JUBILEU DAS TRABALHADORAS E TRABALHADORES. “Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor” (Mt. 9,36). O Papa Francisco afirma que Jesus de Nazaré revela a misericórdia do Pai, que tem coração de Mãe. Queremos celebrar o Jubileu das trabalhadoras e trabalhadores para confirmar a primazia do trabalho sobre o capital e afirmar que a vida deve brilhar em primeiro lugar. Com o olhar na Bíblia, reconhecemos que” são coisas indispensáveis para vida: água, pão, roupa e casa para preservar a própria intimidade” (Eclo.29,21). O Papa Francisco traduziu esta orientação da Bíblia com sua afirmação solene: “Nenhum camponês sem terra, nenhuma família sem casa, nenhum trabalhador e trabalhadora sem direitos”. Neste Jubileu da Misericórdia das trabalhadoras e trabalhadores, queremos, seguindo o Papa Francisco, refletir sobre “estas coisas indispensáveis para vida” e que “são direitos sagrados. Vale a pena, vale a pena lutar por eles”. DEFESA DA MÃE TERRA Com o Papa Francisco, neste Ano da Misericórdia, queremos celebrar também o Jubileu das trabalhadoras e trabalhadoras, nos comprometendo com a defesa da nossa Mãe Terra, a nossa Casa Comum, como vivenciamos na Campanha da Fraternidade Ecumênica deste ano. No II Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, o Papa Francisco insistiu em três tarefas essenciais para o mundo de hoje: A primeira tarefa é pôr a economia ao serviço dos povos. O Papa Francisco afirma que “os seres humanos e a natureza não devem estar ao serviço do dinheiro. Digamos NÃO a uma economia de exclusão e desigualdade, onde o dinheiro reina em vez de servir. Esta economia mata. Esta economia exclui. Esta economia destrói a Mãe Terra. A segunda tarefa é unir os nossos povos no caminho da paz e da justiça. O Papa Francisco afirma que “os povos do mundo querem ser artífices do seu próprio destino. Querem caminhar em paz para a justiça”. Finalmente, o Papa Francisco apresenta “a terceira tarefa, e talvez a mais importante que devemos assumir hoje, é defender a Mãe Terra”. O Papa afirma que “a casa comum de todos nós esta a ser saqueada, devastada, vexada impunemente... Não se pode permitir que certos interesses – que são globais, mas não universais – se imponham, submetendo Estados e organismos internacionais, e continuem a destruir a criação. Os povos e os movimentos são chamados a clamar, mobilizar-se, exigir – pacífica, mas tenazmente – a adoção urgente de medidas apropriadas. Peço-vos, em nome de Deus, que defendais a Mãe Terra”. Este pedido do Papa Francisco está diretamente relacionado à vida dos trabalhadores e trabalhadoras do mundo inteiro, pois diante de toda e qualquer agressão que se faça à Mãe Terra, quem sofre em primeiro lugar são trabalhadores e trabalhadoras, especialmente aqueles e aquelas que vivem nas periferias de nossas cidades. O Papa Francisco afirma que “uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos povos” (Laudato Si’ – Louvado sejas: Sobre o cuidado da casa comum, n. 49).