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Informativo do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde e Bioética outubro de 2008 Ano XXVI – no 268 Província Camiliana Brasileira

❒ Pastoral

❒ bioética

❒ humanização

VIDA SEM MORTE, FILME SEM UM FINAL ANÍSIO BALDESSIN

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á setenta anos vai a duração da nossa vida. Fato notável quando chega aos oitenta” (Salmo 89). Ou seja, um dia iremos morrer. Humanamente falando é um duro golpe. No entanto, na “ crença religiosa cristã, a morte é apenas uma passagem para a vida eterna. Do ponto de vista natural pode ser comparada com o momento (fim da vida no ventre materno) com o nascimento. Pois quando somos gerados também temos um tempo determinado para permanecermos no ventre materno. Nos casos normais, nove meses. Depois disso, o próprio o corpo da futura mãe sofre uma transformação para dizer que aquela vida, naquele “mundo”, chegou ao fim. Tanto que se a criança tiver dificuldade para nascer ela será ajudada por alguém ou então morrerá antes mesmo de vir ao mundo. Mas, se tudo acontecer de maneira natural, chegados os nove meses, deixaremos o ventre materno. Esta é a primeira grande perda. Como outras que teremos ao longo da vida, esta é muito dolorosa. Pois no seio materno tínhamos alimentação e temperatura na dose certa, proteção contra todas as possíveis infecções, carinho da mãe e um grande número de pessoas esperando por nós. A primeira perda é tão difícil que já nascemos chorando. Porém, quando deixamos o ventre materno percebemos que além de uma mãe, nos casos normais tínhamos também

um pai, irmãos, avós, enfim, pessoas ansiosas querendo nos conhecer e fazer festa pela nossa chegada. No entanto, é somente a primeira perda que teremos ao longo da vida. Depois perderemos a inocência, a fase da criança, adolescência, juventude e o colo materno. Com o tempo não teremos a mesma vitalidade física e a capacidade de fazer certas atividades. Perderemos por incompetência ou pela concorrência, muitas oportunidades que não gostaríamos de perder. Por fim, vamos perder pessoas queridas, amigos, objetos e animais de estimação que, mais do que qualquer valor material, tem um valor simbólico. Porém, depois de alguns anos chegará o momento em que teremos que encarar mais uma perda importante que é a própria morte. Afinal, por um dos fatores, doenças ou velhice, daremos adeus à vida. Vida que como um romance, é feita de vitórias, conquistas e derrotas. Nesta hora, como no momento do nascimento, também teremos dificuldades para deixar esse mundo que, apesar de todas as dificuldades, tornouse muito familiar e gostoso de habitá-lo. Mas, como tudo na vida é passageiro, (exceto o cobrador e o motorista) seremos “gerados” para outra vida.

e destrói a vida e os nossos sentimentos mais profundos, (afinal o próprio Cristo chorou quando seu amigo Lázaro morreu), por outro lado conduz o ser humano ao pleno desabrochar da vida. Vida que não conhece derrota e nem fim. Além disso, a morte abre espaços para que outras vidas possam ser geradas. Pois, na visão biológica, se a morte não existisse, teríamos que estancar os nascimentos. Caso contrário, sem espaço e consequentemente sem recursos, a vida no planeta seria um verdadeiro caos. Ou ainda, o gosto que os seres humanos têm pelo viver poderia se transformar em um grande desgosto por não poder morrer. Seria como assistir um filme, uma novela ou ler um romance que não tem final. Portanto, por termos de enfrentar a realidade da morte, seja em nosso meio de convivência (familiares, amigos) ou em nossa ação pastoral, devemos acreditar que as surpresas agradáveis que nossos pais terrenos prepararam quando nascemos, nem se compara com as inúmeras que Jesus prometeu e que com certeza, Deus na Sua bondade preparou para seus filhos. Nesse sentido, morrer e estar com Deus, pode ser comparado à assistir um filme com o final feliz.

A morte que gera vida A morte tem duas dimensões. Se por um lado ela fere, magoa, violenta,

Anísio Baldessin, padre camiliano, é capelão do Hospital das Clínicas de São Paulo.


Ano XXVI – no 268 – outubro de 2008 – boletim ICAPS

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Livro: Como visitar um doente | Autor: Anísio Baldessin O que fazer quando o doente chora, fica em silêncio, está em estado grave, ou na UTI etc: Essas são algumas das muitas perguntas que, com frequência, ouvimos quando visitamos doentes. Este livro, de fácil leitura, tem como objetivo oferecer algumas orientações práticas para padres, pastores, ministros da Eucaristia e principalmente agentes da pastoral da saúde na visitação hospitalar e domiciliar. Embora não existam respostas prontas, pois, na prática pastoral, cada caso é um caso, o autor oferece algumas pistas que poderão ser úteis no ministério pastoral.

Livro: A cura dos doentes na Bíblia | Autor: Calisto Vendrame O objetivo desta obra é ajudar quem sofre a compreender o sentido profundo da mensagem bíblica relativa a seu sofrimento e oferecer aos assistentes religiosos (capelães) e agentes da pastoral, visitadores de doentes, subsídios sobre a doença e o sofrimento humanos, à luz da interpretação bíblica no mundo de hoje.

Livro: Relação pastoral de ajuda ao doente Autor – José Carlos Bermejo Este livro tem por objetivo facilitar o encontro com o doente, centrando-se na arte de comunicar-se com ele, estudando os elementos comprometidos na relação de ajuda: o agente pastoral, o doente, sua situação e os recursos que podem ser utilizados. Oferece um modo eficaz de promover o doente, ou a pessoa necessitada de conselho, provocar uma melhor adaptação à situação eu ele vive.

LANÇAMENTO ASSISTÊNCIA RELIGIOSA AOS DOENTES: ASPECTOS BÍBLICOS

expediente

Este é o título do novo livro que o Padre Anísio Baldessin, capelão do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, organizou e está lançando pelas Edições Loyola. Os autores dos artigos que compõem este manual utilizam textos bíblicos, principalmente os evangelhos. É um livro endereçado aos capelães hospitalares, (padres e pastores) ministros da eucaristia e visitadores de doentes. É simples e objetivo criando condições para ação pastoral dos que diariamente compartilham a fé com pessoas feridas. Portanto, será muito útil para reflexões individuais e, principalmente, para discussões em grupos.

O Boletim ICAPS é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saú­­de­e Bioética – Província Ca­miliana Brasileira. Presidente: José Maria dos Santos

Conselheiros: Niversindo Antônio Cherubin, Leocir Pessini, João Batista Gomes de Lima, André Luis Giombeli. Diretor-Responsável: Anísio Baldessin Secretária: Cláudia Santana

Revisão: Fadwa Hallage Redação: Rua Barão do Bananal, 1.125 Tel. (11) 3862-7286 ramal 3 05024-000 São Paulo, SP e-mail: icaps@camilianos.org.br Periodicidade: Mensal Prod. gráfica: Edições Loyola Tel. (11) 2914-1922 Tiragem: 3.500 exemplares

Assinatura: O valor de R$13,00 garante o recebimento, pelo Correio, de 11 (onze) edições (janeiro a dezembro). O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, agência 0422-7, conta corrente 89407-9. A reprodução dos artigos do Boletim ICAPS é livre, solicitando-se que seja ci­tada a fonte. Pede-se o envio de publicações que façam a transcrição.


Ano XXVI – no 268 – outubro de 2008 – boletim ICAPS

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ENCARE A MORTE SEM MEDOS OU TABUS DORA ALICE COLOMBO

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ientificamente, a morte é estudada pela tanatologia, em que se pesquisam as causas, circunstâncias, fenômenos e repercussões da mesma. Em entrevista à Revista Bem-Estar, Dora Incontri afirma que a arte de morrer nada mais é do que a arte de saber viver. Confira: Bem-Estar — O que é a morte? Dora — Se respondermos apenas do ponto de vista biológico, a morte é a cessação da atividade do corpo. Mas, se tivermos uma visão espiritualista — que é a da maior parte da humanidade, a mais antiga e a mais aceita universalmente — a morte é a separação do corpo e da alma. Bem-Estar — Por que a morte causa medo na maioria das pessoas? Dora — Porque se trata do desconhecido. Embora a maioria tenha uma crença vaga da imortalidade, a dúvida, a incerteza e a falta de conhecimento do que seja a morte causam angústia. Há outras causas de medo também. Fizemos, o doutor Franklin Santana Santos e eu, uma pesquisa entre os alunos do curso de Tanatologia da USP e muitos responderam que não têm medo propriamente da morte, mas do possível sofrimento desse instante. De como se vai morrer. Outro fator que acentuou, e muito, o medo da morte na cultura ocidental foram as seculares ameaças de inferno propagadas pela religião, a visão assustadora de um Deus punitivo pela eternidade. Isso hoje já está bem mais amainado (tranqüilo), embora ainda apareça entre alguns fundamentalistas — mas ficou no inconsciente das pessoas. Bem-Estar — Muita gente só dá valor à vida com a iminência da morte. Por quê? Dora — Porque a presença da morte nos faz lembrar que estamos aqui de passagem. Que a nossa vida terrena dura um minuto e que precisamos valorizá-la e aproveitá-la. Quando digo aproveitá-la não é no sentido de gastá-la, ter o máximo de prazeres e diversões, como se sugássemos a existência para depois cairmos desfalecidos. Isso não é aproveitamento, é desperdício. Chamo de aproveitamento a valorização das grandes verdades da vida, do amor, da compaixão, da solidariedade, da possibilidade de usarmos a nossa vida em benefício de ideais que engrandeçam a humanidade e a nós mesmos. Acho que a visão da morte deve despertar essas reflexões em nós.

Bem-Estar — Para cada religião ou filosofia de vida há um significado para o que ocorre após da morte. Em que acreditar? Como lidar com as infinitas dúvidas sobre esse tema? Dora — Há algo que é comum a todas as religiões: a idéia da imortalidade. Essa idéia, aliás, é o que há de comum entre as mais antigas religiões do mundo, até as que exercem hoje grande influência na cultura do planeta Terra. Para mim, a vida pós-morte não é apenas uma questão de crença. Há muitas evidências científicas a respeito. Em nosso livro “A Arte De Morrer — Visões Plurais”, há um artigo muito interessante sobre isso do psiquiatra Alexander Moreira, doutor pela USP e pósdoutor pela Universidade de Duke, dos Estados Unidos. Ele faz um inventário de todas as evidências de pesquisa que temos hoje da vida pós-morte. O espírita Allan Kardec iniciou tais pesquisas no século 19, mas hoje não são somente espíritas que estudam tais fenômenos, são cientistas de várias universidades no mundo. Muita gente dentro das universidades e dentro das religiões se opõem a esse tipo de pesquisa porque a evidência da imortalidade junto com a evidência da reencarnação viriam quebrar paradigmas muito fortes e atrapalhar muitos interesses. Bem-Estar — Por que se credita à morte punição divina? Dora — Pela passagem bíblica de que Deus teria dito a Adão e Eva que eles herdariam a morte devido à desobediência. Esse relato bíblico, entendido de forma literal e não metafórica, leva a considerar que a morte — que é uma lei natural, necessária e útil — é uma espécie de condenação da espécie humana, pelo pecado original. Se entendermos Deus como um legislador eterno, justo e bom, não aceitaremos essa visão de um Deus que pune, que condena seus filhos. Bem-Estar — Como alguém pode se preparar para morrer, se em tese, não sabemos quando esse dia chegará? Dora — Como esse dia pode chegar a qualquer dia, temos sempre de estar preparados. O que significa isso? Estarmos em dia com nossa consciência, reconciliados com nossos desafetos, quites com nossos deveres afetivos, cumprindo nossas tarefas existenciais com amor e alegria. Se a morte nos pega e estamos em paz, vamos bem. Se estivermos enrolados e muito mal resolvidos é um problema.

Bem-Estar — Por que o modo como se ‘encara’ a morte é tão diferente entre os mundos oriental e ocidental? Dora — Porque no Oriente não houve a visão do inferno que foi propagada pelas religiões cristãs. Aliás, a maior parte do Oriente aceita a reencarnação. Bem-Estar — É saudável conversar sobre a morte em família, por exemplo, no jantar ou almoço? Dora — É saudável se não for tema tratado de modo mórbido, por exemplo, ao enfatizar casos de violência e crimes do cotidiano, que provocam mal-estar. O tema da morte deve ser tratado de forma natural, séria e às vezes até com uma dose de bom humor. Bem-Estar — Muita gente acredita que falar sobre morte a atrai, principalmente hoje em que a Lei da Atração está bastante divulgada. Isso é verdade? Por que existe essa crença? Dora — Isso é superstição e crendice. É claro que se você fica o tempo inteiro ligado em violência e crimes, de maneira obsessiva, pode acabar entrando numa sintonia negativa. Mas, falar da morte de maneira saudável quebra tabus e não atrai antecipadamente a sua vinda. Ninguém morre de véspera. Só quem procura a morte intencionalmente. Bem-Estar — Qual a melhor época para explicar aos filhos, crianças, sobre a morte? Qual a melhor maneira de fazer isso? Dora — Tratar com naturalidade, explicando que é algo normal na existência humana. É bom usar de metáforas literárias, histórias e ter muita sensibilidade e delicadeza. Há vários livros que tratam do assunto de maneira muito bonita. Bem-Estar — Por que muita gente imagina que a morte esteja relacionada à dor? Tipo: dói morrer? Dora — Acredito que a maior dor da morte é a dor de quem não quer se entregar a ela quando é chegado o momento, quem se agarra com desespero à vida, sabendo que chegou a hora de partir. Quem aceita no momento certo, vai em paz. Por isso, é tão importante aquilo que propomos: educação para a morte! Dora Alice Colombo, mais conhecida como Dora Incontri, é graduada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Casper Líbero.


Ano XXVI – no 268 – outubro de 2008 – boletim ICAPS

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IX CONGRESSO BRASILEIRO ECUMÊNICO DE ASSISTENTES ESPIRITUAIS HOSPITALARES Data: 27 a 29 de outubro | Local: São Paulo TEMA CENTRAL: A PRÁTICA DA ESPIRITUALIDADE ECUMÊNICA NO AMBIENTE HOSPITALAR. Dia 27 de outubro – Segunda feira

10h15min | Intervalo para café

11h00min | Celebração de abertura. Ato litúrgico, meditação e mensagem aos congressistas. – Grupo do Mato Grosso

10h45min | Possibilidades de práticas ecumênicas na assistência espiritual hospitalar – Pe. Anísio Baldessin

12h00min | Almoço

14h00min | Escuta ativa – Luís Gustavo Vechie Assistência pastoral à pessoas idosas – Zally Pinto Vasconcelos de Queiroz

12h00min | Almoço

14h00min | Dinâmica de apresentação e integração 14h30min | Como entender espiritualidade hoje Aspectos técnicos científicos – Leocir Pessini Aspectos bíblicos teológicos – Matthias Grenzer

15h30min | Intervalo para café 16h00min | Plenária para assuntos administrativos

16h00min | Intervalo para café

19h00min | Jantar de confraternização

16h30min | Grupos de estudo para discussão sobre a palestra 17h30min | Plenária

Dia 29 de outubro – Quarta feira

18h00min | Oração vespertina – Grupo de Santa Catarina

07h30min | Café da manhã

19h00min | Jantar

08h00min | Oração da manhã – Grupo de São Paulo

20h00min | Troca de experiências – Hospital das Clínicas da UNICAMP – Campinas - Pe. Norberto Tortorelo Bonfim – Pr. João Sílvio Rocha

08h30min | Palestra – Os mecanismos de defesa na assistência espiritual – Jônia Lacerda Felício

- Dinâmicas de Integração

10h30min | Informes administrativos e mensagem do congresso

Dia 28 de outubro – Terça feira

11h15min | Celebração de encerramento Grupo do Rio Grande do Sul

10h00min | Intervalo para café.

07h30min | Café da manhã

LOCAL: Centro Pastoral Santa Fé. Via Anhanguera km 25,5 s/n São Paulo /SP - 05276-000 Fones: (0XX11) 3916-6200 / 3911-0191. Veja como chegar www.pastoralsantafe.com.br

08h00min | Oração da Manhã – Grupo do Paraná 09h00min | A comunicação na assistência religiosa aos doentes – Maria Júlia Paes da Silva

FICHA DE INSCRIÇÃO O depósito para o pagamento da inscrição deverá ser feito em nome de: Província Camiliana Brasileira - Banco Bradesco – Agência 0422-7 – Conta corrente 89407-9. Após o depósito, mandar esta ficha e o comprovante bancário do depósito para o endereço Rua Barão do Bananal, 1125 - CEP 05024-000 - São Paulo – SP. Você também poderá mandar a ficha e o comprovante pelo Fax. (11) 3862-7286, ramal 6 ou por e-mail: icaps@camilianos.org.br Nome: Endereço:

Bairro: CEP:

Cidade: -

Fone:

Estado: -

Taxa de inscrição: R$ 35,00 | Hospedagem com refeições: R$ 125,00. | Diária sem hospedagem: R$ 40,00. | Diária sem hospedagem e sem jantar: R$ 35,00 Maiores informações com Cláudia: das 8h às 17h30 | Fone (11) 3862-7286 ramal 3 | E-mail: icaps@camilianos.org.br Observação: A taxa referente a hospedagem deve ser paga à Casa Santa Fé no local do evento.


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TEORIA E PRÁTICA SOBRE OS ALIMENTOS

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os últimos anos, estudos levaram alguns alimentos a conquistar o título de aliados da saúde. Porém, na prática, especialistas afirmam que muitas variáveis interferem no efeito desses alimentos sobe o organismo. Salmão: Teoria: Rico em ômega 3, substância que previne infartos e derrames ao reduzir os índices de triglicérides e evitar o entupimento das artérias. Prática: O salmão com propriedades antioxidantes é o proveniente de águas geladas e profundas, que se alimenta de um tipo especial de alga. Hoje, não é difícil encontrar salmão cultivado em cativeiro com vitamina A, que dá mais cor ao peixe. Assim, ele perde boa parte de seus antioxidantes. Azeite de oliva: Teoria: O azeite é uma das melhores fontes de gordura insaturada. Considerado grande aliado da saúde cardiovascular, limpa as artérias. Ajuda a reduzir as taxas do mau colesterol, o LDL, e a elevar as do bom colesterol, o HDL. Prática: A maioria dos estudos sobre os benefícios do azeite, é feita com base nas azeitonas provenientes da região mediterrânea. Devido ao tipo de solo e à maneira como são colhidas, são superiores às demais na prevenção aos problemas cardiovasculares. O melhor azeite é o tipo extra virgem. Se levado ao fogo, o produto perde suas propriedades antioxidantes. Soja: Teoria: O grão é rico em isoflavonas, substâncias que agem na prevenção de alguns tipos de câncer e de doenças cardíacas, pois reduzem o colesterol total e aumentam o bom (HDL). Prática: Os estudos sobre a soja são feitos com a proteína isolada do grão. Para saber quais alimentos industrializados são ricos em isoflavonas, deve-se procurar no rótulo a informação de que o produto é feito à base de isolado protéico de soja. A soja de pacote, tipo amendoim, é um aperitivo, sem muitas propriedades benéficas. Tomate: Teoria: O licopeno do tomate é considerado poderoso na prevenção do câncer de próstata. Prática: Os benefícios do tomate também dependem da forma de cultivo e armazenamento. Tomates produzidos em grande escala, amadurecidos artificialmente e conservados em geladeira não têm tantas propriedades benéficas. Alho e cebola: Teoria: Ambos os alimentos possuem antioxidantes e fitoquímicos relacionados à vasodilatação. Fitoquímicos também ajudam a prevenir males do coração. Prática: Alho e cebola só protegem o coração quando ingeridos crus. Depois de cozidos, são ricos em fibras, mas perdem grande parte dos antioxidantes e fitoquímicos. Artigo extraído do jornal Correio Riograndense, de 11/07/2007.

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PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU EBIOÉTICA E PASTORAL DA SAÚDE O curso de Pós-graduação Lato Sensu em Bioética e Pastoral da Saúde do Centro Universitário São Camilo, foi implantado em julho de 1997. Na linha do Carisma Camiliano, tem como objetivo desenvolver a formação humana e cristã junto com a técnico-científica na área da saúde. Suas linhas temáticas fundamentais inspiram-se no CAMILLIANUM, Instituto Internacional de Teologia Pastoral da Saúde, com sede em Roma. Público alvo: o curso se propõe a capacitar profissionais da saúde e agentes de Pastoral da Saúde, religiosos (as), padres, pastores (as), capelães hospitalares, leigos (as), no âmbito da bioética e de Pastoral da Saúde. Trata-se, portanto de um serviço que os Camilianos prestam à Sociedade e à Igreja.

Currículo: Módulo II (5 a 30 de janeiro de 2009) - Metodologia da Pesquisa Científica; Antropologia filosófico-teológica na contemporaneidade; Liturgia no mundo da saúde: celebrações e sacramentos; Introdução à Administração Hospitalar, Comunicação e relação de ajuda no mundo da saúde. Módulo III – (Julho de 2009) Bíblia e Saúde; Saúde e Direito; Questões de Bioética ligadas ao final da vida humana e Fundamentos Filosóficos da Bioética: o Nascer, o Viver e o Morrer. Módulo I (Janeiro de 2010)- Saúde no Brasil: realidades e perspectivas; Pastoral da Saúde: fundamentos, diretrizes de ação da CNBB e perfil da capelania hospitalar; Bioética: gênese, desenvolvimento, abrangências temáticas e perspectivas para o século XXI; Questões de Bioética ligadas ao início da vida humana e Psicologia no contexto da saúde. Carga horária: 468 horas Atenção! Os interessados em obter bolsas de estudos, deverão solicitar previamente mandando uma carta ao Pe. Leocir Pessini, Superintendente da União Social Camiliana entrar em contato previamente com a Coordenação direção do Centro Universitário São Camilo.

Local: Centro Universitário São Camilo – Campus Pompéia Rua Raul Pompéia, 144 – Pompéia – CEP 05025-010 – São Paulo – SP Condições para cursar: Ter um curso superior completo reconhecido pelo MEC. Maiores informações: http://www.scamilo.edu.br | 0800-178585


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MÉDICOS PESQUISAM OS EFEITOS DA RELIGIOSIDADE SOBRE O ORGANISMO

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urante séculos, religião e ciência seguiram caminhos nem sempre coincidentes. Hoje, porém, afirmar que a religiosidade afeta o corpo e a mente já não causa desconfiança. Ao contrário, cada vez mais práticas como oração e meditação vêm se tornando alvo de estudo de pesquisadores da área da saúde, que investigam, em todo o mundo, os efeitos da fé sobre o organismo humano. Segundo recente pesquisa realizada nos Estados Unidos, são muitos os médicos que admitem uma ligação entre fé e saúde. Mais de metade (56%) dos profissionais entrevistados afirmaram acreditar que a religião e a espiritualidade têm influência significativa na saúde dos pacientes, independente de qual é a crença. Publicado no Jornal da Associação Médica Americana (Jama), o estudo ouviu 2.000 médicos de diferentes especialidades. Benefícios Estudo publicado recentemente na revista científica oficial da Academia Americana de Neurologia sugere que níveis mais elevados de espiritualidade e de práticas religiosas individuais estão associados a uma progressão mais lenta da doença de Alzheimer. Diferentes pesquisas já associaram a religiosidade à menor frequência de sintomas de depressão e de estresse,

menos comportamento de risco e melhor funcionamento do sistema imunológico, ou seja, adoecem menos e quando doentes superam melhor a enfermidade. Atualmente, há uma tendência em avaliar a saúde do homem sob uma perspectiva mais global, que envolve fatores espirituais, psicológicos e sociais, além das causas físicas. Há várias hipóteses para explicar como a fé influencia a saúde. Uma delas defende que pessoas ligadas à religião possuem uma rede de apoio social mais forte. Outros estudiosos indicam que, com fé, as pessoas encontram um sentido na vida, o que as ajuda a viver melhor, com mais esperança e atitude positiva. A fé traz sensação de paz interior, refletindo no processo de saúde como um todo. Outra explicação é que, em geral, uma pessoa religiosa tende a evitar comportamentos de risco. Porém, também há pessoas que aceitam tudo passivamente, acreditando que um poder maior pode resolver os problemas e negando qualquer tratamento médico. Enquanto a maioria das pesquisas busca mostrar como a religiosidade de determinado paciente age em seu próprio organismo, um estudo brasileiro mostrou o efeito de orações feitas por religiosos, à distância, sobre as células humanas. A pesquisa conduzida pelo médico e professor de Imunologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, Carlos

Eduardo Tosta, envolveu 52 voluntários, estudantes de medicina da universidade. O estudo revelou que um dos principais mecanismos de defesa do corpo, a fagocitose, pode ser estabilizado com preces feitas à distância. A cada semana, uma dupla de voluntários, do mesmo sexo e da mesma idade, fornecia amostras de sangue e respondia a um questionário sobre estresse. A fotografia de um desses voluntários era enviada a dez religiosos de diferentes credos, que semanalmente oravam para essa pessoa. A metodologia usada impedia que os pesquisadores soubessem quem estava recebendo as orações, para evitar conclusões induzidas. A análise dos exames de sangue feita após a semana de preces apontava maior estabilidade dos fagócitos – células de defesa do organismo – dos alunos que receberam as orações em relação aos seus exames anteriores. O procedimento foi repetido com o grupo de alunos que não havia recebido as preces no primeiro momento e os efeitos benéficos se repetiram. Apesar dos resultados da pesquisa, a explicação está longe de ser alcançada. “Quando testamos medicamentos novos, é possível quantificar os dados, mas a qualidade de uma prece é imensurável”, declarou Carlos Tosta. Artigo extraído do Jornal Correio Riograndense.

Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde Tel. (11) 3862-7286, ramal 3 e-mail: icaps@camilianos.org.br Rua Barão do Bananal, 1.125 05024-000 São Paulo, SP

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