SÃO CAMILO PASTORAL DA SAÚDE INFORMATIVO DO INSTITUTO CAMILIANO DE PASTORAL DA SAÚDE ANO XXXII N.352 JUNHO 2016
O QUE É VIROSE E COMO TRATÁ-LA? CELSO GRANATO
É só você se queixar de que está com dois ou mais sintomas como dor de cabeça, náusea, sonolência, vômito ou dores de barriga ao mesmo tempo e o diagnóstico vem em segundos: É virose! E há boas chances de receber opinião semelhante no pronto atendimento. Por isso, para esclarecer essas dúvidas, o infectologista Celso Granato responde as seis perguntas abaixo: DORES DE CABEÇA, NÁUSEA, DESARRANJO INTESTINAL, SONOLÊNCIA. SÃO ESSES OS SINTOMAS DAS TAIS VIROSES? Celso Granato – Os sintomas que você descreve são bastante comuns e acontecem durante todo o ano, embora a causa predominante varie com a época (rotavírus, norovírus, enterovírus, adenovírus e E. coli, entre inúmeros outros). Claro que sempre existe a possibilidade de serem causados por outros agentes, como bactérias, fungos e até intoxicação alimentar. POR QUE OS MÉDICOS SEMPRE DIZEM QUE A PESSOA ESTÁ COM UMA VIROSE? Granato - A gente (os médicos) muitas vezes usa o termo virose por que são agentes muito comuns. COMO SABER QUAL É O MICROORGANISMO CAUSADOR DOS SINTOMAS? Granato - Na prática, a variedade de vírus associados a essas manifestações é muito grande, e os recursos para definir a origem dos sintomas são pouco disponíveis. Grande parte desses sintomas acaba sendo tratada com medidas igualmente inespecíficas – orientação alimentar, medicamentos antieméticos (para alivio dos sintomas relacionados com o enjôo, as náuseas e os vômitos), analgésicos, antitérmicos. Ou seja, o “tratamento” independe da causa. Costuma-se dizer até que esses sintomas somem sozinhos, sem a intervenção do médico e, por todas essas razões, acaba-se não fazendo o diagnóstico específico. QUANTO TEMPO DURAM AS TAIS VIROSES? Granato - O tempo de evolução depende da causa básica que gera esses sintomas. Na maior parte das doenças causadas por vírus com essa apresentação, o quadro dura de 3 a 7 dias, claro, já apresentando sinais de melhora a partir do 2º ou 3º dia. É muito importante a verificação desses sinais e o acompanhamento médico caso os sintomas não melhorem ou desapareçam entre três e quatro dias. Existem problemas mais graves dos que as tais viroses que se iniciam dessa mesma maneira, ainda que sejam bem menos frequentes. QUANDO IR AO MÉDICO? Granato - A boa prática médica orienta a se fazer o diagnóstico direitinho mas, na prática, considerando a evolução benigna da imensa maioria dos pacientes, isso acaba terminando nas orientações mais genéricas e os sintomas desaparecem. Mas
se os sintomas vão se agravando com o passar dos dias e você demora mais para fazer o diagnóstico, o doente sofre mais tempo e isso é ruim. Da mesma forma, se for uma doença transmissível e você não identifica o agente infectante, ele pode se disseminar sem controle.
COMO SE TRATAR E PREVENIR? Granato - Também depende da causa básica. Mas há algumas regras fundamentais a serem seguidas. Uma delas é a higiene no preparo dos alimentos e na escolha de refeições fora de casa. Também se deve beber muita água, para manter o organismo hidratado. Em termos de alimentação, se estiver com diarreia ou enjôo, evite comidas gordurosas e temperadas. Prefira comidas de fácil digestão, como arroz branco, batata cozida, sopas, chás, bolacha de água e sal. Nada que dê muito trabalho para digerir. Se tiver diarreia ou vômitos, melhor evitar verduras cruas e frutas com casca que tenham bagaço (como laranja e mexerica). Até mesmo o suco de laranja pode piorar a diarreia. Se quiser frutas, maçã e pera sem casca e cruas são indicadas. No campo da higiene, é recomendável também separar alguns utensílios quando há uma pessoa com esses sintomas em nossas casas. Para alguns (poucos) desses agentes, existe vacina. Como os casos mais graves são causados pelos rotavírus, particularmente em crianças abaixo de 2-3 anos, desenvolveu-se a vacina contra esse agente. Ela é dada na rede publica gratuitamente, mas, como a idade máxima para a primeira dose é 3 meses de idade (para ser mais exato 3 meses e 15 dias) e a vacina foi introduzida apenas há cerca de 6 ou 7 anos, o número de pessoas vacinadas ainda é pequeno. Celso Granato é médico infectologista, professor livre-docente da Universidade Federal de São Paulo
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DICAS PARA MELHOR UTILIZAR SEU PLANO DE SAÚDE 01. Em caso de dúvida de sintomas procure sempre um Clínico Geral, ele facilitará a identificação do diagnóstico e poderá indicar um especialista correto caso necessário. Segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) 80% dos diagnósticos são resolvidos pelas especialidades básicas. Quando você procura um Clínico, otimiza seu tempo não tendo que gastá-lo com várias opiniões de outros especialistas e libera o consultório especializado para outro cliente que realmente esteja precisando, evitando o congestionamento de consultas muitas vezes desnecessárias. 02. Procure levar em suas consultas os últimos exames realizados, isso evita ter que repetí-los novamente. 03. Quando não puder comparecer à consulta ou exame, cancele antecipadamente. Assim você estará colaborando para que outro cliente possa ser atendido. Cerca de 20% dos clientes que marcam consultas, não comparecem para fazê-la. 04. Nas consultas e exames leve sempre seu cartão do plano de saúde e o seu documento de identificação pessoal, desta forma evitaremos que outras pessoas utilizem o plano indevidamente. 05. Em caso de urgência ou emergência procure sempre o atendimento em pronto-socorros ou pronto-atendimentos. 06. Atualize sempre os seus dados cadastrais para evitar contratempos. 07. Antes de realizar exames, procure se informar sobre os procedimentos preliminares (jejum, abstinência, etc) no laboratório ou clínica em que será realizado o procedimento. 08. Não é necessário sempre visitar o médi-
co, algumas dúvidas podem ser sanadas apenas com uma ligação telefônica para seu médico. Para algumas questões de saúde o telefone é um excelente meio de comunicação. 09. Escreva tudo o que você deseja discutir com o seu médico, isso ajuda a manter a atenção no que realmente lhe incomoda. Leve a lista e leia antes de começar a consulta. 10. Peça sempre informações das guias que está assinando, isso evita cobranças indevidas de procedimentos não realizados. 11. Ao procurar um pediatra para seu filho, consulte apenas o filho que realmente está precisando. Não utilize dessa consulta para atendimento aos outros filhos que não estão precisando, essa atitude onera o plano de saúde e eleva os custos para sua empresa. 12. Procure sempre questionar os exames pedidos, qual o objetivo e qual a sua eficiência diagnóstica, essa atitude evita a multiplicação de vários exames que muitas vezes causam problemas à saúde. 13. Não se auto medique, ato que poderá ser prejudicial a sua saúde ou ao tratamento que seu médico iniciou ou iniciará. 14. Não troque de especialista a todo momento, pois o profissional necessita realizar um acompanhamento da evolução do tratamento para o seu bom resultado. 15. Procure sempre utilizar seu plano com consciência e dessa forma estará contribuindo para preservação desse benefício em sua empresa, pois a final de contas alguém vai pagar a conta quando não utilizamos corretamente.
A COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS: MENTIRA PIEDOSA OU SINCERIDADE CUIDADOSA? JANETE A. ARAUJO, ELIZABETH MARIA PINI LEITÃO
O objetivo da comunicação é o bom entendimento entre as pessoas; no entanto, nem sempre este entendimento é alcançado, devido à influência de fatores como nível de instrução, cognição, cultura e idade que podem comprometer a qualidade da comunicação nas relações humanas. No processo de comunicação são utilizados dois tipos de linguagem: a verbal e a não verbal. O comportamento verbal, de acordo com Skinner, é caracteristicamente dinâmico, e independe de seu tamanho ou complexidade. No comportamento do ouvinte, os estímulos verbais evocam respostas apropriadas a algumas das variáveis que afetaram o falante. Além disso, o comportamento verbal é reforçado por meio de outra pessoa, mas não requer a participação da mesma para a sua execução. Por exemplo, as recomendações sobre o tratamento de uma doença são esclarecidas e reforçadas pelo médico, mas depende da modificação e/ou incorporação de comportamentos pelo paciente. A linguagem não verbal é produzida pela
expressão corporal, permite a compreensão e expressão dos sentimentos e pode indicar “aprovação” - como um sorriso, ou preocupação - ao “franzir a testa”. Apresenta maior dificuldade para ser controlada, sendo necessário esforço e atenção no momento da comunicação. MÁS NOTÍCIAS Má notícia tem sido definida como qualquer informação que envolva uma mudança drástica na perspectiva de futuro em um sentido negativo, por exemplo a necessidade de fazer uma gastrostomia, a indicação de uma medicação controlada (morfina), a impossibilidade de alimentação oral ou qualquer informação que tenha um sentido negativo para o paciente em termos de mudanças ou adaptações. A COMUNICAÇÃO NA RELAÇÃO PROFISSIONAL DE SAÚDE-PACIENTE-FAMILIAR: Na literatura atual, muitos estudos mencionam problemas frequentes relacionados à comunicação deficitária entre pacientes e a equipe de saúde.
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Quando há uma comunicação de qualidade entre profissional de saúde e paciente, este se sente mais motivado e encorajado a fazer perguntas, reduzindo seu sofrimento e ansiedade gerados pelo tratamento, além de se sentir mais satisfeito. É importante ressaltar que a qualidade da comunicação no contexto da saúde não é direcionada somente para o assistente e o assistido, mas deve envolver todos os profissionais que compõem a equipe interdisciplinar; dessa forma, o vínculo do paciente se dá também com toda a rede de profissionais que a integram. Um dos fatores predominantes que afetam a qualidade da comunicação é a rapidez e urgência de tempo do profissional. E, em função da grande demanda, principalmente em instituição pública, é comum que o paciente não esclareça suas dúvidas. Geralmente os pacientes apresentam queixas após as consultas médicas, referentes à escassez de informações recebidas. Outro fator que impede uma boa comunicação é o uso de jargões técnicos ou a adoção de uma linguagem infantilizada, que não permite uma compreensão plena pelo paciente e/ou familiares. A qualidade da comunicação entre profissional de saúde e paciente é percebida também pela postura do profissional quando vai revelar uma má notícia. A maneira como estas informações são passadas pode influenciar na forma de enfrentamento do paciente e sua família diante do processo de adoecimento. Após o recebimento da má notícia, os pacientes tendem a buscar informações sobre sua doença e tratamento e abordar o médico para esclarecer dúvidas e expressar suas emoções. COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS Receber informações de boa qualidade (honestas, claras e compassivas) é um desejo universal dos pacientes em estado avançado da doença. Em estudo realizado no Brasil com 363 pacientes, identificou-se que mais de 90% dos entrevistados desejam ser informados sobre suas condições de saúde, incluindo eventuais diagnósticos de doenças graves. A informação negativa referente ao diagnóstico, prognóstico e progressão da doença é difícil porque, para os médicos, pode estar faltando um método para fazê-lo, e também porque este tipo de informação pode trazer reações emocionais ou comportamentais por parte do paciente, que são incômodas para ambos. A apreensão em relação à reação do paciente pode levar o profissional a adotar estratégias para adiar as más notícias. A comunicação de notícias difíceis pode envolver não somente a revelação do diagnóstico, como também a progressão da doença e a neces-
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sidade de encaminhamentos. O enfrentamento do paciente diante da doença é marcado por oscilações, ora com esperança irreal de longevidade e ora com planos funerários, como um acontecimento natural ao longo da trajetória do paciente. O sofrimento causado por uma má notícia é de algum modo reduzido se o médico/profissional de saúde mostrar consideração pelos sentimentos do doente, se tiver tempo para responder a perguntas (como é desejável), garantindo ao doente um apoio contínuo, mesmo quando a cura não for mais possível.
A forma como se comunica ao doente o diagnóstico e a terapêutica, mesmo que tecnicamente estes estejam corretos, influencia de uma forma muito importante a maneira como o doente vai reagir, e, por isso, os profissionais devem levar em consideração alguns fatores: • Prepare a si mesmo, recapitule pontos chave e observe suas reações pessoais; • Lembre-se que os pacientes e familiares podem ficar satisfeitos mesmo com a expressão “não sei”; • Use sempre de sinceridade; • Demonstre empatia e confiança; • Aja com segurança e assertividade; • Tenha uma escuta atenta (observe a linguagem verbal e não verbal); • Permita a expressão das emoções (deixe chorar); • Quando faltam as palavras, “o toque” pode ser a melhor alternativa; • Respeite os valores e crenças dos pacientes. Não se trata, pois, de informar a todo o custo, mas também não se deve pressupor - como frequentemente ocorre - que o doente nunca quer saber. Janete A. Araujo é psicóloga; Especialista em Psicologia Médica; Núcleo de Cuidados Paliativos Elizabeth Maria Pini Leitão é professora da Disciplina de Saúde Mental e Psicologia Médica da FCM/UERJ; Chefe da Unidade Docente Assistencial; UDA
O boletim “São Camilo Pastoral da Saúde” é uma publicação do Instituto Camiliano de Pastoral da Saúde - Província Camiliana Brasileira. Provincial: Pe. Antonio Mendes Freitas / Conselheiros: Pe. Mário Luís Kozik, Pe. Mateus Locatelli, Pe. Ariseu Ferreira de Medeiros e Pe. João Batista Gomes de Lima/ Diretor Responsável: Anísio Baldessin /Secretária: Carla Sena / Diagramação: Carla Sena / Revisão: José Lourenço / Redação: Av Pompeia, 888 Cep: 05022-000 São Paulo-SP - Tel. (11) 3862-7286 / E-mail: icaps@camilianos.org.br / Site: www.icaps.org.br / Periodicidade: Mensal / Tiragem: 1.000 exemplares / Assinatura: O valor de R$25,00 garante o recebimento, pelo correio, de 11 edições. O pagamento deve ser feito mediante depósito bancário em nome de Província Camiliana Brasileira, no Banco Bradesco, Agencia 0422-7, Conta Corrente: 89407-9.
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XXXV CONGRESSO BRASILEIRO DE HUMANIZAÇÃO E PASTORAL DA SAÚDE TEMA CENTRAL: MEIO AMBIENTE, SAÚDE E ESPIRITUALIDADE SÁBADO – DIA 03 DE SETEMBRO
DOMINGO – DIA 04 DE SETEMBRO
07:30 às 08:30 – Credenciamento e entrega de materiais – Equipe de secretaria 08:30 às 09:30 – Oração e abertura 09:30 às 10:15 – Ética Geradora de Saúde 10:15 às 10:45 – Intervalo para café 10:45 às 12:00 – Espiritualidade nas situações limites: a visão médica 12:15 às 13:30 – Intervalo para almoço 13:30 às 13:45 – Tribuna Livre 13:45 às 15:15 – A vida é feita de escolhas – 15:15 às 15:45 – Intervalo para café 15:45 às 17:00 – Humanização na saúde: a arte da cura pelo amor 17:15 – Encerramento 17:30 – Assembleia da Coordenação Nacional da Pastoral da Saúde da CNBB
07:30 às 08:45 – Celebração da missa 08:45 às 09:45 – Saúde e Ecologia integral 09:45 às 10:15 - Como contribuir com a reciclagem na própria casa. 10:15 às 10:45 – Intervalo 10:45 às 11:30 – Cenário do Saneamento Básico no Brasil – desafios e oportunidades 11:30 às 12:15 – Porque Amós? 12:15 às 13:30 – Almoço 13:30 às 14:00 – Tribuna livre 14:00 às 15:00 – Perspectivas da saúde frente a nova realidade brasileira. 15:00 às 15:30 – Intervalo 15:30 às 16:45 – Eu sou do tempo que... 16:45 às 17:00 - Informações e agradecimento 17:15 – Encerramento
Local: Centro Universitário São Camilo – Avenida Nazaré, 1501 – Ipiranga – SP Os temas, assim como os palestrantes, ainda não estão totalmente definidos. Nos próximos boletins, bem como em nossa página na internet (www.icaps.org.br) vocês terão todas as informações. Você pode obter informações através do telefone (11) 3862-7286 com Carla.
AVISO AOS ASSINANTES DO ICAPS
ATENÇÃO: NOVO HORÁRIO DE ATENDIMENTO DO ICAPS
Comunicamos a todos os assinantes do ICAPS que, devido ao aumento dos custos do correio e impressão, a partir de junho de 2016 a assinatura anual do boletim ICAPS passará de R$ 20,00 para R$ 25,00. Agradecemos a compreensão de todos.
A partir do dia 06 de maio de 2016 o horário de funcionamento do ICAPS será das 12:00 às 18:00. A nova auxiliar administrativa é Carla Sena.
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