EDITORIAL
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rezados(as) irmãos(as) leitores(as) do informativo Nossas Notícias, é com sentimento de gratidão a Deus e ao nosso santo fundador, Santo Eugênio de Mazenod, que tenho a honra de apresentar-lhes a edição setembro/outubro 2022 do nosso jornal, para que não percam nada do que anda acontecendo nas distintas missões da Província Oblata do Brasil. A Arquidiocese de São Paulo (SP) perdeu um de seus grandes pastores na pessoa do cardeal arcebispo emérito Dom Cláudio Hummes, OFM, e a comunidade do pós-noviciado esteve na Missa de corpo presente e no sepultamento. Em outubro no mundo inteiro, nossa Igreja celebra o mês dedicado a rezarmos pela missão; neste ano no Brasil teremos como tema “A Igreja em estado permanente de missão” e lema “Sereis minhas testemunhas (At 1,8)”. Com a graça de Deus foram aprovados para os votos perpétuos três candidatos brasileiros; são eles Irmão George Lins, OMI, Irmão Geovani Pereira, OMI, e Irmão João Vitor, OMI. Como preparação participaram de dois retiros espirituais, os quais eles mesmos partilharão como foram. Entre setembro e outubro, nossa congregação está reunida celebrando o 37º capítulo-geral de sua história, com o lema “Peregrinos de esperança em comunhão”. Entre outras coisas será eleito o novo governo-geral. A esse respeito trazemos um artigo explicando como se dá tal processo.
Seguem-se logo após duas colunas fixas, “Maria na vida oblata”, com o testemunho de um dos nossos padres que atuam na Província do Brasil, e “Versos e prosa oblata”, de Higor Mendes, cujo texto apresentado nesta edição é o último. No mês de julho do corrente ano, aconteceu no Centro de Pastoral Dom Fernando, da Arquidiocese de Goiânia (GO), assembleia e retiro anuais de nossa província; por essa, razão trazemos um texto contando um pouco como tudo se deu. Em meados do presente ano a Área Missionária Ternura de Deus, na Arquidiocese de Manaus (AM), ganhou um novo pároco oblato e nesta edição de nosso informativo ele nos fala um pouco de como tem sido trabalhar pela primeira vez em nosso país. No dia 16 de julho do corrente ano, festa de Nossa Senhora do Carmo, a Província Oblata do Brasil celebrou 19 anos de existência e a respeito disso temos um texto de minha autoria refletindo sobre nossa caminhada e conclamando todos(as) para continuarmos firmes na oração e no desenvolvimento de nossas atividades missionárias. No próximo mês de novembro acontecerá em Recife (PE) o 17º Congresso Eucarístico Nacional e os oblatos montarão uma tenda vocacional; por isso, neste número do nosso
jornal apresentamos como será nossa presença nesse marcante evento. Os formadores de todas as etapas das províncias oblatas da América Latina tiveram uma noite de formação on-line, por isso trazemos uma matéria explicando sua importância e aquilo que foi tratado. Depois teremos as colunas fixas de psicologia, JUPIC, humor e datas comemorativas. Despeço-me fazendo votos de que todos(as) possam ter uma excelente leitura e que possam continuar acompanhando o andamento das distintas atividades missionárias nossas com as suas orações, que são de importância imensa para o sucesso de tudo que realizamos em prol da evangelização. Pe. Lindomar Felix da Silva, OMI. Provincial
EXPEDIENTE
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OBLATOS
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EXÉQUIAS
PÓS-NOVICIADO SANTO EUGÊNIO DE MAZENOD SE FAZ PRESENTE NA MISSA EXEQUIAL DO CARDEAL DOM CLÁUDIO HUMMES, OFM “A VIDA DOS JUSTOS ESTÁ NAS MÃOS DE DEUS.” (SB 3,1)
Pe. Sérgio de Santana, OMI. Formador do Pós-Noviciado Santo Eugênio de Mazenod.
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Imagem: Globo.com e omi.org.br
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a quarta-feira, 6 de julho de 2022, o Pós-noviciado Santo Eugênio de Mazenod se fez presente à santa Missa exequial do falecido Dom Cláudio Cardeal Hummes, OFM, arcebispo emérito de São Paulo (SP). A celebração ocorreu na Catedral de Sé, em São Paulo, onde desde a noite de segunda-feira ele era velado e foi presidida pelo núncio apostólico no Brasil, Dom Giambattista Diquatro, e concelebrada por muitos bispos e sacerdotes e contou com a participação de grande número de religiosos(as) e fiéis que vieram dar o último adeus àquele que passou a história como o bispo das cidades e defensor da causa indigenista. Nós, como pós-noviciado oblato da Província do Brasil, fizemos questão de estar presentes em nome da comunhão eclesial com a Igreja Particular de São Paulo e da solidariedade humana, espiritual e fraterna para com a Ordem dos Frades Menores, da qual Dom Cláudio era membro, bem como também para com seus familiares consanguíneos. Que na paz descanse a alma desse grande purpurado e que Deus console os corações daqueles(as) que ficaram. “Dai-lhe Senhor o descanso eterno, e brilhe para ele a vossa luz.”
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MISSÃO
MÊS DA MISSÃO:
A IGREJA EM ESTADO PERMANENTE DE MISSÃO “SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS.” (AT 1,8)
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gualmente às primeiras comunidades cristãs, os Missionários Oblatos de Maria Imaculada levam mais de dois séculos sendo testemunhas das sementes do Verbo nas diferentes culturas e povos dos cinco continentes levando mensagens de paz, esperança, fé e amor, ensinando a Boa Nova de Jesus Cristo, que é o caminho do amor e a experiência pessoal do Pai misericordioso, mais as luzes e a força do Espírito Santo, que conseguem chegar a zonas geográficas de alta exigência física, espiritual e mental. Sim, tivemos a oportunidade de redescobrir as diferentes experiências nas missões que enfrentaram e enfrentam muitos missionários na atualidade; fortalecemos nossa vocação de amor e serviço pelo fato de que não estamos sozinhos, caminhamos no abraço da Trindade, sob o manto e interseção de nossa mãe, a Virgem Maria, e com a família dos Oblatos de Maria Imaculada, que já correu nas diferentes missões e hoje goza do fruto de seu trabalho na pátria celestial. Sermos testemunhas de uma Igreja em estado permanente de missão é um projeto que vale a pena assumir e enfrentar com força, ânimo, bom humor, coragem e, o mais importante, com amor; são elementos básicos para realizarmos boas mis-
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sões pois, do contrário, serão muito cansativas, causando um efeito adverso tanto no coração do missionário como também nas pessoas que ele vai encontrar em seu peregrinar, principalmente pessoas de diferentes pensamentos, culturas, religiões e identidade de gênero. É de vital importância para o missionário ter uma boa empatia e alteridade para construir bons relacionamentos e não atrapalhar com suas paixões e preconceitos aquele que difere ante o olhar humano, mas, para Deus, não, pelo fato que o Senhor ama ao extremo todas as obras de suas mãos e espera que os seres humanos sejam os condutores de toda a criação,
levando tudo a seus braços de Pai misericordioso. Ser missionário e testemunha do Espírito Santo é uma aventura difícil, complexa, dolorosa, cansativa, mas, também, cheia de grandes alegrias que trazem liberdade, felicidade e amor ao coração do missionário que um dia decidiu ampliar sua pátria, cultura e família, levando uma cruz no peito, Deus em seu coração e palavras de justiça e paz em seus lábios para que outros em liberdade conheçam, sonhem e sirvam no projeto de Deus, que é o amor. Ir. Robinson Silva Villalba, OMI. www.omi.org.br
RETIROS
RETIRO EM PREPARAÇÃO PARA OBLAÇÃO PERPÉTUA
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ntre os dias 23 e 30 de junho do presente ano, os irmãos George Lins, OMI, Geovani Pereira, OMI, e João Ferreira, OMI, realizaram a primeira etapa do retiro em preparação para a oblação perpétua na casa das Irmãs do Cenáculo em Taboão da Serra (SP). O retiro foi animado pelo Padre Beto Mayer, OMI, que nos ajudou rezar o sentido de nossa oblação na vivência do carisma oblato. Recordava-nos o Padre Beto que “os votos são graças que Deus nos concede para vivermos a oblação”. Em comunhão com o tema do 37° Capítulo-geral, “Peregrinos de esperança e comunhão”, rezamos os conselhos evangélicos: pobreza, obediência, castidade e perseverança como peregrinos no caminho e seguimento de Jesus de Nazaré. Seguimos com a segunda etapa do retiro com as Irmãs de Santo André entre os dias 3 e 17 de julho na Casa de Retiros Santo André, em Campo Largo (PR). Formos orientados pela Irmã Maria Cacilda, que nos ajudou com os exercícios espirituais inacianos, partindo do principal fundamento, “O homem é criado para louvar, reverenciar e servir a Deus e mediante isso salvar a sua alma” (EE23). Dessa forma, os exercícios têm uma finalidade: buscar e encontrar a vontade de Deus sobre nossas vidas e, assim,
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sermos felizes. Foram dias intensos de oração e escuta por meio da Palavra de Deus. Fomos chamados a rezar com a vida e opções de Jesus e assim rezamos as nossas próprias vidas com o desejo de conformarmo-nos com a vida de Jesus de Nazaré e, dessa forma, sermos felizes no carisma oblato junto ao povo de Deus. Ir. Geovani Pereira, OMI.
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CAPÍTULO GERAL
PEREGRINOS DA ESPERANÇA EM COMUNHÃO
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empre tema e foco do 37º Capítulo-geral são de felicidade e inspiração ímpar. Peregrinar em busca de vida plena e trabalhar por ideais a construir é da condição humana. Santo Eugênio dizia a seus confrades que um dos principais ideais do oblato é ser humano e ser santo. Haveria melhor finalidade de vida? Santidade é imitar Jesus Cristo. A condição para isso é depender e aceitar a graça divina. Temos recebido escritos de oblatos sobre o capítulo, todos desafiantes e inspiradores. Responder às perguntas colocadas é fácil, o “x” da questão é escolher um desafio colocado e enfrentá-lo. Oblatos pelo mundo afora estarão escolhendo desafios; somados, reanimaremos o mundo oblato e criaremos novos caminhos. Se os desafios são vários, o objetivo é um só: passar da esperança para rejuvenescer o carisma. A história oblata está recheada de desafios enfrentados e superados. Homens de várias nacionalidades e culturas viveram e escreveram páginas e páginas de fidelidade ao carisma e de he-
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roísmo. Santo Eugênio em vida sempre admirou as façanhas dos seus homens; mais do que isso, ele rezava para que tivessem fé e confiança na providência de Deus. Aspecto fundamental da intuição do fundador residia na sua ênfase na comunidade. Vida oblata é vida em comunidade. Dezenas e dezenas de seus milhares de cartas insistiam nisso: tenham vida em comunidade de vigor e alicerçada nas CCRR. Os Missionários da Pro-vença não seriam missionários nem oblatos se não fossem homens de comunidade. Sair para as missões populares era sempre em comunidade. Mesmo homens, como Tempier, sem muito talento para a pregação rezavam diariamente por aqueles que estavam em missão. Tenhamos certeza de uma coisa entre várias: “comunidade” significa hoje “comunhão”. Jesus Cristo dizia aos seus seguidores “Sejam um como Eu e o Pai somos um”. O próximo capítulo será de reanimação de uma das exigências de Santo Eugênio de Mazenod. www.omi.org.br
MARIA NA VIDA OBLATA
A VIDA PEREGRINA DE MARIA, MÃE DOS OBLATOS
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turo traria, mas, enfrentou-os com paz no coração e certeza na mente. Sucederam logo os desafios e sofrimentos: a visita a Isabel, o noivado com José, o nascimento de Jesus em Belém, a apresentação no templo com a profecia de Simeão, o sumiço de Jesus com 12 anos, a rejeição de Jesus na sinagoga de Nazaré e a cruel paixão e crucifixão Dele. Ao pé da cruz ela tinha a firme esperança que o Pai tiraria vitória dessa enorme tragédia e tirou. Jesus ressuscitou e redimiu a humanidade. Na história impressionante dos oblatos durante 200 anos e em cinco continentes, vemos como viveram a fé e esperança seguindo o exemplo de Maria peregrina. Com fé abraçaram as
missões mais difíceis e perseveraram nelas no meio de grandes sacrifícios, pois tinham certeza de que a vitória de Cristo ressuscitado seria o fruto de seus labores. No século XXI, os desafios continuam grandes e o Espírito continua a chamar os oblatos à mesma fé e esperança que eles e mãe Maria peregrina viveram no passado. Assim armados, nós, com Maria, enfrentaremos com confiança os complicados desafios do mundo de hoje. Seremos peregrinos da esperança neste mundo confuso, mas, com ela e como ela, construiremos aos poucos o Reino de Deus. Amém! Aleluia! Pe. Thomas Delaney, OMI.
Imagem: noelia_belen / Cathopic
aria, mãe dos oblatos, oferece vários testemunhos para nós, missionários. Neste tempo e ambiente de capítulo-geral ela nos apresenta o exemplo de como ser peregrino. Ser peregrino é partir com fé profunda e esperança total na Palavra de Deus. É crer que a missão à qual somos chamados vem de Deus e por isso vai se realizar no tempo certo, apesar de obstáculos aparentemente intransponíveis. Maria começou a vida de peregrina quando disse “sim” num ato de fé e esperança ao Anjo Gabriel. Disse “sim” à missão difícil de ser mãe do Salvador, entregando sua vida à vontade do Pai. Sabia muito pouco sobre os fortes desafios que o fu-
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ASSEMBLEIA PROVINCIAL
PROVÍNCIA OBLATA DO BRASIL REALIZOU SUA ASSEMBLEIA E RETIRO ANUAL EM GOIÂNIA
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assembleia provincial é um momento muito importante na caminhada missionária de nossa família religiosa oblata. Ela é uma oportunidade de reencontro de todos os membros da província, é um momento de partilha fraterna, de reflexão e de elaboração de um projeto comum para poder atuar melhor na missão (CC&RR 108, R108a). É nessa dinâmica que a Província Oblata do Brasil, contando com a presença do conselheiro Padre Warren Brown, preparou-se para vivenciar esse momento de reencontro como irmãos e membros da mesma família. Foi também um momento doloroso pela província começar a assembleia com o falecimento do pai do nosso irmão provincial, o Padre Lindomar, e começar o retiro com a perda do irmão do nosso confrade, o Diácono Rivaldo. 8
Com efeito, depois de um ano de vida inserida na missão com o povo de Deus, a província tem esse costume de convocar uma assembleia provincial no fim do primeiro semestre. Com mês de julho sendo um momento de férias, todos os membros poderiam participar, contando com a presença dos irmãos do pós-noviciado. Neste ano de 2022, a Província Oblata do Brasil fez a sua assembleia no Estado de Goiás, no Centro Pastoral Dom Fernando da Arquidiocese de Goiás dos dias 12 a 21 de julho, sendo que o dia 12 foi marcado pela chegada das diferentes delegações distritais, cujas acolhidas foram bem organizadas pela comissão delegada por essa missão. A província vivenciou esse momento como “peregrina de esperança em comunhão”, com toda a congregação que está movida pelo espírito de preparação do 36º Ca-
pítulo-geral que será em Roma dos dias 14 de setembro a 15 de outubro deste ano. Nesse sentido, as partilhas fraternas que moveram todo o período da assembleia se manifestaram no espírito da sinodalidade familial e eclesial. É a expressão de um caminhar juntos, lembrava Dom João Justino, como membros da mesma família em comunhão com a Igreja, por isso, os desafios da província foram apresentados durante a assembleia para ser enfrentados juntos e buscar uma solução criativa, adequada à realidade e fiel ao espírito da nossa família e da Igreja. Assim, o grande desafio que arde no coração dos participantes da assembleia é a abertura da Província Oblata do Brasil para assumir uma missão fora dela, a exemplo daqueles que vieram de outras unidades oblatas para trabalhar como missionários no Brasil. A assembleia terminou não somente se www.omi.org.br
VERSOS E PROSA
SE E SERIA
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se eu soubesse o meu futuro? E se eu tivesse uma bola de cristal, Como seria? E se eu pudesse voltar ao passado, O que faria? E se eu pudesse viver para sempre, O que significaria a morte para mim? E se eu pensasse antes de falar, Quantos erros evitaria? E se eu pudesse perdoar mais, A vida não se tornaria melhor? E se eu contemplasse mais a natureza, Não a trataria com o devido respeito? E se eu amasse mais, As tempestades não seriam mais brandas? E se eu perguntasse menos e contemplasse mais o presente, O fardo não seria mais leve? São tantos “se”, tantas condições, Diversas variáveis, em meio às imersões, Mas são as incertezas que trazem o sabor Pra coisas tão amargas Que não possuem valor. Nem o início, nem o fim, O que importa é o caminho, Como dizem os antigos, É no caminho que se vive.
Imagem: leungchopan / Adobe Stock
alegrando em comunidade com os 19 anos de vida como província e os 32 anos de vida sacerdotal do Padre Valter e 33 anos de vida sacerdotal do Padre Cássio no sábado, dia 16 de julho, mas, também, com um momento de retiro a fim de revigorar a força espiritual e renovar o dinamismo missionário na intimidade com Cristo, que é a fonte e o centro da nossa vida peregrina. O tema “Peregrinos de esperança em serviço da missão” foi o fio condutor desse tempo de retiro pregado por Dom João Inácio, OFM, da Arquidiocese de Campinas (SP). A esperança, como disse o Papa Francisco, tem um rosto, ela não é algo, mas alguém. Esse alguém é o Ressuscitado, Jesus Cristo é a esperança. Para ser uma pessoa que espera é preciso fazer a experiência do encontro com a própria esperança, o Cristo. Ele revela ao mundo o amor do Pai, porque Ele viu Deus, conhece Deus e vive com Deus (cf. Jo 1,18). Para ser peregrino da esperança é preciso fazer a experiência de encontro com Cristo, conhecê-Lo e viver com Ele. Assim, poderíamos não somente ser peregrinos de esperança, mas também verdadeiros portadores e transmissores dela própria para o mundo. Como pastores, nossa espiritualidade deve ser alicerçada na comunhão de vida com Cristo e com as suas ovelhas. Nossa oblação teria sentido, então, na renovação de nosso “sim” ao cotidiano nos comprometendo cada vez com a vida do povo e com a missão da Igreja, saindo para ir ao encontro dos nossos irmãos nas periferias existenciais das nossas casas e comunidades paroquiais. Que a nossa mãe peregrina, Maria Imaculada, acompanhe-nos e ensine-nos a fazer a vontade do seu Filho.
Higor Mendes. Nota: este é o último artigo da seção “Versos e prosa” do NN OMI.
Pe. Nirou Gabriel, OMI.
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VOCAÇÃO
O NOVO PÁROCO DA ÁREA MISSIONÁRIA TERNURA DE DEUS EM MANAUS PARTILHA SUA PRIMEIRA EXPERIÊNCIA NA PROVÍNCIA DO BRASIL
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enho muito prazer em partilhar com vocês a minha primeira experiência missionária na Província do Brasil e minhas expectativas como pároco da AMTD. Agradeço a oportunidade que me foi dada pelos serviços da província. Sou Augustin Mulele Onkiel, quarto filho de uma família de oito filhos, quatro rapazes e quatro moças. Meus pais estão vivos. Partilharei isso em dois momentos principais: 1° - Minha primeira experiência missionária na Província do Brasil 2° - Minhas expectativas como pároco da AMTD 1° - Minha primeira experiência missionária na Província do Brasil Passei toda a minha infância com os Missionários Oblatos de Maria Imaculada, apaixonados por Cristo e pela Sua Igreja. Seus encontros anuais, retiros, assembleias me fizeram querer partilhar seu estilo de vida simples e comunitário. Esse sonho seria iluminado à medida que eu crescia. Os conselhos de alguns sacerdotes e catequistas despertaram a minha vocação à vida religiosa. Após a minha ordenação sacerdotal, em 1/8/2004, recebi do superior-geral minha primeira obediência para a Província do Congo e fui enviado para Angola. Aí tive minha primeira experiência missionária fora do Congo e em língua portuguesa. A vida de fé e o compromisso cristão daqueles a quem fui enviado despertaram em mim muitas questões e me moldaram muito. Em Luanda, conheci o Padre Wilmar Varjão Gama, OMI, um dos fundadores da missão oblata em Angola, o Padre Cyrille Mpuki, OMI, e conheci também o Padre Francisco da
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Silva, que era escolástico. Os testemunhos de suas vidas religiosas, as histórias do Brasil que eles contavam me encorajaram a pedir uma nova obediência para a Província do Brasil. Terminei a minha missão em Luanda em 2011 e voltei ao Congo. Em 2021, o superior-geral me deu uma segunda obediência para a Província do Brasil. Em 29/4/2022 cheguei a Guarulhos (SP) às duas horas da manhã. Encontrei o Padre Ednaldo Tavares e um escolástico (foto 1), que me esperavam. “Finalmente o senhor chegou”, exclamou Padre Ednaldo, ao que respondi “Graças a Deus!”. Sim, graças a Deus. A burocracia para a obtenção do visto aquece a cabeça até a gente fica sem esperança. No dia seguinte, os confrades da casa provincial cumprimentaram-me calorosamente. Senti-me na minha casa. Os confrades se revezaram para me contar a história da província e deram-me a conhecer a casa provincial. O acolhimento foi tão fraterno que me impressionou fortemente. Sou sinceramente muito grato. Aqui dá para ler a expressão da prática do testamento do nosso fundador: “Entre vocês pratiquem a caridade, caridade, caridade e fora, zelo pela salvação das almas” (c. 34). Em São Paulo (SP) tive intercâmbios frutuosos com muitos confrades para ter uma ideia da história, vida, pastoral e ministério dos oblatos no Brasil. Agradeço-lhes de todo o coração pela sua disponibilidade e conselhos. Antes da minha partida para Manaus (AM), tive um encontro com o padre provincial. Ele, depois de me ter dado sábios conselhos, entregou-me alguns documentos: o vade mecum organizacional da Província Oblata do Brasil, o protocolo provincial de prevenção ao abuso de menores e vulneráveis, o cuidado pastoral das vítimas de abuso sexual, a agenda
2022, uma estola oblata... A entrega de todos esses documentos foi um sinal do envio como testemunha da Boa Nova. No dia 3/5/2022, pela manhã estive num voo para Manaus. No aeroporto, Padre Manuel Valadão foi ao meu encontro. Vale a pena notar com satisfação que os confrades brasileiros manifestaram alegria acolhendo um novo membro na província para continuar com a obra de Santo Eugênio de Mazenod.
2° - Minhas expectativas como pároco da AMTD No dia 25 de maio de 2022, na presença do padre provincial e do seu conselho, Dom Tadeu, bispo auxiliar de Arquidiocese de Manaus, celebrou a Missa de posse do novo pároco da AMTD. A Missa foi na Igreja do Rosário, às 19 horas, celebração rica em cerimônias. www.omi.org.br
HISTÓRIA
FUNDAÇÃO DA PROVÍNCIA OBLATA DO BRASIL (16/7/2003) Após o juramento de fidelidade do novo pároco, sua renovação das promessas sacerdotais e sua profissão de fé, Dom Tadeu tomou a palavra e fez-lhe este pedido: “Zele com todo o cuidado para que a Eucaristia seja o centro de toda ação paroquial e de toda sua vida, desempenhe com grande diligência e fidelidade o ofício pelo qual está ligado em função da Igreja universal como particular conforme as normas do direito canônico” (cc. 527, 528). Como exercer o ofício de pastor das almas numa Igreja sinodal, como reconhecer e apoiar a parte própria que os leigos e leigas têm na missão da Igreja, como promover a comunhão fraterna e concreta na AMTD? Essas perguntas resumem as nossas expectativas. Queremos uma Igreja sinodal, missionária, de discípulos(as) capazes de ouvir a Palavra de Deus e de a pôr em prática. Queremos uma AMTD como oásis de paz, de amor-misericórdia, de fraternidade e de esperança. Nesse sentido, há a necessidade de celebrações frequentes com o povo, de visitas aos doentes nas famílias, de organizar formações sobre a doutrina social da Igreja, sobre a Bíblia, sobre a vida
humana em geral. Queremos com a juventude trabalhar para libertá-la da escravidão das drogas como prioridade. Enfim, coloquemos a realização das nossas expectativas na linha dos nossos antecessores. Eles fizeram um trabalho louvável. Contamos, além dos seus conselhos, com o apoio da equipe sacerdotal, do conselho da área, das nossas pastorais. Com eles a consciência de sermos pedras necessárias para a construção da Igreja será uma realidade não só de boas intenções. Como Igreja sinodal, peregrinos de esperança, com a intercessão de Maria Imaculada temos fé que o nosso sonho será levado junto ao altar e será atendido. Que Santo Eugênio de Mazenod interceda por todos nós
Pe. Augustin Mulele Onkiel, OMI. www.omi.org.br
uando o tempo determinado chegou, Nosso Senhor Jesus Cristo, repleto do Espírito, foi enviado pelo Pai para evangelizar os pobres, proclamar a libertação aos presos, aos cegos a recuperação da vista e proclamar um ano da graça do Senhor.” Neste dia, em que celebramos os 19 anos de fundação da Província Oblata do Brasil, pedimos que Deus continue oferecendo esse mesmo Espírito a todos nós, para que sejamos verdadeiros peregrinos da esperança em comunhão disponíveis às necessidades da missão. Elevemos uma prece de agradecimento por todos os oblatos que nos precederam e hoje estão junto de Deus intercedendo por todos nós. A eles nossa eterna gratidão! Pela intercessão de nossa mãe Maria Imaculada, Santo Eugênio de Mazenod, beatos e mártires oblatos, Deus abençoe a missão da Província Oblata do Brasil. Louvados sejan Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Imaculada!
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Pe. Lindomar Felix, OMI. Provincial. 11
VOCAÇÃO
O SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL OBLATO MONTARÁ TENDA NO 18º CONGRESSO EUCARÍSTICO NACIONAL EM RECIFE
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s Missionários Oblatos de Maria Imaculada da Província Oblata do Brasil e o Serviço de Animação Vocacional (SAV) entraram em contato com os responsáveis pela elaboração dos contratos da Feira Católica do 18º Congresso Eucarístico Nacional e fecharam uma reserva num dos estandes na parte vocacional da Arquidiocese de Olinda e Recife (PE). Pretendemos montar uma tenda vocacional no 18º CEN na cidade de Recife. O tema do CEN 2022 é “Pão em todas as mesas” e o lema, “Repartiam o pão com alegria e não havia necessitados entre eles”. O espaço vocacional dos oblatos na Feira Católica será no estande 27. O evento acontecerá no período de 11 a 15 de novembro de 2022, no Centro de Convenções de Pernambuco, localizado na Avenida Professor Andrade Bezerra, s/n, Salgadinho, Olinda (PE). O espaço será liberado para a montagem e decoração no dia 9 de novembro das 8 às 18h e das 8 às 18h do dia 10 para iniciar e finalizar a ornamentação no espaço do estande OMI e poderá ser decorado de acordo com a preferência dos oblatos. A desocupação e entrega do espaço terá o período das 13 às 20h do dia 15/11/2022 e das 8 às 12h do dia 16/11/2022.
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A Província Oblata do Brasil vem fazendo diversas experiências e investimentos nas feiras vocacionais para a divulgação do nosso carisma na vida da Igreja. Nossa presença nas feiras tem como objetivo proporcionar aos jovens um espaço de escuta e partilha sobre o caminho vocacional das diversas realidades juvenis e, assim, promover uma animação vocacional oblata. Queremos agradecer o apoio e a confiança do provincial Padre Lindomar, OMI, e seu conselho no SAV na Província Oblata do Brasil que nos acompanham nessa missão de cuidar, animar e
cultivar as vocações. Pedimos aos oblatos, leigos associados OMI, juventude oblata de Maria Imaculada, simpatizantes do nosso carisma e todo o povo de Deus que colaborem com a animação vocacional na nossa província com as vossas orações pelo bom êxito do status vocacional. “Pedi ao Senhor da Messe que envie operários.” (Mt 9,38) Que envie jovens de coração sincero, generoso e prontos para aderir ao projeto de Jesus de Nazaré no meio dos pobres, nas nossas periferias existenciais. Que assim seja! Shalom! Pe. Rivaldo Teixeira de Carvalho, OMI.
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MISSÃO
EQUIPE DE FORMAÇÃO DE CIAL REALIZA REUNIÃO ON-LINE COM OS FORMADORES DA AMÉRICA LATINA
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o dia 8 de junho aconteceu de forma on-line o primeiro encontro de formação do CIAL para todos os formadores da América Latina, com o tema do 37º Capítulo-geral da nossa congregação que acontecerá neste ano de 2022, “Peregrino de esperança em comunhão”. Tivemos como assessor o Padre Cornelius Ngoka, OMI, conselheiro-geral para a formação da congregação. Ele iniciou o encontro refletindo sobre diversas perguntas: como viver o tema do capítulogeral como formadores oblatos? O que é um capítulogeral? Qual sua importância na vida e missão da congregação? Tivemos como fonte iluminadora a Constituição 125 de nossas CC&RR OMI, que trata sobre o capítulo-geral e afirma-o como sendo a mais alta autoridade na congregação. Reúne-se regularmente para fortalecer os laços de unidade e exprimir a participação dos membros na vida e missão da congregação. A família oblata, unida ao redor de Cristo, partilha a experiência vivida das suas comunidades, assim como os desafios e esperanças do seu ministério. O capítulo é um tempo privilegiado de reflexão comunitária e conversão. Juntos, em união com a Igreja, discernimos a vontade de Deus nas necessidades urgentes dos nossos tempos e agradecemos ao Senhor pelos trabalhos de salvação que Ele realiza por meio de nós. O tema do capítulogeral, “Peregrino de esperança em comunhão”,
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foi refletido na perspectiva da formação, pois, para nosso fundador, o futuro da congregação depende da qualidade da formação que damos e recebemos. Somos protagonistas na construção de nosso futuro como oblatos. O peregrino em formação hoje necessita desprenderse de todos os apegos e fazer a experiência do essencial, trazendo consigo em sua bagagem a simplicidade e a coragem para caminhar, fortalecendo-se como homem apostólico animado para o carisma oblato para viver em comunhão na interculturalidade, nos diversos contextos do mundo e da Igreja. É preciso ser peregrino em comunhão tendo um programa de vida renovado, visando a melhorar cada vez mais o cotidiano da vida comunitária em nossas comunidades. Foi enfatizada também nesse encontro a missão do formador oblato, que requer que seja pessoa de testemunho e capaz de tornar-se guardião do nosso carisma; esse papel compromete todos os formadores, como encontramos claramente no documento das Normas gerais para a formação oblata 42: “São chamados a viver as circunstâncias que são próprias do ideal religioso missionário oblato a fim de poder transmitir aos membros em formação tanto por seu modo de ser e atuar como também por palavras e ensinamentos”. Pe. Antonio Pereira Sobrinho, OMI. Superior do Pós-noviciado Santo Eugênio de Mazenod. 13
PSICOLOGIA
EMPATIA X APATIA V
“MEU SANTO BATEU E MEU SANTO NÃO BATEU!”
EMPATIA é a capacidade de se colocar no lugar do outro, enquanto com APATIA não se exerce essa capacidade, torna-se insensível de se colocar no lugar do outro. Por isso que é muito vasto o campo da empatia no exercício de uma condição empática que proporciona um bom contato com o mundo externo. Pode-se dizer que APATIA é uma dificuldade em se colocar no lugar do outro, não há sensibilidade. Segundo Bolognini, empatia é uma receptividade articulada e elaborada que permite integrar os aspectos internos e externos do sujeito em relação consigo e com o mundo. Em 1913, Freud a definiu como a capacidade de colocar-se no lugar do outro. Carl Rogers fez a seguinte afirmação sobre empatia: “Significa viver temporariamente a vida do outro, morar ali dentro, e se mover ali de forma muito delicada, sem fazer nenhum tipo de julgamento, buscando perceber sentimentos que ela provavelmente não tomou consciência, bem como procurando não reprimir os sentimentos que pareçam ameaçadores e que ela porventura já tenha percebido”. Já Augusto Cury diz que empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro como uma das funções mais importantes da inteligência. Demonstra grau de maturidade do ser humano. É um processo que harmoniza as relações uns com os outros; quando se exerce a empatia, o exercício deve entrar para a dimensão do consciente, estar consciente o tempo todo dizendo “Eu preciso me exercitar todos os dias, assim como preciso de me alimentar todos os dias”. A prática da empatia traz seus efeitos benéficos nas relações familiares, na igreja, na escola e em demais aspectos da dimensão da sociedade. A empatia é curativa em todos os seus aspectos. Exercitemo-nos cotidianamente nas diversas expressões que possamos nos dar conta. É um investimento por toda a vida. Psicólogos: TCC doutor Sandro e psicanalista José Ronácio, OMI.
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amos explicar esses dois substantivos femininos (empatia e apatia) por meio do senso comum e com uma superficial análise no olhar da psicanálise no que diz respeito ao conceito, como também um olhar por meio da filosofia, a começar pelo senso comum, por ser bem mais usual quando se ouvem as palavras que são bem próximas de nós. Vamos começar pelas atitudes de empatia e apatia que praticamos no cotidiano; com certeza já caíram no piloto automático, nem nos damos conta, às vezes chamamos certas atitudes de pessoas que as praticam no seu cotidiano, como pessoas educadas quando entra em um ambiente e diz: bom dia, boa tarde e quando se retira, diz: “obrigado”, “até logo”. Esse comportamento quando se coloca em prática estreita o relacionamento afetivo, aprimora as características de um exercício de empatia; quando você ou outros não prestam o devido comportamento de empatia, por não dirigir palavra de afeto (como “muito obrigado”, “até logo”, etc.) por qualquer motivo às pessoas que se encontra esse comportamento (não diz bom dia, boa noite e nem se quer cumprimentar as pessoas por palavras ou gestos, ou um aperto de mão... Qual é a compreensão na filosofia, ou seja, o significado? Para a filosofia na compreensão dos céticos e dos estoicos a respeito da APATIA, eles nos apresentaram como um estado de insensibilidade emocional ou esmaecimento de todos os sentimentos, é um estado de alma insensível e indiferente. No senso comum, logo dizemos quando a apatia é automaticamente exercida: “O meu santo não bateu com o santo de fulano(a). Eis uma expressão do senso comum bem usual que ouvimos com certa constância. Continuando no mundo da filosofia, dando-nos o significado de EMPATIA, que é a faculdade de compreender emocionalmente. Todas as vezes que você pratica a empatia exerce-a de modo assertivo nas relações com os outros. Por exemplo: quando você diz que o seu santo bateu com o santo do outro isso é uma empatia intuitiva, ou seja, aconteceu naturalmente, se assim podemos dizer.
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JUPIC
“VIVER É MUITO PERIGOSO; SEMPRE ACABA EM MORTE.” (RIOBALDO, PERSONAGEM EM GRANDE SERTÃO, VEREDAS, DE GUIMARÃES ROSA)
A
Amazônia é um Estado paralelo comandado pelo crime organizado. Crime múltiplo: tráfico de drogas e de armas, desmatamento e garimpo ilegais, atentados aos povos indígenas e da floresta. O governo não conseguir impor a lei na Amazônia é a constatação do presidente do Senado federal. O juízo veio a propósito dos desaparecimentos de Bruno Pereira e Dom Phillips, que consternaram a parte civilizada do país. Os nomes dos mortos são novos, o fato é perene. Há uma violência política endêmica na área, da coação ao homicídio. Por ali correu sangue de muitos líderes de movimentos sociais. A lista longa nunca acaba, periodicamente repovoada, crimes inexplicáveis ou impunes que, em maioria, nem chegam ao noticiário nacional. Por envolver cidadão inglês, os novos casos lançaram enorme holofote sobre o Brasil. A ribalta é desabonadora. A reputação no exterior, que investidores tanto prezam, foi de vez para o ralo. Michele Bachelet, do Departamento dos Direitos Humanos da ONU, pede que haja busca rigorosa daqueles que atuam sem descanso contra defensores dos direitos humanos e ambientais e contra indígenas, crimes de racismo e ataques à comunidade LGBT. Pediu garantias dos direitos fundamentais e institucionais independentes. Quem pede diz o que falta. O Vale do Javari faz parte dos 85 mil quilômetros quadrados da região; abriga mais de 6 mil
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indígenas, de 26 etnias, várias isoladas. Sem fiscalização, a área tornou-se ponto de invasões de caçadores, pescadores, garimpeiros, madeireiros e traficantes de drogas. Foram ao menos oito episódios de enfrentamento contra sertanistas e funcionários da Funai. O presidente celebra as armas e fetichiza seu uso, mas nunca organizou uma ação estatal de imposição da lei contra o crime na Amazônia, nem em qualquer outra parte. O que ele faz de fato é transferir para a sociedade a tarefa precípua do Estado de zelar pela vida dos cidadãos, mas, enche a boca para falar de soberania nacional na Amazônia. Ela não se refere a uma operação coordenada pelo governo, pensa em ações corporativas do “seu exército” ou em afiançar o cada um por si. A Comissão Pastoral da Terra, órgão da CNBB, afirma que foram 1.536 casos com 2.028 vítimas de 1885 a 2020. Desses, 170 (11%) foram julgados. Um desses exemplos raros foi do líder seringueiro Chico Mendes, em 1988; os assassinos foram condenados a 19 anos de prisão. Entre os mandantes, somente 39 foram condenados e 34 foram absolvidos. Entre os executores, os absolvidos são 244 contra 139 condenados. Casos que foram julgados: Nilce de Souza Magalhães, assassinada em janeiro de 2016; Dorothy Stang, assassinada em fevereiro de 2005; Chico Mendes, assassinado em dezembro de 1988. A CPT aponta
que houve um aumento de violência na região da Amazônia legal em 2021, concentrando 21 dos 35 assassinatos cometidos no país. Neste ano já são 14 pessoas mortas. A comissão afirma que a ferocidade da grilagem e do latifúndio, assim como o aparelhamento do Estado pelo setor ruralista, é fator que contribui para o agravamento do cenário. Pessoas morrem atravessando a rua, ou engasgam com um pedaço de carne, ou podem ser fulminadas por uma bala. Com frequência estúpida, não se morre no Brasil e em outros países marcados por igual violência e miséria porque, afinal, a morte faz parte do existir. O Estado delinquente está na origem de boa parte dos mais de 40 mil homicídios dolosos por ano e das quase 670 mil mortes por covid-19. Dos soterramentos em razão das chuvas. Do brejo que sufoca as almas quando se rompem as barragens. Dos sem-teto que se amontoam embaixo dos viadutos e sob as marquises, sem ar, sem luz, sem razão. É um estado de sítio permanente. O pior: tal realidade não se resolverá. Sempre há uma desculpa: ora é a falta de dinheiro, ora são os entraves da legislação, etc. A criminalidade que atinge proporções amazônicas na maior floresta tropical do mundo também precisa ser combatida com urgência, sob risco da repetição de tragédias como a atual. Pe. Miguel Pipolo, OMI 15
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DATAS OBLATAS 15 Chegada dos Oblatos ao Brasil – São Paulo (1945)
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