PEARL STRADIVARIUS SMITH
HDM (HISTÓRIA DA MAGIA)
CENTAURO EDITORIAL Beco Diagonal 2065
ÍNDICE
SAUDAÇÕES Eu, Pearl Stradivarius Smith, formada pela UBS (Universidade Bruxa de Salém), membro honorária do comitê de estudos históricos em evolução social bruxa, e atual docente de História da Magia na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, vos saúdo no que parece ser a sua mais longa jornada ao conhecimento de História da Magia. Esta obra é fruto de pesquisas histórias, tanto na área didática quanto na propriamente dita. O curso de História da Magia inclui um plano de aulas programas e avaliadas pelo Ministério da Magia. Aqui encontrarão tudo que precisam para aprofundar-se na disciplina e encontrar as respostas que busca nesta arte milenar de estudos. E para você que subestima a história, muito cuidado, nem tudo é o que parece, a evolução nunca para. Boa jornada, caro jovem bruxo.
Pearl Stradivarius Smith Beco Diagonal, 2065
CAPÍTULO 01 | INTRODUÇAO AOS ESTUDOS DE HDM
Quando nos deparamos com o grandioso estudo da História Mágica, ou propriamente dita, História da Magia, algumas questões soam pertinentes ao pensamento e movem o ser humano para diversas direções divergentes quanto ao ato de compreensão. Comumente se está convencionado associar o conceito de Magia com alguns semelhantes em grafia, como mágica ou até mesmo truque. Com base no conhecimento empírico, tais concepções não se configuram como erradas, uma vez que, o indivíduo atribui ao significado a derivação das experiências que tem em sua bagagem. Assim sendo, para ele é normal ver estes três pontos como idênticos. De acordo com a História da Magia, o primeiro passo para seu aprendizado e consolidação enquanto estudo na formação de um bruxo, se faz necessária a desfragmentação de tais concepções e sua distanciação. Ao tratar de “truque” ou “mágica”, temos duas palavras propriamente de uso trouxa, que se apresentam significativamente a nomear o ato de fazer coisas misteriosas e maravilhosas acontecerem, partindo de uma espécie de enganação exibicionista. Para que isto ocorra, o seu manipulador denominado mágico, possui efeitos e maneiras para ludibriar e convencer o espectador de uma realidade ilusória, porém, que torna-se real aos olhos conforme bem executados. A magia, nosso objeto de estudo e vivência, caracteriza-se como ciência vindoura desde os primórdios da civilização bruxa, abordada por magos ancestrais. Além disso era enxergada como não só ciência, mas uma ciência sagrada, pois até mesmo para seus praticantes a mística envolta a esta era surreal. A magia caracteriza-se como uma forma de ocultismo, disposta a estudar as relações do homem com a sua natureza e, a partir disto, desenvolve um conjunto de teorias e práticas que visam o desenvolvimento das faculdades internas e espirituais do homem, até que ele tenha total domínio sobre si mesmo e sobre a natureza. Com base na distinção feita entre os três conceitos homográficos de magia, fica claramente explícita a diferença existente entre os mesmos, também trazendo ao leitor a área na qual se fará a devida abordagem, e da qual se darão todas as ramificações no estudo da História da Magia. Como dito anteriormente, magia está ligada a um conjunto de práticas ocultas do homem, e ainda com base nisso, podemos dizer que a magia tem características ritualísticas e cerimônias que visam entrar em contato com os aspectos ocultos do universo e da Divindade.
1.1 | CONCEPÇÕES E PRATICAS DE MAGIA
Lucinda Speckhart(2029, p.20), afirma que a magia não possui uma razão ou ponto certo de nascimento, e que parte do estudo focaliza na aproximação de fatos. O nascer de algo sempre proporciona uma mudança inevitável acerca de sua evolução, e é disto que trataremos neste adendo. A cultura milenar da magia e seus traços característicos, nunca, jamais, podem ser enxergados enquanto algo universal e unidimensional. Por quais razões? O desenvolvimento do ramo mágico ao redor do mundo foi visto, sentido e praticado de formas peculiares para cada localidade, o que ocasionou num caráter posterior, de modo que, a magia se moldasse à sociedade. A diferença com a qual a magia se estabelece vem do nível de conhecimento que o indivíduo tem de sua percepção para com a mesma. Se fossem divididos todos os polos terrestres, teríamos uma percepção maior do que viria a ser as divergências nas práticas mágicas, e parte deste conceito fica concreto quando, por exemplo, delimitamse os limites das práticas ocidentais. O grande traço de resquícios da magia de Avalon na sociedade citada é abundante, mas não restringimos apenas a esta, uma vez que, partículas de outras culturas também influenciaram na construção do perfil desta forma de magia. Podemos até mesmo trazer à tona personalidades que foram de suma importância para a delineação da cultura mágica neste âmbito. Ao citar Morgana Le Fay e Melim, corrobora-se a teoria de como as práticas de magia são inseridas num mesmo nicho, porém, desenvolvidas em contextos diferentes. Não trata-se de aspectos de índole, como bem ou mal, mas sim, da forma com a qual cada um encontrava sua conexão com a natura que os rodeava. Morgana não seria a primeira grande bruxa da história, caso seu domínio natural não fosse alicerçado em fortes pilares de uma alta concentração para com a natureza. Falando de uma maneira moderna e trazendo estas questões ao plano atual, seguimos uma das concepções propostas por Batilda Bagshot, numa de suas muitas obras acerca do universo da história da magia. A maneira com a qual a magia é reverenciada, também influencia na maneira com a qual esta força se expandira ou transformará com o passar do tempo. Considera-se a Wicca, um grande exemplo de prática oculta, como sendo uma religião voltada à adoração da natureza, tendo como premissa a adoração de uma figura materna e logo mais, de uma vasta gama de
divindades ligadas ao meio natural. Tomando suas práticas como um ponto sólido de partida para uma análise aprofundada, seremos capazes de notar a semelhança entre as práticas ritualísticas da Wicca para com a magia de Avalon. Agora questionamo-nos acerca da ideia central deste artigo, o que é que as diverge, além claro da evolução? Sim, a maneira com a qual foram desenvolvidas e percebidas por seus respectivos povos.
1.2 | EXERCÍCIOS PRATICOS
1 – De acordo com o texto, como nasceu a Magia? 2 – Faça uma diferenciação entre os 3 termos divergidos no capítulo: Mágica, Truque, Magia. 3 – Discorra um pouco sobre as diferenças existentes na prática da magia. (5 Linhas)
CAPÍTULO 02 | A INQUISIÇÃO TROUXA E A QUEIMADA DAS BRUXAS
O capítulo anterior nos trouxe um bom aporte teórico para que este visa em sua abordagem. Como dito anteriormente, magia é um conjunto de prática de cunho ocultista, e há diversas razões para que seja assim mantida. O primeiro deles é que a magia não se manifesta em todas as pessoas, o que geram o que se conhece como Trouxa. Porém, para alguns indivíduos, a magia se manifesta de uma forma inesperada, até mesmo quando os seus não são donos de vínculo mágico algum, são os Nascidos – Trouxas. Onde isto vai nos levar? Exatamente num ponto muito crucial que delimita uma linha tênue entre a história bruxa e a história trouxa. Ao abordar as questões referente aos trouxas, temos consciência de que trata-se de um assunto tabu em nosso mundo bruxo, principalmente pelo fato de que estes pessoas não são bem vista por uma grande parte de nossos componentes. As razões para que isto aconteça iniciaram-se na Idade Média, para os trouxas, mas para nós, numa fase a qual a magia encontrava-se em pleno estado de expansão e certo estabelecimento. Houve um momento na história no qual mortes definiram o estado para pessoas como nós, ditas “Bruxas”. E por que? Porque parte do ocultismo fora quebrado por um determinado conjunto de mulheres que viviam no mundo trouxa. Cura, amor, vingança, para todos estes havia uma poção, um feitiço ou algo que elas passaram a fornecer para outros na tentativa de poder ajudar algo. O problema nesta ação era o fato de lidar com homens que não compreendiam seus dons e suas perícias totalmente sobrenaturais aos seus olhos de pouca visibilidade. Normalmente estes homens eram definidos pela manipulação da igreja católica, a maior instituição vigente enquanto divisão de sociedade. Aos olhos da igreja, as bruxas eram seres hereges e indignos de respeito, por acreditarem no poder das ervas, na amplitude das propriedades da natureza e em rituais e feitiços. Tal premissa era inconcebível aos olhos do catolicismo. A culminância deste traço de segregação por parte dos trouxas enviou muitas destas mulheres para morrerem em fogueiras, e não era só isso, algumas também eram enforcadas e dentre outras sentenças para a prática de magia, ou como eles chamavam, práticas demoníacas. Também não se pode creditar as desgraças deste período somente aos trouxas, de modo que, alguns bruxos resolviam suas rixas para com outros os denunciando para que fossem à fogueira. No entanto, o que prevaleceu como traço maior da nossa sociedade, certamente foi a repulsa por trouxas, o que não se justifica por completo, ainda assim. O que terminou por decretar este momento como concretização da falta de bom senso dos
trouxas, configura-se na grande totalização de mortes de pessoas inocentes de seu próprio povo, antes tida como bruxas. “A inquisição estabelecida pelo povo trouxa foi, de certo, um dos maiores males para a comunidade bruxa, pois foi capaz de gerar infindos estereótipos sociais, estes repercutidos até os dias de hoje. Isto é uma fiel prova de que existe uma relação corroída entre bruxos e trouxas, e que por culpa da ignorância dos últimos, há quadros e visões dos mesmos que são postas em seus descendentes. ” (BAGSHOT, 1970) – Uma comprovação daquilo que foi abordado neste tópico, vem através das palavras de uma das maiores historiadoras mágicas já conhecidas. Batilda também acreditava nas marcas que a ignorância trouxa deixou na sociedade.
2.2 | O OUTRO LADO DA INQUISIÇÃO Enquanto a igreja acreditava extinguir bruxos da terra aos baldes, se faz necessário salientar a perspicácia e alguns deles, e trazer à tona alguns fatos que são obscurecidos da sociedade na maior parte do tempo, ou não é dado o valor devido. Uma das teorias mais famosas bruxas, hoje revela que poucos foram os bruxos que morreram de verdade na era da inquisição. Com o passar do tempo as práticas e aperfeiçoamento de feitiços foram dando nossas possibilidades para os bruxos da época, que com o recorte histórico e as descobertas na área de feitiços conseguiriam desenvolver encantamentos que os permitiam escapar da fogueira. De certa forma, podemos afirmar depois dito, que enquanto trouxas se preocupavam em extinguir bruxos, estes o ludibriavam bem debaixo dos seus respectivos narizes. Partindo do conceito de simulação, este também foi anexado à prática de feitiços protetores por chamas. Para tratar deste assunto é imprescindível a citação de uma personalidade deveras importante no período vigente. Wendlin: A esquisita, foi uma importante figura no