1º colóquio enardas livro de resumos

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1º COLÓQUIO ENARDAS ARQUEOLOGIA DA FACHADA OCIDENTAL DO CENTRO-NORTE PORTUGUÊS. ESPAÇOS NATURAIS, ARTE RUPESTRE E ARQUITETURAS PRÉ-HISTÓRICAS LIVRO DE RESUMOS

2 de novembro de 2013 Vale de Câmara - Biblioteca Municipal Braga/Vale de Câmara: Universidade do Minho e Câmara Municipal de Vale de Cambra

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1º COLÓQUIO ENARDAS

ARQUEOLOGIA DA FACHADA OCIDENTAL DO CENTRO-NORTE PORTUGUÊS. ESPAÇOS NATURAIS, ARTE RUPESTRE E ARQUITETURAS PRÉ-HISTÓRICAS LIVRO DE RESUMOS

2 de novembro de 2013 Vale de Câmara - Biblioteca Municipal

Braga/Vale de Câmara: Universidade do Minho e Câmara Municipal de Vale de Cambra

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APRESENTAÇÃO O 1º Colóquio Enardas agendado no âmbito do projeto Espaços naturais, arquitecturas, arte rupestre e deposições na pré-história recente da fachada ocidental do centro-norte português: das acções aos significados, aprovado e financiado pela FCT com a referência PTDC/HIS-ARQ/112983/2009, tem por objetivos dar a conhecer o resultado da investigação desenvolvida na fachada ocidental no Centro-Norte de Portugal no contexto da Pré-História Recente, assim como possibilitar uma discussão em torno da importância do património arqueológico como fator de desenvolvimento local. Comissão Organizadora: Ana M. S. BETTENCOURT - Profª do Departamento de História da Universidade do Minho, Braga Alda RODRIGUES - Doutoranda de Arqueologia do Departamento de História da Universidade do Minho, Braga Edite SÁ - Mestranda de Arqueologia do Departamento de História da Universidade do Minho, Braga Alexandre RODRIGUES - Câmara Municipal de Vale de Cambra Secretariado: Célia SEABRA Cláudia ALVES Organização: Projeto Enardas (ref. PTDC/HIST-ARQ/112983/2009) Departamento de História da Universidade do Minho Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (Citcem/UM) Câmara Municipal de Vale de Câmara/Museu Municipal Apoios: Banco BIC DEGNO - Unipessoal, Lda

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PROGRAMA

2h - Abertura dos trabalhos 2h20 - O projeto Enardas e o Corpus Virtual de Arte Rupestre – CVARN - Ana M. S. Bettencourt, Emílio Abad-Vidal, Alda Rodrigues & Filipe Pereira 2h40 - Junqueiro (Serra da Freita, Portugal). Um espaço de fruição comunal desde a Pré-história - Alda Rodrigues 3h - Túmulos pré-históricos da Serra da Freita (Arouca e Vale de Cambra): forma, matéria e significados - Edite Sá & Pedro Pimenta 3h20 - Arte rupestre da bacia do Caima (Arouca e Vale de Cambra) - Alexandre Rodrigues, Ana M. S. Bettencourt, Pedro Pimenta & Filipe Pereira. 3h40 - Arte rupestre das vertentes norte e oriental do Maçiço da Gralheira (Arouca e S. Pedro do Sul) no contexto do Entre Douro e Vouga litoral - António M.P. Silva, Manuel Valério Figueiredo, Joana N. Leite & Paulo Lemos 4h - Achados metálicos do Vouga e do Baixo Mondego: contributos para a sua contextualização - Carlos Simões Cruz, Ana M. S. Bettencourt, Beatriz Comendador Rey & Alexandre Rodrigues 4h20 - Intervalo 4h40 - A importância do Touring Cultural no desenvolvimento local e regional - Sofia Ferreira 5h - Musealização, valorização e dinamização do património arqueológico – Pedro Sobral de Carvalho 5h20 - Geoparque de Arouca: relação arqueologia e turismo cultural – António Duarte 5h 40 - Debate 6h30 - Encerramento dos trabalhos

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RESUMOS O PROJETO ENARDAS E O CORPUS VIRTUAL DE ARTE RUPESTRE DO NOROESTE PORTUGUÊS (CVARN) Ana M. S. Bettencourt1, Emílio Abad-Vidal2, Alda Rodrigues3& Filipe Pereira4 (1) Departamento de História, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal; Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM. E-mail: anabett@uaum.uminho.pt; (2) Centro de Super Conputacíon Gráfica da Galicia; Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM. E-mail: emilio.abad@gmail.com; (3) Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM./UM E-mail: aldacrodrigues@gmail.com; (4) Bolseiro de Investigação do Projeto ENARDAS (PTDC/HIS-ARQ/112983/2009). E-mail: filipegeografia@gmail.com

Palavras-chave: Noroeste de Portugal, Corpus Virtual, Arte Rupestre, Conhecimento, Valorização, Divulgação. Resumo: O objetivo desta comunicação é a apresentação sucinta do projeto ENARDAS Espaços naturais, arquitecturas, arte rupestre e deposições na pré-história recente da fachada ocidental do centro-norte português: das acções aos significados, nomeadamente do Corpus Virtual de Arte Rupestre do Noroeste Português (CVARN), uma base de dados dedicada à temática da arte rupestre no Noroeste de Portugal que ficará disponível ONLINE, através de um website, em 2014. O projeto ENARDAS, em curso desde 2011,!(!liderado pela Universidade do Minho. Visa estudar o simbolismo dos espaços naturais do Neolítico à Idade do Bronze da fachada ocidental do Centro e Norte português, através de contextos funerários, gravuras rupestres e deposições metálicas. Estrutura-se em diversas tarefas (das quais quatro correspondem a áreas de intervenção) e uma à difusão dos resultados. É nesta que se inclui o CVARN, nas quais trabalham diversos investigadores desde 2011. Esta ferramenta, para além de compilar diferentes tipos de manifestações inscritas na pedra, permitirá, igualmente, efetuar diversas pesquisas, como por exemplo, por estilo, por unidade geomorfológica, por contexto administrativo. Torna-se, por isso, relevante quer para o progresso do conhecimento, quer para o desenvolvimento regional, sobretudo se associado ao turismo.

JUNQUEIRO (SERRA DA FREITA, PORTUGAL). UM ESPAÇO DE FRUIÇÃO COMUNAL DESDE A PRÉ-HISTÓRIA Alda Rodrigues Doutoranda em Arqueologia do Departamento de História, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal; Investigadora do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM. Email:aldacrodrigues@gmail.com

Palavras-chave: Serra da Freita, Junqueiro, Biografia de um lugar. Resumo: O objetivo desta comunicação é discorrer sobre a história do lugar de Junqueiro (Albergaria da Serra/Arouca), ocupado, fruído e vivenciado, de modos distintos, desde o Neolítico à Contemporaneidade. O Junqueiro corresponde a um alvéolo granítico

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profundamente irrigado, onde nasce o rio Caima localizado no alto da serra da Freita, a 1009 m. A ocupação mais antiga remonta ao Neolítico, materializada pela construção do monumento megalítico da Casinha dos Moiros/Portela da Anta. De arquitetura rara o montículo subelíptico recobre duas câmaras: uma pequena, de planta poligonal, e uma poligonal com corredor e átrio descentrado. Apresenta, ainda, um círculo lítico, adossado a noroeste, de cronologia desconhecida. No Junqueiro e áreas limítrofes não predominam monumentos megalíticos, sendo estes mais conhecidos nos caminhos naturais de acesso aos planaltos da serra [ex. núcleos do Trebilhadouro, Juncal, Cumieira e Devesa]. As ocupações do Calcolítico e da Idade do Bronze, materializam-se na reutilização da Casinha dos Moiros e, eventualmente, na construção de um pequeno tumulus existente nas suas imediações, assim como noutros túmulos existentes no planalto. Na época romana, aí terá passado um diverticulum da via Porto-Viseu e construída uma sepultura de incineração no tumulus da Casinha dos Moiros. Posteriormente, o Junqueiro continuou a ser usado, quer como lugar de passagem - “o “caminho dos almocreves”, quer como espaço de fruição agro-pastoril. No séc. XX era ainda um “logradoiro comum”, de encontro de gados e de pastores das aldeias de Arouca, Vale de Cambra e S. Pedro do Sul, funcionando como local de paragem, de sociabilização (onde o jogo, riscado nos afloramentos ou no chão, tinha importância acrescida), de transmissão de conhecimentos e de novidades, além de um dos caminhos naturais de romaria para o santuário da Senhora da Lage. Hoje, torna a ser lugar de visitação e de transmissão de memória coletiva, ao ser considerado local de fruição turística no âmbito do Geoparque de Arouca.

TÚMULOS PRÉ-HISTÓRICOS DA SERRA DA FREITA AROUCA E VALE DE CAMBRA): FORMA, MATÉRIA E SIGNIFICADOS Edite Sá Mestranda em Arqueologia do Departamento de História, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal; , Braga. Email: editesa@gmail.com

Palavras-Chave: Centro-Norte de Portugal, Serra da Freita, Idade do Bronze, Túmulos, Pastores, Metalurgistas. Resumo: Esta comunicação pretende contribuir para o estudo dos contextos e práticas funerárias da Idade do Bronze, através do estudo de nove monumentos funerários sob tumuli localizados no extremo sudoeste do planalto da Serra da Freita (Arouca e Vale de Cambra). A metodologia deste estudo centrou-se na análise da interligação destes monumentos com o local em que se inserem. Para tal privilegiamos a sua localização geomorfológica, hidrológica e litológica. Considerámos também as suas características arquitetónicas, nomeadamente os seus montículos artificiais e as suas câmaras. Outro aspeto considerado foi a existência ou não de espólio funerário. Interligámos, igualmente, estes lugares com o uso tradicional do espaço em que se implantam e a memória entre a população local que sobre eles existe. Deste estudo, inferimos que, em termos espaciais, este núcleo de tumuli se insere em zonas de contacto entre xistos e granitos, com filões de quartzo associados e na proximidade de !

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ocorrências de cassiterite. Localizam-se, igualmente, em lugares privilegiados de circulação e acesso aos planaltos da serra, sobre solos pobres mas nas imediações de lameiros, propícios à pastorícia. Ao nível das arquiteturas, pudemos constatar que existem várias manifestações culturais nas tradições construtivas, visíveis tanto nos montículos como nas câmaras, traduzindo variedade na composição e nos contextos no âmbito do mundo funerário da Idade do Bronze. No entanto, é comum, na maioria deles, todos eles uma grande policromia resultante dos diferentes materiais litológicos com que são construídos, num aparente diálogo com o mundo físico que os rodeia. No que diz respeito às práticas de enterramento, a quase inexistência de espólio é a caraterística mais marcante. Pelo conjunto destes dados pensamos que estas estruturas foram erguidas por populações de pastores que se deslocariam à montanha periodicamente, e que, eventualmente, também extraíram a cassiterite de coluvião, existente nas imediações. De notar que, ainda hoje, estes tumuli se localizam em caminhos tradicionais de pastorícia e que, na memória popular, se associam a cemitérios ou a locais de enterramento de gado bovino.

A ARTE RUPESTRE DA BACIA DO CAIMA !(AROUCA E VALE DE CAMBRA) Alexandre Rodrigues1, Ana M. S. Bettencourt2, Pedro P. Simões3 & Filipe Pereira4 (1) Investigador do projeto Enardas; Câmara Municipal de Vale de Câmara. E-mail: alexdavidrodrigues@gmail.com; (2). Departamento de História, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal; Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM. E-mail: anabett@uaum.uminho.pt; (3) Departamento de Ciências da Terra da Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal; Centro de Ciências da Terra/Centro de Geologia da Universidade do Porto –CCT/CGUP/UM. E-mail: pedropimentasimoes@gmail.com; (4) Bolseiro de Investigação do Projeto ENARDAS (PTDC/HIS-ARQ/112983/2009). E-mail: filipegeografia@gmail.com

Palavras-Chave: Bacia do Caima, Arte Rupestre, Diversidade estilística, Lugares de implantação; Biografia dos lugares gravados. Resumo: A presente comunicação pretende dar a conhecer o resultado dos trabalhos de prospeção, decalque e contextualização de sítios com arte rupestre, identificados ao longo da bacia do curso superior do rio Caima, afluente da margem direita do Vouga. Apesar de ser dado especial relevo às gravuras da Sobidade, junto à aldeia de Trebilhadouro e às do complexo do Outeiro dos Riscos, no lugar de Gatão, enquadráveis na chamada “Arte Atlântica”, ocorrem na área outras manifestações gravadas nos afloramentos. Referimo-nos a covinhas, a covinhas e sulcos e a pedomorfos, que permitem considerar a existência de uma grande diversidade estilística e, talvez cronológico, na tradição de marcar lugares na pedra. Pretendendo ir um pouco mais além da perspetiva formal e estilística, procurámos, com base na análise das gramáticas figurativas e com o caráter especial que as comunidades contemporâneas ainda lhes atribuem, perceber a biografia de alguns lugares e contribuir para o seu conhecimento valorativo. A contextualização física e litológica dos lugares gravados, as características morfológicas dos afloramentos e o espaço que a partir deles se visualiza, permitiram, também, algumas interpretação sobre os seu lugares de implantação.

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A análise espacial das diferentes manifestações gravadas, através da aplicação de um Sistema de Informação Geográfica, possibilitou identificar, ainda, pontos comuns e disparidades entre diferentes lugares.

A ARTE RUPESTRE DAS VERTENTES NORTE E ORIENTAL DO MACIÇO DA GRALHEIRA!(AROUCA/SÃO PEDRO DO SUL) NO CONTEXTO DO ENTRE DOURO E VOUGA LITORAL! António M"!S. P. Silva"#!Manuel Valério Figueiredo##!Joana N. Leite$!! $!Paulo A. P. Lemos% ,"-! Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória! .! /01/234536! Centro de Arqueologia de Arouca. 27! 89:;<! 98=>=:;?9@ABC89:;DEB86! ,#-! Centro de Arqueologia de Arouca. Centro de Interpretação Geológica de Canelas (Arouca). 2789:;<! CF:;BG:CHI:I9JCH@I89:;DEB86!,$K%-!Centro de Arqueologia de Arouca. 2789:;=<!LB9J9D;H:CHD*M@I89:;DEB8!H!paplemos@gmail.com

%&'&()&*+,-&(./! MaciçB! N9! OF9;AH:F9K! PFCH! FQ>H=CFHK! R:?HF=:N9NH! ;:CB;SI:E9! H! 8BFTB;SI:E9K! PFUQHB;BI:9!N9!>9:=9IH86!2stratéI:9=!NH!=H;Hção simbólica ! 0.*123/! A comunicação ensaia um primeiro inventário dos sítios com arte rupestre

localizados essencialmente nas vertentes norte e oriental do Maciço da Gralheira (corónimo que agrega um conjunto de serras conhecidas localmente como Freita, Arada e Arestal), mas também em áreas circunvizinhas da bacia do baixo Paiva, na mesma ambiência geográfica do Centro-Norte litoral português. No conjunto, elencam-se cerca de uma dezena de ocorrências, marcadas principalmente quer pela diversidade NB=!V=Q>BFCH=W e das representações, quer por uma notória amplitude cronológica. A simplicidade da maior parte dos motivos gravados, não permite uma integração evidente da maioria dos petróglifos nos grandes “estilos” destas expressões artísticas reconhecidos na fachada atlântica, verificando-se aparentemente uma maior predominância das representações “esquemáticas” sobre as “atlânticas”. Entre os sítios inventariados, dos quais poucos se encontram publicados monograficamente, destacam-se o núcleo da Selada (Escariz, Arouca), com três 9T;BF98HJCB=! graníC:EBs onde podem ver-se, entre outros motivos, numerosos cruciformes, círculos pontuados e um “tabuleiro de jogo” e a recentemente redescoberta estela de Cando (Cabreiros, Arouca), um bloco de xisto com diversos antropomorfos, vários deles com o corpo segmentado, círculos radiados e outros motivos. A apresentação reger-se-á por dois eixos interpretativos. Por um lado, ensaiar-se-á uma abordagem de cada ocorrência em função do seu enquadramento espacial e cultural, tentando uma aproximação às estratéI:9=!NH!=H;Hção simbólica que levaram à antropização de cada um desses loca:=! J9CQF9:=K! J9! ;:JA9! N9=! >HF=>etivas da arqueologia da pa:=9IH8! 9tualmente dominantes nos estudos de arte rupestre; por outro, procurar-se-á ampliar a escala de análise a outros sítios com este género de manifestações na região do entre Douro e Vouga litoral, não deixando de analisar alguns cruzamentos com a chamada “arte megalítica” presente em alguns monumentos funerários desta área de estudo mais alargada.

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ACHADOS METÁLICOS DO VOUGA E DO BAIXO-MONDEGO (CENTRO DE PORTUGAL): CONTRIBUTOS PARA A SUA CONTEXTUALIZAÇÃO Carlos S. Cruz1, Ana M. S. Bettencourt2, Beatriz Comendador Rey3 & Alexandre Rodrigues4 (1) Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM. E-mail: Simões.cruz@gmail.com; (2). Departamento de História, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4710-057 Braga, Portugal; Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória – CITCEM/UM. E-mail: anabett@uaum.uminho.pt (3) Universidade de Vigo. E-mail: beacomendador@uvigo.es (4) Investigador do projeto Enardas; Câmara Municipal de Vale de Câmara. E-mail: alexdavidrodrigues@gmail.com

Palavras-chave: Bacias do Bouga e Baixo-Mondego, Achados metálicos, Contextos físicos, Propósitos sociais. Resumo: O objetivo desta comunicação é a apresentação do contexto físico de cinco achados ou conjuntos metálicos da bacia do Vouga e do Baixo-Mondego resultantes de trabalhos de prospeção efetuados no âmbito do projeto Enardas. Referimo-nos aos achados designados por Coles de Samuel e Vale Centeio, ambos no concelho de Soure; ao de Travassos, no concelho da Mealhada e ao de Baralhas, no concelho de Vale de Cambra. No primeiro foi possível identificar o local e o contexto cultural do conjunto metálico e perceber que este correspondia a um depósito fechado; no caso de Vale Centeio foi apenas identificado, no terreno, o local genérico do achado; no caso de Travassos foi relocalizado o achado e no caso de Baralhas foi descrito com mais acuidade o contexto físico do local de achado. Apesar das particularidades os contextos dos achados apresentam alguns denominadores comuns em termos físicos: conectam-se, direta ou indiretamente, com pequenas bacias de receção ou nascentes, com sítios relativamente depressionários e com visibilidades restritas. Apesar desta última caraterística, todos estes locais se vinculam com vales agrícolas que visualizam. As especificidades espaciais destes locais de depósito em conjugação com a morfologia e as caraterísticas técnicas dos objetos encontrados possibilitaram-nos algumas interpretações de ordem cultural sobre as comunidades da Idade do Bronze que os depositaram.

A IMPORTÂNCIA DO TOURING CULTURAL NO DESENVOLVIMENTO LOCAL E REGIONAL Sofia Ferreira Administradora na Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal . E-mail: turismo@portoenorte.pt

Palavras-chave: Turismo de Portugal, Economia, sustentável dos territórios.

Sociedade, Desenvolvimento

Resumo: Esta comunicação visa apresentar e discutir os seguintes temas: i) a importância económica e social do Turismo em Portugal; ii) o perfil do turista que visita o destino turístico Porto e Norte de Portugal; iii) o Turismo como factor de desenvolvimento sustentável dos territórios; iv) a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal como agente activo na promoção do desenvolvimento dos territórios. !

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MUSEALIZAÇÃO, VALORIZAÇÃO E DINAMIZAÇÃO DO PATRIMÓNIO ARQUEOLÓGICO. PARA QUÊ E PORQUÊ? Pedro Sobral de Carvalho EON- Indústrias Criativas. E-mail: pedrosobraldecarvalho@eonic.pt

Palavras-chave: Património Arqueológico, Valorização e dinamização, Casos de estudo. Resumo: É comum ouvirmos que o Turismo é, ou tem de ser, um dos motores económicos das regiões, essencialmente do interior. No entanto, a realidade é que esta ideia, que já não é nova, continua a refletir um vazio de ações consertadas entre autarquias. De fato, não existem programas de ação regionais que visem o desenvolvimento de sinergias em torno dos diversos e diversificados patrimónios que possuímos passíveis de ser mostrados e usufruídos. As responsabilidades deste cenário estão repartidas por muitos intervenientes do processo e não interessa para esta exposição focá-las. O que pretendemos é demonstrar como é possível transformar o recurso cultural em produto económico. Este é o fulcro da questão. Todos os intervenientes nas questões do património (arqueólogos, historiadores, antropólogos, gestores, agentes de turismo, etc.) tem que ter como premissa que os monumentos, os sítios, as memórias, as histórias, são recursos que se podem e devem tornar em produtos, ou seja, devem mostrar-se e vender-se de forma sustentável. O património arqueológico possui talvez o maior potencial em termos de usufruto turístico, talvez apenas ultrapassado pelo património gastronómico. Contudo, é necessário investir de uma forma inteligente e continuada na recuperação, musealização e divulgação deste património. Ninguém quer visitar ruínas que não entende ou que estão repletas de vegetação. Cada vez mais, nos deparamos com um público exigente que quer conhecer e aprender, que não se importa de andar quilómetros para ver um dólmen ou uma ruína romana. Mas, se para fazer esses quilómetros, o visitante teve que conduzir por um caminho cheio de buracos, mal sinalizado, para no final observar um amontoado de pedras repletas de ervas, sem informação, então perguntamo-nos como faremos para que esse mesmo visitante continue a querer visitar os nossos monumentos e sítios. Esta comunicação irá abordar alguns casos concretos de projetos de musealização e de divulgação patrimonial, uns com mais sucesso do que outros, mas sobretudo abordar um conjunto de situações que têm que ser previstas para que, de uma vez por todas, se olhe para o património arqueológico como uma fonte de riqueza em que é preciso investir de uma forma inteligente e capaz.

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