Junho de 2010 ANO XXVII - nº 286 PROVÍNCIA CAMILIANA BRASILEIRA
PLANEJAMENTO URBANO: ESSENCIAL PARA A SAÚDE PÚBLICA ALEXANDRE ANDRADE MARTINS A urbanização é um processo praticamente irreversível em todo o mundo. Cada vez mais as pessoas estão saindo da zona rural para irem viver nas cidades, aonde vão se formar grandes aglomerados humanos. Os motivos desse êxodo do campo para a cidade sãos os mais variados possíveis, mas o que mais se destaca é a busca de melhores condições de vida. O processo de urbanização não foi algo pensado e, geralmente, ainda não o é. Muitas cidades, que nasceram em torno de um pequeno comércio, não foram planejadas para se tornarem uma grande metrópole, mas isso aconteceu em inúmeras delas de forma descontrolada e desorganizada. Apenas de alguns anos para cá, começou-se a perceber os gigantescos problemas que a falta de planejamento urbano trouxe e a necessidade urgente de se fazer algo, pois as consequências estão sendo grandes e poderão ser desastrosas. Atenta ao problema do acelerado processo de urbanização e às consequências à saúde das pessoas, a Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 07 de abril deste ano, dia Mundial da Saúde, chamou-nos à atenção para a questão do planejamento urbano, pois ele é essencial para saúde. Nesse dia, a OMS lançou o apelo: “Planejamento urbano: essencial para a saúde pública”, título que demos para este nosso pequeno artigo. O assentamento urbano tem um impacto direto na saúde das pessoas que vivem nas cidades. Precisamos tomar consciência que o planejamento urbano é fundamental
para a construção de um mundo saudável no século 21. Esse apelo da OMS quer chamar à atenção das autoridades públicas e políticas, os habitantes das cidades e de todos aqueles que se dedicam a defender e promover uma vida mais saudável, para voltarem os seus olhares para as desigualdades no quesito saúde existente nas cidades e a importância de se tomar uma atitude para melhorar a saúde e vida dos mais pobres, que são, sem dúvida, os primeiros a sofrerem com a urbanização. A OMS apresenta alguns dados sobre a velocidade da urbanização. Há trinta anos, 04 entre 10 pessoas viviam nas cidades. Estima-se que em 2050 esse número crescerá de 07 para cada 10 pessoas. Um processo muito rápido que afeta toda a maneira de viver e de lidar com o mundo. Já sentimos mudanças significativas no nosso padrão e estilo de vida, no nosso comportamento social e de atenção com a saúde. A busca pela vida nas cidades tem sido cada vez maior. A Dr.ª Margaret Chan, diretora-geral da OMS, disse: “em geral as populações urbanas estão melhores que as populações rurais. Elas tendem a ter mais acesso a serviços sociais e de saúde, sua expectativa de vida é mais longa. Mas cidades podem também ter ameaças à saúde de forma concentrada, tais como: inadequado saneamento básico e coleta de lixo, poluição, alto índice de acidentes de trânsito nas ruas e rodovias, surtos de doenças infecciosas e estilo de vida não saudável.” Essa
concentração de riscos à saúde e à qualidade de vida presentes nas cidades torna a saúde urbana um problema de saúde pública, que exige um planejamento urbano capaz de atender melhor o processo de urbanização e um ataque direto para que se evite o aumento de doenças de ambientes de riscos à saúde. Na urbanização não planejada há uma tríplice ameaça à saúde da população, de acordo com a OMS: a proliferação de doenças contagiosas que espalham rapidamente em meio aos aglomerados humanos; maior risco de doenças crônicas não-transmissíveis como diabetes e doenças do coração e o aumento de estilo de vida não saudável, no qual se inclui o uso de tabaco, alimentação não saudável, sedentarismo, uso prejudicial de álcool e o castigo que a saúde urbana sofre devido aos acidentes de trânsito, às catástrofes, à violência e ao crime. Nesse contexto problemático da urbanização desenfreada e não planejada, a OMS propõe ações criativas para melhorar a saúde e a vida das populações urbanas. Ela propõe cinco ações criativas para proporcionar melhora nas condições de saúde das pessoas nas cidades: 1. Promover o planejamento urbano para comportamentos saudáveis e de segurança; 2. Melhorar as condições da vida urbana; 3. A s s e g u r a r u m a g e s t ã o participativa; 4. Construir cidades que são
Ano XXVII - nº 286 - Junho de 2010 - BOLETIM ICAPS
acessíveis e compatíveis às necessidades dos cidadãos de todas as idades; 5. Fazer com que as cidades sejam resilientes a desastres e a emergências. Esse conjunto de ações criativas propostas pela OMS é apenas uma pequena amostra do que se pode fazer para favorecer a saúde urbana. Elas precisam ser adaptadas de acordo com cada realidade. Por mais que a urbanização e as consequentes ameaças à saúde dos habitantes das cidades sejam um fenômeno global, há particularidades em cada localidade, o que exige ações contextualizadas. O diretor-geral assistente da OMS, Dr. Ala Alawan, disse que para haver ações efetivas nessa problemática da saúde urbana são necessárias atitudes politicamente coordenadas e ações por meio de múltiplas áreas, como o meio ambiente, o transporte, a educação, a recreação, o lazer e o planejamento da urbanização. “Nós estamos em um
momento crítico na história, no qual nós podemos fazer a diferença”, diz Dr. Alawan, manifestando o seu otimismo e compromisso. A saúde urbana é um grande desafio aos homens neste século. Precisa-se ater melhor a esse problema e tomar atitudes para promoção de uma vida mais saudável. Grandes metrópoles possuem grande desigualdade social; se por um lado geram muita riqueza econômica, por outro, essa riqueza está nas mãos de poucos e gera muita pobreza. Se há maior conforto e segurança no encontrar meios para cuidar da saúde, há também muita injustiça, pois apenas os que estão nos bairros ricos encontram essa segurança, enquanto os pobres ficam nas periferias e favelas entregues à própria sorte. Essa injustiça e desigualdade é uma característica presente na urbanização no nosso país e um desafio para a Pastoral da Saúde. Todos os agentes ligados à Pastoral da Saúde precisam estar
2
atentos a essa questão da saúde urbana e o planejamento urbano como essencial para a saúde pública, como a OMS chama à atenção. É necessário estudar e conhecer melhor a realidade das cidades brasileiras e da sua população para poder pensar em ações pastorais e sociais em vista da saúde da população urbana. A OMS no dia Mundial da Saúde apenas chamou à atenção para a essa problemática, mas promete para o segundo semestre um relatório detalhado sobre a saúde urbana no mundo. Enquanto isso é preciso começar a refletir sobre o que fazer para melhorar a saúde das populações urbanas. Claro que esse não é o único problema para a saúde do povo, mas é um problema que merece atenção de forma mais organizada, pois ainda não se sabe lidar com os desafios da urbanização. Alexandre Andrade Martins é religioso camiliano e diretor do ICAPS.
A PROVÍNCIA CAMILIANA BRASILEIRA TEM NOVO PROVINCIAL É com muita alegria que a redação do Boletim ICAPS comunica a eleição do Pe. Leocir Pessini como o novo Provincial da Província Camiliana no Brasil. O Provincial é o animador espiritual e primeiro responsável por todos os padres e irmãos camilianos brasileiros. Além dessas funções religiosas, ele também é o presidente de todas as entidades camilianas no Brasil, entidades, juntamente com os religioso, presentes em todas a regiões do nosso país, a serviço da promoção da saúde e da vida do nosso povo. Um pequeno histórico do Pe. Léo, como é conhecido: Nasceu em Joaçaba, SC, em 14/05/1955, admitido no Seminário menor de Curitiba (PR) em 11 de fevereiro de 1971. Professou os votos solenes em 25/01/1978. No dia 07/12/1980 foi ordenado presbítero na Igreja Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, em São Paulo. De 1982 a
1993 atuou como capelão do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Diretor do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde. Entre os anos de 1993 a 1995 foi superior do Seminário Maior São Camilo e Mestre dos Clérigos e, nesse mesmo período, atuou como Coordenador Nacional da Pastoral da Saúde da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Doutor (2001) e M e s t r e ( 1 9 9 0 ) e m Te o l o g i a Moral/Bioética, pela Pontificia Universidade Católica de São Paulo. Pós-graduado em Educação Pastoral Clínica (Clinical Pastoral Education) no St. Luke's Medical Center em Milwaukee (WI), nos EUA (19821983/1985-1986). Algumas das funções exercidas até o presente momento: Superintendente da União Social Camiliana, entidade Mantenedora do Centro Universitário São Camilo - São Paulo e Espírito
Santo, desde 1997. Professor de bioética pelo Centro Universitário São Camilo (SP); Assessor da equipe de apoio da Pastoral da Saúde do Departamento de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) – Bogotá – Colômbia; Membro da comissão técnico-científica da coordenação Nacional da Pastoral da Saúde/CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil); Presidente da Sociedade Brasileira de Teologia Moral (2009-2011).
Ano XXVII - nº 286 - Junho de 2010 - BOLETIM ICAPS
3
ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS PADRE TADEU DOS REIS ÁVILA Ele está no meio de nós. Esta é sem dúvida a maior profissão de fé que nós cristãos fazemos em cada celebração eucarística. Ele (Jesus de Nazaré) está no meio de nós. A Eucaristia é por excelência este sinal sensível e visível da presença de Nosso Senhor no meio de nós. É este Deus de ternura que não tendo uma forma mais ousada para permanecer no nosso meio escolheu a forma de alimento. To d o s e r h u m a n o t e m necessidade de alimento. Ninguém de nós conseguiria viver por muito tempo sem alimentação. Temos necessidade de alimentarmo-nos bem para ter forças para os afazeres do dia-a-dia. O Cristão que deseja viver sua fé tem necessariamente de se alimentar da Eucaristia. O Cristão, o agente de pastoral da saúde, que não se alimenta da Eucaristia permanecerá um cristão medíocre. Ele está no meio de nós! Que alegria, que consolação maior desejaria o ser humano de saber que nós não estamos trabalhando sozinhos, mas é Ele que sustenta nossa fragilidade e caminha à nossa frente? Cada vez que participamos da Eucaristia somos alimentados e enviados Dele para ser sacramento, sinal do Seu amor para conosco e para todos aqueles que sofrem. Como padre não existe alegria maior quando celebro a Santa Missa quotidianamente. Mas esta alegria redobra quando vou levar Jesus sacramentado a meus irmãos enfermos, porque mesmo que nenhum fiel esteja me acompanhando, eu tenho a certeza de que não estou sozinho. É Nosso Senhor que me leva. E cada vez mais tenho refletido sobre esta realidade, o que tem me ajudado aprofundar esta dimensão luminosa da fé de que: Ele está no meio de nós. Quando visito um enfermo como agente de pastoral ou, no meu caso, como padre, não estou levando a mim mesmo, por mais que a nossa visita seja importante. O enfermo fica muito feliz em receber visitas ilustres, mas
quando visitamos em nome da Igreja, a visita mais ilustre não é nem eu nem você, mas é Nosso Senhor que quer e deseja ir ao encontro dos que sofrem. Não faz muito tempo estava visitando o hospital da cidade onde trabalho. Alí estava uma fiel da nossa comunidade internada na UTI, pois tinha feito uma c i r u rg i a d e l i c a d a e e s t a v a s e recuperando. Quando ela me viu, seus olhos brilharam de alegria e foi logo dizendo: “Padre, que bom que o senhor veio! O senhor trouxe a Eucaristia? Eu preciso me alimentar da Eucaristia para ter forças.” A angustia, o desejo daquela senhora para receber a Eucaristia traduzia toda fome que o ser humano tem de unir-se a Deus especialmente no momento do sofrimento. Quando Ele está no meio de nós até a dor é diminuída. Amigos e irmãos padres e agentes de pastoral da saúde, não privemos nossos irmãos Enfermos de receber o pão da vida. A fecundidade de nosso trabalho pastoral não depende de nossos programas, por mais eficientes que sejam, mas do tempo a que dedicamos aos membros sofredores de Cristo que são os Enfermos. O tempo que gastamos diante de Jesus Sacramentado ou levando a Eucaristia para os enfermos não é tempo perdido. Pois sabemos que quando a Eucaristia (Jesus de Nazaré) penetra em nossa vida começaremos a nos tornar mais sensíveis ao sofrimento dos outros. A Eucaristia, lembrava o Papa João Paulo II, vai despertando em nós e nos mostrando que valor tem cada pessoa, nosso irmão e irmã, aos olhos de Deus, se Cristo se oferece a si mesmo a cada um igualmente, sob a forma de pão e de vinho. Se nossa participação na Eucaristia for autêntica, cresceremos em consciência da dignidade de cada pessoa humana. Ele está no meio de nós e caminha conosco. Na nossa vida diária não poucas vezes fazemos a experiência do abandono, da derrota, da desilusão e andamos pelos caminhos da vida com o ar sombrio, como os discípulos de
Emaús: ao longo do caminho das nossas dúvidas, com inquietações e às vezes amargas desilusões, o divino viajante continua a fazer-se nosso companheiro. A presença do Divino Mestre alegra e entusiasma o coração dos discípulos para assumir a missão. Os discípulos de Emaús sentiam o coração em chama quando Jesus, nas vestes de um peregrino desconhecido, lhes explicava as Escrituras e, finalmente, ao partir o pão, o reconhecem: “O rosto de Jesus desapareceria, mas o Mestre permanecia sob os véus do pão partido, diante do qual seu olhos se haviam aberto” (MND, n.1). Eles, então, “partem imediatamente” para comunicar aos amigos o que tinha visto e ouvido. “O encontro com Cristo, continuamente aprofundado na intimidade eucarística, suscita na Igreja e em cada cristão a urgência de testemunhar e evangelizar” (MND, n.24). Testemunhar Jesus Cristo presente em nossa realidade, capaz mudar a vida e o mundo quando o acolhemos, é a urgência maior de nossos irmãos e irmãs mergulhados numa cultura que pouco lhes oferece para viver (Cf. CNBB, 80). Jesus está no meio de nós para nos encorajar. São Camilo teve vários momentos em que faltou pouco para desistir de tudo, mas a presença do Senhor não permitiu que este gigante da caridade sucumbisse em meio às tentações. A fonte inspiradora de Camilo estava sempre na Eucaristia. Ele confiava a Jesus sacramentado as suas angústias, os seus desejos e as necessidades. Quando essas necessidades eram mais sérias, reunia os seus religiosos, levava-os à Igreja, abria o sacrário e ficava com eles em longa e devota adoração. Camilo introduziu também a comunhão frequente nos hospitais. Graças a Camilo esta prática (que não era costume na época) se difundiu rapidamente nos hospitais. A cerimônia realizava-se no primeiro domingo de cada mês. Na tarde do dia anterior ao da comunhão, os doentes e funcionários se
Ano XXVII - nº 286 - Junho de 2010 - BOLETIM ICAPS
confessavam. De manhã cedo trocavam a roupa dos doentes, arrumavam as camas e faziam limpeza nas enfermarias. Um padre celebrava a missa na enfermaria principal, enquanto algum coral de Roma entoava cânticos de Palestrina ou de outros compositores. Camilo, antes e depois da comunhão, fazia fervorosas exortações. Durante a comunhão seguia à frente do sacerdote e preparava os doentes para receber a comunhão com o máximo de devoção possível. Nobres de Roma e homens piedosos levavam velas acesas para honrar Jesus sacramentado. Queria que os doentes internados no hospital tivessem sempre a Eucaristia perto de si, como no hospital do Espírito Santo, em Roma. Quando assumiu o serviço do hospital da Anunciação, em Nápoles, uma das primeiras modificações que introduziu foi a de colocar o SS. Sacramento numa sala perto da enfermaria principal para conforto dos doentes e para facilitar a administração do viático aos moribundos. Alguns dos encarregados da administração do hospital acharam exagerada a atitude de Camilo e reclamaram. Camilo perguntou a um deles: “Se Vossa senhoria estivesse de cama doente e ficasse grave de repente e precisasse receber o viático, mas por ter que buscá-lo tão longe não chegasse a tempo, gostaria de morrer sem ele?” Pouco tempo depois o fato aconteceu justamente com aquele senhor. Numa das primeiras regras que escreveu para companhia dos seus recomendava a respeito da comunhão: “Os irmãos que trabalham no hospital procurem com diligência que os doentes que vão comungar estejam bem preparados, ensinado-lhes o que devem fazer antes da comunhão e como devem comportarse depois dela. Tenham presente que
muitos doentes não conseguem engolir a hóstia consagrada, pois adere ao paladar. Isso acontece com os doentes graves, que estão com a boca seca, e com as pessoas muito simples. Portanto, dê-se muita atenção a coisa de tamanha importância e tome-se cuidado para que os doentes não escarrem logo após a comunhão”. “Quando o sacerdote distribuir a Sagrada comunhão aos doentes, deverá ser acompanhado por quatro irmãos, vestido de sobrepeliz, com quatro velas acesas. O irmão enfermeiro geral colocará as toalhas e os outros irmãos, com vela acesa, dêem água para purificação e tomem cuidado para que o SS. Sacramento não fique preso na boca dos doentes e, além disso, lembre-lhe algo espiritual” (Orientações de São Camilo). Todas estas orientações de São Camilo, o cuidado que ele tinha para com a Eucaristia, demonstram esta consciência que ele tinha da presença do Senhor no meio de nós. Conheci, não faz muito tempo, uma agente da pastoral da saúde que levava a comunhão todos os domingos para alguns enfermos da paróquia. Após a Santa Missa ela pegava a comunhão e antes dela chegar à casa dos destinatários da comunhão, Jesus Sacramentado fazia uma verdadeira peregrinação pela paróquia. Ao sair da paróquia ela passava na padaria, na feira, no mercado, na casa das amigas etc. São Camilo certamente ficaria muito triste com tais atitudes. Quando vamos levar a comunhão para os enfermos não devemos ter outra ocupação e aproveitar este momento único para dialogar com Ele. Não estou levando apenas uma “bolachinha” para os enfermos, mas levando aquele que é caminho, verdade e vida. Aproveitemos este momento para o nosso colóquio com Ele. Quanta coisa temos a dizer-Lhe e quanta coisa
4
precisamos escutar dele. A missão de quem participa da Eucaristia e a leva para os enfermos é, de algum modo, continuar a ação eucarística no mundo, na vida cotidiana, na transformação das realidades e transfiguração das realidades terrestres. A missão do cristão agente da pastoral da saúde é fazer da presença da Igreja no mundo do sofrimento uma presença eucarística, transformadora, libertadora. Não devemos pensar que esta missão é difícil. Lembremos a semente, o grãozinho que todos podemos plantar. Não pensemos em grandes projetos, mas no passo que eu posso dar hoje. Jesus é nosso “pão”, o alimento. Mas não fazer isso apenas com as palavras, mas com toda a sua vida. Acolher Jesus e ser missionário e missionária dele junto aos que sofrem não é apenas crer em algumas verdades ou uma doutrina, mas seguir o mesmo caminho de doação, caminho que culmina na maior expressão de amor que existe: “dar a vida por seus amigos” (Jo 15,13). E de fato Jesus dá a sua carne (a sua existência humana) “para a vida do mundo”. Esta também é nossa missão. A Eucaristia é o alimento da imortalidade. O Enfermo ao ser confortado pela sagrada comunhão, recebe não só a força, a graça desse sacramento, mas a garantia da vida eterna, segundo a Palavra do Senhor: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue possui a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6,54). Jesus na Eucaristia é o divino Samaritano que vem ao nosso encontro para nos alimentar, e nos encorajar na nossa missão de ser no mundo sacramento, sinal sensível de seu amor para com toda a humanidade. a
Padre Tadeu dos Reis Ávila é camiliano e atua em Monte Santo de Minas - MG
Padres e Irmãos Camilianos a Serviço da Vida “Estive enfermo e me visitaste” (Mt 25,36) Serviço de Animação Vocacional Rua Barão do Bananal, 1125 – 05024-000 São Paulo – SP - Tel. (11) 3872-7063 vocacional@camilianos.org.br - www.camilianos.org.br
Ano XXVII - nº 286 - Junho de 2010 - BOLETIM ICAPS
5
DICAS DE SAÚDE: ACABE COM A DOR NAS COSTAS A
Você não aguenta mais sentir dor? Que tal respeitar as curvaturas naturais de sua coluna vertebral e adotar uma boa postura? Qualquer posição que altere a curvatura regular aumenta a pressão sobre a coluna e, com o tempo, acaba provocando dor. Ter boa postura significa sustentar o corpo no seu alinhamento correto – e isso também quer dizer tomar cuidado para não exagerar na compensação: manter as costas retas demais submete a coluna a tanta pressão quanto arqueá-las. Um dos problemas da má postura é que ela pode se tornar um hábito: com o tempo, músculos e ligamentos das costas começam a se alongar ou a se encurtar, dando a impressão de se estar numa postura natural. Bons hábitos – postura correta, técnicas adequadas para erguer objetos e exercícios físicos de fortalecimento e flexibilidade – diminuem o risco de dores. Leia as dicas a seguir e dê adeus à dor nas costas.
BOA POSTURA AO DORMIR A
Embora o peso das costas sobre a coluna diminua bastante quando se está deitado, é comum, durante o sono, adotar uma posição inadequada sem se dar conta dela.
Evite deitar de barriga para baixo, com o pescoço virado para o lado, e não fique muito tempo na mesma posição. A maioria das pessoas passa de seis a oito horas por noite na cama; portanto vale a pena assegurar-se de que o colchão e o travesseiro ofereçam uma boa sustentação. Procure um colchão de consistência adequada: com densidade compatível com seu peso corporal. Escolha um que ceda o suficiente para se adaptar a seus contornos, mas no qual você não afunde; a coluna deve manter as curvaturas naturais. Lembre-se de virar o colchão de lado com frequência. Seu travesseiro deve sustentar o pescoço alinhado com o restante da coluna vertebral. Se for muito alto ou houver muitos deles, a cabeça poderá ficar elevada demais; se muito fino, poderá deixar a cabeça pendente. Camas espaçosas ajudam a evitar posições restritas. Experimente vários tipos na hora de comprar a sua. Deite-se nela por alguns minutos e vire-se para os lados, algumas vezes, antes de comprá-la.
BOA POSTURA NO ESCRITÓRIO A
A má postura sentada é a principal causa de problemas nas costas. Esta posição submete a coluna vertebral a uma pressão
maior do que a posição em pé ou andando – mesmo ao se sentar ereto, o peso das costas exerce cerca de 50% mais pressão sobre a região lombar do que a posição em pé. Ter uma boa postura quando se está sentado é mais importante ainda se você tiver de passar longos períodos a uma mesa de escritório ou em frente ao computador. Tente se levantar e caminhar a cada 20 minutos. Alongue o pescoço e gireo para um lado e para o outro, gire os ombros e depois encolha-los, alongue seus braços e as costas a fim de relaxar a coluna vertebral. Você também pode assumir outras posições sentadas durante curtos períodos, mas tente ficar a maior parte do tempo na posição ideal.
A
SUSPENDER E EMPURRAR OBJETOS A
Suspender objetos da forma errada é a causa mais comum de dor aguda nas costas e, por exacerbar qualquer fraqueza já existente, pode também causar problemas crônicos e lesões na região. Você pode reduzir o risco de lesão erguendo objetos da forma correta: dobrando os joelhos e descendo o corpo, sem arquear as costas. Mas nem mesmo a melhor técnica vai eliminar os riscos por completo; por isso confira o peso do objeto antes de levantá-lo; se perceber que está se excedendo, chame alguém para ajudar. Se tiver de erguer um objeto que esteja acima da altura dos ombros, utilize
Ano XXVII - nº 286 - Junho de 2010 - BOLETIM ICAPS
uma escada para evitar esforço excessivo. Empurrar e puxar objetos pesados também pode contribuir para problemas nas costas, como entorses e distensões. Se possível, prefira empurrar em vez de puxar um objeto pesado. Para conseguir
6
mais força, dobre os joelhos e use as pernas em vez das costas, e preste atenção a mudanças súbitas na resistência. Artigo extraído da revista Seleções dez/2008.
SER CAMILIANO FAZ A DIFERENÇA VESTIBULAR SÃO CAMILO INSCRIÇÕES ABERTAS PROVA: 20 DE JUNHO
O Boletim ICAPS é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde e Bioética - Província Camiliana Brasileira. a
Presidente: Leocir Pessini Conselheiros: Ariseu Ferreira de Medeiros, Antonio Mendes Freitas, Olacir Geraldo Agnolin e Arlindo Toneta. Diretor-Responsável: Alexandre Andrade Martins Secretária: Cláudia Santana Revisão: Adailton Mendes da Silva Redação: Rua Barão do Bananal, 1.125 Tel. (11) 3862-7286, ramal 3 05024-000 São Paulo SP e-mail :icaps@camilianos.org.br Periodicidade: Mensal Prod. Gráfica: IGM3 Tiragem: 2.500 exemplares A
Assinatura: O valor de R$15,00 garante o recebimento, pelo Correio, de 11 (onze) edições (janeiro a dezembro). O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, agência 0422-7, conta corrente 89407-9. A
0800 17 8585
www.saocamilo-sp.br
A reprodução dos artigos do Boletim ICAPS é livre, solicitando-se que seja citada a fonte. Pede-se o envio de publicações que façam transcrição.
IMPRESSO