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Introdução
A Produção Gráfica abrange a impressão, porém não se limita a ela. Este conceito deve estar bem claro para o produtor gráfico, uma vez que o termo impressão trata apenas de um processo de transferência de pigmentos para um plano final, chamado de suporte ou substrato. Para transferir esse pigmento utilizamos uma matriz, assim, o resultado final é uma cópia desta matriz.
Obviamente que o processo de impressão é algo grandioso e árduo. Para formar um profissional nessa área, leva-se tempo e dedicação. No entanto ele é parte de algo maior. Configurar e operar o equipamento de impressão, carregar as matrizes, interpretar os sinais gráficos, calibrar à máquina e estar atento a qualidade são atributos indispensáveis para esse profissional, principalmente o último, que é garantir que o resultado final esteja idêntico, ou o mais próximo possível, da prova deixada pelo cliente. Mas quem decide o que se quer ver como resultado final? Você pode acreditar que é o cliente, e talvez até seja, porém, o produtor gráfico é a interface entre o cliente e a impressão. Ele quem traduz o que o cliente quer como resultado final na linguagem e utilizando os sinais que a gráfica opera e entende. O material deverá ser dobrado? Terá um corte diferenciado? Será perfurado? Tudo isso junto? Então, esse é um trabalho para o produtor gráfico.
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Soma-se as funções do produtor o entendimento de como funciona os diversos processos de impressão e acabamento, uma vez que o cliente geralmente o procura primeiro, antes mesmo de saber qual empresa fará a impressão do seu material. Assim você deve ter conhecimentos para orientá-lo quanto ao melhor processo e melhor uso de seus recursos.
Um exemplo simples que utilizo é de um comerciante que contratou um designer para elaborar uma grande placa, que seria instalada na fachada de sua loja, indicando o nome do estabelecimento e seus contatos telefônicos e site. Ele ficou extremamente satisfeito com o serviço do designer, não só pela produção da arte, mas também sugeriu que fizesse a impressão em um material chamado de Lona, e que contratasse uma metalúrgica para soldar uma esquadria de metal, onde ele poderia esticar a lona, criando assim sua própria placa, economizando dinheiro. E assim ele fez. Passados alguns meses estava extremamente insatisfeito, dizendo que o barato saiu caro, pois “a Lona não suporta sol e chuva, e logo toda a arte foi clareando até sumir”. Ele estava indignado pelo fato do designer tê-lo “enganado e orientado para o prejuízo”. Ele chegou a procurar a gráfica, porém ela disse que se soubesse que ele usaria para esse fim, haveria recomendado outro produto, afinal “a gráfica não tem culpa, eu simplesmente cheguei e pedi o que queria”.
Ambos erraram. É claro que a Lona pode ser exposta ao sol. Sua deterioração não é tão diferente de outros materiais de baixo custo e similares utilizados em fachadas. Porém o pigmento... lá estava o segredo. A correta recomendação é que utilizassem tintas resistentes a sol e chuva e o suporte/substrato recomendado para isso, dessa forma o produto final seria mais resistente às intempéries e impactos em geral. Essas informações não só deveriam ter sido dadas para o cliente, como deveriam constar na arte-final entregue pelo designer, dessa forma ele teria feito o que chamamos de “serviço completo”, e assim garantido a satisfação de seu cliente.
São esses processos e procedimentos que destacaremos nas páginas a seguir, e lembre-se: após aprender esses conceitos, torna-se sua a obrigação de analisar, planejar, produzir e/ou acompanhar a produção de peças gráficas, de modo a obter a melhor relação custo x benefício para atender as exigências e necessidades do cliente.