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CARACTERÍSTICAS DO ASSISTENTE ESPIRITUAL NO HOSPITAL A forma de estar presente e de agir dos capelães variam de acordo com as características de cada um. Abaixo, estão elencadas algumas delas. Há assistente “Beija-Flor”, sai voando pelo hospital. Pára um pouquinho, dá um oi, tudo bem, Jesus abençoe e passa para outra flor, quer dizer, paciente. No fim do sai, satisfeito com sua “eficiência”, diz: visitei 124 pacientes; abençoei a todos. Há assistente “Cheguei”. Visita o paciente e lá fica naquele papo. Muito humano, social e político, fala de tudo. Lógico que não falta a parte espiritual. Lá surgiu o futebol, governo, fome zero, Bush, Saddam, a corrupção etc... O paciente ficou satisfeito, até esqueceu da doença. Só faltou o chimarrão ou o cafezinho. É o que “tem tempo para o paciente”, quer dizer, para alguns... e os outros? Bem, os outros visitarei amanhã. Há assistente “Âmbula ou Cristóforo”, que vai pelo hospital distribuindo generosamente comunhões. Aliás, atualmente há para isso, os ministros da eucaristia. Deparei com um, tão devoto, cujos longos cabelos brancos lhe emprestavam um ar de venerável cura, que me dizia, todo feliz: “Consegui que um médico comungasse no corredor e que a chefe da lavanderia recebesse Jesus em sua sala”. “Beleza, pensei comigo. Foi preciso, com muito jeitinho, baixar seu fervor eucarístico ou cristóforo. Há o assistente “Vá para paróquia”. Um administrador, quando pedi a liberação de uma saleta para atender pessoas, conversar com os médicos, de pronto respondeu: “Se o médico quiser confessar que vá para a sua paróquia”. Uma realidade constatada é que quem mais “encomenda” confissões são os familiares. Viveu 40 anos com o marido e não conseguiu convencê-lo de confessar. Agora que está na pior, o padre tem de dar um jeito para que ele confesse. Há o assistente “Plantonista”. A presença dele, de fato, não é em função de uma pastoral mais abrangente, ele atende às emergências, aos chamados, pois seu trabalho real é outro. Há assistente “Tempo Integral e Dedicação Exclusiva”. Ele vive em função de e só para isso; não desenvolve nenhuma outra atividade. Há o assistente “Tempo Parcial”, que pode ser 20 ou 30 horas semanais para a pastoral interna e ocupa o restante do tempo para ler, estudar, escrever, dar palestras, preparar material didático etc. A literatura, felizmente começa a aparecer. Às vezes muda-se o título, mas conteúdo se repete. O mundo de hoje é o mundo do novo. Há o assistente “Deslizante”. Ocupado com muitas atividades desliza no ambiente para não perder o referencial; mais ou menos faz de conta que é capelão. Há o assistente “Ética”. Ele não atua diretamente mas escreve sobre temas que deveriam ser objeto de estudo e atuação do capelão propriamente dito. Seria muito útil que o capelão estivesse em condições de abordar, para público de diversos níveis, culturais, temas e ética, bioética, questionamentos morais. Já existe literatura sólida até em português. Há o assistente “Místico”, especialista em espiritualidade, imposição das mãos, missas de cura, reuniões de repouso no espírito, que recebeu o dom de falar em línguas, que ora fervorosamente tocando o paciente. Esse tipo deve cuidar para não transformar Jesus em aspirina, ou outro analgésico. Está com dor de cabeça? Ore que Jesus cura...


Há o assistente “Só Palavra”, aquele que evita entregar qualquer mensagem, santinhos, orações, cruzinha de São Camilo. Para esse só a palavra basta! Há o assistente “Mensageiro”, aquele que, além das palavras oportunas, deixa folhetos com mensagens adequadas para ajudar na evangelização. Diante de todas estas características, cabe a cada capelão e/ou agente de pastoral da saúde descobrir qual é a sua.

DÊ UM BASTA NO MAU HÁLITO Tudo começa quando a pessoa se sente excluída ou percebe que os outros se afastam tão logo ela ouse abrir a boca. A dificuldade de relacionamento social é apenas um dos problemas enfrentados pelos portadores de halitose – popularmente conhecida como mau hálito, um problema que aflige mais de 50 milhões de brasileiros que, por falta de informação ou preconceito, não buscam tratamento adequado. “Todo mundo acorda com mau hálito. Esse sintoma é fisiológico. Apenas aqueles que apresentam halitose após a higiene bucal ou a ingestão de alimentos é que devem se preocupar e procurar a orientação médica” – tranqüiliza a dentista Rosiene Lima Fagundes, especialista em Estomatologia e membro da ABPO ( Associação Brasileira de Pesquisa e Estudo dos Odores da Boca). O mau hálito pode ser causado por dezenas de motivos. Entre os mais importantes destacam-se os problemas bucais, como a baixa produção de saliva, doenças da gengiva e falta de higiene oral. Para quem estranhou a ausência de fatores estomacais nessa lista, dra. Rosiene explica que relacionar a halitose a problemas no estômago é um mito. “Há uma “válvula” entre o estômago e o esôfago que se fecha quando o alimento passa. Qualquer odor que tenha origem no estômago só vai ser sentido se houver uma eliminação de gases ou refluxo gástrico. Mesmo assim, o mau hálito, nesses casos, é temporário e absolutamente normal” – explica a dentista. A baixa produção de saliva – ou a xerostomia, como é chamada cientificamente – é uma das principais causas da halitose. Isso porque a saliva possui papel extra importância na hgigiene bucal. “Ela lubrifica a boca e remove restos alimentares. Se a pessoa tem uma boa salivação, dificilmente terá mau hálito” – garante. Mas por que uma pessoa pode apresentar baixa produção de saliva? Como boa parte das doenças contemporâneas o estresse é um dos principais vilões. Para Dra. Rosiene, ele interfere diretamente na saúde bucal, pois os estressados têm menos tempo para se dedicar à sua qualidade de vida, distanciando-se de hábitos saudáveis e descuidando do consumo de alimentos que beneficiam a saúde como um todo. Além disso, o estresse contribui diretamente para o desequilíbrio orgânico. “O mau hálito é sinal de que algo no organismo está em desequilíbrio, e isso deve ser detectado, diagnosticado e tratado” – adverte dra. Rosiene. A saburra lingual – uma placa bacteriana branca ou amarelada que se forma na parte superior da língua – também é uma causa importante do mau hálito. Esta placa é normalmente produzida quando a higiene oral não é satisfatória e pode desencadear doenças bucais, que, se não forem controladas, podem levar a infecções mais graves.


Ajuda anônima – Esclarecer a população sobre as causas da halitose e seus possíveis tratamentos é o principal objetivo da ABPO, que inclui entre suas atividades a função de entrar em contato com pacientes que apresentem mau hálito. Este trabalho envolve muito critério e dedicação por parte dos profissionais, pois eles sabem que fatores psicológicos e emocionais são traumatizantes para os pacientes, além de representarem um empecilho significativo na busca por tratamentos. O serviço da ABPO, denominado Clique mal hálito, recebe “denúncias” de usuários que não têm intimidade e coragem para avisar um amigo ou familiar da existência do mau hálito. “O serviço ajuda muito as pessoas que não sabem como avisar um portador, pois elas nos avisam sobre o portador do problema, ficando no anonimato. Enquanto isso, o paciente recebe a orientação necessária, com muita ética e discernimento, para procurar um tratamento específico para seu caso” – garante Dra. Rosiene. Depois que esse primeiro passo é dado e o paciente procura orientação médica, o dentista realiza exames clínicos e aplica questionários para avaliar o grau de halitose e investigar suas possíveis causas. “Hoje existem exames mais específicos que avaliam a quantidade e a qualidade da saliva. Um outro exame, a haliometria, verifica a intensidade do mau hálito e a qualidade do ar que a pessoa expira” – explica a especialista, lembrando que entre as formas de prevenção ao problema estão uma higiene bucal bem feita, visitas periódicas ao dentista e ingestão de alimentos saudáveis. FORMAS DE PREVENÇÃO Veja algumas dicas que podem evitar o aparecimento do mau hálito: - Beba de 2 a 3 litros de líquido por dia, pois isso aumenta a salivação e hidrata o organismo e a boca, prevenindo a produção de placa bacteriana. - Visite regularmente o dentista para tratar da sua saúde bucal. - Não fique longos períodos em jejum. Faça intervalos entre as refeições de, no máximo, 3 ou 4 horas. - Não utilize enxaguantes bucais com álcool, que ressecam a boca e induzem a formação de placa bacteriana. - Coma alimentos mais duros e fibrosos, como frutas, pois fazem com que a glândula salivar produza mais saliva. - Controle seu nível de estresse.

ÉTICA AO CUIDAR DO HOMEM FACE À SUA DIMENSÃO ESPIRITUAL Quase todas as ciências sociais e humanas têm na sua concepção, definições que se relacionam ao holismo. Holismo é uma noção já não muito nova, mas que ganha contornos de uma riqueza imensa e de uma complexidade indescritível quando é aplicada ao homem; quando o descreve e apresenta como “um todo”. Nas práticas médicas e de enfermagem, este termo é usado para abordar as várias componentes constituintes do homem, como seja a biológica, a psicológica e a social. Neste cuidar holístico (total) do ser humano, tem surgido ultimamente, e cada vez com mais ênfase, uma dimensão que até então tem tido pouco relevo, a dimensão espiritual. A dimensão espiritual é muito mais ampla e muito mais abrangente que o sentido religioso: É aquela dimensão que muitas vezes não conseguimos traduzir corretamente em


palavras e que se relaciona essencialmente com o que sentimos na nossa vida, na nossa concepção de vida, além de se relacionar com aspectos como sejam; a necessidade de segurança; o sentido da existência humana; a riqueza e profundidade das relações interpessoais; o encontrar sentido para as experiências vividas; e que incluem, no caso de doença, o próprio sentido desta e também da morte. O homem é mais do que a soma das suas partes, biológica, psicológica e social: também a dimensão espiritual é relevante e possível de dimensionar. Há uma persistência bastante forte na manutenção do modelo biomédico, em que o paciente é visto unicamente como um caso clínico, onde se isola e se cuida de um órgão doente, de uma sintomatologia específica. Surgem várias questões ao sermos confrontados com esta realidade. - Porque se mantêm em vigência uma forma de abordar o ser humano, que já está ultrapassada? - Porque têm tantas dificuldades os técnicos de saúde em cuidar do homem em vertentes como a espiritual? - O que é verdadeiramente a dimensão espiritual? - Que implicações éticas surgem no cuidar, relativamente à dimensão espiritual? O modelo biomédico, que como se referiu atrás, continua a demarcar-se nas relações paciente/técnico de saúde, demonstrou as suas limitações. O homem é um ser em contínua interação com aquilo que o rodeia, sendo ele próprio uma entidade multicomposta e multidimensional. Se é verdade que este modelo persiste em marcar a sua presença nas relações terapêuticas, também é verdade que tem surgido cada vez mais a necessidade de dar respostas, que se orientem para as necessidades dos doentes, necessidades que “ultrapassam” as meras questões fisiológicas. Em inúmeras circunstâncias o técnico de saúde têm essas mesmas atitudes terapêuticas, posturas que vão de encontro com aquilo que o doente verbaliza ou não. Atitudes que se prendem com o “ouvir”, o tocar, o envolver a família e o próprio doente na equipe terapêutica. Possivelmente o técnico ou a organização não chamariam a estas atitudes de cuidados holísticos, ou mesmo a relação terapêutica, porque temos demasiado presente e crescemos na idéia de que trabalhamos com um modelo biomédico. Há de fato a idéia de que as ciências médicas têm de cuidar da parte anatômica e fisiológica da pessoa. Mas não será a dimensão espiritual também de suma importância para que todo equilíbrio se mantenha? Em vários trabalhos de investigação efetuados na área da sociologia antropológica foi provado que a diminuição do stress, o estabelecer uma relação empática, a possibilidade do doente se confrontar com a sua realidade de vida e mesmo de confronto com a sua morte, traz por si a possibilidade de ter uma melhor qualidade de vida, e muitas vezes uma recuperação inesperada. HEINMANN e BUTTERWORTH no seu trabalho sobre a experiência de se ser doente referem que a forma como vivemos o nosso papel de doentes se baseia naquilo que somos e vivemos também socialmente. As nossas múltiplas experiências, em todas as dimensões levam-nos a enfrentar e a lidar com a doença, a limitação e a morte de uma forma quase determinista. Estes mesmos autores referem ainda que os técnicos de saúde têm inúmeras dificuldades na aproximação do doente. O uso de frases como “... não se preocupe”, “... vai ver que não é nada” são formas de não atingirem com os doentes porque não se sentem capazes de lhes dar uma resposta às suas necessidades. O próprio técnico de saúde confronta-se com a sua própria humanidade


constantemente. O ter de encarar que a morte é algo inevitável e à qual não se pode fugir e que a saúde é algo que não podemos tomar como garantido, colocam-lhe questões, deixamno sem saber o que fazer e o que dizer em muitas circunstâncias. O técnico de saúde pensa que o próprio doente não agüentaria saber a verdade sobre a sua situação, mesmo quando ela não é terminal ou provocadora de limitação definitiva. Devido a estes complexos fatores a comunicação deixa de existir. E é mais fácil estabelecer “pseudo” relações terapêuticas. É essencial que o técnico de saúde seja capaz, antes de “sair” para o outro, de se conhecer a si próprio: entender quais os seus valores, quais as suas limitações, crenças, formas de viver e de ver a vida diferentes da sua: possivelmente muitas vezes até tem percepções antagônicas às suas, e que no entanto merecem e exigem dele uma postura de respeito. Só quando nos conhecemos a nós próprios podemos de fato “cuidar” do outro em toda a sua riqueza, complexidade e dimensionalidade. A tradução da dimensão espiritual inicia-se exatamente aqui, na capacidade que temos em olhar para dentro, de entender quem somos, o que fazemos e o que nos impulsiona na vida. As necessidades espirituais de quem está num serviço hospitalar são substancialmente diferentes; quer de indivíduo para indivíduo, quer ainda, relativamente a quem se encontra, ou não, numa situação de doença, de confronto com a dor, de impotência e muitas vezes de aceitação da própria morte. Todas essas situações levam o ser humano a procurar e a querer obter respostas, muitas vezes certezas. Ajudá-lo a atravessar estas pontes, possibilitar que ele se pacifique, são atitudes e ações específicas que o técnico de saúde pode e deve ser também no âmbito espiritual. MARCHESI (1987, p.67) refere que: “O doente é a nossa universidade (...) ouvindo o doente, nós podemos modificar radicalmente o nosso modo de ser homens”. A essência do cuidar tem de se basear e pontuar sempre na base da unicidade e especificidade do outro, mesmo que não se entenda, mesmo que não se partilhe dos seus valores ou posições. Temos sempre, como técnicos de saúde de adaptar uma atitude de tolerância, respeito e liberdade na expressividade do outro, tendo sempre como base, que as liberdades individuais interligam-se, fundem-se muitas vezes, tornando-se quase indistintas, no entanto temos que ter sempre presente que a nossa liberdade termina onde começa a liberdade do outro. É este o princípio ético subjacente; o respeito pela vida, pela liberdade pessoal, onde tomam forma e são “apreciados” os valores, crenças e vivências do outro: tendo o técnico de saúde sempre uma atitude de acolhimento e aceitação. É importante também existir por parte do técnico de saúde, uma noção dos princípios fundamentais da bioética, neste caso específico o princípio da beneficência, onde a única motivação é promover o bem do doente, o que for melhor para ele, aquele que lhe der e trouxer auxílio para vivenciar a sua situação, quer de doença, de limitação ou mesmo de confronto com a morte: Por outro lado, é também essencial necessidade, referir o princípio da autonomia, onde o técnico de saúde é confrontado com aquilo que o utente opta para si mesmo. Na dimensão espiritual poderemos não entender as opções do utente mas temos de ter uma atitude de aceitação e tolerância. Ao orientarmo-nos por este princípio baseamo-nos naquilo que o doente verdadeiramente valoriza e que é importante para si, no fundo, aquilo que ele deseja ter e não aquilo que “achamos” que ele necessita. Seria necessário que falássemos a mesma linguagem e tivéssemos os mesmos princípios orientadores. O enfermeiro, no respeito pelo direito da pessoa á vida, durante


todo o ciclo vital, assume o dever de: respeitar a integridade biopsicossocial, cultural e espiritual da pessoa, quer nas orientações de alguns teóricos que abordam, desenvolvem e introduzem na perspectiva holística a dimensão espiritual do ser humano. Ao prestar cuidados holísticos o enfermeiro prende-se com o fato de existir um “desejo” subjacente à própria enfermagem, em que o ser humano tem e deve ser respeitado em todas as valências, em todas as suas complexas dimensões. A enfermagem dirige-se para o ser humano, existe para e pelo ser humano: poderíamos dizer que a enfermagem só tem razão de ser em função do outro. As necessidades na dimensão espiritual estão sempre presentes na vida humana, no entanto, e como já foi referido, é nas alturas mais cruciais, como seja a doença, o sofrimento, a confrontação com a possibilidade da morte ou da limitação, que esta dimensão espiritual ganha outro relevo. Há muitas vezes uma incapacidade, ou dificuldade em reconhecer, devido a diversos mecanismos e limitações, a parte espiritual. O que poderemos então considerar como necessidades espirituais? Que características da vida humana podem orientar-se para a dimensão espiritual? Nesta reflexão apontamos as seguintes: - Ser reconhecido como pessoa. - Encontrar resposta a perguntas como seja o sentido e o valor da vida, a doença e mesmo respostas sobre o sentido da morte. - Libertar-se da culpabilidade e perdoar-se a si próprio. - Reconciliar-se e sentir-se perdoado pelos outros (para morrer em paz nos doentes terminais). - Acreditar e experimentar a continuidade da história humana no tempo (passado, presente e futuro). - Fundamentar-se na sua crença em Deus ou entidade superior, se ela existir. - Expressar os seus sentimentos, receios, dúvidas e esperanças. - Ter acompanhamento para lidar com a sua angústia e as “perguntas difíceis”. - Vislumbrar uma esperança autêntica, além das falsas ilusões. - Encontrar sentido para a sua existência e respectiva progressão (evolução). - Fazer uma introspecção à própria vida e reassumir as suas opções fundamentais. - Encontrar uma adequada orientação espiritual no meio dos conflitos éticos que possam surgir relativos à sua doença, ou no final da vida. Temos de fato de nos programar de forma mais concreta e mais orientada. Não só a nível acadêmico, mas também a nível humano. Só desta forma poderemos oferecer ao outro um cuidar humano, centrado nos seus valores, necessidades, crenças e também rituais. Tendo sempre por base o respeito pelo outro na sua unicidade e riqueza. É através do valor que se oferece à dimensão espiritual do homem e que se traduz de forma ética, no respeito, no valorizar e no cuidar verdadeiramente numa perspectiva holística, que se possibilita o crescimento humano e a possibilidade de se pacificar quando confrontado com a doença ou a eminência da experiência solitária que é a morte. Não devemos substituir-nos ao outro ou rejeitar vertentes que desconhecemos só porque não estamos preparados, ou porque é algo que nos cria desconforto e impotência. Cada vez mais não há lugar para o “não saber”. O técnico de saúde, como prestador de cuidados holísticos, tem de saber, tem de estar preparado para todas as vertentes humanas. No fundo, e traduzindo isso em palavras simples, tudo o que lhe é pedido é que seja também um ser humano em todo o seu esplendor.


O técnico de saúde muitas vezes poderá servir como “motor de arranque” no levantamento das necessidades a nível espiritual, no estabelecer de diagnósticos e no elaborar de planos de ação, mas é muitas vezes a família, os amigos, que tem a intimidade suficiente ou a proximidade que permitem ao doente pacificar-se, dar sentido ao que vive, inclusive a confrontar-se e a preparar-se para morrer. São inúmeras as situações em que existe uma notória necessidade do doente sentir que lhe é permitido morrer, por aquele que lhe são mais próximos e significativos. Concluímos esta pequena reflexão referindo que não existe entre nós a cultura de valorizar a dimensão espiritual do doente, quer a partir da formação base, quer depois à medida que se vão desenvolvendo atividades e competências profissionais. É a dimensão incógnita, mistério, que como já foi referido vai sendo abordada de forma empírica, e a resposta surge de forma esporádica pelos vários técnicos, centrando-se a maior parte das vezes quase exclusivamente na expressividade religiosa, dos ritos, do culto. É no entanto uma óptica muito reducionista. Temos que apontar mais alto e mais longe, de forma a conseguirmos dar uma resposta concreta, orientada e bem planejada. Uma resposta em que todos falem a mesma linguagem: Linguagem adaptada à realidade de cada pessoa, ao respeito que nos merece como ser humano, e como doente. Não há formação e também não há trabalhos de investigação em Portugal que explorem esta temática, para que a mesma seja fundamentada de forma científica. A “exploração” desta área deveria acontecer também, a nível dos serviços, onde os técnicos de saúde têm a sua atividade profissional. É no local próprio onde acontecessem as vivências, e existe a interação técnico/doente que esta temática tem mais sentido em ser abordada. Seria muito mais proveitoso, muito mais concreto e definido que existissem tempos para a partilha, para o crescimento e para o enriquecimento no local de trabalho. Penso que no futuro, os locais de trabalho se transformarão em verdadeiras universidades, onde os vários técnicos aprendem, partilham e ensinam, onde se poderá, além de desenvolver a atividade profissional, crescer como pessoa em todo o sentido que isso implicar, nomeadamente na área espiritual. Artigo extraído da Revista Hospitalidade 265. Jul/Set 2004

MUDANÇA DE ENDEREÇO. Comunicamos nossos amigos assinantes bem como os agentes de pastoral da saúde e usuários do ICAPS que nosso endereço de correspondências mudou. Agora, as correspondências deverão ser enviadas para: ICAPS - Rua Barão do Bananal, 1125 CEP 05024-001. Vila Pompéia – SP.

XXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE HUMANIZAÇÃO E PASTORAL DA SAÚDE Lembramos a todos que o XXVI Congresso de humanização e pastoral da saúde acontecerá, em São Paulo nos dias 02 e 03 de setembro. Estes são alguns temas que serão discutidos. Reserve estas datas.


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Fraternidade e pessoas com deficiências Socialização do deficiente físico Atenção humanizada do doente mental A caminhada da Pastoral da Saúde na Igreja As deficiências da Pastoral da Saúde : Solidária, Comunitária, Institucional Orientações práticas e legais nas terapias alternativas Sacramento ou sacramentalismo na Pastoral da Saúde O agente de Pastoral de Saúde e o exercício na cidadania A terapia da escuta na Pastoral da Saúde Contexto da pastoral da saúde e linhas de ação

COMO FAZER PASTORAL DA SAÚDE Autor: Anísio Baldessin Ed. Loyola São Paulo Apresentamos, aos nossos leitores e agentes da pastoral da saúde, o livro lançado por Ed. Loyola: Como Fazer pastoral da saúde de autoria do Pe. Anisio Baldessin. Trata-se de um roteiro ágil, de leitura fácil e agradável. Nele o autor apresenta a Pastoral da Saúde em três dimensões. O conteúdo é enriquecido com a pratica pastoral que o autor desenvolve no Hospital das Clinicas de São Paulo, dos cursos e congressos da pastoral da saúde que tem ministrado em hospitais, paróquias e dioceses. Portanto, poderá ser muito útil a todos que atuam na pastoral da saúde paroquial, domiciliar ou hospitalar. Observação. Colocar a capa do livro

COMO FAZER PASTORAL DA SAÚDE Autor: Anísio Baldessin Ed. Loyola São Paulo Apresentamos, aos nossos leitores e agentes da pastoral da saúde, o livro lançado por Ed. Loyola: Como Fazer pastoral da saúde de autoria do Pe. Anisio Baldessin. Trata-se de um roteiro ágil, de leitura fácil e agradável. Nele o autor apresenta a Pastoral da Saúde em três dimensões. O conteúdo é enriquecido com a pratica pastoral que o autor desenvolve no Hospital das Clinicas de São Paulo, dos cursos e congressos da pastoral da saúde que tem ministrado em hospitais, paróquias e dioceses. Portanto, poderá ser muito útil a todos que atuam na pastoral da saúde paroquial, domiciliar ou hospitalar. Observação. Colocar a capa do livro


CURSO: CAPACITAÇÃO PARA CONSELHEIROS DE SAÚDE – UBERLÂNDIA - MG

PROGRAMAÇÃO Dia 15 de junho – 5ª feira 13 às 15h – Cadastro no Hotel e Entrega de material. 15:30h - Lanche 16:00h – Solenidade de Abertura 16:30h – CONTRATO DE CONVIVÊNCIA, AVISOS E APRESENTAÇÃO 17h – 1ª Palestra – SUS: A Pastoral da Saúde e o Controle Social – Lirce Lamounier 18h – Questionamentos ao palestrante. 18:15h – 2ª Palestra – Espiritualidade do Agente de Pastoral – Padre Doutor Alquermes Valvasori 19h – Questionamentos ao palestrante. 19:15 – Encerramento e jantar.

1ª NOITE - TRIBUNA LIVRE – Troca de experiências - com inscrições prévias (45 min) Dia 16 de junho – 6ª feira 7h às 8h - Café da Manhã. 8h – 3ª Palestra – O Pacto pela Saúde 2006 do Ministério da Saúde – Ionara da Cunha – Cientista Social 8:30h - 4ª Palestra - O Agente de PS e as Políticas Públicas de Saúde - Prof. Doutor Pe Christian de Paul Barchifontaine 9:15h – Questionamentos aos palestrantes 9:30h – TRABALHOS EM GRUPO 10:15h – Lanche 10:30h – Continuação dos trabalhos em grupo. 12h – Almoço 13:30h - Continuação dos trabalhos em grupo. 15:45h – lanche 16h – Plenária.


19h – Encerramento e jantar . 2ª NOITE - TRIBUNA LIVRE – Troca de experiências - com inscrições prévias (45 min)

Dia 17 de junho – Sábado 6:30h às 8:00h - Café da Manhã. 8:00h – Plenária final e Encaminhamentos. 10:00h – Lanche. 10:15h – Plenária final e Encaminhamentos / Avaliação 11:15h –Celebração Eucarística. 12:00h – Encerramento / Almoço.

VAGAS LIMITADAS 5 VAGAS POR REGIONAL A Coordenação da PS se responsabilizará pela hospedagem e alimentação durante o evento, que compreende o período de 12 horas do 15/06 até as 13 horas do dia 17/06. O que ultrapassar esse horário correrá por conta do participante. As despesas de transporte correrão por conta de cada participante.

LOCAL DO EVENTO HOTEL CARLTON PLAZA UBERLÂNDIA (MG) Av. Antônio Thomaz Ferreira de Rezende, 160 Marta Helena

Fone: (0xx34) 3212 – 3828 *Há tarifas especiais de táxi até o Hotel (por conta do participante) 0800-940-7000.

FICHA DE INSCRIÇÃO: (letra de forma) Nome: ________________________________________________________________________________ Endereço: Rua: _________________________________________________________________ Bairro: _________________________CIDADE: _______________________ UF: _______ CEP: _____________________________________E-mail:___________________________ Data de nascimento: ________ /________ /________RG/CPF: ___________________________ Fone: ( )____________ Celular: _______________Paróquia: ___________________________ Diocese: ____________________________________Regional: _________________________ Participa de algum Conselho de Saúde LOCAL MUNICIPAL ESTADUAL VALOR DA INSCRIÇÃO: Até 30/04 R$15,00. De 01/05 a 31/05 R$20,00. (Incluindo Hospedagem e Alimentação) NÃO RECEBEREMOS INSCRIÇÕES APÓS ESTA DATA. Depositar: BANCO ITAÚ - AGÊNCIA: 1611 CONTA Nº 17.900-1 (guardar o comprovante de depósito pois será o seu comprovante de inscrição) Confirmar inscrição até dia 31/05/06 pelo e-mail pastoraldasaudenacional@yahoo.com.br ou pelo fone(fax) (34) 3217-6434 ou por carta no endereço da Sede Nacional, enviando inscrição e xerox do comprovante de depósito. Para efeito de data e prazo, será considerada a data da postagem.


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