Revista MundoKi

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junho/2019

Revista MundoKi Junho 2019

n.1 o

Junho 2019

Sonen: uma prática que leva o

ser humano ao ápice da sua missão


reconhecer

retornar

renascer respiração consciente

kotodamas

conceito

sonen

Grupo de Estudo e Prática do Sonen na Granja Julieta, em São Paulo, SP – Mentora: Ana Cristina Dall Stella

Grupo de Estudo e Prática do Sonen em Moema, São Paulo, SP – Mentora: Ana Patrícia Athayde

Mais informações no site:

Participe dos grupos de

Estudo e Prática do Sonen Liderados por mentores que auxiliam os participantes na assimilação do conteúdo programático: • Ensinamentos de Mokiti Okada • Orientações de Yoichi Okada • Textos ultrarreligiosos • Mentalização – Kotodamas • Respiração Consciente

Encontros semanais de1h30

Grupo de Estudo e Prática do Sonen no Jabaquara, em São Paulo, SP – Mentora: Rosãngela Casseano

Grupo de Estudo e Prática do Sonen em San Jose, na Costa Rica – Mentora: Antonieta Kopper

www.mundoki.com.br


SUMARIO

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Editorial

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Salmo de Mokiti Okada

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Orientação do líder espiritual

Nossa origem MundoKi

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O conceito e a prática do Sonen

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A saúde e nosso mundo interior

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Sem vínculo com a religião

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É preciso aprender a mentalizar A respiração humana é multidimensional O intercâmbio entre a Consciência Original e a Autoconsciência O símbolo da ultrarreligiosidade existe no interior humano

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A empresa construtora do novo mundo

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O novo paradigma das atividades humanas

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A Agricultura Natural é o princípio, a essência e o futuro

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Aprendizados com a Prática do Sonen Ana Carolina de Souza Santana Ana Cristina Stabelito Dall Stella Ana Patricia Cavalcanti Athayde


boa nova

A para a criação de um futuro novo

editorial

A pré-existência de uma consciência original começou a ganhar a adesão de renomados cientistas e ser tema dos mais recentes estudos da teoria quântica e da neurociência. Já em 1944, Max Planck, o pai da teoria quântica, chamou a atenção do mundo quando disse que existe uma “matriz Divina”, que é a origem das estrelas, o DNA da vida e de tudo o que existe. Segundo ele, além de ser préexistente, esta 4 matriz é que dá origem às demais existências. Junho 2019

O sonen é real e tem o poder de mudar qualquer coisa. É uma atitude mental. Embora invisível ou não palpável pelos cinco sentidos, o sonen estabelece uma conexão com o mundo espiritual e Divino, rompe as barreiras da matéria, chega ao passado remoto – dos ancestrais e antepassados – e vai muito além no caminho da criação de um futuro completamente novo. Neste sentido, a força do sonen tem uma profunda relação com o nome Messias. Mokiti Okada, cujo nome religioso é Meishu-Sama, nasceu no Japão em 1882 e, até 1955 (ano em que faleceu), enfrentou amarguras, doenças e infortúnios da juventude à idade adulta. Depois disso, fundou uma religião, construiu três protótipos do Paraíso na Terra – Solos Sagrados –, criou o Johrei (purificação das máculas espirituais), preconizou o método da Agricultura Natural, construiu um museu de Belas Artes, escreveu dezenas de textos filosóficos (ensinamentos) sobre religião e outros campos da atividade humana, abrangendo o Cristianismo, o Budismo, o Xintoísmo, o Confucionismo, a Filosofia, a Ciência e a Arte. Pouco antes de falecer, revelou: “Fala-se sobre a vinda do Messias, não? Pois o Messias nasceu. Não são apenas palavras; é realidade mesmo. Eu próprio fiquei surpreso. E não se trata de renascer, mas de nascer novamente.” Sobre este assunto, seu neto Yoichi Okada (atual líder espiritual) vem nos orientando com mais profundidade desde 2004. Yoichi Okada nasceu em Atami, Japão, em 30/09/1948. Bacharel em Filosofia, com pósgraduação em Sociologia pela Universidade de Keio, em Tóquio, Japão, e especialização em Ciências da Religião, na Universidade de Londres, Inglaterra, desde que assumiu o Trono de Kyoshu em fevereiro de 1998, vem pesquisando arduamente o significado da ultra religiosidade. Assim, afirmou ser imprescindível o homem renascer como verdadeiro filho de Deus e reencontrar o paraíso que existe em seu interior, ou seja, a Consciência Original pré-existente antes mesmo do seu nascimento no plano terrestre. O conteúdo desta revista aborda o sonen, tanto do ponto de vista religioso quanto científico, e mostra o aprendizado dos que o praticam. Esperamos que, ao final, dela, você possa ter uma nova compreensão sobre ele, bem como subsídios suficientes para reflexão. Boa leitura e até a próxima edição!

Revista produzida pelo MundoKi – Avenida Armando Arruda Pereira, 2937 – sala 412 Bloco C Jabaquara, São Paulo, SP Brasil Produção Editorial: Gilmar Dall’Stella e João Baptista Gil Jr. Edição e Projeto Gráfico: Ana Cristina Stabelito (MTB 25.971) Editoração Eletrônica: SG Comunicações


Como é majestoso! O nome de Bodhisattva Kannon – Um deus de Grande Misericórdia e Compaixão – Evoluiu para o nome de Messias! A hora chegou Em que Deus começa a revelar Sua verdadeira face. Ele se despojou da vestimenta de Kannon E está agora nascendo como Messias. Mokiti Okada 5

Mundo Ki


“H

oje eu gostaria de falar a respeito da nossa origem. De onde nós viemos? Qual é o nosso ponto de partida? O Deus de Meishu-Sama – o Deus que Meishu-Sama chamava de Senhor Deus – é o Deus único e o Criador de tudo e todos. Antes de iniciar Sua obra de criação, o Senhor Deus primeiramente preparou o Paraíso, isto é, o mundo onde a obra de criação se desenvolve. Foi nesse Paraíso que Deus nos concebeu. Nossa origem é o Paraíso e nosso verdadeiro Pai é Deus. Do Paraíso, Deus criou todas as coisas e, através delas, Ele formou a consciência humana. Ele criou os seres humanos, cada um possuindo uma única e distinta autoconsciência. Por que Deus nos concedeu nossa autoconsciência? Deus nos concedeu uma autoconsciência para que pudéssemos retornar ao Paraíso, a nos-

sa origem, uma vez mais, e sermos acolhidos como Seus filhos. Deus nos deu uma autoconsciência para que nos pudesse ser outorgada a vida eterna e novamente vivermos com Ele, nosso verdadeiro Pai. Apesar disso, enquanto vivemos na Terra, nos esquecemos de onde viemos e tratamos nossa vida, alma e consciência como se fossem nossas propriedades. Julgamos conforme nossas próprias regras e vivemos uma vida visando nos valorizar perante os outros; nos consideramos melhor que os outros. Fomos arrogantes e presunçosos. Assim, nos tornamos pecadores aos olhos de Deus e, apesar disso, continuamos agindo de forma injusta. Tentamos controlar os outros – por vezes vencendo, outras vezes fracassando. Vivemos num mundo de lutas e conflitos, sofrendo sem parar. Não havia meios com os quais pudéssemos escapar desse conflito infindável entre nós. Estávamos num estado de completa impotência, onde qualquer esforço ou tentativa de mudar nosso modo de vida se demonstrava inútil. Apesar disso, Deus não nos abandonou. Através de Seu ato de salvação, nos foi permitido encontrar Meishu-Sama e tomar conhecimento de que a Transição da Noite para o Dia havia sido concretizada. O Senhor Deus perdoou nossos pecados, nos livrou do mundo das trevas e nos acolheu em Sua glória, em Seu glorioso Paraíso. A razão de tudo isso é que Deus quer nos tornar Seus próprios filhos.

“Nossa Origem” 6

Durante sua palestra na International Membership Conference USA, realizada em Miami no último dia 21 de abril, Yoichi Okada, líder espiritual designado por Mokiti Okada (ou Meishu-Sama, como é religiosamente conhecido), falou sobre a origem do ser humano.

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Quão profundo é o amor de Deus. Quão imensa é Sua graça! Não seria esse o amor de nosso verdadeiro Pai? Tenho certeza que foi esse amor e graça de Deus que Meishu-Sama desejou tão fortemente compartilhar com o maior número possível de pessoas. Foi por isso que Meishu-Sama dedicou sua vida à obra divina para que nós lembrássemos de onde viemos e quem é o nosso verdadeiro Pai. Muitas e muitas vezes, Meishu-Sama nos ensinou com grande empenho que cada um de nós, que possui uma autoconsciência individual, precisa voluntariamente abrir seu coração, lembrar do Paraíso interior, se arrepender, receber o perdão de Deus e retornar ao Paraíso como uma pessoa cujos pecados foram perdoados. E foi esse Meishu-Sama que, finalmente, nos seus últimos meses na Terra, anunciou o fato de que “o Messias havia nascido” dentro de si. Ele nos disse que isso não havia sido uma reencarnação, mas sim um “novo nascimento”. Como os senhores sabem, Meishu-Sama nos ensinou a “Lei da Precedência do Espírito sobre a Matéria”. Será que o fato de Meishu-Sama declarar o nascimento do Messias nesta Terra não seria a prova de que Deus concebeu os espíritos chamados Messias no Paraíso, no mundo de nossa origem? Gostaria que soubessem que é somente pelo fato de termos recebido no Paraíso uma alma chamada Messias que pudemos nascer na Terra. Por nós e em nome de toda a humanidade, Meishu-Sama se arrependeu e recebeu o perdão pelos pecados. A Deus, Meishu-Sama entregou sua vida física limitada e, também, a noção, criada pelo homem, de que “todos os seres humanos morrem”. Assim, Meishu-Sama foi capaz de ressuscitar para uma vida nova e eterna do Messias. Coincidentemente, hoje é domingo de Páscoa – o dia que se comemora a ressurreição de Jesus Cristo.

Para redimir os pecados da humanidade, Jesus Cristo foi crucificado. Apesar disso, ele ressuscitou dos mortos e se tornou o Cristo, o Messias. Meishu-Sama, através de seu renascimento como o Messias, nos fez perceber que a vontade de Deus ao enviar Meishu-Sama à Terra e a vontade de Deus ao enviar Jesus à Terra eram uma só coisa. Meishu-Sama nos despertou para o fato de que o nome Messias não foi preparado somente para os judeus e cristãos.

Todos os seres humanos, sem exceção, podem nascer de novo como filhos de Deus chamados Messias e receber a vida eterna de Deus. Com Sua autoridade, o Senhor Deus que governa o Céu e a Terra decidiu isso muito tempo atrás. Agora Deus está nos conduzindo, criando e preparando, através do uso da consciência de cada um de nós, para tornar-nos Seus filhos, para concretizar o que Ele decidiu no Paraíso. Graças a Meishu-Sama, nós podemos nos lembrar do amor ilimitado de Deus, que é o nosso verdadeiro Pai, e das boas novas que recebemos inicialmente no Paraíso. Eu acredito nessas boas novas. Eu acredito que essas “boas novas do Paraíso” sejam a verdadeira salvação, felicidade e alegria que podem ser compartilhadas por toda a humanidade, além das barreiras de religião, raça e idioma. Oferecendo a minha mais profunda gratidão a Meishu-Sama, estou determinado a servir nessa obra de salvação completamente nova, junto a todos os senhores, com Meishu-Sama à frente, nos liderando. Também estou determinado a reconhecer que tudo o que acontece em minha vida é a manifestação da glória, autoridade e graça de Deus, e a atribuir tudo a Deus em nome do Messias.

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Muito obrigado.” Mundo Ki


Mundo Ki 8

o fantรกstico mundo que existe dentro de cada pessoa Junho 2019


O

Mundo KI é o mundo que existe dentro de cada pessoa. É o mundo que formou os seres humanos. Mas muito pouco se sabe ou se compreende dele. Afinal, nós, os seres humanos, somos considerados um pequeno universo. No sentido religioso, poderíamos dizer que somos à imagem e semelhança de Deus. De acordo com as explicações de Mokiti Okada (1882-1955), “o termo KI significa Kami (Deus). No espírito da palavra KI, há uma união entre o espírito e a matéria. A condensação da palavra Kami resulta em KI. Pois Kami (Deus) é KA (Fogo) e MI (Água). Da união de KA (Fogo) e MI (água) resulta-se KI. Por isso, o termo KI é o mais nobre. Em suma, trata-se do poder de 1%. Isto é, o mundo, ou melhor, todas as coisas entrarão num beco sem saída, chegando-se aos 99%. E aí o Poder de 1%, com a manifestação desse poder, ocorrerá uma grande mudança. Haverá uma reviravolta.” (Moshie-shu n.5 25/12/1952) É possível entender que, nos dias atuais, o ser humano vive o mundo dos 99%, ou seja, a vida do mundo material, pois coloca sua expectativa de vida e felicidade apenas no mundo material. Mas existe um tipo de felicidade, que pode-se chamar de felicidade eterna, que não existe no mundo visível da matéria. Por mais que o indivíduo consiga se realizar neste mundo, ele só conseguirá ser feliz 99%: ainda faltará o 1% que não existe de forma alguma no mundo físico. E sem ele, o homem não poderá ser plenamente feliz. Sempre ficará com a sensação de que falta alguma coisa. E continuará infeliz. Por outro lado quando alcançar este 1% por mais que não consiga realizar muitas coisas no mundo material ou passar por dificuldades ainda assim se sentirá feliz. Esta força de 1% está relacionada à força de Cristo ou Messias. Mokiti Okada explicou: “A respeito do espírito da palavra KIRISSUTO OU CRISTO, o termo Ri é constituído de duas partes e significa espírito e matéria

Segundo Mokiti Okada (1882-1955), “o termo KI significa Kami (Deus). No espírito da palavra KI, há uma união entre o espírito e a matéria. Trata-se do poder de 1%.” que atuam verticalmente; pelo espírito de Ri que pode ser também Ru e significa redemoinho. O sentido de redemoinho é expandir-se e tornar-se mundial. SU significa pessoa, mas também unificar.” Sabe-se que Cristo é o termo usado para traduzir a palavra grega Khristos, que, por sua vez, é uma tradução do termo hebraico Masiah, que também significa Messias. Por isso, entende-se que no nome Cristo ou Messias encontra-se a força de 1%, que representa a própria força de Deus existente no mundo interior dentro de cada pessoa. O líder espiritual Yoichi Okada, respeitosamente conhecido por Kyoshu-Sama, tem falado desse mundo interior como o Paraíso que existe dentro do ser humano, um mundo de alta densidade. Ele se refere a ele como o mundo eterno e ilimitado, o local do início da criação, da criação da alma, da partícula Divina, do personagem principal, da fração do espírito de Deus, da consciência originária, da invisível força da vida, local onde está a genética de Deus, a semente do Paraíso, a essência de Deus, a Terra Natal, o endereço oficial, um mundo onde tudo se concretiza instantaneamente, uma dimensão eterna de verdade e amor, onde existe a luz da inteligência e a força absoluta que harmoniza todos os antagonismos, um mundo de alta vibração... Enfim, entendemos este mundo como sendo o próprio Sonen de Deus – do sentimento, da razão e da vontade de Deus: o Reino dos Céus.

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Mokiti Okada ensina a Lei da precedência do Espírito sobre a matéria. O Mundo de Mundo Ki


alta densidade, o mundo do sonen precede o mundo da baixa de densidade, o mundo material. Tudo surge a partir do sonen de Deus, tornando-se então energia e matéria. Evidências científicas indicam que, desde o Big Bang, o universo evolui há mais de 14 bilhões de anos. O sistema solar, o planeta Terra, há mais de 5 bilhões de anos. Os seres vivos há 600 milhões de anos. Já os seres humanos são uma espécie surgida somente há 2 milhões de anos, após bilhões de anos de evolução física. química e biológica. Assim, o Mundo Ki é o mundo que antecede o nascimento do ser humano, mas que existe no interior dele como resultado de toda a evolução. O líder espiritual Yoichi Okada propõe a seguinte reflexão: “Não teria Deus preparado e criado todo o Universo, o fogo, a água, a terra, o ar e todas as coisas da Natureza para fazer de nós seus filhos? O próprio corpo humano é constituído por todos esses elementos e, sendo o homem considerado a expressão máxima de toda a criação, a nossa autoconsciência não seria o extremo final de toda a fase de evolução da criação? Ao mesmo tempo, a nossa autoconsciência está

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ligada à consciência original, que é o ponto de início da criação. E, como a nossa autoconsciência está orientada para que cresçamos e renasçamos como filhos de Deus, podemos dizer que estamos, neste justo momento, no “ponto de retorno” da obra da criação. É exatamente por isso que nós, existências que carregam consigo o extremo da criação deste mundo, devemos utilizar todas as coisas, expressar gratidão a todas elas e retornarmos do extremo final para o ponto de início de toda a criação.” De acordo com o neurocirurgião e neurocientista Francisco Di Biase: “A nossa própria bioarquitetura é fruto de uma evolução cosmológica de cerca de 14 bilhões de anos, que é geradora de informação, matéria, energia, vida e consciência. E a nossa consciência, que permite estarmos aqui hoje conversando sobre isso tudo, fundamenta-se nos mesmos átomos que geraram o universo e se organizam de uma forma específica para a vida se manifestar.” Existe um grandioso mundo dentro de cada um nós formado a partir do Sonen de Deus: precisamos começar a reconhecer e compreender isso.


Sonen é uma palavra japonesa que pode significar SOO – pensar com o coração ou ideia – e NEM – vontade. Por isso, sonen reúne sentimento, razão e vontade.

O Conceito e a

Prática do Sonen M

okiti Okada afirmou: "Dificilmente falo sobre a importância do sonen no dia a dia porque tal maneira de agir, em geral, cria um efeito contrário, quer dizer, coloca obstáculos à compreensão. Explicando melhor, quero dizer que tentar defini-lo conduz à ideia do estabelecimento de regras, restringindo assim o seu verdadeiro sentido. Na realidade, o sonen é um sentimento espontâneo, que brota no fundo do coração de cada ser humano, resultante da associação entre amor, vontade, disponibilidade e desejo sinceros. Tomemos, como exemplo, o ato de gratidão. Há pessoas que agradecem tendo plena consciência desse sentimento e o expressam com naturalidade, levadas pelo ardente desejo de querer fazê-lo. Outros, ao contrário, pouco se preocupam com o reconhecimento dos favores recebidos e, às vezes, não vão além de uma atitude formal. Para que o sonen seja, portanto, verdadeiro, não pode haver regras nem imposições. Precisa ser uma ação genuinamente espontânea que surge do interior de cada pessoa, levando-a a sentir-se desejosa de querer cultivá-lo cada vez com maior intensidade por achar insuficiente aquilo que faz. Quem age assim está cultivando o sentimento daijo (amplo) e expressando um soonen autêntico e poderoso. Não é bom, portanto, falar constantemente a respeito de tão valiosa prática, para evitar a ideia de algo imposto como um mandamento. Não estou, contudo, querendo dizer que seja desnecessário explicar seu significado, mas, para que a explanação se torne eficaz, deve depender da oportunidade e das perguntas feitas pelos interessados nesse assunto. Daí a razão de eu, normalmente, abster-me de falar sobre o soonen, a não ser em momentos como este em que ocorreu uma dúvida e alguém quis esclarecê-la. Fiquem, pois, cientes de que a fé imposta é temporária, mas aquela praticada com sentimento de profunda gratidão, espontânea, nascida de um ‘querer fazer’ do fundo do coração, permanece para sempre."

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(Evangelho do Céu – vol. 2) Mundo Ki


Entendemos que foi a partir do Soonen ou Sonen de Deus, ou seja, do sentimento, da razão e da vontade de Deus que tudo foi criado e submetido à evolução. Mas existe também o sonen humano. Afinal, não fosse o poder do sonen, talvez o ser humano ainda estivesse vivendo no período das cavernas. Foi graças ao poder de criação e da evolução que ele pôde alcançar tamanho progresso e desenvolvimento material. A inteligência humana que, nos primórdios, era instintiva foi se tornando racional, depois emocional, chegando hoje ao seu maior estágio de evolução: autoconsciência e altíssimo potencial criativo. O homem levou milhões de anos para atingir certo grau do desenvolvimento tecnológico, mas, nos últimos trinta anos, sua capacidade criativa se tornou tão veloz ao ponto de, a cada ano, por exemplo, existirem novos modelos de carros, celulares, aplicativos, projetos arquitetônicos, sistemas de ensino, etc. Hoje seria possível definir o sonen humano através de três capacidades concedidas por Deus. A primeira é a de ter consciência de suas emoções, ou seja, ter sentimentos. A segunda é sua capacidade criativa, ou seja, o poder permanente de criação de um futuro novo. E a terceira é a capacidade de unir o sonen humano ao sonen Divino, ou seja, sua autoconsciência à Consciência Universal ou Original. Estas três capacidades é o que dá origem ao que chamamos de Prática do Sonen. Nos tempos remotos, o sentimento, que é a consciência da emoção, praticamente era

Universo progresso

inexistente. Hoje o ser humano possui uma evolução do córtex pré-frontal que lhe dá a condição de pensar sobre suas emoções e reconhecê-las. Além disso, todos os estímulos recebidos em função do crescimento do cérebro e da existência de 87 bilhões de neurônios o diferencia dos animais, por exemplo, que a cada estímulo logo reagem. O homem tem a capacidade de processar os estímulos (externos e internos), como a memória, e criar ideias novas, novos comportamentos, através do poder associativo, da imaginação e da autoconsciência. Por isso, tem a criatividade como uma das habilidades humanas mais evoluídas. No entanto, nada supera a capacidade humana de realizar o permanente intercâmbio entre sua autoconsciência e a consciência cósmica ou universal. A ciência está chamando isso de processo negentrópico ou auto-organizador gerador de consciência e espiritualidade. Assim, pode-se definir a Prática do Sonen como uma prática inerente ao processo evolutivo do ser humano, que lhe dá condições de ter consciência de suas emoções, criar coisas novas e unir sua autoconsciência à consciência cósmica. Estas três capacidades concedidas por Deus estão criando uma nova espécie de seres humanos, num grau de evolução espiritual nunca antes alcançado pela humanidade. Yoichi Okada conclui: “Eu achava que a Prática do Sonen – a prática de entregar a Deus os vários sentimentos e pensamentos que surgem em nossa mente – era um trabalho de salvação de coisas que haviam acontecido no passado, ou seja, a salvação do passado. No entanto, eu percebi que tudo que Deus faz visa o futuro; a salvação do futuro. Ele usa o passado, o presente e o futuro para criar um novo futuro.”

consciência evolução

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criação

criatividade

intuição


a

saúde e o nosso

mundo

Interior por João Baptista Gil Junior (Bá)*

A

os cinco anos, iniciei a prática de esportes e passei a ouvir com muita frequência a palavra “Saúde”. Ouvia de meus pais e professores que determinados comportamentos poderiam potencializar minha saúde, mas que era de suma importância me manter distante de alguns outros, caso quisesse também preservar essa benção maravilhosa.

Diante de mais um insucesso, decidi compreender com mais profundidade porque certos indivíduos sentem prazer em se exercitar e comer de forma equilibrada enquanto outros demonstram pouco ou nenhum interesse em cuidar da saúde. Há também aqueles que mesmo tentando arduamente, não conseguem adquirir o ‘gosto pela coisa’ e acabam desistindo.

Durante a faculdade de Educação Física, muitas foram as vezes que me senti fascinado com os artigos científicos que demonstravam os incontáveis benefícios para a saúde que uma vida ativa e rica em movimento pode proporcionar. Tinha plena convicção de que assim que as pessoas tomassem conhecimento daqueles estudos, através de minhas aulas, decidiriam quase que imediatamente incluir em suas rotinas diárias as atividades físicas e os exercícios.

Minha busca ganhou um novo impulso quando li “Pedagogia Emocional – Sentir para Aprender”, dos irmãos Daniel e Michel Chabot. No livro, eles apresentam os resultados de vários estudos, demonstrando que as competências emocionais explicam o sucesso e o êxito em todos os campos de atuação. E mais: que são duas vezes mais importantes que as competências cognitivas e técnicas reunidas.

Infelizmente, as informações que eu tanto valorizava nem sempre eram suficientemente poderosas para mudar hábitos e, aos poucos, passei a adotar um discurso diferente daquele que vinha utilizando.

Muito embora a ciência novamente me fascinasse, restava descobrir quais eram as emoções e sentimentos que deveriam ser desenvolvidos para que as pessoas pudessem adquirir um estado de saúde verdadeiro e mantê-lo sempre vigoroso.

Na ânsia de despertar nas pessoas o desejo de se tornarem saudáveis, deixei de focar nas vantagens e passei a discorrer sobre os malefícios de uma vida sedentária.

A partir desse momento, deixei de buscar os fundamentos da saúde no mundo exterior e dirigi minha atenção ao meu mundo interior. Até então, acreditava que nada poderia

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ser alcançado em termos de saúde se os indivíduos não se exercitassem regularmente e não adotassem uma alimentação equilibrada, preferencialmente orgânica. Hoje em dia, entendo que as práticas saudáveis são o resultado natural de uma maneira específica de sentir e pensar e que dificilmente serão mantidas por um longo tempo se estiverem sendo realizadas com sacrifício e disciplina rigorosa. Mokiti Okada (1882-1955), através de seus estudos e da experiência prática com o atendimento de milhares de pessoas, chegou à conclusão de que o homem é saudável por natureza: “um poço de saúde”. Portanto, somos possuidores de uma Saúde Original que está ininterruptamente atuando para nos manter saudáveis e vigorosos. Para o mestre Okada, o ser humano existe como instrumento de Deus para a construção de um Mundo Perfeito e a saúde é inerente ao homem e condição fundamental. Com o advento da Física Quântica, a ciência médica vem passando por uma grande revolução. Pesquisadores renomados defen-

dem que nossos genes não são os responsáveis pelo nosso destino, e sim o nosso comportamento. Mas o comportamento aqui citado diz respeito ao nível de consciência que temos sobre as coisas da vida, que vai naturalmente se manifestar através dos nossos hábitos. Quase todos os dias me surpreendo positivamente com os resultados surgidos a partir da seguinte maneira de pensar, sentir e afirmar: “Sou possuidor de uma

saúde perfeita: a Saúde Original. As aparentes desarmonias que eventualmente surgem são apenas o resultado de uma Grande Harmonia”. Tudo se transforma se pas-

sarmos a confiar profundamente na vida, tendo a certeza de que somos importantes para Deus e por isso Ele está o tempo todo desejando nos manter saudáveis e felizes. Experimente praticar! * João Baptista Gil Junior (Bá) é professor de Educação Física desde 1985, coach palestrante com pós-graduação em Teorias e Técnicas para Cuidados Integrativos e MBA em Gestão de Academias.

Turmas do curso “Os fundamentos da saúde a Prática do Sonen”, em diversos momentos em 2019.

Participantes da palestra na SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, em maio deste ano.

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Sem vínculo com a

religião por Gilmar Dall Stella*

Em 1991, ao conhecer a obra de Mokiti Okada (1882-1955), fiquei muito impressionado. Afinal, como poderia uma pessoa, aos 53 anos, fundar uma religião, depois construir três protótipos do Paraíso na Terra – chamados de Solos Sagrados – e um museu de Belas Artes, criar o Johrei – método de purificação do espírito – e o preceito da Agricultura Natural? E ainda escrever centenas de ensinamentos, abrangendo o Cristianismo, o Budismo, o Xintoísmo, o Confucionismo, a Filosofia, a Ciência a Arte? Além de criar os alicerces para que sua religião viesse a ser difundida em mais de 90 países do mundo, chegando a milhões de seguidores, cujos incontáveis milagres só poderiam ocorrer em função de uma grande força salvadora? E todos estes feitos alcançados em apenas 24 anos.

A

pós começar a praticar a filosofia de Mokiti Okada, minha vida mudou em 180 graus. Fazer parte de sua obra foi um fator de altíssimo grau de realização pessoal e espiritual, que levou a me tornar um sacerdote da sua religião e ter a permissão de experimentar uma das sensações mais maravilhosas da minha vida: sentir a alegria de estar servindo a Deus. No entanto, em 2011, comecei a sentir algo diferente em meu sonen. Toda minha convicção de estar servindo a Deus começava a deixar de existir. Este sentimento foi aumentando gradativamente até que, em 2015, eu senti que precisava repensar sobre a minha missão. Passei dois anos buscando encontrar sentido para o que estava fazendo, mas não encontrava até que em setembro de 2017, decidi interromper minha missão sacerdotal. Já deixando por definitivo minha vida missionária, certo dia, estudando as orientações do líder espiritual Yoichi Okada, me tocou profundamente e de maneira muito clara o conceito proposto por ele de um Messias pré-existente, a necessidade e a importância da prática do sonen. Comecei a pensar que nestes dois pontos eu poderia reencontrar o sentido de minha missão. Era como se Deus estivesse me dizendo: “sua missão não acabou, somente mudou, continue buscando”.

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Por isso, comecei a ampliar meu campo de estudo. Passei a estudar a Bíblia e fazer meditação num templo de Budismo Zen. Como as orientações do líder espiritual pareciam ter também uma fundamentação científica, fui fazer uma especialização em neurociência, o que ampliou siginificativamente minha compreensão sobre elas. E todas estas novas referências me fizerem compreender a filosofia de Mokiti Okada de uma maneira muito mais abrangente.

criei o Programa de Mentoria em Prática do Sonen, que vem se ampliando para mais pessoas em todo o Brasil e no exterior. Todo este trabalho trouxe um novo sentido para minha vida missionária: percebi que poderia continuar servindo a Deus sem a necessidade de um vínculo com qualquer sistema religioso. Muito pelo contrário: o projeto foi se configurando de tal forma que seu desenvolvimento não poderia mesmo ter qualquer vínculo.

Dessa forma, como Mokiti Okada sempre evidenciou a importância do pragmatismo, eu decidi colocar em prática todos estes estudos. Inicialmente comecei as práticas com um grupo de mais seis pessoas em São Paulo, SP; em seguida, com um grupo na Costa Rica, país da América Central.

Passei a sentir cada vez mais em meu íntimo que o conceito de Messias pré-existente e a Prática do Sonen devem ser difundidos para qualquer pessoa sem caráter proselitista.

Resultado: três participantes do grupo de São Paulo abriram seus próprios grupos, um dos participantes desenvolveu um curso próprio no campo da saúde, e o material preparado serviu de base para os estudos de um grupo em mídia digital. Com isso,

A mentoria em Prática do Sonen é o meio pelo qual estou conseguindo levar esta mensagem de Deus para qualquer pessoa, independente dela ter ou não uma religião.

* Gilmar Dall Stella é administrador de empresas, com pós-graduação em Comunicação Digital, pela Faculdade Tuiuti, em Curitiba, PR, e especialização em Neurociência pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, SP

Grupo de Estudo e Prática do Sonen da Costa Rica Grupo de Estudo e Prática do Sonen da Granja Juileta, SP, Brasil

Grupo-piloto de Estudo e Prática do Sonen em 2018, SP, Brasil.

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É preciso aprender a

mentalizar E

m 1926, Mokiti Okada recebeu uma revelação espiritual de que havia uma bola de Luz em seu ventre e que se tratava do Espírito de Deus. Desde então, ele iniciou um longo caminho, à procura de uma forma ideal para manifestar esse poder. Mokiti Okada passou a realizar muitos estudos sobre o Mundo Espiritual e, em 1930, começou a realizar experiências com práticas xintoístas: realizava a oração milenar Amatsu Norito, depois fazia uma reverência, duas palmas, pressionava a região enferma do paciente e aí soprava. Em 1932, passou a estender as palmas das mãos em direção da pessoa e realizar a oração mentalmente, por três vezes, junto com a contagem dos números sagrados.

Muitas foram as formas desenvolvidas pelo mestre religioso Mokiti Okada para manifestar a força Divina recebida em seu ventre em 1926. Mas nada tão grandioso como “ter renascido como Messias”. Nesta época, afirmou: “A partir de agora, será o Mundo do Sonen. O Johrei vem em segundo lugar. Em primeiro, vem o sonen. Portanto, aprendam a mentalizar.”

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Outra forma adotada por ele para acabar com o sofrimento das pessoas foi escrever no ar com o próprio dedo: “que esse interior seja purificado”. Às vezes, utilizava também o poder do kotodama – espírito da palavra – como, por exemplo: “Dor de cabeça, deixe esta criatura”. Em seguida, dava um sopro. O mestre Okada também praticou o Chinkon – técnica de meditação – e fez uso do Miteshiro (benzimento) – técnicas utilizadas na religião Omoto. Por volta de 1935, ele passou a aplicar uma espécie de Shiatsu, a que denominou: “Tratamento Espiritual de Digitopuntura no estilo Okada”. Até chegou a abrir o curso de Terapia Espiritual para ensinar a outras pessoas o método, ora desenvolvido como uma prática terapêutica ora como uma prática religiosa, devido às severas restrições impostas pelo Governo na época. Em 1940, o mestre Okada se viu obrigado a interromper suas atividades, mas seus discípulos lhe deram continuidade. No entanto, após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1947, ele oficializou a prática – na época, chamada Chiryou (tratamento) –, que depois recebeu o nome de Terapia Japonesa de Purificação – Okiyome. Em 1948, seu nome mudou novamente, desta vez para Johrei (purificação do espírito) e passou a ser ministrado através da imposição das mãos, a uma distância de cerca de 10 cm, movimentando-as ligeiramente de um lado para o outro. Em 1950, essa distância aumentou para 30 a 60 cm e se subtraiu o movimento, a força do braço e da mente. Em 1952, o mestre Okada orientou que o Johrei não poderia mais ser praticado como um método de cura, mas sim de criar felicidade.

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Já em 1953, o Johrei passou por uma nova mudança. O mestre Okada afirmou que Junho 2019

quanto mais profunda fosse a fé do praticante maior seria a força do Johrei. Assim, o método ficou intrinsecamente relacionado ao nível espiritual do ministrante, significando que sua força mudava de pessoa para pessoa. Finalmente, em 1954, conta-se que Meishu-Sama, como o mestre Okada era conhecido religiosamente, comentou o seguinte: “A partir de agora, será o Mundo do Sonen. O Johrei vem em segundo lugar. Em primeiro, vem o sonen. Portanto, aprendam a mentalizar.” Porém, no ano seguinte (1955), MeishuSama veio a falecer logo no mês de fevereiro, antes de instituir o sonen como uma prática da sua religião. Em 2005, o então presidente mundial da religião messiânica, Revmo. Tetsuo Watanabe, tentou formatá-la, denominando-a de Prática do Sonen. Ela chegou a ser implantada nos locais onde a fé messiânica é difundida, mas os diretores da religião não deram continuidade ao seu desenvolvimento após o falecimento dele, em outubro de 2013. A Prática do Sonen pode ser entendida como uma prática de mentalização. Mentalização é a habilidade que o ser humano possui de compreender o próprio comportamento, ter consciência de suas emoções, ampliar seu potencial criativo, seu autoconhecimento, sua autoconsciência e, principalmente, retornar à sua Consciência Original. No sentido religioso, sabe-se que a consciência Crística (Messias) ou Búdica é o que há de mais elevado em termos de consciência espiritual. Mas esta consciência não está restrita aos grandes mestres ou líderes espirituais. Segundo a teoria de Yoichi Okada, qualquer pessoa pode alcançar o status de filho de Deus – unindo mentalmente sua autoconsciência à consciência do Messias, que existe dentro de si.


A respiração humana é

multidimensional A

o ler os textos filosóficos de Yoichi Okada desde 2005, é possível notar algo bastante significativo. Ele sempre veio falando sobre a Respiração Espiritual e sua profunda relação com o propósito de Deus de tornar os seres humanos Seus filhos. Ele orienta que a inspiração e a expiração, que fazem o indivíduo se sentir vivo, foram dadas por Deus, que se relaciona com o ser humano através do ar inspirado e expirado. A diferença entre a respiração física e a espiritual é que a física resume-se ao ato de inalar e exalar o ar, trocando o dióxido de carbono por oxigênio. Mas este simples ato, na maior parte do tempo realizado de maneira inconsciente, proporciona também uma troca de consciência. Ao inspirar, o homem recebe a consciência da inteligência Divina e, ao expirar, entrega sua própria autoconsciência a Deus.

Yoichi Okada explica que: “Quando expiramos, devemos nos voltar ao ponto inicial da vida, que é a terra natal de nossas almas, entregando-nos a Deus. E quando inspiramos, devemos ter a consciência de que estamos perpetuando o ar da Vida Divina. Através desta respiração, nós estaríamos colocando ordem nesta grandiosa harmonia, renascendo por intermédio da força de expiração de Deus. Creio que Deus ficaria muito feliz se O servíssemos com este pensamento. Ao mesmo tempo, Deus estaria nos criando como Seus próprios filhos através do ciclo de inspiração e expiração do ar no ato da respiração.” O artigo publicado no periódico Psychophysiology mostra como a respiração controlada afeta os níveis de um neurotransmissor chamado noradrenalina, um "hormônio do estresse". "Quando estamos estressados, produzimos muita noradrenalina e não po-

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demos nos concentrar", diz Michael Melnychuk, autor da pesquisa. "Quando nos sentimos lentos, produzimos muito pouco e, novamente, não podemos nos concentrar. Porém, há um ponto ideal de noradrenalina no qual nossas emoções, pensamentos e memória são muito mais claros. De acordo com este estudo, o ato de inspirar e expirar de forma consciente, prática comum na meditação, pode manter o cérebro saudável e jovem a longo prazo.” O mestre Mokiti Okada orienta a importância da Respiração Multidimensional: “Exemplifiquemos com o corpo humano. Os ossos, os nervos, a carne, a pele e outros elementos materiais respiram no Mundo dos Fenômenos, e o corpo etéreo, de natureza hidrogênita, cuja forma é a mesma que a do corpo material, respira no Mundo Atmosférico. O corpo espiritual, com forma igual à do corpo etéreo, respira no Mundo Espiritual.” Ele também orienta que esta respiração – multidimensional – tem uma profunda relação como o estado de saúde do indivíduo: “O corpo espiritual do ser humano pertence ao Mundo Espiritual, como já foi dito, mas, no centro do espírito, está a consciência e, no centro desta, está a alma. Eles estão dispostos em três níveis, de forma centrípeta. Por conseguinte, a alma, que se posiciona no centro, tem uma relação muito importante com a saúde. Entretanto, como o ser humano possui o corpo físico, não se pode considerar apenas o espírito; só se consegue a verdadeira saúde e a vida longa com a atuação perfeitamente harmoniosa da trilogia formada pelo espírito do fogo, da água e da matéria. Yoichi Okada afirma: “O ar que nós inspiramos e expiramos não é nosso. Esse ar não seria a própria respiração da vida do Supremo Deus? Eu me questiono se consigo pensar que, se não houvesse a força da vida do Supremo Deus, eu não poderia respirar, movimentar o meu corpo, exercitar os cinco

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sentidos, ter emoções. Questiono, também, se consigo pensar que a vida de Deus está presente dentro da pessoa que está à minha frente, bem como em todas as outras. Questiono-me, ainda, se acredito ou não que todas as criaturas, incluindo os animais, os vegetais, todos os elementos químicos, enfim, todo o Universo, são manifestações da vida do Supremo Deus. Quando me questiono sobre isso, tenho a sensação de que, preso somente à vida que tem forma, eu não estava compreendendo verdadeiramente a essência e o valor do que é a vida. Será que, ao acabar considerando ser suficiente unir as mãos e orar diante do Altar, não vim negligenciando o respeito que devo ao Supremo Deus que está vivo dentro de mim? Não posso deixar de pensar nisso. Às vezes, ficamos irritados quando somos ignorados ou menosprezados. Tenho a impressão de que a ocorrência desse tipo de reação desconfortável está nos ensinando que estamos sendo, todos nós, a humanidade, responsabilizados por esquecer de prestar respeito ao Supremo Deus e vir ignorando-O, até hoje. Em outras palavras, durante muito tempo a humanidade veio ignorando o Supremo Deus. Essa situação tornou-se informação genética. Não só eu como também a pessoa com quem estou lidando, herdamos essas informações. Mesmo assim, o Supremo Deus não destruiu nem a nós, a humanidade, nem essas informações genéticas. Só posso crer que é para nos tornarmos Seus filhos que Ele está nos permitindo viver até hoje e está perdoando até mesmo a nossa ignorância e arrogância, fazendo-nos crescer e evoluir eternamente.” Até hoje, como muitas pessoas vieram realizando a Prática do Sonen de maneira inconsciente, o ato de respirar era considerado simplesmente fisiológico. No entanto, daqui para frente, a Prática do Sonen precisa ser realizada de maneira consciente, reconhecendo que respirar também é um ato profundamente sagrado de relacionamento com Deus.


O intercâmbio entre a Consciência Original e a Autoconsciência A Neurociência, que cresceu enormemente nos últimos tempos, vem ajudando a explicar os mais diversos fenômenos que ocorrem no cérebro humano. Ela detalha, por exemplo, que os estudos da evolução da consciência se dividem em quatro níveis.

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stes quatro níveis de consciência se dividem da seguinte maneira: o primeiro é o da cosmosfera, que corresponde ao nível físico baseado no código atômico-nuclear. O segundo é o da biosfera, correspondente ao nível biológico e biossocial, com base no código genético. O terceiro é o da noosfera, que corresponde ao nível neuropsicológico, sociocultural – domínio das ideias (Sonen) – e baseia-se no código neural.

Já o quarto corresponde ao nível espiritual, baseado em campos quântico-holográficos cerebrais: é o da conscienciosfera. Neste quarto nível é que ocorre a interconectividade informacional local (newtoniana clássica) e não-local (quântico holística), entre a mente humana e a mente-universo (ou consciência cósmica das tradições espirituais da humanidade).

Este processo evolutivo da consciência significa que o homem alcançou um desenvolvimento mental que lhe permite conectarse ou realizar um intercâmbio permanente com a consciência cósmica/ universal. Refletindo profundamente, qual é o sentido dessa conexão? Através do que Yoichi Okada explica, podese entender que: “O Único e Supremo Deus, que vive por toda a eternidade, preparou partículas de Seu próprio espírito para dar vida a Seus filhos, ou seja, ‘representantes’ que herdem a Sua Obra de Criação. Dizendo de outra forma, penso que a Consciência Original, ou seja, o propósito do Supremo Deus de dar vida a Seus filhos está presente em todas as coisas. Por isso nós, que somos as partículas do espírito do Supremo Deus, fomos previamente preparados, no Mundo

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O que é a Neurociência? Divino, para servir à Sua Obra, fundidos com a Consciência Original e feitos nascer na Terra, cada um dotado de sua própria autoconsciência. De acordo com isso, entendo que o nome que recebe essas partículas divinas seja Messias. Compreendo que, mesmo que o número dessas partículas divinas seja incalculável, no eterno e ilimitado Mundo Divino, isto é, junto ao Supremo Deus, elas sejam uma só unidade.” A autoconsciência pode ser entendida como a individualidade do ser humano. Hoje ele tem plena consciência de sua nacionalidade, de sua escolaridade, condição sócio-econômica, cultural, crenças, hábitos, diferenças. Yoichi Okada fala que: “Bem no início, antes da Criação do Universo, Deus nos concebeu no Paraíso como Seus espíritos divinos, como Suas sementes. Ele, depois, enviou Suas sementes à Terra, que, então germinaram, cresceram e floresceram na linda forma que conhecemos como “individualidade” – a individualidade que tanto valorizamos e reverenciamos.” Assim, conforme foi desenvolvendo a indiviualidade, o ser humano foi perdendo sua Consciência Original de que no Reino de Deus todos os indivíduos são irmãos, habitantes de uma mesma nação. Neste momento em que chega ao ápice do seu florescimento, o homem também se encontra no momento de devolver a Deus sua individualidade. Isso para que possa então frutificar como seu verdadeiro filho, tendo como exemplo o mestre Mokiti Okada. Yoichi Okada lembra que: “Assim como as flores morrem e depois vêm os frutos, Deus recebeu a individualidade de Meishu-Sama, ou a flor de Meishu-Sama, em Seu Paraíso, lhe concedeu Seu fruto e então conferiu a Meishu-Sama o direito de tornar-se Seu filho, um Messias. Nós também precisamos, ou melhor, ansiamos, por receber o fruto de Deus e nos tornar Seus filhos através

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É o estudo científico do sistema nervoso que colabora com outros campos de atividades humanas, como a educação, a química, a ciência da computação, a engenharia, a antropologia, a linguística, a matemática, a medicina e disciplinas afins – filosofia, física, comunicação e psicologia (Wikipédia), alcançou uma importante evolução nos últimos tempos. O termo neurobiologia é usado alternadamente com o termo neurociência, embora o primeiro se refira especificamente à biologia do sistema nervoso, enquanto o último se refere à inteira ciência do sistema nervoso. da entrega de nossa individualidade a Ele. Acredito que Deus está se preparando para conceder seus frutos não só a Meishu-Sama, mas a nós também.” Devolver a autconsciência humana a Deus e receber Dele novamente a Sua Consciência Original depende do Sonen de cada um. Yoichi Okada diz: “Não é preciso dizer que o trabalho do nosso Sonen é essencial e que ele está ligado diretamente ao Sonen do Supremo Deus, ou seja, à Vontade Divina; em outras palavras, ao propósito do Supremo Deus, ao Seu sentimento e, como dizem, à Consciência Original.” Este intercâmbio entre a Consciência Original e a autoconsciência não é somente uma questão religiosa. É também científica. O ser humano evoluiu sua mente para que isso se realize.


O símbolo da ultra religiosidade existe no interior humano

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okiti Okada afirmou que o objetivo da ultrarreligião deve ser concretizar um mundo sem doenças, pobreza e conflitos, ou seja, o Paraíso Terrestre, que corresponde ao "Advento do Reino dos Céus", pregado por Cristo, ou à "Vinda do Messias", da religião judaica. Sakyamuni disse que, depois de sua morte, surgiria um mundo perfeito. O mestre Okada alertou para a importância de se reconhecer a missão de cada religião: “Sabemos que a aceitação e a prática dos ensinamentos pregados pelas religiões antigas tornaram-se o alicerce das religiões atuais. Naturalmente, cada religião criou e divulgou seus protótipos, formas e métodos, adaptáveis aos diferentes povos e países. Evidentemente, as religiões foram criadas sob o desígnio de Deus, para serem condicionadas a determinadas épocas, localidades, povos, tradições, costumes, etc. Graças a essa força, a cultura alcançou o deslumbrante progresso que hoje apresenta.” Ele também enfatizou o quanto se deve ter gratidão a todas elas: “Não fossem as religiões, o mundo estaria à mercê de Satanás, ou talvez, destruído. Ao refletirmos sobre esses assuntos, não podemos deixar de levar em consideração os grandes méritos dos fundadores de religiões.”

E abordou outro ponto de suma importância: as pessoas precisam começar a se tornar ultrarreligiosas, mais universais. “Uma observação sobre o mundo atual faz com que as pessoas prudentes sintam a necessidade do aparecimento de uma grande luz que dissipe as trevas, isto é, o poder salvador de uma Ultrarreligião”, afirmou. “Doravante, as pessoas precisam ser universais.” O termo ultrarreligião pode ser definido como algo além da religião ou que reúna todas as religiões. Mas quando se pensa na possibilidade de reunir as religiões ou fazer de todas uma só sabe-se tratar praticamente de uma ilusão. Afinal, a tendência atual é o surgimento cada vez maior de ramificações e dissidências. Talvez o ser humano pense assim porque esteja (confortavelmente) acostumado a olhar esta questão de maneira muito superficial e negligencie o ponto vital da questão. Afinal, todas as pessoas são, de certa forma, ultrarreligiosas, mesmo afirmando crer somente numa única religião. Pois se acreditam realmente num único Deus – Deus Supremo –, bem como que Ele esteja no comando de tudo, inevitavelmente também deveriam acreditar que Ele esteja no comando de todas as religiões.

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ultra religiosidade

Assim, se todos os indivíduos estão no caminho de se unir ao único Deus, todas as religiões encontram-se, de certa maneira, num processo de convergência. Mas existe um segundo ponto: o homem descende de pais, avós, bisavós, tataravós e... Enfim, descende de indivíduos que tiveram suas religiões. Quanto mais souber de sua árvore genealógica, mais descobrirásobre a diversidade religiosa a que está ligado através de seus antepassados. Mokiti Okada elaborou um design para simbolizar sua religião, mas cuja concepção poderia ser utilizada para a criação de um novo símbolo da ultra religião. Seu neto, o líder espiritual Yoichi Okada, explica: “Esse símbolo representa Deus e Sua obra de Criação. O círculo dourado no centro é Deus. De Deus, no centro, Sua luz emana, permeia e ilumina a Terra e todo o Universo, como indicam as linhas que irradiam do centro. A iluminação de tudo é a primeira fase da Criação de Deus.” E continua: “A segunda fase da Criação consiste em acolher de volta tudo aquilo que Deus iluminou, como indicado pelas mesmas linhas que, agora, convergem de volta para o centro. As linhas primeiro irradiam para fora e, depois, convergem de volta para o centro. Tudo parte de Deus e tudo retorna a Ele. Essa é a obra de Criação de Deus. Acreditamos que Deus vive dentro de nós, e Sua obra de Criação se desenvolve no interior de cada um de nós, sem interrupção. Nós damos grande importância a esse símbolo para louvarmos a Deus e Sua contínua obra de Criação. Mais importante ainda, veneramos esse símbolo para lembrarmos a nós mesmos que, como todas Suas outras criações, Deus nos concebeu no paraíso e está agora tentando nos acolher de volta em Seu paraíso. Se pudermos ser acolhidos de volta no paraíso de Deus, poderemos nascer de novo como Seus filhos,

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como Messias. Acreditamos ser essa a missão dos seres humanos, e reverenciar esse símbolo nos faz lembrar nossa missão.” Em junho de 2018, o líder espiritual Yoichi Okada voltou a falar sobre este símbolo, enfocando o quanto é importante ter o Messias como caminho para chegar a Deus: “Creio que o símbolo da Igreja Mundial do Messias existe dentro de nós e ele é a nossa própria imagem. Nesse símbolo, há um círculo que representa o centro. A partir desse centro, surgem linhas que se expandem para todas as direções, e elas, por sua vez, são circundadas por uma circunferência maior. Isso significa que Deus está no centro do nosso ser e, independentemente das circunstâncias que enfrentamos ou dos sentimentos que carregamos conosco, Ele nos liga a Si próprio, ao mesmo tempo em que somos criados e educados por Seu grandioso amor. O fato das várias linhas estarem ligadas ao centro desse símbolo, indica que, por mais que estejamos perdidos em nossa jornada, Deus preparou o caminho para regressarmos ao Paraíso que existe no nosso interior. Esse caminho é o nome Messias! É graças ao perdão que existe no nome Messias que, incondicionalmente, somos capazes de retornar ao Paraíso, que é a origem de Deus, e dessa forma nascermos de novo como Seus filhos. O Paraíso existe dentro de cada um de nós. Ele é a terra natal das nossas vidas e o lar onde Deus vive com Meishu-Sama e com todos nós.” Com base nisso, pode-se acreditar que o grande passo para a universalidade das religiões esteja no nome Messias. Não no Messias exclusivo de uma religião, mas no Messias, espírito Divino, criado antes de todas as religiões e uno a todas elas, a todos os nossos ancestrais e antepassados e a todos os seres humanos. O Messias que está vivo dentro de cada pessoa é o guia na direção da ultra religiosidade, onde todos os homens são irmãos, filhos do mesmo e Divino Pai.


A Empresa Construtora do

Novo Mundo

Q

uando criou uma religião, Mokiti Okada, na verdade, queria criar uma empresa construtora do novo mundo, que pudesse levar um paradigma inovador para todos os campos da atividade humana, de forma que o progresso e o desenvolvimento da civilização conciliasse a ciência material e a ciência espiritual. Sabe-se que desde a primeira espécie do gênero homo até o homem moderno, uma característica principal distinguiu o ser humano das demais espécies: sua capacidade de transformar os recursos naturais em benefício da própria sobrevivência e em prol de seus interesses. Diferentemente das demais espécies, que dependeram da evolução genética e do processo da seleção natural, o ser humano criou tecnologias que contribuíram para sua sobrevivência e bem-estar. Registros fósseis indicam que, há dez mil anos, os seres humanos já haviam colonizado cada um dos cinco continentes, adaptando-se perfeitamente à grande variedade ambiental. As peculiaridades dos ambientes influenciaram diretamente o desenvolvimento das artes, da agricultura, da medicina, da economia, da política, da educação e da religião, ou seja, levaram à criação de muitas culturas distintas. Há mais de seis mil etnias no planeta, desenvolvendo diferentes maneiras de pensar e viver. Nas últimas seis décadas, os meios de transporte e de comunicação cada vez mais modernos foram aproximando as diferentes culturas humanas; o estilo de vida foi se tornando menos distinto, mais globalizado. Hoje, as etnias misturam-se cada vez mais e a tecnologia de ponta chega com maior velocidade aos quatro cantos do mundo. Impossível negar o que há de maravilhoso na trajetória humana. Por outro lado, é consenso admitir que, a despeito dos imensos avanços culturais, ainda não se atingiu

Desde as eras remotas, o ser humano vem se adaptando ao meio ambiente em que está inserido, tirando o melhor de suas múltiplas variáveis, transformando seus recursos naturais e criando condições (ou tecnologias) que contribuíssem para sua sobrevivência e bem-estar. Eis que chegou até aqui. 25

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novos alicerces 26

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a condição básica para a felicidade, que é uma vida isenta de doença, pobreza e conflito, e que sempre foi o objetivo principal do homem. Por que? Poluição e destruição do meio ambiente: o uso indiscriminado da água doce; a destruição da vegetação nativa; a extinção de diversas espécies; a contaminação da atmosfera, do solo, dos rios e dos mananciais. O aumento da temperatura global têm colocado em risco a sobrevivência humana, pois não se sabe até quando a pele do homem suportará os efeitos prejudiciais da radiação ultravioleta, até quando seus pulmões suportarão a poluição do ar ou seu fígado conseguirá desintoxicar os resíduos tóxicos ingeridos, etc. A Medicina não tem conseguido erradicar as doenças: embora tenha sido desenvolvida uma quantidade expressiva de medicamentos e de equipamentos sofisticados para seu diagnóstico e tratamento. Fatores como os desvios comportamentais, a hiperatividade, a suscetibilidade ao alcoolismo e os vícios em drogas estão sendo transmitidos de geração para geração. Resultado: o homem torna-se cada vez menos resistente às doenças e mais dependente dos medicamentos, e cresce de maneira alarmante o número de indivíduos portadores de distúrbios e enfermidades. Desigualdade social – diferença gritante na na distribuição das riquezas e do bem-estar: o resultado dos bens produzidos pelo homem não conseguiu beneficiar mais do que 40% da população mundial, o que significa que quase 2/3 da humanidade vive em estado de pobreza, sendo 14% em situação de fome e miséria. Já do outro lado do “hemisfério”, a classe mais beneficiada representa menos de 1% da população. Isso, além de gerar um gigantesco desequilíbrio social, indica que os sistemas políticos e econômicos atuais estejam se tornando obsoletos. (Prahalad, 2005)

Crescente situação de conflito entre os seres humanos: por mais que se tenham criado leis, penalidades, multiplicado e reforçado os recursos de segurança para coibir a criminalidade e a violência, não há nenhum país que tenha conseguido eliminá-las por completo. Os conflitos humanos ocorrem no seio dos lares, no trânsito, entre vizinhos ou grupos que defendem interesses distintos, em âmbito geral, político e ideológico. Os conflitos armados externos e internos multiplicam-se pelos diversos países e se observa crescente preocupação dos governos e das organizações internacionais com a potencialização do terrorismo.

A percepção do homem sobre o mundo e sobre si mesmo tornou-se confusa: seus paradigmas já não lhe permitem reconhecer sua função na sociedade, nem tampouco no planeta. Essa alienação o leva a agir de modo individualista, egoísta e imediatista, como forma de satisfazer seus anseios de vida – uma ilusão que o afasta, ao invés de aproximá-lo, da felicidade. Com base nestes cenários, é possível apreender que a vida não podem ser vista somente como matéria. Se não reconhecermos a existência de uma Consciência Criadora, onisciente, onipotente e onipresente, que garante que o propósito da criação se concretize no mundo material, não conseguiremos mudar estes cenários globais. Por isso concluimos que a empresa construtora do novo mundo a que Mokiti Okada se referiu deve ser uma organização ultrarreligiosa (além da religião) que consiga primeiramente promover uma grande reforma do Sonen (sentimento, razão e vontade) humano para que um novo paradigma possa surgir em sua mente e coração possibilitando assim o desenvolvimento das atividades humanas de acordo com o Sonen de Deus.


Um novo paradigma das atividades humanas

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a Agricultura, por exemplo, percebese que o ser humano está começando a compreender a necessidade de respeitar a gran-

de natureza e obedecer aos padrões de sua providência. O que significa isso? Vivificar a força natural de produção do solo, para que nasçam alimentos com energia vital e homens dotados de verdadeira saúde. De acordo com os ensinamentos do mestre Mokiti Okada, podem ser citados três fatores espirituais essenciais para o surgimento de uma nova agricultura. O primeiro é entender a existência da Grande Natureza – em síntese: o espírito da natureza, que possui uma vontade e um propósito próprios. O segundo é reconhecer que todos os seres vivos possuem espírito e sentimento. E o terceiro é considerar o solo como um ser vivo.

Todos os campos da atividade humana passam por uma grande revolução. Teorias, sistemas e processos estão sendo constantemente reinventados, mas existe um ponto fundamental que precisa ser considerado nesta reinicialização:

os valores espirituais.

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Dessa forma, o objetivo de propiciar ao solo que emane toda sua força seria concretizado. Para isso, a tecnologia agrícola deve ser uma aliada no processo de purificação da água, do solo, do ar e das sementes. O mestre Mokiti Okada orientou que: “Obediência à Natureza significa aprender com a Natureza e segui-la. Se o professor é excelente, não haverá problema segui-lo, não é mesmo? Por isso, sem encarar levianamente a Natureza e dando-lhe importância, devemos respeitá-la. Sem ela, não existe a agricultura.”

J

á na Medicina, ao invés de apenas diagnosticar e tratar as doenças, é necessário reconhecer a existência da saúde original. Assim, sob o prisma espiritual, é fundamental transformar a situação do estado antinatural em que ele se encontra, fazendo-o voltar à normalidade ou à sua originalidade. Deus atribuiu uma missão a cada ser humano e concedeu, logicamente, a saúde necessária para seu cumprimento. O indivíduo é constituído de espírito e corpo, que estão em contínua interação, um exercendo influência sobre o outro. Porém, há a precedência do espírito com relação ao corpo. Assim, a existência de impurezas no espírito e toxinas no corpo é a verdadeira causa das doenças. Quando a impureza do espírito se projeta no corpo fisico surge a doença. Mas quando surge a doença, também é sinal de que o espírito foi purificado porque a mácula que estava nele passou para o corpo fisico na forma de toxinas. Este é um processo natural de purificação do corpo espiritual, que garante a saúde espiritual, evitando-se a extinção deste corpo. Atualmente, vive-se numa época em que a luz espiritual está muito intensa e, em função disso, estão surgindo muitas doenças. No entanto, não é possível se limitar a curar o corpo. Também se faz necessário não macular o espírito.

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Educação, que engloba os processos de ensinar e aprender, entende que o ser humano precisa aprender algo que ainda não sabe. Por isso, da Educação Infantil ao Ensino Superior, os sistemas de ensino evoluíram para o desenvolvimento da inteligência humana. Mas existe um conhecimento dentro de cada ser humano que não depende de aprendizado. Trata-se de uma inteligência Divina que simplesmente surge à mente. Além do que, por mais que o ser humano desenvolva a inteligência humana, ela não é pré-requisito para se obter a inteligência Divina. Deus está constantemente educando-o, pois é o maior mestre existente. No entanto, esta educação de Deus não é aprendida. Ela já existe dentro de cada pessoa, no seu espírito. Deus simplesmente a revela. Até os dias de hoje, acreditava-se que as revelações só ocorriam para pessoas especiais. Mas entrou-se numa Era em que qualquer pessoa pode simplesmente passar a compreender algo que não compreendia, perceber o que não percebia, acreditar no que não acreditava simplesmente porque essa Inteligência Divina surgiu em sua consciência.

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a Arte, a percepção de que é possível enobrecer ou degradar os sentimentos do homem está cada vez mais evidente. Reconhecer que a missão da arte é enriquecer a vida, proporcionando-lhe alegria e sentido é imprescindível. Além disso, é muito importante que o ser humano passe a se deleitar com a Arte no seu dia a dia. Mokiti Okada diz em seus ensinamentos: “Torna-se necessário, portanto, elevar o caráter do homem por meio da arte. O artista deve funcionar como orientador espiritual do povo. É preciso, todavia, que o caráter dos artistas seja muito mais elevado que o das pessoas comuns.” A essência do trabalho do artista é elevar o nível do sentimento humano, tornando-o cada vez mais virtuoso e belo. Okada ensina que: “O artista deve atrair o coração das pessoas para eliminar, um pouco que seja, o caráter animalesco


existente no interior delas e enriquecê-lo ainda mais”. A arte está em todos os lugares, na beleza das montanhas e das águas, nas paisagens durante as viagens, nas características das estações, no verde das árvores, nas cores das flores, no cântico dos pássaros, no voo das borboletas. Está no silêncio e na simplicidade cotidiana, que precisa do coração para ser percebida. Mas o principal na arte é a elevação dos sentimentos humanos de forma que através dela ele possa se aproximar de um estado de espírito paradisíaco pré-existente dentro de sim mesmo.

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ada vez mais, é possível entender que o Meio Ambiente é a base da vida. Harmonizar-se com a Natureza é compreender que tudo que nasce e se desenvolve necessita de uma determinada ordem e um determinado tempo deve ser respeitado. O homem e o seu meio são interligados: não existe uma separação. Por isso, é importante ele compreender que a Natureza foi criada por Deus e, portanto, sua relação com ela deve ser de respeito e obediência às suas Leis. Mokiti Okada revelou uma boa nova quando afirmou que: “O globo terrestre respira uma vez por ano. A expiração inicia-se na primavera e chega ao ponto culminante no verão. O ar que ele expira é quente, como no caso da respiração do homem, e isso se deve à dispersão do seu próprio calor. Na primavera, essa dispersão é mais intensa, e tudo começa a crescer; as folhas começam a brotar e até o homem se sente mais leve. Com a chegada do verão, as folhas tornam- se mais vigorosas e, atingido o clímax da expiração, o globo terrestre recomeça a inspirar; daí as folhas principiarem a cair. Tudo toma, então, um sentido decrescente, e o próprio homem fica mais austero. Outro ponto culminante é o inverno. Essa é a imagem da Natureza.” O homem respira junto com a natureza, mas não só fisicamente: respira também espiritualmente. Exatamente por isso que tudo o que a natureza sente, ele também sente dentro de

si, bem como o recíproco é verdadeiro: tudo o que ele sente em seu íntimo, a natureza também sente. O ser humano jamais destruirá a natureza sem antes destruir a si mesmo.

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Política caminha para a compreensão de que a administração não deve tender para os pensamentos extremistas, e sim evidenciar a sinceridade de tornar felizes seus governados. Insistir em ideologias e “ismos” só resulta em conflitos e desordem. Ela precisa adquirir um caráter universal. Caso fosse instaurada a Nação Mundial, talvez fosse possível a política contrabalançar a população dos países e resolver as questões de desequilíbrio populacional, da fome, os problemas sociais, as questões ambientais, as crises financeiras, os conflitos internos e internacionais, etc. É impossível ficar sem regulamentos e penalizações. Só que o aumento de leis e penalidades também sinalizam algo importantíssimo: a consciência humana não está evoluindo para tornar o homem um cidadão. Dessa forma, programas ou políticas públicas para aumentar o espírito de cidadania, mas com sentimento de universalidade, são essenciais. O mestre Okada diz: “Se a política de uma nação é ruim, é porque a aura de seus governantes é fraca, assim como também a do povo, que sofre as consequências dessa má política. (...) Neste sentido, o homem deve conscientizar-se de que precisa cultivar as inteligências de nível superior, pois, sem elas, não obterá o verdadeiro êxito. E devemos compreender que a Fé é o único meio para adquiri-las”. Mokiti Okada salienta ainda que: “As potências mundiais, ao invés de tentarem pintar os outros países com a sua cor, devem se esforçar para tornar mais viva e mais bela a cor de cada país. Se adotarem essa política, estarão concordes com a Vontade Divina, e assim se concretizará o Mundo Ideal.”

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muito difícil acreditar nos dias de hoje que toda a humanidade possa viver bem economicamente. E só o fato de não se acreditar nisso já é um fator de instabilidade econômica, pois a Economia tem a missão de eliminar a pobreza. Algo aparentemente impossível, já que estudos revelam que 99% da riqueza mundial se concentra nas mãos de 1% das pessoas. E 2/3 da humanidade vive ainda na pobreza. Do ponto de vista espiritual, para que a pobreza seja eliminada é necessário antes erradicar o sentimento de pobreza existente tanto no coração das pessoas pobres como das pessoas ricas e da classe média. O sentimento de pobreza é aquele em que a pessoa acredita que só poderá ser próspera ou feliz se alcançar determinado padrão econômico e material. No entanto, toda vez que alcança “esse padrão melhor” sente que ainda falta mais um pouco, que precisa de mais dinheiro, de mais bens materiais, de propriedades, segurança, poder, etc.. No caso das pessoas que não têm nada, parece justificável este sentimento. Mas não é bem assim. Toda vez que uma pessoa pobre sobe um patamar social acaba querendo um pouco mais. Por isso, não são poucos os casos de pessoas na linha da pobreza que ficaram ricas, mas ainda conservam dentro de si o sentimento da pobreza. Isso ocorre também com as pessoas consideradas ricas. Portanto, o principal é pensar sobre o que fazer para eliminar o sentimento de pobreza, independente da condição material de cada um. Segundo a filosofia de Mokiti Okada, o sentimento de pobreza diminui ao pesso que aumenta o sentimento de gratidão. Assim, a economia do futuro poderá ser a economia da gratidão, que é um sentimento que precede a verdadeira prosperidade e pode revolucionar a economia.

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a Religião, percebe-se uma certa convergência no processo de estabelecimento da paz mundial e na geração de milagres. Afinal, o milagre não é algo res-

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trito a uma única religião e pode ser um indicativo de que Deus esteja em todas elas. A questão do milagre é delicada e deve ser tratada com a máxima prudência. São inúmeras as pessoas que buscam uma religião com o intuito de receber graças e milagres. Mokiti Okada salienta que existe um perigo real nas que estimulam a “fé que visa à graça” porque “também os espíritos malignos podem promover milagres e iludir os menos esclarecidos”. O agnosticismo cresce no mundo em função do crescente descrédito de muitos sistemas religiosos e da postura de certos sacerdotes. Segundo uma pesquisa do instituto Gallup International, que entrevistou mais de 50 mil pessoas em 57 países, o número de indivíduos que se dizem religiosos caiu de 77% para 68% entre 2005 e 2011, enquanto aqueles que se identificaram como ateus subiram 3%, elevando a 13% a proporção dessa parcela. Diante deste cenário, as religiões de todo o mundo precisam se reinventar, pois o sacerdócio entrou numa fase de risco. Mokiti Okada alerta que: “Os religiosos – especialmente os fundadores, presidentes ou ministros de uma religião –, sendo venerados por um grande número de fiéis como deuses vivos, devem ter muito cuidado, pois exercem uma influência notável. Se praticarem atos condenáveis, aproveitando-se de sua posição, isso se refletirá no conjunto dos fieis, e essa religião acabará por desmoronar, pois aqueles atos serão do conhecimento de todos.” A época atual é decisiva para as religiões, onde a postura e preparo do seu corpo sacerdotal é fundamental. O ser humano ainda depende do sacerdote e do sistema religioso para se religar a Deus, mas esta dependência vem sendo reduzida com o aumento de pessoas que estão conseguindo realizar esta conexão sem intermediários. Portanto, a religião do futuro poderá ser a que existe dentro de cada pessoa, livre de certas tradições e da complexidade litúrgica, que reconhece que o ser humano é o próprio e sagrado templo de Deus.


A Agricultura Natural é o princípio, a essência e o futuro O ser humano respira, se alimenta e desenvolve suas atividades cotidianas, bem como purifica o corpo e evolui sua autoconsciência de acordo com o propósito de Deus de torná-lo Seu filho, a sua imagem e semelhança. Isso já não é um indício de que o Poder da Grande Natureza está consumado dentro dele? Mokiti Okada ensinou que o Poder da Grande Natureza consiste na fusão da energia espiritual do Sol (elemento fogo), da energia espiritual da Lua (elemento ar/água) e da energia espiritual da Terra (elemento Solo). Nisso reside o Princípio da Agricultura Natural, que ele utilizou para criar o método. Evidências científicas indicam que globo terrestre era inicialmente uma bola de fogo. Depois, com o congelamento da superfície, surgiram os oceanos e a emersão dos vulcões fez surgir o solo e os continentes. As energias do fogo, da água e do solo estavam consumadas em nosso planeta.

Antes de pensar e/ou aplicar o método da Agricultura Natural como uma atividade agrícola humana é essencial ter a compreensão do seu princípio como uma atividade Divina pré-existente no planeta. É muito comum ouvir que a Agricultura Natural é um método que necessita de solo puro, de água pura, de ar puro e de semente pura para existir, ou seja, requer que toda a natureza seja pura. Outro fator imprescindível é o sonen do agricultor. No entanto, surge a seguinte questão: seria possível implantar este tipo de agricultura num mundo onde ocorre constantemente a poluição e a contaminação do ar, do solo e da água; onde a industrialização química dos alimentos cresce a cada dia e as modificações genéticas da sementes consolidam-se continuamente?

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Não são poucas as histórias de agricultores, ou mesmo cultivadores de pequenas hortas, que desistiram de cultivar alimentos dentro

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deste método porque tiveram dificuldade em recuperar o solo. Ou porque não encontram sementes não tratadas quimicamente ou não modificadas geneticamente. Também há os que desistiram por não saber como lidar com a questão da água – irrigação adequada e contaminação dos lençóis freáticos – e com o surgimento de pragas. Por isso, é necessário rever o conceito da Agricultura Natural. Quando se começou a perceber os malefícios da agricultura convencional com relação ao meio ambiente e à saúde humana, em função do uso indiscriminado de agrotóxicos e tecnologias não sustentáveis para aumentar a produção, teve início um grande movimento mundial contrário a ela. Surgiram assim: a agricultura orgânica, a biodinâmica, a permacultura e a ecológica, entre outras. A Agricultura Natural foi incluída neste processo. O ponto comum entre elas é que todas são contrárias ao modelo convencional. Assim, tudo o que se dizia a respeito da agricultura convencional passou a ser criticado e até condenado por aqueles que passaram a defender estes métodos mais “orgânicos”. Embora todos estes modelos tenham alcançado um certo de tipo de êxito, a questão é: será que algum deles conseguiria alimentar sete bilhões de pessoas no mundo a um custo acessível? Ou ainda: será que a agricultura orgânica poderia acabar com a fome no mundo? Um estudo recente feito pela Universidade Federal de Washington, EUA, apontou que se a agricultura orgânica se aliasse às tecnologias limpas da agricultura sustentável isso seria possível. Afinal, ela utiliza as tecnologias mais modernas que, na verdade, são fruto da própria evolução das tecnologias usadas pela agricultura convencional. Uma delas, por exemplo, são o referenciamento e o posicionamento de áreas do campo com o uso de GPS, para usar com precisão os insumos, adubos e fertilizantes. A própria robótica tem uma especialização agrícola, bem como

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o uso de sensores controlados por celulares, que medem a quantidade de grãos colhidos em cada posição, os níveis de desmatamento, que fazem a gestão de recursos hídricos e outras tecnologias que reduzem o custo de produção e os impactos ambientais. Existe um pensamento que entende que a Agricultura Natural deve percorrer um caminho através de estágios de transição: do convencional para o sustentável, do sustentável para o orgânico e dele para o natural. É uma visão muito interessante. Mas existe um fator limitante no sistema orgânico. O custo. Diante deste desafio, é possível entender que a solução para a redução de custo deverá ser encontrada no uso da tecnologia sustentável. Por isso, quando se fala de Agricultura Natural não se pode ter a visão voltada para a direção da agricultura extensiva ou de subsistência, que usa técnicas rudimentares ou tradicionais. O mundo se urbanizou e a urbanização é uma tendência de curto prazo, até mesmo no continente africano. Segundo dados do Banco Mundial, até 2025, mais de 650 milhões de africanos viverão nas cidades. Os jovens filhos de agricultores já não se interessam tanto pelo trabalho braçal no campo, mas certamente se interessarão bastante por tecnologia. De acordo com o Forum Econômico Mundial, 65% dos alunos do ensino básico vão trabalhar em profissões que ainda não existem. O sonen que condena a agricultura convencional e entende que a agricultura orgânica não deve utilizar tecnologias, até mesmo na substituição do trabalho humano na terra, pouco tem a ver com o conceito de Agricultura Natural. Pode até parecer estranho, mas, além de ser uma agricultura pós-convencional, a Agricultura Natural deve muito a ela, principalmente no que diz respeito à tenocologia, aos métodos e às técnicas.


Levantar a bandeira da Agricultura Natural não quer dizer condenar a agricultura convencional. Muito pelo contrário: é necessário reconhecer sua importância para o implemento da agricultura sustentável, que ainda tem muito a evoluir. Mas não é só isso. Além da tecnologia, o sonen dos novos agricultores é um fator fundamental. Estudos do Fórum Econômico Mundial indicam que o profissional do futuro terá que ter habilidades técnicas, mas também comportamentais, como: resolução rápida de problemas complexos; pensamento crítico, mas criativo; liderança e gestão de pessoas; trabalho em equipe; inteligência emocional; tomada de decisão lógica e intuitiva; orientação a serviços; negociação; flexibilidade cognitiva. São habilidades que desenvolvem o como pensar e não o que pensar. O prazo de validade de uma tecnologia é mais curto. Por isso, o profissional do futuro terá que ter o sonen de aprender para sempre. Como diz o futurista norte-americano Alvim Toffler: “O analfabeto do século 21 não será aquele que não sabe ler

e escrever, mas sim aquele que não souber aprender, desaprender e reaprender.” Por isso, embora seja a origem, a Agricultura Natural também é o futuro, pois tende a se desenvolver e cumprir sua missão de alimentar o mundo a partir de dois fatores essenciais. O primeiro é a evolução da tecnologia da agricultura sustentável, tendo como visão o princípio da agricultura natural. Isso significa usar tecnologias capazes de purificar o solo, a água, o ar e tornar a semente pura. E onde o uso de agrotóxicos e sementes quimicamente tratadas e transgênicas seja reduzido a zero. Assim, o estágio de transição para a Agricultura Natural pode não passar pelo orgânico, ficando assim: Convencional>Sustentável>Natural. O segundo é o sonen dos novos agricultores, que precisarão aliar a tecnologia à sua missão de concretizar o propósito Divino. Eles precisam ter plena consciência de que o alimento puro é algo sagrado concedido por Deus e que deve estar disponível à toda a humanidade.

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iz a Mentoria em Prática do Sonen para aprender um pouco mais sobre as orientações do líder espiritual Yoichi Okada, em que sempre acreditei, embora fosse muito preguiçosa para trabalhar meu pensamento. Sou mais de fazer as coisas, resolver, realizar. A parte do sonen, do pensamento, era muito falha em mim, pois eu não gostava de orar, mentalizar, me concentrar, respirar... Não tinha paciência para isso.

A estudante de Nutrição, Ana Carolina de Souza Santana, 36 anos, de Salvador, BA, conta ao lado o resultado da descoberta do seu “paraíso interior”.

Aprendizados com a Prática do Sonen O sonen mudou a vida destas quatro mulheres de uma forma quase mágica. Aqui elas relatam como sua prática operou esta transformação.

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Confesso também que sempre brinquei com “achar um paraíso interior”, orientado por Yoichi Okada. Várias vezes, falei brincando (mas com um fundo de verdade!) ao passar por um “perrengue” ou uma situação em que me irava: “Agora ache um paraíso dentro de você!” Sou uma pessoa bem racional, lógica e prática. Não costumo me impressionar facilmente com as coisas e, muitas vezes, julguei tratar-se de autossugestão ou frutos da imaginação o relato de algumas pessoas, embora não falasse. Enfim, fiz a primeira aula. Gostei. Na segunda aula, adentramos mais na questão do sonen, de como encontrar o paraíso dentro de nós, da necessidade de contatá-lo, etc. Durante a aula, eu não estava pensando em nada, em nenhum problema. Estava ali com muita humildade, desejando entender o que Deus queria de mim, pois, até então, não entendia direito e nem praticava o sonen – e isso me incomodava. Quando a aula acabou, fiquei refletindo sobre as coisas novas que tinha visto e que estavam dando uma volta de 180 graus na minha cabeça. Uma hora depois, do nada, comecei a sentir uma coisa que nunca sentira antes na vida. Preciso explicar: estava passando por um conflito de equipe num projeto de trabalho, em que havia muita desarmonia. Não nos demos bem de início e, apesar de todos


mantermos a cortesia e a educação, as ideias não batiam, a raiva ocorria com facilidade, não suportávamos olhar e sequer ouvir o áudio uns dos outros pelo whatsApp, no grupo de desenvolvimento. A situação era infernal e, justamente naquela semana, os ânimos estavam bem exaltados. Voltando. Passada aproximadamente uma hora do término da aula, senti um amor enorme pelas duas pessoas do grupo com quem fui obrigada a trabalhar, com uma profundidade que eu não entendia. Até me assustei! Era um amor grande, que eu jamais havia sentido nem por um parente, uma vontade imensa de acolher, proteger, cuidar, como se eu fosse a pessoa responsável pela felicidade delas. Parei e fiquei observando aquilo que estava se passando no meu coração. Não sei explicar com palavras a intensidade: era um amor muito grande. Aí, imediatamente, peguei o celular e mandei uma mensagem para as pessoas que passavam o mesmo que eu: pedi que deixássemos as rusgas de lado, fôssemos mais generosas com as colegas, que relevássemos ao máximo e que fizéssemos o melhor para que elas se sentissem bem ao nosso lado. De fato, naquele dia, em nossa reunião via whatsApp, houve uma melhora geral. Esta sensação foi rápida, durou só uns cinco minutos, mas notei que eu fiquei diferente. Os antigos sentimentos de irritação ainda ocorrem, mas estão bem amenos. Refleti muito sobre isso, pois não tinha feito nenhum esforço, nem entregado nada a Deus: “O que teria acontecido? De onde vinha todo aquele amor?” Entendi que encontrar esse Paraíso talvez fosse mais fácil do que eu imaginava e que não dependia tanto de dominar a teoria (como pensava antes). Dependia mais de entrega, de humildade, de se dispor a buscar. Pensei que só de eu estar ali na aula, buscando compreender o pensamento de Yoichi Okada,

já havia aberto uma fresta do paraíso dentro de mim e talvez o que eu estivesse sentindo fosse um flash desse paraíso. Na terceira aula, continuamos com a programação e, mais uma vez, foi maravilhoso. Na quarta aula, aprofundamos mais sobre o perdão, o paraíso. Era uma quinta-feira. Na sexta, estava numa fila de pagamento, pensando nas coisas novas que tinha aprendido, tentando encaixar as novas ideias, quando comecei a sentir de novo uma coisa totalmente nova. Pensei que desta vez era eu mesma que estava inventando aquilo! (risos) Tentei me controlar, mas foi nascendo uma alegria tão grande dentro de mim, tão sem limite, tão vinda do nada, uma euforia que eu tive vontade de dançar. Claro, que não dancei, mas tive uma sensação de alívio, de vitória, de libertação, misturada com uma vontade de viver... Para ilustrar, era como se eu estivesse na cena do filme Peter Pan em que alguns personagens começam a voar. Isso ocorreu duas vezes nesse dia, mas houve uma terceira vez, dois dias depois, quando fui correr no domingo, e até chorei de felicidade. Em todas as vezes foi rápido, ficando depois só uma sensação de bem-estar. E, sinceramente, só acreditei nisso porque aconteceu comigo! Se uma pessoa me contasse que isso havia ocorrido com ela, eu não acreditaria. Até hoje, me pergunto: “Será que não me auto-sugestionei?” Como não sou de ficar criando uma emoção que não existe (até sinto preguiça disso!), acho que foi real mesmo e posso dizer que minha fé se fortaleceu na realidade desse paraíso interior. Hoje consigo pensar num paraíso concreto dentro de mim e, apesar de não acessá-lo conscientemente, tudo isso só pode ter vindo de lá. E foi maravilhoso. Sou muito grata por este curso ter me ajudado a mudar minha forma cética de vivenciar a fé, a compreender e praticar as orientações de Yoichi Okada. Acho que estou começando uma nova vida.”

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escobri em março de 2018 que estava com um carcinoma agressivo na mama direita. Na época, morava em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, PR. Como minha família é de São Paulo, e minha única filha já havia voltado a morar aqui, voltamos também, meu marido e eu, para a capital paulista. Conheci a filosofia de Mokiti Okada ainda criança, na década de 1970, e sabia da importância do sonen – aliança da razão, do sentimento e da vontade. Mas quando ouvi sobre a Prática do Sonen, em 2005, senti um “clique” dentro de mim e a vim praticando continuamente, junto com meu esposo. Estudava as orientações de Yoichi Okada e cheguei a editar quatro livros com elas para uma instituição no continente africano. Mas nada se compara ao que consegui compreender nos últimos meses sobre o imenso poder do sonen, com a adoção da respiração consciente e da mentalização dos kotodamas (espírito da palavra). Ao retornar a São Paulo, minha única certeza era de que enfrentaria o câncer com leveza, alegria e gratidão. Determinantemente, me policiei para não mais lamuriar (lógico

Ana Cristina Stabelito Dall Stella, 50 anos, jornalista e designer gráfica, de São Paulo, SP, após encontrar o caminho de conexão com a Consciência Original (Divina), entendeu o porquê do seu câncer e o vivenciou com alegria, leveza e gratidão. 36

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que falhei muitas vezes!) e procurei enxergar sempre o melhor de cada situação. Recebi muito Johrei, além do apoio e carinho de familiares e amigos. Também reencontrei muitas pessoas queridas – estava há onze anos fora da cidade. Isso contribuiu imensamente para a evolução positiva do meu quadro. Outro ponto fundamental é que tive a oportunidade de descobrir o quanto uma alimentação totalmente orgânica, isenta de açúcar, glúten, lactose e carne vermelha, pode ser benéfica para nossa saúde e bem-estar. Mais importante ainda é que não só descobri, como também aprendi a preparar inúmeros pratos e hoje, mesmo não sendo imprescindível, decidi manter esta mesma alimentação no dia a dia (mas com certa flexibilidade, lógico!). Dessa forma, não esmoreci ao ter que raspar os cabelos devido à ação da quimioterapia, nem quando precisei enfrentar uma herpes zoster na região da cabeça e face. O tumor diminuiu incrivelmente já após a segunda sessão de quimioterapia que, de oito passaram para seis. Também não tive nenhum dos sintomas comuns a quem se submete a este tipo de tratamento – enjôos, vômitos e náuseas. Fui submetida à mastectomia. Apesar dos riscos de ter um novo acidente vascular encefálico – tive um avassalador em 2003 –, devido a uma máformação congênita artério-venosa – MAV, ocorreu tudo bem. Na biópsia pós-operatória, soube apenas que tinha uma micrometástase num dos nove gânglios retirados da axila direita. Fazendo todo o tratamento pelo SUS, onde tive um ótimo atendimento, também fui submetida a 28 sessões de radioterapia, que efetuei com tranquilidade, sem intercorrências ou queimaduras. Sentindo-me bem e entendendo a razão do aparecimento do tumor, passei a participar de grupos de estudo das orientações de Yoichi Okada (inclusive, hoje coordeno o da Granja Julieta, em São Paulo), das mento-


rias e de reuniões nas casas de outros seguidores desta filosofia. Também voltei a trabalhar: e na minha profissão! Desde que compreendi que o maior pecado que podemos cometer é ignorar a Deus – e fazemos muito isso ao tentar impor nossa individualidade, pontos de vista e “achismos” – resolvi tentar me despir de todo e qualquer resquício do que julgava ser exclusivamente “meu”: meus dons, minhas qualidades, habilidades, meu amor, minhas gentilezas... Como uma folha em branco, tentei iniciar um novo ciclo a cada amanhecer: sendo assim, faria exatamente aquilo que aparecesse. É o que estou fazendo e sentindo uma enorme felicidade dentro do peito. Estava esperando os resultados dos exames finais para relatar minha experiência com a cura do câncer e não entendi porque eles estão sendo adiados desde o final da radioterapia, em abril deste ano, e só serão realizados no próximo mês de agosto. Afinal, todos os exames, consultas e procedimentos a que tive que ser submetida por conta desta doença sempre foram feitos com rapidez e qualidade. Até que meu marido me chamou a atenção: o resultado deste “advento” em minha vida não é a cura física da doença, mas a certeza de que foi disso que eu fui perdoada, purificada, salva e estou tendo a chance de buscar o renascimento como verdadeira filha de Deus. Essa sensação de perdão e salvação começou a brotar em meu coração e a me dar muita tranquilidade. Assim, ainda não sei se estou “clinicamente curada”. Sei apenas que aprendi a me reconectar com Deus, com a Consciência Divina que habita meu ser, a me desapegar dos bens materiais e a me libertar de velhas crenças, formas e dogmas a que vinha me auto-aprisionando há muitos anos. Sem o peso de cobranças e “achismos”, sinto-me bem, leve, feliz e disposta a enfrentar os desafios e turbulências inerentes à nossa evolução. Enfim: também encontrei o paraíso que existe dentro do meu interior.

A pernambucana Ana Patricia Cavalcanti Athayde, 49 anos, arquiteta, que mora em São Paulo, SP, e admistra o grupo de whatsApp SP 100% Trono de Kyoshu, venceu uma situação importante com a Prática do Sonen.

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onheci a filosofia do mestre Mokiti Okada devido a uma situação de conflito familiar que vivenciei há alguns anos, que me levou a carregar por muito tempo a dificuldade em perdoar. No ano passado, tomei a decisão de iniciar em São Paulo, SP, estudos presenciais com as orientações do líder espiritual Yoichi Okada. Com o aprofundamento destes estudos, comecei a ter um entendimento maior sobre a prática do sonen, a respiração espiritual e a força das palavras. A vida trouxe-me surpresas, muitas mudanças e, junto com tudo isso, muita luz. E quando se entra luz, é necessário purificar. Assim, coloquei em prática imediatamente tudo o que vinha aprendendo e percebi que a prática do sonen estava sendo a minha salvação. Primeiro consegui entender, de fato, que tudo o que estava vivenciando era exatamente a situação da qual toda a humanidade, todos os ancestrais e eu fomos salvos, e que era o pecado do qual havia sido perdoada por Deus. Confesso que antes eu achava estar entendendo este processo de salvação, mas existe uma grande diferença entre tomar conhecimento de algo e vivenciá-lo. Se com-

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pararmos com uma fruta, uma coisa é ver a foto dela, outra é saboreá-la. Assim, tive a consciência do perdão e vivi esta experiência. Há algum tempo, passei por uma situação em que me senti profundamente magoada e que também devo ter magoado. Isso me levou a reflexões e estudos cada vez mais profundos sobre o processo de renascimento. Entendo que a prática do sonen tem como propósito a concretização da criação de Deus: depois de sermos perdoados, purificados e salvos, conseguiremos renascer e obter a vida eterna. Como o perdão é o primeiro passo deste processo, refleti que se Deus perdoou a todos, como eu não iria desapegar-me daquele sentimento de mágoa e não perdoar a pessoa? E como também não pedir perdão? Afinal, perdoar e pedir perdão significam também dar paz a si mesmo, ficar livre. Resolvi acolher este sentimento de mágoa, entendendo que era através dele que eu estava sendo perdoada e salva, e o devolvi a Deus junto com meus antepassados. Aí pude experenciar a manifestação do amor de Deus sobre mim e, neste momento, sentir um amor intenso pela pessoa. Continuei cada vez mais praticando o sonen, a respiração, os kotodamas (espírito da palavra) e, algum tempo depois, passei por um momento de muita aflição. Estava dentro do carro esperando meu filho sair do colégio quando, de repente, comecei a ter taquicardia. Imediatamente comecei a praticar a respiração espiritual e a devolver a situação para Deus. Só que a taquicardia aumentava e não parava. Cheguei a pensar em chamar uma ambulância porque comecei a entrar

em pânico, pois isso poderia desencadear um infarto. Pedi ajuda através de orações e sonen para dois grupos de mídias sociais que participo, comunicando que eu estava com medo de morrer. Foi quando todos entraram em sonen coletivo e, depois de alguns minutos, fui orientada que eu precisava devolver o medo de morrer. Neste momento, junto com a respiração, eu pedia perdão a Deus em voz alta e devolvia este medo da morte. Em poucos minutos, tudo voltou ao normal. Deste episódio, percebi três coisas: a primeira é que no momento em que vi que eu não controlava os batimentos cardíacos, fiquei mais consciente de que é Deus quem comanda tudo; a segunda é que naquele momento tinha uma pessoa ligada a mim que estava na UTI, e que veio a partir para o mundo espiritual cinco dias depois – acredito que ela, como antepassado se manifestou em mim e que, através do sonen, pôde ter partido consciente que foi perdoada e que teria a vida eterna; e a terceira é que precisamos estar atentos ao ponto focal do que devemos entregar, devolver a Deus. Para esta percepção, o sentimento é o condutor. Também sou a mentora de um grupo que realiza o Estudo e a Prática do Sonen num espaço holístico no bairro de Moema, na capital de São Paulo e uma das minhas grandes satisfações é ver o quanto cada um evoluiu desde que começou a realizar este trabalho. Enfim: hoje me sinto mais forte e mais feliz. Levo a certeza de que tenho um futuro completamente novo me aguardando para ser vivido, e isso é o essencial.”

Para anunciar, entre em contato pelo email: contato@mundoki.com.br

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curso Os Fundamentos da Saúde ea

Prática do Sonen Objetivo

Reconhecer que já somos saudáveis e retornar a esse estado original de saúde, possibilitando assim o nosso renascimento como seres que viverão espiritualmente na eternidade em conformidade com as Leis da Natureza e da Criação.

Metodologia

Explanações, Meditação, Respiração Espiritual, Mentalizações, Prática de Kotodamas (força do espírito da palavra).

Professor:

João Baptista Gil Junior (Bá) Carga horária:

8 horas

Conteúdo Programático

• O reconhecimento da Saúde Original • O processo natural de autorregulação do organismo

4 encontros semanais

• A Prática do Sonen e o retorno à Saúde Original

• O renascimento e a mudança de hábitos

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Mais informações no site:

www.mundoki.com.br Mundo Ki


mentoria

Prática do Sonen Nível Básico

Objetivo

Religação da nossa autoconsciência com a consciência original – ou religação com Deus através do nome Messias para a criação de um futuro completamente novo.

Metodologia

Explanações, Mentalizações, Respiração Consciente, Kotodamas (força do espírito da palavra).

Mentor:

Gilmar Dall Stella Carga horária:

6 horas

5 sessões

Conteúdo Programático

• Sessão 1 – O Plano Cósmico da Criação e

Evolução

• Sessão 2 – A Consciência Original e a Autoconsciência

• Sessão 3 – O conceito e a Prática do Sonen • Sessão 4 – A Respiração Consciente, as

emoções e os sentimentos

• Sessão 5 – A mentalização e a criação do Futuro Novo

Mais informações no site:

www.mundoki.com.br


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