SÃO CAMILO PASTORAL DA SAÚDE INFORMATIVO DO INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE ANO XXIX N.325 DEZEMBRO 2013
A ARTE DE CUIDAR DOS ENFERMOS LEONARDO BOFF
O cuidado, mais que uma técnica ou uma virtude entre outras, representa uma arte e um paradigma novo de relação para com a natureza e com as relações humanas, amoroso, diligente e participativo. Tenho tomado parte de muitos encontros e congressos de operadores de saúde com os quais pude dialogar e aprender, pois o cuidado é a ética natural desta atividade tão sagrada. Retomo aqui algumas ideias referentes às atitudes que devem estar presentes em quem cuida de enfermos, seja em casa ou no hospital. Vejamos algumas delas entre outras. COMPAIXÃO: é a capacidade de colocar-se no lugar do outro e sentir com ele. Não lhe dar a impressão que está só e entregue à sua própria dor. TOQUE DA CARÍCIA ESSENCIAL: tocar o outro é devolver-lhe a certeza de que pertence à nossa humanidade. O toque da carícia é uma manifestação de amor. Muitas vezes, a doença é um sinal de que o paciente quer se comunicar, falar e ser ouvido. Quer identificar um sentido na doença. O enfermeiro ou a enfermeira ou médico e a médica podem ajudá-lo a se abrir e a falar. Testemunha uma enfermeira: “quando te toco, te cuido; quando te cuido te toco; se és um idoso, te cuido quando estás cansado; te toco quando te abraço; te toco quando estás chorando; te cuido quando não estás mais podendo andar”. ASSISTÊNCIA JUDICIOSA: O paciente precisa de ajuda e a enfermeira ou o enfermeiro desejam cuidar. A convergência destes dois movimentos gera a reciprocidade e a superação do sentimento de uma relação desigual. A assistência deve ser judiciosa: tudo o que o paciente puder fazer, incentivá-lo a fazer e assisti-lo somente quando já não o pode fazer por si mesmo. DEVOLVER-LHE A CONFIANÇA NA VIDA: O que o paciente mais deseja é recuperar a saúde. Daí ser decisivo devolverlhe a confiança na vida: em suas energias interiores, físicas, psíquicas e espirituais, pois elas atuam como verdadeiras medicinas. Incentivar gestos simbólicos, carregados de afeto. Não raro, os desenhos que a filhinha traz para o pai doente, suscitam nele tanta energia e comoção que equivale a um coquetel de vitaminas. FAZÊ-LO ACOLHER A CONDIÇÃO HUMANA: Normalmente o paciente se pergunta perplexo: “por que isso foi acontecer comigo, exatamente agora em que tudo na vida estava dando certo? Por que, jovem ainda, sou acometido de grave doença”? Tais questionamentos remetem a uma reflexão humilde sobre a condition humaine que é, em todo o momento, exposta a riscos e a vulnerabilidades inesperadas.
Quem é sadio sempre pode ficar doente. E toda doença remete à saúde que é o valor de referência maior. Mas não conseguimos saltar por cima de nossa sombra e não há como não acolher a vida assim como é: sadia e enferma, bem sucedida e fragilizada, ardendo por vida e tendo que aceitar eventuais doenças e, no limite, a própria morte. É nestes momentos em que os pacientes fazem profundas revisões de vida. Não se contentam apenas com as explicações científicas (sempre necessárias), dadas pelo corpo médico, mas anseiam por um sentido que surge a partir de um diálogo profundo com seu “Self” ou da palavra sábia de um parente, de um sacerdote, de um pastor ou de uma pessoa espiritual. Resgatam, então, valores cotidianos que antes sequer percebiam, redefinem seu desenho de vida e amadurecem. E acabam tendo paz. ACOMPANHÁ-LO NA GRANDE TRAVESSIA: Há um momento inevitável que todos, mesmo a pessoa mais idosa do mundo, devem morrer. É a lei da vida, sujeita à morte: uma travessia decisiva. Ela deve ser preparada por toda uma vida que se guiou por valores morais generosos, responsáveis e benfazejos. Mas para a grande maioria, a morte é sofrida como um assalto e um sequestro, gerando sentimento de impotência. E então se dá conta de que, finalmente, deve se entregar. A presença discreta, respeitosa de alguém, da enfermeira ou do enfermeiro ou do parente próximo ou da amiga, pegando-lhe a mão, susurrando-lhe palavras de conforto e de coragem, convidando-o a ir ao encontro da Luz e ao seio de Deus que é Pai e Mãe de bondade, podem fazer com que o moribundo saia da vida sereno e agradecido pela existência que viveu. SUSSURAR-LHE AO OUVIDO: Se possui uma referência religiosa, as palavras tão consoladoras de São João: Se teu coração te acusa, saiba que Deus é maior que teu coração (3,20). Pode entregar-se tranquilamente a Deus cujo coração é de puro amor e de misericórdia. Morrer é cair nos braços de Deus. Aqui o cuidado se revela muito mais como arte que como técnica e supõe no agente de saúde densidade de vida, sentido espiritual e um olhar que vai para além da morte. Atingir esse estágio é uma missão a que o enfermeiro e enfermeira e também os médicos e médicas devem buscar para serem plenamente servidores da vida. Para todos valem as sábias palavras: “A tragédia da vida não é a morte, mas aquilo que deixamos morrer dentro de nós enquanto vivemos”. Leonardo Boff é autor de Vida para além da morte, Vozes 2012. Extraído do jornal Correio Riograndense, de 23/10/2013.
Padres e Irmãos Camilianos a Serviço da Vida JUNTE-SE A NÓS, SEJA UM CAMILIANO TAMBÉM! “Estive enfermo e me visitastes” (Mt 25,36)
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O PODER DE JESUS SOBRE AS DOENÇAS JOSÉ GERALDO VIDIGAL DE CARVALHO Inúmeras passagens dos Evangelhos mostram que Cristo, como divino taumaturgo, curou as mais variadas doenças, estando continuamente junto dos que padeciam alguma moléstia. Durante seu profícuo ministério Ele encontrou, por toda parte, enfermos em seu caminho. Assim aconteceu em Cafarnaum com a sogra de São Pedro, acamada com febre sendo que depois Ele curou naquela cidade “muitas pessoas de diversas doenças” (Mc 1,30.34). Movido de compaixão Ele restituiu a saúde aos que dele se aproximavam com profunda fé. Esta virtude era inclusive uma exigência que fazia. A dois cegos que lhe pediam a cura ele disse: “Faça-se segundo a vossa fé (Mt 9,28). Sua força divina era colocada a serviço dos que jaziam presos em terríveis enfermidades. Tendo assumido a natureza humana, Jesus se identificou com os sofredores: “Estive doente e me visitaste”. Este cuidado com os padecentes é, aliás, uma das condições para se entrar no Reino dos eleitos (Mt 25,36). Servir os doentes é servir ao próprio Cristo em seus membros que padecem. O enfermo é então a imagem e o símbolo do próprio Filho de Deus que quis conhecer nesta terra as misérias humanas, não apenas as corporais como, outrossim, as do espírito, como aconteceu na sua agonia no Horto das Oliveiras e no alto da Cruz. Como profetizou Isaías, eram nossos males que Ele suportou (Is 53,4). Como Redentor da humanidade Ele passou “fazendo o bem e curando todos os que estavam no poder do diabo” (Atos 10,38). Ele era o médico do corpo e da alma e mostrou que com sua Paixão e Morte daria um novo sentido às dores humanas, conferindo-lhes um valor de redenção, de purificação. São Paulo compreendeu isto magnificamente e disse aos Coríntios: “Trazemos em nosso corpo os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo” (2 Cor 4,10).
Neste sentido o Apóstolo mostrava aos colossenses que cumpre ao cristão “completar na sua carne o que falta aos sofrimentos de Cristo por seu corpo, que é a Igreja”. Embora se deva lutar contra a doença, valorizando o dom da vida, evitando tudo que possa prejudicar a saúde, quem passa por alguma moléstia deve se integrar no processo da auto-salvação, suportando-a em reparação das próprias faltas e das iniquidades que se cometem mundo afora. É necessário sempre esperar o momento em que Deus irá atender as súplicas e restituir a saúde. Na cura da sogra de São Pedro é de se observar que quem obtém a cura de sua doença deve se entregar ainda mais fielmente a suas tarefas diárias. Com efeito, São Marcos destaca que imediatamente aquela senhora se reintegrou a suas tarefas familiares, manifestando sua gratidão exatamente no serviço de quantos estavam naquela casa. A um curado, que desejava segui-lo, Ele disse: “Vai para tua casa, para os teus e narra-lhes tudo que o Senhor fez por ti e como grandes coisas se compadeceu de ti”. Ele partiu e começou a apregoar na Decápole as coisas que Jesus lhe tinha feito, e todos ficavam maravilhados” ( Mc 5,19-23). O melhor hino de ação de graças é, de fato, o cumprimento do dever nas tarefas que Deus destinou a cada um. “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8). O Médico divino conta com cada um de nós não apenas para que com confiança nele vençamos a doença, mas também ajudemos a todos que sofrem, levando-lhes auxílio espiritual e material. Uma das melhores contribuições para com os necessitados é ajudar, a quem precisa, a comprar os remédios prescritos pelos médicos. Jesus espera também que proclamemos por toda parte as maravilhas que ele opera em nossas vidas e isto como um ato de agradecimento. José Geraldo Vidigal de Carvalho foi Professor no Seminário de Mariana
COMO VISITAR UM DOENTE CHEGA A SUA 12ª EDIÇÃO!!!!
Mais de 25.000 exemplares vendidos. É com grande satisfação que comunicamos aos nossos leitores que o livro Como Visitar Um Doente atingiu a marca de 25 mil cópias. De fácil leitura é um livro onde o autor, Padre Anísio Baldessin, procura responder perguntas básicas tais como: quanto tempo deve demorar uma visita, o que fazer quando o doente chora, quando ele fica em silêncio ou professa uma religião diferente da minha etc. Ao longo do livro o autor dá dicas muito práticas de como agir diante de um doente em qualquer situação. Se você não leu vale a pena conferir. Para adquiri-lo, entre em contato com nossa secretaria de segunda a sexta-feira, das 08h30min às 17h30min, pelo telefone (11) 3862-7286, com Fernanda ou através do nosso e-mail icaps@camilianos. org.br . Na nossa página www.icaps.org.br você poderá visualizar toda nossa bibliografia bem como ver vídeos e materiais religiosos. O boletim “São Camilo Pastoral da Saúde” é uma públicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde - Província Camiliana Brasileira. Presidente: Pe. Leocir Pessini / Conselheiros: José Carlos Dias Sousa, Antonio Mendes Freitas, Mário Luís Kozik e Jorge Sérgio Pinto de Souza / Diretor Responsável: Anísio Baldessin /Secretária: Fernanda Moro / Projeto Gráfico e Diagramação: Fernanda Moro / Revisão: José Lourenço / Redação: Av Pompeia, 888 Cep: 05022-000 São Paulo-SP - Tel. (11) 3862-7286 / E-mail: icaps@camilianos.org.br / Site: www.icaps.org.br / Periodicidade: Mensal / Tiragem: 2.000 exemplares / Assinatura: O valor de R$15,00 garante o recebimento, pelo correio, de 11 edições. O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, Agencia 0422-7, Conta Corrente: 89407-9.
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A MORTE “CURA” ANÍSIO BALDESSIN O autor do livro Gênesis, no capítulo terceiro, versículo dezenove, afirma: “lembra-te homem que você é pó e ao pó voltará”. Portanto, mais cedo ou mais tarde viraremos pó. E isso nos assusta. Mas, para o filósofo Sêneca “não é da morte que temos medo, mas de pensar nela”. Já Stalin afirmou: “a morte é a única solução para todos os problemas”. Parece que ele tinha razão. É isso mesmo! Senão vejamos. Ela “cura”, ainda que temporariamente o problema de quem está na fila esperando por um órgão (coração, fígado, pulmão, rim, osso, pele, córnea) que substitua o seu que já não funciona mais. “Cura” o mau humor, o orgulho, as vaidades, as ideias ultrapassadas, a arrogância e a corrupção. Cura também as dores dos que com idade extremamente avançada, já não suportam mais o peso da vida e tantas outras “enfermidades” que carregamos em nosso íntimo. Além disso, nos casos das doenças incuráveis a morte pode ser a “cura” para toda dor e sofrimento que nem mesmo com os mais poderosos analgésicos, a mais sofisticada tecnologia ou a mais poderosa fé se consegue suportar. Nestas circunstâncias, a morte que é assustadora se torna um alívio. Alívio para o próprio enfermo, para os familiares que sofrem ao vê-lo sofrer, para os profissionais que muitas vezes já não sabem mais o que fazer para amenizar a situação. Pois em certos casos, até mesmos os cuidados paliativos já não resolvem mais. Por fim, alívio também para aqueles que devem arcar com as despesas da hospitalização. Além de tudo isso, a morte pode ser necessária para o bem-estar do planeta. Pois na visão do biólogo, querer vencer a morte a qualquer custo é uma atitude antibiológica. Pois se de um lado a morte fere a vida, por outro ela é geradora de vida. Isto porque se a morte não existisse, teríamos que estancar os
nascimentos. Afinal, com tanta gente no mundo, seria difícil ter uma qualidade razoável de vida e também alimento suficiente para todos. Para os cristãos o benefício mais importante da morte é a ressurreição. Ou seja, a possibilidade de viver no céu eternamente. Quem não almeja essa vida? Por isso, muitas vezes eu me pergunto: se falamos tanto da vida eterna, que só é possível graças à morte, porque rezamos tanto pedindo que Deus evite a morte de pessoas? Não seria isso uma falta de bom senso ou dúvida a respeito da vida eterna? Se desejamos o melhor para os nossos irmãos por que queremos retardar tanto sua partida deste mundo? Não seria mais lógico pedir o “descanso” da pessoa? Anísio Baldessin é padre camiliano e atua como capelão no Hospital das Clínicas da FMUSP e do Instituto do Câncer de São Paulo.
X CONGRESSO DA PASTORAL DA SAÚDE NO ESPÍRITO SANTO Tendo como tema central: Pastoral da Saúde e Juventude. Nos dias 28 e 29 de setembro, aconteceu no auditório Pe. Ângelo Brusco, do Centro Universitário São Camilo-ES, o X Congresso Diocesano de Pastoral da Saúde. Este ano, o tema central foi “Pastoral da Saúde e Juventude”. O evento, assim como nos anos anteriores, foi um sucesso e contou com a participação de voluntários da pastoral da saúde e profissionais da área da saúde, profissionais da área da educação, ministros da eucaristia e acadêmicos São Camilo. De acordo com o Coordenador Diocesano da Pastoral da Saúde e Vice-reitor do Centro Universitário São Camilo, Pe. Américo Pinho de Cristo, a temática deste ano foi muito pertinente para o atual momento da igreja católica. “Acreditamos que o tema central foi bastante adequado e provocador aos participantes, afinal abarcou palestrantes e congressistas, que manifestaram de forma envolvente suas opiniões, buscando respostas e também mostrando a realidade de seus fazeres. Sou suspeito para fazer tal avaliação, porém acreditamos que o objetivo foi 100% alcançado e a assembléia manifestou as expectativas para o próximo ano.” Ainda segundo Pe. Américo, a cooperação dos congressistas foi um dos diferenciais desta edição do congresso, “como sempre dinâmica, participativa e muito otimista. Discutir sobre desafios para o envolvimento da juventude nos trabalhos de Pastoral da Saúde foi bastante relevante”. O X Congresso da Pastoral da Saúde e Evangelização teve como objetivo aprimorar os conhecimentos dos voluntários da pastoral da saúde e profissionais da área, pessoas essas comprometidas com a solidariedade e responsabilidade social para com os demais da sociedade, em situação de maior vulnerabilidade e das necessidades básicas para a manutenção da vida e dignidade humana.
Aconteceram muitos momentos marcantes neste fim de semana de muitas bênçãos e orações, dentre eles: a mesa redonda com a participação do Pe. Enildo (Coordenador do Setor Juventude na Diocese), o prof. José Marcelo (Professor de Educação Física do Centro Universitário e Centro Educacional São Camilo), Gustavo Lins (Voluntário na Fazenda da Esperança) e Natália (Ex-interna da Fazenda da Esperança), um momento de muitos questionamentos e também esclarecimentos que inclusive emocionou a muitos. A presença tão efetiva de Pe. Gildésio da Paixão Batista, camiliano recém-chegado e responsável pela capelania do Centro Universitário e Centro Educacional São Camilo – ES. O acompanhamento de Pe. Júnior Moreira, pároco da Paróquia Santíssimo Sacramento da Eucaristia. A Palestra da Irmã Rita Zampiroli (Coord. da Pastoral do Menor), com suas coirmãs e um grupo de crianças que cantou, dançou, apresentou teatro, apresentando, os resultados de projetos simples que transformam realidades, muitas vezes miseráveis, em verdadeiros sucessos. O Reitor do Centro Universitário São Camilo – ES, Pe. João Batista Gomes de Lima, abrilhantou o congresso com sua fala sobre os 400 anos de São Camilo no mundo da saúde, despertando em todos os presentes a curiosidade em saber quem foi São Camilo e quais foram suas obras. Maravilhando a todos com um vídeo sobre a história de vida deste santo, que fez tanto bem aos mais necessitados, Pe João concluiu sua fala. Encerrando o evento, Pe. Américo agradeceu a todos pela preocupação que cada um teve em se capacitar para melhor servir os doentes e os mais necessitados de nossa Diocese. Ficou também o convite para participarem da Assembléia da Pastoral da Saúde de fim de ano, no dia 24 de novembro de 2013, neste mesmo local. Obrigado a todos. Fonte: Equipe da Coordenação Diocesana da Pastoral da Saúde.
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É NATAL! ESSE PAI NÃO MORRE
Quando eu era criança e pegava uma tangerina para descascar, corria para meu pai e pedia: “Pai, começa o começo!” O que eu queria era que ele fizesse o primeiro rasgo na casca, o mais difícil e resistente para as minhas pequenas mãos. Depois, sorridente, ele sempre acabava descascando toda a fruta para mim. Mas, outras vezes, eu mesmo tirava o restante da casca a partir daquele primeiro rasgo providencial que ele havia feito. Meu pai faleceu há muito tempo (e há anos, muitos, aliás) não sou mais criança. Mesmo assim, sinto grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, “começar o começo” de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas “tangerinas” são outras. Preciso “descascar” as dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento, os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos realizados e felizes, ou então, o enfrentamento sempre tão difícil de doenças, perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios. Em certas ocasiões, minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis… Lembro-me, então, que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para “começar o começo” era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias. Quando a vida parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus: “Pai, começa o começo!” Ele não só “começará o começo”, mas resolverá toda a situação para você. Não sei que tipo de dificuldade eu e você encontraremos pela frente em casa, no trabalho ou na vida. Sei apenas que vou me garantir no Amor Eterno de Deus para pedir, sempre que for preciso: “Pai, começa o começo!”. (autor anônimo)
FELIZ NATAL!!! SÃO OS VOTOS DE TODOS INTEGRANTES DA EQUIPE ICAPS.
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