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Especial Os Doze Profetas: Zacarias

Vocações Fala Senhor

Duas partes distintas compõem o Livro do Profeta Zacarias. Zacarias anuncia o ânimo, exorta à fidelidade, conduz à reconstrução. Também adverte para o cuidado com a ética, condição de felicidade. Pág. 15

Fala Senhor em minha vida! Fala Senhor em minha história! Todos nós precisamos ouvir a voz de Deus e com ele dialogar para compreender sua vontade.

Pág. 11

STA. EDWIGES

Padres e Irmãos Oblatos de São José * Arquidiocese de SP * Ano XXV * N. 299 * Novembro de 2015

Festa de Santa Edwiges As Festividades de Santa Edwiges aconteceu durante todo o mês de outubro. Essa linda festa reuniu muitos Romeiros, Fiéis e Devotos. Veja as fotos nas páginas 16 e 17. Págs.16 e 17

Notícias Sessão Solene em Comemoração ao Dia Municipal do Santuário Santa Edwiges No dia 9 de outubro, foi realizada uma Sessão Solene em Comemoração ao Dia Municipal do Santuário Santa Edwiges, com a presença ilustre do Vereador Aurélio Nomura. Agora o dia 16 de Outubro, se torna oficialmente uma data no calendário da Prefeitura de São Paulo como DIA DE SANTA EDWIGES!

Pág. 08 Juventude O IV Congresso Internacional da Pastoral Juvenil O IV Congresso Internacional da Pastoral Juvenil da Congregação dos Oblatos de São José aconteceu entre os dias 24 e 25 de agosto em Tagaytay, Filipinas, aproveitando as celebrações dos 100 anos.

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02 calendário editorial

Tempo de

Conversão

Iniciamos o mês que nos desperta reflexões, mudanças e um período de conversão. Este é o momento em que muitas pessoas param para refletir e analisar todas as decisões que foram tomadas ao longo deste ano e, a maioria chega à conclusão que se tivesse feito algo diferente poderia ter um ano melhor. No final deste mês teremos o início do Tempo do Advento, um momento que nos faz convite á conversão, temos a oportunidade para um mergulho na liturgia. É tempo de esperança, alegria na preparação para a vinda do Senhor, meio precioso de recordar o mistério da salvação e reavivar os valores cristãos. Nessas quatro semanas de preparação, somos convidados a esperar Jesus que vem no Natal e que vem no fim dos tempos. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e a esperar a vinda gloriosa do Salvador. Um dia, o Senhor voltará para colocar um fim na História humana, mas o nosso encontro com Ele também está marcado para logo após nossa morte. Nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, nós nos preparamos mais especialmente para celebrar o nascimento de Jesus em Belém. Os Profetas anunciaram esse acontecimento com riqueza de detalhes: nascerá da tribo de Judá, em Belém, a cidade de Davi; seu Reino não terá fim... Maria O esperou com zelo materno e O preparou para a missão terrena. Finalizo meu editorial agradecendo a todas as pessoas que trabalharam na 56ª Festa de Santa Edwiges e em todos os momentos de comemorações à nossa padroeira, que foram realizados no mês de outubro. Foi muito bonito ver tanta gente reunida para acolher e atender bem as pessoas que vieram para celebrar este momento importante para a Paróquia. Que Santa Edwiges derrame muitas bênçãos na vida de vocês!

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novembro de 2015

5 Qui

Apostolado da Oração (Reunião) SAV (Adoração Vocacional)

Salão São José Santuário

14h 20h

6 Sex

Reunião do Presbitério do Setor Anchieta Apostolado da Oração (Missa da 1ª sexta-feira) Reunião do CPS do Setor Anchieta

Par. Santo Agnelo Santuário Par. Santo Agnelo

8h30 às 12h 15h 20h

7 Sab

Grupo de Cantos dos Adultos (Ensaios) Infância Missionária (Encontro) CPP (Conselho de Pastoral Paroquial – Pré assembleia) Grupo de Oração N. Sra. Fátima (Encontro) Grupo Emanuel (Encontro)

Santuário Salão Pe. Segundo Salão São José

Capela da Reconciliação

14h30 14h30 às 15h30 17h30 19h30 às 21h30 20h

8 Dom

Dia Nacional da Juventude AJUNAI (Encontro) Pastoral dos Coroinhas (Encontro) Pastoral da Acolhida (Reunião)

A ser definido Salão São José Salão São José Marello Salão São José

— 9h às 10h40 9h às 12h 16h

11 Qua

Comunidade N.Sra. Aparecida (Reunião do CPC)

Sede da Comunidade

20h

14 Sab

Catequese (Formação para catequistas) Grupo de Cantos (Ensaios) Infância Missionária (Encontro) Grupo de Oração N. Sra. Fátima (Missa de louvor) Grupo Emanuel (Encontro)

Salão São José Marello Santuário Salão Pe. Segundo Santuário Capela da Reconciliação

14h às 17h 14h30 14h30 às 15h30 19h às 21h30 20h

15 Dom

AJUNAI (Aniversário) Pastoral dos Coroinhas SAV (Missa)

Salão São José Marello Salão São José Marello Santuário

— 9h às 12h 11h

19 Qui

Catequese (Reunião de pais)

Santuário

20h

20 Sex

Comunidade N.Sra. Aparecida (Confraternização)

Sede da Comunidade

21 Sab

Grupo de Cantos (Ensaios) Infância Missionária (Encontro) Ministros Extraord. Sagrada Comunhão (Reunião) Grupo de Oração N. Sra. Fátima (Encontro) Grupo Emanuel (Encontro)

Santuário Salão Pe. Segundo Salão São José

Capela da Reconciliação

14h30 14h30 às 15h30 17h 19h30 às 21h30 20h

Assembleia Paroquial

Santuário

A definir

24 Ter

Reunião do CAE (Conselho de Assuntos Econômicos)

Santuário

20h

25 Qua

Fraternidade São José (Encontro)

Salão São José

20h

27 Sex

Conferência Vicentina (Preparação de cestas básicas)

Salão São José Marello

7h30 às 10h30

28 Sab

Catequese (Confraternização) Ministros da Palavra (Retiro) Conferência Vicentina (Entrega de cestas básicas) Grupo de Cantos (Ensaios) Infância Missionária (Encontro) Pastoral Missionária (Encontro) Pastoral do Batismo (Encontro de preparação) Grupo de Oração N. Sra. Fátima (Encontro) Grupo Emanuel (Encontro)

A definir A definir Salão São José Marello Santuário Salão Pe. Segundo Sala São Pedro Salão São José

Capela da Reconciliação

— 8h às 15h 8h30 às 10h30 14h30 14h30 às 15h30 15h30 18h 19h30 às 21h30 20h

Pastoral da Família (Curso de Noivos) AJUNAI (Encontro) Pastoral do Batismo (Celebração) SAV (Reunião) Missa e envio das novenas de Natal

OSSE Salão São José Santuário Salão São José Santuário

8h30 às 17h 9h às 10h40 16h 16h 18h30

22 Dom

Fiquem com Deus!

Karina Oliveira

karina.oliveira@santuariosantaedwiges.com.br

Paróquia Santuário Santa Edwiges Arquidiocese de São Paulo Região Episcopal Ipiranga Congregação dos Oblatos de São José Província Nossa Senhora do Rocio Pároco-Reitor: Pe. Paulo Siebeneichler - OSJ

29 Dom

Responsável e Editora: Karina Oliveira Projeto Gráfico: 142comunicacao.com.br Fotos: Gina, Fátima Saraiva e Arquivo Interno Equipe: Aparecida Y. Bonater; Izaíra de Carvalho Tonetti; Jaci Bianchi da Cruz; Guiomar Correia do Nascimento; José A. de Melo Neto; Rosa Cruz; Martinho V. de Souza; Marcelo R. Ocanha; Fernanda Ferreira e Valdeci Oliveira

Santuário ou Sl. S. J. Marello

Santuário ou Sl. S. J. Marello

Santuário ou Sl. S. J Marello

Site: www.santuariosantaedwiges.com.br E-mail: jornal@santuariosantaedwiges.com.br Conclusão desta edição: 05/11/2015 Impressão: Folha de Londrina. Tiragem: 7.000 exemplares. Distribuição gratuita

Estrada das Lágrimas, 910 cep. 04232-000 São Paulo SP / Tel. (11) 2274.2853 e 2274.8646 Fax. (011) 2215.6111


cantinho da catequese 03

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novembro de 2015

Crianças e adolescentes da paróquia participam de Gincana Bíblica O dia 26 de setembro ficou marcado no coração de muitas crianças e adolescentes que participaram da Gincana Bíblica. O evento aconteceu na tarde do dia 26, na escola Gonzaguinha, atraindo mais de 200 catequizandos. O principal objetivo da Gincana é a interação das crianças e adolescentes, o aprendizado e fazer crescer em seus corações o sentimento de amor e respeito pela Sagrada Escritura. Todas as atividades realizadas testavam o conhecimento dos catequizandos sobre a Bíblia, uma forma de incentivar a leitura bíblica e ao mesmo tempo descontrair. As turmas foram divididas em 05 (cinco) equipes e por cores: Amarela - Força Cristã, Azul - Anjos do Rei, Roxo Jovens Guerreiros, Verde - Esperança em Cristo e Vermelha - Missionários de Jesus. Todos

a todas também participantes: Larissa, Júlia, Camilli, Fabíola, Thainara e Steffani pelo empenho e dedicação com que foi realizada essa homenagem à padroeira do Brasil.

vivenciaram experiências inesquecíveis e sem dúvida, somaram conhecimento. A Gincana foi composta por testes teóricos e ainda testes físicos que divertiram e integraram os participantes do evento que passaram uma tarde diferente. A animação do evento ficou por conta do Irmão Junior, assessor da catequese e Wallace Lopes, coordenador do SAV ( Serviço de Animação Vocacional). As provas foram avaliadas pelos jurados Pe. Paulo Sérgio, vigário do Santuário, Irmão Ismael dos Oblatos de São José, Silmara Silva, OSSE e o cantor Alexandre Freitas. A nossa gratidão a todos que de alguma forma colaboraram para o sucesso do evento.

Festa de Santa Edwiges

Homenagem a Nossa Senhora Aparecida

No dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, as crianças fizeram uma linda homenagem a nossa mãe! Teve seu início com um lindo texto lido pela

catequizanda Keyla: “Peço que nossa mãezinha nos cubra de proteção, e ouça de seus filhos cada profunda oração. Nesse dia também dedicado a todas as crianças, cuide da gente, que do mundo somos a esperança” e finalizando a bela mensagem

envolvida em uma bandeira do Brasil dizendo: “Aqui deixo minha Homenagem a nossa padroeira, com amor e grande orgulho, ergo essa bandeira. Porque assim como a gente, Nossa Setambém e nhora brasileira!”. Logo após iniciando uma bela apresentação de dança feita por auxiliares e crianças da catequese. E o auge da apresentação foi à entrada de Nossa Senhora, lindamente representado por Ana Flávia. Agradecemos

No mês de Outubro, toda a paróquia se empenha na festa de Santa Edwiges, e a pastoral da catequese estava presente na Barraca havaiana, com muita alegria e empenho em atender a todos da comunidade e também aos romeiros que de longe vieram homenagear a nossa padroeira. Agradecemos imensamente a todos os catequistas, auxiliares e aqueles que de alguma forma contribuíram para que o trabalho fosse realizado! Obrigado pelo empenho e dedicação que cada um pode contribuir!


04 osse

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novembro de 2015

Mês de Outubro na OSSE - CCA Santa Edwiges

Caríssimos leitores, Nos meses de Agosto, Setembro e Outubro, o CCA Santa Edwiges-OSSE proporcionou as crianças/adolescentes que atendemos e familiares momentos de descontração e aprendizagem, junto com as atividades lúdicas do dia a dia. • Em agosto a reunião socioeducativa foi realizada em nossa Brinquedoteca resgatando às famílias o direito de brincar e a importância dessa atividade no desenvolvimento das nossas crianças/ adolescentes. Com as crianças, a gincana de grupo para efetivarmos o elo de participação. • Em Setembro com o tema “Meu corpo, minha história”, a presença do caricaturista Rafael Neves promovendo o auto-retrato de nossas crianças/ado-

lescentes, um presente da nossa própria imagem, valorizando os cuidados que devemos ter para conosco, para a nossa história de vida ser a mais verídicas das realidades. • A reunião socioeducativa desse mês foi realizada pela equipe da UBS-Sacomã com uma palestra de orientações sobre higiene pessoal e desenvolvimento cro-

nológico. Como fonte de auxílio aos pais e/ou responsáveis para conscientizar a importância do nosso corpo. • Outubro mês das crianças. Essa semana foi diversificada com show de talentos, gincana de grupo, dia do ridículo com direito a desfile, palestra da equipe da UBS-Sacomã, entrega das lembrancinhas comemorando uma data especial: “O Dia da criança”. Esses momentos são gratificantes as

nossas crianças e adolescentes, mas para nós como equipe, é reconhecimento de um trabalho feito com dedicação e amor. Surpresas até o fim de Outubro... Hummm... Publicaremos nas próximas edições. Abraços!

Silmara Aparecida / Marina Lacerda

para refletir

O monge que caminhava sobre as águas viera no bote. Estás pronunciando incorretamente a frase. Cabe a mim dizer-lhe isso, já que há mérito tanto para aquele que oferece como para o que aceita conselho. Eis como se pronuncia a frase. E a disse então. -Obrigado! Disse humildemente o outro monge. O primeiro monge voltou a seu barco, muito satisfeito por ter praticado uma boa ação. Afinal, já foi dito que um homem capaz de repetir uma oração sagrada corretamente poderia inclusive caminhar sobre as ondas; algo que nunca presenciara, mas que alimentava sempre a esperança por alguma razão desconhecida de realizar um dia. Agora não escutava nenhum som proveniente da cabana de juncos, mas estava certo de que sua lição fora bem acolhida. Foi então que escutou um vacilante Maria ave, começando o segundo monge a repetir a frase da mesma forma que antes. Enquanto o primeiro monge pensava no que acontecia, refletindo sobre a perversidade dos seres humanos Desse modo, alugou um bote e se pôs em direção da e sua persistência no erro, observou de súbito um estrailhota que ficava do outro lado do rio, de onde parecia nho espetáculo. Deixando a ilhota, o outro monge vinha vir à oração. Foi, e encontrou sentado numa cabana em sua direção sobre a superfície das águas. de juncos, um homem vestido com hábitos de monge, Surpreso, o primeiro monge parou de remar. O outro que movia a cabeça e os braços seguindo o ritmo das palavras recitadas. -Meu amigo! Disse o monge que chegou junto dele e disse: Um monge de mentalidade meio simplória, de um mosteiro piedoso, caminhava certo dia pela margem de um rio concentrado em problemas escolásticos e de natureza moral, pois esta era a forma assumida e ensinada em sua comunidade. Equiparava-se ali a religiosidade emocional com a busca da Verdade essencial. De repente, seus pensamentos foram interrompidos por um forte grito. Alguém estava repetindo uma oração. Isto carece de sentido; disse o monge para si mesmo, pois ele está pronunciando incorretamente as palavras. Em vez de pronunciar Ave Maria, ele está dizendo ao contrário “Maria ave”. Pensou de imediato que era seu dever, como estudante mais aplicado, corrigir aquela pessoa desafortunada, que talvez não tivesse tido a oportunidade de ser orientada corretamente, daí que estivesse, quem sabe, fazendo o melhor que podia para interpretar a ideia contida atrás das palavras.

-Irmão! Lamento incomodá-lo, mas tive que vir aqui para perguntar-lhe sobre a maneira correta de pronunciar a oração como me ensinou, pois me é difícil recordá-la. Moral Muitas vezes queremos ensinar o vigário a rezar a missa e nos colocamos arrogantemente em uma perspectiva de senhores que são superiores aos outros. Porém, a verdadeira fórmula da oração não nasce de palavras pronunciadas corretamente, mas, de um espírito contrito, onde o que é falado ecoa na alma humilde e simples. Portanto, quando corrigir alguém, primeiro se pergunte: o que se roga para si mesmo. Ou melhor, o que quer para si mesmo. Pois, se não for de origem simples e humilde não fale nada, porque a caminhada do arrogante e do orgulhoso sempre se sustenta em coisas e não na verdade. Pe. Paulo Sérgio - OSJ Vigário Paroquial


palavra do bispo 05

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novembro de 2015

A FAMÍLIA NO PLANO DE DEUS

Jesus viveu em tudo a condição humana, menos o pecado. E ao experimentar tudo aquilo que é próprio da condição humana, naturalmente, Jesus vivenciou a realidade familiar. Aliás, a família foi à primeira realidade humana que Jesus santificou. Seu coração aprendeu a amar sua família: José e Maria! E ao abordarmos a família, temos a oportunidade de refletir sobre os principais valores que sustentam uma família: o “amor conjugal” e o “amor pais-filhos”. São Paulo ilustra bem esta realidade na Carta aos Colossenses: “Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convém, no Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor” (Cl 3, 18-20). Analisemos, num

primeiro momento, a relação “marido-esposa”. São Paulo recomenda ao marido amar sua esposa, e acrescenta: ‘quem ama, não é grosseiro’. Abro aqui um adendo para melhor compreendermos o que a Igreja entende por ‘amor conjugal’. Na celebração do matrimônio, os nubentes, de mãos dadas, olhando um para o outro, realizam o seguinte juramento: “Eu, te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-te e respeitando-te, todos os dias de minha vida”.

“Eu te prometo”, ou seja, “eu quero”. Eu vou empenhar minha vontade, para juntos construirmos uma família, para juntos realizarmos um projeto comum. Se necessário, vou me sacrificar para o bem de meu cônjuge. O amor conjugal é o amor que vence os interesses individuais, que rompe os limites do amor a si próprio e busca o bem do cônjuge e dos filhos. Não é o amor que se limita apenas às paixões passageiras. A oração do consentimento matrimonial diz: “Eu te recebo como meu marido (ou como minha esposa)”. Dizer “eu te recebo” é o mesmo que dizer “eu te acolho em minha vida”, eu te acolho com tuas alegrias e tristezas, eu te acolho com tuas fraquezas e com tuas necessidades; enfim, “eu te acolho como és”. De modo semelhante, os índios ianomâmi, da Amazônia, dizem “uma parte de você entrou em mim, vive em mim e cresce em mim”. A sadia relação “pais-filhos” é o outro pilar da vida familiar. O livro do Eclesiástico apresenta uma síntese de indicações práticas que os filhos devem ter em conta nas relações com os pais.

Uma palavra se sobressai no texto do Eclesiástico: o verbo “honrar”. Este verbo leva-nos aos dez mandamentos (cf. Ex 20, 12), onde aparece no sentido de “dar glória”. Dar glória a uma pessoa é dar-lhe toda sua importância; “dar glória aos pais” é, assim, reconhecer sua importância como cooperadores de Deus na sublime missão de gerar e defender a vida. É, enfim, reconhecer que os pais constituem a fonte, através da qual Deus nos dá a vida; esse reconhecimento deve conduzir-nos à gratidão. Gratidão que se expressa através de gestos concretos, tais como: ampará-los na velhice; assisti-los materialmente quando já não podem trabalhar (cf. Mc 7, 10-11); escutá-los com carinho e paciência, levando em conta suas orientações e conselhos; ser indulgente para com as limitações que a idade traz. Para terminar, a experiência familiar de Jesus nos ensina ainda que toda família é depositária do ‘Mistério da Vida’. José e Maria acompanharam, com solicitude, todas as etapas do crescimento de Jesus; propiciaram tudo aquilo que Jesus necessitava para crescer em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens. Defender e conduzir os filhos no percurso da vida é a missão primordial da família cristã. Dom José Roberto

Bispo Auxiliar de SP e Vigário Episcopal da Região Ipiranga


06 palavra do pároco-reitor

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novembro de 2015

REZAR, NOSSA PRECE ATRAVÉS DE NOVENAS, QUAL O SENTIDO? Caros leitores, devotos, paroquianos e romeiros de Santa Edwiges! Estou sendo desafiado, e com muito carinho me esforço para dizer de modo simples, mais pertinente, um parecer sobre a oração e a prece popular chamada novena, devoção que se faz em muitas circunstâncias da vida, pela saúde, por uma necessidade, por uma intenção, por um amor especial ou um carinho ao santo de uma devoção pessoal. Há hoje certas resistências a se fazer certas experiências de fé, e diria até por conta de certos conceitos, que se fazem preconceitos em dizer ser uma forma de professar a fé de modo mais atualizado, deixa-se as tradições e os exercícios de piedade de lado, e por não ter uma continuidade se perde, tanto os tradicionais, como não ficam com os novos modelos. O que precisamos de fato é um equilíbrio desta beleza, como afirmou Santo Agostinho “ó beleza tão nova, ó beleza tão antiga” ao se deparar com a fé, em conhecer uma riqueza que já se fazia muito tempo a existir e tão pouco a ele provar desta. Fazer uma novena! Por que e para que? Por que reconheço neste modelo de oração um exercício, é como um treino tem que repetir para acertar, para fazer experimentar a mais tempo uma fórmula. Por que tenho com

o santo da minha devoção um carinho, uma identificação, como que vou tratar com um amigo, um exemplo de vida, uma intimidade que ele pode me dar uma dica para que eu possa dar passos e superar a dificuldade que eu enfrento. Por que tem uma forma, e posso fazer neste uma prece dirigida a Deus pela intercessão de meu padroeiro. De quem eu o admiro. Para que? Não é para barganhar o que eu tenho necessidade ou vontade! E sim para que a exemplo deste eu também possa me dedicar e me aproximar de Deus, com o auxílio de sua intercessão, e com o modelo de sua escuta ao Senhor e de seu seguimento, ao que se professa na fé. Nós celebramos Todos os Santos no dia 01 de novembro, e dia 02 todos os fiéis defuntos, duas lembranças que nós sentimos os Santos porque intercessores por nós junto de Deus, e os Fiéis Defuntos, porque nossos entes queridos e muitas vezes nós sentimos mais, por que tem alguém de nossa família, muito bom é lembrar-se de alguém querido, amado, gentil, santo, exemplar, destes é que se fizeram os Santos, o que foram os santos se não mais que pessoas que em vida se destacaram pela vivência diária das virtudes. O Sentido de fazer novena é nada mais nada menos que se colocar no seguimento do Senhor a exemplo de

um Santo! Qual é o Santo de sua devoção? Qual a prece que você faz? Há muitos devocionais para Nossa Senhora, Santos, Santas, Espírito Santo, enfim, tenha você um motivo de ter que fazer uma novena, seja para pedir intercessão, para agradecer, ou para dizer a Deus, quero te amar como amou este ou aquele Santo. Vem à preparação do Natal, que você olhando para a casa de Nazaré, possa pedir ao Deus Menino que possa estar no centro de sua casa e de sua vida. Façamos a nosso exercício de rezar sempre, com um horário, e se não tem uma metodologia, um novenário é uma forma de se colocar em oração com perseverança até chegar à oração de contemplação ou outros exercícios que a fé nos propõe, a novena é uma metodologia para em comunidade grupo crescer e se ajudar a rezar. Rezemos sempre, e em qualquer ocasião. Com estima, te convido a se preparar para o nascimento de Jesus fazendo seu exercício de oração com a Novena de Natal em família.

Pe Paulo Siebeneichler – OSJ

Pároco-Reitor da P. S. Santa Edwiges pepaulo@santuariosantaedwiges.com.br

psicologando

Valores Tenho um grande circulo de amigos, recentemente me rendi a alguns grupos do whatsapp apesar de ainda participar timidamente destes grupos por conta de uma resistência a esse tipo de contato. Já havia entrado em alguns anteriormente, mas depois de um tempo sai de forma despercebida, acredito que esse tipo de interação se não for bem utilizada causa um distanciamento nas pessoas. Um dos grupos que participo atualmente (estou em poucos) teve um papel extremamente importante na minha aquisição de valores. Um dos principais valores que aprendi com estas pessoas foi à generosidade. Em todos os sentidos, me ensinaram e partilharam de tudo comigo, acreditem, até dinheiro, e olha que quando isso me aconteceu os conhecia a pouquíssimo tempo. Acredito que hoje sou um psicólogo melhor por conta da generosidade destas pessoas que não tiveram medo de me ensinar tudo que sabiam. Transferindo para a vida corporativa/profissional e para a vida de um modo geral, as pessoas tem um medo gigantesco de serem generosas umas com as outras. De forma que com o ensinamento passado adiante, futuramente serão substituídas ao serem superadas. É um sentimento natural de preservação, pois precisa ser mais bem entendido e discutido, pois limita

que o importante é que não se privaram de me ensinar. Não foi simplesmente uma troca, pois se fosse dessa forma não seria gratuito. Uma das coisas que ganhei deles foi o carinhoso apelido de João, que muitos ainda insistem em me chamar, apesar de já saberem a muito tempo, meu verdadeiro nome Givaldo e meu apelido Novinho.

nosso aprendizado. Todos nós recebemos influências e aprendizados ao longo da vida, é importante estar aberto a isso e não achar que o que sabe já basta e tão pouco privar as outras pessoas do conhecimento que temos. Com certeza, dessa forma seremos melhores profissionais e pessoas. Acredito que estas que pessoas que foram generosas comigo no passado e até hoje ainda são de alguma forma, também aprenderam algo comigo, pouco, devido a minha inexperiência na nova função, mas agradeço

Gostaria de finalizar com duas frases que sempre ouvi de algumas dessas pessoas tão importantes na formação dos meus valores. “João é preciso ser misericordioso com as pessoas” “Se posso ver ao longe, é por que subi no ombro de gigantes”. Givaldo da Silva Costa Filho Psicólogo Clínico - CRP 06-96511 givaldo20psc@yahoo.com.br


batismo 07

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novembro de 2015

Batismo 27 de Setembro de 2015

Meneses Produções Fotográficas Tel.: 2013-2648 / Cel.: 9340-5836

Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo (Mateus 28-19)

Gabriel da Silva

Geovanna Rodrigues de Jesus

Gustavo Gonçalves dos Santos

Hugo Gama Freire

Maria Clara dos Santos Nascimento

Pedro Lucas Rodrigues Pereira

Sophia Alves Pereira

Sophia Amorim Albuquerque


08 notícias

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Recadastramento dos atendidos na Obra Social e beneficiados em programas e projetos

No mês de agosto a OSSE iniciou uma parceria com o Centro Universitário Assunção (UNIFAI), o objetivo dessa parceria é a realização de uma avaliação e monitoramento do trabalho social realizado na OSSE e, a partir daí orientar a implantação do Departamento de Serviço Social. Esse trabalho será feito pelos alunos da pós- graduação que, após uma pesquisa de campo, darão uma devolutiva orientando o que precisa ser feito para ampliar e melhorar esse trabalho. No dia 25/09 cerca de 30 alunos da graduação de Serviço Social e alguns alunos da pós-graduação Políticas Públicas da UNIFAI, passaram o dia todo na OSSE fazendo o recadastramento das pessoas que recebem algum tipo de auxilio da Obra Social, para atualizar os dados pessoais e residenciais.

SESSÃO SOLENE EM COMEMORAÇÃO AO DIA MUNICIPAL DO SANTUÁRIO SANTA EDWIGES No dia 09 de outubro, foi realizada uma Sessão Solene em Comemoração ao Dia Municipal do Santuário Santa Edwiges, com a presença ilustre do Vereador Aurélio Nomura. Este evento aconteceu, pois o Plenário aprovou o Projeto de Lei do Vereador Aurélio Nomura, para incluir o dia de Santa Edwiges na lista de eventos oficiais do município de São Paulo. Agora o dia 16 de Outubro, se torna oficialmente uma data no calendário da Prefeitura de São Paulo e assim de toda cidade como DIA DE SANTA EDWIGES! Parabéns a toda comunidade e demais pastorais, movimentos e obras que compõe esse trabalho de evangelização dentro das ações pastorais e aos Padres e Religiosos que aqui dedicam e vivenciam suas vocações! Após a Sessão Solene houve um coquetel em comemoração no Salão São José, com a presença do vereador Aurélio Nomura e de membros de pastorais e movimentos, padres e religiosos do Santuário Santa Edwiges. Wallace Lopes França / Karina Oliveira


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Novena de Santa Edwiges

notícias 09

Durante todo o mês de outubro na paróquia, há festividades em comemoração a nossa padroeira Santa Edwiges. O Santuário esteve lotado durante todo o mês. A programação religiosa com a novena de Santa Edwiges, reuniu paroquianos e devotos no período de 07 a 15 de outubro. As novenas foram presididas por padres convidados da Região Episcopal Ipiranga e também padres Oblatos de São José. No primeiro dia contamos com a presença do Pe. Edson Pacondes, no 2º Pe. Natal, 3º Pe. Pedro, 4º Dom José Forte Palau, 5º e 6º Pe. Paulo Siebeneichler, 7º Pe. Belo, 8º Pe. Lisâneos e para encerrar a novena no último dia o Pe. Lino.

2º dia - Pe. Natal

1º dia - Pe. Edson Pacondes

3º dia - Pe. Pedro Luiz

4º dia - Dom José Fortes Palau

7º dia - Pe. Belo

5º dia - Pe. Paulo Siebeneichler

8º dia - Pe. Lisâneos

6º dia - Pe. Paulo Siebeneichler

9º dia - Pe. Lino


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O IV Congresso Internacional da Pastoral Juvenil todo o processo de uma atividade. Que ele não seja apenas um consumidor de atividades e os lideres prestadores de serviços. Os grupos no Brasil trabalham com musica, dança, teatro, redes sociais e esporte. Em 2014 começamos uma experiência com esporte, um campeonato que envolveu todos os jovens da nossa Província na comemoração do Dia do Jovem Josefino (DJJ). Percebemos que esta experiência envolveu e fez os grupos mobilizarem muitos jovens e adolescentes. As nossas reuniões de Equipe provincial que são realizadas duas vezes no ano e os encontros virtuais via skype, também favorecem para atingir o envolvimento dos jovens.

Participantes do IV Congresso

O IV Congresso Internacional da Pastoral Juvenil da Congregação dos Oblatos de São José aconteceu entre os dias 24 e 25 de agosto em Tagaytay, Filipinas, aproveitando as celebrações dos 100 anos. Este Congresso contou com a presença de muitas províncias que trouxeram seus assessores religiosos e alguns jovens representantes. A delegação brasileira contou com a presença dos religiosos brasileiros (Pe. José Neto, Pe. Sergio, Pe. Ailton e Pe. Bennelson) e do professor Humberto. Os dois dias de Congresso proporcionaram uma integração entre os participantes, mesmo nem todos falando inglês, italiano ou espanhol. O Pentecoste aconteceu novamente entre os povos. Cada um na linguagem do amor conseguiam comunicar se, transmitindo o melhor da nossa fé que é a unidade e o espírito de família oblata. Iniciamos o Congresso com uma missa presidia pelo nosso superior geral Pe. Miguel Piscopo, que contagiou a todos com sua alegria e presença. Em seguida Pe. Brian que é o conselheiro geral responsável pela pastoral juvenil e educacional, deu as boas vindas aos participantes e deu todas as orientações de divisão de grupos e trabalhos. Os grupos de trabalhos foram partilhando as

respostas do instrumentum laboris em preparação para o Congresso respondido pelas províncias. O tema proposto foi Educar a mente e o coração. Como os oblatos e oblatas podem educar a mente o coração da juventude. Aqui vou partilhar alguns trechos que acho importante ressaltar do nosso trabalho no Brasil que foi compartilhado no Congresso Internacional da Pastoral Juvenil. O que estamos fazendo e como estamos procurando conhecer nossos jovens? Que meios usamos para conhecer o mundo deles (social, network, revistas, programas televisivos, internet,...)? Há uma continuidade e uma correspondência entre o mundo real e o mundo virtual? Em nossa Província temos alguns confrades que buscam estudar sobre juventudes através de cursos, encontros, especialização e na medida do possível buscam multiplicar estes conhecimentos para as lideranças e assessores religiosos e leigas. Procuramos conhecer a realidade dos jovens e adolescentes para isso de tempos em tempos aplicamos um questionário para saber até que ponto atingimos no acompanhamento. Infelizmente muitos grupos que estão inseridos em nossas comunidades, colégios e até mesmo faculdade desconhecem o trabalho

juvenil dos Oblatos de São José no Brasil, desconhece a estrutura que é oferecida na evangelização da Juventude. Falta uma divulgação mais profunda em nossas realidades do que os Oblatos dispõem para as juventudes. Os meios que usamos para aproximar do mundo juvenil é a internet com suas redes sociais, principalmente o facebook e Whatsapp. Os nossos encontros e atividades geralmente são articuladas via as redes sociais. Mas este processo no máximo, conseguimos por dois anos, porque geralmente as lideranças mudam e um novo ciclo se começa. Neste momento estamos estáveis com as nossas lideranças favorecendo uma continuação do processo.

transmitir: presença amorosa e incentivadora, trabalho em grupo, um espaço de acolhida, foco e organização, missão e identidade do jovem josefino. Em nossa Província sempre falamos da importância de cada realidade ter pelo menos uma referência para que se tenha uma maior articulação e integração dos processos. Como ajudamos o jovem a descobrir seus talentos, suas inclinações? Que atividades organizamos para atingir esse objetivo? Acreditamos que seja a própria convivência grupal, as atividades que são propostas e princi-

O que entendemos por “Educar cristamente o coração” dos nossos jovens? É ajudar o jovem a se humanizar segundo o projeto de Deus, que deseja que todo ser humano seja pleno e realizado. É necessário educar o jovem para o amor, ou seja, ele precisa aprender amar e ser amado. Muitas vezes percebemos a dificuldade que as famílias enfrentam para educar os vossos filhos. Eles se preocupam com tantas coisas, mas esquecem de educar os filhos para o amor e no amor. Aqui não podemos esquecer-nos de apresentar Jesus como modelo de vida. Ele nos ensina como amar a si e ao próximo.

O que consideramos necessários para a ação humana e cristã de nossa juventude, considerando a atual situação sócio cultural? Quais valores procuramos transmitir para o bem desses jovens? Uma educação humana e cristã de nossa juventude requer referências, pessoas que possam acompanhar e conhecer os anseios e necessidades da juventude. Percebemos que nos locais que existem um espaço de acompanhamento e uma referência os projetos juvenis decolam e naqueles que não temos os jovens e adolescentes ficam ao acaso. Os valores que procuramos

Noite cultural durante o Congresso Internacional da Pastoral Juvenil

palmente o empoderamento que é incentivado, onde o jovem ou adolescente possa participar de

Pe. Bennelson da Silva Barbosa Animador da Juventude - OSJ


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FALA SENHOR

vocações 11

“Fala, Senhor, que teu servo te escuta” (I Sam 3, 1-9) mens e mulheres em diferentes momentos a realizar e viver seu Projeto de Amor? Não há tempo para pensar, Ele quer de nós uma decisão, não impensada, mas verdadeira, quer nossa disponibilidade em segui-lo e avisa que: “os pássaros tem seus ninhos e as raposas suas tocas, mas o filho do Homem não tem onde reclinar a sua cabeça” (Mt 8,20).

O chamado do Senhor acontece em Com certeza já haviam ouvido diferentes situações de nossas vidas. falar Nele, pois não deixariam seus afazeres por qualquer motivo. TamAo jovem Levi ou Mateus, o cobém em nossas vidas, para que sigabrador de impostos que estava senmos o Cristo é necessário que assim tado Jesus diz: “Vem e segue-me! E como Eli em I Samuel, alguém nos levantando-se ele deixou tudo e o auxilie a entender e compreender seguia” (Lc 5,28). Aos pescadores este chamado (Cf. I Sm 3,1-21). Jesus disse: “Vinde em meu seguiPode ser nossos pais, mães, avós, mento e eu farei de vós pescadores nossa família, nossa comunidade, de homens. E imediatamente, deiamigos e também nossos padres e xando as redes, eles o seguiram” Consagrados (as). (Mc 1, 16,20). Eles muitas vezes, nos ajudarão a Interessante notarmos que nas compreender melhor este chamado duas citações bíblicas após o chae a entender o que o mestre quer mado feito por Jesus é dito que tanto de cada um de nós. Muitas vezes Levi como os pescadores imediataisso custará abrir mão de prazeres, mente deixaram tudo e o Seguiram. vontades e desejos que a vida e o Acredito que isso significa que mundo nos oferece como as comoquando Deus nos chama o convite didades, os prestígios... chega não unicamente aos nossos Como pensar em seguir os ensinaouvidos, mas também a nossos comentos de um Homem que há mais rações. Não é um simples convite, de dois mil anos ecoa em nossas vinão há tempo para pensar, Ele quer das e que o mundo contemporâneo uma resposta. Mas o que aqueles não consegue sufocar. Ensinamentos pescadores viram Naquele que chaque perpassam a humanidade em tomariam mais tarde de mestre? dos os seus períodos e provoca ho-

Também nos conforta dizendo: “Eis que estarei convosco todos os dias até o fim do mundo” (Mt.28,20). Esta promessa nos assegura que se Ele nos chama estará conosco em todos os momentos, diante das dificuldades, fragilidades e fraquezas. É Ele quem nos conduz como dizia Santa Edith Stein: “Sei que sou sustentada e aqui está a minha tranquilidade e segurança, não a segurança sábia do homem que está num terreno seguro com as próprias forças, mas a doce feliz segurança da criança sustentada por um braço forte”. Assim, não tenhamos dúvidas em segui-lo, diante do seu chamado que possamos imediatamente deixar tudo! Antônio Carlos Bispo do Carmo (Vocacionado de Bocaina – SP)

Fala Senhor em minha vida! Fala Senhor em minha história! Todos nós precisamos ouvir a voz de Deus e com ele dialogar para compreender sua vontade. Os personagens

citados acima somos nós hoje, também estamos construindo uma história de amor a partir do chamado que Deus nos concede. Como Samuel digamos: “Fala Senhor que teu servo escuta” (I Sam. 3-1,9). Fala Senhor, pois preciso ouvir o seu apelo e me colocar em sintonia com vossa santíssima vontade a fim de realizar na vida e no mundo o vosso projeto misericordioso. E Você? Já pensou nisso?

VENHA NOS VISITAR Centros Vocacionais dos OSJ: 1 – Centro Juvenil Vocacional Rua Darcírio Egger, nº. 568 Shangri-lá CEP 86070 070 - Londrina-PR Fone: (43) 3327 0123 email: savosjosefinos@gmail.com

2 - Escola Apostólica de Ourinhos Rua Amazonas, nº. 1119, CEP: 19911 722, Ourinhos-SP Fone: (14) 3335 2230 valdineipini10@gmail.com 3 - Juniorato Pe. Pedro Magnone Rua Marechal Pimentel, 24, CEP 04248-100, Sacomã, São Paulo- SP Fone: (11)2272- 4475 4 – Irmãs Oblatas de São José Rua José Paiva Cavalcante, 750 Conj. Lindóia CEP 86031-080 / Londrina-PR Fone: (43) 3339.0876 irmas.oblatas@hotmail.com

Pe. Marcelo Ocanha - OSJ

Animador Vocacional epicuro7@bol.com.br


12 são josé

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A SUPERIORIDADE DA PATERNIDADE ESPIRITUAL DE SÃO JOSÉ EM COMPARAÇÃO COM OS DEMAIS SANTOS mistério da encarnação de Jesus e esse privilégio é apenas seu. A tarefa de São José no plano da encarnação do Filho de Deus exigiu dele uma plenitude de graça superior a dos demais santos e essa plenitude de graça ele a recebeu em ordem à obra da Redenção. Por isso, São José é denominado nos evangelhos de homem “Justo”, ou seja, o santo por antonomásia; aquele que possui, depois de Maria, a maior plenitude de graça. Por isso, o seu poder de intercessão junto a Deus é maior do que qualquer outro santo. Deus o constituiu “Senhor de sua Casa” e a eleição para esse encargo lhe deu consequentemente o direito das graças necessárias para desenvolvê-lo com perfeição.

Sabemos que todos os santos exercem sobre nós aqui na terra uma mediação intercedendo por nós junto a Deus quando os invocamos. Sabemos também que “Apenas um é o mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo” (1Tim 2,5). Sabemos por fim, que São José ocupa um lugar de superioridade dentre os demais santos, depois de Maria, em ordem ao exercício de sua paternidade espiritual. A simples denominação que damos a ele, “Pai de Jesus”, já o eleva sobre os demais santos por se tratar de um título elevado que jamais foi concedido a qualquer outro santo. Por ser ele o “Pai de Jesus” e o “esposo de Maria”, aquela que é a Rainha dos anjos, dos santos e dos homens e a mãe da divina graça, está providencialmente incluído no decreto da Encarnação redentora e a sua superioridade depende dessa sua inclusão nesse plano redentor. A sua eleição divina no plano da redenção supôs a sua encardinação, sem bem que apenas extrínseca, no

Assim como São José exerceu o cuidado e toda proteção eficaz por seu filho aqui na terra, como se estivesse cuidando como “tutor da Igreja nascente”, afirma o Papa Leão XIII na sua Carta Apostólica “Etsi Apud”, assim também ele continua a sua proteção perante a Igreja nascida e presente neste mundo até o fim dos séculos. Sua tarefa foi superior, porque superior era o objeto dela, ou seja, aquela de ser o coordenador da encarnação do Filho de Deus. Desta forma, o grau de sua glória corresponde aos seus méritos, e esses méritos lhe são provenientes do amor com que desenvolveu sua missão. Ora, o grau de amor de São José está intimamente ligado ao título que recebeu dos evangelhos: “Justo”; por isso, são mais aceitáveis a impetração de São José junto a Deus por nós do que dos outros santos. Além de sua glória como participante no plano Redentor para a nossa salvação, privilégio único seu e de sua esposa, é preciso também lembrar o que nos ensina Santo Tomás de Aquino para o qual o segundo princípio da eficácia do patrocínio dos santos são os méritos que eles adquiriram enquanto viveram nesse mundo. Disso se deduz que as orações de São José são eficacíssimas aos olhos de Deus, pois os demais santos rogam a Deus como servos, enquanto que São José faz isso com a autoridade de pai de

Cristo, e da mesma forma que Jesus o obedeceu aqui na terra o obedece também no céu, visto que o amor afetivo que Jesus menino teve por São José aqui na terra ele não o perdeu, mas o conserva perpetuamente. Com essa fundamentação feita em poucas palavras, podemos compreender a afirmação de São José Marello quando diz que “Se São José não concedesse graças não seria mais São José”. Podemos compreender os incontáveis devotos de São José que a ele recorreram e recorrem com confiança e recebem de Deus as graças suplicadas. Basta lembrar o testemunho de Santa Tereza que ao falar do poder de sua intercessão: “Fico espantada pelas grandes graças que Deus me concede por meio do bem-aventurado São José; dos perigos tanto do corpo como da alma de que fui livre. Aos demais santos parece que Deus concedeu graças para socorrer em uma necessidade, mas ao glorioso São José, tenho por experiência que ele socorre em todas, e que Deus quer dar-nos a entender que assim como ele lhe foi submisso aqui na terra, da mesma forma no céu atende todos os seus pedidos”. Portanto, um santo de tamanha eficácia junto a Deus não pode ser esquecido por nós, particularmente pelos seus devotos. Pe. José Antonio Bertolin, OSJ pebertolin@net21.com.br

CREDENCIADA – BONA e SINTEKO

ARCIA RASPADOR

Ademir


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Bem-aventurado Eugênio Bossilkov 13 de Novembro - Bispo (1900-1975)

santo do mês 13 Mensagem especial

É a vida...

especial que induzia a total desobediência ao sumo sacerdote da Igreja. Assim, iniciaram a perseguição aos católicos romanos. O bispo Eugênio Bossilkov foi convidado a passar para o grupo dos ortodoxos, mas recusou-se e confirmou sua fidelidade ao sumo pontífice romano. Ele foi preso em julho de 1952 e negou-se a aceitar aquela lei especial de desobediência à Santa Sé. A polícia política do regime stalinista búlgaro acusou-o de subversão e espionagem por conta da Igreja de Roma. A sentença de morte foi ditada em 3 de outubro de 1952. Dom Eugênio, após ser torturado, morreu fuzilado no dia 11 de novembro do mesmo ano, em Sófia, Bulgária.

Vicente Bossilkov nasceu na cidade de Belém do Danúbio, Bulgária, no dia 16 de novembro de 1900. Filho de camponeses católicos romanos, fez os seus votos na Congregação da Paixão em 1920, e ordenou-se sacerdote em 1926, com o nome de Eugênio. Homem dotado de uma grande inteligência, muito contribuiu para o desenvolvimento da diocese de Nicópolis, orientada por um bispo passionista. Era um padre ativo e colaborador, trabalhando para a aproximação entre a Igreja Católica e a Ortodoxa russa. Eugênio acabou sendo eleito para a sucessão em 1947, e tornou-se o bispo de Russe, na Bulgária. A Bulgária vivia, então, sob o domínio do regime comunista do russo Josef Stálin. O bispo Eugênio foi preso no auge da repressão desse regime, iniciada, em 1944, contra os cultos religiosos, principalmente contra a Igreja Católica. Na ocasião, foram proibidos: feriados religiosos, manifestações fora das igrejas e obras sociais dos católicos romanos. Também fecharam escolas, hospitais e orfanatos. O objetivo era promover a adesão da pequena, mas compacta, comunidade católica búlgara ao culto ortodoxo através de uma lei

Numa das últimas cartas que enviou da prisão antes de morrer, para um dos seus amigos ortodoxos, escreveu: “Não vos preocupeis comigo; eu estou assistido pela graça de Deus e permaneço fiel a Cristo e à Igreja”. Oficialmente, foi dado como desaparecido. Nem mesmo a família obtinha informações de seu paradeiro. No anuário pontifício, aparecia, ainda, como o bispo de Russe em 1975. Só naquele ano a notificação da morte foi dada oficialmente pelo governo búlgaro e depois confirmada com o acesso aos arquivos e ao relatório do fuzilamento. Eugênio Bossilkov foi beatificado pela Igreja Católica em 15 de março de 1998, numa cerimônia solene presidida pelo papa João Paulo II na Basílica de São Pedro, em Roma, quando foi proclamado “primeiro mártir do século XX da Europa do Leste”, morto em nome da fé e da fidelidade ao papa. Um dos momentos emocionantes da solenidade foi o encontro com Gabriela Bossilkov, sobrinha do bispo mártir, que entregou ao papa João Paulo II um pedaço da camisa ensanguentada que seu tio vestia no momento da execução. A data para a celebração de sua lembrança foi indicada para o dia 13 de novembro. Fonte: http://www.paulinas.org.br

Quando meu marido foi embora, tos, e o medo me faz correr e deixar não consegui mais pagar o aluguel tudo para trás. O pouco que é meu de onde morava, mas mesmo assim tudo. Depois volto devagar para resfui ficando, até ser despejada. Senti gatar o que é meu. Muitas vezes poutanta vergonha... co encontro do que deixei. Minhas filhas e eu fomos morar Numa noite de muito frio, de um na rua. Elas já estavam grandinhas, frio cortante, me perguntaram se bonitas, chamavam a atenção. Tive eu queria ir para um albergue. Só medo. Ouvia tanta coisa... Não as que eu poderia levar apenas uma deixava sozinhas nem um segundo. malinha de mão. E o resto, pergunRevirei mundos e fundos, até con- tei. Apenas uma malinha de mão. seguir colocá-las em uma Casa que Como se eu tivesse... cuidaria delas para mim. Mas antes Nem pensei muito. Recusei, pois disso, falei com muita gente para sa- afinal, eu estava perto de onde miber escolher o melhor para elas. nhas filhas ficavam, dos amigos que Gosto de pensar que onde elas es- quando podiam me ajudavam do seu tão nada lhes falta. E a mim, o que Zé da padaria, que de manhã me dava faltará quando elas saírem da Casa? um café com leite quentinho... E se Sentirão vergonha de mim? Me acei- eu não conseguisse voltar? Não potarão como eu sou? Aquela que por deria vê-los mais? Melhor ficar. comodismo preferiu a rua? Melhor Eles insistiram, explicaram que a nem pensar. Melhor dar tempo ao noite seria muito fria, eu poderia tempo. Eu não deixo que em mim se ficar doente e etc. Disseram que lá instale o sentimento de “coitadice”. eu tomaria um banho quente, coloVaguei pelas ruas sem destino, rumo caria roupas limpas, tomaria uma a lugar nenhum, carregando nas cos- sopa gostosa e iria deitar em uma tas a minha casa, até arrumar um lu- cama limpa. Não passaria nem frio, gar não muito longe de onde minhas nem fome. Mas eu fiquei irredutímeninas estavam. Precisei brigar por vel. Não fui. isso. Muitos não me queriam por perLá pelas tantas, passou entre nós to. Mas eu os “peitei”. Fiquei. uma garrafa de “cobertor” para esA indiferença e o desprezo são ter- pantar o frio e a solidão. Sem pensar ríveis. A sociedade não nos enxer- muito, aceitei. Foi à primeira vez de ga. Fazer o quê, não é? tantas outras que viriam. Muitas pessoas passam por mim Eu amo essa liberdade ao extremo! e nem me dão “ligança”, principal- Muitas vezes penso que se eu sair mente quando eu estou remexendo o dessa vida está bom. Se eu morrer lixo à procura de comida. A fome é amanhã, está bom também. Sou livre cruel. Muitas vezes o lixo se trans- para pensar assim. Ou não? forma em fonte de alimento. Às vezes, no meio da noite apare- Heloisa P. de Paula dos Reis hppaulareis@yahoo.com.br cem pessoas que me acordam aos gri-


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VIDA RELIGIOSA: UM PROCESSO MISTAGÓGICO DE VIDA A Vida Religiosa está na Igreja com uma forte presença e testemunho. Ela deve ser bem compreendida se vista como Mistagogia: mergulho na própria identidade e realidade de Deus. Vocação, se deixa convencer e “levar” por tudo isso. Os valores da Fé se tornam os valores de sua vida. O olhar que a Fé sugere torna-se o modo de olhar da pessoa. Os sentimentos que a Fé gera, como compaixão, misericórdia, fidelidade e auto sacrifício é o que o fiel passa a viver. Não é compreensível um Frei ou Freira que não vivem estas dimensões ou pelo menos não se empenham em vivê-las.

A Vida Religiosa é um processo mistagógico. Esta afirmação precisa ser explicada. Pode causar surpresa para os leitores e, inclusive, para as Freiras e os Freis que vivem a Vida Religiosa. Comecemos por analisar os termos. Mistagogia: trata-se do processo de conhecimento dos mistérios. E “Mistério” é a própria realidade da Fé, o próprio Deus. O Mistério, que São Paulo fala quando afirma, em Romanos: …o meu evangelho e a mensagem de Jesus Cristo — revelação de um mistério envolvido em silêncio desde os séculos eternos, agora, porém, manifestado e, pelos escritos proféticos e por disposição do Deus eterno, dado a conhecer a todos os gentios, para levá-los à obediência da fé… (Romanos 16,25–26). Sendo o Mistério o próprio Deus que vai se revelando, então a Mistagogia é o conhecimento de Deus, de modo conceitual, mas, sobretudo de modo vivencial. O fiel que decide entrar na Vida Religiosa está assumindo a Deus como estilo de vida, como busca constante. Todas as suas ações

são no sentido de vivenciar a Deus, experimentar sua realidade no dia-a-dia. A Mistagogia é este processo. Encontra-se Deus na vida, nos seres, nas pessoas, nos fatos da História. E busca-se entrar na sua identidade, com um abandono de si mesmo nas mãos de Deus. A existência da pessoa consagrada a Deus é fortemente marcada pela presença e ação de Deus. A pessoa não pode agir somente pelos seus pensamentos e vontades, mas, sobretudo por Deus. Por isso o Religioso e a Religiosa devem estar sempre em oração, em busca de Deus e de sua vontade. Esta é uma expressão do Mistério. Já “Vida Religiosa” sugere uma vida que tem a Religião como centro e motivação. A Vida Religiosa expressa também a “ligação” do Homem a Deus e de Deus ao Homem. A Vida Religiosa acentua a busca de Deus em todas as ações e momentos da pessoa. Ela é “toda de Deus” e, por ser assim, pode também ser “toda da Igreja”. A Mistagogia é a descoberta da ação de Deus no quotidiano. A pessoa tocada pela graça do chamado, que é a

A pessoa liga o mundo e os outros a Deus. Ela “religa” o que estava “desligado”. Esta pessoa é religiosa neste sentido, de ligar novamente, de criar elos e intimidades dos outros com Deus. Neste processo ela mesma, a pessoa que está na Vida Religiosa, vai se “misturando” com Deus, entrando em sua identidade, que é o Mistério. Tudo isto demonstra a profunda verdade de Fé que a Vida Religiosa expressa, seja ela no sentido tradicional, nas Ordens e Congregações religiosas já existentes há muitos séculos, mas também nas novas formas de Vida Religiosa que o Espírito Santo vai criando na Igreja. A pessoa que está na Vida Religiosa, vivenciando a Mistagogia, está antecipando o que, no futuro, se acredita que será a realidade. Estar em Deus, estar com Deus, estar perante Deus e Nele ter sentido e significado. A Mistagogia da Vida Religiosa é a percepção de tudo isso, a experiência disto e do que se tem para viver e experimentar. A pessoa vai se tornando cada vez mais o rosto de Deus no mundo, no seu ambiente e situação. Por isso a Vida Religiosa é um dom: facilidade de viver e existir na presença e procura de Deus. Conselho Provincial dos Oblatos de São José

“A VIDA DE CRISTO CONTEMPLADA COM O OLHAR DE MARIA.” 1ª quarta-feira do mês: “Terço pela Família” 2ª quarta-feira do mês: “Terço pelos Enfermos” 3ª quarta-feira do mês: “Terço pela Esperança” 4ª quarta-feira do mês: “Adoração ao Santíssimo” Horário: 19:45h VENHA PARTICIPAR CONOSCO E TRAGA SUA FAMÍLIA!


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Os Doze Profetas: Zacarias

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Duas partes distintas compõem o Livro do Profeta Zacarias. Zacarias anuncia o ânimo, exorta à fidelidade, conduz à reconstrução. Também adverte para o cuidado com a ética, condição de felicidade. Aqui temos um Profeta cujo estudo é um pouco complicado. O Profeta Zacarias é o décimo primeiro profeta dos Doze Profetas, o penúltimo, anterior a Malaquias. O nome Zacarias é, em hebraico, língua do Antigo Testamento, zekayah, que significa “o Senhor recorda”, ou “o Senhor lembra”. O Livro de Zacarias é complicado pois tem duas partes, embora não seja assim apresentado nas edições das Bíblias. A primeira parte é do capítulo 1 ao 8 e é chamada de “Primeiro Zacarias” ou “Proto Zacarias” (“proto” significa “primeiro”). A segunda parte vai do capítulo 9 até o 14 e é chamada de “Segundo Zacarias” ou “Deutero Zacarias” (“deutero” significa “segundo”). Note que é um único livro, mas com duas partes distintas. Aqui nós iremos estudar as duas em separado. O tempo de Zacarias. Consideremos que no ano 587 ou 586 a.C. houve a tomada de Jerusalém, seu saque, a destruição do Templo e a deportação da população para a Babilônia. Em 581 a.C. houve mais uma violência: Os que haviam ficado na região de Judá para o cultivo da terra são também levados à força para a Babilônia. Podemos ler páginas dolorosas a respeito em 2 Reis 25,25–26: Mas no sétimo mês veio Ismael, filho de Natanias, neto de Elisama; era de sangue real e vinha acompanhado por dez homens. Assassinaram Godolias e fizeram o mesmo com os judeus e caldeus que estavam em Masfa. Então, a população em peso e os comandantes das tropas partiram para o Egito, porque ficaram com medo dos caldeus. Lemos também em Jeremias 52,27–30: Assim foi Judá deportado para longe de sua terra. Esta foi a população que Nabucodonosor deportou. No sétimo ano: 3023 judeus; no décimo oitavo ano de Nabucodonosor: 832 pessoas de Jerusalém; no vigésimo terceiro ano de Nabucodonosor, Nabuzardã, chefe da guarda, deportou 754 judeus. Ao todo, 4600 pessoas. O Livro das Lamentações é testemunha deste período profundamente triste. Assim é que durante muitas décadas, o Povo da Aliança esteve no Exílio. A antiga Terra Prometida esteve à mercê de outros povos. O Salmo 137 ou136 é um dos poucos textos que testemunham o estado de espírito do Povo da Aliança, no Exílio. Seguindo um pouco a história, temos: Em 538 a.C., Ciro, rei da Pérsia, conquista a Babilônia. Ele estabelece uma nova situação e soberania na região chamada Levante, que são as terras do leste do Mediterrâneo. Muito tempo depois, Esdras terá em seu livro: No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia, realizou-se o que o Senhor tinha dito pela boca do Profeta Jeremias: o Senhor moveu o espírito de Ciro, rei da Pérsia, e este mandou proclamar em todo o reino, também por escrito, o seguinte: “Assim fala Ciro, rei da Pérsia: Todos os reinos da terra me foram entregues pelo Senhor” (Esdras 1,1–2). Em 520 a.C., por ordem de Ciro, acontece o retorno dos exilados. Entre 520 e 515 a.C.: Reconstrução de Jerusalém e do Santuário sob a liderança do governador Zorobabel, descendente de Davi, e do Sumo Sacerdote Josué (Esdras 3,2–8). Este é o tempo da atividade dos Profetas Ageu e Zacarias. Dificuldades no retorno do Exílio. O retorno do Exílio não foi exatamente como era esperado pelo Profeta Ezequiel. Não foi um retorno em massa, mas o retorno de uma minoria que ainda acreditava nas Promessas feitas aos Pais. Jerusalém estava destruída, o Templo estava arruinado. Talvez houvesse ainda algumas expressões cultuais nas suas ruinas, levadas adiante de modo misturado, confuso, pelos remanescentes na terra. Pode-se calcular que, pelos anos de 520 a.C. e 518 a.C. o Profeta Zacarias anunciou na Terra da Judeia. Em Jerusalém acontecia, sob a liderança de Zorobabel, governador, e de Josué, Sumo Sacerdote, a reconstrução da cidade e do Templo.

Este era símbolo o da nação, de sua fé e de sua esperança. É aqui que entra a mensagem do Profeta Zacarias, na parte do livro chamada de Primeiro ou Proto-Zacarias. O texto do Proto-Zacarias. Zacarias seguramente teve contato com a cultura e a religião da Babilônia. Pode-se ver em seu Livro imagens de murtas, que são plantas rituais (1,8.11), dos quatro “chifres da terra” (2,1), da mulher sentada no efá (5,5–11). O texto de Zacarias é em forma de prosa, mas tem um acentuado ritmo poético. Muitas imagens, inclusive de anjos, o aproximam de um primitivo estilo apocalíptico. Mas ele pode ser, no máximo, um predecessor deste estilo. O Proto-Zacarias, que estamos estudando, tem uma introdução, no capítulo 1, versículos 1 ao 6. Depois apresenta duas partes: A primeira parte é composta por visões que são sinais, do capítulo 1, versículo 7, até o capítulo 6, versículo 15. A segunda parte é uma séria de oráculos ou vaticínios, do capítulo 7, versículo 1, ao capítulo 8, versículo 23. E assim termina o Proto ou Primeiro Zacarias. Mensagem e Teologia do Proto Zacarias. É um Profeta que propõe a confiança na retomada da História. Os sinais da Aliança devem ser redescobertos pois um novo tempo está começando. Zacarias olha o futuro com esperanças, pois confia na ação do Senhor na história de seu povo. A mensagem de Zacarias, nesta primeira parte de seu Livro, é sobre a política e a fé que deveria imperar agora na Jerusalém renovada, depois da catástrofe do Exílio. Zacarias retrata o país devastado, a população destruída e com uma moral baixíssima (3,9; 7,4–7); as colheitas estavam arrasadas, pois não havia o cultivo criterioso das terras (8,10). Infelizmente nem todos reconhecem o que Zacarias enxerga. Seguramente muitos estão ligados às facilidades que a vida no Exílio criaram. Reconstruir uma cidade, reerguer um Templo, refazer a história de ruínas não é fácil. Mas é possível, pois o Senhor, o Deus dos Pais, está com seu Povo, Israel. Para Zacarias o Templo é o centro do reino messiânico (1,6; 4,9; 6,12–13) e o Sumo Sacerdote Josué é a autoridade que deve ser reconhecida e obedecida (3,7; 4,14; 6,10). Zacarias está na linha dos antigos profetas. Encontram-se referencias entre Zacarias 1,4 e Jeremias 25,5; entre Zacarias 3,10 e Miquéias 4,4; entre Zacarias 1,17 e o Deutero-Isaías em Isaías 51,3. O Segundo ou Deutero-Zacarias. Os primeiros oito capítulos de Zacarias, que chamamos de Primeiro ou Proto-Zacarias, estão em um tempo preciso: no retorno do Exílio, nas duas últimas décadas do século 6º a.C. O Profeta é uma figura histórica, importante, que age quando é necessário. Mas na segunda parte do Livro de Zacarias as coisas ficam mais complicadas. Por detrás do nome de Zacarias encontra-se um personagem desconhecido. Não é o mesmo do Proto-Zacarias. Nem é possível ter uma data precisa do texto. Foi escrito depois do Exílio, isto é claro, mas em um tempo mais tardio. Os sinais para esta afirmação são a presença de imagens apocalípticas, alusões à dispersão dos judeus (9,11–12; 10,8–11); a preocupação com o culto e sua pureza (9,7; 14,16.21–28), que é sinal da literatura pós-Exílio. O Sacerdócio e a descendência davídica (12,12–13) que supõe um regime teocrático, bem característico do período pós-Exílio. Os estudiosos propõem, em geral, uma data entre o ano 330 a.C., pouco depois da ascensão de Alexandre Magno como grande conquistador, e 300 a.C., quando as conquistas de Alexandre já haviam se estabelecido, ele havia morrido e seu império fora dividido. Alexandre, o macedônio, conquistou o Império Persa, destronando Dario III e estabelecendo seu grande Império. Em

Samaria ele teve apoio do governador, Sambalat, na conquista de Tiro. Em troca, Alexandre patrocinou a reconstrução do templo no monte Garizim, o que daria ainda muito o que falar. Este templo seria o símbolo da separação religiosa entre os Judeus da antiga religião e os Israelitas, agora samaritanos. Alexandre continuou sua campanha de conquistas, chegando ao Egito, fundando uma cidade com seu nome e igual prestígio: Alexandria. Contudo, sua vida foi breve e seu Império, depois de sua morte, foi dividido. Seus herdeiros foram seus generais, os chamados “Diódocos”. Eles herdaram as partes do antigo Império, chamadas “Satrapias”. A Palestina, local da Terra Prometida aos Pais, ficou sob o domínio da Satrapia Síria, onde reinaram os chamados Selêucidas. Na Satrapia egípcia reinaram os Ptolomeus. As disputas pela faixa de terra da Palestina ressurgiram, pois aquela costa mediterrânea era muito cobiçada. Os Ptolomeus do Egito tomaram, em 312 a.C., a região da Palestina, pertencente aos Selêucidas. Novas deportações aconteceram, agora para o Egito dos sátrapas Ptolomeus. O retorno foi somente pelo ano 261 a.C., sob o domínio do Ptolomeu III Filadeldo. São estes acontecimentos que geram o texto do Deutero-Zacarias. O texto do Deutero-Zacarias. Ele parece uma coletânea de diversos oráculos e visões. Nem sempre há ligação clara entre eles. Os gêneros literários também não estão claros. O que é certo é que há mais de um gênero, pois são vários os recursos estilísticos. Mas não há unidade. São imagens de pastores, em uma clara metáfora dirigida aos líderes, ameaças, visões escatológicas, anúncios de alegria e esperança, bem como de restauração mas também de destruição. São duas partes. A primeira é composta de oráculos diversos, sobre situações muito diferentes umas em relação às outras. Esta parte é do capítulo 9, versículo 1, ao capítulo 11, versículo 17. A segunda parte, também composta de oráculos, é mais severa na linguagem. Vai do capítulo 12, versículo 1 ao capítulo 14, versículo 21. Mensagem e Teologia do Segundo ou Deutero-Isaías. Parece que são dois os focos da Teologia do Deutero-Zacarias. Primeiro, a luta pelo controle e o final escatológico. Depois, o anúncio de um messianismo personalizado. O pano de fundo do Segundo Zacarias é a ideia de um reino onde a Aliança é o centro de tudo. Contudo, existem os falsos profetas, os falsos pastores (10,2–3; 13,2–6) que confundem os fiéis. A nação deve ser independente, mas esta independência não é uma questão apenas econômica, senão, de modo especial, religiosa. A unidade dos antigos reinos de Judá e de Israel é sinal de futuro (10,6). Um “resto” será o futuro do Povo da Aliança (13,7–9). A casa de Davi terá posição privilegiada (12,7–8.10.12; 13,1). Mas para isto o Povo da Aliança deverá ser purificado (13,1). Então chegarão os tempos messiânicos. Um rei messiânico deverá se estabelecer (9,9–10), e suas características serão a modéstia e a humildade. O messianismo, com sua realeza, pacificação, unidade e a ideia teológica do Servo do Senhor encontram aqui uma boa síntese. Além disso, o Deutero-Zacarias fala de um personagem misterioso que será transpassado (12,10). Ele será olhado e despertará tristeza, mas através dele todos se purificarão (12,10–14). O Cristianismo sempre viu nesta imagem a figura de Jesus Cristo, o Messias.

Pe. Mauro Negro - OSJ Biblista PUC Assunção. São Paulo SP mauronegro@uol.com.br


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PARABÉNS AOS DIZIMISTAS QUE FAZEM ANIVERSÁRIO NO MÊS DE NOVEMBRO 17/nov Adriano Gama da Silva 17/nov Aldenara Soares Menezes 05/nov Aluizio de Oliveira Loiola 06/nov Américo Francisco 22/nov Ana Maria de Sousa 28/nov Ana Zélia Ferreira de Oliveira 11/nov Angélica Inácia da Silva Donato 27/nov Antonia Maria da Conceição 11/nov Antonio Sanchez Roter 13/nov Brigth Dentes 10/nov Caetano Castalde 10/nov Caroline Alessi da Silva 27/nov Claudia Maria da Silva 17/nov Caludia Pereira de Carvalho 03/nov Cleusa Oliveira 09/nov Dalvineide Pereira Pardinho 09/nov Derivaldo Francsco dos Santos 12/nov Diva Aparecida de Godoi 13/nov Edilene Soares Ibiapina 29/nov Edival Vicente de Oliveira 13/nov Elisangela Oliveira Bezerra 05/nov Fabiano dos Santos Mendes 10/nov Felipe Bezerra Evangelista 19/nov Fernando Augusto Silva 22/nov Francisca Alves Monteiro 16/nov Francisco de Assis Viera 28/nov Gabriela Guedes Martiniano 25/nov Geni Antonia Silva

19/nov Genira M. de Jesus 24/nov Girlene G. Belos da Silva 16/nov Glécia Silva Moreira 26/nov Graziele Góis 13/nov Iraci da Silva Santos 30/nov Iracy de Souza Barbosa 06/nov Iracy José dos Santos 24/nov Isaura A. de Macedo 12/nov Ivanil Apda. Esteves Russo 26/nov Ivonete Coelho dos Santos 26/nov Jandira de Sousa Cruz 01/nov Jesulina Ribeiro 22/nov Joana Teixeira dos Santos 29/nov João Calderci Coutinho 17/nov João Francelino de Souza 26/nov José Aldenan Francisco Santos 24/nov José Mariano dos Santos 05/nov José Marques Apolonio Jr 02/nov Kátia Maria Madeira de Macedo 08/nov Leonice Antonia da Silva 26/nov Lucinda Gonçalves de Oliveira 25/nov Lusinete Oliveira do Nascimento 28/nov Magda Souza Coelho 13/nov Marcelo Martins Beluco 08/nov Marcia Rodrigues de Brito 05/nov Maria Antonia Clemente de Almeida 23/nov Maria Carmelita Alves Melo 11/nov Maria Cristina Calins Leão

12/nov Maria da Conceição Araujo 10/nov Maria das Dores de Sousa 15/nov Maria das Graças Amorim Ursulino 03/nov Maria do Carmo de Sousa Barroso 22/nov Maria Joelma Santos 18/nov Maria Leou de Alencar 22/nov Maria Raimunda Coelho da Silva 23/nov Maria Rio Branco 12/nov Maria Rosa da Conceição 29/nov Maria Zenilde Campero da Silva 08/nov Mariana A. Capparella 26/nov Marlene de Alencar Silva 20/nov Marquilania Gonçalves Santos 16/nov Noemia Costa Santos 30/nov Pedro Antonio da Silva 25/nov Raimunda Barbosa de Mendonça 08/nov Reginaldo Sousa Oliveira 01/nov Renato Ruiz 06/nov Robson Ribeiro Dantas 15/nov Roseli Maria de Sousa 02/nov Simoni Macedo dos Santos 11/nov Tadeu Estanislau Correa 07/nov Terezinha Oliveira de Sousa 13/nov Terezinha Soares Gomes 20/nov Thiago Prates dos Santos 21/nov Valdete Martins da Silva 30/nov Vilma Rodrigues da Fonseca 28/nov Wellison Queiroz Siqueira

DÍZIMO RECADO DO DÍZIMO: Família unida pela prática do dízimo está unida pela caridade cristã. Obrigado aos que são dizimistas e aos que ainda não são, convidamos a fazer a experiência.

CAMPANHA DO TERRENO DA CAPELA NOSSA SENHORA APARECIDA José de Jesus Ribeiro Maria de Lourdes Silva

O NOSSO MUITO OBRIGADO!


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