagamento deve ser feito através de depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, agência 0422-7, conta corrente 89407-9. A reprodução dos artigos do Boletim ICAPS é livre, solicitando-se que seja citada a fonte. Pede-se o envio de publicações que façam a transcrição.


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sua cobertura ampliada no Brasil. “Temos o compromisso de dobrar, em quatro anos, o número de equipes de profissionais do PSF. Isso atingiria 100 milhões de pessoas.” O presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss, fez duras críticas à política armamentista de alguns países desenvolvidos. Segundo ele, os recursos internacionais empregados para a compra de armas deveriam ser destinados a fins mais nobres. “Que esse dinheiro, hoje dirigido à destruição, fosse para a compra de medicamentos”, disse, arrancando aplausos da platéia. “O mundo precisa acordar para a situação dramática que acontece em vários países africanos, asiáticos e latino-americanos.” Num dos discursos mais esperados do evento, o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Jong Wook Lee, fez um balanço dos 25 anos de Alma-Ata. Para ele, a crescente violência mundial, a falência econômica de muitos países e o aparecimento da Aids dificulta-

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ram o cumprimento da declaração. “Alguns sistemas de saúde estão falindo”, lamentou. “Cerca de 500 mil mulheres morrem, anualmente, durante o parto ou a gravidez, o que é inconcebível.” O surgimento do vírus HIV, ainda na época de AlmaAta, trouxe o que considera o pior desastre da história, a Aids, que provocou a morte de 30 milhões de pessoas. “E, apesar dos avanços no combate à doença, ainda hoje o HIV mata a maior parte dos infectados nos países pobres”, disse. AJUDA A OUTRAS NAÇÕES Lee elogiou o modelo brasileiro de combate à Aids. Ele lembrou que, no país, 135 mil portadores do vírus HIV recebem tratamento gratuito, que inclui o coquetel de medicamentos. O ministro Humberto Costa confirmou que o Brasil ampliará sua ajuda a outras nações no combate ao vírus HIV. Ele disse que, atualmente, o Ministério da Saúde brasileiro

treina agentes de saúde de 10 países para atender doentes infectados pelo HIV. Além disso, ressaltou, portadores de HIV destes países — Paraguai, Bolívia, Colômbia, El Salvador, República Dominicana, Moçambique, Namíbia, Quênia, Burquina Faso e Burundi — também recebem medicamentos fabricados no Brasil. “Queremos quintuplicar o número de estrangeiros que recebem nossa ajuda, chegando a cinco mil.” Hoje, são 100 pacientes em cada país. O ministro concedeu a Medalha da Ordem do Mérito Médico a Halfdan Mahler, diretor-geral emérito da OMS. “Em suas mãos, a idéia frágil (a saúde como direito humano) ganhou forças e foi criando raízes na vida de muitas outras pessoas, para as quais os homens, as mulheres, as crianças e os idosos são o centro de toda a política, seja ela social ou não”, disse. Artigo extraído da revista Radis, janeiro de 2004

OS 10 PONTOS PRINCIPAIS DA DECLARAÇÃO DE ALMA-ATA 1. A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e é um direito humano fundamental. O mais alto nível de saúde possível é um objetivo social prioritário em todo o mundo, o que requer a ação de muitos setores. 2. A desigualdade na saúde é inaceitável. 3. O desenvolvimento econômico e social é essencial para se alcançar saúde para todos, e a saúde é essencial para o desenvolvimento sustentável e a paz no mundo. 4. As pessoas têm o direito e o dever de participar no planejamento e na implementação de sua atenção sanitária. 5. O objetivo principal de todos os governos e da comunidade internacional deve ser a promoção, para todos os habitantes do mundo, no ano 2000, de um nível de saúde que lhes permita levar uma vida produtiva social e economicamente. A atenção primária à saúde (APS) é a chave para se alcançar esse objetivo. 6. A APS baseia-se, na prática, em provas científicas e em metodologia e tecnologia socialmente aceitáveis, acessíveis universalmente por meio da

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participação social e a um custo que a comunidade e o país possam suportar. É o foco principal do sistema sanitário e seu primeiro nível de contato, aproximando ao máximo a atenção sanitária do lugar onde as pessoas vivem e trabalham. A APS reflete as condições do país e de suas comunidades e dirige-se aos principais problemas sanitários da comunidade, dando prioridade aos mais necessitados. Os governos devem formular políticas e planos de ação para estabelecer a APS como parte de um sistema nacional de saúde integrado e em coordenação com outros setores. Isso requer o exercício de vontade política, a fim de mobilizar recursos internos e externos. O êxito da saúde para a população de um país afeta e beneficia diretamente qualquer outro país. Todos os países devem cooperar para assegurar a APS em todo o mundo. Pode-se conseguir um nível aceitável de saúde em 2000 mediante melhor uso dos recursos mundiais, grande parte dos quais se gastam hoje em conflitos militares.


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SAIBA MAIS SOBRE TRANSPLANTES

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úvidas, desconhecimento e vontade de saber mais. Essas são algumas das questões presentes no pensamento das pessoas que, de uma forma ou de outra, estão ligadas ao transplante cardíaco. Assim, por acreditarmos que seu vínculo com a ACTC (Assistência à

Criança Transplantada do Coração) envolve uma grande vontade de ajudar, disponibilizamos alguns esclarecimentos sobre transplante cardíaco infantil. As entrevistas apresentadas a seguir foram realizadas com profissionais conceituados e muito

experientes, que fazem parte do Programa de Transplante Cardíaco Infantil do Incor e atuam nas áreas Médica, de Serviço Social e Psicologia. Saiba mais sobre transplante cardíaco e divulgue estas informações para outras pessoas.

QUESTÕES MÉDICAS

QUESTÕES DE SERVIÇO SOCIAL

Dr. Miguel Lorenzo Barbero Marcial Dra. Estela Azeka, Cardiologista Pediátrica

Maria Luiza Granado, Diretora do Serviço Social Médico do Incor Elaine Fonseca Amaral da Silva, Assistente Social Chefe do Incor Lais da Silva Crochik, Assistente Social do Incor

1. Que características médicas devem ser observadas na indicação de uma criança ao transplante cardíaco? R. Deve-se avaliar na criança com indicação de transplante a presença de sintomas de insuficiência cardíaca de difícil controle medicamentoso: cansaço às mamadas ou mesmo em repouso, falta de ganho de peso e estatura, broncopneumonias de repetição e internações freqüentes por descompensação cardíaca. 2. O que é transplante cardíaco? R. O transplante cardíaco é a opção de tratamento para crianças portadoras de cardiopatias congênitas complexas e cardiomiopatias que não respondem ao tratamento medicamentoso. 3. Quais os cuidados necessários que a criança deverá receber na fase pós-transplante cardíaco? R. A criança submetida ao transplante cardíaco necessita dos seguintes cuidados básicos: – Receber a medicação imunossupressora diariamente, nos horários determinados, conforme as recomendações para cada tipo de medicação. – Comparecer às consultas médicas agendadas para avaliação médica e aos exames laboratoriais para evitar possíveis complicações que podem ocorrer após o transplante. – Orientação dietética. – Orientação de higiene pessoal. – Evitar contato com crianças em processos infecciosos, como pneumonias, catapora, caxumba e rubéola. 4. O que é rejeição? Quais os sintomas? O que a família deve fazer caso sejam identificados os sintomas? R. Rejeição aguda é uma das complicações que podem ocorrer após o transplante. Os principais sintomas e sinais são: febre, irritabilidade, sonolência, alteração do humor, falta de apetite e dor abdominal. O responsável pela criança deve procurar o hospital para que se possa fazer o diagnóstico e para que a criança receba o tratamento específico. 5. Qual a expectativa de qualidade de vida para a criança transplantada do coração? R. A criança transplantada do coração apresenta melhora da qualidade de vida, uma vez que ela pode voltar a freqüentar a escola, estudar, brincar e participar de atividades coletivas.

1. Que características sociais devem ser observadas na indicação de uma criança ao transplante cardíaco? R. Quanto à indicação de um indivíduo para o Programa de Transplante Cardíaco Infantil do Incor, é necessário que se observem algumas características sociais importantes, identificadas entre as categorias a seguir durante a Avaliação Social realizada pelo Serviço Social Médico: – Condições socioeconômicas: renda familiar mínima para atender às necessidades básicas, condições adequadas de habitação e infra-estrutura de saneamento básico. – Acessibilidade: condição de utilização de meios de transporte. – Dinâmica familiar: nomeação do cuidador. – Aceitabilidade sociocultural: aceitação pela família do tratamento médico proposto, bem como dos aspectos religiosos e culturais presentes no cotidiano. 2. Qual o papel do cuidador no transplante cardíaco infantil? R. A identificação do cuidador, realizada pelo Serviço Social Médico/Incor no decorrer de seu atendimento prestado nas fases pré e pós-transplante cardíaco infantil, é de suma importância, uma vez que ele será o elemento facilitador, nomeado para interagir no processo de tratamento proposto. Entende-se por cuidador o indivíduo que presta assistência ou apoio ao paciente nas mais diversas atividades de sua vida cotidiana, como o acompanhamento do paciente às vindas ao hospital para consultas, fornecimento de medicamentos em horários solicitados e prestação de higiene e alimentação, entre outros. Geralmente, o cuidador é pessoa da própria família, do sexo feminino (mães e avós), que vai participar e interagir com o paciente e a Equipe Multidisciplinar. 3. Quais providências devem ser tomadas após a inclusão da criança na chamada Fila Única? R. Para garantir a adequada inserção do paciente na Fila Única, devem ser verificadas algumas providências necessárias. No caso de o paciente residir em São Paulo ou na Grande São Paulo, seu endereço e telefones devem estar atualizados e disponíveis a todos os membros da Equipe Multidisciplinar, além da garantia de um meio


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de transporte adequado para agilizar o comparecimento ao hospital. Pacientes procedentes de outros Estados, ou de municípios distantes da capital paulista, deverão preferencialmente permanecer na Associação de Assistência à Criança Cardíaca e à Transplantada do Coração – ACTC. Manter o acompanhamento ambulatorial proposto. Quais os cuidados necessários que a criança deverá receber na fase pós-transplante cardíaco? Os cuidados proferidos pela Equipe Multidisciplinar para os transplantados deverão ser seguidos rigidamente pelo paciente e/ou seu cuidador, visando garantir a aderência e o sucesso da proposta terapêutica. Nessa etapa, o Assistente Social desenvolve estratégias que vão desde o apoio ao paciente e a seu cuidador até a intervenção em situações que possam dificultar o bom andamento do tratamento, como, por exemplo, ausência no acompanhamento ambulatorial. Quais os principais recursos socioinstitucionais disponíveis na comunidade de que a família da criança transplantada do coração deve ter conhecimento? Além de todos os recursos disponíveis na ACTC, devemos lembrar dos recursos comunitários mais utilizados pelos usuários: as Prefeituras Municipais, no que se refere ao transporte, ao auxílio-alimentação ou a outras necessidades que se fazem presentes; Tratamento Fora de Domicílio (TFD), ligado às Secretarias de Saúde dos Estados ou Municípios, que prevê o fornecimento de auxílios relativos ao transporte aéreo, terrestre ou fluvial para pacientes e acompanhante (quando necessário) procedentes de outros Estados e municípios. Qual a expectativa de qualidade de vida para a criança transplantada do coração? Acreditamos que o transplante cardíaco infantil, como proposta terapêutica, possibilita uma sobrevida e melhora da qualidade de vida da criança, desde que garantidas todas as exigências já citadas, proporcionando o conforto e o convívio familiar e social necessários a todo ser humano.

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QUESTÕES DE PSICOLOGIA Dra. Belkiss W. Romano, Diretora de Psicologia do Incor Cristina Fumi Sugano, Psicóloga da Equipe de Congênitos e de Transplante Infantil do Incor

1. Que características psicológicas devem ser observadas na indicação de uma criança ao transplante cardíaco? R. Quando se trata de indicação de uma criança ao transplante cardíaco, é importante observar tanto as características emocionais da criança como a maneira pela qual se estabelecem os relacionamentos familiares. Em relação à criança, é necessária a existência de uma energia vital e uma possibilidade de adesão ao tratamento médico subseqüente ao transplante cardíaco. Cabe ressaltar que as características psicológicas da criança devem ser consideradas dentro de um processo de desenvolvimento, tendo em vista que estão sujeitas a transformações e mudanças no decorrer do tempo. Portanto, não podem ser consideradas de forma isolada e definitiva na contra-indicação ao transplante cardíaco. Quanto aos aspectos familiares, é fundamental que haja uma solidez das relações (vínculo firme e consistente que permita o enfrentamento de situações de crise

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e de instabilidade), além de um comprometimento no cuidado da criança e a ausência de transtornos psiquiátricos por parte dos cuidadores principais. Quais são as principais manifestações emocionais e comportamentais da criança e da família na fase pós-transplante cardíaco? No pós-transplante cardíaco imediato, a primeira reação da criança e da família é de contentamento por ter sobrevivido ao período de espera e ao ato cirúrgico. Entretanto, esse mesmo paciente, em alguns momentos seguro e eufórico, também apresenta um quadro de instabilidade emocional e, muitas vezes, comportamentos regressivos e incompatíveis com a sua faixa etária ou seu grau de amadurecimento, indicando um intenso sofrimento psíquico. A família, por sua vez, acompanha esse movimento emocional da criança também com respostas de oscilação entre a euforia e a insegurança. O momento mais complicado, tanto para a criança como para a família, é a ocorrência do primeiro episódio de rejeição. Trata-se da constatação real de que ainda se é um paciente, o que aponta para a necessidade de aprender a conviver com as numerosas consultas e exames de controle no hospital e as internações para tratamento de rejeição ou infecção. Quais os cuidados necessários que a criança deverá receber na fase pós-transplante cardíaco? Após o transplante cardíaco, a criança passa por um processo demorado de recuperação, incluindo um período de isolamento obrigatório e hospitalização prolongada. As restrições do isolamento, os procedimentos invasivos, tudo é fator de grande estresse emocional para a criança, gerando alterações comportamentais e descontrole emocional. Nesse momento, é fundamental a presença da família para transmitir segurança ao paciente. Espera-se da família atitudes de acolhimento e compreensão e uma postura de abertura ao diálogo para que a criança consiga dividir as suas angústias, medos e ansiedades. Quais as questões psicológicas que deverão ser abordadas no processo de reabilitação da criança transplantada do coração? Do ponto de vista psíquico, é importante ajudar a criança a tornar-se progressivamente responsável pelo seu autocuidado, compreendendo a necessidade da medicação e de um estilo de vida saudável (alimentação, higiene, condições de saúde). A atitude de superproteção da família, que procura minimizar os sofrimentos do transplantado, muitas vezes acaba sendo obstáculo para o desenvolvimento emocional da criança. É preciso incentivar a autonomia, ajudando e promovendo o retorno ao convívio social. O que é aderência ao tratamento? Aderência ao tratamento é a capacidade da criança e da família de apresentar atitudes favoráveis em relação à saúde, dando seguimento às orientações da equipe e ao uso correto das medicações. Nesse sentido, a criança e a família devem se posicionar ativamente como pacientes do tratamento, tornando-se co-responsáveis pelo resultado. Qual a expectativa de qualidade de vida para a criança transplantada do coração? A criança transplantada do coração passa a ter maior qualidade de vida, recuperando a oportunidade de se desenvolver adequadamente, brincar e interagir como as outras crianças, freqüentar a escola e realizar atividades que antes eram limitadas em função de sua condição física.


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OS AMIGOS DE JÓ DOM MURILO S. R. KRIEGER

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eu melhor amigo perdeu um filho tragicamente: o que dizer a ele? O vizinho de porta está numa depressão terrível: como animá-lo? A colega de trabalho está sofrendo com a prolongada doença do pai: com que palavras consolá-la? A vida coloca você diante de situações para as quais escola alguma o preparou. E o grave é que uma palavra precisa ser dita, um gesto deve ser feito e uma decisão tomada. Mas qual? Você sabe muito bem que, em horas assim, a boa vontade não é suficiente. Também não lhe faltam recordações de decisões e gestos ou palavras do passado que, longe de se terem revelado rico consolo, deixaram você em situação constrangedora e delicada. Nesse campo, temos muito que aprender de Jó. Sua figura comove: “Homem íntegro e reto, temia a Deus e se afastava do mal” (Jó 1,1); rico e famoso, despertou suspeitas em alguns contemporâneos, para quem não havia mistério em suas virtudes: como em sua vida tudo corria bem, era fácil compreender que fosse santo e honesto. Mas, se sua situação mudasse? E se os bens que tinha fossem atingidos, permaneceria ainda fiel a Deus? Jó passou a ser importunado com as mais diversas provações. Empobrecido, ferido e humilhado, chegou a ser ridicularizado até pela própria esposa. Foi, então, que três amigos seus, de lugares diferentes, ouvindo falar de suas doenças, vieram visitálo a fim de “compartilhar de sua dor e consolá-lo” (2,11). Encontraram-no, contudo, tão desfigurado que, a princípio, nem o reconheceram. Aproximando-se dele, sentaram-se ao seu lado durante sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, “vendo como era atroz seu sofrimento” (2,13). O drama de Jó, rico de luzes e sombras, é belíssimo e digno de ser meditado por homens e mulheres deste terceiro milênio. Fixo-me, con-

tudo, nesse sábio gesto de seus amigos, que anteciparam o que Paulo escreveria cinco séculos mais tarde, como expressão máxima de comunhão: “Alegrai-vos com os que se alegram. Chorai com os que choram” (Rm 12,15). Recordando a atitude dos amigos de Jó, poderíamos completar: sofrei em silêncio com os que sofrem. Em determinadas situações, mais do que consolar com palavras, importa ser uma presença amiga ao lado daquele que, fechado em sua dor, parece estar a quilômetros de distância de nós. Quando alguém está envolvido por um grande sofrimento, temos a impressão de que não conseguimos atingi-lo. Engano nosso. Uma presença discreta e silenciosa, marcada pelo desejo de comunhão, é ao mesmo tempo consolo e força, bálsamo e luz. Pode ser que, num primeiro momento, nem seja percebida; aos poucos, contudo, faz nascer no irmão a certeza de que não está só. É possível que, mesmo assim, ele não entenda o sofrimento que está enfrentando, mas certamente conseguirá superá-lo com mais rapidez e aproveitará melhor as lições daqueles momentos. Portanto, quando você perceber que não tem palavras para consolar

o amigo que sofre; quando a vida reservar provas duríssimas para aqueles que lhe são caros; quando se encontrar diante de alguém que parece perdido em meio à densa escuridão, não se preocupe em lhe falar. Evite, mesmo, repetir aquelas frases tão marcadas pela formalidade e que até podem parecer um insulto à dor do irmão. A grande mensagem será sua presença. Se seu amigo não tiver fé, esse gesto de comunhão será para ele uma rica experiência de solidariedade e de amor. Se tiver fé, mais facilmente poderá se lembrar daquele que, um dia, tendo assumido sobre si o pecado do mundo, viveu o momento máximo de dor: abandonado pelos amigos, sentiu-se abandonado até pelo próprio Pai. Não percebeu sua presença, mas nela acreditou, a ponto de, confiante, ter-se jogado em seus braços: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46). Sua ressurreição, três dias após a morte, foi a prova concreta de que o Pai não o havia abandonado, como não abandona aqueles que, hoje, continuam acreditando em sua presença e confiando em seu amor. Dom Murilo S. R. Krieger é Arcebispo de Florianópolis


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CIRURGIA DO ESTÔMAGO É TRATAMENTO CONTRA A OBESIDADE E NÃO DIETA CARLOS AURÉLIO SCHIAVON

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iferentemente do que pensa a grande maioria das pessoas, a cirurgia de redução do estômago não tem por finalidade deixar as pessoas magras. Muito pelo contrário. Perder peso é uma das conseqüências da cirurgia. O principal objetivo do procedimento é tratar as doenças relacionadas à obesidade e suas possíveis complicações. A cirurgia é indicada quando uma pessoa tem um Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 35 e apresenta uma chance elevada de desenvolver o que os médicos chamam de comorbidades, doenças associadas graves e progressivas. Segundo o Dr. Carlos Aurélio Schiavon, diretor médico do Hospital São Camilo, Unidade Pompéia, e o Dr. Ricardo Cohen, especialistas em cirurgia para obesidade, o propósito da cirurgia é fazer com que essas pessoas se mantenham com um IMC abaixo de 30, aumentando a qualidade de vida e diminuindo a curva de mortalidade. O IMC é resultado da divisão do peso pela altura ao quadrado. Isso porque, de acordo com os médicos, a obesidade mórbida é importante fator de desenvolvimento e agravamento de doenças. “Muitas delas, como o diabetes, por exemplo, simplesmente desaparecem após a cirurgia”, afirmam os médicos. Os obesos mórbidos têm maior propensão a desenvolver hipertensão, problemas de coluna e articulações, apnéia do sono, refluxo gastresofágico e até doenças psiquiátricas, como a depressão. TÉCNICA CIRÚRGICA Para conseguir que a pessoa perca em torno de 35% a 40% do peso inicial com a cirurgia, a equipe do Hospital São Camilo utiliza o bypass gástrico, gastroplastia em Y de Roux. Trata-se de uma técnica que apresen-

ta excelentes resultados no mundo inteiro e que alia dois procedimentos: o de restrição e o de má absorção moderada. De acordo com o Dr. Schiavon, a cirurgia combinada consiste no grampeamento do estômago, dividindo-o em dois. A comida é desviada do menor, com capacidade de 15 a 20 ml, diretamente para o intestino delgado, ao invés de mantê-la no estômago. “Os sucos da digestão só vão encontrar o alimento mais para a frente, no intestino”, diz o médico. Segundo o médico, além dessa técnica existem mais dois tipos básicos de cirurgia para a obesidade: as restritivas — que restringem a quantidade de comida ingerida (por ex.: banda gástrica ajustável) — e as mal absortivas — que alteram drasticamente a absorção de alimentos (por exemplo, a técnica de Scopinario). O São Camilo é um dos poucos hospitais hoje que realiza quase todas as cirurgias combinadas por videolaparoscopia, técnica minimamente invasiva que acessa a cavidade abdominal com uso de pequenas incisões. O bypass é excelente para quem consome muito doce, já que a grande quantidade de açúcar pode provocar transtornos ao paciente, como náuseas, tontura e mal-estar, afastando-o desse alimento altamente calórico. Esse fenômeno é chamado de dumping e ocorre porque o intestino não está preparado para uma carga grande de açúcar. PÓS-OPERATÓRIO Os obesos mórbidos são pessoas que, freqüentemente, apresentam doenças associadas e uma qualidade de vida ruim, de acordo com o Dr. Schiavon. “A cirurgia normalmente representa um risco bem menor em relação às doenças associadas.” Por esse motivo, os riscos da cirurgia são considerados baixos, os óbitos giram

em torno de 0,5% e podem ocorrer por complicações clínicas ou cirúrgicas. Após a cirurgia, o paciente tem alta entre 36 e 48h. Nos primeiros 15 dias, a pessoa se alimenta apenas de líquidos, que vão progressivamente sendo substituídos por alimento pastoso. A partir do terceiro mês, o paciente consegue comer alguns tipos de alimentos em quantidades pequenas. Além disso, muitos precisam fazer reposição de vitaminas e sais minerais. Daí a importância do acompanhamento clínico sistemático todos os anos. Normalmente, a chance de o paciente voltar a engordar é pequena. Pessoas acostumadas a “beliscar” o dia todo e acostumadas a consumir doces pastosos têm menor chance de sucesso na cirurgia. De acordo com o médico, a importância do pré-operatório é fundamental. O médico especialista faz um histórico da obesidade do paciente, coletando as seguintes informações: há quanto tempo é obeso, se há outras doenças, o histórico familiar e, principalmente, o histórico alimentar. “Precisamos saber o que esta pessoa come e se ela não tem doenças de base que impedem o emagrecimento, como o hipotireoidismo”, diz o médico. Hoje, o São Camilo realiza em média 20 cirurgias de redução do estômago por mês e mantém o serviço nas Unidades Pompéia e Ipiranga. A equipe é formada pelos médicos Dr. Carlos Aurélio Schiavon, Dr. Ricardo Cohen e Dr. José Luiz Lopes Correia. Além das cirurgias, os médicos do São Camilo se dedicam também ao aperfeiçoamento de outros profissionais, ministrando cursos em todo o país e realizando transmissões cirúrgicas ao vivo em videoconferências internacionais. Carlos Aurélio Schiavon é diretor médico do Hospital São Camilo, na Pompéia


Ano XXIII – no 235 – Outubro de 2005 – BOLETIM ICAPS

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PASTORAL DA SAÚDE: ORIENTAÇÕES PRÁTICAS

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sse é o título do novo livro de Padre Anísio Baldessin, lançado pela Edições Loyola, em comemoração aos 25 anos do Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde. Abaixo, um pequeno resumo do conteúdo do livro:

1º SEMINÁRIO DE BIOÉTICA

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erá realizado pela Diocese de Taubaté (SP), no próximo dia 8 de outubro, o 1º Seminário de Bioética “Bioética e o Dever do Respeito à Vida”.

“Hoje, são muitos os que, voluntariamente, se dispõem a fazer a atividade de visitação aos doentes em hospitais, asilos e domicílios. Homens e mulheres que possuem uma fé admirável e uma tremenda vontade de servir. Pessoas que trazem no coração um imenso desejo de ser bom. Todavia, é importante lembrar que não basta querer ser bom. É preciso saber ser bom. Este livro nada mais é do que uma coletânea de artigos e/ou reflexões, fruto da minha atividade diária junto aos doentes, familiares e profissionais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ao viajar pelo Brasil para dar cursos, ministrar palestras e participar de congressos, percebi que não existem muitas reflexões sobre Pastoral da Saúde numa linguagem popular. Por isso, atendendo à solicitação de muitos agentes de Pastoral da Saúde, resolvi publicar essas reflexões que, além de serem de fácil leitura, são fruto da prática diária. Não é meu objetivo oferecer respostas prontas para visitadores dos doentes. Aliás, isso seria muita ousadia de minha parte. Afinal, cada situação e cada paciente são diferentes. Porém, não posso deixar de salientar que, embora eu não tenha a fórmula mágica de como visitar os doentes, existem algumas dicas práticas que, no decorrer dos capítulos, procuro repassar aos meus leitores. Os capítulos não precisam, necessariamente, ser lidos em seqüência. Os temas propostos são independentes. Seu único objetivo é provocar discussões e debates nos grupos que visitam os doentes, em casa ou no hospital. O livro pode ser útil também aos ministros da Eucaristia ou ministros extraordinários dos doentes.”

O Imperialismo Demográfico Dra. Maria Dolly Guimarães

Você poderá comprar este livro na secretaria do ICAPS, pelo telefone (11) 38627286, ramal 3, das 13 às 18h, fazer seu pedido pelo fax (11) 3862-7286, ramal 6, por carta ou pelo e-mail icaps@camilianos.org.br. Os interessados poderão encontrá-lo, também, nas livrarias católicas ou na própria Edições Loyola: (11) 6914-1922.

Maiores informações: Sueli

Temário: Células-Tronco Adultas e Embrionárias Profª Dra. Alice Teixeira A Bioética Personalista Prof. Dalton Ramos Moral Pe. Mário Marcelo Sexualidade Humana Dra. Marli Virginia

Local: Associação dos Empregados do Comércio de Taubaté Data: 8 de outubro de 2005 (sábado) Horário: 7 horas Encerramento: l7 horas, com Santa Missa celebrada por Dom Carmo João Rhoden, SCJ

Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde Tel. (11) 3862-7286 ramal 3 e-mail: icaps@camilianos.org.br Av. Pompéia, 1214A 05022-001 São Paulo, SP

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