SÃO CAMILO PASTORAL DA SAÚDE INFORMATIVO DO INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE ANO XXX N.333 SETEMBRO 2014
PROGRAMA DO XXXIV CONGRESSO BRASILEIRO DE HUMANIZAÇÃO E PASTORAL DA SAÚDE TEMA CENTRAL: A FÉ DESPERTA A AÇÃO: COMO ENFRENTAR OS OBSTÁCULOS NA PASTORAL DA SAÚDE? SÁBADO– DIA 06 DE SETEMBRO
DOMINGO – DIA 07 DE SETEMBRO
07:30 às 8:30 – Credenciamento e entrega de materiais – Equipe de secretaria 08:30 às 9:15 – Oração e abertura 9:15 às 10:15 – 400 Anos da Morte de São Camilo – Vídeo de São Camilo – Padre Lélis e Equipe 10:15 às 10:45 – Intervalo para café 10:45 às 12:00 – Invista na Sua Saúde: Análise da Medicina nos Dias Atuais – Dr. Dário Birolini 12:00 às 13:15 – Intervalo para almoço 13:15 às 13:45 – Tribuna Livre, música e relaxamento. 13:45 às 15:00 – Transplantes e Tráfico de Órgãos Humanos – Dr. José Osmar Medina de Abreu Pestana 15:00 às 15:30 – Intervalo para café 15:30 às 16:15 – O Agente da Pastoral da Saúde e os Desafios da Promoção e Prevenção da Saúde - Bianca Borges. 16:15 às 17:00 - Décima Quinta Conferência Nacional de Saúde: Desafios e Possibilidades – 17:00 – Encerramento 17:30 – Assembleia Ordinária da Coordenação Nacional da Pastoral da Saúde da CNBB
7:45 às 8:45 – Celebração da missa 8:45 às 9:45 – Assistência Pastoral aos Doentes Terminais e aos Idosos – Diácono Vicente Nogueira 9:45 às 10:30 - “Escuta Ativa na Assistência Espiritual ao Doente” – Pastoral da Escuta 10:30 às 11:00 – Intervalo para café 11:00 às 12:15 – Como se comunicar bem com os doentes – Tereza Cristina Gioia Schimidt 12:15 às 13:15 – Almoço 13:15 às 14:30 – Assistência Espiritual aos Doentes: Como Visitá-los? – Pe. Anísio Baldessin 14:30 às 15:00 – Intervalo 15:00 às 16:30 - Como Organizar a Pastoral da Saúde na Paróquia nas Três Dimensões - Sebastião Geraldo Venâncio 16:30 às 17:15 - Informações e agradecimento 17:15 – Encerramento
CURAR E CUIDAR
PE. AUGUSTO CÉSAR PEREIRA
Há séculos, a Igreja se destaca pelo cuidado com os do-
frimento. Tanto assim que hospitais mudaram o nome de hospital
entes e os idosos. Foram fundadas congregações religiosas com
para, por exemplo, Casa de Saúde. E aí incluída a mudança do
esse carisma. Destaque para os Camilianos que celebram os 400
significado da palavra para lugar onde se recupera a saúde com
anos de São Camilo. E as santas mais recentes, as santas Madre
tratamento clínico ou de repouso.
Tereza de Calcutá e a Madre Paulina.
A origem de curar é do idioma Latim (curarare = cui-
ocupação de sarar, mas cuidar. Isto é, ajudar as pessoas nessas
dar). Em certos locais o pároco das comunidades era chamado
condições a terem alívio de sua dor e do mal-estar para terem a
de cura, ou seja, o cuidador das ovelhas do rebanho; o cura da
tranquilidade para viver felizes apesar da dor e dos incômodos.
catedral tem o mesmo significado. O curador de menores é o
magistrado que zela para que os menores sejam bem cuidados.
toral da Saúde esta direcionando seu trabalho no cultivo á men-
Também o curador responsável por cuidar de uma bienal.
talidade para a acolhida e o cuidado com os enfermos e os ido-
Muitos dos locais de cuidado eram chamados com pro-
sos. Não se trata tanto de sarar o físico das pessoas, mas o seu
priedade de hospital. Hospital é palavra parente de hospedar e
íntimo. Porque é no interior de seu coração bem cuidado que a
hospedagem. Hospedar é acolher em casa pessoas doentes ou
pessoa colhe o sentido do sofrimento e da velhice.
peregrinos cansados da jornada para repousar. Quando acontece
um evento com a participação de muita gente, os organizadores
da volta ao conceito de cuidar como o emprego da acolhida e
se preocupam com a hospedagem.
do cuidado da saúde interior que dá sentido ao sofrimento e à
Com o correr do tempo, o nome hospital foi reservado
velhice. A cura do coração do enfermo brota do cuidado de pro-
como local especializado em cuidar de doentes. O significado
fissionais e voluntários que transbordam de seu próprio coração
de hospital para cuidados de doentes foi acumulando a ideia de
amoroso o dinamismo de seus cuidados aos enfermos e idosos.
Destacou de volta a palavra cuidade, que não era a pre-
Hoje, graças à atuação de verdadeiros profetas, a Pas-
Os seguidores de São Camilo são os principais instrutores
doença. E muita gente sentia pavor de ir para o hospital. Era até considerado sala de espera pela morte.
Mas prevaleceu o sentido de hospital como lugar de so-
Artigo extraído do Jornal O São Paulo
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AS DÚVIDAS MAIS COMUNS SOBRE O CÂNCER DE MAMA JOSÉ ROBERTO FILASSI
Com a intenção de prestar serviço à população, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) faz, periodicamente, um rastreamento das dúvidas dos pacientes. Essas informações geram uma lista de mitos e verdades sobre câncer que podem contribuir para o diagnóstico e o tratamento da doença. “De tempos em tempos, um mito surge e pode virar uma verdade, assim como uma verdade pode se tornar um mito, e por isso é importante conversar e esclarecer as pessoas. É preciso pensar que uma mentira muito bem explicada pode parecer uma verdade”, comenta o Prof. Dr. José Roberto Filassi, mastologista do ICESP. De maneira geral, houve um aumento nos registros de câncer no planeta. “Provavelmente isso acontece porque o número de habitantes na Terra está crescendo, os hábitos de vida estão mudando, fora a poluição. É natural que isso promova alterações na carga genética, propiciando o aparecimento de doenças malignas”, explica o Prof. Dr. Filassi. No início de 2014, foram divulgados dados referentes ao câncer de mama, um tipo de tumor bastante frequente no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a incidência de câncer de mama no planeta só perde para a de câncer no pulmão – sendo 11,9% e 13% dos casos, respectivamente. Esse é o tumor mais encontrado em mulheres em 140 dos 184 países. Embora ainda seja difícil determinar quais comportamentos podem aumentar ou diminuir as chances de desenvolver o câncer de mama, é possível esclarecer algumas questões. Por enquanto, pode-se afirmar que as mulheres que praticam exercício físico têm menos risco de desenvolver a doença, mesmo que essas práticas estejam ligadas aos serviços domésticos. Além disso, o consumo exagerado de álcool, principalmente antes dos 30 anos, também pode criar uma predisposição à doença. “Nossa maior dificuldade é conseguir analisar cada fator separadamente. Normalmente é a somatória de fatores que leva ao desenvolvimento do câncer”, completa o Prof. Dr. Filassi. Veja abaixo alguns dos principais mitos e verdades detectados pela equipe do ICESP. MITOS • Cessar o consumo de leite de origem animal cura o câncer de mama; • O uso de desodorantes pode aumentar o risco de desenvolver a doença; • Quem não tem histórico familiar não apresentará
a doença; • Próteses de silicone podem causar neoplasia maligna de mama. VERDADES • A falta de vitamina D pode aumentar as chances de surgimento deste câncer; • Emoções negativas como estresse, mágoas e raiva estão associadas ao câncer; • Histórico familiar é um importante fator de risco para o câncer de mama. Se o parentesco for de primeiro grau (mãe ou irmã) a atenção deve ser redobrada; • Câncer de mama está associado à idade: quanto maior a idade maior a chance de incidência; • Ter a primeira menstruação precocemente ou a menopausa tardia (após os 50 anos) aumenta o risco de desenvolvimento da doença; • Gestações tardias (após os 30 anos) e a nuliparidade (não ter tido filhos) também ampliam o risco para o câncer de mama; • A ingestão regular de álcool, mesmo que em quantidade moderada, e o tabagismo podem elevar a chance de desenvolvimento da doença. Para fazer a detecção precoce do câncer é preciso manter os exames em dia. Todas as mulheres precisam realizar periodicamente o exame clínico. Depois dos 40 anos, o ideal é fazer um controle anual com mamografia. O valor do rastreamento com mamografia para diminuir a mortalidade pelo câncer de mama tem sido questionado, porém até que os estudos mostrem resultados seguros, esse deve continuar sendo o padrão ouro. Para quem tem risco elevado de desenvolver a doença, a sugestão é começar a fazer mamografia anualmente a partir dos 35 anos ou 10 anos antes da idade de diagnóstico do parente mais jovem que teve a doença. O tratamento envolve a área loco regional, com cirurgia e radioterapia, e a parte sistêmica, com hormonioterapia e/ou quimioterapia. O processo deve ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, garantindo a assistência global da paciente. O importante é sempre manter o diálogo com o médico, pois muitas informações que circulam não têm comprovação científica e ele é o profissional mais indicado para esclarecer dúvidas. Prof. Dr. José Roberto Filassi, mastologista do ICESP, analisou os mitos e verdades sobre o câncer de mama.
COMPRE JÁ! Apresentamos dois importantes livros. O primeiro, Entre a Vida e a Morte, Medicina e Religião é de autoria do Padre Anísio Baldessin que resume as atividades desenvolvidas por ele ao longo de mais de vinte anos dentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Lendo este livro você terá a oportunidade de conhecer um pouco a realidade de um hospital. Além disso, encontrará relatos que o ajudarão na sua atividade pastoral. O segundo, Reflexões Para a Pastoral da Saúde é uma coletânea de artigos escritos pelo saudoso Pe. Júlio Munaro, exímio professor de História da Igreja e coordenador da Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo por mais de trinta anos. São artigos de fácil compreensão com dicas importantes para visitadores de doentes e ministros da eucaristia que visitam doentes nos hospitais e também à domicílio. Entre em contato com nossa secretaria (11) 3862-7286 ou através do e-mail icaps@camilianos.org.br.
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A FÉ DESPERTA A AÇÃO ANÍSIO BALDESSIN Alguns dias depois, Jesus entrou de novo na cidade de Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que Jesus estava em casa. E tanta gente se reuniu aí que já não havia lugar nem na frente da casa. E Jesus anunciava a palavra. Levaram então um paralítico, carregado por quatro homens. Mas eles não conseguiam chegar até Jesus, por causa da multidão. Então fizeram um buraco no teto, bem em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os seus pecados estão perdoados”. Ora, alguns doutores da Lei estavam alí sentados e começaram a pensar: “Por que este homem fala assim? Ele está blasfemando! Ninguém pode perdoar pecados, porque só Deus tem poder para isso! Jesus logo percebeu o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que vocês pensam assim? O que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levante-se, pegue a sua cama e ande?’ Pois bem, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem poder na terra para perdoar pecados, - disse Jesus ao paralítico - eu ordeno a você: Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa”. O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim”! É muito comum as pessoas que têm fé rezarem e pedir a Deus ajuda para alguém que passa por uma dificuldade, principalmente para aqueles que se encontram acometidos por uma enfermidade qualquer. Aliás, costumamos pedir a Deus ajuda para tudo. Mas, o que há de errado nisso? Afinal, somos filhos de Deus e como tal temos todo o direito de pedir qualquer coisa à Ele. É verdade. Porém, jamais devemos nos omitir diante daquilo que é nossa responsabilidade. Como afirmou o Apóstolo Paulo: “a fé sem as obras é morta” (Tg 2,20). A passagem bíblica descrita no Evangelho de Marcos é somente uma pequena amostra dessa realidade. Pois o milagre da cura do paralítico só foi possível graças a quatro homens que momentaneamente esqueceram-se das próprias necessidades, da oração, e partiram para a ação. Eles entenderam que não bastava apenas a fé. Era preciso ter atitude. Tente fazer oração pedindo a Deus para emagrecer sem diminuir a quantidade de alimentos e veja se vai perder peso! É preciso, além da fé, ações para alcançar os objetivos e superar os obstáculos. Obstáculos. Isso foi o que aqueles abnegados voluntários encontraram pela frente quando se dispuseram a ajudar aquela pobre criatura. Todavia, para que o sonho de proporcionar melhor qualidade de vida para aquele paralítico não passasse de um sonho e tornasse um delírio, eles, em conjunto, decidiram fazer dos obstáculos (atravessar a multidão) um verdadeiro desafio. Hoje, os obstáculos (multidão) continuam. Seja para aqueles que prestam assistência espiritual aos doentes nos hospitais e nas casas, ou para os agentes que atuam mais nas dimensões comunitária e principalmente na dimensão político-institucional dessa pastoral. Na dimensão solidária, o primeiro desafio é a falta de apoio da Igreja (bispo ou pároco) ou mesmo escassez de sacerdotes para prestar assistência espiritual aos doentes e, principalmente, ministrar os sacramentos dos enfermos que são exclusivos dos sacerdotes.
Nos hospitais, embora estejam em alta as questões relacionadas a espiritualidade, são poucos os que contam com a presença de um assistente espiritual (capelão) em tempo integral. Outro desafio da capelania hospitalar é o ecumenismo uma vez que a doença escolhe suas vítimas sem se preocupar com a convicção religiosa que cada uma professa. E nem todos os que querem prestar assistência espiritual são capazes de entender que, em primeiro lugar, as visitas são para as pessoas e não para a convicção religiosa que elas professam. Ou seja, a pessoa pode ou não professar uma crença. E essa crença pode ser igual ou diferente da que professamos. Nas visitas a domicílio temos dificuldades para adentrar nas casas dos doentes. Pois se para aqueles voluntários do evangelho o obstáculo era a multidão, hoje a maior dificuldade é ultrapassar o forte esquema de segurança das casas e das portarias dos edifícios. A falta de planejamento (projetos), preparação e principalmente treinamento para os voluntários é algo que também desafia. Isto se complica ainda mais se levarmos em consideração a capacidade intelectual desses agentes que agem, na maioria das vezes, movidos pelo sentimento de compaixão e pela boa fé, que nem sempre é uma fé boa, do que pela competência. Nas dimensões comunitária e político-institucional estão evidenciadas a falta de recursos humanos e principalmente financeiros. Os agentes em geral têm muito boa vontade, mas se perdem por não saber o que fazer para, de um lado não se omitirem, e do outro, para não querer fazer aquilo que é dever do Estado. Na maioria das vezes não conseguem ser aquilo que desejam. Ou seja, serem agentes de transformação. Neste sentido, aqueles, os “primeiros” agentes de pastoral do evangelho, nos deram uma lição de transformação. Afinal, eles transformaram a vida daquele homem livrando-o da dependência diária. Porém, para isso, eles contaram com aliado (parceria) fundamental, Jesus Cristo. Com Ele, o esforço do próprio paralítico e a dedicação daqueles homens, a realidade foi transformada. Hoje, quem são os nossos aliados (parceiros) na pastoral da saúde e na assistência espiritual? Também nós necessitamos de ajuda. Senão vejamos: o paralítico sozinho não teria conseguido fazer nada. Por outro lado, se cada um dos voluntários tivesse assumido aquela tarefa individualmente, também não teria obtido sucesso. Porém uma grande lição que eles nos ensinam se chama parceria. O próprio Jesus também necessitou de ajuda para operar o milagre. Pois sem a intermediação daqueles homens Jesus sequer teria encontrado o paralítico. Portanto, num mundo onde as grandes empresas estão se unindo para serem mais fortes, onde a linguagem empresarial é formar equipes, time de colaboradores, fazer parcerias, humanas e financeiras, tornase cada vez mais difícil caminhar de maneira isolada acreditando apenas na providência divina, na boa vontade ou na fé. Afinal, o papel da fé não é nos livrar das dificuldades e dos obstáculos da vida, mas dar-nos forças para enfrentá-los e nos despertar para ações. Anísio Baldessin é padre camiliano, capelão do Hospital das Clínicas e do ICESP de São Paulo.
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O AGENTE NA RELAÇÃO COM OS PROFISSIONAIS DA SAÚDE ARISEU FERREIRA DE MEDEIROS
O agente de pastoral da saúde que atua pastoralmente em hospitais, está em constante relacionamento com os profissionais da saúde envolvidos com os recursos de atendimento oferecido aos doentes, bem como da dinâmica funcional do hospital. Hoje, dado a multidisciplinaridade, esses profissionais são muitos e diversos. A qualidade de relacionamento com estes profissionais depende não só deles, mas muito do agente. Em primeiro lugar, o agente de pastoral precisa estar consciente do papel que exerce junto aos enfermos. Não está lá como intruso, mas sim, para levar aos enfermos sua presença solidária. Não vai ao hospital para passeio e, portanto, tem uma função tão importante quanto a dos profissionais da saúde. Tem um programa para suas visitas e deve estar consciente da importância delas para os enfermos. O agente de pastoral da saúde não pode sentir-se inferior no que faz e oferece com o seu trabalho. Se isso acontece, consequentemente, um bom relacionamento com os profissionais jamais será efetivado. Isso porque o agente se sentirá como que fora do lugar, invadindo o espaço alheio. Como consequência sua atuação tornar-se-á tímida e o resultado do seu esforço pouco gratificante para si próprio, para os enfermos e consequentemente para os colaboradores do hospital. Por outro lado se estiver consciente da importância do que faz, não se sentirá inferior e nem superior ao outro que desenvolve outros serviços. Sua postura será livre, aberta e criativa para exercer seu papel junto aos que sofrem. Isto porque, a exemplo dos profissionais, o agente também está no hospital por causa do enfermo e não para competir ou equiparar com o que fazem os profissionais da saúde. Está no hospital porque tem uma identidade e um serviço a oferecer ao doente; sua presença solidária e humana, a
ternura, o afeto, tão importantes quanto o tratamento que é oferecido pelo hospital, por meio dos profissionais de suas áreas específicas. Por isso, o agente de pastoral bem integrado consigo mesmo e consciente de sua missão não encontrará dificuldades para exercer seu papel de agente e relacionar-se com os profissionais da saúde. Com muita liberdade ocupa o seu espaço e desenvolve com sabedoria seu trabalho. Sabe reconhecer a importância do que faz e também valorizar o que o outro realiza. Não encontrará dificuldade ao ceder o espaço a um profissional quando necessário e com certeza, também será respeitado pelo profissional em seu trabalho. Com cordialidade sabe cumprimentar um profissional dando o seu bom dia fraterno ou dirigir-se a ele, quando tem necessidade de obter ou dar informações. Respeitará o que é da competência do profissional, sendo autêntico no seu papel de agente. A ajuda mútua e o respeito tornarão o ambiente de trabalho uma convivência agradável, efetivando assim seu companheirismo e somando esforços para melhor servir e atender os enfermos. Assim sendo, no seu papel de assistente religioso, tem muito a oferecer e a receber. Quanto mais estiver preparado, com tanto mais liberdade exercerá sua missão. O autoconhecimento é indispensável, pois além do ganho de maior segurança e humildade, o agente de pastoral adquire instrumentos para melhor respeitar e conhecer a pessoa a quem serve. E nesse processo humaniza e é humanizado, evangeliza e é evangelizado.
Ariseu Ferreira de Medeiros é padre camiliano e trabalha como capelão (assistente espiritual) no Hospital São Camilo de Santana – SP.
O boletim “São Camilo Pastoral da Saúde” é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde - Província Camiliana Brasileira. Presidente: Pe. Leocir Pessini / Conselheiros: José Carlos Dias Sousa, Antonio Mendes Freitas, Mário Luís Kozik e Jorge Sérgio Pinto de Souza / Diretor Responsável: Anísio Baldessin /Secretária: Fernanda Moro / Projeto Gráfico e Diagramação: Fernanda Moro / Revisão: José Lourenço / Redação: Av Pompeia, 888 Cep: 05022-000 São Paulo-SP - Tel. (11) 3862-7286 / E-mail: icaps@camilianos.org.br / Site: www.icaps.org.br / Periodicidade: Mensal / Tiragem: 2.000 exemplares / Assinatura: O valor de R$20,00 garante o recebimento, pelo correio, de 11 edições. O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, Agencia 0422-7, Conta Corrente: 89407-9.
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