BÓIA
CANA DE BÓIA
TEXTO Bruno Carvalho
IMAGENS Bruno Carvalho e redação
VEGA SAMURAI A
evolução verificada nos carbonos e resinas nestes últimos anos têm proporcionado equivalentes evoluções nas prestações das canas de pesca em geral e nas de bóia em particular. Podemos hoje encontrar com alguma facilidade canas extremamente ligeiras, com acções bastante rápidas e rígidas proporcionadas pelos carbonos de alto módulo. Estas canas no entanto são muitíssimo caras e habitualmente não têm poder para pescar a distâncias grandes com bóias pesadas ou mesmo capacidade para usar fios mais grossos ou suspender um peixe num pesqueiro difícil. O inverso também será muito fácil de encontrar, canas fabricadas com carbonos de alta resistência, baratas e muito fortes. São regra geral acessíveis no preço mas bastante pesadas e algumas vezes extremamente desequilibradas. Mesmo
12
A correcta eleição de uma cana de bóia deverá depender de um conjunto de características técnicas nem sempre fáceis de avaliar e identificar. quando o excesso de peso não se verificar mas a cana for desequilibrada, tenderá a ser muito incómoda e cansativa o que bastas vezes ditará o menor sucesso da jornada. No caso de não podermos adquirir diferentes canas para as diversas condições de pesca que certamente iremos encontrar nas nossas jornadas, será bom ter em conta alguns aspectos técnicos antes da aquisição: · Capacidade de lançamento; devemos procurar saber não só o peso máximo que a cana pode lançar, como o mínimo que lança correctamente e em que intervalo tem o seu melhor rendimento. · A cção; devemos identificar se a cana tem acção de ponta, semi-parabólica ou parabólica, sendo que quanto mais rígida e acção A (de ponta) tiver mais competente será no lançamento e na ferragem nomeadamente a distancias maiores, e inversamente quanto mais parabólica e macia for, mais perdulária será com a
utilização de fios muito finos. · Resistência; está dependente dos carbonos utilizados no seu fabrico, da espessura das paredes dos seus elementos e na distribuição dos passadores. Serve esta introdução para apresentar a mais recente cana de topo da Vega para a pesca á bóia, a Samurai. Após aturada experimentação e correcção de protótipos, chegou ao mercado a versão final de uma cana que pelo seu equilíbrio dinâmico e prestações técnicas pode confirmar-se como uma matriz/modelo a ser seguido.
Características Construída em carbono Radial de alto módulo C5 (40 TON) e reforçada com uma espiral cruzada de carbono de alta resistência (30 TON), a Samurai é apresentada em dois tamanhos, 6,00m e 7,00m, e acções similares. O carbono de 40 TON confere a esta cana uma elevada rigidez mantendo o peso muito reduzido e o reforço em carbono de 30 TON
adiciona-lhe a resistência necessária para elevar até cerca de 4kg sem problemas. Sendo muito potente a acção rápida de ponta é no entanto muito progressiva, revelando-se bastante funcional no lançamento situação em que permite bons desempenhos com pequenas bóias de 5/6g e inclusive com grandes piões com cerca de 100g como os que usámos nos testes. No entanto a sua amplitude óptima de lançamento revelou-se entre as 15g e as 60g, o que convenhamos, é de uma versatilidade excepcional. Outras vantagens que identificámos nesta acção rápida e progressiva foi a capacidade de ferragem mesmo a distâncias superiores a 40m e a permissividade á utilização de fios muito finos sem provocar rupturas. Em ambas as versões de 6,00m e 7,00m, o porta-carretos que é de cremalheira, está colocado a 50cm da extremidade inferior da cana em posição invertida. O acabamento do cabo, do porta-carretos para baixo é em “Sensor Grip” o que proporciona uma pega firme, mesmo quando molhado ou sujo de engodo. A cana de 6,00m tem seis secções enquanto a de 7,00m tem sete secções. Os passadores com anilha interior em Silicone Carbide (SIC), são monopata curtos, o que representa uma vantagem a nível de resistência, nomeadamente em pescas mais pesadas no mar.
Em ambas as versões o primeiro passador é de diâmetro 25mm e o passador de ponteira de 6mm, o que permite a passagem de nós de correr ou stoppers quando usados em montagens de correr. De referir que todos os encaixes das secções são reforçados e que os acabamentos, irrepreensíveis, incluem uma inserção em EVA na secção do cabo que evita que as secções entrem demasiado dentro umas das outras, danificando os passadores e prendendo essas mesmas secções como tantas vezes acontece. Concluindo, a Samurai é uma cana com prestações de topo e muito versátil, que sendo ideal para pescas fortes e a grandes exemplares, permite pela sua capacidade de lançamento e sobretudo de ferragem, pescar a grandes distancias. Em pescas “finas” e necessariamente leves, cumpre de forma muito muito efectiva. De destacar o excelente equilíbrio conseguido neste modelo que nos permite pescar com grande comodidade durante muitas horas, chegando mesmo a dar ideia de estarmos a utilizar canas de dimensões inferiores. Será sem dúvida “a cana” que me acompanhará para zonas ou pesqueiros em que por acção das condições de mar, vento, ou mesmo das diferentes espécies que possam “entrar”, necessite de elevado desempenho em diferentes técnicas de pesca.
VERÃO AGOSTO | SETEMBRO 2012