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Informativo do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde e Bioética agosto de 2008 Ano XXVI – no 266 Província Camiliana Brasileira

❒ Pastoral

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stamos iniciando a publicação tri­ mestral do Boletim ICAPS — Insti­ tuto Camilianos de Pastoral da Saúde. Foi com esse título que a Província Camiliana Brasileira, apoiada pela Socie­ dade Beneficente São Camilo, em junho de 1983 iniciou a publicação do Boletim ICAPS. Em sintonia com a caminhada pastoral da Igreja no mundo da saúde, os padres e irmãos da Ordem de São Camilo (Camilianos) aceitaram o desafio evan­ gélico de continuar dinamizando e difun­ dindo a pastoral da saúde e testemunhan­ do o amor de Deus aos pobres e doentes. A primeira publicação que no inicio era trimestral, se propunha a atingir os seguintes objetivos: desenvolver em âmbito regional e nacional, a pastoral da saúde, tanto no ambiente hospitalar, quanto no paroquial e domiciliar. For­ necer às comunidades de todo o país a vivencia da pastoral da saúde, a fim de que nenhum doente deixe de ter o atendimento de que necessita ou per­ ceba que está abandonado e finalmente dinamizar nos hospitais, nas dioceses e nas paróquias a pastoral da saúde moti­ vando essas instituições a considerá-la como uma das suas atividades. Para atingir estes objetivos, o ICAPS, que não queria ser apenas uma publicação de boletins, se propunha a desenvolver as seguintes atividades: Fundar escolas e/ou cursos para a for­ mação de agentes da pastoral da saúde. Elaborar manuais, publicar livros de formação para os agentes da pastoral da saúde. Implantar e orientar as atividades da pastoral da saúde nos hospitais e esta­ belecimentos de ensino próprio da Pro­ víncia Camiliana Brasileira, da União Social Camiliana e da Sociedade Bene­ ficente São Camilo. Organizar congressos, simpósios e seminários, em âmbito nacional e esta­ dual, sobre temas que envolvam a pas­ toral da saúde

❒ bioética

BODAS DE

PRATA Incentivar a criação de grupos e ins­ tituições que visem desenvolver ativi­ dades da pastoral da saúde Oferecer assessoria às instituições que pretendam implantar a pastoral da saúde, como hospitais, escolas. Dioceses e paró­ quias, instituições religiosas e outros. Organizar a pastoral da saúde em determinado hospital, diocese e paró­ quia para que sirvam como modelo e campo de estágio dos agentes de pasto­ ral da saúde. Elaborar bibliografia própria, livros e artigos de pastoral da saúde, funda­ mentada na vivência prática do exercí­ cio dessa atividade. Difundir, nos meios de comunicação social, as atividades que estabelecidas, bem como os resultados obtidos. Embora não tenhamos conseguido atingir plenamente todos os objetivos estabelecidos há vinte e cinco anos, hoje, ao celebrarmos 25º aniversário do bole­ tim podemos afirmar que os resultados obtidos foram bastante positivos. Pois foi através deste manual e suas publicações que muitos hospitais, paróquias e dioce­ ses implantaram a pastoral da saúde. Durante todos esses anos, graças à colaboração de padres, irmãos e religio­ sos camilianos, leigos e agentes da pas­ toral da saúde, já foram ministrados cen­ tenas e centenas de cursos e palestras em dioceses, paróquias e hospitais. Em se­ tembro deste ano realizaremos o XXVII Congresso Brasileiro de Humanização e Pastoral da Saúde. Além deste, muitos outros já foram realizados Brasil a fora. Não podemos esquecer que a equipe ICAPS idealizou, programou e realizou

❒ humanização os encontros dos Capelães Hospitalares do Brasil, totalizando doze encontros. A partir de 1999 a Província Cami­ liana Brasileira ampliou seu campo de atuação contratando pessoas preparadas para atuarem especificamente na pasto­ ral da saúde, onde temos atividades edu­ cacionais e assistenciais. Na área de edu­ cação, a União Social Camiliana (USC) se encarregou da contratação. Na á`rea assistencial, a contratação ficou a cargo da Sociedade Beneficente São Camilo. A atuação dessas pessoas, dos pa­ dres e religiosos camilianos, bem como dos bispos e padres diocesanos ou de outras congregações religiosas possibi­ litou que vários congressos, palestras e cursos fossem ampliados fazendo que muito mais pessoas pudessem ser ca­ pacitadas para desenvolver as ativida­ des pastorais com amor e competência como queria São Camilo. “Mais cora­ ção nas mãos, irmão”. A partir de 1986, com a criação da Comissão Nacional de Pastoral da Saú­ de da CNBB, o ICAPS passou a atuar mais diretamente junto com aquela ins­ tancia. Em 1991, o setor da pastoral da saúde da CNBB passou a ser coorde­ nado por um padre camilianos, direta­ mente ligado ao Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde, os quais passaram a atender juntos os pedidos de cursos e também organizar congressos pastorais nas dimensões solidária, comunitária e político institucional. Atendendo as necessidades dos agen­ tes de pastoral, sob a coordenação do ICAPS, vários livros e artigos foram publicados. Hoje o Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde dispõe de farto material bibliográfico produzido pelos camilianos da Província Camiliana Bra­ sileira e de toda a ordem de São Camilo, bem como por padres, religiosos (as), psicólogos, leigos e outros que com seus critérios trouxeram inúmeras con­ tribuições para o trabalho da pastoral da


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saúde. Dentre os mais variados livros destacamos: Como organizar a pastoral da saúde; como visitar um doente; pastoral da saúde: orientações práticas; assistência religiosa aos doentes: aspectos psicológicos; assistência religiosa: aspectos bíblicos; ministério da vida. Ao celebrarmos o 25º ano (bodas de prata) de publicação deste boletim que com mais esse, chega ao número 265 com quase mil quinhentos artigos, que­ remos agradecer a todos aqueles que,

direta ou indiretamente, contribuíram conosco durante esses anos, por meio de artigos, mensagens e experiências pastorais. Ao mesmo tempo, queremos continuar abrindo suas páginas para que os agentes de pastoral da saúde e todos aqueles que quiserem, possam mandar suas contribuições, tais como artigos, mensagens, experiências e comunica­ dos de encontros, congressos que pre­ tendem realizar ou que já realizaram. Teremos imenso prazer em divulgá-los.

A equipe ICAPS, que atualmente é coordenada pelo Pe. Anísio Baldessin, em conjunto com a Coordenação Nacional da Pastoral da Saúde, continua atendendo os pedidos de cursos, palestras ou jornadas pastorais. Entrem em contato conosco pelo telefone (11) 3862-7286 ramal 3 das 8:00 às 17:30, ou através do e-mail: icaps@camilianos.org.br. Continuem conosco para que possamos continuar fazendo história e principalmente os doentes felizes.

RESPOSTA DE DEUS A JÓ ANÍSIO BALDESSIN

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ntão Jó abriu a boca e amaldiçoou o dia do seu nascimento, dizendo: «Morra o dia em que nasci e a noite em que se disse: ‘Um menino foi concebido’. Por que não morri ao sair do ventre de minha mãe, ou não pereci ao sair de suas entranhas? Para que dar luz a um infeliz, e vida para quem vai viver na amargura? Os soluços são meu alimento, e meus ge­ midos transbordam como água. Vivo sem paz, sem tranqüilidade e sem descanso, em contínuo sobressalto» (Jó 3,1ss). Estas são apenas algumas lamen­ tações que se encontram no início do capítulo terceiro do livro de Jó. Porém, se o leitor ler o livro de Jó por inteiro perceberá outros questionamentos, la­ múrias e até palavrões proferidos por ele. Mas, nosso objetivo não é focalizar a figura do referido personagem e sim ver a resposta Deus.

A “resposta” de Deus “Então Javé, do meio da tempestade, respondeu a Jó e disse: Quem é esse que escurece o meu projeto com palavras sem sentido? Se você é homem, esteja pronto: vou interrogá-lo, e você me responderá.

expediente

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Onde você estava quando eu coloca­ va os fundamentos da terra? Diga-me, se é que você tem tanta inteligência! Você sabe quem fixou as dimensões da terra? Quem a mediu com a trena? Onde se encaixam suas bases, ou quem foi que assentou sua pedra angular, en­ quanto os astros da manhã aclamavam e todos os filhos de Deus aplaudiam? Quem fechou o mar com uma porta, quando ele irrompeu, jorrando do seio materno? Quando eu coloquei as nuvens como roupas dele e névoas espessas como cueiros? Quando lhe coloquei limites com portas e trancas, e lhe disse: ‘Você vai chegar até aqui, e não passará. Aqui se quebrará a soberba de suas ondas’? Alguma vez em sua vida você deu ordens para o amanhecer, ou marcou um lugar para a aurora, a fim de que ela agarre as bordas da terra, e dela sacuda os injustos? Por acaso você deu ordens à terra para ela se transformar como ar­ gila debaixo do sinete e se tingir como vestido, negando luz para os injustos e quebrando o braço que ameaça golpear? Você já chegou até as fontes do mar, ou passeou pelas profundezas do oceano? Já mostraram a você as portas da morte,

O Boletim ICAPS é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saú­­de­e Bioética – Província Ca­miliana Brasileira. Presidente: José Maria dos Santos

Conselheiros: Niversindo Antônio Cherubin, Leocir Pessini, João Batista Gomes de Lima, André Luis Giombeli. Diretor-Responsável: Anísio Baldessin Secretária: Cláudia Santana

Revisão: Fadwa Hallage Redação: Rua Barão do Bananal, 1.125 Tel. (11) 3862-7286 ramal 3 05024-000 São Paulo, SP e-mail: icaps@camilianos.org.br Periodicidade: Mensal

Prod. gráfica: Edições Loyola Tel. (11) 6914-1922

Tiragem: 3.500 exemplares

ou por acaso você já viu os portais das sombras? Você examinou a extensão da terra? Se você sabe tudo isso, me diga. Por onde se vai até a casa da luz, e onde é que vivem as trevas, para que você as leve ao território delas e lhes en­ sine o caminho para casa? Certamente você sabe disso tudo, pois já então ha­ via nascido e já viveu muitíssimos anos. Você entrou nos reservatórios da neve e observou os celeiros do granizo, que eu reservo para o tempo da calamidade, para os dias de guerra e batalha? Por onde se espalha o calor, e se difunde so­ bre a terra o vento leste? Quem abriu um canal para o aguaceiro, e o caminho para o relâmpago e o trovão, para chover em terras despovoadas e no deserto, onde os homens não habitam, para que as regiões desoladas se saciem, e façam germinar e brotar a erva? Por acaso a chuva tem pai? Quem gera as gotas do orvalho? De que seio vem o gelo, e quem dá à luz a geada do céu? As águas ficam como pe­ dra, e a superfície do lago se congela. Você pode amarrar o laço das Plê­ iades, ou desatar as ligações de Órion? Você pode fazer que apareçam as conste­ lações do zodíaco na sua estação própria, Assinatura: O valor de R$13,00 garante o recebimento, pelo Correio, de 11 (onze) edições (janeiro a dezembro). O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, agência 0422-7, conta corrente 89407-9. A reprodução dos artigos do Boletim ICAPS é livre, solicitando-se que seja ci­tada a fonte. Pede-se o envio de publicações que façam a transcrição.


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ou guiar a Ursa com os seus filhos? Você conhece as leis do céu, ou determina as funções delas sobre a terra? Você é ca­ paz de levantar a voz até as nuvens, para que um aguaceiro cubra você? Por acaso você atira os raios e eles partem, dizen­ do a você: ‘Aqui estamos’? Quem deu sabedoria ao íbis e inteligência ao galo? Quem está em grau de contar exatamente as nuvens, e quem entorna os cântaros do céu, quando o pó do chão se transforma em barro e os terrões se amontoam? É você, por acaso, que caça a presa para a leoa ou sacia a fome dos leõezinhos, quando eles se recolhem nas tocas ou fi­ cam de emboscada nas moitas? É você que dá alimento ao corvo, quando os fi­ lhotes dele gritam a Deus e se agitam por falta de comida”? (Jó 38,1-39).

A mensagem de Deus Muitos foram os autores que escreve­ ram e inúmeros são os continuam refle­ tindo, escrevendo e tentando explicar o episódio de Jó e principalmente entender o que Deus quis dizer a Jó. Estaria Deus tentando intimidar Jó com essa impres­ sionante demonstração de força para que ele se submeta? Está Deus, na verdade, dizendo a Jó: “Cala-te! Este é o meu mundo?” Está Deus dizendo que o des­ tino de um ser humano individual não é tão importante neste vasto universo? Está Deus admitindo que a vida não é justa? Segundo a introdução contida na Bí­ blia, Edição Pastoral, o tema central do livro de Jó “não é o problema do mal,

nem o sofrimento do justo e inocente, e muito menos o da “paciência de Jó”. O autor desse drama apaixonante discute a questão mais profunda da religião: a na­ tureza da relação entre o homem e Deus. O povo de Israel concebia a relação com Deus através da norma da retribuição: Deus retribui o bem com o bem e o mal com o mal. Ao justo, Deus concede saúde, prosperidade e felicidade; ao injusto, ele castiga com desgraças e sofrimentos”. Alguns autores afirmam que o livro de Jó é uma discussão do homem bom que sofre e pergunta “por que”? No entanto, não é difícil entender o final. Pois duran­ te os capítulos que antecedem trigésimo oitavo, Jó, vítima de um infortúnio que ele não merece, pede insistentemente a Deus que lhe explique o que ele fez para merecer tanto sofrimento. Somente qua­ se no final do livro Deus aparece. Porém, ao invés de responder às perguntas de Jó, em vez de explicar por que coisas más acontecem às pessoas boas, Deus fala a respeito de muitas outras coisas. O rabino Harold Kusnher acredita que o autor do livro de Jó está nos dizen­ do que Jó não fica satisfeito com as pa­ lavras de Deus, e sim com a aparição de Deus. É o contato e não o conteúdo do discurso de Deus que responde às suas perguntas e atenua suas dúvidas. Deus sabe o nome de Jó, e esta é uma respos­ ta suficiente para ele. Saber que somos importantes para Deus faz com que uma parte considerável das nossas dúvidas e dos nossos receios desapareçam.

ASSISTÊNCIA RELIGIOSA AOS DOENTE: ASPECTOS BÍBLICOS Este é o título do novo livro que o Padre Anísio Bal­ dessin, capelão do Hospital das Clínicas da Facul­ dade de Medicina da Universidade de São Paulo, organizou e está lançando pelas Edições Loyola. Os autores dos artigos que compõem este manual utilizam textos bíblicos, principalmente os evan­ gelhos. É um livro endereçado aos capelães hos­ pitalares, (padres e pastores) ministros da eucaris­ tia e visitadores de doentes. É simples e objetivo criando condições para ação pastoral dos que dia­ riamente compartilham a fé com pessoas feridas. Portanto, será muito útil para reflexões individuais e, principalmente, para discussões em grupos.

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A mensagem do assistente religioso Discursos, lamúrias e perguntas como as que foram proferidas por Jó, os assis­ tentes religiosos ouvem seguidamente quando visitam doentes. Neste sentido, o livro de Jó é antes de tudo um convi­ te para que nos libertemos dos famosos chavões (frases feitas) que frequente­ mente repetimos quando estamos diante de uma situação de sofrimento e não te­ mos respostas a dar. Assim sendo, somos convidados a entrar na história da vida da pessoa para caminharmos juntos sem a preocupação de solucionar ou respon­ der suas lamentações. Para isso, é preciso estarmos dispostos e termos coragem de abandonar nossas tradições religiosas e afirmações piedosas que ao invés de aju­ dar podem aumentar ainda mais a angús­ tia daqueles que sofrem. Neste sentido, o trigésimo oitavo capítulo do livro de Jó, nos traz uma grande lição. Ou seja, ver que Deus não faz nenhuma intervenção portentosa e muito menos oferece uma explicação para seus sofrimentos. Por isso, as mensagens mais importan­ tes que o assistente religioso pode trans­ mitir são: compreensão, acolhida, solida­ riedade e amor. Afinal, como dizia Madre Tereza de Calcutá, “os doentes, bem como aqueles que sofrem, não precisam de mi­ nhas explicações, piedade e religiosidade. Eles precisam do meu amor”. Como Jó ficou feliz, não por Deus ter respondido suas interrogações e sim por saber que Ele estava a seu lado, o doente ficará feliz com a tua presença e/ou visita.

NÃO SE ESQUEÇA! XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE HUMANIZAÇÃO E PASTORAL DA SAÚDE

TEMA: QUALIDADE DE VIDA: VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL DATA: 06 e 07 de setembro de 2008 LOCAL: Anfiteatro do Centro Universitário São Camilo Avenida Nazaré, 1501 Ipiranga — São Paulo. INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: (11) 38627286 Ramal 3 das 8:00 às 17:30 com Cláudia


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IX CONGRESSO BRASILEIRO ECUMÊNICO DE ASSISTENTES ESPIRITUAIS HOSPITALARES Data: 27 a 29 de outubro Local: São Paulo Informações: (11) 3862-7286 Ramal 3 das 8:00 às 17:30 Com Cláudia

TEMA CENTRAL: A PRÁTICA DA ESPIRITUALIDADE ECUMÊNICA NO AMBIENTE HOSPITALAR

Dia 27 – Segunda feira 11h00min – Celebração de abertura. Ato litúrgico, meditação e mensagem aos congressistas. – Grupo do Mato Grosso 12h00min – Almoço 14h00min – Dinâmica de apresentação e integração

Dia 28 – Terça feira 07h30min – Café da manhã 08h00min – Oração da Manhã – Grupo do Paraná 09h00min – A comunicação na assistência religiosa aos doentes – Maria Júlia Paes da Silva 10h15min – Intervalo para café 10h45min – Possibilidades de práticas ecumênicas na assistência espiritual hospitalar – Pe. Anísio Baldessin 12h00min – Almoço 14h00min – Escuta ativa – Luís Gustavo Vechie – Assistência pastoral à pessoas idosas – Zally Pinto Vasconcelos de Queiroz 15h30min – Intervalo para café 16h00min – Plenária para assuntos administrativos 19h00min – Jantar de confraternização

14h30min – Como entender espiritualidade hoje?

Aspectos técnicos científicos – Leocir Pessini

Aspectos bíblicos teológico – Matthias Grenzer

16h00min – Intervalo para café 16h30min – Grupos de estudo para discussão sobre a palestra 17h30min – Plenária 18h00min – Oração vespertina – Grupo de Santa Catarina 19h00min – Jantar 20h00min – Troca de experiências – Hospital das Clínicas da UNICAMP – Campinas - Pe. Norberto Tortorelo Bonfim – Pr. João Sílvio Rocha – Dinâmicas de Integração

Dia 29 – Quarta feira 07h30min – Café da manhã 08h00min – Oração da manhã – Grupo de São Paulo 08h30min – Palestra – Os mecanismos de defesa na assistência espiritual – Jônia Lacerda Felício 10h00min – Intervalo para café. 10h30min – Informes administrativos e mensagem do congresso 11h15min – Celebração de encerramento – Grupo do Rio Grande do Sul Realização: ICAPS – Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde ACAEHB – Associação Capelães Hospitalares do Brasil. Coordenador do congresso: Padre Anísio Baldessin

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA PODE SER PREVINIDA

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amos conhecer as doenças do apa­ relho urinário para poder prevenir a insuficiência renal crônica que leva as pessoas à diálise ou aos transplantes renais. As principais são: inflamações dos filtros renais (nefrites), infecções renais (pielonefrites), infecções na be­ xiga (cistites), cálculos renais, doenças congênitas e hereditárias (rins policísti­

cos), doenças de todo o organismo com complicação renal, também chamadas doenças sistêmicas (lupus, diabetes e hipertensão arterial), aumento da prós­ tata (hipertrofia prostática). Vamos também falar um pouco de diabetes, pressão alta (hipertensão arterial) que são as principais doenças que levam à insuficiência renal crônica.

Nefrites São doenças que causam as inflama­ ções nos rins, mas sem a presença de bactérias. São doenças imunológicas. Na maioria das vezes a causa é desco­ nhecida, porém na infância, a nefrite aguda é precedida de dor de garganta (amidalite) ou infecções de pele (im­


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petigo). Os principais sintomas e sinais são: sangue na urina que se manifesta como urina escura (hematuria), urina muito espumosa por perda de proteínas (proteinuria), pressão alta e inchaço do rosto e pernas (edema). O tratamento depende do tipo de nefrite, mas é im­ portante tratar desde logo as dores de garganta (amidalites) e infecções de pele, principalmente nas crianças. A erradicação das bactérias que causam essas infecções e precedem a nefrite é realizada com antibióticos. A nefrite é imunológica e não cura com antibióti­ cos. Portanto, quando a doença atinge os rins os antibióticos não atuam. A prática da higiene da boca e da pele (escovar os dentes e tomar banho) é importante para evitar a doença. Quando a nefrite é crônica a doença é lenta, os sintomas e sinais são difíceis de perceber e geral­ mente as pessoas só descobrem a doen­ ça quando ela já está avançada.

Pielonefrites São as infecções nos rins. São bacté­ rias que causam a doença formando pus. Os principais sintomas são: dor lombar no lado do rim afetado e febre com ca­ lafrios. Geralmente há necessidade de um exame parcial de urina para detectar o pus e um teste para saber qual o an­ tibiótico mais adequado para cada tipo de bactéria que pode causar a infecção. Este teste chama-se antibiograma.

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Cistites As cistites são infecções na bexiga. Elas se manifestam principalmente nas mulhe­ res. Dor no baixo ventre, dificuldade para urinar, com dor e sensação de queimação, necessidade de urinar muitas vezes são os principais sintomas. A contaminação da bexiga com cistite se realiza com bactérias do próprio corpo. É mais freqüente na mu­ lher porque a uretra é muito próxima dos órgãos genitais e anus, locais que normal­ mente albergam bactérias. O tratamento é realizado com antibióticos e medicamen­ tos para o desconforto e dor.

Cálculos renais São verdadeiras pedras que se for­ mam nos rins por sais de cálcio, ácido úrico e outros sais. Os cálculos podem causar obstrução das vias urinárias pre­ judicando o seu funcionamento. A causa geralmente é o mau funcionamento do metabolismo desses sais, mas em alguns casos a doença é causada pela presença de um tumor benigno nas glândulas pa­ ratireóides que ficam ao lado da glân­ dula tireóide no pescoço. A presença de cálculos além de causar obstrução das vias urinárias, predispõe à infecção e consequentemente a insuficiência renal.

Doenças congênitas e hereditárias A mais freqüente é o rim policístico. Embora seja congênita (a pessoa nasce

com ela) e hereditária (é transmitida de pais para filhos), é uma doença que se manifesta na idade adulta. Os rins criam cistos cheios de urina e vão perdendo sua função. Por se tratar de uma anomalia da estrutura o órgão fica sujeito a infecções e pressão alta. Sangue na urina (hema­ turia) cólica renal e pressão alta são os principais sintomas. Com o passar dos anos o rim vai perdendo a sua função. O tratamento é realizado para os sintomas, infecção quando houver e da pressão alta. Existem também outras anomalias: a estenose de junção pielouretreral, ou seja, o estreitamento da junção entre o rim e o ureter. Também existe o refluxo de urina entre a bexiga e o ureter. Quan­ do a bexiga entra em contração a urina volta em direção ao rim podendo causar infecção do rim e perda da função no lado da lesão. Aliás este tipo de anoma­ lia pode ser dos dois lados.

Doenças sistêmicas São doenças que acometem vários órgãos do organismo. Entre elas as doenças imunológicas, como o lupus eritematoso que ataca vários órgãos e sistemas, as arterites que inflamam as artérias. Mas as principais são o diabe­ tes e a hipertensão arterial que quando apresentam complicações renais levam os pacientes a insuficiência renal crôni­ ca. Metade dos pacientes que necessi­ tam de hemodiálise e transplante renal são diabéticos ou hipertensos.

Diabetes Não é uma doença originária do rim. É causada pela falta de um hormônio, a insulina, que é produzida pelo pâncreas. Pode começar na infância ou na juven­ tude e por isso se chama diabetes juvenil ou tipo I. Geralmente necessita de insu­ lina para controla-la. O diabetes tipo II é geralmente de adulto e na maioria das vezes é controlado por medicamentos. Neste tipo de diabetes o paciente pro­ duz insulina, mas existe uma resistência para sua utilização nos tecidos. As pes­ soas que contraem diabetes geralmente apresentam muita sede, muita fome, urinam muito, emagrecem de repente, tornam-se cansadas. A manifestação laboratorial mais comum é o aumento


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tas taxas de glicose (açúcares) no sangue. Quando o pacien­ te tem diabetes por muitos anos ele apresenta complicações entre elas lesões renais. A doença diabética no rim chama-se nefropatia diabética. Nas artérias produz oclusão e chama-se arterite diabética. No olho retinopatia diabética. No coração cardiopatia diabética. Portanto, as complicações do diabetes podem ser em todos os órgãos e sistemas. As complicações acontecem mais precocemente quando a prevenção não é rea­ lizada. Dieta sem açúcares, medicamentos e o uso de insulina corretamente para evitar oscilações da taxa de glicose no san­ gue são absolutamente necessárias.

Hipertensão arterial ou pressão alta É uma doença que não se sabe a causa em 90% das vezes. Portanto, não se sabe porque ela aparece. Sabe-se, porém, que ela acomete em torno de 50% das pessoas acima de 50 anos. Sabe-se também, se não for controlada poderá causar derrame (acidente vascular hemorrágico), ataque do coração (infarto do miocárdio) ou falha no funcionamento dos rins (insufi­ ciência renal). Se a pessoa tiver diabetes, fumar, for gordo, não cuidar do seu colesterol e levar uma vida muito agitada (stress) terá mais chance de apresentar as complicações acima citadas. É importante repetir que metade das pessoas que fa­ zem hemodiálise ou são portadoras de pressão alta ou diabe­ tes. É interessante que os rins quando se tornam insuficientes também causam pressão alta. Então a pressão alta pode causar problema renal e os rins com problemas podem causar pres­ são alta. O uso de dieta com pouco sal, exercícios físicos, o capricho em tomar os medicamentos todos os dias, o controle do peso e do stress são medidas que ajudam a manter a pres­ são em níveis normais e evitam as complicações.

Doenças da próstata A próstata é um órgão que só existe nos homens. Ela cres­ ce depois dos 40 anos de idade e causa obstrução das vias urinárias. O crescimento pode ser benigno ou por câncer. É aconselhável que os homens após os 40 anos de idade façam exames de próstata uma vez por ano. Esse exame consiste em saber se o PSA está elevado no sangue (antígeno prostático específico), um ultra-som da próstata para identificar se há tumor maligno e um toque retal com o mesmo objetivo.

Insuficiência renal É a perda da função dos rins. Ela pode ser aguda ou em cur­ to espaço de tempo e geralmente reversível, ou crônica. Neste caso, ela será lenta e progressiva, às vezes levando anos para que os rins percam sua função total e definitivamente. Todas as doenças renais descritas podem levar a perda da função renal. Quando os rins perdem definitivamente sua função, então há necessidade do que chamamos de terapia renal substitutiva.

Terapia renal substitutiva (TRS) É um tratamento que substitui a função dos rins, indicado em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC) e aguda (IRA). As diferentes modalidades de TRS são:

1- Hemodiálise: tratamento realizado no rim artificial de depu­ ração (filtragem) sanguínea, geralmente ambulatorial, realizado normalmente 3 vezes por semana, durante 4 horas. 2- Diálise peritoneal: tratamento domiciliar, realizado pelo pró­ prio paciente, utilizando a cavidade abdominal como membrana para diálise. Substitui o rim artificial. 3- Transplante renal: consiste na substituição por cirurgia de um rim danificado, por um rim são, podendo ser de doador vivo ou cadáver.

Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde Tel. (11) 3862-7286, ramal 3 e-mail: icaps@camilianos.org.br Rua Barão do Bananal, 1.125 05024-000 São Paulo, SP

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