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SÃO CAMILO PASTORAL DA SAÚDE INFORMATIVO DO INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE ANO XXXI N.340 MAIO 2015

MULHER, MÃE, VISITADORA ANÍSIO BALDESSIN Segundo a enciclopédia livre Wikipédia, “a mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. Uma festividade derivada do costume de adorar a mãe, na antiga Grécia. A adoração formal da mãe, com cerimônias para Cibele ou Rhea, a Grande Mãe dos Deuses, era realizada nos idos de março, em toda a Ásia Menor.” Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das mães foi dada pela ativista Ann Maria Reeves Jarvis, que fundou em 1858 os Mothers Days Works Clubs com o objetivo de diminuir a mortalidade de crianças em famílias de trabalhadores. Jarvis organizou em 1865 o Mother’s Friendship Days (dia de amizade para as mães) para melhorar as condições dos feridos na Guerra de Secessão que assolou os Estados Unidos no período. Reconhecida como idealizadora do Dia das Mães na sua forma atual é Anna Jarvis, que em 12 de maio de 1907, dois anos após a morte de sua mãe, criou um memorial à sua mãe e iniciou uma campanha para que o Dia das Mães fosse um feriado reconhecido. Ela obteve sucesso ao torná-lo reconhecido nos Estados Unidos em 8 de maio de 1914, quando a resolução Joint Resolution Designating the Second Sunday in May as Mother’s Day foi aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, instituindo o segundo domingo do mês de maio como Dia das Mães. No âmbito desta resolução o Presidente dos Estados Unidos Thomas Woodrow Wilson proclamou no dia seguinte que no Dia das Mães os edifícios públicos devem ser decorados com bandeiras. Assim, o Dia das Mães foi celebrado pela primeira vez em 9 de maio de 1914. Com a crescente difusão e comercialização do Dia das Mães Anna Jarvis afastou-se do movimento, lamentou a criação e lutou para a abolição do feriado. No Brasil, em 1932, o então presidente Getúlio Vargas, a pedido das feministas da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, oficializou a data no segundo domingo de maio. A iniciativa fazia parte da estratégia das feministas de valorizar a importância das mulheres na sociedade, animadas com as perspectivas que se abriram a partir da conquista do direito de votar, em fevereiro do mesmo ano. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também do calendário oficial da Igreja Católica”. Atualmente, independente da comercialização em torno do dia das mães, a Igreja Católica dá enorme destaque a essa data. E não poderia ser diferente uma vez que, mesmo não tendo permissão para exercer alguns ministérios que ainda é exclusivo do público masculino, as mulheres são as responsáveis por inúmeros trabalhos e pastorais que são desenvolvidos na Igreja. E uma dessas atividades é a Pastoral da Saúde que, em sua maioria, é formada por mulheres que têm essa vocação de

ir ao encontro de quem necessita de cuidados. A primeira, e sem dúvida a mais importante agente de pastoral, é Maria. Podemos constatar isso no primeiro capítulo do Evangelho de São Lucas que narra a sua visita à prima Isabel. Aqui estão presentes alguns ensinamentos importantes para todas as mães, mulheres, servidoras que, gratuitamente, se dispõem a visitar os enfermos nos hospitais ou nas casas. O texto do evangelho diz: “Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito exclamou: «Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.” Que belo exemplo! A futura mãe do Salvador tomando a iniciativa e surpreendendo sua prima Isabel. Na Pastoral da Saúde, essas duas atitudes são fundamentais. Pois nessa pastoral, as pessoas quase nunca vêm ao nosso encontro. Somos nós que devemos ir ao encontro delas e surpreendê-las com a nossa visita despretenciosa. Mas, a visita, mesmo quando dizemos algumas frases inconvenientes, sempre provoca um bem estar aos visitados. O texto diz que até João Batista que estava no ventre de Isabel saltou de alegria. No mundo moderno, falar para um médico obstetra que uma criança se mexeu no ventre da mãe é a coisa mais normal que existe. Aliás, é um ótimo sinal que a criança esteja se mexendo. Sinal de que está viva. No entanto, o evangelista Lucas quer trazer um novo ensinamento para nós que pode ser muito bem aplicado na pastoral da saúde. Ou seja, a presença de Jesus veio trazer alegria para o mundo. Por isso, a mãe, mulher, visitadora deve ser aquela que todas as vezes vai ao encontro daqueles que sofrem e possa levar alegria. Afinal, todos aqueles, especialmente os sofredores, que eram visitados por Jesus ficavam mais alegres. Portanto, como a mãe que faz a alegria dos filhos, as mulheres visitadoras (agentes de pastoral), com a presença carinhosa, deve encher de alegria e confiança, todos os enfermos que esperam, além de todos os profissionais que levam a técnica e a competência, alguém (mãe, mulher, visitadora) que seja capaz de levar um pouco de paz e ternura maternal. Anísio Baldessin, padre camiliano, diretor do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde.


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QUERER VIVER E QUERER MORRER CONTARDO CALLIGARIS

“Sou Valentina Maureira, tenho 14 anos e sofro de fibrose cística. Peço para falar urgente com a presidente, porque estou cansada de viver com essa doença e ela pode me autorizar a tomar uma injeção e dormir para sempre.” Esse apelo foi gravado e postado nas redes sociais por uma jovem chilena. O vídeo se tornou viral (http:// migre.me/oRmeH). O governo no Chile respondeu que a lei do país não permite que o pedido seja atendido. A presidente, Michelle Bachelet, visitou Valentina. E todos prometeram “apoio”. A fibrose cística é uma doença genética cujo diagnóstico, 50 anos atrás, era uma condenação à morte. Hoje, graças a cuidados médicos diários e à possibilidade de transplante pulmonar, o prognóstico chega a 40 anos de vida. Suponho que Valentina, de sua maca de hospital, perguntaria: 40 anos com que qualidade de vida? Depois da visita de Bachelet, disseminou-se um sentimento de alívio na imprensa mundial: Valentina e suas perspectivas estariam melhorando. Mas de onde veio esse alívio? 1- Preferimos acreditar que o sofrimento do outro seja o efeito de uma falta de amor: dessa forma, podemos imaginar que nossa simpatia e nosso afeto sejam panaceias. 2- Pouco nos importa respeitar a infelicidade ou a vontade de morrer dos outros; o que queremos preservar é nossa (suposta) capacidade de fazer os outros felizes. 3- Quando descobrimos que um outro (sobretudo um próximo) não quer viver mais, nossa primeira preocupação é com nossa impotência: como é possível que nosso amor não seja suficiente para que ele ou ela queira queira viver? Aceitar a vontade de morrer do próximo seria aceitar o fracasso de nosso amor por ele. 4- Para a Igreja Católica, desde o século 5° (Concílio de Arles), o suicídio é um tremendo pecado contra a vida, que é um presente de Deus. Mais tarde, outro concílio aumentou a dose e decidiu que os sobreviventes de tentativas de suicídio seriam excomungados. Cá entre nós, se Deus quisesse que a gente nunca tivesse vontade de morrer, Ele se preocuparia em fazer com que a vida de todos valesse a pena; seria mais eficiente do que excomungar os suicidas. 5- Inventamos que a vontade de morrer ofende a Deus para evitarmos admitir que o suicida não achou que nós fôssemos uma boa razão para ele continuar vivendo. 6- Em suma, com a “melhora” de Valentina, pode-

mos voltar a acreditar que o amor basta para dar vontade de viver a quem se sentir amado. Queremos acreditar nisso ainda mais quando se trata de uma criança ou de um adolescente. Há um ano, a Bélgica tornou possível a eutanásia de menores. Escrevi sobre o fato (http://migre.me/oRpKf), comentando que a lei belga talvez fosse “o começo do fim de nosso jeito louco e narcisista de amar as crianças – ou seja, daquele amor que diz: como é que nossas crianças poderiam ser infelizes (pior, desejar a morte), se nós existimos e as amamos?”. E concluí: “Os legisladores belgas souberam colocar as crianças antes das necessidades narcisistas dos adultos – reconheceram que ela não é obrigada a querer viver só para que a gente se sinta bem”. Procurando o vídeo de Valentina, esbarrei nos da Exit e da Dignitas, as associações suíças de assistência ao suicídio. Para mim, eles são perturbadores. Por quê? Não estranho o fato de que as pessoas que se suicidam diante da câmera pareçam estar ótimas – algumas até capazes de fazer brincadeiras na hora de tomar seu barbitúrico final. Imagino facilmente a alegria maníaca que a perspectiva da morte iminente pode suscitar em quem sofre além da conta. Se mal consigo assistir a esses vídeos até o fim é porque, de alguma forma, eu também me sinto responsável, como se tivesse o dever de fazer que essas pessoas, apesar de sua dor, amassem a vida. Ou seja, como se eu devesse ser, para todas elas, uma razão de viver. É a ampliação da ideia infantil de que nossa presença ao mundo deveria bastar para que nossa mãe fosse totalmente feliz. Alguém me pergunta: e se alguém se arrepender depois de tomar seu veneno? Tem como voltar? Não. Mas receio mais o caso inverso. Se, numa doença degenerativa, eu espero demais, posso passar da fase em que ainda conseguiria me matar ou convencer os outros a me ajudarem a morrer. Para essa questão, esperando a estreia do filme “Para sempre Alice”, em 12 de março, veja o livro homônimo e Lisa Genova (Nova Fronteira). Contardo Calligaris é colunista do Jornal Folha de São Paulo

O boletim “São Camilo Pastoral da Saúde” é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde - Província Camiliana Brasileira. Provincial: Pe. Antonio Mendes Freitas / Conselheiros: Pe. Mário Luís Kozik, Pe. Mateus Locatelli, Pe. Ariseu Ferreira de Medeiros e Pe. João Batista Gomes de Lima/ Diretor Responsável: Anísio Baldessin /Secretária: Fernanda Moro / Diagramação: Fernanda Moro / Revisão: José Lourenço / Redação: Av Pompeia, 888 Cep: 05022000 São Paulo-SP - Tel. (11) 3862-7286 / E-mail: icaps@camilianos.org.br / Site: www.icaps.org.br / Periodicidade: Mensal / Tiragem: 1.000 exemplares / Assinatura: O valor de R$20,00 garante o recebimento, pelo correio, de 11 edições. O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, Agencia 0422-7, Conta Corrente: 89407-9.


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A BOA NOTÍCIA DE SOBRE O SUICÍDIO: PREVINIR VENCENDO ESTIGMAS E MITOS! LÉO PESSINI

Os suicídios são preveníveis. Urge que tenhamos em nosso sistema de saúde estratégias de vigilância, política pública de saúde mental e do uso do álcool em particular e difusão educativa de informações esclarecedoras sobre os transtornos mentais (depressão, transtorno bipolar, transtornos de personalidade e os relacionados com o uso de álcool e esquizofrenia, entre outros) e o suicídio. As comunidades desempenham uma função crucial na prevenção. Podem prestar apoio às pessoas vulneráveis e acompanhá-las cuidando de suas necessidades, lutar contra a estigmatizacão, bem como apoiar solidariamente os sobreviventes de perda por suicídio, no seu processo doloroso de viver e processar o luto, ao ter que lidar com a dor da perda de um ente querido. Dados de pesquisas estimam que 60 pessoas sejam afetadas em cada morte por suicídio. Sabemos hoje que praticamente todos os que morrem por suicídio, tinham uma doença mental, muitas vezes não diagnosticada e não tratada. São abundantes os preconceitos que contribuem muito para a criação de um estigma. Este resulta de um processo em que as pessoas são levadas a se sentirem envergonhadas, excluídas e discriminadas. Temos como consequência os chamados mitos, que temos que descontruir. Elencamos alguns mais comuns: 1) A pessoa tentou uma vez o suicídio, sempre será um suicida em potencial. Embora pensamentos de suicídio possam retornar, eles não são permanentes e uma pessoa que pensava em suicidar-se pode viver uma longa vida. 2) Seria uma péssima ideia falar sobre suicídio, poderia ser interpretado como encorajamento. Devido ao estigma que cerca o suicídio, muitas pessoas que pensam em se suicidar, não sabem com quem falar. Antes de encorajar um comportamento suicida, falar abertamente pode dar às pessoas outras opções ou tempo para repensar sua decisão, portanto prevenir o suicídio. 3) Somente as pessoas que tem transtornos mentais são suicidas em potencial. Fato: um comportamento suicida indica uma infelicidade profunda, mas não necessariamente um transtorno mental. Muitas pessoas que vivem com transtornos mentais, não são afetadas com comportamentos suicidas, e nem todas as pessoas que tiram sua própria vida tem um transtorno mental. 4) Muitos suicídios ocorrem repentinamente, sem aviso. Fato: A maioria dos suicídios são precedidos por sinais de alarme, sejam verbais ou comportamentais. Sem dúvida existem alguns

suicídios que ocorrem sem nenhum aviso. Mas é importante compreender quais são os sinais de aviso e procurar por eles. 5) Alguém que tem comportamento suicida, está determinado a morrer. Pelo contrário, pessoas com comportamento suicida, frequentemente são ambivalentes sobre o viver e o morrer. Alguns podem agir impulsivamente ao beber venenos por exemplo, e morrer em poucos dias, mesmo se eles tivessem gostado de seguir vivendo. Acesso a apoio emocional no momento certo pode prevenir um suicídio. As pessoas que falam em suicídio podem estar verbalizando necessidade de ajuda ou apoio. Um número significativo de pessoas que pensam em se suicidar, estão experimentando ansiedade, depressão, desespero, desamparo, desesperança e podem sentir que não existe outra opção. Uma outra postura ética saudável que necessitamos cultivar é aquela de não culpabilizar o suicida e isolar a família. Necessitamos encarar a pessoa como um ser humano normal, que se encontra numa situação de extrema vulnerabilidade e que neste momento necessita de ajuda, cuidados, e compreensão solidária e não rígidos julgamentos morais excludentes. Historicamente temos uma cultura de pesada culpabilizacão. Para além do sofrimento que passa pela sua corrente situação de saúde, acrescentamos sofrimento ao vitimizá-lo, culpabilizando-o por ser um “pecador” contra Deus por ter atentado contra o dom da sua própria vida. Há não muito tempo atrás os que se suicidavam eram enterrados num lugar à parte no cemitério em muitas partes do interior do Brasil, bem como as crianças não batizadas, que morriam “pagãs”. Hoje estamos conscientes de que para imputarmos responsabilidade a alguém precisamos saber de que esta pessoa deve estar plenamente consciente e livre. Ora, justamente são estes dois valores éticos que estão profundamente comprometidos neste contexto todo em que falamos de comportamentos suicidas. Enfim muitos perguntam se o suicídio, seria um ato de coragem ou covardia. Nem coragem, muito menos covardia, mas um ato de desespero, um grito de uma profunda infelicidade de viver que clama por compreensão e ajuda solidária. Léo Pessini - atualmente é Superior Geral dos Camilianos, residindo em Roma (Itália)

MEDO DE INJEÇÃO TEM EXPLICAÇÃO JÚLIO ABRAMCZYK

As reações apresentadas por adolecentes durante a fase de vacinação contra HPV em Bertioga, litoral de São Paulo, têm agora uma explicação médica. Em setembro do ano passado, o secretário da vigilância sanitária do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, que coordenou a campanha de vacinação, aventou a hipótese de se tratar da síndrome do estresse pós-injeção. Agora deixou de ser hipótese. Uma criança, ao tomar uma vacina, pode trazer à lembrança um primeiro e desagradável contato com a agulha de injeção quando bebê, segundo estudo publicado na revista “Pain” deste mês, por Madeleine Verriotis e colaboradores da Universidade de Londres. Para os autores, este fato foi definido por estudo com EEL (eletroencefalograma), exame que mede a atividade elé-

trica cerebral. Compararam bebês de 1 a 2 meses com crianças de 12 meses. No eleletroencefalograma, aparecem as ondas que mostram o contato da agulha com a pele. No grupo dos bebês, a formas das ondas de eletroencefalograma foram significativamente diferentes. A amplitude das ondas do eletroenecefalograma mostrou que o índice de dor aumentava com a idade, o que significa atividade cerebral evocada trazendo lembrança desagradável da primeira injeção. Anteriormente, indicadores indiretos de dor apresentada por bebês após uma injeção, baseavam-se na expressão facial, movimentos do corpo e batimentos cardíacos, sugerindo estresse.


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QUESTÃO DE PELE O melanoma é o tipo de câncer cutâneo mais agressivo. Mas, quando diagnosticado precocemente, tem grandes chances de cura. O melanoma não é o tipo de câncer de pele mais comum e representa apenas 10% dos casos. Porém, é o mais agressivo, pois tem altas chances de metástase – quando células cancerígenas se desprendem do tumor primário e se espalham pelo corpo. “O carcinoma do tipo melanoma pode aparecer de vários jeitos. Por isso, quem tem predisposição, precisa ficar atento”, alerta a dermatologista do Hospital de Urgência da Região Sudoeste, em Santa Helena de Goiás (GO), Renata Asmar. “Pessoas com mais de 50 anos de idade, com pele e olhos claros, que se expõe ao sol ou que tenham contato com agentes químicos estão mais sujeitas a desenvolver esse tipo de doença”, completa. DE OLHO NAS PINTAS Como na maioria dos tipos de cânceres, quanto mais cedo for descoberta, maiores são as chances de eliminar totalmente a doença. “A cura do melanoma acontece em 90% dos casos. Principalmente se o tumor ainda estivesse em sua fase inicial”, diz a dermatologista. Os sinais do câncer de pele são sutis, por isso, é necessário prestar atenção ao próprio corpo. “O melanoma pode aparecer de vários jeitos, como manchas e pintas que aumentam de tamanho de uma hora para outra ou que tem bordas irregulares e machucados que não cicatrizam. Caso a pessoa apresente qualquer um dos sintomas ou outro tipo de alteração na pele, deve procurar um dermatologista”. Evitar a exposição solar das 10h às 16h, proteger-se dos raios UV com filtros solares, chapéus e bonés e não utilizar máquinas de bronzeamento artificial são as melhores formas de evitar a doença. O tratamento indicado para o melanoma é a cirurgia para a retirada da lesão. “É muito importante que o médico retire entre 0,5 e 1 centímetro a mais de tecido em volta do tumor, o que chamamos de margem de segurança. Dessa forma, temos certeza que todas as células cancerígenas fo-

ram eliminadas”, explica a especialista. Outros tratamentos também podem ser prescritos, de acordo com cada caso. NÃO MELANOMAS O câncer de pele do tipo não melanoma será o de maior incidência na população brasileira em 2014, com a possibilidade de 182 mil novos casos, segundo previsão do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Entre eles, se destacam os carcinomas basocelular e o espinocelular. De acordo com Renata Asmar, o carcinoma basocelular é o subtipo de câncer de pele mais comum, com 70% de casos. A boa notícia é que esse também é o menos perigoso (dificilmente há metástase). Mas, nem por isso, deve ser tratado com menos cuidado. “Ele manifesta como uma pápula, uma bolinha, superficial, lisa, brilhante, com bordas peroladas, finas e com talangectasias, que são vasos sanguíneos bem finos”, esclarece a médica. Ela ainda explica que, em sua evolução, o tumor pode se transformar em uma úlcera ou ferida. O segundo subtipo de maior incidência é o carcinoma espinocelular, que representa cerca de 20% dos casos. Ele aparece como um nódulo de cor avermelhada, com descamação ou crostas e pode haver vazamentos de líquido. Muitas vezes, aparece um machucado que não cicatriza. Os tratamentos dos dois subtipos de carcinoma são basicamente os mesmos: cirurgia para a retirada da lesão e do tecido ao redor, com a margem de segurança. O médico irá analisar o caso e, se houver necessidade, pode indicar outros tipos de terapias. Vale ressaltar que para evitar esses tipos de cânceres de pede, os cuidados são iguais aos do melanoma: evitar a exposição ao sol, fazer o autoexame e visitar o dermatologista uma vez ao ano ou quando apresentar algum sintoma suspeito. Artigo extraído da Revista Notícias Hospitalares Pró-Saúde, de Tocantins. Edição 76.

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ICAPS - Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde Tel: (11) 3862-7286 Site: www.icaps.org.br E-mail: icaps@camilianos.org.br Avenida Pompeia, 888 Cep: 05022-000 São Paulo - SP


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