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EDITORIAL

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rezados(as) irmãos(as) leitores(as) do informativo Nossas Notícias, é com grata satisfação que fazemos chegar a vossas mãos mais uma edição de nosso instrumento comunicador missionário, recheado de novidades para vocês ficarem por dentro de tudo o que vivemos e pregamos. Neste ano, nossa Província do Brasil foi agraciada em receber dois missionários estrangeiros africanos, que tiveram obediência dada pelo superiorgeral, Padre Louis Lougen, OMI, para trabalharem no Brasil. São eles: Padre Augustin Mulele, OMI, e o Padre Gabriel Yaouba, OMI. Julho é o mês consagrado aos avós e trazemos um artigo que retrata sua importância para as famílias. De setembro a outubro, ocorrerá em Roma, Itália, o 37º Capítulo-geral, com o tema “Peregrinos de esperança em comunhão” e um dos membros da comissão organizadora escreveunos relatando como andam as expectativas para esse momento importante da vida oblata. Agosto é o mês das vocações, momento forte em que a Igreja valoriza cada forma de chamado, por saber que é sagrado e vem de Deus, por isso, temos quatro ref lexões muito importantes para que nunca esqueçamos que ser missionário é, sobretudo, reconhecer a ação de Deus presente em cada chamado. Seguem-se a isso, duas colunas fixas que são: “Maria na vida oblata”, em que, neste ano mariano da Província do Brasil, em cada

edição uma pessoa diferente fala da ação da mãe de Deus em sua vida de fé, e “Versos e prosa oblata”, que nos ajuda a encarar a vida com seus desafios, porém, com mais leveza e suavidade. Durante o tempo forte da Semana Santa, os pós-noviços, depois de dois anos em que não podiam encontrar o povo de Deus devido à pandemia de covid-19, neste ano foram enviados a distintas partes do Brasil para viverem a bonita espiritualidade da Semana Maior e realizarem animação vocacional. Trazemos também um artigo que reflete sobre a constituição apostólica do Papa Francisco sobre a Cúria Romana, Praedicate Evangelium, que brindou nossa Igreja com alguns avanços históricos. Valorizando o lugar da vocação na vida Igreja e da história da salvação, trazemos uma ref lexão sobre a vocação do irmão na vida oblata e também como anda a caminhada da animação vocacional oblata no Brasil em alguns de seus distritos. No mês de agosto, enquanto vocês lerem a presente edição, dois missionários oblatos brasileiros estarão sendo ordenados padres, são o Diácono Jefferson, OMI, e o Diácono Rivaldo, OMI; trazemos seus convites, para que vocês, leitores(as) possam rezar pela vocação e o

futuro ministério presbiteral de ambos. Concluímos esta edição do nosso informativo com as colunas fixas “JUPIC” e “Psicologia”, que buscam ajudar a manter-nos atualizados no que se refere ao nosso compromisso com a justiça social e com a nossa saúde mental. Porém, não esquecemos também da importância do humor, pois nem tudo na vida pode ser só trabalho, é preciso relaxarmos e rirmos um pouco e as datas comemorativas são o espaço que temos em nosso jornal consagrado àqueles momentos que não podemos esquecer de rezar e estar em comunhão com os oblatos da Província do Brasil, sejam os que estão cooperando em nossas missões, sejam os que já encontram-se na casa do Pai. Enfim, desejo a todos(as) uma ótima leitura e que o Deus da vida e Senhor do rebanho hoje e sempre continue a abençoar e iluminar a vocação de cada um de nós. Pe. Lindomar Felix da Silva, OMI. Provincial

EXPEDIENTE

OMI – NOSSAS NOTÍCIAS Tiragem: 1.000 exemplares | Edição: Agência Minha Paróquia | Supervisão: Conselho da Província do Brasil Banco de Imagens: Cathopic e Adobe Stock | Contato: nossasnoticias@oblatos.com.br

O Jornal “OMI – Nossas Notícias” é uma publicação dos Oblatos de Maria Imaculada – Província Brasil, dirigida aos seus membros e leigos. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores e não representam necessariamente a opinião do jornal, de seus membros e da Congregação. É permitida a reprodução das matérias e artigos desde que previamente autorizada por escrito pela supervisão e com crédito em fonte.

OMI – PROVÍNCIA DO BRASIL

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Rua Padre Marchetti, 596 – Ipiranga – CEP 04266-000 São Paulo, SP Tel.: +55 11 2063 3955

OBLATOS

www.omi.org.br MISSIONÁRIOS OBLATOS PROVÍNCIA DE MARIA IMACULADA BRASIL


MISSÃO

PROVÍNCIA DO BRASIL RECEBE COM ALEGRIA NOVOS MISSIONÁRIOS ESTRANGEIROS

“O

chamado de Jesus Cristo ouvido na Igreja através da necessidade de salvação do povo reúne-nos como Missionários Oblatos de Maria Imaculada. Cristo assim nos convida a segui-lo e a participar em Sua missão pela palavra e obra (...).” (C. 1 – CC&RR OMI) Um dos grandes momentos na vida de qualquer província oblata no mundo é quando temos a oportunidade de receber novos missionários que chegam com o coração desejoso de contribuir com nossos trabalhos. Essa é a realidade que neste ano de 2022 nós, oblatos do Brasil, vivenciamos, pois, com o auxílio de Deus e a benevolência de nosso superior-geral, Padre Louis Lougen, OMI, recebemos o neossacerdote Padre Gabriel Yaouba, OMI, que estudou Teologia no Brasil, e o Padre Augustin Mulele, OMI. Ambos originários de províncias oblatas do continente africano, eles chegam com os corações missionários oblatos abertos e muito inspirados para fazer com que o carisma mazenodiano cresça e frutifique cada dia mais nesta Terra de Santa Cruz. Damos as boas vindas ao Padre Gabriel e ao Padre Mulele e contamos com as orações de todos(as) para que ambos sejam felizes e consigam fazer o povo de Deus feliz nas missões às quais serão enviados. Padre Sérgio de Santana, OMI.

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Pe. Gabriel Yaouba, OMI

Padre Augustin Mulele, OMI 3


FAMÍLIA

A IMPORTÂNCIA DOS AVÓS NA VIDA FAMILIAR A o risco de depressão, dá maior agilidade, ajuda a ficarem mais ativos e a vida ganha mais sentido para os avós. Os avós exercem um importante papel na vida das famílias, eles são elos para unir e fortalecer. Normalmente, conhecem a história da família e sabem muito sobre os pais, os tios, os primos, sabem contar lindas histórias, conhecem os costumes diferentes e são exemplos de outras gerações. Um grande ensinamento é a paciência dos avós com os netos. Eles também ensinam a valorizar os pequenos gestos como agradecer, pedir licença, pedir desculpas, ser fraterno e solidário com as pessoas. Há ainda os que moram na mesma casa que os netos. Nesse caso, os avós precisam compreender que, apesar de

participarem da educação da criança, não podem interferir quando o pai ou mãe está dando uma bronca no filho, por exemplo. Apesar de não ser fácil é preciso estabelecer um limite entre autoridade dos pais e dos avós para que a própria criança não confunda os papéis. O segredo está em muito diálogo. Cada família tem sua configuração, seus conflitos e entendimentos particulares, assim, cabe a cada família avaliar quando e como seus filhos estarão com os avós. Só não vale tê-los como “cuidadores”, acolhendo as vontades das famílias e nada mais.

Flavia Pichinine, leiga oblata. Paróquia Santo Eugênio de Mazenod, Diocese de Campo Limpo, São Paulo (SP).

Imagem: Pixel-Shot / Adobe Stock

importância dos avós na vida familiar, além de ser muito prazeroso estar com eles, é o benefício para o desenvolvimento de todos, principalmente das crianças, tanto no que se refere aos aspectos emocionais como aos cognitivos. Essa convivência é reciprocamente enriquecedora: a criança aprende a conviver num ambiente diferente, com regras distintas e pessoas diversas, e os avós, ao estar na companhia dos netos, renovam-se e sentem-se mais jovens. Esse convívio com pessoas de pouca idade os faz sentirem-se úteis de alguma forma, eles se mantêm fisicamente ativos, ativam a mente, a capacidade de amar e de se relacionar, de olhar a vida com esperança e amor. A convivência com os netos afasta

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CAPÍTULO-GERAL

OS PREPARATIVOS PARA O 37º CAPÍTULO-GERAL OMI

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o 205º aniversário da fundação de nossa congregação, em 25 de janeiro de 2021, o superior-geral, Padre Louis Lougen, convocou o 37º Capítulo-geral, “A mais alta autoridade da congregação (...), um tempo privilegiado de reflexão e conversão comunitária, no qual discernimos a vontade de Deus nas necessidades urgentes de nosso tempo (...)” (C # 125). Em sua carta a toda a congregação, o superior-geral escreveu: “Iniciamos um tempo de oração ao Espírito Santo, pedindo luz para nos conduzir na preparação do capítulo-geral de 2022. Peço a cada oblato e a todas as nossas comunidades que fortaleçam os laços de sua unidade e comecem a rezar para que o capítulo de 2022 seja um tempo de graça para a congregação e para toda a família oblata, um tempo de renovação para nossa vida e missão oblata”. Isso dá o tom para a preparação de nosso capítulo-geral, entretanto, ela já começou muito antes. O superior-geral em conselho formou a comissão precapitular durante a sessão plenária de abril/maio de 2020. A comissão começou com cinco membros e um secretário. O superior-geral é o presidente da comissão pré-capitular. Padre Thomas Ovalle, comissário, Província dos Estados Unidos. Padre Alberto Gnemmi, membro, Província Mediterrânea. Padre Constant Kienge-Kienge, membro, procurador-geral. Padre Luis Alberto Huamán Camayo, representante do superior-geral na comissão pré-capitular, conselheiro-geral para a Região da América Latina. Entretanto, ele foi nomeado bispo auxiliar de Huancayo, Peru, em 21 de maio de 2020 e teve que deixar a comissão. Padre Arun William Rozario, secretário da comissão pré-capitular, secretário pessoal do superior-geral. O 37º Capítulo-geral terá início em 14 de setembro de 2022, na Festa da Exaltação da Santa Cruz, no Centro Ad Gentes propriedade da Sociedade do Verbo Divino (SVD) localizada em Nemi, nos arredores de Roma. Desde o início até agora, a comissão teve sete reuniões entre si, bem como seis reuniões com os membros do governo central. O tema do capítulo, “Peregrinos de esperança em comunhão” e o logotipo do capítulo foram escolhidos. A oração do capítulo foi composta e distribuída na congregação. O padre-geral pediu que fosse rezada em todas as comunidades oblatas e convidou os associados oblatos e os jovens oblatos a se unirem a essa oração.

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Desde março, a comissão começou a publicar uma série de materiais de animação em preparação para nosso 37º Capítulo-geral baseados no tema de nosso. Essas reflexões são destinadas à meditação e à partilha pessoal e comunitária. Já publicamos reflexões em nosso site OMI pelos padres Warren Brown (em março), Chicho Luis Ignacio Rois (em abril) e Hipólito Oléa Tinoco (em maio). Teremos as reflexões dos padres Ron Rolheiser (em junho) e Constant Kienge-Kienge (em julho). Os associados oblatos e a juventude oblata também estão preparando dois vídeos de animação em preparação para o capítulo. Em 25 de março, a comissão publicou a lista de capitulares. Há 33 membros ex officio (administração-geral, superiores de unidades com mais de 60 membros) mais 43 capitulares eleitos. Além disso, o superior-geral pode convidar dois capitulares, o que eleva o total para 78. Há também 35 oblatos convidados para servir o capítulo como pessoal auxiliar. O Padre Tom Ovalle e os conselheiros-gerais para as regiões tiveram várias sessões de escuta com as comunidades de formação pós-noviciado. Essas sessões foram muito produtivas. Os capitulares foram agendados com uma audiência com o Santo Padre na segunda-feira, 3 de outubro, pela manhã. Essa seria de fato uma ocasião para acolher uma mensagem do Papa Francisco a respeito da missão hoje e para receber sua bênção para nossa congregação. É óbvio que todos os oblatos não podem participar do capítulo-geral, mas os capitulares são eleitos de cada região oblata representando a todos nós, portanto, eles levam nossas vozes para o capítulo. Haverá uma seção especial em nosso site OMI dedicada ao capítulo-geral. É importante que todos nós, pessoalmente e em nossas comunidades, e em reuniões de associados leigos, façamos uso do material de animação para que estejamos envolvidos nos preparativos para o capítulo. Acima de tudo, precisamos estar unidos em oração. Em 15 de agosto de 2022 celebramos o 200º aniversário da experiência especial de Santo Eugênio ao abençoar a imagem da Madona oblata na Capela da Missão em Aix-en-Provence, portanto, é um privilégio para nós ter nosso capítulo-geral neste 200º aniversário de nossa Madonna do Sorriso. Que nossa Mãe Santíssima acompanhe todos os membros de nossa família oblata.

Arun William Rozario, OMI.

Tom Ovalle (Commissioner)

Louis Lougen (President)

Constant Kienge Kienge (Commission Member)

Arun William Rozario (Secretary)

Alberto Gnemmi (Commission Member) 5


VOCAÇÃO

“PARA VOCÊ BASTA A MINHA GRAÇA.” (2COR 12,9)

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empre que trato sobre vocação me vem à memória o testemunho de João Paulo II, “Dom e mistério”. Um dom que supera infinitamente o vocacionado, que se sente infinitamente pequeno diante do mistério da eleição divina (cf. Jo 15,16). Na raiz da vocação encontram-se essas duas dimensões fundamentais relacionadas diretamente a Deus. Nasci em Itaporanga (SP) numa família de camponeses católicos. Ainda adolescente, ingressei no seminário menor dos padres teatinos. Após o noviciado, prossegui os estudos na capital paulista e depois em Roma. No ano 2000 fui ordenado presbítero na Abadia Cisterciense da minha terra natal. Atualmente estou incardinado na Diocese de Itapetininga (SP), sou pároco da Sagrada Família em Tatuí (SP), atuo também como professor de Teologia no Instituto São Paulo de Estudos Superiores (ITESP) e no Centro Universitário Claretiano. No romance Diário de um pároco de aldeia (1936), de George Bernanos, um jovem padre apresenta sua vocação como serviço a Cristo, à Igreja e à comunidade, especialmente, aos mais pobres. Leva vida simples e está doente, sente fortes dores no estômago que o atormentam profundamente. Sua saúde torna-se cada vez mais frágil, a ponto de não conseguir alimentar-se, no fim come apenas pão molhado no vinho. Narra o tédio da paróquia, a mediocridade espiritual dos paroquianos e a falta de apoio dos superiores. Todavia, a narrativa que parece jansenista vai se abrindo à graça. Em meio às fragilidades, o padre torna-se um profeta da esperança, ajuda a condessa rica e revoltada em seu processo de conversão. Ela morre em seguida e o pároco acaba acusado injustamente pela família e pelo bispo como culpado pela sua morte. A saúde deteriora-se rapidamente e o sacerdote morre jovem. Suas últimas palavras foram “Tudo é graça!”. O romance é um incrível tratado sobre vocação como graça de Deus experimentada na contingência da vida. O padre é um santo homem, testemunha da graça e da esperança. Após 22 dois anos de sacerdócio, interpreto minha história vocacional segundo o Papa Wojtyla:

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“Minha vocação é dom e mistério”. Assim como no romance de Bernanos, “Tudo é graça!”. Dito isso, vale registrar o vínculo indissolúvel da vocação com o evento histórico Jesus de Nazaré. O itinerário vocacional é sempre em nome de Cristo e na Igreja. Não existe vocação ministerial à revelia da Esposa do Cordeiro. Por conta dessa dupla realidade, a vocação deve tornar-se luz do mundo e sal da Terra, profecia de esperança, alegria e amor, principalmente às vítimas do mundo. Edevilson de Godoy. www.omi.org.br


VOCAÇÃO FAMILIAR

VOCAÇÃO À VIDA FAMILIAR “NÃO BASTA REITERAR O VALOR E A IMPORTÂNCIA DA DOUTRINA SE NÃO NOS TORNARMOS GUARDIÕES DA BELEZA DA FAMÍLIA E CUIDAR COMPASSIVAMENTE DE SUA FRAGILIDADE E DE SUAS FERIDAS.” (PAPA FRANCISCO NA ABERTURA DO ANO DA FAMÍLIA)

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vida familiar é um convite de Deus, é uma vocação. Sua realização inicia-se por meio do Sacramento do Matrimônio, que é um sinal da manifestação do amor de Deus e instrumento de santificação, em que o casal precisa zelar por um bom relacionamento entre ambos e ter a responsabilidade de cuidar, educar e preparar os filhos frutos dessa relação de amor. A família, “menina dos olhos” de Deus, tem um papel fundamental, eu diria que central, em nossas vidas. É, ou deveria ser, a base que sustenta e prepara a construção do nosso caráter, valores e identidade.

É onde damos os primeiros passos da nossa vida, da nossa trajetória, desde a infância até a adolescência, onde nós deparamos com os primeiros questionamentos que irão formar quem somos no futuro. Além disso, a família tem o papel de proporcionar uma convivência e um ambiente favorável, que transborda respeito e amor, e que ao longo dos anos estimula seus frutos à prática do bem, da justiça e do chamado de Deus. Dessa forma é possível que na fase jovem ou até mesmo na adulta a descoberta das vocações aconteça naturalmente e no momento certo da vida de seus

filhos, pois é no seio familiar que nascem todas elas. No documento Amoris Laetitia (A Alegria do Amor), nº 59, Papa Francisco nos diz: “O nosso ensinamento sobre o Matrimônio e a família não pode deixar de se inspirar e transfigurar à luz deste anúncio de amor e ternura, se não quiser tornar-se mera defesa duma doutrina fria e sem vida. Com efeito, o próprio mistério da família cristã só se pode compreender plenamente à luz do amor infinito do Pai, que Se manifestou em Cristo entregue até o fim e vivo entre nós.” Nos tempos que vivemos, em que muitas vezes as famílias não sabem mais dialogar, o respeito e o perdão perderam espaço para brigas e separações se faz necessário constantemente voltarmos ao primeiro amor todos os dias, aquele amor que nos encantou, que despertou em nós o desejo de construirmos uma família. Além disso é preciso olharmos, contemplarmos a face do Cristo que vive em nós, que se faz presente em nossas histórias de dores, lutas e superações, que caminha conosco, especialmente em nossas fragilidades humanas. Precisamos deixar Deus ser o centro de tudo, não desviarmos o nosso olhar dos olhos do Ressuscitado. Ao falarmos em vocação à vida familiar é impossível não lembrarmos, não mencionarmos a Família de Nazaré, que é exemplo maior de humildade, respeito, amor e obediência à vontade de Deus. Santa Família de Nazaré, rogue por todas as nossas famílias. Laize e seu esposo.

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VOCAÇÃO

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VOCAÇÃO À VIDA LAICAL

uando pensamos no leigo a serviço da Igreja, como missionário que contribui para o anúncio do Evangelho de Cristo, logo nos vem à memória o papel do catequista. No entanto, não cabe apenas a esse grupo o papel do laicato. Todas as pessoas envolvidas no serviço pastoral são leigas à serviço da “Palavra que Se fez carne”. Posso assegurar que a minha visão de leiga foi renovada a partir do contato com os padres oblatos Cleber Lopes, OMI, e Patrick Urias, OMI, em 2016. Nesse período, passávamos um momento difícil, de transição, mas, a máxima é verdadeira: “Depois da tempestade vem a bonança”; veio a ser nosso pároco o Padre Manoel Valadão, OMI, que nos deu um grande testemunho de oblação e passamos a conviver com o carisma oblato. Uma família lourdiana, como falamos por aqui, que tem a graça de conviver com os oblatos e tem como exemplo a maior missionária que o mundo já conheceu, Nossa Senhora de Lourdes, que nos deixou como exemplo a escuta e a obediência, que são o alicerce da missão leiga. Acredito que precisamos nos doar ao serviço da Igreja, seja ele qual for, com muito amor. Se Cristo precisou dos Doze para ajudá-lo, assim também os padres precisam de nós para a missão. Não fazemos nada sozinhos. Assim como em casa somos família, na Igre-

ja também deve ser assim, pois nos tornamos família em Cristo Jesus. Contudo, a vocação leiga não está no coração de todos que se consideram cristãos. Há uma porção do povo de Deus que não se compromete com o serviço. Esse fato não significa que são “menores” diante de Deus, mas, aquele que foi chamado a servir deveria entender que esse chamado não é do homem, é o próprio Deus que o faz, por isso, devemos estar atentos. Devemos aprender a escutar a voz de Deus, criar intimidade, ser fiéis aos Seus ensinamentos. Acredito que só assim poderemos dizer que somos vocacionados, ainda que permaneçamos no laicismo. Ser vocacionado leigo também implica abster-se de certas coisas, uma vez que nos tornamos

espelhos na vida do outro. Se queremos atrair os que estão afastados, devemos testemunhar o amor e não a violência; esses, por sua vez, estão intrínsecos no nosso cotidiano por meio de nossas atitudes e até pensamentos. Não devemos ser hipócritas. Ao contrário, devemos ser coerentes com o que pregamos. Como diz o próprio Cristo, “Que a luz de vocês brilhe diante dos homens, para que eles vejam as boas obras que vocês fazem e louvem o Pai de vocês que está no Céu” (Mt 5,16).

Lúcia Pompeu. Leiga da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, Ananindeua (PA).

PÓS-NOVICIADO

PÓS-NOVICIADO DOS OBLATOS DO BRASIL REALIZA MISSÕES DE SEMANA SANTA

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Semana Santa tem grande importância para todos os católicos, pois se trata da “Semana Maior”. Destaca-se que nesse período os cristãos juntam-se para poder celebrar com grande intensidade o Tríduo Pascal. Como já observamos e vivenciamos durante os dois anos de pandemia, não houve a oportunidade de celebrar a santa Eucaristia com as participações dos fiéis e muitas dessas pessoas ficaram sem poder receber a santa Comunhão, mas, passado o período de espera, voltamos com muito entusiasmo para continuar com as celebrações e atividades nas paróquias. Fomos destinados nesse tempo a comunidades no Estado de Minas Gerais para realizar e participar desse momento tão profundo. Tendo ficado na comunidade São Benedito, em Sertãozinho (MG), numa semana de muitas atividades, sobretudo compartilhando da experiência desse local, pude fortalecer meu encontro pessoal com a comunidade, que se sentia abandonada porque estava há dois anos sem poder receber a Comunhão e sem atividades. Da forma que encontramos a comunidade, resolvemos nos colocar à disposição para realizar visitas nas 8

casas; pudemos, dessa forma, conversar e compartilhar a experiência já vivenciada pelo povo. Por outro lado, as pessoas que fomos visitar nos comentaram que estavam muito tristes, porque não tinham mais as visitas dos missionários que passavam pela comunidade. Mesmo diante da situação, a comunidade tentava manter encontros para poder falar de Deus. Como faziam para poder seguir mantendo firme sua fé? A resposta deles foi “Nós pedimos força para sermos valentes, para podermos seguir lutando dia a dia”. Dessa forma, mantinham sua fé firme e esperançosa. Como vimos a necessidade de uma reestruturação na fé, convidamos a comunidade para viver e realizar uma Semana Santa de uma maneira diferente, já que estavam retomando as atividades. Começamos o período realizando visitas nas casas na parte da manhã e pela tarde realizamos procissões com as pessoas. Houve uma grande participação dos idosos, sendo que eram quem em maior parte participava com frequência das atividades, já que os jovens deixaram de viver na comunidade por desejarem seguir outros caminhos com os estudos e trabalhos. No Tríduo Pascal se recorda com maior intensidade a paixão, a morte e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus

Cristo. A comunidade se sentiu emocionada pelas celebrações: na Quinta-feira Santa fizemos memória da instituição da Eucaristia e juntamente o lava-pés, buscamos a forma de poder levar aos fiés seus significados; na Sexta-feira Santa se realizaram a procissão e a via-sacra, juntamente com as sete palavras de Jesus na cruz, em que cada pessoa fez uma meditação de sua própria experiência; no Sábado Santo, a celebração da vigília foi a parte mais forte para a comunidade, tendo em conta o ritual do fogo e sobretudo a celebração do anúncio da ressurreição de Nosso Senhor. Com toda essa alegria terminamos a missão em Minas Gerais. Tenho plena consciência e convicção de que aprendi muitas coisas diante da realidade da comunidade. Desse modo, dou graças a Deus pela oportunidade que me concedeu de poder vivenciar essa bonita experiência na comunidade, podendo realizar o resgate de muitas coisas importantes, assim como também a forma de rezar. A situação que a comunidade vivenciava tinha suas dificuldades e limitações, mas não foram um obstáculo para se manterem firmes na sua fé.

Irmão Walter. www.omi.org.br


PAPA FRANCISCO

CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA PRAEDICATE EVANGELIUM

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A reforma da Cúria Romana na visão do Papa “Não é um fim em si mesma, mas um meio para dar um forte testemunho cristão; promover uma evangelização mais eficaz; promover um espírito ecumênico mais fecundo; encorajar um diálogo mais construtivo com todos”, afirma o Cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. “O primeiro eco que a palavra ‘reforma’ suscita na alma de Francisco é uma reforma da própria vida” e “é muito mais do que qualquer mudança estrutural”, é o brotar de uma reforma interior. “Era necessário reduzir o número de dicastérios, combinando aqueles cuja finalidade era muito semelhante ou complementar, e racionalizar as suas funções com o objetivo de evitar sobreposições de competências e tornar o trabalho mais eficaz”, Cardeal Semeraro justifica a reforma, que abre as portas aos leigos e às leigas que poderão presidir um dicastério. “Qualquer fiel pode presidir um dicastério ou um organismo, dada a particular competência, poder de governo e função deste último”, lemos no texto. Porque os leigos e as mulheres podem fazer a Igreja compreender os sinais dos tempos e também cabe a eles ser missionários. Esta será a Igreja do futuro, a Igreja do Terceiro Milênio. Uma Igreja missionária, “em saída”.

Em suma, a Praedicate Evangelium expressa a forma de agir da Igreja, até na passagem do tempo e nas mudanças da história, para que possa preservar a sua transparência (sacramentalidade) em relação ao plano de Deus, que a faz existir e nela habita. Essa é a premissa em torno da qual se articula a nova constituição, composta por 250 artigos em 11 capítulos. O princípio norteador é uma espiritualidade que tem sua fonte no amor de Deus, que nos amou primeiro, quando ainda éramos pobres e pecadores e que nos lembra que nosso dever é servir nossos irmãos e irmãs como Cristo, especialmente os mais necessitados, e que o rosto de Cristo seja reconhecido no rosto de cada ser humano, especialmente do homem e da mulher que sofrem. Enfim, ser o bom samaritano na vida dos irmãos e das irmãs que mais necessitam experimentar o amor e a misericórdia divina. Vania Pereira. Mestranda em Direito Canônico pela Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, São Paulo (SP) e fundadora da Missão Ester, Carapicuíba (SP). Fontes: <https://www.vaticannews.va>, 1/5/2022. <https://www.vatican.va>, 1/5/2022. <https://www.cnbb.org.br>, 4/5/2022.

Imagem: Yael Portabales / Cathopic

a Solenidade de São José, em 19 de março, o Papa Francisco promulgou a nova constituição apostólica sobre a Cúria Romana e seu serviço à Igreja e ao mundo, Praedicate Evangelium. O texto entrou em vigor no dia 5 de junho, Solenidade de Pentecostes, e sistematiza muitas reformas já implementadas nos últimos nove anos por meio das fusões e ajustes realizados que levaram ao nascimento de novos dicastérios. Com a entrada em vigor da Praedicate Evangelium, a Constituição Apostólica Pastor Bonus, de São João Paulo II – promulgada em 28 de junho de 1988 e em vigor desde 1º de março de 1989 – é completamente revogada e substituída e termina a reforma da Cúria Romana desejada por Francisco desde o início de seu pontificado. Uma Cúria Romana cada vez mais missionária, ao serviço das igrejas particulares com vista à sinodalidade e à “sã descentralização”. Entre as inovações mais relevantes está a unificação do Dicastério para a Evangelização da precedente Congregação para a Evangelização dos Povos e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização: os dois chefes de dicastério se tornam pró-prefeitos, porque a prefeitura desse novo dicastério é reservada ao Papa. A constituição diz: “O Dicastério para a Evangelização é presidido diretamente pelo Romano Pontífice”. Depois também é instituído o Dicastério para o Serviço da Caridade, representado pela Esmolaria, que assume assim um papel mais significativo na Cúria: “O Dicastério para o Serviço da Caridade, também chamado Esmolaria Apostólica, é uma expressão especial da misericórdia e, partindo da opção pelos pobres, os vulneráveis e os excluídos, exerce em qualquer parte do mundo a obra de assistência e ajuda a eles em nome do Romano Pontífice, o qual, nos casos de particular indigência ou de outra necessidade, disponibiliza pessoalmente as ajudas a serem alocadas”.

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MARIA NA VIDA OBLATA

MARIA: COOPERADORA DO PROJETO SALVÍFICO

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Imagem: rafaelcruzdp / Cathopic

onstituição e regras, número 10: “Maria Imaculada é a padroeira da nossa congregação. Aberta ao Espírito, ela se consagrou totalmente como humilde serva à Pessoa e obra do Salvador. Ela recebeu a Cristo a fim de compartilhá-Lo com o mundo inteiro, cuja esperança Ele é. Nela reconhecemos o modelo de fé da Igreja e da nossa própria”. Maria, por excelência, é o modelo de serva e missionária. Após o diálogo com o Arcanjo Gabriel, ela, uma jovem humilde da Galileia, diz o seu Fiat ao projeto do Senhor (cf. Lc 1,38). Como mãe do Salvador, poderia ter se enchido de orgulho; no entanto, como alguém com profunda intimidade com Deus, pôs-se a caminho para atender às necessidades de sua prima Isabel. Essa atitude de Maria nos revela que o projeto salvífico requer uma saída imediata do comodismo. Somente alguém íntimo do Senhor – “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor; mas Eu vos chamo amigos, pois tudo o que ouvi de Meu Pai Eu compartilhei convosco” (Jo 15,15) – é capaz de reconhecer a voz Dele em meio a tantas. A missão se inicia na escuta da vontade de Deus e a partir dela se põe a caminho daqueles que mais precisam. Maria não é somente mãe da humanidade (cf. Jo 19,2627), mas cooperadora do projeto salvífico. Quereis aprender com Maria? Nas bodas de Caná

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VERSOS E PROSA

ESPERANÇA, CADÊ VOCÊ? Esperança fagueira Morreu, morreu e morreu Será que ela ressurge? Talvez, quem sabe?

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Pandora foi uma tola No fundo daquela caixa Tem traça e poeira E a esperança, onde está? Esperança! Esperança! Cadê você? Eu grito, eu berro E ela tola como sempre Finge-se de surda Se faz de muda. Quem sabe um dia responda “Aqui estou!” Ou quem sabe não diga nada E o que eu ouça seja o silêncio Um sussurro ao vento.

Imagem: StockMediaProduction / Adobe Stock

se encontra o cerne da missão de Nossa Senhora, “Façam tudo o que ele disser” (Jo 2,5). Maria nos aponta Aquele que salva, não seria ela o modelo de oblação por excelência? Se oblação significa oferta, quem melhor do que Maria, a humilde serva do Senhor, aquela que em seu canto anuncia as suas maravilhas. Não seria ela cooperadora de Jesus Salvador? Somos convidados, assim como Maria, não somente a cantar as maravilhas de Deus, mas anunciá-las e testemunhá-las com as nossas vidas. Shalom. Aonde formos, levemos a paz do Senhor, a paz aos pobres e aos abandonados, a paz ao mundo inteiro: “Nas alegrias e tristezas de nossa vida missionária sentir-nos-emos sempre próximos a ela que é a nossa Mãe da Misericórdia” (Const. 10). Peçamos a Maria a graça de sermos pessoas íntimas do Senhor, contemplativos na missão e servos fiéis que estejamos sempre prontos a dar nosso Fiat ao projeto de Deus, tendo em mente que a missão, os dons e as graças são todas Dele. Santo Eugênio de Mazenod, rogai por nós. Beatos e mártires oblatos, rogai por nós. Louvados sejam Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Imaculada.

Esperança! Vive? Morreu? Está acima? Embaixo? À esquerda? À direita? Um dia me roubastes um beijo Foi sonho ou realidade? Não sei, mas sempre vou gritar “Esperança! Cadê você?”. Pré-noviço Higor Mendes.

Higor de Souza Mendes, pré-noviço. www.omi.org.br

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MISSÃO

A IMPORTÂNCIA E O LUGAR DO IRMÃO OBLATO NA VIDA DOS MISSIONÁRIOS OBLATOS DE MARIA IMACULADA

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uita gente desconhece a figura do irmão religioso e quando toma conhecimento de sua existência ainda tem dificuldade na compreensão. O irmão no caso dos oblatos é um religioso consagrado leigo, ou seja, que não é ordenado. Em nosso instituto dos Oblatos de Maria Imaculada há sacerdotes e irmãos, ambos são importantes para a missão e evangelização. Eles são testemunhos para a sociedade. Para as pessoas, a figura do sacerdote tem mais clareza por sua função, pois os padres são mais conhecidos pela administração dos sacramentos e vida pastoral, embora, na prática, seu ministério seja muito mais amplo. Já os irmãos são homens que se sentem chamados por Deus a servir aos mais abandonados por meio do carisma de nossa família religiosa. No início, logo que foram aceitos os primeiros irmãos, a função deles era dar suporte aos missionários oblatos sacerdotes que pregavam e atendiam o povo nas missões. Desse modo, os irmãos tinham uma função bem prática: cuidar das casas oblatas, dedicar-se à produção e preparo dos mantimentos. Isso tudo, embora fosse um serviço dedicado à estrutura e à manutenção, era algo de extrema importância para a vida oblata. Atualmente, a formação dos oblatos irmãos tem uma

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outra vertente, pois esses membros têm funções mais específicas e são, profissionalmente, preparados para exercer seu papel dentro e, ao mesmo tempo, fora das comunidades das quais fazem parte. Os irmãos têm uma gama de funções e trabalhos bem diversos. Alguns são enfermeiros, médicos, antropólogos, assistentes sociais, mecânicos, marceneiros, professores, agrônomos etc. Independente dos trabalhos que assumem, continuam sendo pessoas atuantes dentro das casas oblatas. São homens de oração e buscam viver e fomentar a fraternidade entre todos na missão. Compartilham a vida e a missão com os demais oblatos. Buscam dar testemunhos de sua vocação. Os irmãos oblatos devem ser homens próximos do povo, servidores da gente simples e humilde, e disponíveis para ir

aonde ninguém deseja, ou seja, para as missões difíceis. São desbravadores. O irmão oblato ajuda a recordar que nossas comunidades são, antes de tudo, comunidades de religiosos missionários, ou seja, de homens que estão embasados na experiência com Cristo e que anunciam com suas vidas a Boa Notícia aos mais abandonados. Que a força do Espírito de Jesus continue a fomentar homens que querem juntar-se à família oblata como irmãos para que ajudemos os demais a fazermos juntos a missão acontecer com ânimo e vigor. Que Santo Eugênio de Mazenod rogue a Deus por nossa congregação para que tenhamos generosas vocações. Louvados sejam Nosso Senhor Jesus Cristo e Maria Imaculada. Irmão Diemeson Gomes, OMI. www.omi.org.br


MISSÃO

O TRABALHO MISSIONÁRIO DOS ANIMADORES VOCACIONAIS NOS DISTRITOS DA PROVÍNCIA DO BRASIL NORDESTE

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Serviço de Animação Vocacional (SAV) do Distrito Nordeste vem ajudando os jovens no acompanhamento vocacional em tempo de discernimento, mais especificamente nas paróquias oblatas e nas missões em paróquias diocesanas, a fim de despertar a juventude para o chamado de Deus e, assim, criar a cultura vocacional na Igreja. Respondemos com muita rapidez aos jovens que entram em contato conosco via redes sociais ou pessoalmente. Realizamos o 1º Encontro Vocacional no mês de março (de 25 a 27) em Aldeia (PE) e no decorrer do ano de 2022 temos três encontros vocacionais (maio, agosto e outubro). Frase do vocacionado: “A vocação é o fruto da árvore do amor, é necessário abster-se de si para desfrutá-lo” (Kaio César Ferreira, 28 anos, Recife (PE)). Diácono Rivaldo Teixeira de Carvalho, OMI.

SUDESTE

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missão de animar as vocações na região amazônica vem sendo, sem dúvida, uma experiência enriquecedora. Tudo é novo! Trata-se de uma cultura diferente e bela. Jovens acolhedores e com particularidades que os tornam únicos e especiais. Apesar das diferenças, não posso deixar de contemplar o rosto do Cristo que habita em cada um e na realidade que me cerca.

Serviço de Animação Vocacional do Distrito Sudeste conta com a seguinte equipe: Padre Antonio Pereira, OMI, Irmão George, OMI, e Irmão Jassiel, OMI, do pós-noviciado, e o pré-noviço Adriano. Tem a missão de despertar nos jovens o chamado a caminhar juntos no seguimento do Mestre, no empenho pessoal e conjunto, manifestar sua presença no mundo sendo sinal de vida e esperança junto dos mais abandonados de nossa sociedade. Assim, convidamos todos a conhecer e ser membros desta grande família dos Oblatos de Maria Imaculada. Frase do vocacionado: “Responder ao chamado de Jesus: ‘Vem e segue-Me’”.

Diácono Jefferson Miranda da Silva, OMI.

Padre Antonio Pereira Sobrinho, OMI.

NORTE

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PSICOLOGIA

DESINTOXICAÇÃO DO CORPO MEDIDAS PREVENTIVAS PARA VOCÊ COMEÇAR A PRATICAR E TER UMA BOA SAÚDE

Psicólogos: TCC doutor Sandro e psicanalista José Ronácio, OMI.

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Imagem: Rawf8 / Adobe Stock

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ara auxílio na redução de ansiedade e estresse: 1) Vamos consumir menos! Observe em sua casa a quantidade de itens sem uso. 2) Comece a meditar, de modo simples, mas comece. Consulte seu médico sobre fazer jejum com relativa frequência (por vários motivos, entre eles a desintoxicação do corpo). 3) Observe e aprenda a ter relação com as plantas. 4) Existem vícios em sua vida? Quais? Vamos trabalhar a redução e até a extinção deles? 5) Observe que sua energia ou vibração, o modo como pensa, sente e interpreta as situações podem influenciar o surgimento de várias doenças. Extremamente importante nos dias de hoje: CUIDADO com o que assiste, ouve e lê. A maioria desse material é tóxico e prejudica seu CÉREBRO sem você se dar conta. 6) Gasta muito tempo em redes sociais? Não seria surpresa saber que anda depressivo(a) e/ou ansioso(a), quanto menos usá-las, MELHOR. 7) Não se exija a ponto de se culpar, pois somos limitados, falhos; vamos buscar mais QUALIDADE em vez de perfeição? Não tem nenhum hobby ou atividade que lhe traz satisfação? Então, invista nisso! Aprenda a fazer AUTOMASSAGEM em pontos da face, da cabeça, cervical etc. 8) Trate seu sono como um companheiro inseparável; cuide bem dele, é crucial para sua saúde mental!!!

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JUPIC

OBLATOS DE MARIA IMACULADA: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, PAZ E INTEGRIDADE DA CRIAÇÃO tora da Pontifícia Universidade de São Paulo. Dom Paulo emergiu para o país como gigante dos direitos humanos. Ao lado do Rabino Henry Sobel, do Reverendo Jaime Wright e do presidente do Sindicato dos Jornalistas, Audálio Dantas, comandou o Ato Ecumênico na Catedral da Sé, em que 8 mil pessoas manifestaram sua indignação represada por anos a fio. Começava ali, dia 31 de outubro de 1975, o fim da ditadura. “Não matarás. Quem matar se entrega a si próprio nas mãos do Senhor da História…” 1973 – Vende o palácio episcopal por 5 milhões de dólares e constrói centros comunitários na periferia. 1975 – Inicia uma série de apelos em defesa da anistia. Tem audiência com o presidente Médici sobre torturas comandadas por militares. É expulso do gabinete presidencial.

DOM PAULO EVARISTO

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Imagem: Wikipedia

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ivo estivesse, faria 100 anos. Foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo (SP) em 1966. Em novembro de 1970, tornou-se arcebispo. Tornou-se cardeal em 1973. Vendeu o palácio episcopal localizado na região da avenida Paulista; a venda teve muita resistência da parte dos cônegos. Com o dinheiro, comprou muitos e muitos terrenos pela periferia de São Paulo para capelas e centros comunitários; sem isso, dificilmente teríamos a quantidade de paróquias pela periferia da cidade. Seu lema episcopal era “De esperança em esperança”. Sua fala era baixa e firme; exalava coragem, afeto e paz. Guerreou como poucos em busca de justiça. Dom Paulo tinha o dom de comandar sem parecer que comandava, sem a vaidade dos comandantes. Enfrentava o arbítrio de peito aberto e assim abria também portas de prisões onde havia torturas; passava altivo por policiais ou soldados armados, que ficavam perplexos com o tom das ordens que dava: “Vou entrar, sou o arcebispo de São Paulo, abra!”. Abriam e o arcebispo entrava. Sua atuação foi incisiva e decisiva nos assassinatos de Alexandre Vanucchi (1973) e Vladimir Herzog (1975). Sua presença destemida junto ao corpo de Santo Dias da Silva no Pronto-socorro de Santo Amaro garantiu uma multidão de gente da Igreja da Consolação para a catedral, daí para o cemitério de Campo Grande. Há foto na sala de reunião da Casa Provincial. Dom Paulo foi o primeiro a nomear uma mulher, Nadir Kfouri, rei-

1980 – Acompanha o Papa João Paulo II em sua primeira visita ao Brasil. Defende na ocasião os líderes das greves do ABC que pressionam o regime militar. 1985 – Lança, com o apoio financeiro do Conselho Mundial de Igrejas e do Reverendo Jaime Wright, o livro Brasil: nunca mais, contendo informações dos arquivos militares oficiais sobre o uso da tortura durante o regime. 1989 – João Paulo II divide a Arquidiocese de São Paulo para que diminua sua autonomia sobre as áreas periféricas; houve muita pressão de bispos para isso. Dom Paulo é o negociador para a libertação do empresário Abilio Diniz, que havia sido sequestrado. Dom Paulo é indicado ao Prêmio Nobel da Paz. 1992 – Sofre um grave acidente automobilístico em Santo Domingo, República Dominicana, onde participava de encontro de bispos. Houve muita conversa sobre a intenção do acidente. 1998 – Missa de despedida da arquidiocese; torna-se emérito em maio. 2001 – É nomeado para o conselho deliberativo do Instituto de Estudos Avançados da USP. Lança a autobiografia Da esperança à utopia – testemunho de uma vida. 2010 – Morte de sua irmã, Zilda Arns, no Haiti; ela era coordenadora da Pastoral da Criança. 2016 – Fala pela última vez no auditório da USP repleto de bonés vermelho do MST, ele próprio filho de pequeno agricultores. Morre em 14 de dezembro de 2016. Pe. Miguel Pipolo, OMI 15


AGENDA OBLATA

JULHO 01 02 03 04 06 06 07 08 13 14 15 15 20 21 21 21 22 30

Pe. Antonio Borges Mesquita Pe. Roberto de Valicourt Pe.José de Paulo Viana Pe. Jaime Gibbons Pe. Roberto Mayer Pe. José Roberto de Araujo Pe. Fernando A. dos S .Medeiros José Luiz Casa Provincial Pe. Luís Antonio de Melo Pe. David O’Brien Pe. José Cássio da Costa Pe. Geraldo Levron Pe. Jorge Catóia Pe. José Valter Ferreira da Luz Pe. João Sivino Figueredo Neto Pe. Pedro Curran Pe Paulo Joanil da Silva Pe. Vicent Inalegwu Isa

Aniversário (1956) Ordenação (1961) Aniversário (1969) Aniversário (1940) Aniversário (1939) Ordenação (2002) Aniversário (1975)) Aniversário Ordenação (1996) Falecimento (2020) Ordenação (1989) Primeiros Votos (1962) Falecimento (1986) Ordenação (1990) Ordenação (2007) Aniversário (1944) Aniversário (1949) Ordenação (2016)

AGOSTO 01 03 04 04 06 06 06 07 07 09 10 12 15 15 17 18 18 20 24 26 26 27 30 31

Pe. Paulo Medeiros Pe. Manoel de Souza Valadão Pe.. Martin Byrne Ir. George Lins Fernandes Pe. José Cássio da Costa Pe. Antonio Pereira Sobrinho Pe. Daniel McCarthy Pe. Antônio Kleber G. de Farias Pe. Sérgio Santana Pe. Antonio Lourenço Rendon Pe. Antonio Lourenço Rendon Pe. Paulo Ehle Pe. Eduardo de Figueroa Pe. Thomas O’Brien Ir. José Diemeson de M. Gomes Pe. Thomas Brown João Pe. Lindomar Felix da Silva Islan Pe. Francisco de Assis Silva Pe. Ricardo Almeida Pe. Thomas Murphy Pe. Patrick Oliveira Urias Pe. Willian Lindekugel (Lindy)

DATAS OBLATAS 01 Nascimento de Santo Eugênio (1782)

buscando a verdadeira vocação

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Primeiros Votos (1958) Votos Perpétuos (2014) Falecimento (2011) Aniversário (1994) Aniversário (1954) Aniversário (1965) Falecimento (2020) Votos Perpétuos (2016) Votos Perpétuos (2016) Votos Perpétuos (1964) Aniversário (1939) Falecimento (2014) Primeiros Votos (1955) Primeiros Votos (1950) Votos Perpétuos (2014) Falecimento (2015) Aniversário Aniversario (1975) Aniversário (1982) Votos Perpétuos (2010) Votos Perpétuos (2010) Falecimento (2015) Aniversário (1981) Falecimento (1997)


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