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O que comem as nossas crianças?
Os alimentos processados e seus perigos
Tomar sorvete de chocolate com bastante calda no café da manhã... saborear um refrigerante com batata chips de pacote na hora do recreio... comer macarrão instantâneo no almoço... biscoito recheado no lanche da tarde e lasanha congelada no jantar. Essas opções de comida que, juntas, mais parecem ingredientes para a confecção de uma bomba atômica são os chamados alimentos ultraprocessados e, infelizmente, fazem parte do cardápio no dia a dia de muitas pessoas no mundo, inclusive crianças. Os Estados Unidos são um exemplo preocupante desse fenômeno, onde a disponibilidade e o consumo desses alimentos têm atingido níveis elevados. Neste artigo, discutiremos os perigos dos alimentos processados para as crianças.
Os alimentos processados são produtos que passam por diversas etapas de produção industrial, envolvendo adição de ingredientes artificiais, como conservantes, corantes, aromatizantes e adoçantes. Esses produtos são frequentemente ricos em calorias vazias, gorduras saturadas, açúcares refinados e sódio em excesso, enquanto possuem baixo teor de nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e fibras. Infelizmente, muitos alimentos processados são comercializados como convenientes e saborosos, porém, são altamente viciantes.
Um estudo da Universidade de Michigan revela que um em cada seis pais diz que seus filhos comem fast food pelo menos duas vezes por semana nos EUA. Já o epidemiologista do câncer Fang Fang Zhang revela que 58% das calorias diárias dos adultos americanos e 67% das calorias diárias das crianças vêm alimentos ultraprocessados.
Esses dados são alarmantes, pois os alimentos processados estão associados a uma série de problemas de saúde. O consumo excessivo deles tem sido apontado como um dos principais fatores para o aumento da obesidade infantil nos Estados Unidos. De acordo com o CDC, cerca de 20% das crianças e adolescentes no país são obesos. Além disso, a obesidade está associada a uma série de doenças crônicas, como diabetes tipo 2, doenças cardíacas e problemas ortopédicos. Essas condições podem ter impactos negativos na qualidade de vida e na saúde geral dos pequenos, tanto no curto como no longo prazo.
Além da obesidade, diabetes e doenças cardíacas, esses alimentos também contribuem para o aumento do risco de desenvolvimento de outras doenças. O alto teor de sódio presente em muitos alimentos processados pode levar, por exemplo, ao desenvolvimento de hipertensão arterial, mesmo em idades precoces. Além disso, a falta de nutrientes essenciais nessas dietas pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento adequado das crianças.
É importante ressaltar que o consumo ocasional de alimentos processados não é necessariamente prejudicial. O problema surge quando esses alimentos se tornam a base da alimentação diária das crianças. Por isso, é fundamental incentivar uma refeição equilibrada, baseada em alimentos frescos e naturais, como frutas, legumes, grãos integrais, proteínas magras e laticínios com baixo teor de gordura.
Para combater o problema do consumo excessivo de alimentos processados, é necessário um esforço conjunto de pais, educadores, profissionais de saúde e autoridades governamentais. É fundamental promover a educação nutricional nas escolas e em casa, incentivando as crianças a fazerem escolhas saudáveis. Além disso, políticas públicas que restrinjam a publicidade de alimentos processados direcionada às crianças e que incentivem a rotulagem clara e precisa dos produtos são essenciais.
Isa Colli, jornalista e escritora Isacolli_oficial