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HUMBERTO DA SILVA MARQUES

Em 2018, o Festival Literário Internacional de Óbidos entra na sua quarta edição e tem vindo a afirmar-se como um dos principais acontecimentos dedicados à promoção do livro e da literatura. É, por outro lado, um evento com uma dimensão internacional já consolidada e materializada através dos muitos parceiros de programação que se aliaram a esta vila, a esta estratégia, e que fazem desta a edição mais ambiciosa, a esse nível, até à data.

Porém, a nossa estratégia de internacionalização na área da literatura não se limita ao Folio. Através de fortes e várias ligações, iremos receber a curto prazo em Óbidos, mais uma plataforma de ponto de encontro do visitante com a língua, a literatura, a história e a cultura. Este será mais um exemplo de vários projetos que estão a reconfigurar o espaço urbano, sem nunca esquecer o caminho que nos levou até aqui e que escreveu a história da nossa vila. Utilizamos a literatura como meio para valorizar quem somos, para valorizar a nossa identidade. A ligação de Óbidos com a literatura inicia, neste momento, uma fase muito importante no seu percurso. É uma fase mais madura. Construir pontes entre o mundo literário e o quotidiano, promover o pensamento crítico, e fazer com que o Folio se aproximasse das pessoas de Óbidos, foi dos principais objetivos do programa deste ano. Presentes em todas as áreas programáticas, as pessoas de Óbidos dão um maior brilho a um programa que, por si, tem feito Óbidos brilhar. A isto chamamos “Óbidos ID”: Identidade, Inovação, Desenvolvimento.

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Sentimos, por outro lado, que, em 2018, conseguimos, mais do que nunca, uma maior coerência na programação, ligando-a ao tema de ócio, negócio e a invenção do futuro. Esta escolha de temática resultou da vontade de aliar a literatura à discussão de temas contemporâneos, que preocupam a sociedade e que apresentam perspetivas que olham para o futuro. O programa que apresentamos aborda formas sobre como lidar com o novo laço social da globalização nas suas múltiplas expressões e fomenta uma discussão mais alargada sobre o individualismo, o consumo, os média, a quebra dos imperativos nos costumes e a crise atual das identidades. Queremos ainda proporcionar a uma discussão viva e rica das constituições culturais, dos nossos limites, e apelar a uma renovada sensibilidade para o século XXI. O Folio transformou Óbidos e fez-nos acreditar nas infinitas ligações que a literatura permite. Levou-nos a sonhar ainda mais alto. Quem pensaria que esta estratégia resultaria numa chancela da Unesco? É a partir deste sonho, escondido entre as linhas de milhões de histórias, que traçamos o caminho e abrimos a porta para o mundo moderno e para o futuro. Poderão verificar, nas páginas que se seguem, centenas de iniciativas de grande qualidade. A escolha é vossa! Espalhadas pelo mundo, existem várias Cidades da Literatura mas, Vila Literária de Portugal, há só uma. Poderá encontrá-la em Óbidos.

Humberto da Silva Marques

Presidente da Câmara Municipal de Óbidos

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