Mundo Social

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EDIÇÃO Nº 3 | OUTUBRO DE 2010 ESTA REVISTA FAZ PARTE INTEGRANTE DO “JORNAL DE NOTÍCIAS” NÃO PODE SER VENDIDA SEPARADAMENTE

M Mundo Social

Maravilhas Naturais

“Se queremos salvar alguma coisa, primeiro precisamos de saber apreciá-la realmente”

Vila Nova de Poiares

“Tentamos manter os valores da cordialidade, da fraternidade e da amizade entre as pessoas”

Museu do Côa

“A visita ao Museu está dividida por salas temáticas que explicam o trajecto da Humanidade”

Memórias da Ria » “Navegar na Ria é sentir, é recordar a história, as tradições,

as salinas, os barcos, as suas proas coloridas que dão vida aos canais que serpenteiam esta linda cidade”

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Índice 03 Editorial

editorial Em Setembro entramos num mês de recomeços e stress, o chamado stress pós-férias. Estudos indicam que 40 por cento dos trabalhadores têm dificuldade em ligar de novo o interruptor do quotidiano. A rotina centra-se no recomeço da escola ou do trabalho. Porque entramos numa nova estação e as 24 horas do dia parecem pequenas, porque há reencontros e porque se conhecem pessoas novas. Na redacção do Mundo Social o verdadeiro stress aconteceu, como em qualquer fecho de edição nos últimos dias, telefonemas, entrevistas, fotografias e um Portugal que se quer novo, um Mundo Social renovado. Uma equipa nova com vontade de fazer mais e melhor, de percorrer Portugal como um todo. Olhar para a rosa-dos-ventos e mostrar a iniciativa pública e privada. Lazer, destaques e opinião, pura, “nua e crua” destacando cada identidade do poder local. Partímos da curiosidade e ouvimos vários pontos de vista, através deles fomos em descoberta de algumas das maravilhas naturais e edificadas deste país. Gravuras rupestres e castelos. Histórias e estórias. Pessoas e lugares gravados em pedras e elevados em muralhas contam o perfil de vitórias e desgraças. Hoje, os reis estão esquecidos e são heróis nos filmes de animação. Os políticos e as suas políticas não geram consenso. A frase do Almirante Cândido dos Reis, nas vésperas do 5 de Outubro de 1910, foi motivadora e tal como nessa altura, hoje quando se celebram os 100 anos da Republica, é actual, apela à união, a um dever que não pode ser adiado e no Mundo Social não estamos sozinhos porque queremos que todos cumpram o seu dever. “A Revolução não será adiada: sigam-me, se quiserem. Havendo um só que cumpra o seu dever, esse único serei eu.”

04 NOTICIAS Universidade de Aveiro Rota da Bairrada Hotel Rural Mira Serra 07 ESPECIAL Grutas de Mira D’Aire CM de Porto de Mós Água do Fastio Empresa Hoteleira do Gerês CM de Terras de Bouro 14 PONTO DE VISTA Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho Mola Olivarum Ordem dos Médicos Veterinários 18 DESFRUTAR Refúgio da Vila Hotel Rural Zoo da Maia CM de Aveiro Maria da Apresentação da Cruz e Herdeiros Glicínias Plaza Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro Nova Casa dos Leitões Restaurante Espelho D’água Douro Acima 31 PODER LOCAL CM de Vila Nova de Poiares CM de Moimenta da Beira CM de Miranda do Douro CM de Sátão CM de Montalegre CM de Fornos de Algodres JF de Cunha Baixa JF de Abrunhosa-a-Velha Museu do Côa JF de Castelo Melhor JF de Muxagata JF de Numão JF de Sebadelhe JF de Custóias 54 ACÇÃO SOCIAL Associação de Infância e Terceira Idade de Lamego Fumeiros Porfírios

FICHA TÉCNICA Editor: Carlos Borges | Redacção: Carene Monteiro, Elsa Carvalho, Marina Barros | Departamento Gráfico: 2x7 Design (2x7design@gmail.com) - Mónica Fonseca,VanessaTaxa | Banco de Imagens: Stock.xchng | Director Comercial: Rui Martins | Departamento Comercial: André Lopes, Elisabete Martins, Ferreira da Silva, Leonardo Vasconcelos | Departamento Financeiro: Nelson Cabral | Propriedade: Pagimodelo – Edições Periódicas, Lda. - Rua Nova do Souto, 179 - 4470- 205 Maia | | Telefone: 22 955 14 64 | Fax: 22 955 14 60 | Contribuinte: 50865288 | Director Geral: António Alpoim | Coordenador Geral: Raul Pereira | Impressão: Gráfica de Paredes | Distribuição: Com o jornal: Jornal de Notícias | Periodicidade: Mensal | Registo Depósito Legal 305309/10

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» Notícias

Universidade de Aveiro abre candidaturas para 27 Cursos de Especialização Tecnológica

A Universidade de Aveiro, através de três das suas escolas superiores: Escola Superior Aveiro Norte (ESAN), Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda (ESTGA) e Instituto Superior de Contabilidade e Administração da Universidade de Aveiro (ISCA-UA), vai ministrar, este ano lectivo 27 Cursos de Especialização Tecnológica (CET) praticamente todos em regime pós-laboral. A criação de oportunidades de formação para públicos diversos, com necessidades específicas, tem sido, uma prioridade para a Universidade de Aveiro. Neste sentido, a oferta formativa desta instituição procura dar resposta aos desafios com que os indivíduos se deparam em termos profissionais, oferecendo alternativas válidas e reconhecidas internacionalmente. Os cursos de especialização tecnológica são cursos pós-secundários não superiores que visam a aquisição do nível IV de formação profissional. Os planos de formação destes cursos estão direccionados para uma efectiva inserção profissional e para assegurar também o reconhecimento dessas aprendizagens para efeitos de prosseguimento de estudos no ensino superior. Estes planos compreendem as componentes de formação geral e científica e de formação tecnológica.

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Este ano lectivo, Águeda, Albergaria-a-Velha, Aveiro, Cantanhede, Estarreja, Oliveira de Azeméis, Ovar, S. João da Madeira, Sever do Vouga e Vagos são os concelhos onde vão decorrer os Cursos de Especialização Tecnológica, em áreas tão variadas como Automação, Robótica e Controlo Industrial, Banca e Seguros, Desenvolvimento de Produtos Multimédia, Energias Renováveis, Gestão da Qualidade, Instalações Eléctricas e Automação Industrial, Instalação e Manutenção

a cooperação com a sociedade. Criada em 1973, rapidamente se transformou numa das mais dinâmicas e inovadoras universidades do país. Frequentada por cerca de 13 mil alunos em programas de graduação e pós-graduação, a UA desde cedo assumiu um papel de relevância no panorama universitário do país, inserindo-se no grupo da frente no que diz respeito à qualidade

de Redes e Sistemas Informáticos, Logística e Organização e Planificação do Trabalho. A oferta contempla ainda as áreas de Práticas Administrativas e Tradução, Projecto de Moldes,

das infra-estruturas que oferece, à qualidade da sua investigação e à excelência do seu corpo docente. A UA é um parceiro privilegiado de empresas e de outras entidades nacionais e internacionais, com as quais coopera em diversos projectos e programas e às quais presta importantes ser-

SIG - Sistemas de Informação Geográfica, Técnicas de Gestão de Turismo, Tecnologia Mecatrónica, Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação e Topografia e Desenho Assistido por

viços, sendo por isso um espaço de investigação onde se desenvolvem produtos e soluções inovadoras que contribuem para o avanço da ciência e tecnologia.

Computador. A Universidade de Aveiro (UA) é uma instituição pública que tem como missão a intervenção e desenvolvimento da formação graduada e pósgraduada, a investigação e

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» Notícias

Associação Rota da Bairrada

A Promoção da marca Bairrada! A Rota da Bairrada é uma asso-

a actividade vitivinícola, mas numa

ciação sem fins lucrativos, criada

perspectiva mais integrada. Recen-

em 2006, que tem como principal objectivo a promoção da marca Bairrada. Desta forma, é a respon-

temente inauguraram um espaço em Coimbra, Bairrada Lounge, em

sável por reunir os vários intervenientes na área do turismo, de toda a região, e proporcionar a todos, associados e turistas, momentos

parceria com o Dolce Vita, onde vão promover, durante meio ano, os produtos da região. As iniciativas da Associação não seriam possíveis sem a presença forte e motivada

mágicos. Um desses momentos mágicos é a 3ª Gala do Espumante Bairrada, que se vai realizar no dia 13 de Novem-

de todos os associados, os oito municípios, os diferentes produtores, hotéis e instituições. Sinal de que este é um projecto com futuro e

bro de 2010, no emblemático Curia Palace Hotel. As expectativas são altas e acredita-se em mais um sucesso. Como refere Jorge Sam-

que está no bom caminho. Vale a pena visitar a sede da Rota da Bairrada na antiga esta-

O fim da ruela mais alta de Abrunhosa-a-velha, em Man-

ção de caminhos-de-ferro da Curia “uma obra que enche de orgulho a Câmara Municipal da Anadia e todos os membros da Associação”

gualde, esconde o conforto e a singularidade do Hotel Rural Mira Serra. O majestoso portão que assinala a

afirma Jorge Sampaio. Neste espaço é possível comprar vinhos, artesanato local, produtos regionais, fazer marcações de visitas, conhecer com

entrada deixa transparecer, mais ao longe, o imponente edifício, a apetitosa piscina, a inebriante vista sobre a Serra

mais detalhe todas as iniciativas da Associação, participar em várias sessões de provas e de leitura. Para o futuro fica o desejo de abrir um

da Estrela. Uma pequena escadaria separa o exterior do interior

por toda a quinta ou jogar ténis. Um pouco por todo o

do Hotel. O sorriso e a simpatia de quem lá trabalha fazem-nos sentir em casa. Em cada um dos 20 quartos a

espaço que envolve o edifício principal encontram-se poemas cravados em azulejos, pequenos bancos de pedra

subtileza e requinte da decoração criam um ambiente especial e acolhedor. Casa de banho completa, televisão

que outrora acolheram casais apaixonados. E eis que no ponto mais alto da propriedade surge, soberba, a cape-

e telefone são apenas alguns dos serviços que têm para oferecer. Mais do que um Hotel,

linha. E quando a fome apertar, o Mira Serra disponibiliza iguarias inigualáveis e caseiras.

o Mira Serra é um refúgio onde se respira tranquilidade, onde se descansa do frenesim citadino. Com as preocupa-

As uvas da própria vinha, as sobremesas acabadas de fazer, as compotas de vários sabores, o pão ainda quente e

ções do lado de fora, o mais importante é aproveitar os momentos únicos da vida. O parque infantil mantém

a água pura são algumas das especialidades. E se tudo isto não for suficiente lembre-se que não há

os miúdos ocupados e em segurança enquanto os pais podem dar longos passeios

nada melhor do que desfrutar do melhor da vida na companhia de quem mais ama.

paio, Vereador da Câmara Municipal da Anadia e um dos principais impulsionadores da Rota: “A Gala do Espumante é um dos pontos altos da Rota da Bairrada, onde criamos uma noite de charme e magia em torno do espumante e da nossa região”. A Rota da Bairrada é também responsável por outras iniciativas, nomeadamente, Bairrada Gourmet, um jantar onde se dá a conhecer os melhores vinhos e iguarias da região. Momentos Bairrada, um evento a nível nacional, que apresenta toda a oferta turística da região, não só

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espaço como este nos oito municípios que integram a Rota. Visite o Espaço Bairrada e surpreenda-se com as maravilhas desta região.

Hotel Rural Mira Serra

A singularidade do Mira Serra

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7 Maravilhas Naturais de Portugal

Especial «

Missão Para a New 7 Wonders Portugal® o nosso Património é o nosso Futuro e por isso inspira e sensibiliza a população em geral para a necessidade de preservar o legado que deixamos às futuras gerações, através

“7 MARAVILHAS NATURAIS DE PORTUGAL ” ®

de projectos baseados na votação popular.

A eleição das “7 Maravilhas Naturais de Portugal®” surge em antecipação à campanha mundial, para eleger as “Novas 7 Maravilhas da Natureza®” em 2011. É um projecto pioneiro, que coloca os olhos do mundo nas imensas belezas naturais de Portugal.

Visão

A eleição das “7 Maravilhas Naturais de Portugal®” pretende sensibilizar os por-

Segundo Bernard Weber, fundador da New 7 Wonders

tugueses para a necessidade de preservar o património natural do nosso país.

Foundation® e criador deste movimento mundial, “se queremos salvar alguma coisa, primeiro precisamos de saber apreciá-la realmente”. O que nos é dado pela

Porque 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade, este projecto vem reforçar um movimento ambientalista que cresce a nível global e pretende ser uma referência no contributo para a sustentabilidade ambiental no nosso país. Foram consideradas “Maravilhas Naturais de Portugal”, os monumentos naturais

natureza e se perde é irrecuperável, devendo por isso ser ainda mais valorizado e estimado.

“7 Maravilhas da Natureza ” ®

A eleição das “Novas 7 Maravilhas do Mundo®” em 2007 foi o primeiro exercício democrático a nível mundial, da história da Humanidade. Pela primeira vez todos os povos, de todos os países, de todos os continentes, se uniram para escolher algo em comum. Dessa gigantesca campanha a nível mundial foram eleitas as “Novas 7 Maravilhas do Mundo®”, a partir do Estádio da Luz, em 07.07.2007. Pela primeira vez foi criada uma “memória comum”: 7 coisas que todos devemos recordar e 7 símbolos de união que respeitam, honram e celebram a 7 Maravilhas diversidade cultural do nosso planeta. Com as “7 da Natureza®”, a realizar em 2011 a nível mundial, vai ser destacada e celebrada a beleza do nosso planeta. O mote oisa, primeiro do projecto, “se queremos salvar alguma coisa, precisamos de saber apreciá-la realmente”, reforça a sidade mensagem de que a Natureza e a Biodiversidade abisão o grande património comum a todos os habidos tantes do Planeta Terra e devem ser preservados

em território nacional que contenham um ou mais aspectos de raridade ou representatividade em termos ecológicos, estéticos, científicos e culturais.

Os nomeados são organizados nas seguintes 7 categorias, que representam a diversidade paisagística de Portugal:

1

Zonas Marinhas

2

Grutas e Cavern Cavernas

3

Praias e Falésias

4

Florestas e Matas Mat

Parque Natural da R Ria Formosa

Grutas de Mira de A Aire

Portinho da Arrábida Arrábid

5

Grandes Relevo Relevos

6

Zonas Protegida Protegidas

7

Zonas Aquática Aquáticas não Marinhas

Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico

Parque Nacional da Peneda-Gerês

Lagoa das Sete Cida Cidades

info in:www.7maravilhas.sapo.pt/#/pt/press-center

Floresta Laurissilva da Madeira

de forma consistente e urgente. ma A Natureza e a sua preservação é hoje um tema al, que ocupa o topo da agenda a nível mundial, odo obrigando governos e líderes políticos de todo ar o mundo a desenvolver esforços para encontrar equilíbrio entre o desenvolvimento Humano e susciativa de tentabilidade dos ecossistemas naturais. A iniciativa amar a eleger as “7 Maravilhas da Natureza®” vai chamar de atenção da opinião pública para a necessidade de preservar todas as belezas naturais. ais Em 2010 foram eleitas as “7 Maravilhas Naturais orde Portugal®”, em que a New 7 Wonders Portugal® antecipa todo o movimento global em za®” torno da eleição das “7 Maravilhas da Natureza®” – seremos o primeiro país a nível mundial a eleger oloca na as suas maravilhas da natureza, o que nos coloca biental e de linha da frente em termos de preservação ambiental sustentabilidade.

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» Especial

Grutas de Mira de Aire

“Aqui tão perto...” ...uma das recentes 7 Maravilhas Naturais de Portugal, eleita em Setembro, na categoria de “Grutas e Cavernas”. As Grutas de Mira de Aire são as maiores na sua categoria, não só porque foram eleitas mas turisticamente também. Dos 11 quilómetros descobertos podemos visitar 700 metros de beleza natural.

A

s maiores grutas de Portugal, que podem ser percorridas por turistas, já recebe-

“O Conde de Monte Cristo” e em vários espectáculos de variedades. O entrevistado garante que as

ram mais de seis milhões e meio de visitantes. Para Carlos Alberto, administrador das Grutas, este é um prémio importantíssimo para a

preocupações ambientais e de preservação são as mesmas desde a descoberta das grutas em 1947. Dez anos depois foi criada uma zona de

divulgação do nome das grutas, da freguesia e do concelho, “Embora Mira de Aire já tivesse posto, há muito, o Concelho de Porto de Mós no

protecção interditando a construção num raio de 100 metros à volta da entrada natural da gruta. Já nesta altura, no agora remoto ano de 1958, as

mapa. O prémio originou que todo o Concelho ficasse conhecido pela sua beleza natural. Ao visitarem as grutas, as pessoas vão querer visitar outros

Grutas de Mira de Aire, maravilha de Portugal, foram consideradas imóveis de interesse público. Parcerias que garantam a sobrevivência natural das Grutas são vital para a administração e a Sociedade Portuguesa de Espeleologia é o

locais de interesse e isso vai ser uma mais-valia para a região de turismo de Leiria-Fátima”, explica satisfeito. “As grutas são uma dádiva da natureza e de Deus, para compensar tanta pedra e terreno árido”, refere Carlos Alberto devido à característica do solo. Natural(mente) famosas a divulgação das grutas ultrapassa os meios tradicionais, a Internet e os visitantes deslumbrados. Participa, também, em séries, como os “Morangos com Açú-

primeiro parceiro nas preocupações diárias. “Ao longo destes anos todos, têm sido um parceiro importantíssimo, temos um protocolo de apoio científico, que nos ajuda a combater os fungos que vão aparecendo e a descobrir novas galerias.”

car” ou filmes, como a adaptação da

A história pessoal do administrador confunde-se com a das Grutas de Mira de Aire, “a minha juventude foi basicamente passada nos bura-

obra literária de Alexandre Dumas,

cos”. Carlos Alberto explica que quan-

do foi constituída a sociedade que explora as grutas, em Junho de 1971, era necessário alguém que gostasse, conhecesse e descesse ao interior para poderem começar a explorar, um processo na altura muito rudimentar. “Vim porque era necessário entrar nas zonas mais difíceis, controlar os trabalhos porque existiam algumas zonas muito sensíveis. Por exemplo, o arquitecto, que era excepcional, faltava-lhe sensibilidade para a Gruta. Tínhamos que fazer tudo e estragar o menos possível, o fio eléctrico, por vezes, tinha de dar uma volta de 20 metros”, conta animado. Uma parceria apenas interrompida durante o serviço militar mas mesmo assim aos fins-de-semana o amor telúrico falava mais alto e em 1975, já com a Gruta aberta ao público, voltou, “digamos que o grosso da gruta foi realizado sob minha orientação”. “Existiam aqui moinhos tão velhos, que ninguém se lembra de alguma vez terem trabalhado. As grutas eram conhecidas por Grutas dos Moinhos Velhos”, explica Carlos Alberto para referir alguns projectos de futuro. A distinção desta maravilha natural

Carlos Alberto, Administrador das Grutas trouxe apenas mais vontade de trabalho e divulgação do melhor que Mira de Aire produz ou produziu. “Existem moinhos que restauramos e temos mais um em conclusão, vão ter painéis explicativos desde a sementeira até à moagem dos cereais. Depois queremos que as pessoas possam levar um saquinho de farinha como recordação, ou um pão com chouriço cozido na hora. Por parte do poder local, gostaríamos que fosse criado um parque de auto-caravanas, para criar melhores condições aos turistas. Queríamos também que se criasse uma sinalética mais apropriada”.

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Câmara Municipal de Porto de Mós

Especial «

Maravilhas de Pedra João Salgueiro, Presidente

Em Setembro o concurso “Sete Maravilhas Naturais de Portugal” deu outro relevo ao Município de Porto de Mós e às Grutas de Mira de Aire com a eleição destas na categoria de “Grutas e Cavernas”. A Revista “Mundo Social” entrevistou o autarca orgulhoso que também analisou o Município.

Para João Salgueiro a localização

A economia permite, para além do desenvolvimento da região, melhorar a qualidade de vida criando

de Mós, sobretudo este Maciço Calcário que em termos de turismo de natureza é um grande pólo de atracção de toda esta

central de Porto de Mós é uma mais valia para a região. No entanto, a rede viária isolava o Município dessa posição estratégica. “Com

novas condições e oportunidades que neste momento são necessidades reais do Concelho. “Em Porto de Mós podemos dizer que se vive

região”, revela João Salgueiro. Afinal, este era o complemento que faltava numa região intermunicipal por si só maravilhosa. “Sabemos

os novos traçados que estamos a executar na região ficamos com o principal nó rodoviário que tem de ser aproveitado para a fixação

bem. Estamos acima da média a nível regional e dentro da média nacional”, assegura. Neste momento o desemprego afecta maioritaria-

que em termos de turismo uma região deve ser complementar e é isso que acontece. Este prémio, de certo modo, é a cereja em cima

de empresas e empresários que procuram soluções para escoar e receber as matérias-primas”, explica o presidente objectivo. Afinal,

mente a mão-de-obra feminina com mais de 40 anos, uma dificuldade a todos os níveis, nomeadamente a adaptação a novas realidades, o

do bolo. Em termos históricos a vila da Batalha tem o Mosteiro, e o nosso Concelho tem o Centro

este desenvolvimento económico permite melhorar as condições de vida dos munícipes, “portanto seria uma asneira, um erro, não aprovei-

que se reflecte na realidade social do Município. Quando caminhamos, quer por

de saúde em Juncal, e claro, a conclusão de mais uma fase do parque industrial. Obras que “estão a ser comparticipadas pelo QREN, pois

diversas cidades de Portugal, quer por cidades internacionais como nas da China, Macau ou Brasil,

sem este apoio não haveria possibilidade económica para os suportar”, conclui João Salgueiro.

A

s Grutas são bastante importantes para Porto

de Interpretação da Batalha de Aljubarrota. Temos também, Fátima, como grande pólo de atracção turística religioso, e as Grutas de Mira de Aire complementam esta oferta a nível natural”, realça o autarca satisfeito. Cada recanto é um encanto e

O Município...

tarmos essa futura rede viária do país”, reforça satisfeito.

70 por cento da pedra usada é nacional. Afinal, a famosa calçada portuguesa embeleza estes e outros locais, por isso, a pedra é um factor de orgulho para a região e para as empresas locais que extraem, exportam e transformam com o saber dos cerca de 200 mestres calceteiros de Porto de Mós. A destacar como projectos em curso e a realizar: a conclusão do saneamento e da Casa da Cultura em Mira de Aire; o Parque Verde da vila de Porto de Mós; a extensão

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em parceria com a Sociedade de Espeleologia, nacional e internacional, as Grutas são analisadas, descobertas, catalogadas e, essencialmente, preservadas. Segundo o autarca “são um ponto de interesse e temos incursões de várias equipas ao subterrâneo. Com uma extensão de 11 km descobertos estas galerias implicam cuidados especiais”. Cada vez mais o stress dos centros urbanos impulsionam a população a procurar refúgios, locais de distracção e descanso onde podem conciliar a Natureza com outros atractivos locais como gastronomia e artesanato. “Aqui temos a terapia certa”, assegura João Salgueiro que consegue aliar e enumerar os factores descritos como atracções do Município de Porto de Mós.

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» Especial

Água do Fastio

Água que prima pela inovação Água do Fastio, a marca âncora do Grupo Águas do Arieiro, tem origem numa das Sete Maravilhas de Portugal

O

Grupo Águas do Arieiro

inicia o engarrafamento e distribuição da Água do Fastio- Água Mineral Natural, em 1979, em plena Serra do Gerês. Foi uma aposta segura já que esta Água, nascida na Gruta Nossa Senhora do Fastio, é reconhecida há mais de 100 anos pela sua origem, naturalidade, características minerais únicas e composição equilibrada. António José Curado, Director de Marketing da Água do Fastio S.A dá-nos a conhecer, em detalhe, esta marca e faz uma reflexão dos ganhos que a mesma poderá obter ao estar inserida numa das sete maravilhas de Portugal, o Parque Nacional da Peneda do Gerês. Mundo Social: O Grupo Águas do Arieiro conta já com 80 anos de história. Quais são os principais marcos de referência à evolução

do consumidor, inicia o engarrafamento e distribuição da Água do Fastio – Água Mineral Natural, que é hoje a Marca âncora do Grupo. Em 2008, adquiriu a Água Campilho – Água Mineral Natural, afim de reforçar o seu portfólio nas diferentes categorias de Água

MS: O que é que a população ganha com a vossa presença na região? AC: Não podemos deixar de realçar o papel relevante do Grupo em termos de empregabilidade das

milhares de consumidores através de votação online e pelos membros da Comissão de Honra, que a elegeram a Marca preferida na catego-

MS: O Prémio World Lifestyle, atribuído á Água do Fastio, é uma prova dessa aposta no natural, na qualidade?

ria das Águas Minerais Naturais. Em segundo lugar, porque a World Lifestyle premeia e divulga Marcas de Excelência e Prestígio, social-

por todo o País.

do Fastio, quais são as principais características desta água, o que a torna a âncora

na área das bebidas não alcoólicas (produção, engarrafamento e distribuição). Em 1963, e acompanhando as evoluções tecnológicas e

do grupo? AC: É uma água com características minerais úni-

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de seja garantida. Só assim se explica os 30 anos de grande sucesso da Água do Fastio.

dos colaboradores e das numerosas famílias que trabalham no Grupo Arieiro,

é um exemplo de sucesso no nosso país. Teve início em 1930, com a família Perez e tem centrado, desde então, a sua actividade empresarial

do comportamento e necessidades

recebemos a notícia da atribuição á Água do Fastio, do Prémio World Lifestyle. Em primeiro lugar, porque a Água do Fastio foi distinguida por

populações locais nessas áreas geográficas mais interiores, ao que acresce a forte estabilidade de permanência

MS: Centrando as atenções na Água

e uma diversidade de Marcas de refrigerantes, como o Frutol, Trevo, Spent e sob licença a RCCola. Em 1979, e adequando-se à evolução

AC: Foi com dupla satisfação que

nossa máxima é a oferta constante de um produto natural e quanto a isso não há desvios. Trabalhamos afincadamente para que a qualida-

Engarrafada.

do grupo? António Curado: Podemos afirmar que o Grupo Águas do Arieiro

legislativas, o Grupo centrou a sua actividade nas Caldas da Rainha, engarrafando desde essa altura a Água do Arieiro (com e sem gás),

cas e de composição equilibrada. A

A Água Fastio, tem sido, desde sempre pioneira na inovação”

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Água do Fastio

Especial «

mente responsáveis e que actuam

midores finais no sentido de con-

origem, numa das sete Maravilhas

em benefício de projectos concre-

tribuirmos para a valorização de

Naturais de Portugal.

tos de inclusão social, contando ainda com a SIC Esperança para a

algumas acções desenvolvidas na Serra, nomeadamente as caminha-

sua selecção e implementação.

das. Aquando da nomeação do

MS: Qual é o conceito da Fastio

Parque como Maravilha de Portugal também contribuímos com a

Family, foi criada para responder a

divulgação do evento, distribuímos

que público? AC: A Água Fastio, tem sido,

documentação de explicitação à

desde sempre pioneira na inova-

gal. É pois uma grande vantagem

ção em termos de Packing, sendo Fastio Family uma embalagem claramente inovadora, e facilita-

para a Água do Fastio, ter a sua

votação nas Maravilhas de Portu-

É pois uma grande vantagem para a Água do Fastio, ter a sua origem numa das sete maravilhas”

MS: Apresente alguns argumentos para que se continue a consumir Água do Fastio? AC: A Água do Fastio é uma água mineral natural com uma composição única, muito baixa mineralização o que a torna bastante equilibrada e tem origem na beleza natural da Serra do Gerês. Um produto com o carimbo nacional.

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dora do consumo de Água. Engarrafada, nomeadamente em casa, é uma embalagem que cabe na porta do frigorífico, é ergonómica, vai à mesa, e tem uma pega que lhe permite um fácil manuseamento. É pois uma estratégia que assenta num conjunto de embalagens, para os diferentes momentos de consumo, em diferentes locais. MS: O Parque Nacional Peneda do Gerês foi eleito como uma das Sete Maravilhas de Portugal, como é que o grupo viu esta distinção? AC: Em primeiro lugar, gostaríamos de aproveitar esta oportunidade para saudar todas as entidades envolvidas neste projecto, que finalizou com a atribuição ao Parque Nacional da Peneda Gerês como uma das sete Maravilhas Naturais de Portugal. É ainda de saudar as “gentes do Gerês “ que souberam ao longo de décadas e gerações conservar e preservar este rico património natural. MS: O que é que a marca ganha com essa nomeação? AC: A Água do Fastio, que sem se desviar da naturalidade do produto oferecido, tem desde 1979 pugnado pela sua valorização – o nosso rótulo é uma paisagem da Serra do Gerês, a Marca está sempre associada à Serra do Gerês, sendo inclusive o nosso claim – “A Serra do Gerês em garrafas”. Temos, em conjunto com a Câmara de Terras do Bouro, através da nossa rede de vendas, espalhado documentação junto dos retalhistas da restauração e consu-

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» Especial

Empresa Hoteleira do Gerês, Lda.

“Faça Férias no Gerês” H á notícia da existência de

médio e longo prazo. Actualmente a

unidades hoteleiras, nas

E.H.Gerês mantém ao serviço cerca

Termas do Gerês, desde finais do século XIX. Em

de cinquenta postos de trabalho, oitenta, durante o período termal.

gurou o Hotel Ribeiro. Seguiu-se o Hotel Universal, na mesma época. Quando a Empresa Hoteleira do Gerês iniciou as suas actividades, na década de 20, do século passado,

ce sempre presente no nosso planeamento. Atestam a nosso favor, os investimentos substanciais, rea-

acrescentou, a essas duas unidades, o Hotel do Parque, o Hotel das Termas e o Hotel Moderno, o qual viria a ser destruído por um incêndio em

O convite está feito por uma das empresas com mais tradição no ramo hoteleiro e que melhor conhece a região. Carlos Oliveira Padrão e Ernestina Lopes, directores, contam-nos esta história de sucesso entre uma empresa com tradição e a natureza que os acolhe e envolve, agora eleita maravilha natural de Portugal.

1961. Durante décadas a vida e a animação termais giraram em torno destes Hotéis. Nos últimos anos foram reconstruídos os Hotéis Termas e Universal e muito recentemente foi completamen-

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te reedificado o antigo Hotel Ribeiro dando origem ao novíssimo Hotel Apartamentos Gerês Ribeiro. Entretanto a E.H.Gerês já fez investimentos complementares destinados à modernização, no Parque de Estacionamento, criação de Zonas Comerciais e outras de lazer; Piscina, Campos de Ténis, Discoteca, Sala de Conferências, Adega Regional e Bar da Adega. A E.H.Gerês está ainda inserida no ramo de actividade “Outros Transportes Terrestres de Passageiros Diversos.” A estratégia da Empresa privilegia a modernização das unidades hoteleiras, bem como os Transportes de Passageiros, tendo em vista melhorar os serviços aos clientes, assegurando-lhes melhor qualidade, conforto e mais segurança. Relativamente aos serviços de transportes, criámos diversos circuitos turísticos, com visitas aos pontos referenciais do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Estamos agradados e cada vez mais responsabilizados com a recente eleição do Parque Nacional Peneda-Gerês, como uma das “Sete Maravilhas Naturais de Portugal”. Ficamos contentes e esperamos que a divulgação da Região a nível nacional e internacional, tenha reflexos positivos, quer em termos promocionais, quer económicos a

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mas atinge um número superior a

1884, António Joaquim Ribeiro inau-

A evolução da Empresa permane-

lizados ao longo das duas últimas décadas. Os investimentos efectuados foram orientados para a nova tecnologia e modernização, através da introdução de novos serviços turísticos. Estivemos e continuamos conscientes da necessidade e interesse em levarmos a cabo os cursos de formação profissional, direccionados para a Empresa, nos transportes públicos e unidades hoteleiras. Congratulamo-nos com a realização dos vários cursos e com o bom aproveitamento registado nos mesmos. Ainda que expectantes, estamos relativamente confiantes na maior procura do Gerês, quer no fluxo turístico, quer no aproveitamento das Termas, pois é oportuno e justo referir que o Gerês oferece já, boas condições, com estadia confortável, gastronomia típica e variada, e escolha diversificada. O plano estratégico de desenvolvimento da E.H.Gerês, mantém-se activo, porque entendemos que o Gerês é um pólo turístico a desenvolver e só com infra-estruturas de qualidade poderemos prosseguir, contando naturalmente com a ajuda do poder político, local e central, para assim atrairmos os turistas nacionais e estrangeiros, a bem do Gerês e do País. Por fim, pretendemos referenciar a visita e estadia nas unidades hoteleiras do Gerês, no passado, de alguns ilustres (D. Luís, D. Maria Pia, D. Carlos, D. Amélia, Brito Capelo, Roberto Ivens, Ramalho Ortigão, Miguel Torga, Cardeal Cerejeira, Oliveira Salazar e tantos outros), tendo o Gerês, na época, sido palco de numerosos e variados acontecimentos sociais, que lhe confere um lugar impar na memória da hotelaria termal nacional e internacional.

Mundo Social

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Câmara Municipal Terras de Bouro

Maravilha Natural

Especial «

Rosa Mota, Madrinha da Candidatura do Parque Nacional da Peneda - Gerês e Joaquim Cracel, Presidente

No Parque Nacional da Peneda Gerês respiramos beleza e harmonia. É a única área protegida portuguesa com essa denominação e é também uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal, eleita recentemente no âmbito do concurso organizado pela New 7 Wonders Portugal, no dia 11 de Setembro, na cidade de Ponta Delgada, nos Açores.

A

quando da decisão da

de Terras de Bouro, Joaquim Cracel:

participação do Gerês no concurso, a Câmara Municipal de Terras de Bouro não poupou esforços para o divulgar,

“A nossa vitória é, antes de tudo, um orgulho para todos os terrabourenses e para todos os habitantes do Parque Nacional e dos quatro

foram implementadas várias actividades para promoção e angariação de votos. Estiveram presentes em vários programas televisivos, rea-

concelhos que o integram: Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Melgaço e Montalegre.”

lizaram uma prova de ciclismo entre a Póvoa de Varzim e Terras de Bouro, onde os 300 ciclistas vestiram uma camisola com a seguinte

Foco no desenvolvimento do concelho a nível turístico

mensagem: “Gerês – Maravilha Natural”. A campeã olímpica Rosa Mota foi a figura pública escolhida para madrinha da candidatura. Depois deste esforço, a eleição das terras do Gerês como uma das sete maravilhas naturais de Portugal encheu a região de muito orgulho e honra. Algo visível no discurso do Presidente da Câmara Municipal

Para o autarca esta vitória é uma excelente oportunidade para por em prática um dos seus grandes objectivos: o desenvolvimento do concelho a nível turístico. Acredita que seja fácil de o conseguir, mas pede algum apoio às entidades centrais no que diz respeito

são muito sinuosas”. No âmbito da Câmara Municipal compromete-se a requalificar as vias municipais, a alargar as estradas, a limpar as matas e a recolher o lixo nos parques de merendas, “a limpeza também é uma forma de receber”. Tem ainda na manga projectos como a construção do Parque Urbano, na Vila de Terras do Bouro, o Aqua Cávado, que consiste na implementação de trilhos pedestres, centros de promoção turística e criação de espaços de lazer. A Ecovia do Gerês, na barragem de Caniçada, que vai ter um percurso pedonal e alguns trilhos para bicicleta. A construção, na Barragem

à requalificação das estradas e melhoramento dos acessos. Como refere, “ainda é muito difícil chegar

de Vilarinho da Furna, de uma pista de canoagem, “porque não queremos ter lá barcos a motor, queremos continuar a preservar

a muitas das freguesias, as estradas

aquela área e a canoagem é uma

actividade não poluente e seria um pólo de atracção para os amantes desta actividade”, assegura o presidente. Joaquim Cracel tem ainda outro desafio, o de combater a desertificação do concelho. A sua recandidatura depende da concretização ou não desta meta. Neste sentido faz um apelo a todos os empresários para que invistam naquela região e que contribuam para a criação de empregos e para a fixação dos mais jovens na terra. “Relativamente à desertificação não temos tido grandes frutos, tem sido uma tarefa muito complicada, mas continuamos com esperança”. Fica assim a esperança de que a eleição das terras do Gerês como uma das sete maravilhas de Portugal traga à região mais do que visitantes.

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» Ponto de Vista

Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho

Sinónimo de Património

Luís Fontes, Assessor da Unidade de Arqueologia.

Manuela Martins, Professora Catedrática da Universidade do Minho

A

na perspectiva de estudo, defesa, conservação e divulgação do

rqueologia é cada vez mais uma actividade

se nessa função tão importante.

tecnologias.

Alguns

exemplos

dos projectos que desenvolveu, ou desenvolve são: o Estudo e reconstituição paleo-ambiental do vale do Rio Côa, o Estudo da

complexa e que exige muita dedicação e formação contínua. Os avanços tec-

A Unidade depende da Reitoria, mas não é responsável pelos cursos de ensino, apenas assume um papel fundamental na formação

nológicos provam que se trata de uma ciência social em constante mutação e que não corresponde ao mito criado pelo Indiana Jones.

dos estudantes, no âmbito da realização de estágios de campo e na produção de teses, porque todos ganham. A Unidade porque

suas actividades sobretudo em quatro áreas principais, o estudo e reconstituição Paleo-ambiental do Norte de Portugal, a arqueologia

Vila Medieval de Valença, ou a Valorização do complexo mineiro romano do Vale do rio Terva, em

Como explica Manuela Martins, Responsável pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho e Professora Catedrática da

vê parte dos resultados do seu trabalho de campo estudado, os alunos porque ganham experiên-

do povoamento e da paisagem, a arqueologia urbana e a difusão de informação através das novas

Todas as iniciativas e actividades da Unidade podem ser vistas no site www.uaum.uminho.pt.

mesma Universidade, “a arqueologia é um ciclo complexo que começa no trabalho de campo, passa pela produção de relatórios, tratamento de dados e deve terminar na publicação dos resultados e na produção de novo conhecimento”. A Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho (UAUM), criada em 1977, tem um papel muito importante na parte final do ciclo, ou seja, na transformação da investigação em conhecimento, em publicações variadas. Os alunos da Licenciatura e dos Mestrados em Arqueologia integram-

14 |

património”, refere Luís Fontes, Assessor da Unidade de Arqueologia. A UAUM desenvolve as

Boticas.

cia de campo e de tratamento da informação. Esta Unidade foi criada para dar resposta à expansão urbanística da cidade de Braga, tendo como função garantir a preservação do património de Bracara Augusta, cujo espólio pode ser visto actualmente no Museu Sousa, Museu de em Braga. Desde anos 90 o âmbito

D. Diogo de Arqueologia meados dos da acção da

Unidade tem vindo a alargar-se, desenvolvendo vários projectos a nível nacional, “cumprindo assim com uma das normas estatuídas pela Universidade do Minho, a de se envolver com a comunidade

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Mola Olivarum

Ponto de Vista «

“O arqueólogo faz História a partir de pedras e cacos” C arlos Almeida, Professor de

no curso e destaca a necessidade

cia os bons dos maus profissionais.

Arqueologia da Universi-

dos futuros arqueólogos participarem

Para Carlos Almeida, um “arqueólo-

dade do Porto e sócio da

em escavações, o que deixou de ser

go faz História a partir de pedras e

O arqueólogo defende o fim da

Mola Olivarum, defende a necessidade de medidas que invertam a conjuntura e acredita que a compo-

“essencial”. “Eu hoje posso licenciar um arqueólogo que nunca foi a uma escavação e isto antes de Bolonha era

cacos”. Enquanto o historiador trata dos documentos escritos, “a função de um arqueólogo é fazer História

nente prática dos cursos é crucial na formação de futuros arqueólogos.

impensável”, garante. Para Carlos Almeida “o curso de Arqueologia é muito especial dentro da História”, mas acredita que o ensi-

com ferramentas criadas pelo historiador”. A diferença entre os dois está sobretudo no facto de “enquanto o documento em papel continua lá e

“desregulamentação no mercado”, reforça a necessidade de medidas por parte de “quem tem a responsabilidade de tutelar a arqueologia

no está entre “o que se pretende e o que realmente é”. O mestrado veio diminuir as diferenças entre os licenciados antes e

pode ser reinterpretado, o que foi escavado e destruído não pode ser recuperado”, conta. Carlos Almeida vai ainda mais

depois da implementação do processo de Bolonha. Ainda assim, para o arqueólogo, o título de mestre pode não ser suficiente para a execução de

longe dizendo que “um arqueólogo se não for um historiador não é nada. É um técnico que produz coisas que não têm interesse nenhum”. Com um

professor. Quando no ano 2000 Portugal conheceu o Processo de Bolonha,

trabalho de campo. “Teoricamente, um aluno com mestrado pode dirigir uma escavação. O bom senso diz que não e por isso é que o IGESPAR

trabalho intenso no terreno e uma análise alargada de pedras, pinturas e tantas outras descobertas os arqueólogos vão, aos poucos, dando vida a

através da assinatura da Declaração de Lisboa, muita coisa mudou no Ensino Superior. Foram retirados anos aos cursos e reduziram-se disciplinas.

(Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) exige um currículo”, acrescenta. Ainda sobre as competências dos

Historia ainda desconhecida.

Para Carlos Almeida essa situação não favoreceu o curso de arqueologia: “Ao tirarmos dois anos a uma licenciatura que é muito específica dentro

recém-licenciados, Carlos Almeida destaca a necessidade dos “arqueó-

A Universidade do Porto é a número um em Portugal e uma das 500 a nível Europeu, mas Carlos Almeida, Professor de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade garante que “o objectivo é passar para as melhores 100”. “O Porto está claramente à frente nas preferências dos alunos e é evidente que isto se reflecte na maneira de ensino”, garante o

do campo das Ciências Sociais, perdemos sempre alguma qualidade”. O Professor defende a existência de uma componente teórico-prática

logos terem, no final do curso normal, um estágio profissional para, no final, ver se servem ou não”. Com o interesse dos jovens pela arqueologia a aumentar, torna-se essencial perceber o que diferen-

Mola Olivarum Paralelamente ao cargo de professor Universitário, Carlos Almeida desem-

que quase obriga os arqueólogos a pagar para trabalhar”.

portuguesa” e sublinha a urgência em instituir “uma tabela de preços mínimos” referentes aos salários dos trabalhadores. A comunidade nem sempre é a favor das escavações em determinadas obras devido aos custos que isso acarreta. “Num país rico e teoricamente evoluído, isto devia ser feito pelo Estado”, declara Carlos Almeida, mas a verdade é que apesar de quase todas as Câmaras terem arqueólogos municipais, “não têm equipas de arqueologia e a lei proíbe que as equipas municipais intervenham nos privados”, acrescenta. Com todos estes entraves, “na sobrevivência da empresa, há trabalho, mas o arqueólogo é que sofre”, conclui.

penha o papel de sócio na empresa de arqueologia Mola Olivarum onde tem que lidar com a enorme concorrência. “A forte competição que existe nas muitas empresas (dada a alta saída de licenciados todos os anos) obriga a baixar preços de tal modo

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» Ponto de Vista

Ordem dos Médicos Veterinários

A nova era da Ordem dos M Pela primeira vez, a 27 de Janeiro foi eleita uma bastonária para liderar a Ordem dos Médicos Veterinários. A nova Ordem pretende, em 2011, continuar a estratégia de trabalhos apresentada no início do mandato e implementar o Projecto Confiança no Futuro – pioneiro no apoio aos recém-licenciados.

M

undo Social (MS): Quando é que surge a Ordem dos Médicos Veterinários

e com que objectivos? Quais são as suas directrizes? Laurentina Pedroso (LP): Com o evoluir dos tempos e as preocupações com a independência, rigor e profissionalismo do exercício profissional, os médicos veterinários sentiram necessidade de atingir um estatuto já obtido em outras Profissões Liberais. Assim, foi-se tomando consciência que se impunha a criação de uma organização com as características de uma Ordem, pelo que ganhou corpo e se foi generalizando essa vontade. A Ordem dos Médicos Veterinários surge assim a 4 de Outubro de 1991, como instituição representativa dos licenciados em Medicina Veterinária. A Ordem é uma associação pública independente dos órgãos do Estado e tem como objectivo essencial a defesa do exercício da profissão veterinária, contribuindo para a sua melhoria e progresso nos domínios científico, técnico e profissional, o apoio aos interesses profissionais dos seus membros e a salvaguarda dos princípios deontológicos que se impõem em

Laurentina Pedroso, Bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários

Médico Veterinário na sociedade e modernizar a Ordem. MS: O que é necessário, quais

toda a actividade veterinária.

os requisitos para se fazer parte

MS: Quando é que actual Direcção tomou posse e quais

da OMV? Actualmente contam com quantos membros? LP: Só os médicos veterinários

foram as principais alterações? LP: A tomada de posse dos Órgãos Nacionais e Regionais da Ordem dos Médicos Veterinários, eleitos

com inscrição em vigor na Ordem

teve lugar no dia 27 de Janeiro, no Centro de Congressos de Lis-

tivos os portugueses ou estran-

podem exercer a actividade médica veterinária. Podem inscrever-se na Ordem como membros efec-

boa. Pela primeira vez, foi eleita uma Bastonária, para liderar os

geiros que residam em Portugal licenciados em Medicina Veterinária por escolas ou universidades

destinos da Ordem durante os

portuguesas autorizadas a con-

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ceder licenciaturas e, ainda, os portugueses e os nacionais dos

próximos 3 anos. Os principais objectivos da nova Direcção são prestigiar e dignificar o papel do

Bastonária, para liderar os destinos da Ordem durante os próximos 3 anos. Os principais objectivos da nova Direcção são prestigiar e dignificar o papel do Médico Veterinário na sociedade e modernizar a Ordem”

Estados membros das Comunidades Europeias habilitados com cursos ministrados em universidades daqueles Estados equiparados ou reconhecidos nos termos da legislação aplicável. MS: Que meios a Ordem dos Médicos Veterinários tem para o esclarecimento e apoio aos vários membros que a constituem? Quais são as principais vantagens de se ser membro? LP: Para além da obrigatoriedade legal de inscrição na OMV para exercício profissional, os nossos Membros usufruem actualmente de uma série de regalias e benefícios:

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Ordem dos Médicos Veterinários

Ponto de Vista «

s Médicos Veterinários Gabinete de Apoio ao Exercício da Profissão e Informaçao Jurídica: Pretende-se, através deste Gabinete, disponibilizar aos membros da Ordem dos Médicos Veterinários informação objectiva, fidedigna e em tempo útil sobre questões que se prendem com o exercício da profissão.

Biblioteca Online: A B-Online-OMV. Este espaço permitirá o acesso à versão integral de 25 publicações científicas internacionais de publicação periódica. Esta biblioteca conta ainda com uma área de publicações com contribuição nacional, com as publicações das associações profissionais do sector médico-veterinário, bem como com informação científica veiculada pela indústria farmacêutica, de alimentos para animais e outras de relevante impacto económico no nosso sector.

Encontro de Formação Ordem dos Médicos Veterinários 2010: A OMV iniciou uma estratégia de suporte ao aperfeiçoamento científico e desenvolvimento profissional continuado para a classe médico veterinária, garantindo assim acesso gratuito a um programa de formação de valor científico ímpar nas diferentes áreas de intervenção.

Protocolos: Desde há algum tempo que a Ordem tem vindo a estabelecer protocolos com entidades de vários sectores, de modo a facilitar o acesso aos serviços prestados por essas entidades em condições especiais para os membros da Ordem.

MS: Na Ordem dos Médicos Veterinários têm por hábito assinalar algumas temáticas? Por exemplo, dia 4 de Outubro é o dia mundial do animal, estão a pensar assinalar este dia com alguma actividade? LP: O dia 4 de Outubro é um dia especial para a OMV, pois representa a data da sua criação. Assim, foi instituída neste dia a celebração do Dia do Médico Veterinário, comemorandose igualmente o aniversário da OMV e o Dia Mundial do Animal. Nesta ocasião, é entregue a todos os médicos veterinários recém-licenciados, um diploma que é testemunho do juramento no qual se obrigam ao respeito das regras e princípios de ética e deontologia próprias da pro-

fissão. São igualmente homenageados, com uma medalha de mérito, Médicos Veterinários que se distinguiram no exercício da profissão. Pretende-se que estas comemorações tenham ampla distribuição geográfica, com iniciativas em todas as Delegações Regionais da Ordem dos Médicos Veterinários. MS: Qual é o plano de actividades da Ordem dos Médicos Veterinários para o próximo ano? Já está estruturado? LP: O Conselho Directivo da OMV pretende continuar a sua estratégia de trabalho no ano 2011, através do desenvolvimento de iniciativas que valorizem o contacto personalizado

da Ordem com os colegas, o apoio ao exercício da profissão, o acesso a informação científica, o acompanhamento e integração dos jovens licenciados no mercado de trabalho e a promoção e divulgação da actividade médico-veterinária na Sociedade. Para além da continuação de projectos como o Gabinete de Apoio Profissional, a Formação Profissional Gratuita ou a Biblioteca Online, pretende-se a implementação do Projecto Confiança no Futuro – pioneiro no apoio aos recém-licenciados, quer através da divulgação de ofertas de emprego e estágios, quer também pela promoção de eventos que aproximem os jovens do mercado de trabalho (jobshops).

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» Desfrutar

Refúgio da Vila - Hotel Rural

Harmonia e tranquilidade, são bens preciosos Adasedução cozinha No Alentejo há outra noção do tempo e em Portel, por entre as vastas planuras e montados infinitos, descobrem-se as riquezas da região e a sua herança cultural. Erguida a 341 metros de altitude, num dos últimos contrafortes da serra que lhe deu o nome, a vila crescia aos pés do castelo como que prestando-lhe uma doce homenagem e no centro o charme do Hotel Refúgio da Vila instalado numa antiga casa agrícola.

alentejana Utilizando as especiarias e produtos típicos desta rica região agrícola, despertamos os autênticos e genuínos sabores alentejanos, estimulados com vinhos regionais, transformando a tradição da boa mesa numa descoberta única. O Restaurante Adega do Refúgio está integrado no magní-

N

o Refúgio da Vila, convertido num Hotel Rural em 1999, a harmonia e tranquilidade, são bens pre-

No exterior, foi construído um conjunto de quartos habilmente decorados, que permitem usufruir com excelente conforto e uma

fico edifício do século XIX e ocupa a antiga garagem das charretes. Num espaço elegante, requintado e tranquilo,

ciosos a saborear demoradamente onde estão reunidas as condições, para uma magnífica estadia. Este espaço requintado tem as caracte-

total comunhão com a natureza. Têm entrada directa pelo jardim, pretendendo criar a sensação de tratar-se de casinhas independentes.

coberto por amplas abóbodas, está essencialmente direccionado para a comida regional. Sob a batuta do Chef Miguel

rísticas ideais como ponto de partida de uma aliciante viagem à descoberta desta região por explorar. O Hotel dispõe de 30 luxuosos

O jardim, com frescos recantos de sombra, integra também uma agradável piscina, assim como, uma horta típica onde poderá obser-

Amaral, as especiarias e os produtos típicos desta rica região (muitos deles provenientes

quartos, dos quais 9 suites, equipados com ar condicionado, telefone de acesso directo ao exterior, televisão via satélite e mini-bar. Dis-

var o desenvolvimento de alguns dos produtos próprios da região, com destaque para os figos, romãs, loureiros, laranjeiras, diospiros,

põe ainda de salas de conferência e reunião, oferecem as condições ideais para congressos, apresen-

ervas aromáticas como coentros, salsa, poejo, hortelã da ribeira, etc. No terraço, preparado para reconci-

da deliciosa cozinha alentejana. “É obvio que a opinião dos críticos é muito importante para nós mas o que dá mesmo

tações empresariais e programas de incentivo, num ambiente de tranquilidade.

liadores banhos de sol, terá acesso a um salão de convívio e jogos e servirá de palco a agradáveis serões.

prazer é ver o cliente comum sair satisfeito”, refere orgulhoso o chef Miguel Amaral.

da horta biológica do próprio hotel) são confeccionados, despertando os clientes para os autênticos e genuínos sabores

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Zoo da Maia

Desfrutar «

“Vamos ser dos maiores do país” Cerca de 35 anos depois da fundação, o Zoo da Maia está a sofrer obras de melhoramento que lhe irão valer o tão esperado licenciamento. O presidente da Junta de Freguesia da Maia acredita que se vai tornar “um dos maiores jardins do país, não em área, mas em qualidade.”

C

om a quarentena, com jaulas novas para os feli-

nos e com uma piscina nova para as focas, temos as condições necessárias e entendo que o licenciamento vá ser concedido ao Jardim Zoológico, em Dezembro”. Esta é a convicção do presidente da Junta de Freguesia da Maia, Carlos Teixeira, responsável

mais condições”, afirmou Carlos Teixeira. Um pouco por todo o jardim as melhorias já se fazem notar: o urso pardo já dá grandes mergulhos no seu novo habitat, a arca de Noé está totalmente renovada e o projecto pedagógico já mostra a miúdos e graúdos o nascimento de várias espécies.

pela criação do zoo em 1985. O empenho para conseguir o licenciamento é total e Carlos Teixeira vai ainda mais longe: “temos um

Depois do licenciamento concedido, o objectivo é criar uma fundação. “Queremos consolidar o jardim porque a Junta de freguesia

projecto elaborado que ultrapassa largamente estas obras e tem que ser financiado pela Câmara e até

é um órgão político. O zoo tem que ficar entregue a uma administração, o que não vai ser difícil porque se trata de uma obra que é emblema

por um privado”. Com o passar dos anos a legislação tornou-se menos permeável, as autoridades começaram a visitar o zoo e as obras tornaram-se cada

da Maia”, acrescenta. O restaurante, o bar e a clínica veterinária aberta ao público iam ajudando nas despesas mas a

vez mais necessárias. “O nosso problema era o espaço, o jardim era pequeno. Havia um excesso de animais mas começámos lenta-

necessidade de obras começou a ser maior, as despesas mais apertadas e o bilhete passou a custar 50 escudos. “O jardim recebia

mente a enviá-los para outros jar-

milhares e milhares de visitantes, e o bilhete, mesmo sendo limitado, dava para suportar as despesas”.

dins e a dar-lhes outras condições. Passámos a ter menos animais com

A clínica veterinária está também a ser modernizada, mas agora, de forma a ajudar os animais do jar-

social. “Temos aqui a trabalhar pessoas que não tinham lugar no mercado de trabalho: pessoas com

dim. “Foi fechada ao público, não por falta de condições mas porque a direcção geral de veterinária entendeu que não deviam entrar aqui

deficiência, pessoas que cumpriram penas de prisão, que estão recuperados e estão cá”, disse o autarca.

outros animais que podiam transmitir doenças”, relatou o presidente. Para Carlos Teixeira, “a função do autarca é fazer qualquer coisa pela sua terra: divulgá-la, projectá-la e às populações”. O jardim é também uma forma de ajudar a freguesia, quer a nível financeiro, quer a nível

Depois de dez mandatos na Junta de Freguesia da Maia, Carlos Teixeira diz-se “totalmente realizado e feliz”. “Tive com pessoas que não acreditavam no jardim e que são os primeiros a dar-me os parabéns. Valeu a pena a persistência porque venci, venceu a terra, venceu a obra”, concluiu.

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» Desfrutar

Câmara Municipal de Aveiro

Aveiro: Inovação é palavra de ordem Com cerca de 77 mil habitantes, 199.77 m2 e 14 freguesias, o Município de Aveiro ainda alia o desenvolvimento da cidade à luta para pagar o estádio construído no Euro 2004. Para o presidente, Élio Maia, é importante ter esperança e implementar as respostas sociais que as comunidades requerem.

M

undo Social (MS): Quais

os principais recursos económicos? Élio Maia (EM): Os principais recursos económicos advêm da actividade dos sectores secundário e terciário. O tecido empresarial está organizado no movimento associativo e caracteriza-se pela vocação inovadora e pela responsabilidade social. MS: Quais têm sido as principais apostas desde a tomada de posse? EM: A maior iniciativa municipal de sempre feita em Aveiro é o Parque da Sustentabilidade, cujo orçamento ascende a 14 milhões de euros. O projecto passa pela renovação de zonas verdes degradadas, requalificando uma zona envelhecida do território urbano. A reabilitação de edifícios históricos, a construção do centro de educação ambiental, de pontes pedonais, de novos equipamentos desportivos e a ligação gratuita à Internet são também pontos importantes. Outra aposta é a construção de Centros Educativos, em que as condições de ensino e de aprendizagem sejam as mais qualificadas. Em Aveiro apostamos na requalificação de acessibilidades e é, para nós, uma prioridade renovar e humanizar as zonas industriais. MS: Já passaram 6 anos da euforia do EURO 2004, em Aveiro temos um dos estádios que resultaram dessa campanha. Que uso e analise é feito dessa obra? EM: O pagamento da obra ainda se reflecte nas despesas do Município.

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O pagamento mensal da manutenção do estádio tem, também, um peso relevante nas despesas da autarquia. Se analisarmos com inteira racionalidade o custo - benefício do novo estádio perceberemos que, muito certamente, haveria outras prioridades, outros investimentos, mais baratos, com mais retorno e com mais interesse estratégico e social. MS: Qual a importância da Rede Social no Município e quais as prioridades que estão definidas? EM: Considero a Rede Social do Município muito importante para que o nosso Concelho seja mais justo, mais fraterno, mais solidário e onde seja bom viver. As prioridades são as de organizar as entidades que oferecem respostas sociais, o fomento da empregabilidade, o apoio no acesso à habitação condigna e a prossecução dos fins que assegurem a saúde pública. MS: As medidas do Ministério da Educação que prevêem o fecho de escolas com menos de 20 alunos afectaram o município? EM: A vereação sentiu-se afectada e manifestou à Direcção Regional de Educação do Centro o agravo que provocou a decisão de encerrar as escolas do 1º ciclo do Ensino Básico de Aradas e de Eirol. A Autarquia aveirense estranhou a forma extemporânea como foi divulgada a lista, sem qualquer aviso ou comunicação prévios, já que os estabelecimentos de ensino básico previstos encerrar, estariam dependentes do protocolo ainda por celebrar entre a Câmara Municipal de Aveiro e o Ministé-

Élio Maia, Presidente rio de Educação. Esta situação afigurou-se grave já que, depois das decisões tomadas centralmente, os municípios são chamados a dialogar com a Comunidade Educativa e a garantir os transportes, condições e refeições nas escolas de acolhimento, motivando receios e dúvidas por parte dos Encarregados de Educação,

Jacinto é outro brinde da natureza que deve ser conhecido, a par da Reserva Natural existente na

e gerando resistências e protestos que têm as autarquias como primeiros destinatários.

freguesia. Em termos de património histórico refiro dois museus, cuja visita permite conhecer a cultura e a identidade aveirenses: o Museu da

MS: Em termos de património natural e histórico, que “monumentos” existem e qual a importância dos mesmos para o Município, nomea-

Cidade e o Museu de Aveiro.

damente no turismo? EM: A Ria de Aveiro é uma pérola da natureza cuja paisagem encanta qualquer pessoa. A praia de São

EM: Quero deixar uma mensagem de esperança, em que o futuro sorria para aqueles que se debatem com dificuldades.

MS: Mensagem para os leitores e para os habitantes?

Mundo Social

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Maria da Apresentação Cruz e Herdeiros

Desfrutar «

A divulgar sabores desde

1882

Uma fábrica que não devia ser frequentada por diabéticos, ou pelo menos evitado, mas este pequeno doce torna-se grande e atractivo nas palavras de Silvina Raimundo. Esta é a doçaria por excelência de Aveiro. A tradição de um peso ancestral e familiar continua a mover todos os dias “as velhinhas da beira-mar”.

E

ça de Queirós escreveu: “um dos lugares mais

deliciosos do mundo”. Desconfio que o mesmo tinha provado um dos doces tradicionais, cuja receita nasceu nos conventos e secularizou-se para poder fazer sonhar quem se delicia com os frutos do mar recheados com gema de ovo. Numa modesta porta de Aveiro, conhecida outros tempos por “as velhinhas da BeiraMar”, a frase do escritor continua a ser actual, afinal, este é o lugar mais delicioso do mundo. Maria da Apresentação da Cruz e Herdeiros, doces tradicionais, era da sogra da nossa entrevistada, e este é um saber familiar transmitido e guardado como se de uma confissão se tratasse. O segredo não é nenhum, desvenda a entrevistada, a arte está na perfeição, no empenho, na promessa. “Não exis-

tem segredos nenhuns, é a mesma receita que passou gerações, desde a tia da minha sogra, fazemos da mesma maneira há mais de 100 anos” revela Silvina Raimundo que continua, “sempre vivi separada mas em conjunto com a minha sogra e comecei a ganhar o gosto pelo fabrico dos ovos moles. A minha sogra quando começou a ficar debilitada, devido à idade, vi que da parte dela havia um prazer muito grande pela feitura dos ovos moles e prometi que íamos continuar a fazê-los, não havia razões para estar aflita”, conta-nos com a bonita idade de 82 anos. Um fogão a lenha, pedaços de madeira, tachos de cobre, colheres, tradição, gosto e sabedoria, muita tradição, muito gosto e muita sabedoria, a repetição é propositada e Silvina Raimundo, com 82 anos, recebeu-nos com o suave peso de

Silvina Raimundo e Maria João os rostos da tradição

uma actividade iniciada em 1882. Os ovos moles da confeitaria Costeira eram os melhores e os mais famosos de Aveiro e foi quando esta fechou que a entrevistada garantiu à sua sogra que a Maria da Apresentação da Cruz e Herdeiros continuaria a produzir e vender os mais famosos e procurados doces tradicionais. “Começamos a vender à porta, primeiro em quantidades pequenas mas depois foram divulgando e, felizmente, montamos este pequeno negócio”, o saber apenas era vendido na origem, sem intermediários para gáudio dos clientes. Hoje continuam a vender no mesmo local mas ter espaços de revenda é algo que está a ser analisado para continuarem a divulgar a doçaria tradicional. O espaço continua a ser o mesmo com as alterações necessárias ao longo dos anos mas sempre com a

mesma modéstia. Silvina Raimundo já teve a oportunidade de modificar a fachada mas não seria apenas essa a mudança, toda uma tradição e conhecimento teriam de ser adaptados e as “velhinhas da Beira-Mar” perderiam a sua característica porta de garagem cujo nome é símbolo de ovos moles. No interior da fábrica os sonhos continuam e as expectativas não são em vão, Silvina Raimundo explicanos o processo. As gemas depois de misturadas na calda convidam a doces sabores e as hóstias em forma de conchas, búzios, amêijoas ou peixes, separadas em duas, esperam pelo recheio, depois para ficarem unidas e com um aspecto brilhante é espalhada calda... espera-se... espera-se e com alguma paciência, saber e mestria finta-se o tempo até podermos provar o doce regional na casa mais tradicional.

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Glicínias Plaza

O lado bom da vida! Existem espaços que devem ser visitados e o Glicínias Plaza, em Aveiro, é um deles. Um espaço comercial e de lazer que prima pelo seu dinamismo e actualidade. Abriu as suas portas em 1999 e recebe uma média de 25 mil visitantes por dia. O Director de Exploração, Jorge Buco, caracteriza o cliente Glicínias: “Estudos de mercado mostram que o cliente Glicínias é um cliente de todas as classes sociais, de todas as idades, proveniente de vários pontos do país, algo que se justifica pela nossa oferta variada”.

O

Glicínias Plaza tem 25 mil m2, 85 lojas, 7 salas de Cinema Lusomundo, alguns

Ana Pinhal Directora de Marketing da LBM

quiosques, um hipermercado Jumbo com 8.160 m2, uma área de influência com a população de 200.000 habitantes, um parque de estacionamento de 2000 lugares gratuito e coberto. No sector dos serviços disponibiliza: Bancos, Lavandaria, Sapateiro, Informática, Chaves e Cofres, Cabeleireiro, Telecomunicações. No sector da moda tem algumas marcas âncora como a C&A, Lanidor, Sephora e Multiópticas. É conhecido pela sua zona de restauração, bastante variada e completa, com 700 lugares sentados, competitiva em termos de preços, o que a torna num dos pontos fortes deste shopping. Situado numa zona privilegiada, na entrada principal da cidade de Aveiro, com ligação ao Norte e ao Sul, o Glicínias Plaza tem tudo o que precisa para o seu dia-a-dia. “Procuramos crescer e evoluir ao

ritmo das novas tecnologias” Ana Pinhal, Directora de Marketing da LBM (Le Brion-Management), empresa que gere os centros comerciais, fala das várias iniciativas e actividades do shopping. “Nos últimos tempos o Glicínias

Jorge Buco Director de Exploração

gias. Neste sentido tivemos a preocupação de implementar várias campanhas a nível interno e mais recentemente a nível externo”.

11º aniversário com o tradicional bolo de anos e um desfile de moda. Em exposições, vão ter uma de automóveis antigos de

A nível interno, a equipa de marketing, investe em várias campanhas tendo como finalidade atrair novos clientes e fidelizar os

9 a 23 de Outubro, ofereceram bilhetes duplos para cinema de 14 de Setembro a 14 de Outubro e ao longo do ano vão oferecendo vales

que já são frequentadores. Com este objectivo de fundo apostam em campanhas de verão, com concertos no exterior do edifí-

de desconto para serem usados nas várias lojas. Futuramente vão investir na comunicação externa,

cio. Em campanhas de Natal, nas comemorações dos aniversários, em Novembro comemoraram o

com Outdoors, publicidade na rádio e na imprensa. Todas estas acções só comprovam a dinâmica deste shopping.

Plaza tem procurado crescer e evoluir ao ritmo das novas tecnolo-

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A preocupação com o social e os mais carenciados

numa das escolas e oferecem mate-

A preocupação de cariz social

lhas, entre outras coisas. Em 2010,

tem sido um marco deste shopping,

no dia Mundial da Criança, fizeram

apesar de não o divulgarem. Ana

um concurso, em que convidaram

Pinhal admite que “os nossos clien-

uma marca automóvel a disponibi-

tes precisam de saber que o nosso

lizar quatro carros para que quatro escolas desfavorecidas os pudessem

objectivo não é só o lucro, também nos preocupamos com as questões

disponibiliza gratuitamente o espaço para o Banco Alimentar fazer a reco-

tido e diferente. A preocupação de cariz social vai continuar a ser uma preocupação para este shopping.

Natal, as escolas mais carenciadas do concelho são convidadas a participar, só têm de decorar as 13 árvores segundo um determinado tema. Existe um prémio para a escola vencedora, mas todas elas recebem prémios tendo em conta as principais necessidades. Já foram entregues computadores, instalaram Internet

nias Plaza vai continuar a dar acesso a vários descontos, ofertas e promoções na maioria das lojas. A gestão

Actualmente, a aposta nas novas tecnologias já é visível, a Glicínias TV, uma televisão com conteúdos internos, que pode ser vista na zona

pintar. Mais uma vez entregaram vários prémios e proporcionaram a todas aquelas crianças um dia diver-

Aveiro 10 autocarros cheios de pessoas que vão ter a oportunidade, de pela primeira vez, ver um filme. Têm também um concurso de Árvores de

Desfrutar «

rial escolar, fatos de treino, sapati-

sociais, com os mais desfavorecidos”. Todos os anos o Glicínias Plaza

lha de alimentos. Em cooperação com a Câmara Municipal de Aveiro oferece, duas vezes por ano, sessões de cinema para idosos, chegam a

Glicínias Plaza

As novidades para 2011 Em 2008 o shopping sofreu uma ampliação onde se apostou no segmento de beleza, saúde e moda. Esta ampliação surge porque apesar de ser um centro comercial de serviços, a moda representa, em termos de facturação, uma fatia bastante representativa. Já para 2011 estão previstas obras de remodelação, onde se vai apostar numa imagem mais actual e uniforme de todo o edifício. As diferenças vão ser notadas de forma gradual. A adesão ao Cartão Cliente Glicí-

continua a acreditar nos benefícios deste cartão e como tal foi criada uma base de dados de todos os clientes, conta já com 15 mil pessoas. Esta é uma forma simples e directa de dar a conhecer aos clientes habituais todas as campanhas e acções promocionais. A adesão ao cartão é gratuita e as condições podem ser consultadas no site do centro comercial www.glicinias.pt.

da restauração, os directórios touch, o Wi-Fi gratuito. No próximo ano essa aposta vai ser ainda mais evidente, com algumas novidades que ainda não podem ser reveladas. Deixamos a garantia de que o Glicínias Plaza vai continuar a trabalhar para a satisfação dos seus clientes e visitantes. Fique atento às novidades.

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Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro

Fábrica Centro Ciência Vi estreia-se na SIC K “Fábrika, ciência a brincar” é o mais recente desafio da Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro. O magazine estreou a 14 de Setembro, na SIC K, e é dedicado ao público infantil com o objectivo de mostrar a simplicidade e a beleza da ciência.

C

Pedro Pombo, Director do Centro

iência por detrás da man-

e directa mostrar a ciência em cada

teiga é o nome do primeiro de dez episódios do Fábrika, ciência a brincar. Totalmente desenvolvido na Fábri-

tema de uma forma experimental”. O magazine da SIC K desenrola-se nos vários espaços da Fábrica e é também uma forma de a promover.

ca Centro Ciência Viva de Aveiro, o magazine resulta de uma parceria entre a SIC, a Universidade de Avei-

“Pretende-se que os jovens experimentem em casa com os pais ou levem a ideia para a escola. Algumas

ro e a Fábrica Centro Ciência Viva. “O desafio foi lançado há cerca de oito meses. Temos know how, temos

experiências são feitas com materiais de supermercado, que se encontram no dia-a-dia, outras são coisas mais

conteúdo, começámos a trabalhar

sofisticadas. Nesses casos, convida-

mentar uma bola só com o poder do cérebro, são apenas algumas das actividades que o Centro disponibiliza. Para além disso, há espectáculos

e conseguimos dar resposta”, conta Pedro Pombo, director do Centro. “Já tínhamos uma equipa dedicada a televisão porque o Ciência Viva tem

mos o público a vir à Fábrica experimentar. É uma forma de promover a visita de pessoas que estão mais afastadas”, garante o responsável.

e teatro sobre ciência, concursos de fotografia, exposições temporárias e diversas iniciativas resultantes de parcerias. “Temos várias ofertas para as

um canal na internet, a CVTV, e toda a componente relacionada com vídeo é realizada por nós. Contratámos alguns serviços fora, investímos em equipa-

Paralelamente, o Centro tem projectos para todas as idades que decorrem dentro e fora das instalações. “Na barriga do caracol” é uma sala

famílias, actividades ao fim de semana que decorrem na Fábrica ou num hotel onde as crianças vão falar com um cientista ao pequeno-almoço”,

mentos e foi uma aposta que achamos interessante”, acrescenta. Com duração de cerca de cinco minutos, os episódios permitem

dedicada aos mais novos onde, para além de outras actividades, é possível entrar na barriga de um caracol gigante e ouvir histórias com ciência.

relata o director. As festas permitem aos mais peque-

encontrar ciência nas coisas mais simples, desde gelados científicos até aos foguetões que lançam “ciência”. O objectivo é “de uma forma simples

Na Fábrica é possível fazer pão, gelados, suspiros, scones ou chá e perceber um bocadinho da química alimentar. “A cozinha é um labora-

ciência são uma mais-valia para as escolas. “Temos uma lista de temas

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tório” é a prova de que por detrás das coisas simples do dia-a-dia estão experiências bastante simples. O “Laboratório com paredes de

conversa com um cientista” Para quem não pode ter o Centro perto de casa, “existem os “serviços de ciência” em que há um conjunto

vidro”, a exposição “Mãos na massa”, os “Filmes 3D”, o “Sítio dos robôs” e a “Oficina dos robôs” ou o espaço “Mente bola”, onde é possível movi-

variado de propostas e actividades disponíveis. É apresentado um orçamento que serve para viabilizar a des-

nos celebrar os aniversários com ciência, enquanto as happy hours de

que a escola pode escolher e, desta forma, os estudantes podem ter uma

locação, que pode ser em qualquer parte do país e do mundo”, diz. A itinerância é cada vez mais uma aposta da Fábrica uma vez que leva a informação a um maior número de pessoas. Ao mesmo tempo, “promove a sustentabilidade do Centro, pois permite obter algum financiamento directo e promover as receitas próprias ”, refere Pedro Pombo.

Há seis anos a popularizar ciência Em 2004, a Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro começou a dar os primeiros passos. Propôs-se “popularizar a ciência, divulgá-la e promover a sua compreensão pública”, e seis anos depois continua a melhorar. “Temos vindo a crescer, especialmente ao nível de itinerâncias porque o

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Fábrica Centro Ciência Viva de Aveiro

Desfrutar «

Viva de Aveiro Centro tem que interagir mais para

dedicada à promoção da cultura cien-

que consigámos levar a nossa mis-

tífica e da divulgação da ciência junto

são o mais longe possível”, garante Pedro Pombo. Apesar de o Centro

do público em geral”, conta. Em Aveiro, o Centro possui uma

ser dirigido a toda a população, 85%

ligação próxima com a Universida-

dos 30 mil visitantes que recebe por

de de Aveiro e, para Pedro Pombo,

ano são escolas. “As escolas já vêem

isso traz muitas vantagens. “ Temos

os Ciência Viva como parceiros e é importante que se veja o ensino de

à disposição variados laboratórios, equipas, colegas, um conjunto enorme de ideias que podemos utilizar,

ciência como um todo: envolvendo o ensino formal e não formal, a componente que se faz nas escolas e a que se faz fora”, assegura o director. Fruto de uma parceria entre a Universidade de Aveiro e a Agência Nacional para a Cultura Científica e tecnológica e situada na antiga Fábrica de Moagens de Aveiro, o Centro Ciência Viva é um dos vinte a funcionar no país. “Foi criado para que na região existisse uma entidade

implementar e adaptar para o contexto da comunicação de ciência. Isso traz-nos uma diversidade muito grande a nível de programação, uma riqueza muito interessante ao nível de conteúdos, um rigor científico de alto nível e uma capacidade de resposta bastante grande”. O espírito lúdico e experimental da Fábrica cativa facilmente os mais pequenos, mas também os pais. “Os

pais já se preocupam em trazer os

projectos que querem ver concretiza-

filhos para ver se eles se interessam por estes assuntos”, relata o director que sublinha a importância do ensino não formal. “Aqui podem dedicar

dos. “Ideias não faltam, falta tempo e pessoas. Somos uma equipa relativamente grande no contexto dos Centros de Ciência. Ainda assim, somos cerca de 16, não somos 30”, diz

umas horas a um tema da ciência e é claramente um momento lúdico, pois os espaços e laboratórios não são como os das escolas. Sentem que é algo longe do ambiente escolar e, sem dar conta, discutem e exploram temas de ciência”. Pela frente estão, ainda, inúmeros

sorridente Pedro Pombo. O director está perfeitamente convicto da importância da Fábrica. “Qualquer país desenvolvido deve ter este tipo de serviço público, pois cultura não é só música, teatro, poesia, pintura, é também ciência”, conclui.

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Nova Casa dos Leitões

“Inovar a partir do trad O “Nova Casa dos Leitões” é um restaurante familiar prestes a perfazer meio século de existência. São cinquenta anos a apostar na qualidade, no bom atendimento, e na fidelização dos seus clientes. Provenientes de vários pontos do país e frequentadores assíduos há vários anos, os clientes do NCL são já parte da família, propiciandose um clima de encontro de gerações.

C

Lídia Santos, proprietária, e Ana Santos, gestora

omo afirma Lídia Santos, filha dos fundadores e sócia, “Não queremos

que são exemplo o “Peixe Fresco Grelhado”, o “Menu Infantil” e até mesmo um “Prato Vegetariano”. As

desvirtuar o conceito inicial do restaurante. Continuamos a apostar na comida tradicional, no

ementas são periodicamente revistas e adaptadas à estação do ano. O restaurante NCL gosta de marcar

regional, nas receitas antigas, mas

a diferença e arriscar em novos

também queremos inovar. Como costumo dizer, é fazer pratos novos com ingredientes velhos”. Para a consecução desse objectivo contam

pratos, sendo o mais recente o “Leitão Braseado com salteado de cogumelos brancos e feijão verde com batata”. Uma outra nova igua-

com o apoio do Chef Jorge Pardal, quer na confecção de novos pratos quer na elaboração de ementas. O NCL (Nova Casa dos Leitões)

ria posta à disposição dos clientes do NCL é o “Paté de Leitão”. Extremamente aromático, pode dizer-se que o mesmo já fidelizou um gran-

mais indicado. Note-se o facto de

continua a ter como pedra basilar o “Leitão Assado à moda da Bairrada”, conseguindo assegurar um elevado padrão de qualidade na

de número de clientes. Em resumo: ao sucesso do NCL subjaz a aposta em produtos frescos, naturais e de grande qualidade!

possuirmos a nossa própria adega, a Quinta da Mata Fidalga. Situada na proximidade do restaurante, a mesma é responsável pela produ-

sua preparação pelo facto de possuir matadouro próprio para abate de leitão. Não obstante, procura, para além de oferecer pratos

Segundo Ana Santos, gestora do NCL, “Indissociáveis da gastronomia são os vinhos de mesa e os espumantes. No NCL, os vinhos

típicos da Bairrada tais como a “Chanfana”, a “Cabidela de Leitão”, o “Cabrito Assado”, apostar na diversificação gastronómica, de

espumantes têm um consumo mais expressivo do que os vinhos de mesa. Isto porque, para o prato de leitão o espumante tinto é o

ção da maioria dos vinhos e espumantes consumidos no NCL”. A clientela do NCL é ela própria bastante diversificada. Um dos objectivos a curto prazo passará pela criação de atmosferas específi-

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cas para cada uma das quatro salas existentes, de modo a oferecer aos

clientes o ambiente mais procurado, e que poderá ir do estilo mais rústico ao mais sofisticado e urbano, seja pela utilização de copos mais altos e elegantes, seja pela diferente disposição das mesas, ou ainda por uma decoração mais actual.

“Projectos para o futuro” Ana Santos, gestora do restaurante, encara o seu trabalho como um desafio diário e acredita que é importante apresentar novidades

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Nova Casa dos Leitões

Desfrutar «

adicional” aos clientes. Apesar de defender

rios do ramo de hotelaria, que, não

que “O leitão é um produto dife-

raro, passam a integrar os quadros

renciador da nossa gastronomia, podendo mesmo ser elevado à con-

da empresa. Somos responsáveis

dição de embaixador de Portugal”,

senta pessoas. O funcionário mais

acha importante variar a oferta e introduzir novidades na ementa. “Até à data, as reacções dos clientes às nossas escolhas têm sido bas-

antigo está na casa há quarenta e

tante positivas, como comprovado pelas sugestões deixadas pelos nossos clientes”, acrescenta. Nas suas palavras: “O NCL vai continuar

De referir que o público-alvo do NCL está em mutação, sendo cada vez mais as camadas mais jovens a frequentá-lo. “Agrada-me muito ter

zação dos seus meios informáticos com vista a facilitar a gestão. As novas tecnologias são também usadas como forma de contacto com

a investir fortemente na formação dos seus recursos humanos pois considera que este é um dos caminhos para o seu crescimento. Em

uma clientela jovem porque é sinal que temos continuidade, que ainda estamos para durar” acrescenta com visível satisfação Lídia Santos,

os clientes habituais aquando da divulgação das várias iniciativas levadas a cabo pelo restaurante. O NCL marca igualmente pre-

virtude de parcerias estabelecidas com escolas profissionais da zona, recebemos frequentemente estagiá-

herdeira do legado familiar. Recentemente, o NCL realizou um investimento avultado na moderni-

sença na Rota da Bairrada. Como refere Ana Santos: “Temos de estar associados a quem queira promo-

por empregar uma média de ses-

dois anos, o que é um indicador claro de que oferecemos boas condições de trabalho”. ver a Bairrada e a sua gastronomia. Agrada-me bastante que os outros restaurantes também estejam a trabalhar para alcançar mais e melhor. Uma concorrência saudável traduzir-se-á em proveito para todos’’. (Veja a oferta do Nova Casa dos Leitões em www.novacasadosleitoes.pt e prove as suas iguarias e pratos tradicionais na Estrada Nacional 1 – Peneireiro, Aguim.)

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» Desfrutar

Restaurante Espelho d’Água

Deixe-se surpreender p

P

ara além da selecção de produtos de primeira também têm cinco fornos a

pretar a disposição e os sinais que o cliente transmite e dessa forma primam por um atendimento de

lenha, onde diariamente ardem cascas de eucalipto e vides. O leitão é assado na hora e ainda a fumegar, passado 1 hora e 45 minu-

excelência, este é o “O Bem Servir, o Bem Receber” que é lema deste espaço de requinte e atenção. A gerência não tem qualquer pudor em assumir que apostam no

tos, retalhado à frente dos clientes. Um manjar pronto a ser dividido por quem o aprecia. Esta foi a forma que o gerente encontrou de mostrar que confia no seu produto e que assume todo e qualquer risco. A cozinha é aberta, ou seja, o cliente tem a oportunidade de ver como é que os

José Pereira Gerente

O Restaurante Espelho d’Água foi distinguido pela Câmara Municipal da Mealhada com o Símbolo de Qualidade em Leitão assado da Bairrada. Para o gerente do espaço, José Pereira, o segredo do sucesso “passa por trabalhar com produtos de qualidade, a banha, a pimenta, o alho e a carne têm de ser escolhidos com rigor”. 28 |

pratos estão a ser confeccionados, mais uma prova dessa segurança. No Restaurante Espelho d’Água, também, são conhecidos pela qualidade no atendimento, a equipa é jovem e com anos de experiência em hotelaria. Como afirma José Pereira, habituado a estas lides e a trabalhar com os melhores desde os 12 anos: “Existem muitos restaurantes de qualidade na Mealhada, podemo-nos destacar pelo atendimento, pela simpatia, pela boa disposição e profissionalismo”, princípios que têm pautado a vida do entrevistado que sempre esteve ligado à restauração. Sabem inter-

cliente de classe média/alta. Aquele cliente que quer fazer a sua refeição calmamente, num ambiente moderno, acolhedor, agradável e de confiança. Com este objectivo o Restaurante não aposta no conceito das diárias, mas oferece uma refeição completa com: Entradas, Leitão, Sobremesa e Café. Um menu de demonstração e degustação onde o leitão e a qualidade do mesmo são posta à prova pelo exigente paladar dos clientes. O cardápio ao longo dos anos tem vindo a diminuir para poderem focar-se no mais importante, a qualidade do manjar. As suas especialidades são: Leitão Assado da Bairrada, Posta à Mirandesa, Polvo à Lagareiro, Paelha de Marisco, Franguinho de Churrasco, Costeleta de Novilho Gandaresa, Bacalhau assado na brasa com batata a murro e grelos. O Restaurante Espelho d’Água

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Restaurante Espelho d’Água

Desfrutar «

r pelo bom gosto! assume como estratégia de divul-

taurantes se unirem e trabalharem

Conheça as instalações e as ofer-

gação o fazer parte das várias ini-

para a promoção da Mealhada,

tas do restaurante Espelho d’Água

ciativas promovidas por entidades

também poderá ser uma oportu-

em www.restauranteespelhodea-

da região. São membros da Rota

nidade de deixarem de fazer con-

gua.com mas para poder degustar,

da Bairrada e patrocinadores ofi-

corrência directa mas trabalharem

saborear e comprovar o risco, que

ciais das “4 Maravilhas da Mesa da Mealhada”, a Água do Luso, o Pão, o Vinho das castas da

em uníssono pelos produtos da terra, produtos que exportam e pelos quais são sobejamente reco-

José Pereira assume com a sua equipa, as portas estão sempre abertas para o receber. À segunda-

Bairrada e o tradicional Leitão. José Pereira considera que este é um projecto com muito potencial, a única condição imposta é

nhecidos. Algo que ainda tem de ser conquistado. O projecto 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada é o casamento perfeito entre os

feira a equipa tem o merecido descanso para poder recebê-lo como sempre foi apanágio e para prepararem os leitões, o molho e

que cada casa utilize os produtos da região, com enfoque nos quatros elementos anteriormente referidos, o melhor que a região

restaurantes e os produtores. O orgulho nos produtos da região e a merecida distinção que o Restaurante Espelho d’Água mereceu,

a batata-pála característica deste prato suculento ao qual nem a dupla Obelix e Astérix resistiam. Afinal este é o segredo dos Deu-

oferece, afinal aqui é onde a vida tem mais sabor. Esta é uma oportunidade para todos os res-

originou que José Pereira fizesse, na entrada, uma exposição com os produtos distinguidos.

ses onde diariamente, qual ritual sagrado, a tradição funde-se com a modernidade para o satisfazer.

Percurso do assador de leitões: Alcino Ferreira de Jesus: Belarmino dos Leitões e Espelho d`água Percurso do chefe de cozinha: José Manuel Pereira Duarte Rei dos leitões, Churrasqueira Rocha, Aires dos Leitões e Espelho D água Percurso do chefe de mesa: Rogério Simões de Almeida Pompeu dos Frangos, Floresta dos Leitões, Restaurante Barril, Churrasqueira Rocha e Espelho D água Percurso do gerente: José Carlos Pereira Churrascaria Tem Tem, Rei dos leitões, Portão e Espelho d àgua

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Douro Acima

“Memórias da Ria” Especializaram-se em oferecer o melhor que o Norte apresenta, natural ou edificado. Do Rio Douro para a Ria de Aveiro o processo foi natural e há muito desejado. Uma empresa familiar perita em sensações e memórias. Recebidos em Aveiro, em pleno coração da cidade, onde o turismo e a Ria se encontram, Alexandra Almeida descreve animada este projecto.

É

um projecto antigo, e que

demorou a ser concretizado, mas estamos muito satisfeitos com a nossa presença em Aveiro. Está finalmente em acção”. Não interessa precisar tempo e hora mas destacar a presença activa, a novidade e a diferenciação de uma empresa que traz consigo a experiência de anos a navegar por outros rios. Este é um projecto ainda jovem pois, apenas, navegam na Ria há pouco mais de um mês. “Queremos crescer, fazer um bom trabalho e a cada passo mais e melhor. Desenvolver um bom projecto em Aveiro onde temos ligações familiares, todo este cunho e dedicação pessoal para além do profissional traz outro carinho aos nossos projectos”. No início de Agosto a Ria de Aveiro foi invadida pelo Douro, desta vez desceram, mas para continuar a prestar

um bom serviço pelo turismo e pelas maravilhas de Portugal. “Tínhamos de tentar marcar, diferenciar, e julgo que fomos bem aceites pela cidade, população e entidades. Neste momento os próprios turistas sentem vontade de nos conhecer. A implementação não foi fácil, até pela espera para podermos operar, mas julgo que a nossa presença é notória”. Uma presença visual como é hábito dos coloridos e típicos barcos de Aveiro, o Moliceiro e o Mercantel, usados no comércio de apanha do moliço e transporte de sal, respectivamente, mas que estende-se também aos monitores e mestres dos barcos. “A nossa presença visual capta bastante e temos turistas que cruzam a rua por essa situação, estamos no caís oposto ao núcleo central do turismo”, explica Alexandra Almeida, enquanto na Ria os monitores acenam a quem passa. “Foi algo espontâneo que cria uma

boa relação não só com os clientes do barco mas também nas margens. Foi natural, o que é importante, e nota-se que a aposta foi positiva”, conclui. Para além dos passeios na Ria a Douro Acima também disponibiliza passeios em autocarros panorâmicos, em sistema de hop on / hop off, onde, num período de 24 horas, podem sair e entrar as vezes que desejarem. “O percurso está em oito idiomas, disponibilizados por auriculares aos clientes. Podem conhecer a história, os monumentos e a cidade no idioma que assim entenderem”. Programas à medida do cliente, sejam empresas, agências de turismo ou particulares, são uma mais-valia onde a viagem idealizada torna-se realidade. A exploração da Ria de Aveiro é sazonal, apenas nos meses em que o Sol aparece, aquece e a cidade

transforma-se cuja graciosidade tem outro encanto se for apreciada num moliceiro. Neste sentido no final deste mês, os projectos adaptam-se mas a presença e exploração da Ria manterse-á activa, “não tão regular mas junto de alguns operadores turísticos. Temos de esperar dias simpáticos” revela. Ainda recentes para poderem fazer considerações sobre o estado da Ria e do seu aproveitamento, a Douro Acima e Alexandra Almeida garantem sensações ímpares e memórias inesquecíveis. Memorias que perduram no tempo, das gentes e locais, e no final o visitante também fará parte desta história comum, afinal, “navegar na Ria é sentir, é recordar a história e as tradições, as salinas, os barcos, as suas proas coloridas que dão vida aos canais que serpenteiam esta linda cidade”, garantem sempre com um sorriso.

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Poder Local

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» Poder Local

Câmara Municipal Vila Nova de Poiares

“Tem havido uma evolução p no crescimento económico d

P

ortugal está um país

Terra de costumes, tradições e arte-

desordenado”, afirma Jaime Soares, presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares numa altura em que o país

sanato, Vila Nova de Poiares continua a dar cartas no Panorama Nacional. O Presidente cuida do Concelho há mais de 35 anos, luta pelos interesses

recupera de um dantesco período de fogos florestais. Para o Presidente as medidas de coação aplicadas aos

da população e acompanha as modificações que vão surgindo. “Estamos com muita pujança, muita

Durante anos o esforço foi grande, delinearam-se estratégias, criaram-se infra-estruturas básicas que o Concelho não possuía. Com o fundamen-

incendiários não são as mais eficazes e acredita na existência de uma “Cultura imprópria”. “Alguns comerciantes

capacidade de trabalho”, assegura Jaime Soares orgulhoso. Desde o 25 de Abril que o Concelho vem dando

tal assegurado, tornou-se necessário apostar na qualidade. “Começámos a desenvolver melhorias no ensino,

de Madeiras deixam a floresta com-

mostras de grande crescimento a

na cultura, nos aspectos sociais nas

pletamente suja, cheia de combustível altamente inflamável e ninguém põe cobro a isso”, garante. O autarca defende convictamente

todos os níveis. A população começou, aos poucos, a crescer. Os jovens, que antes escolhiam outras terras para trabalhar e constituir família, come-

mais variadas vertentes e também na afirmação do desenvolvimento económico-financeiro do município”, relembra.

a prevenção dos incêndios através de “planeamento e ordenamento da floresta, só que, para isso, é necessário ser feito o cadastro florestal, que

çaram a fixar-se em Vila Nova de Poiares. “Nos censos de 1991-2001 tivemos percentagens relativas de 15 por cento em aumento de população

Da estratégia desenvolvida nasceu o parque industrial de Vila Nova de Poiares. “Começou com cerca de 700 mil metros quadrados (70 hectares)

não existe” mas, ainda assim, nem tudo no país é negativo: “Portugal pode vangloriar-se de ter bombeiros que são capazes de dar a própria

e 15 por cento de construção de novos edifícios que nos colocou no 3º lugar, não só no distrito de Coimbra, mas também na região centro”,

e que a curto prazo vai ultrapassar o milhão e duzentos mil metros (120 hectares)”, diz. O parque industrial é só uma das

vida para defender as vidas e os bens das populações. São os melhores bombeiros do mundo e evitam que Portugal se torne numa calamidade

afirma o Presidente. O país inteiro mudou em 1974 e Vila Nova de Poiares não foi excepção. “Foi preciso criar dinâmica, assu-

apostas do Concelho. O novo estádio municipal tem cerca de 3000 luga-

constante”.

mir a personalidade forte deste povo,

com 280 lugares, e um centro de

Apesar das constantes dificuldades nos acessos, o desenvolvimento industrial e comercial em Vila Nova de Poiares é cada vez maior. O presidente da Câmara, Jaime Soares, afirma que o município está com “grande capacidade de trabalho” e no “caminho certo”, acreditando que Poiares, em termos de desenvolvimento, está “imparável”. 32 |

dar-lhes a perceber que, se pusessem as suas capacidades ao serviço da terra, ela podia mudar, e mudou”, conta Jaime Soares.

res sentados e o Centro Cultural de Poiares, com museu, um cineteatro,

Mundo Social

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Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares

Poder Local «

o positiva o do município”

congressos, com 500 lugares, já foi

para que ela passasse numa zona que

tanto a nível social como cultural e

inaugurado. O novo centro educativo está todo equipado com as melhores infra-estruturas: salas de aula, refeitórios e biblioteca. “São estruturas de

permitisse uma interligação com a Estrada da Beira”, transformando-se na “rampa de lançamento” do concelho, o que ainda não aconteceu.

económico. “Este desenvolvimento progressivo leva-nos a acreditar que Poiares está no caminho certo e com este ritmo será imparável em termos

alta qualidade para o bem-estar das crianças e que permitem o sossego dos pais”, menciona.

“Temos vindo a combater com todas as nossas forças, fazendo propostas objectivas e concretas, tecnicamente viáveis e economicamente praticáveis,

de crescimento”. Reparação de habitações de pessoas carenciadas, apoio à terceira

incluem um kartódromo de referência na região e um bowling com sete pis-

idade, e aposta na formação são apenas algumas das ajudas que o Município presta aos seus habitantes, em termos de acção social. Neste âmbito

tas. A oferta turística será enriquecida com os vários importantes projectos que a Autarquia tem em carteira, com especial destaque para o aeródromo,

salienta-se também o trabalho realizado pela Irmandade Nossa Senhora

a praia fluvial e a requalificação das Piscinas Naturais da Fraga que tornarão o concelho ainda mais atractivo, provando que Vila Nova de Poiares

Jaime Soares acredita que a transformação do Concelho também se ficou a dever à grande capacidade dos poiarenses, que foram capazes de “criar uma cultura industrial e comercial, digna de relevo”. “Se assim não fosse o Concelho estaria condenado ao que aconteceu no passado, ter

mas temos tido algumas dificuldades”, acrescenta Jaime Soares. A Estrada da Beira é, actualmente, uma via de subdesenvolvimento. Não

sido extinto”, refere o autarca.

só não acompanha o crescimento da região, como leva à ausência de investidores interessados. Jaime Soares defende a criação de “três túneis

Concelho ainda luta pelas acessibilidades

que permitiriam uma ligação rápida a Coimbra”, contudo, apresenta algumas dúvidas: “O actual Governo e as

Apesar do desenvolvimento que vem

concessionárias não estão muito vira-

alcançando, o caminho não tem sido fácil para Vila Nova de Poiares. Os principais acessos ao Concelho, o IP3 e a estrada da Beira, não potenciam o

dos para essa tecnologia. Há outras soluções que já demos a conhecer à Estradas de Portugal”. Mesmo com as dificuldades nas

desenvolvimento local. “Não temos tido sorte nesse aspecto. A respeito da nova via que vai ser construída, o IC3, fizemos variadíssimas propostas

acessibilidades, Vila Nova de Poiares tem resistido e provado a sua importância no distrito. Para o Presidente, o Concelho “respira saúde”,

das Necessidades e pela ADIP - Associação de Desenvolvimento Integrado de Poiares. Enquanto a primeira se dedica ao apoio à terceira idade, a segunda aposta num conjunto mais alargado de valências, que vão desde

combater as dificuldades de um concelho de superfície pequena, geografia agressiva, mas com uma população extremamente simpática e acolhedora”, assegura Jaime Soares. Os atractivos turísticos existentes

não é só artesanato e gastronomia mas também desenvolvimento.

a primeira infância à terceira idade, a que se junta uma grande aposta na formação, nas suas mais variadas vertentes, de modo também a atrair jovens para o artesanato e dar novos caminhos a Vila Nova de Poiares. “Tentamos manter os valores da cordialidade, da fraternidade e da amizade entre as pessoas. Tentamos Jaime Soares Presidente

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» Poder Local

Câmara Municipal de Moimenta da Beira

“Retomar a liderança region de produtos e cultura de exc O Município de Moimenta da Beira, implantado numa zona granítica, de transição e paisagem tipicamente beiraltina, confronta a Norte com Armamar, e Tabuaço, a Sul com Sátão, Sernancelhe a Leste e a poente Tarouca e Vila Nova de Paiva. Tem a área de 219.48 Km2 e 11.500 habitantes, distribuídos por 20 Freguesias: Aldeia de Nacomba, Alvite, Arcozelos, Ariz, Baldos, Cabaços, Caria, Castelo, Leomil, Moimenta da Beira, Nagosa, Paradinha, Paçô, Peravelha, Peva, Rua, Sarzedo, Segões, Sever, Vilar. É relativamente recente a história da Municipalidade Moimentense, mas não as origens do território que constituiu o actual Município.

C

om a responsabilidade de afirmar o Município

tecido empresarial como motor de

todos os recursos, prevenido os riscos de exclusão social, possibilitando uma vida mais justa e solidária”. Reconhecendo que, isoladamente,

de Moimenta da Beira no mapa do desenvolvimento e da qualidade de vida, emerge actualmente,

desenvolvimento da qualidade de vida na região. Na área social, José Eduardo Ferreira elege políticas integradoras e

desde as últimas eleições autárquicas, o nome de um “filho da terra”: José Eduardo Ferreira afigura-se hoje um autarca que reúne a unanimidade

fomenta a participação universal como forma de evitar a exclusão. Como refere o autarca, “Um processo de desenvolvimento social

e esperança dos munícipes em torno de uma mudança que se deseja ver operada em Moimenta. E a estratégia é clara: como foi possível apurar

integrador conta com o envolvimento e participação de todos. As pessoas são o trunfo de qualquer

de intervenção e apoio à rede social local: “Este trabalho, efectuado de uma forma subsidiária, permite um maior e melhor aproveitamento e

modelo de crescimento e, por isso ninguém deve ficar de fora”. Para tal, defende, “é necessário operacionalizar um

utilização dos recursos, decorrente de um envolvimento efectivo e toda a comunidade na Rede Social local. Pretende-se, efectivamente, dar

verdadeiro programa de intervenção que, simultaneamente, combata, integre e previna, envol-

resposta às reais necessidades da população através de uma planificação e programação exequível com uma parceria efectiva”, explica o

vendo todos os parceiros com capacidade instalada, nas diversas vertentes, possibilitando o acesso a

autarca, salientando que “a autarquia intervém articuladamente com outras instituições, actuando nos vários domínios sectoriais, de forma

junto do edil, a aposta no que melhor distingue o Município, como produtos endógenos altamente apreciados mas ainda sem a visibilidade merecida mas

igualmente

em políticas e programas que cativem o

ninguém pode almejar incrementos na índole social, José Eduardo Ferreira aposta claramente no trabalho em rede, concedendo muito espaço

integrada, levando mais longe o seu esforço, de uma forma mais objectiva e pragmática, disponibilizando recursos humanos, logísticos e matérias, para criar melhores condições de vida aos munícipes”.

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José Eduardo Ferreira Presidente

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Câmara Municipal de Moimenta da Beira

onal através xcelência”

Poder Local «

Desafio: o exterior Mundo Social (MS): Será legítimo afirmar

uma quantidade de produção muito apreciá-

que, finalmente, Moimenta da Beira reco-

vel, temos, também, um espumante de muito

nheceu o valor de um “filho da terra”? José Eduardo Ferreira (JEF): Não iria tão

boa qualidade. Somos um Concelho central

longe… As pessoas fazem as suas escolhas

que tenhamos boas condições de liderança

e, neste caso, partindo do nosso programa

sub-regional. A valorização destes produtos é um caminho que estamos a trilhar.

eleitoral, decidiram que seria a nossa vez. Entendemos que o mais importante para um concelho não é tanto o que se passa na Câmara Municipal mas antes o que se passa lá fora, com as pessoas e as empresas. Vamos valorizar os nossos melhores produtos e dedicar-nos ao desenvolvimento económico para, com isso, estancar a debandada de pessoas do concelho. MS: Quais são esses produtos e características que diferenciam positivamente o concelho e em que pretende apostar? JEF: Nós temos a melhor maçã do país e

em relação a alguns vizinhos, o que faz com

MS: Essas potencialidades do município estavam esquecidas? JEF: Parece-me que havia visões diferentes desta. Estamos a fazer uma aposta muito determinada nos produtos culturais, incluindo Aquilino Ribeiro, um mestre das Terras da Beira que mexe muito com a nossa identidade. É um trabalho que tem que ser centrado nestes vectores: cultura, virar Moimenta para o exterior, e assim retomar uma liderança regional que Moimenta e os seus produtos merecem.

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» Poder Local

Câmara Municipal de Miranda do Douro

A perfeita comunhão ent

Artur Neves Presidente

M A “Cidade Museu” de Trás-os-Montes encontra-se a 86 quilómetros da capital do distrito e mantém a sua traça medieval e renascentista. O clima do Concelho é de tal forma áspero, que é comum dizer-se que “Em Miranda há nove meses de Inverno e três de Inferno”. Os de Inferno são os de Verão, quentes e secos, e os de Inverno são rigorosos, com frequentes nevadas. O concelho de Miranda tem 484,08 Km2, quase 9 mil habitantes, divididos por 17 freguesias, cada uma delas com aspectos surpreendentes de uma cultura e história únicas para oferecer. 36 |

iranda do Douro, sede

bispo, cónegos e mais autoridades

do Concelho, está situada num espigão que domina a pique a margem direita do rio Douro, no troço inter-

eclesiásticas bem como, militares e civis. Graças à construção das barragens de Picote e Miranda, já no

nacional que separa a província portuguesa de Trás-os-Montes da província espanhola de Castilla

século XX, o Concelho assumiuse como uma região em franco desenvolvimento e a cidade,

y León. A Vila de Miranda surgiu com o Rei D. Dinis que existia sobre as

mercê da perfeita harmonia entre o passado e o presente é, hoje, um verdadeiro museu vivo. A cidade

arribas do Douro e era banhado

vive de numerosos comércios (têx-

pelos rios Douro e Fresno. Um dos privilégios deste foral era Miranda nunca sair da coroa. A partir desta altura, Miranda torna-se progressi-

teis, calçado e ourivesaria) destinados aos vizinhos espanhóis, que atravessam a fronteira para fazer as suas compras.

vamente na mais importante das vilas cercadas de Trás-os-Montes. Em 10 de Julho de 1545, D. João III eleva Miranda do Douro

Por isso, o Concelho de Miranda do Douro é detentor de um vasto, diversificado e valioso património cultural e arquitectónico espa-

à categoria de cidade, passando a ser a primeira diocese de Trás-osMontes (por bula do Papa Paulo III de 22 de Maio de 1545) que

lhado pelas suas freguesias, que continuam a preservar e divulgar parte da sua cultura por meio das suas peças manufacturadas

amputava à arquidiocese de Braga da maior parte do território transmontano. Assim, Miranda ficou a ser a capital de Trás-os-Montes,

como as colchas feitas nos teares tradicionais, os tecidos de Saragoça e Buréis, os Bordados, Gaitas de Foles, Flautas, Castanholas e

sede do bispado, residência do

Rocas.

Mundo Social

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Câmara Municipal de Miranda do Douro

Poder Local «

ntre cultura e paisagem Paisagens que o viajante jamais esquecerá

Quando se fala em parque natural subentende-se que seja uma área que se caracteriza por conter paisagens naturais, semi-naturais e humanizadas, de interesse nacional, sendo exemplo de integração

Um Concelho que vale a pena descobrir…. Mundo Social (MS): Pelo que é possível testemunhar num périplo pelo concelho de Miranda do Douro, cujos destinos políticos dirige, existe aqui uma comunhão quase perfeita entre cultura e paisagem. Perguntolhe se estes dois predicados atingidos encontram correspondência na qualidade de vida dos munícipes… Artur Nunes (AN): Entendo que sim… Quem nos visita, vem

pouco. Por muito que promovamos eventos, em que tentamos partilhar um pouco da nossa identidade, a cultura é algo que está enraizado no próprio povo mirandês. Daí que a sua descoberta obrigue a uma maior permanência ou a mais visitas. Se repararmos, cada aldeia é uma tradição, um museu vivo. Miranda também tem uma etiologia própria, um dos elementos de união, para além do povo miran-

comprar essas duas condições e fá-lo permanecendo aqui algum tempo com satisfação face ao que encontra. A cultura não é

dês, que tanto gosta de mostrar o

algo que esteja ao virar da esquina, embora a excelência da paisagem esteja, numa região em que o Douro se assume como

temos a língua enquanto factor de coesão do povo mirandês. A qualidade de vida passa por tudo isto: as pessoas, ao receberem

um dos grandes pilares, para além de toda a riqueza representada entre cada aldeia e cada povo. A cultura, essa, é algo que

bem, traduzem um sentimento, que é o de se sentirem bem. Os que cá estão têm qualidade de vida, gostam de aqui estar, de

se vai descobrindo a pouco e

receber e de partilhar.

bom acolhimento e a boa recepção, num contexto cultural e paisagístico ímpar. Por outro lado,

MS: O facto de estarmos numa região transfronteiriça minimiza de alguma forma o peso da interioridade? AN: Miranda é quase um caso único em Trás-os-Montes. Temos cerca de 150 mil visitantes por ano, dos quais cerca de 80 por cento são espanhóis. Sobretudo aos fins-de-semana e no período de Verão, ou aquando de feriados espanhóis, temos aqui muitíssimos visitantes. Também vêm cá holandeses, belgas e franceses que procuram essencialmente aquelas duas características que, inicialmente, referi. Esta singularidade da fronteira, a par da paisagística e da cultura, é o que Miranda “vende” e lhe confere esta projecção não só nacional mas também internacional. Gostaríamos de ter mais visitantes portugueses e é nesse sentido que também estamos a trabalhar.

harmoniosa da actividade humana, da Natureza e que apresenta amostras de um bioma ou região natural. O Parque Natural inclui os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro, totalizando uma área de 85.150 ha, e abrange o troço fronteiriço do Rio Douro assim como as superfícies planálticas confinantes. Sendo assim, o Concelho aquire ainda mais valor, pois torna-se o local escolhido por muitas espécies animais para constituir o seu habitat, oferecendo também condições ideais para proliferação de determinadas espécies vegetais. O relevo é caracterizado por declivosas vertentes ou arribas onde o Rio Douro assume uma estrutura de canhão fluvial graças à sua geomorfológia. A sua orografia adquire por isso características geológicas e climáticas únicas condicionando a população vegetal e animal. A avifauna adquire uma importância significativa a nível nacional, e até internacional, quando associado às actividades humanas e ao património cultural local, a conjugação de todas estas condições justificaram a denominação desta área como Parque Natural do Douro Internacional.

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» Poder Local

Câmara Municipal de Sátão

O político habituado a diagn e a aplicar terapêuticas O Concelho de Sátão demarca-se pela riqueza das abundantes paisagens naturais e arquitectónicas, adquirindo alma através das suas típicas festas e romarias. Ao longo do ano, o visitante pode contar com festas muito animadas, entre as quais a do Sr. dos Caminhos, que se realiza no oitavo Domingo de Santíssima Trindade, em Rãs, freguesia de Romãs.

O

visitante que tiver dedicado algum do seu tempo à descoberta deste acolhedor

Concelho, não poderá partir sem levar na memória as delícias gastronómicas típicas da região, representadas nos diversos restaurantes locais, salientando-se o arroz e a açorda de Míscaros, os enchidos, o cabrito assado no forno, a vitela na padela ou

de vida. Temos no Município diversos programas, entre os quais destacaria o

A Rede Social vista pelo autarca Alexandre Vaz

até 30 anos, consoante os rendimentos, a agregados familiares de fracos recursos económicos, de modo a permitir a realização de obras nas

“A Rede Social concretiza-se a nível local através do Conselho

habitações de que são proprietários, desde que seja a sua residência permanente”.

a sobremesa, poderá contar com as cavacas, o arroz-doce, o leite-creme, papos de anjo e barrigas de freira. O Concelho de Sátão, repleto de

Rendimento Social de Inserção (RSI) O Rendimento Mínimo Garantido, surgido em 1997 e que hoje se apresenta como Rendimento Social de Inserção, tendo sido encaminhado a um número significativo de beneficiários da prestação pecuniária para

zas desta região tipicamente beirã. Foi o que fez a Revista Mundo Social, descobrindo ainda, a par destas riquezas, uma obra de excelência pro-

as diversas áreas de inserção e deste modo favorecido a sua progressiva inserção laboral, social e comunitária. Neste sentido, a Câmara Municipal

jectada no domínio social pelo autarca de Sátão, Alexandre Vaz. Um périplo, contado na primeira pessoa…

de Sátão integrou juntamente com outros parceiros a Comissão Local de Acompanhamento e respectivo Núcleo Executivo constituído por Enti-

Aposta em políticas e programas sociais “A acção social assegura protecção às pessoas e grupos desfavorecidos da sociedade através da atribuição de vários tipos de prestações que visam a melhoria da sua qualidade

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Presidente

SOLARH - Programa de Solidariedade e Apoio à Recuperação de Habitação, cujo objectivo consiste na concessão de um empréstimo sem juros a pagar

o feijão vermelho com couves e carne de porco. Para acompanhar estes saborosíssimos pratos, aconselham-se os bons vinhos da região, do Dão. Para

história e de património, merece, por todas as suas características e potencialidades, uma visita mais atenta que permita descobrir as verdadeiras rique-

Alexandre Vaz

dades tais como, Segurança Social, Educação, Saúde, Emprego, várias IPSS do Concelho, e integrando uma equipa de Técnicos Superiores de Serviço Social que efectuam acompanhamento directo às famílias beneficiárias desta Medida de Política Social”.

Local de Acção Social e das Comissões Sociais de Freguesia ou Comissões Sociais Inter-Freguesias. A Rede Social pretende ser um fórum de articulação e congregação de esforços com vista à erradicação ou atenuação da pobreza e exclusão social. Os objectivos específicos prevêem a elaboração do diagnóstico social, o planeamento participado, a promoção e a coordenação das intervenções sociais a nível concelhio, constituindo-se como um método inovador de trabalhar e participar, visando soluções para os problemas das famílias e pessoas em risco ou em situação de exclusão social e sua prevenção. Esta prevenção pode ser realizada fomentando a formação e qualificação dos agentes envolvidos nos processos de desenvolvimento local, promovendo uma cobertura adequada do Concelho de serviços e equipamentos, potenciar e divulgar o conhecimento sobre as realidades concelhias.”.

Autarquia de Sátão dispõe de um Gabinete de Apoio ao Emigrante “O Gabinete de Apoio ao Emigrante é uma estrutura criada através da celebração de um acordo de cooperação entre a Câmara Municipal de Sátão e a Direcção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas. Este gabinete, destina-se a prestar auxílios diversos aos munícipes que estejam ou tenham estado emigrados, aos que estão em vias de regresso, aos que residem ainda no país de acolhimento e àqueles que desejam emigrar. Sob os desígnios de informar os emigrantes sobre os seus direitos, contribuir para a resolução dos problemas apresentados, prestar apoio junto de outros organismos públicos e prestar um serviço eficiente, atencioso e humano, o serviço destina-se ao emigrante reformado, inválido, jovens em situação escolar, viúva e filhos órfãos ou jovens com ambições empresariais”.

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Câmara Municipal de Sátão

gnosticar

Poder Local «

Médico e autarca: descubra as semelhanças de profissão, logo, está habituado a diag-

mente mais descansada, o que o levou a enveredar por esta carreira autárquica?

nosticar para aplicar uma terapêutica… Enquanto autarca, as coisas também funcio-

há alguns anos. Enquanto vereador e vice-

Mundo Social (MS): O Presidente é médico

AV: Eu já estou ligado à vida autárquica

nam assim? Alexandre Vaz (AV): (risos) As coisas fun-

presidente, embora nunca ter tido qualquer

cionam um pouco assim, é verdade… Desde logo, diria que a semelhança entre o médico e o autarca é que ambos lidam com bastante

que se passava no meu Concelho. Sempre gostei da política, senão nunca me teria dedicado à causa pública. Entendi há quatro anos

gente e, tanto um como o outro, têm conhecimentos profundos sobre os problemas das pessoas. É lógico que, a nível autárquico também se faz o diagnóstico, procurando-se a terapêutica mais adequada. Mas se nos cen-

que chegou a altura, também porque a minha situação económica me permitiu dedicar-me mais à política e ao Concelho do que até então e enveredei por aí, sentindo que de

trarmos no campo económico, constatamos que é muitas vezes mais fácil aplicar a terapêutica a nível médico do que autárquico, onde os recursos são muitas vezes escassos. MS: Com uma vida de médico, provavel-

pelouro, tinha algum conhecimento daquilo

alguma maneira poderia contribuir para um futuro melhor do Concelho de Sátão. Cá estou e vamos ver quando me for embora. Diria que os alicerces já foram feitos, havendo já resultados positivos a todos os níveis, desde as obras mais necessárias, sobretudo nos campos da educação e do saneamento.

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» Poder Local

Câmara Municipal de Montalegre

Um património feito de gente,

natureza e muita estória para viver

O olhar fixa-se, a respiração sustemse, não haverá qualquer sentido humano que não seja altamente estimulado aquando de um périplo pelo Município de Montalegre.

U

Fernando Rodrigues Presidente

PUB

m verdadeiro Ecomuseu,

aldeias e a sua ligação à vila, ao

com tudo o que a natu-

exterior e entre si, são obrigações

reza e a mão humana

estratégicas definidas e que temos

podem ter de melhor. Pai-

cumprido”, refere o autarca. “A

sagens asfixiantes, o Parque Nacio-

minha principal preocupação é ser-

nal da Peneda Gerês como anfitrião, cultura, gastronomia, histórias, muitas estórias para reviver raízes de

vir a nossa terra, criando melhores condições para o bem-estar das suas gentes. É este o nosso objec-

um país que o Município, liderado por um visionário edil, teima em preservar, em prol de quem lhe depositou confiança absoluta. Em

tivo e é para isso que trabalhamos permanentemente. O que temos conseguido nesta área, em termos de imagem e desenvolvimento, é

troca… devolve uma qualidade de vida quase invejável! No interior do país são vários os momentos, da agenda anual, que

francamente satisfatório e reconhecido por todos”, salienta. O âmbito de intervenção do Ecomuseu de Barroso abrange a maioria

colocam o Município no centro das atenções. De referir alguns como a Feira do Fumeiro, a primeira do país, a par da de Vinhais, à Noite

dos propósitos convencionalmente atribuídos aos museus. Iniciou a sua actividade no momento em que começou a trabalhar com as

das Bruxas, passando pela Feira do Cabrito ou da Vitela, entre outros

instituições locais e os munícipes. Não estando confinado a um edifí-

eventos internacionais. Rareiam

cio ou a um conjunto de edifícios,

os motivos para o português não conhecer ou pelo menos visitar este ex-líbris da geografia nacional. Fernando Rodrigues fala do “seu”

nem a horários de visita, dir-se-ia que o Ecomuseu visita-se quando se transpõe qualquer uma das estradas que nos trazem ao Barroso.

Município como se da sua alma se tratasse. Empresta ao discurso a racionalidade, coerência e pragmatismo que mais convêm aos

O Ecomuseu é sustentado por uma relação das pessoas com o seu território e destes com todos aqueles que procuram usufruir da sua

munícipes que lhe vão renovando confiança e destaca um projecto de excelência, o Ecomuseu de Barroso.

riqueza. Pretende-se, por isso, que seja um espaço de valorização do Barroso na divulgação dos recursos e do património, na representação

Mundo Social esteve em Montalegre e testemunhou um projecto autárquico diferenciado, e sustentado nas reais necessidades e expec-

identitária e de cidadania, de concertação e cooperação, de inovação e mobilização das pessoas para novas actividades.

tativas dos actuais e potenciais munícipes.

Para que estes propósitos sejam conseguidos é a relação da comunidade com o seu território que constituem elementos centrais de

O Ecomuseu de Barroso Para o presidente da Câmara Municipal de Montalegre, “é a noção de desenvolvimento justo e solidário que estamos a promover”, ao consolidar um projecto como o Eco Museu de Barroso. “Modernizar a sede do Concelho para ser o pólo atractivo e dinamizador de desenvolvimento e emprego, mas não esquecer as necessidades das

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intervenção, conferindo-lhes a função de acervo museológico. Admite-se como condição fundamental da salvaguarda deste acervo, a sua vitalidade e a capacidade de autosustentar alguns novos desafios no sentido da qualificação da vida das populações da sustentabilidade deste território e da viabilização de actividades de foro económico.

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Câmara Municipal de Fornos de Algodres

Poder Local «

Um interior rumo ao futuro Há 20 anos que a condução de Fornos de Algodres visa dotar eja o município de infra-estruturas para que a interioridade seja apenas um ponto no mapa. O autarca José Miranda cria condições e benefícios sociais para que a população, l. dividida por 16 freguesias, seja activa na sociedade global.

José Miranda Presidente

M

undo Social (MS): Como é gerir uma autarquia

de todo o interior do País corre sérios riscos, principalmente nos municípios

assegurar melhores condições de vida às famílias que vivem neste Concelho.

numa altura em que o tema do dia é “crise”? José Miranda (JM): A solução é simples, acudir àquilo que é essencial e seleccionar muito criteriosamente

dominantemente rurais como é o caso do nosso, onde a produção do queijo da serra ocupa ainda cerca de metade da população activa. Temos

MS: O que significa o ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social para o executivo de Fornos de

a promessa da criação de um plano de Desenvolvimento Rural por parte do Secretário de Estado da Agricultura, o que dará alguma esperança a

Algodres? JM: A decisão do Parlamento Europeu e do Conselho da U.E. foi oportuna e importante, dada a actual crise

todos aqueles que ainda se dedicam à agricultura.

social em que vivemos, no esforço de erradicação da pobreza. O executivo propõe-se a realizar um conjunto de acções como é o caso do Banco de

todo o tipo de investimento. MS: Quais é que são os objectivos estratégicos para este mandato? JM: A minha determinação e dedicação ao Concelho e às pessoas será: dotar o Concelho de todas as infra-estruturas necessárias e estabelecer parcerias públicas/ privadas de modo a podermos criar emprego e tornar o Concelho economicamente sustentável. MS: Como é promovida a sustentabilidade económica do Município numa altura em que o interior parece estar riscado das agendas políticas? JM: A sustentabilidade económica

MS: Como é promovida a Acção Social escolar no Município? JM: Traduz-se na implementação de medidas compensatórias que favorecem particularmente os alunos economicamente mais carenciados do ensino pré-escolar e do 1º CEB da rede pública do Município. A Câmara Municipal decidiu, neste ano lectivo, custear a totalidade da despesa com manuais escolares a todos os alunos do 1º CEB, por considerar necessário

Roupa e de alimentos, do Banco Local de Voluntariado, entre outros. MS: Quais as áreas que merecem especial atenção por parte da autarquia? JM: Atendendo a que o Município

aos Serviços de Saúde na criação de oportunidades de qualificação profissional e diversificação do leque de respostas educativas e formativas. MS: De que benefícios sociais pode gozar a população de Fornos de Algodres por parte da Câmara Municipal? JM: A população deste Município distribuída por 16 freguesias pode, actualmente, gozar de uma boa cobertura de respostas de apoio à terceira idade em todo o município, boa capacidade de respostas educativas desde o ensino pré-escolar ao 12º ano de escolaridade. Outros aspectos importantes são também o apoio às crianças e jovens com necessidades educativas especiais, uma boa rede

apresenta profundos constrangimentos ao desenvolvimento social, considerou-se prioritário investir a nível

de infra-estruturas e equipamentos públicos essenciais. Temos igualmente um centro de saúde com valências diversificadas e cuidados de saúde no

na melhoria da rede de respostas sociais, na melhoria da acessibilidade

domicílio proporcionados por equipas de saúde/ Unidade Móvel de Saúde.

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» Poder Local

Junta de Freguesia de Cunha Baixa

“É nas freguesias que o país e a democracia começam” Topógrafo de profissão habituado a fazer levantamentos e analisar as medidas de um terreno, António Fernandes desenha-nos a freguesia de Cunha Baixa. Considera que 10 meses não são suficientes para uma análise profunda mas as realidades conhecem-se no dia-a-dia e conversando com as pessoas. comandos

sépticas não acompanharam essas

da Freguesia, mas com experiência autárquica de mandatos anteriores, António Fernandes caracteriza a

transformações, estamos também a tentar ter apoio no melhoramento da via pois serve outras freguesias e concelhos”, exemplifica António

Cunha Baixa como uma das maiores de Mangualde e já definiu prioridades: Abrunhosa do Mato tem de ser abastecida com uma rede de

Fernandes. Para o entrevistado o bem-estar da população é fundamental e nesse sentido a relação com o edil de Mangualde é muito boa, mas reco-

C

aloiro

nos

água.Temos de recuperar os caminhos florestais, que se degradam devido à morfologia do terreno e na sede da Freguesia o saneamento está saturado, “os hábitos de higiene foram alterados e as fossas

António Fernandes

nhece que existem 18 freguesias e todas têm necessidades. “Eu gostava que a Câmara Municipal visse cada realidade pela localização dos sítios e das necessidades qu apresenta, ou seja, a que ate atenção aos pormenores sã são iguais tanto na sede de concelho como nas fregu guesias ou nos lugares que co compõem as mesmas”.

A As preocupações ssociais, uma análise aactual Estamos em Outubro, m mas os fogos que assolaram a região no Verão

ainda marcam, não só o território ardido mas as preocupações do presidente atento, “a Protecção Civil tem de ser mais áspera no combate a estes crimes, e em conjunto com os órgãos autárquicos assumir soluções”.Outra preocupação é a ausência de jovens, algo constatado nas últimas eleições, “o número de recenseados é maior do que votantes e foram os jovens que não compareceram”. O Associativismo passa por algumas dificuldades mas a tradição, a força e vontade do povo mantém no activo, grupos corais e ranchos folclóricos, “onde o lema é a confraternização e a partilha de saberes e tradições que nos levam a viajar no tempo”. Cunha Baixa tem também um importante legado, um Dólmen do período Megalítico com 3000 anos A.C, um dos mais importantes dentro do género na península. “Relativamente à Anta da Cunha Baixa tenho de tecer críticas ao pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Mangualde pois embora tenhamos o local limpo

este não se encontra vedado e com placas elucidativas. O Presidente da Junta, no meu entender, não tem de ser arqueólogo, nem ter os conhecimentos necessários para opinar numa construção que merecia mais atenção pois encontra-se desprezado. Este monumento é visitado por especialistas quer a nível nacional como internacional”, preocupações actuais e históricas relacionadas com o ex-líbris cunhense. Para António Fernandes a mensagem final ultrapassa as fronteiras de Cunha Baixa ou Mangualde, são palavras de incentivo: “Temos de ter consciência da zona raiana e da zona litoral, a rosa-dos-ventos de Portugal não é dividida em duas. A certeza é que é nas freguesias que o país e a democracia começam, temos de aproveitar as pessoas pois não somos ricos em matérias-primas que nos destaquem mas numa força laboral extraordinária”, concluiu pedido mais atenção para as regiões isoladamente que se inserem num todo.

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Abrunhosa-a-Velha

Poder Local «

A Terra encantada Júlio Mendes Presidente

s ruas apertadas, as casas cuidadas feitas de pedra, as fontes e os azulejos que identificam as ruas, o pelourinho

A

sorrisos, bons dias e conversas cúmplices enquanto as crianças correm, seguras, de um lado para o outro. Não há quem não conheça o Pre-

em frente ao edifício da Junta. Tudo em Abrunhosa-a-Velha parece saído de um livro de História, tudo parece o interior de um castelo medieval onde

sidente da Junta. Júlio Mendes está no cargo há 16 anos e este irá ser o seu último mandato. Em 1979 foi convidado para fazer parte da equi-

se escondem segredos de reis, onde toda a gente se conhece. Em qualquer direcção, a Serra da Estrela enche os olhos e tudo na fre-

pa do então Presidente da Câmara e até chegar a Presidente foi um passo. “É um serviço que prestamos à população e que me agrada bas-

guesia é genuíno. As pessoas conhecem-se pelo primeiro nome, trocam

tante”, garante. Abrunhosa-a-Velha tem cerca de

500 habitantes e uma das coisas que

com um grande desafio: a rede viária.

o Executivo da Junta tentou fazer

“Abrunhosa é das freguesias mais

foi “prender a juventude” à terra. O

distantes da sede do concelho. A

espaço internet, a piscina, a biblio-

população em geral trabalha na sede

teca e o polidesportivo tiveram gran-

do concelho e temos dificuldade em

de importância nessa missão, assim

lá chegar”, constata o Presidente.

como a banda, o futebol e a secção

O parque infantil, o parque de

de bombeiros. “É uma forma de man-

merendas e o circuito de manutenção

ter aqui a juventude e fazer com que os jovens das outras freguesias

da freguesia ficaram reduzidos a cinzas este verão e Júlio Mendes acredita que a limpeza de matas devia ser

limítrofes também venham”, conta Júlio Mendes. Sem grandes apoios e sem bens próprios, Abrunhosa-a-Velha vai contornando a crise. “Nas aldeias é sempre mais fácil. Há sempre um espírito de entreajuda na vizinhança. As pessoas têm os seus quintais, os bens essenciais para a sua subsistência”, assegura Júlio Mendes. A vontade de vencer as dificuldades é grande e o Presidente vê-se a braços

vista como uma forma de reinserção social. A pequena escola, tem agora 27 alunos. “Possivelmente e contra os meus desejos, no futuro irão todos para Mangualde”, diz o Presidente. Depois de 16 anos à frente da Junta, nem no último mandato Júlio Mendes baixa os braços: “Orgulhome de tudo o que fiz. Ainda falta fazer muita coisa, mas vale a pena o esforço”, conclui.

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» Poder Local

Museu do Côa

Mais de 10000 pessoas visitaram as gravuras

A procura turística pelas gravuras rupestres no Vale do Côa foi alvo de elevado crescimento desde a abertura do Museu do Côa. Aberto ao público desde 30 de Julho de 2010, já foram mais de 10000 pessoas que o visitaram. Numa fase em que ainda não se encontra criada a fundação Coa Parque, que irá gerir o Museu e Parque Arqueológico, a integração do Museu no Parque Arqueológico do Vale do Côa veio melhorar a qualidade do turismo da região.

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Junta de Freguesia Castelo Melhor

Poder Local «

Uma beleza rústica e natural Vítima da falta de oportunidades de emprego e da procura pelo “sonho americano” pelos jovens, esta freguesia de Vila Nova de Foz Côa, há muito que foi afectada pela desertificação. “Temos uma criança na aldeia”, conta José Paulo, Presidente da Junta da Freguesia de Castelo Melhor.

E

nquanto

conversámos,

José Paulo deixou escapar por algumas vezes a

tristeza que sente ao ver os jovens partirem da aldeia, “eles vêm cá nas férias e gostam de cá estar, mas depois têm que partir, não temos condições para que se instalem”, desabafou o presidente. Classificado pela Unesco como Património Natural Mundial por abranger parte do Douro Vinhateiro e do Parque Arqueológico do Vale do Côa, Castelo Melhor prima pela simpatia dos seus habitantes, pela sua beleza natural e por todas as peculiaridades de uma aldeia do interior. As paredes rústicas que nos fazem adivinhar os segredos ali vividos, os olhares curiosos de quem ainda não se habituou à constante presença de

turístico da região para dinamizar a Freguesia. Agora que a aposta no azeite, na amêndoa e no mel é escassa, o presidente da Junta vê a Freguesia sem grandes possibilidades de desenvolvimento, “para além do turismo, mas é difícil, não temos condições para receber os turistas mais do que um dia, é nisso que pretendemos investir”. A oferta gastronómica é outro dos pontos altos da freguesia. “Temos um restaurante, “O Paleolítico” que oferece os melhores e mais típicos pratos da região”, refere José Paulo, formulando com isto um convite aos turistas que passam por Vila Nova de Foz Côa todos os dias. Peixe do rio, Migas de Peixe, Caça, Doce de amêndoas, Súplicas, Lampreias,

pessoas de outras terras e a disponibilidade demonstrada quando pedimos uma informação são alguns dos

Coscorões, Folares e Bolos toscos, livrados e picados, Fumeiro, Azeite e Vinhos Generosos são algumas das maravilhas que podemos provar

pormenores que nos fazem adorar Castelo Melhor. Anfitrião de uma das mais alargadas mostras de gravuras rupestres

durante a visita a Castelo Melhor. A Queijaria Tradicional e o Depósito de Engarrafamento de Azeite são outros pontos de visita obrigatória à

do paleolítico no Vale do Côa, José Paulo quer aproveitar o potencial

freguesia que conta com pouco mais de 350 eleitores.

José Paulo Presidente

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Castelo de Castelo Melhor

Sem conhecimento sobre a história do Castelo até 1209, José Paulo refere mais um motivo para visitar a sua freguesia. A beleza desta construção ancestral, foi reconstruída em 1209, sob ordem de Afonso Leão VII, e em 1297, a mando de D. Dinis, foi recuperado. Nos reinados dos reis D. Fernando, D. João e D. Afonso V, foram sendo realizados obras de manutenção e restauro.

Outros pontos de interesse: . Capela e Miradouro do Arcanjo S. Gabriel . Capela de Santa Bárbara . Igreja Matriz

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» Poder Local

Junta de Freguesia de Muxagata

“Existem imensas soluções para combate à desertificação” Abençoada pelo terroir único, conferido pelo solo e clima óptimos para a agricultura do amendoal, do olival, da vinha e da horticultura, Muxagata, freguesia no concelho de Vila Nova de Foz Côa, com cerca de 300 habitantes, é contemplada pelas mais belas paisagens do mágico Vale do Côa e pelo potencial turístico que emana das suas origens. Comunga do fatídico destino a que está sujeita a região, a desertificação.

F

rederico Lobão, presidente da Freguesia de Muxagata,

a Freguesia tem contado com o apoio de várias associações: A APDARC, a

abandono dos nossos jovens. Prova disso é a enorme quantidade de

vivência. Logo, torna-se óbvio, o interesse em investir no turismo.

tem uma visão muito clara, do que pode preservar a aldeia que o viu crescer. Presidente de Junta desde os 24 anos, este

Associação Cultural de Muxagata – A Terra das Tomatas, e o Clube de Caça e Pesca de Muxagata. A revista Mundo Social conheceu

casas devolutas existentes na Freguesia, o reduzido índice de natalidade verificado e a consequente descida demográfica, resultante

M.S.: O que falta para esta aposta se tornar realidade? F.L.: Actualmente, com a criação da Associação Cultural, “Os

já é o segundo mandato. Queixa-se que durante o primeiro mandato, “a incompatibilidade que se gerou entre a freguesia de Muxagata e o município

alguns dos inovadores projectos que o Executivo detém. Como referiu Frede-

deste fenómeno.

rico Lobão, a adopção e consequente

M.S.: Existem projectos para combater este factor?

Amigos de Muxagata – A Terra das Tomatas”, pretendemos criar um espaço de comercialização dos

de Foz Côa, não permitiu fazer qualquer investimento. Ficámo-nos essencialmente pelas manutenções do que já existia ”. O actual mandato ainda é recente, mas a aposta no desenvolvimento turístico da freguesia já é uma realidade. Para que esta aposta surta os efeitos pretendidos,

implementação destes projectos, têm por objectivo alcançar o sucesso local, regional, e talvez nacional. Mundo Social (MS): Qual é a realidade de Muxagata relativamente à desertificação que se vem notando no Interior do País? Frederico Lobão (FL): Cada vez mais, notamos o

F.L.: Grande parte da população sobrevive exclusivamente do cultivo da amêndoa, do azeite e do vinho. Sabemos no entanto, que a melhor aposta para Muxagata e para todo o Vale do Côa é no turismo. Quem nos visita quer conhecer e experimentar um pouco da nossa

produtos da terra, os hortícolas e frutícolas. A Associação tem cerca de 7 meses. No entanto, já organizou o 1º Festival das Tradições de Entre Douro e Côa, que resultou num sucesso. M.S.: O que trouxe de novo o Festival? F.L.: No primeiro fim-de-semana de Agosto, em honra de Santa Maria Madalena, Muxagata organiza a sua romaria. Até agora era uma festa normalíssima, este ano, a Associação e a Junta de freguesia tentaram dar uma nova abrangência. O objectivo era dar a conhecer a nossa cultura. Falamos com o povo, convidando-o a comercializar os seus produtos hortícolas e o seu artesanato, em espaços intemporais, ou em tendas.

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Executivo da Junta

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Junta de Freguesia de Muxagata Animámos a aldeia com um grupo de gaiteiros, decorámos as ruas com

Poder Local «

va, consistindo isto na elevação do

pode caminhar lado a lado com a

trabalho para os jovens, permitindo

bom nome de Muxagata.

agricultura aqui praticada. Senão

que se fixem na Freguesia.

maquinarias antigas ligadas à agri-

vejamos, quem nos visita procura

Vejo este projecto com muitos

cultura e aos trabalhos domésticos e

M.S.: Se o turismo é a solução

as nossas origens, vivências, no

bons olhos e tudo faremos para que

fizemos demonstrações da ordenha,

para Muxagata, que lugar ocupa a

fundo as nossas Tradições. Prova

se torne realidade.

do processo de criação do sabão,

agricultura?

disso são as gravuras rupestres do

do fabrico artesanal do pão no anti-

F.L.: A agricultura continua a ser o

Vale do Côa. Somos um povo anti-

go Forno Comunitário, da cresta do mel e fizemos visitas ao antigo lagar

recurso económico por excelência.

go, que ainda recorre a algumas práticas centenárias de agricultura,

só as pessoas da freguesia? às necessidades dos nossos idosos

M.S.: O Lar de Muxagata servirá

de azeite e a uma atafona. Foi uma

A maioria dos muxagateiros não tem empregos estatuais ou no sec-

romaria muito mais desenvolvida

tor privado, vivendo exclusivamen-

no que concerne essencialmente à horticultura, olivicultura e pas-

do que era habitual.

te da agricultura. É para eles que grande parte do esforço da Junta é dirigido, para que possam trabalhar

torícia. Temos é que, de forma harmoniosa, conciliar estas duas valências.

existir noutros lares, depois, como

M.S.: A média de idades de Muxagata é avançada. Têm alguns projectos designados para esta faixa? F.L.: Temos um programa que

países uns dias de paz e tranquilidade numa das zonas mais bonitas da Península Ibérica. Sabemos de antemão que o Douro e o Vale do Côa têm imenso turismo

M.S.: Apesar do calor durante o Verão no Vale do Côa, houve muita adesão por parte de turistas? F.L.: A abertura oficial do festival estava marcada para as 15h00 e o número de pessoas que nos visitavam a essa hora era diminuto. O calor a essa hora ronda os 35/40 graus. No final, o saldo foi bastante positivo, as pessoas ficaram maravilhadas com as iniciativas. Conseguimos transmitir o que somos e o que pretendemos com esta iniciati-

nas melhores condições. Sem a agricultura e principalmente a vinha, não há outro recurso económico que, com facilidade e a curto prazo, mantenha Muxagata activa. A vinha é o expoente máximo, de seguida o olival e o amendoal, sendo penoso verificar que estes dois últimos recursos estejam a ser abandonados. Julgo, por isso, ser coerente pensarmos que a aposta no Turismo

quero ver concretizado: um lar de terceira idade. Podemos com este projecto colmatar dois problemas de Muxagata. Por um lado, iremos apoiar os nossos idosos nas suas dificuldades, por outro, conseguiremos criar novas oportunidades de

F.L.: Primordialmente responderá e às listas de espera que se sabe forma de viabilizar o projecto, queremos divulgá-lo além fronteiras e proporcionar a idosos de outros

e devemos aproveitá-lo. Existem imensos problemas, mas também existem imensas soluções. Temos que perceber quais as melhores soluções para a nossa realidade e fazer por implementá-las.

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» Poder Local

Junta de Freguesia de Numão

A história: Importância e Significado

Abel Pinto Presidente

Numão é uma população muito antiga, provavelmente habitada por povos celtas antes da romanização. Uma freguesia que respira história. Existem ainda vários monumentos, nomeadamente fontes, a ponte sobre a ribeira Teja, inscrições, e as colunas do fórum romano situadas no castelo. Abel Pinto recebeu-nos no edifício da Junta, sempre com o castelo no horizonte mas o presente faz-se com olhos no futuro.

N

umão deriva de “Naumen”, que em linguagem lusitana,

significa povoação fortificada sobre pontos escarpados e penhascosos. Foi desta forma que a Revista “Mundo Social” se encontrou com o presidente Abel Pinto, fortificado na esperança de fazer mais e melhor como tem sido pautado o seu

trabalho, já no terceiro mandato. A freguesia está assinalada no mapa de Portugal desde 1130, quando D. Fernando de Mendes de Bragança atribuiu o primeiro foral. É por esse motivo que os trabalhos executados pela Junta de Freguesia têm sempre um cunho de união, de força, de um povo que está habituado a lutar pela defesa da nação. Nos dias de hoje lutam por melhores condições de vida e pela afirmação pessoal. A interioridade que afecta as freguesias da região do Vale do Côa, muitas vezes em falta de oportunidades, origina que a população jovem

de indústria ou melhores empregos, que não sejam obrigatoriamente na agricultura afinal por muito nobre que seja trabalhar a terra, e colher o que plantamos ou semeamos, este é um sector também em crise. “Temos uma produção mais dedicada ao vinho, azeite e amêndoa mas não é fácil viver-se da agricultura, é uma actividade difícil, está muito em baixo e cada vez com menos apoios”, revela o presidente que fez uma pausa na vindima para conceder-nos a entrevista. Uma freguesia turisticamente apetecível e desejável não só pelo património histórico edificado mas também pelo turismo de natureza. Com esta intenção foi construído o Centro de Interpretação Turística de Numão (ver caixa), sendo a freguesia o ponto de partida para a descoberta de sabores e saberes, de tradições e “estórias”

migre e emigre à procura de melhores condições de vida. “A população é muito envelhecida, temos alguma juventude ainda a residir em Numão mas são

sem nunca perder o fio da história que sempre se fez na região. A importância do Castelo, como um todo para a região, originou uma candidatura conjunta entre várias entidades para a sua requalificação.”A

sobretudo pessoas mais velhas”, explica Abel Pinto. A esta situação alia-se a falta

importância desta iniciativa prendese pelo facto de ser uma actividade

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conjunta da Autarquia, da Direcção Regional de Cultura do Norte, e da Junta de Freguesia de Numão, que irá permitir por um lado uma requalificação das acessibilidades do castelo, permitindo a todos uma maior fruição do castelo e do património a ele associado. E por outro lado é sem dúvida o reconhecimento do Castelo de Numão, como um elemento patrimonial que faz parte da identidade cultural de Numão e da região onde ele se insere”, acrescentam. O encerramento de escolas que marcou a abertura de mais um ano lectivo não afectou a Freguesia de Numão pois a escola tem mais de 20 alunos. Estes são a alegria e a esperança dos anos vindouros. São eles que percorrem alegremente as ruas nas suas brincadeiras de criança e tomam de assalto um castelo indefeso contra o riso e a inocência. No canto oposto da vida, a maioria neste momento, e que marcam a freguesia por historias saudosas dos tempos de mocidade, os idosos têm ao seu dispor as valências necessárias para com dignidade poderem fazer-se novos aos olhos das crianças. Um cen-

tro de dia e apoio domiciliário. Outras carências são centros de saúde ou hospitais que sabiamente foram precavidos pelo protocolo entre a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal. O Projecto “Saúde sobre Rodas” desloca os cuidados de saúde básicos até á população e não espera o contrário. “Vêm alguns enfermeiros, uma vez por semana, fazer exames e prestar apoio. A Junta disponibilizou as instalações”, conta Abel Pinto. Outro projecto, que ainda não teve a aceitação necessária, é a ajuda disponibilizada pela psicóloga, algo que a população mais idosa ainda não entende ser necessária. “É um funcionário da Câmara que está sempre disponível. As pessoas mais novas encaram bem e procuram apoio, os mais idosos ainda têm algum complexo sobre isso”. “Numão é uma freguesia com um património muito rico e que para além das paisagens historicamente merece ser visitada. Estamos empenhados em trabalhar para o desenvolvimento da freguesia”. Estas são as palavras de Abel Pinto, para os fregueses e para os turistas, para o presente e para o futuro.

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Centro Interpretativo

Junta de Freguesia de Numão

O novo Centro Interpretativo apresenta condições para a sua rápida percepção e identificação por parte dos visitantes. Este centro possui condições excepcionais para ser um espaço atractivo, com uma linguagem moderna e uma atmosfera de qualidade geral, constituída por várias zonas:

ZONA DE ATENDIMENTO AO PÚBLICO

Poder Local «

Trata-se de uma iniciativa para “dar vida” a

A qualidade do atendimento e o tipo de

este Centro. Actualmente foi feita uma candi-

recepção são fundamentais. Este espaço, permite o acesso fácil e rápido a um conjunto

datura à Glubenkian para aumentar o acervo bibliográfico.

diversificado da informação do castelo, da sua envolvente e da região. Disponibiliza-se também um conjunto de serviços não só para

ZONA DE EXPOSIÇÕES TEMPORÁRIAS Trata-se de um espaço dedicado a exposições

quem nos visita, mas para os habitantes, nome-

temporárias, de variadíssimos autores interes-

adamente na organização e acompanhamento de excursões de carácter turístico.

sados em fazê-lo.

SALA DE LEITURA Inicialmente pretendia-se uma sala com um elevado acervo literário e diversificado sobre o Castelo de Numão bem como sobre arqueologia, especialmente direccionado aos turistas, estudantes e aos especialistas, além de computadores com acesso a internet. A sala foi transformada numa sala de estar para todos os jovens. Aqui eles podem encontrar uma consola, livros, computadores e um conjunto de actividades de ocupação de tempos livros.

ZONA DE EXPOSIÇÃO PERMANENTE Esta zona é ocupada por uma exposição permanente, para receber o espólio de arte local e de elementos do quotidiano para mostrar a trajectória da localidade. O centro interpretativo tem essa pretensão: resgatar o que se está perdendo, colocando os objectos “Sem importância e carregados de significado”, contribuindo para a documentação de um acervo oral e visual dos costumes e riquezas da terra, que não constam dos documentos oficiais.

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» Poder Local

Junta de Freguesia de Sebadelhe

“Queremos benefício para os viticultores do Douro” Um grande número de vinhas dos pequenos e médios viticultores do Douro foram, durante muitos anos, plantadas ilegalmente. Em 1985, foram legalizadas ao abrigo do decreto-lei 504/I, mas nunca tiveram direito a benefício para Autorização ao Mosto Generoso (Mosto do Vinho do Porto), conta António Felix, representante do Movimento dos Viticultores da região demarcada do douro Vinhas legalizadas ao abrigo do decreto-lei 504/I.

António Félix Presidente

D

urante a visita do “Mundo Social” a Vila Nova de Foz

pequenos e médios viticultores vem ressaltar um dos grandes proble-

Côa este assunto foi algumas vezes referido, pelos viticultores. De acordo com o representante do Movimento, estas vinhas

mas da região do Douro Vinhateiro, a desertificação. “Se estas parcelas, nos tempos mais próximos, não forem autorizadas a produzir vinho

devem ter direito ao benefício para produção de vinho generoso. “porque foram plantadas com o suor e

generoso, corremos o risco de cerca de 6000 famílias abandonarem a actividade e consequentemente

com as poupanças dos viticultores

abandonarem a região”, alertou o

sem qualquer ajuda comunitária”.

representante. Perante esta constatação, Antó-

O Movimento representa 6477 viticultores em toda a região do Douro, numa área de 3052 ha. Até hoje, já reuniram com vários elementos do Governo e António Felix garante que nunca disseram que não dariam o benefício, “no dia 26 de Junho de 2008 estivemos numa reunião com o Ex. Ministro da Agricultura, Jaime Silva. Ele deu-nos razão e pediu uma semana para resolver o problema, mas até agora não obtivemos qualquer resposta.” A falta de benefício vivida pelos

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nio Felix deixa uma mensagem ao governo e a todos os leitores, “temos um Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial, do qual todos nos orgulhamos, se não tivermos o benefício teremos um Douro de Pinheiros.”, O responsável pelo Movimento apela ainda para a consideração e contemplação destes viticultores “ como medida de justiça económica e social, para o bem dos Dourienses”. Nos últimos meses solicitou três

reuniões com o actual ministro da Agricultura e apesar de ainda não ter conseguido resposta, o Movimento,

três anos, me convidarem para me candidatar à Junta de Freguesia da minha terra, que é a freguesia mais

promete não desistir, “quem luta nem sempre ganha, mas, quem não luta não ganha nada. Quem tem inteligência, sabedoria, vocação e

socialista de Vila Nova de Foz Coa?”.

responsabilidade política deve colocá-los ao serviço dos mais indefesos”. António Felix deixa ainda escapar que, na impossibilidade de reunir com o ministro da Agricultura, solicitarão um reunião com o Primeiroministro e esperam que ele “tenha coragem para resolver um problema tão simples e humilde, como o benefício para os dourienses”. Por fim, o representante do Movimento deixa uma pergunta para o actual governo, “Será que irei conseguir o apoio da minha família política madastra e não o conseguirei por parte da minha família socialista? Será que os ilustres dirigentes socialistas irão ter coragem para, daqui a

Sebadelhe quer acompanhar o desenvolvimento António Felix é presidente da Junta de Freguesia de Sebadelhe, concelho de Vila Nova de Foz Côa, uma das freguesias mais afectadas pela inexistência do benefício, porque as vinhas tem lugar de destaque quando perguntamos sobre os recursos económicos da aldeia. Mais uma vez, o presidente referencia a crescente desertificação na região e particularmente na sua aldeia, pela força que se faz sentir do desemprego. Para além da vinha, o azeite e a amêndoa são também recursos económicos importantes, mas cada vez mais escassos, por isso, “é muito difícil que os jovens se fixem em Sebadelhe”.

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Junta de Freguesia de Sebadelhe

ra todos ” António Felix e a sua equipa, transforma-

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Obras realizadas durante o mandato:

“Temos uma Mini Loja do Cidadão”

ram a sede da Junta de Freguesia numa Mini Loja do Cidadão, para facilitar aos seus habitantes o pagamento das contas

dária e hospitaleira, com uma história muito longa, da qual nos orgulhamos”. A riqueza da história, das tradições e o valor dos antepassados de Sebadelhe, con-

mensais e o preenchimento do IRS por via Electrónica. Aberta um dia útil por semana, esta iniciativa tenta colmatar alguns dos problemas que as freguesias com uma

jugada com a beleza natural dos seus espaços, são os melhores pontos de visita que a Junta de Freguesia pode apresentar. “Convido-o a visitar Sebadelhe, no Alto

faixa etária elevada sofrem. Apesar de ainda faltar trabalho pela frente, António Felix convida todos os interessados e apaixonados por turismo

Douro Vinhateiro, onde o Douro atinge o seu representante máximo de atractividade. Oferecemos tranquilidade e sossego, assente na natureza plenamente preservada” rema-

rural e pelas belas paisagens do Douro a visitarem esta freguesia “de gente soli-

tou o presidente da Junta de Freguesia de Sebadelhe.

. Reabilitação das estradas; . Reconstrução da Mina de Vendas, que se encontrava desactivada para fornecimento de água para a agricultura; . Disponibilização de um terreno para recolha de monos (Televisões, Colchões, Frigoríficos, etc) com uma área de 1000m2, para combater o abandono destes materiais nos ribeiros e nos montes.

Património cultural: . Casa Donnas Botto, mais conhecida por casa dos marcais; . Ponte romana na ribeira Teja, situada no cabeço. . Torre do relógio. . Capela do Martir S. Sebastião . Igreja Matriz

Património Mundial: . Alto Douro Vinhateiro; . Vale da Teja.

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» Poder Local

Junta de Freguesia de Custóias

Uma saudável interioridade Em 1130 Custóias já aparece nos anais de Portugal. Um lugar estratégico de defesa relacionado com castelos e cercas medievais mas de gente hospitaleira. Nos dias de hoje a hospitalidade continua a ser apanágio de quem vive na freguesia e bem receber a palavra-chave de uma região naturalmente bela.

A

revista “Mundo Social” deslocou-se à Freguesia de Custóias para conhecer a sua realidade com

o Presidente Raul Anciães que se fez acompanhar de dois jovens que pertencem às forças vivas da freguesia. Uma entrevista a três onde o passado, presente e futuro são analisados com a vontade de fazer mais e melhor, por uma povoação, como a maioria do interior, sofre da falta de jovens e consequente envelhecimento da população mas

sempre activos e com vontade de não parar no tempo. Os acessos neste momento não ajudam os fregueses nas deslocações até porque a sede de concelho se encontra a 25 quilómetros de Custóias e a rede viária nem sempre é a desejável mas o cenário está em constante mudança e no futuro o IC2 será um factor de proximidade entre as freguesias e a população. Como em muitos outros casos os habitantes procuram na migração e emigração melhores condições e oportunidades. No entanto, entanto estes regressam sempre e no perío período de férias a freguesia triplica, cconta o presidente que aponta a fa falta de condições para a fixação de jovens como a principal condicion condicionante e motivo de desertificação. Os cadernos eleitorais apontam para 3 340 inscritos mas em habitantes con contam-se aproximadamente 230 pessoa pessoas. Os principais recursos económiec cos numa freguesia onde não existe indústria passam pelo sector primário e é na agricultura que enc encontram o principal meio d de subsistência. A q qualidaRaul Anciães de de produt produtos que Presidente

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são marca d de uma rreg ião como o bom região

vinho, de mesa e generoso, o conhecido vinho do Porto. O azeite puro, virgem e rejuvenescedor, juntamente com outro famoso postal ilustrativo da região, as amendoeiras em flor, cujo fruto coloca a região no mapa. Existe uma cooperativa de azeite, para ajudar os agricultores na transformação e escoamento deste puro néctar. No vinho existem pequenos produtores, pessoas da terra, que produzem individualmente o que necessitam para durante o ano e também enviam para a Cooperativa da Teja. Este ano o Verão foi quente e seco mas não afectou a produção, antes pelo contrário, “foi um bom ano a nível de produção. A qualidade do grau depende das terras, as mais perto do Douro têm mais e nos terrenos mais elevados é a situação contrária mas quanto mais grau mais vantagens e melhor é o vinho e a sua fabricação”, explica Raul Anciães. Para além deste sector existe ainda o pequeno comércio de alimentação, cafés e pequenas empresas particulares dedicadas à construção, aquecimento e canalização. Depois de quatro anos onde a relação e as ajudas da Câmara Municipal nem sempre foram do agrado da administração, neste segundo

mandato Raul Anciães revela que “existe uma relação muito boa com executivo camarário e, finalmente, podemos aos poucos idealizar projectos para Custóias”. As necessidades mais básicas da freguesia estão confirmadas a todos os níveis e áreas, como a rede de distribuição de água, de saneamento e electricidade. Necessidades primárias que garantem a qualidade de vida dos residentes. A freguesia também é conhecida no Concelho e arredores pela musicalidade que brota dos agora silênciosos instrumentos da Banda Filarmonica outrora apelidada de “Música do Ferro” e que se encontra, de momento, inactiva. As estruturas para que a população possa ter apoio no seu quotidiano são asseguradas na terceira idade pelo centro de dia que também tem apoio domiciliário. Para além desta valência os idosos têm todos os anos um passeio que a Câmara Municipal organiza. Este ano a Junta de Freguesia já lhe deu a conhecer o museu de Foz Côa dedicado às figuras rupestres e nos dias 16 e 17 de Outubro tiveram um passeio de barco no rio Douro. Estas são acções que ajudam esta faixa etária a manter-se ocupada

Mundo Mu Mun M und un do o Social Soc So S oc o c iia cial ial all a

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Junta de Freguesia de Custóias e a combater a solidão, fomentar o

podem suportar individualmente mas

encontro e a união é essencial, asse-

sendo comunitário é de todos e para todos. Em Custóias temos esse exem-

guram os entrevistados. No campo oposto, a juventude e o ensino. A escola primária e jardim-de-

plo com o forno que a população usa

infância já se encontram encerradas

frequentemente para todo o género de cozinhados, desde o tradicional

desde 2006. O agrupamento escolar

pão a assados. A lenha cada um traz

de Vila Nova de Foz Côa deu preferên-

consigo, juntamente com o saber, pois

cia a Custóias mas o então executivo camarário preferiu o encerramento de

como explica o presidente é necessá-

um edifício renovado e com condições, desde essa altura os alunos deslocam-

menos usado pelo mais novos mas

se a outra freguesia e concelho. O edifício da extinta escola será, brevemente, aproveitado para acolher os enfermeiros do projecto “Saúde

O Executivo agradece a todos que com ele colaboraram para o bom funcionamento e o desenvolvimento da Freguesia e neste espírito desejam no futuro continuar com as benfeitorias

sobre Rodas”. Outra oferta é a psicóloga que se desloca à freguesia todos os quinze dias. Para o futuro Raul Anciães pretende que este espaço seja também de convívio e festas. Numa freguesia rural é normal a partilha, a troca de ideias e saberes, de convívio e reunião, que se construam condições que muitas vezes não se

rio conhecer este utensílio cada vez sempre apreciado por todos.

para a freguesia e para o bem-estar da população. Querem melhor a qualidade de vida já por si boa. Convida ainda todos aqueles que ainda não conhecem Custóias a subir ao Miradouro de Nossa Senhora do Viso pelo menos um dia, e daí poderem deslumbrar-se com uma paisagem maravilhosa e uma

Poder Local «

Paisagens apelativas onde os sentidos perdem-se e vagueiam desde as oliveiras, as vinhas, as amendoeiras em flor e toda uma área abrangente de beleza natural que pode ser deslumbrada no miradouro de Nossa Senhora do Viso ou os montes de pedras chamados cabeços fraga do corvos. O património edificado é rico essencialmente na arte sacra, seja exteriormente pelas diversas capelas como no seu interior desde a talha dourada ou a antigas alfaias litúrgicas perduram. A destacar a Igreja Matriz pelas suas características arquitectónicas, e segundo alguns registos, data dos sécs. XVI/XVII. CAPELA DE NOSSA SENHORA DO VISO - Serve de miradouro à freguesia e à própria linha do horizonte e tudo o que está abaixo dela. Aqui realiza-se, todos os anos em Agosto, a principal festa de Custóias com a duração de três dias. Este miradouro é também um dos pontos mais altos de Portugal com 813 metros acima da linha do mar. CAPELA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO - Dizem ser uma das mais antigas, mas sofreu remodelações nos anos 70. CAPELA DE SANTA BÁRBARA - Encontra-se construída em cima de umas rochas, na Rua do Outeiro; tem um belíssimo miradouro. CAPELA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA - Embora com uma bonita traça românica, encontra-se actualmente em ruínas, junto à estrada. IGREJA DE S. JOÃO BAPTISTA - Trata-se de uma construção muito recente, data do ano de 1994.

vista privilegiada e para a freguesia.

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» Acção Social

Associação pela Infância e Terceira Idade de Lamego

APITIL aposta no avanço t A Associação pela Infância e Terceira Idade de Lamego (APITIL) comemora 30 anos no próximo mês de Julho de 2011. Nos últimos três anos tem apostado no avanço tecnológico, na aproximação à comunidade e na auto-suficiência financeira. “Trabalhamos para o seu bem-estar” é o lema da instituição que começou como Centro de Dia, a 1 de Julho de 1981, e conta, actualmente, com três centros de Dia, duas creches, dois jardins-deinfância, um ATL e uma sala de estudo e um serviço de apoio domiciliário.

E

manuel Seixas, director técnico e assistente social da APITIL, mostra-se orgulhoso do trabalho reali-

zado nas duas valências (Infância e Terceira Idade), mas garante que ainda há muito trabalho pela frente. Certo das dificuldades financeiras que as IPPS (Instituição Pública de Solidariedade Social) sofrem face ao desenvolvimento de novas actividades, revela que “existem sempre projectos, queremos, por exemplo, aproximar a APITIL da comunidade de Lamego apostando no Marketing ligado às IPSS”. “Para um bom serviço, não podemos depender dos fundos comunitários” Entre as actividades disponíveis, no Centro de Dia, surge a construção de bonecas de trapos. “Esta iniciativa quer conciliar a imprescindível actividade física e lúdica dos nossos utentes, com a possibilidade de rentabilizarmos os seus trabalhos, como ajuda à associação”, explica Emanuel Seixas invocando o apoio da comunidade, “se toda a gente comprasse um boneco por um euro, esse dinheiro daria para colmatar algumas das nossas falhas”. Outra das pretensões da APITIL, no âmbito de alguma independência financeira, é a criação de ciber-

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Amândio da Fonseca, Fundador da APITIL nética e rentabilizá-la ao serviço da IPSS. A publicidade de serviços e pessoas relacionadas com a área é, para o director técnico, uma possível fonte de rendimento para a Instituição. Sediada no centro de Lamego,

com dois andares e sem elevador, factor que impossibilita muitas das ideias que a administração vai

a APITIL preocupa-se em oferecer um bom serviço à comunidade do concelho por isso, nos últimos anos, estendeu o Centro de Dia para as

criando. Emanuel Seixas explica “os idosos quando são admitidos na associação ainda têm muita mobilidade, mas com o tempo começam

freguesias de Magueija e Avões.

a perdê-la, por isto é-nos impossível utilizar o segundo andar, para benefício deles”. Sem data prevista para construção do novo edifício, a

“Eles preferem estar no Centro de Lamego, porque se sentem rotulados pelas pessoas da terra, daí as candidaturas serem em excesso para a sede”, conta o director. Perante a persistência dos candidatos, a APITIL tenta persuadi-los a integrar

única certeza é a oferta de terreno

o Centro de Dia das suas freguesias, garantindo todas as actividades, conforto e apoio que eles merecem. Por esta altura, o Centro de Dia

Objectivo: Construir um lar

de Lamego acolhe 70 idosos, um número muito superior ao das freguesias, com 10 utentes cada um. A associação considera que a melhor solução para estes e outros constrangimentos passará pela construção de um novo edifício,

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“queremos centralizar os nossos serviços e criar melhores condições”. A actual sede da APITIL é um edifício antigo no centro da cidade,

por parte da Câmara Municipal de Lamego.

Servir a comunidade de Lamego é a vontade da equipa de técnicos e auxiliares que trabalham nas várias valências da APITIL. Quando questionado sobre os próximos projectos, Emanuel Seixas mostra-se esperançoso de alcançar um sonho, “a construção de um lar, essa é a única valência que falta à APITIL na área da Assistência Social”.

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Associação pela Infância e Terceira Idade de Lamego

Acção Social «

o tecnológico Emanuel Seixas Director técnico

“Quero acreditar que posso mudar o mundo” Emanuel Seixas está na Associação há três anos. Durante os dois primeiros anos foi assistente social, no último ano exerce as funções de Director Técnico da APITIL. O director apela a todos os assistentes sociais a não desistirem do que os moveu a apostarem nesta profissão. “Quando saímos da faculdade pensámos que somos super-heróis e com as adversidades que vamos encontrando, esmorecemos e desistimos dos nossos objectivos, mas isso não pode acontecer. Temos que continuar a acreditar que podemos mudar o mundo”, desabafa o assistente social.

Actividades dedicadas ao desenvolvimento da motricidade Os dias dos idosos são preenchidos com actividades pensadas para o desenvolvimento da sua motricidade fina e grossa. Boccia - jogo de precisão que desenvolve e obriga a um bom controlo motor, para proporcionar bons lançamentos, cujo objectivo é aproximar o maior número de

bolas de cor (vermelha ou azul) da bola alvo - é a iniciativa que mais curiosidade desperta aos utentes. Actualmente com 20 participantes, Emanuel Seixas lembra como foi difícil cativar os idosos para esta prática, “começámos com cinco idosos porque eles não compreendiam as vantagens destas iniciativas, com a adaptação, tornou-se na actividade preferida”. A hidroginástica, a educação física, inseridas no projecto sénior+60 e os trabalhos manuais (por exemplo, a construção de bonecas de trapos) estão entre o leque de preferências dos idosos. Para colmatar as necessidades dos idosos de Lamego sem mobi-

ção de iniciativas para os utentes de apoio domiciliário não é impossível de transpor. O director técnico garante que “arranjamos sempre algo para fazer, nos últimos tempos criaram um tapete. Distribuímos pequenos quadrados e farrapos e pedimos que usassem a imaginação, no final construímos um tapete que temos exposto na sede”. Para além dos trabalhos manuais, os idosos também são convidados para os passeios organizados pela instituição. “Os pais sabem que a APITIL é a melhor escolha” Comprovando o investimento nas novas tecnologias e na pro-

lidade, a APITIL tem a valência de apoio domiciliário, “os pedidos mais usuais são a alimentação e

cura de segurança na educação dos mais novos, a APITIL acompanha as inovações tecnológicas e instala um sistema de controlo

a higiene pessoal”. Consciente da falta de disponibilidade de muitos familiares no acompanhamento dos idosos, a Associação

de entradas e saídas em todas as respostas para a infância. “Para uma maior segurança dos pais, as entradas e saídas do são regista-

tenta também integrar os utentes do apoio domiciliário nas suas actividades. A dificuldade na organiza-

das electronicamente. A porta só permite acesso através de impressão digital”, anuncia o director técnico.

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» Acção Social

Associação pela Infância e Terceira Idade de Lamego

Sónia Mesquita, Directora do Pólo Infantil

APITIL aumenta número de alunos Sónia Mesquita é directora do pólo infantil há cinco anos. Questionada sobre o alargamento do horário nas escolas e a possibilidade de alguns alunos abandonarem o ATL e a sala de estudo, não mostrou qualquer preocupação, “este é o ano que leccionamos com mais meninos”, conta a directora. As principais razões para este acréscimo é fácil de encontrar “as AECS funcionam até às 17h30, os pais não têm como os ir buscar a essa hora, preferem-nos na APITIL. Ficam connosco, fazem cá os trabalhos de casa, estudam e às vezes só ao início da noite vão para a casa”. RESPOSTAS SOCIAIS INFÂNCIA: Creche; Infantário; ATL (actividades

Carla Marinho, Psicóloga da APITIL

O bom comportamento

das crianças Carla Marinho, psicóloga da APITIL desde Abril, está satisfeita com o trabalho prestado pela associação à comunidade. O comportamento das crianças é exemplar, “ os alunos que recebemos não têm problemas educacionais, as questões que encontro são as habituais da infância e da adolescência”, refere a psicóloga.

de Tempos Livres); Sala de estudo; TERCEIRA IDADE: Centro de Dia; Apoio Domiciliário

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» Acção Social

Fumeiros Porfírios

Um Paladar Intemporal Esta é uma das características dos produtos Porfírios pois a confecção mantém o vinho, o alho e o “suave aroma a fumo” que coloca esta empresa de raiz familiar na mesa de todos os portugueses. “Os nossos produtos têm o mesmo sabor ao longo dos anos”, quem o garante é Daniel Porfírio que “apenas tenta manter viva a tradição do bom fumeiro”.

M

undo Social (MS): Como

MS: O que é que já foi feito

é que surge a ideia da criação dos Fumeiros Porfírios?

desde a criação da empresa até agora? DP: Desde a criação da Fumeiros

Daniel Porfírio (DP): Nos anos 80, Manuel Porfírio e Maria de Lurdes Porfírio, decidiram diversificar começando a produzir pequenas quantidades de carne em casa.

Porfírios que se optou por criar vários pontos de venda. Neste momento temos quatro estabelecimentos. O último foi aberto este ano em Lamego, “A Taberna do

Mais tarde surge a criação da “Casa Rita” para a produção de alguns produtos inicialmente pouco diver-

alho como únicos condimentos para o tempero dos produtos, que depois passam pela secagem a lenha de azinho. Como produtos

nicas mais rentáveis de forma a diminuir o preço de produção e não cortar na qualidade da matéria-prima.

de referência temos: as moiras, o salpicão e o presunto, produtos típicos da região de Lamego. Mas o seu portfolio apresenta também

MS: Onde é que os Fumeiros Porfírios podem ser encontrados? DP: Os nossos produtos podem

Porfírio”, uma casa de petiscos. Estes contribuem em cerca de 40 por cento da facturação anual da

outros produtos, como: chouriças, alheiras, morcelas, farinheiras, barriga fumada ou salgada entre outros.

ser encontrados um pouco por todo o país. Os principais pontos são Lisboa, e a região entre Vila Real e Porto. Podem também ser

sificados, como: Salpicão, chouriça, moira e carnes frescas. Durante a década de 80 dá-se o primeiro grande passo: a ampliação da fábri-

empresa. Hoje tem um espaço quatro vezes maior e em certos períodos do ano, produz acima da capacidade nor-

Nos pontos de venda dispomos de uma variedade maior de oferta em carnes frescas, uma vez que utilizamos carne de aves, bovinos,

encontrados no grupo Jerónimo Martins com Moira Adouro e Salpicão Adouro.

ca com a entrada dos produtos no grupo Jerónimo Martins. Com o novo cliente surgiu a necessidade de implementar regras de higiene

mal. A nível de qualidade apresenta todos os requisitos preenchidos, começando em 2010 o processo de certificação pela ISO 22000.

pequenos ruminantes entre outras.

MS: Quais são os projectos que têm em mente, tendo em conta o problema actual da economia

MS: O que é que vos distingue dos restantes concorrentes do sec-

e segurança alimentar num espaço que já era diminuto e não oferecia

MS: Quais são as principais espe-

a oportunidade de diversificar os produtos. Em 1993 concluiu-se a

cialidades que a empresa tem aos dispor dos clientes?

tor? DP: Primamos pela diferenciação através de rigorosos critérios de qualidade que usamos desde

construção de uma nova fábrica e a constituição da empresa actual, a Fumeiros Porfírio.

DP: A empresa apresenta produtos que seguem as tradições da região utilizando o vinho, sal e

a criação da empresa. Os nossos produtos têm o mesmo sabor ao longo dos anos. Optamos por téc-

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portuguesa. DP: Não estão previstos mais investimentos, para além do que está a ser realizado na formação e qualificação dos colaboradores. Se a situação melhorar no próximo ano abriremos mais dois pontos de venda.

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