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XV DOMINGO DO TEMPO COMUM- ANO B Caros irmãos, a oração da coleta da missa de hoje diz assim: “Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, daí a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno desse nome”. Diante dessa certeza, de que somos revestidos de uma luz e uma graça especial, podemos compreender a verdade da nossa fé num empenho de retomar o caminho com o Senhor e não ter medo de reconhecer os erros, mas assumir a condição de filhos amados de Deus. Através do batismo nós fomos revestidos da Luz que vem do alto e somos conduzidos pela graça do Espírito Santo para a perfeição. Na primeira leitura podemos perceber claramente como é que Deus age quando quer chamar alguém para exercer a sua missão em favor do seu povo. É Deus que livremente escolhe. A vocação é o perfeito encontro entre duas liberdades: a liberdade de Deus em escolher que Ele quer e a liberdade do escolhido para responder se aceita ou não a sua missão. Deus intervém na historia de cada ser humano no momento em que Ele deseja. Ele escolhe e designa a missão de cada um num lugar específico da Igreja. O chamado do profeta Amós é um exemplo claro da ação de Deus no chamado vocacional: “Não sou profeta nem sou filho de profeta; sou pastor de gado e cultivo sicômoros. O Senhor chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor me disse: Vai profetizar para Israel meu povo”. Amós não é profeta por profissão, mas assume a sua missão, porque Deus interrompeu bruscamente o curso de sua vida, escolhendo-o para uma missão muito específica entre o seu povo escolhido. Diante de cada chamado existe a plena liberdade para servir ou não o Senhor. Esta é a beleza da vocação: quem serve deve ser livre de tudo e para obedecer ao Senhor, é preciso um total despojamento, sobretudo, da própria vontade. Quando alguém assume a sua vocação está deixando de lado a sua vontade, porque passa a cumprir em tudo a vontade do Senhor. É preciso liberdade para servir e só poderá servir bem aquele que não está apegado a nada, nem a coisas, nem a lugares, nem a pessoas e, mais ainda, serve bem


aquele que está desapegado de si mesmo, porque assim, vivendo esta liberdade pode obedecer com alegria. Assim nós podemos entender o Evangelho de hoje. É o envio dos Apóstolos para a missão. Jesus os preparou para esse momento de anúncio e recomendou que eles deveriam levar o mínimo necessário para serem mais livres na missão. Todos nós devemos assumir a nossa missão. Hoje, Nosso senhor nos envia para dar continuidade à sua obra redentora. Fomos revestidos da Luz que vem de Deus. Nós não somos a origem da Luz, mas a continuidade dela. Deus é a Origem da Luz e nós, revestidos do Espírito Santo pelo Batismo, somos todos continuadores desta Luz que deve iluminar o mundo com as nossas boas obras por amor do Reino. Todos os batizados são vocacionados, ou seja, são chamados e revestidos de uma força especial para anunciar o Reino de Deus com autoridade e poder. Jesus nos dá essa autoridade e esse poder. Não estamos sozinhos quando assumimos a nossa vocação. O Espírito Santo, a Trindade presente em nós nos acompanha e nos dá palavras certas para o anúncio e autoridade para testemunhar que agimos em nome de nosso Senhor Jesus Cristo. O Batizado é o novo rosto de Jesus Cristo no mundo e deve ser como a Luz que O reflete e O torna conhecido. É a nossa missão como batizados levar a palavra de Deus ao mundo. Isso é ser, antes de tudo, verdadeiro cristão, que é capaz de anunciar oportuna e inoportunamente a Palavra de Deus e o seu Reino. Se nós nos calarmos as pedras gritarão, mas Deus deseja ser no mundo a verdade que ilumina e liberta, e cabe a nós cristãos, tornar esse desejo uma realidade no cumprimento do nosso batismo. Que a Santa Mãe de Deus nos ajude a responder com coerência honrar o nosso “sim” e que a nossa resposta, o nosso desejo de servir não se enfraqueça jamais diante das dificuldades e da descrença que o mundo nos apresenta quando nos dispomos a evangelizar.


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