SÃO CAMILO PASTORAL DA SAÚDE INFORMATIVO DO INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE ANO XXIX N.326 JANEIRO E FEVEREIRO 2014
ASSISTÊNCIA ESPIRITUAL NO HOSPITAL: PARA QUÊ E PARA QUEM? ANÍSIO BALDESSIN
No hospital cada um tem uma função a cumprir. O médico diagnostica, a enfermeira faz os procedimentos próprios da sua competência, a nutricionista e suas assistentes providenciam as refeições, o serviço de fisioterapia aspira e ajuda os pacientes a respirar melhor e o serviço social resolve questões sociais. Até os auxiliares de limpeza tem funções muito bem definidas e sabem o que fazer quando entram num quarto de pacientes. Certamente me esqueci de outras atividades que também são muito importantes. Afinal, são muitos os que, direta ou indiretamente, trabalham para proporcionar bem-estar aos doentes. Dentre eles podemos destacar o assistente espiritual. Mas, qual é mesmo sua função? A assistência espiritual é para quem? Para os doentes, familiares, colaboradores e profissionais da saúde? Dentre os muitos profissionais citados, o único que parece não ter a função bem definida é exatamente o assistente espiritual. O que ele vai fazer quando entrar no quarto do doente? Falar, certamente responderá alguém. Mas, falar o quê e quando? Perguntar sobre a doença? Fazer orações ou mesmo convidá-lo para as celebrações? Fazer um “diagnóstico” pastoral e tentar descobrir suas necessidades, acolhendo seus sentimentos? Enfim, fazer o quê? Primeiro, é importante lembrar que o papel do assistente espiritual, principalmente se ele vai ao hospital todos os dias, não é ficar preso a uma sala esperando que as pessoas venham ao seu encontro. Aliás, no hospital, ao contrário do que acontece nas igrejas, as pessoas quase nunca vêm ao nosso encontro. Somos nós (assistentes espirituais) é que devemos ir ao encontro delas. Segundo, ele precisa estar, ainda que discretamente, envolvido com todas as pessoas que compõem o quadro do hospital. Se na casa do doente o assistente espiritual conversa com os familiares e pessoas que o cercam, no hospital não pode ser diferente. Portanto, se for preciso fale com a equipe médica, enfermeira (o) assistente social, pessoal de limpeza. Enfim, com todas as pessoas que também desenvolvem atividades no hospital. Ah!!! Mas isso é difícil! Realmente não é fácil. Principalmente quando as pessoas começam a exercer esse ministério. Quando, ainda seminarista, comecei a prestar assistência espiritual (visitar) no hospital e meu foco principal era os doentes. Confesso que tinha bastante receio dos profissionais. Quando esse profissional era médico então nem se fala. Se eu estava no quarto e ele entrava, eu chegava a quase pedir desculpas com receio de atrapalhá-lo. Pensava comigo mesmo. “O trabalho dele é importante. O meu, bem, o meu pode ser feito depois”. Com o tempo eu comecei a prestar atenção nos profissionais e percebi que eles, senão todos, mas a maioria também ficava meio constrangida em interromper a conversa e alguns até pediam desculpas por ter que entrar no meio de uma con-
versa ou num momento de oração. Hoje, sem constrangimento, quando estou no quarto e não estou fazendo oração e/ou ministrando sacramentos ou mesmo num aconselhamento, procuro deixar que os profissionais atendam as necessidades e anseios do doente. Faço isso por uma razão muito simples: os pacientes, mais do qualquer outra coisa, esperam a visita dos familiares e do médico. Além disso, não podemos esquecer que a finalidade do doente estar no hospital não é religiosa e sim terapêutica. Ou seja, ele está lá para fazer procedimentos médicos e não rituais religiosos. Com o tempo, fui percebendo que algumas barreiras eram levantadas por mim. Eu percebi isso quando comecei a perguntar se ele queria que eu saísse do quarto quando fazia algum procedimento. Para minha surpresa eles, quase sempre, permitiam que eu continuasse. Depois que fui ordenado padre, e passei a frequentar o hospital todos os dias, a sensação de inutilidade ou de não saber o que fazer foi desaparecendo. Isto porque descobri que o não fazer também é algo muito importante para quem está sofrendo. Além disso, algumas coisas são exclusivas do assistente espiritual. Prova disso foi quando, logo depois de ordenado fui celebrar minha primeira missa de sétimo dia na capela do hospital. O falecido era um professor muito influente e conhecido pela grande maioria do hospital. Depois de ter preparado o altar para a celebração fiquei aguardando o horário. Até a hora exata do início da missa não chegou ninguém, como é de costume no hospital. Mas, cinco minutos depois começaram chegar os primeiros. Dentre eles muitos professores que poderiam muito bem ser meu pai e até mesmo meu avô. Aí eu comecei a ficar meio apreensivo. Porém, como não tinha alternativa, a não ser presidir a celebração da missa, eu pensei: “esse povo entende bem de diagnóstico, cirurgia, endoscopia e tantas outras especialidades. De teologia, sem falsa modéstia, quem entende um pouco aqui sou eu. Além disso, mesmo que eu fale alguma bobagem aqui, certamente ninguém terá a coragem de interromper minha celebração. Portanto, vamos lá!” Durante a celebração procurei manter a calma e ao final deu tudo certo, tanto que algumas pessoas vieram agradecer, não sei se por educação ou porque realmente gostaram da celebração. Além da celebração, nesse dia tive a oportunidade de me apresentar e me tornar conhecido para um grande número de profissionais. Ou seja, as celebrações (ritos) são muito importantes para que o assistente espiritual se aproxime das pessoas. Por isso, o assistente espiritual deve estar disponível para todos. Para quem quiser e para aqueles que precisarem. Anísio Baldessin é padre camiliano e trabalha como assistente espiritual no Hospital das Clínicas da FMUSP e no Instituto do Câncer.
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O PERFIL DO AGENTE DE PASTORAL ARISEU FERREIRA DE MEDEIROS Antes de falar de nosso ministério junto aos enfermos, a quem dirigimos nossa solidariedade, devemos em primeiro lugar, dar uma atenção especial a nossa pessoa. Se na relação de ajuda o diálogo se faz presente, consideremos primeiramente o “eu” e o “tu”. O diálogo acontece entre duas pessoas diferentes que se encontram. É importante iniciarmos com o “eu”. Um bom autoconhecimento enriquece, sem dúvida, a dimensão solidária com o “tu”. A ausência de um bom autoconhecimento fragiliza a relação e favorece ora centrar-se no “eu” ou ora no “tu”. Se sou diferente, a pessoa a quem me dirijo também é, o risco de falar demais, e centrar-me no “eu” ou de ouvir demais e centrar-me no “tu” é inerente. É bom recordar que quem mais deve falar é o ajudado. Porém o ouvir não isenta intervenções sábias e qualitativas inerentes à realidade que está sendo vivenciada. O desafio é chegarmos ao “nós”, isto é, que na conclusão do diálogo haja parte do “eu” e parte do “tu”. A síntese do diálogo é o “nós” construído junto entre o ajudante e ajudado durante o encontro vivenciado.
O AGENTE DE PASTORAL
O bom agente de pastoral conhece bem a si mesmo. É uma dimensão a ser cultivada cotidianamente pelo agente e que merece algumas considerações. Acredito serem importantes, ao iniciar o processo de autoconhecimento, algumas questões: Quem sou eu? Conheço-me bem? Amo-me suficientemente? Aprecio o meu jeito de ser, de falar e como sou? Aceito os meus limites? Como os integro em minha vida? Quais são os meus medos? Que talentos tenho? Estou ciente das minhas qualidades? Confio em mim? Quais motivações me levam a ser agente de pastoral? Essas perguntas simples podem favorecer o processo de autoconhecimento. São perguntas nem sempre fáceis de serem consideradas e refletidas, pois é uma tentação preocupar-se muito com o outro e pouco consigo mesmo. A resposta a estes questionamentos é o próprio agente que deve dar a si mesmo. Uma pastoral frutífera requer do agente estar bem consigo mesmo. Mais seguro de si mesmo a relação com o outro será mais tranquila, segura, autêntica e transformadora. O autoconhecimento propiciará segurança e o outro, a quem me dirijo, não será uma ameaça. Portanto, o agente sente-se apto a melhor acolher a pessoa enferma e compreendê-la, livre de fazer qualquer julgamento da sua conduta, causa da doença, como a aceita ou mesmo em estado de revolta. O agente é capaz de amá-lo e estabelecer com ele uma relação livre e gratuita. As palavras de Jesus em Lc. 10,27, confirmando a resposta do doutor da Lei: “amar o próximo como a ti mesmo”, e reforçada com a parábola do bom samaritano, podem ser referências básicas à formação de um bom agente. O conhecimento do projeto de Deus para a salvação da pessoa humana e a intimidade com o Criador efetiva-se no autoconhecimento, na intimidade com Deus e na solidariedade com o próximo necessitado. Um “eu” egoísta, individualista, mergulhado na autossuficiência e alicerçado em conhecimentos adquiridos, não é a garantia para um agente qualificado. O bom agente é o que tem conhecimentos que convergem para a prática solidária. Capacitado a amar a si mesmo transcende o “eu” para ir ao encontro do “tu”, o irmão necessitado, sintonizado com as suas necessidades numa postura de humildade, certo de que, está oferecendo algo, mas também recebendo. Se no enfermo está Cristo, como nos ensinou São Camilo de Lellis, nele centra-se a espiritualidade do agente de pastoral. Este encontro do “eu” com o “tu” está repleto de intimidade, pois se Cristo
está com o agente solidário, pois é com ele que a missão se efetiva, Cristo está também no enfermo. Concluímos, portanto, que o “nós” se efetiva de forma plena no encontro realizado. Consequentemente o “eu” e o “tu” desaparecem e o “nós” gerado na relação de ajuda permanece. O agente de pastoral deve ser consciente de que não age por conta própria. Sua ação é a expressão solidária e concreta da Igreja, enviada pelo próprio Cristo a ser continuadora do que Ele fez e ensinou: “No vosso caminho, proclamai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai doentes, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expulsai demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar” (Mt.10,7-8). “Amar o próximo como a si mesmo” é a referência do meu ministério. Como amar o próximo, se em primeiro lugar não consigo amar a mim mesmo? A ausência da experiência do amor autêntico para consigo mesmo, dificulta para amar o próximo e amar a Deus. O agente pode chegar à ilusão e amar um “eu” idealizado, distante do real, criado à sua imagem e semelhança e desenvolver sua pastoral de maneira hipócrita e farisaica. Nesta hipótese a relação de ajuda tende a ser aparente, superficial, infrutífera. O que o agente recebe do outro pode ser ameaça à sua pessoa carente de aplausos e elogios, quando então na visita, nada ocorrerá de afetivo, pairando indiferença, ausência de sentimentos e vazio de Deus. A boa integração que o agente estabelece consigo mesmo leva-o a Deus que o sustenta e o fortalece com sua graça e seu Espírito. Abastecido de nobres dádivas, o agente é impulsionado a transcender a pobreza pessoal e a acolher o outro. É solidário, gentil, acolhedor, aberto ao outro em suas necessidades, sendo sinal profundo de vida mesmo na realidade de dor e sofrimento.
QUALIDADES FACILITADORAS
Sempre refleti sobre as palavras eficiência e eficácia. Ser eficiente significa estar preparado, competente, à altura do que se espera de uma atividade. Competência adquirida que torna a pessoa apta a realizar uma ação. Capacita e propicia segurança para quem a realiza e também a quem se destina. Técnicas, habilidades, conhecimento que norteiam o agir. São requisitos indispensáveis, sem dúvida, aos que querem exercer uma boa atividade. Merecem atualização constante e não podem estar ausentes no ministério do agente de pastoral. Por eficácia entendo a gratuidade no agir do agente de pastoral. Tratando-se de missão em prol do Reino de Deus a eficácia é sua amiga inseparável. Ser eficaz consiste na disposição em lançar as sementes do Reino sem espera de resultados. A nós compete semear, quem faz brotar é Deus. Sem a dimensão da gratuidade podemos facilmente nos cansar, pois os resultados das visitas aos enfermos quase sempre não aparecem. Quantos são os doentes que encontramos uma única vez e não os vemos mais? O que colheram como frutos das nossas visitas só Deus sabe. O que colheram para a vida no tempo de enfermidade e como cultivam no dia a dia, não sabemos. Sem eficácia nosso ministério cairia no vazio, sem sentido e sem razão de ser. Deus foi eficaz no seu projeto, plantou a semente do amor enviando o seu Filho para a nossa salvação. A eficácia do seu projeto não caiu no vazio, porém atingiu o coração da pessoa humana, instigando-a e desafiando-a a ser mais pessoa, humana, fraterna e solidária. Ariseu Ferreira de Medeiros é padre da Ordem de São Camilo e capelão do Hospital São Camilo de Santana – SP.
O boletim “São Camilo Pastoral da Saúde” é uma públicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde - Província Camiliana Brasileira. Presidente: Pe. Leocir Pessini / Conselheiros: José Carlos Dias Sousa, Antonio Mendes Freitas, Mário Luís Kozik e Jorge Sérgio Pinto de Souza / Diretor Responsável: Anísio Baldessin /Secretária: Fernanda Moro / Projeto Gráfico e Diagramação: Fernanda Moro / Revisão: José Lourenço / Redação: Av Pompeia, 888 Cep: 05022-000 São Paulo-SP - Tel. (11) 3862-7286 / E-mail: icaps@camilianos.org.br / Site: www.icaps.org.br / Periodicidade: Mensal / Tiragem: 2.000 exemplares / Assinatura: O valor de R$15,00 garante o recebimento, pelo correio, de 11 edições. O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, Agencia 0422-7, Conta Corrente: 89407-9.
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É CERTO USAR ANIMAIS EM PESQUISAS CIENTÍFICAS JOSÉ MEDINA PESTANA A discussão em torno do uso de animais em experimentação não se resume ao fato de sermos favoráveis ou contrários. A discussão implica na necessidade de se fazê-lo para o desenvolvimento do conhecimento científico e subsequente aplicação em benefício da qualidade de vida. Nas últimas décadas, alternativas tecnológicas têm sido estabelecidas de modo a evitar que um número maior de animais seja utilizado. Um exemplo está no desenvolvimento da insulina, cuja descoberta trouxe uma forma de quase ressurreição aos pacientes diabéticos. A insulina foi inicialmente extraída do pâncreas bovino, depois do pâncreas suíno e hoje é sintetizada sem necessitar do sacrifício de animais. Entretanto, existem situações na pesquisa ou no cotidiano clínico em que o abandono completo do uso de animais ainda não é possível. Como exemplos encontramos o desenvolvimento e produção de vacinas, bem como de anticorpos utilizados como reagentes diagnósticos, ou como meio de tratamento de algumas formas de câncer como os linfomas. Também ocorrem durante o extenso período de desenvolvimento de um novo medicamento, em que as agências regulatórias públicas demandam testes em animais antes do uso no primeiro voluntário humano, buscando antecipar o conhecimento de sua toxicidade ou mesmo de sua eficácia. Considerando essas situações, é essencial um sistema regulatório de proteção que garanta o bem-estar dos animais, minimize seu sofrimento e que ainda traga paz de consciência para o pesquisador. A primeira lei brasileira sobre o assunto foi promulgada por Getulio Vargas em 1934 (decreto-lei nº 24.645). Embora na maioria dos seus artigos predomine os cuidados voltados para animais de grande porte utilizados no trabalho de carga, ela estabeleceu que “os animais existentes no país são tutelados pelo Estado, sendo penalizado quem lhes aplicar maus tratos, mesmo no interesse da ciência”. Em 1979, a lei nº 6.638 estabeleceu as primeiras normas para a prática didática científica com uso de animais. Em 1998, a lei de crimes ambientais nº 9.605 determinou penas para envolvidos em experiência dolorosa ou crueldade com animais vivos, quando disponíveis recursos alternativos.
Nesse período, setores da comunidade científica, entre eles o Colégio Brasileiro de Experimentação Animal, criaram manuais para descrever os princípios éticos de manuseio e cuidados com o uso de animais de laboratório. Em 1995, o sanitarista e deputado federal Sergio Arouca propôs a lei nº 11.794, que só foi promulgada em 2008 e regulamentada em 2009. Em seis capítulos, ela incentiva princípios internacionais de refinamento, redução e substituição do uso de animais, cria a política nacional do uso de animais em atividades acadêmicas científicas, determina a criação de comissões de ética nas instituições (CEUAs) e estabelece a criação do Conselho Nacional de Experimentação Animal (Concea), que tem, entre seus 14 membros, seis ministros de Estado e dois representantes de sociedades protetoras de animais. A lei lista as condições para a criação e uso de animais e as penalidades aplicadas aos transgressores. Determina que as pesquisas só podem ser realizadas em instituições previamente credenciadas e sob supervisão de profissional de nível superior. Criou normas de alojamento, sedação e eutanásia e limites quanto ao grau de sofrimento. Hoje, ainda não é possível ser abolida a utilização de animais em modelos experimentais, mas eles devem estar alinhados à interpretação apropriada da Lei Arouca. Nossa missão é aprimorar sua aplicação, utilizando as comissões locais (CEUAs) para bem analisar os projetos de pesquisa, excluindo aqueles que são redundantes, que não apresentam perspectiva de benefício científico ou que utilizam número excessivo de animais, mesmo sendo ratos ou camundongos, que, embora considerados de escala filogenética inferior aos cães, representam organismos de vida bastante evoluída. O progressivo desconforto público com muitos aspectos da pesquisa com animais e o debate que agora se intensifica são benéficos para despertar ou aguçar nossa consciência sobre o processo de aprimoramento do respeito ao seu bem-estar, não só na pesquisa, mas no cotidiano desse nosso convívio. JOSÉ MEDINA PESTANA, 60, é professor titular de nefrologia e coordenador do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo e membro da Academia Nacional de Medicina.
VACINA CONTRA A DEPRESSÃO O texto que segue, não tem autoria, mas tem o principal: a informação certa e precisa, necessária à compreensão da forma de combate a esse algoz da harmonia e da paz que é a depressão. Religiosidade - O estudo de uma religião esclarecida traz a conformação, o sentimento de fraternidade e perdão. Ajuda a aceitação de doenças, deficiências e morte de entes queridos. Sabendo que tudo é temporário e que ninguém é eterno, torna-se mais ampla a compreensão da razão de viver que é o aprendizado moral e espiritual. PERDA DO ORGULHO - A criatura com orgulho acentuado possui muita abertura para a depressão. Ofende-se facilmente, isola-se das pessoas com quem não se afina e sente-se vítima do mundo sem nunca praticar a autoanálise necessária para maior entendimento das situações. A humildade auxilia bastante a não se deprimir e não nos dá brechas para ofensas ou mágoas inúteis. Perda do egocentrismo - Pessoas muito centradas em si mesmas sofrem demasiadamente quando não recebem atenção que acham que merecem. Criança ou jovem muito mimado não consegue aceitar a indiferença do mundo aos seus desejos sendo esta uma das causadoras dos estados depressivos. Quando direcionamos nossos pensamentos aos outros sentimo-nos felizes em sermos úteis e esquecemos as próprias dores.
TRABALHO - A mente ocupada num trabalho que traz prazer e recompensa (mais emocional do que financeira) não dá abertura para se deprimir. Otimismo - Um dos melhores fatores antidepressivo é o otimismo, porque a criatura observa o mundo que a rodeia de forma sempre positiva o que impede que nasçam, em si, focos de baixo astral, que gera a depressão. PERDÃO - O ato de perdoar não é apenas uma recomendação religiosa, é mais uma atitude terapêutica e preventiva contra males maiores do que o mal recebido. O esquecimento do mal recebido é atividade de um coração generoso. Aceitação - Aceitar o que é inevitável na vida; como a morte de um ser querido, perda da juventude ou de bens materiais; deficiência física ou invalidez. Também mudança de nível social, de ambiente, etc. A aceitação é também compreensão de que tudo que existe ao nosso redor são instrumentos para amadurecimento espiritual. FÉ - Quem possui muita fé em si mesmo e em Deus possui a maior vacina contra a depressão, pois ela é o oposto de todos os sintomas que trazem a doença. Enfim, todo sofrimento do homem tem origem no afastamento de sua luz interior. Quando Deus fica longe de nossa vida, ficamos afastados da alegria de viver.
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PASTORAL DA ESPERANÇA LUIZ CARLOS PEPPINO A Pastoral da Esperança é a presença amiga, fraterna e solidária de leigos engajados na Paróquia São Judas Tadeu junto àqueles que passam por um momento de dor com o falecimento de um ente querido. A missão da Pastoral é apresentar súplicas pelos defuntos, bem como solidariedade e conforto aos familiares, levando-lhes o consolo da esperança. Nos velórios, é realizada uma celebração com a leitura de dois trechos bíblicos (Livro das Lamentações 3, 17-26 e Evangelho de João 6, 37-40) e a oração do terço. A Pastoral lembra aos familiares e amigos presentes que a vida cristã não está limitada à realidade terrena, mas perpassa esse tempo e esse lugar. O Senhor Ressuscitado é o modelo perfeito da nossa realidade futura, o que nos anima na superação desse momento (Jo 11,25; Rm 6,4; Ef 2,6; Cl 3,1;2; Tm2,11). Para os cristãos, “a vida não é tirada, mas transformada. E, desfeito o nosso corpo mortal, nos é dado, nos céus, um corpo imperecível” (Missal Romano, Prefácio dos defuntos I). O agente da Pastoral da Esperança deve ser uma pes-
soa de esperança, acolhedora, atenciosa e devidamente preparada; dar testemunho de vida cristã; ser disponível para as necessidades da comunidade eclesial; ter sensibilidade para o sofrimento humano e estar preparado para confortar os irmãos com uma palavra de esperança diante da dor vivenciada pelos familiares. A Pastoral da Esperança é organizada em nível paroquial e é composta de um coordenador e de membros das diversas comunidades da Paróquia e está sempre presente, quando solicitada, no falecimento de paroquianos ou de familiares de paroquianos. Com o intuito de unir a comunidade na oração, envia e-mail para todos os agentes de pastoral, comunicando-lhes o falecimento e lembrando o horário do enterro. Também envia condolências às famílias dos falecidos e organiza a celebração de missa sempre no final do mês de novembro, por todos os falecidos.
AVISO AOS ASSINANTES DO ICAPS Comunicamos a todos os assinantes do ICAPS que depois de muitos anos, devido ao aumento dos custos com o correio e impressão, a partir de janeiro de 2014 a assinatura anual do boletim ICAPS passará de R$ 15.00 para R$ 20.00. Agradecemos a compreensão de todos.
CALENDÁRIO 2014 Está à venda, na secretaria do ICAPS o calendário 2014. Para adquiri-lo entre em contato no telefone (11) 3862-7286 com Fernanda Moro.
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