Reserva da Biosfera das Berlengas (UNESCO)

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BERLENGAS 1 Factores-chave da Reserva da Biosfera O ecossistema insular, o valor biológico da área marinha envolvente, o elevado interesse botânico, o papel da ilha em termos de avifauna marinha, a presença de interessante património arqueológico terrestre e subaquático, e as relações com a comunidade de pescadores, são outros fatores chave desta Reserva da Biosfera.

Singularidades São conhecidos 3 endemismos florísticos e 1 da fauna herpetológica. No que respeita à avifauna, as Berlengas constituem o limite sul ou norte de nidificação de 3 espécies de aves marinhas, bem como o único local na Europa de nidificação de 1 outra espécie. O mar adjacente ao arquipélago é uma importante zona de alimentação e concentração de aves marinhas.

Área total: 18502,3 ha Área terrestre: 725,6 ha Área marinha: 17 776,7 ha

BERLENGAS RESERVA DA BIOSFERA COFINANCIAMENTO:

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IPLeiria

Coordenação científica: Sérgio Leandro, Paulo Maranhão e Teresa Mouga (ESTM-IPLEIRIA, MARE-IPLeiria) | Equipa investigação: Catarina Correia e Catarina Barraca Design: Pedro Salgado e Marco Nunes Correia | lustrações: © Grupo do Risco / Pedro Salgado; João Lucas; Sandra Tapadas; Filipe Franco; Sara Simões; e Marco Nunes Correia

Zonamento (%) Núcleo - 0,1% Tampão - 4,7% Transição - 95,3%


A Reserva da Biosfera das Berlengas (UNESCO) A Reserva da Biosfera das Berlengas (UNESCO) compreende a totalidade do arquipélago das Berlengas, a cidade de Peniche, localizada no continente, e o corredor marítimo que os liga.

Geologia e Geodinâmica O arquipélago das Berlengas é formado por um complexo de rochas graníticas e metamórficas e representa o último vestígio do “horst” das Berlengas, formação integrada na Cadeia Varisca, formada durante o Devónico e o Carbónico, como resultado da colisão dos supercontinentes Gondwana e Laurásia. Em consequência da geodinâmica que lhe deu origem, as ilhas e ilhéus apresentam um relevo escarpado onde são comuns a formação de grutas e fendas terrestres e submarinas.

Características ecológicas Este conjunto de recifes costeiros, situado no cimo da escarpa do Canhão da Nazaré – um dos mais importantes canhões submarinos no contexto internacional – tem um clima temperado marítimo influenciado pelo afloramento costeiro sazonal controlado pela circulação atmosférica associada ao Anticiclone dos Açores, numa zona de transição entre as subregiões Mediterrânea e Europeia. Esta localização contribui para a notável produtividade e diversidade de espécies e de habitats marinhos, bem como para uma paisagem única na região.

Um pouco de história A ocupação nas Berlengas tem mais de 2500 anos, vestígios arqueológicos em terra e subaquáticos revelam que desde a Idade do Ferro serviria de apoio à navegação ou como ponto de abrigo (fundeadouro). Trabalhos arqueológicos revelaram que com a chegada dos romanos as Berlengas reforçaram a sua importância estratégica tendo sido ocupada durante mais de cinco séculos. Testemunho da ocupação romana é a construção de um pequeno edifício de planta quadrangular que seria um posto de vigia ou um farol. A ilha voltaria a ter ocupação muito mais tarde, com a construção do Mosteiro da Misericórdia no século XVI e com a construção do Forte de São João Baptista no século XVII.


PEIXES 2

Tainha • Chelon labrosus Podendo ser encontrada em água doce, salobra e salgada, a tainha é uma espécie muito abundante em Portugal. É frequentemente avistada ao longo da costa em grandes cardumes visíveis à superfície da água. Possui um corpo cilíndrico, estrutura bocal muito característica, opérculos largos e escamas grandes, sendo as fêmeas maiores que os machos. Ocasionalmente, a tainha efetua migrações para Norte, normalmente no Verão, quando a temperatura da água sobe.

Robalo • Dicentrarchus labrax O robalo é uma espécie muito abundante no litoral português. Apesar de ser normalmente encontrado em ambientes marinhos, pode, por vezes, ocorrer em estuários e rios. Quando é juvenil, o robalo forma cardumes, no entanto, na fase adulta são peixes solitários. Podem ser encontrados até os 100 m de profundidade. Possui um corpo alongado e um dorso cinzento-escuro, com reflexos azulados. Espécie de elevado interesse comercial.

Sargo-veado • Diplodus cervinus O sargo-veado é um peixe litoral que vive habitualmente em fundos rochosos até aos 80m de profundidade, podendo alcançar os 300m. É o maior dos sargos. Pode ser gregário ou solitário. Durante a época de reprodução são frequentes cardumes de poucos indivíduos (3 a 8), de um macho dominante e diversas fêmeas.

Salema • Sarpa salpa A salema possui um corpo prateado, com listas longitudinais douradas na parte lateral. Ocorre normalmente em cardumes numerosos em águas costeiras, perto de rochas, estando a sua ocorrência diretamente ligada à procura de alimento (é uma espécie herbívora). Possui dois períodos de reprodução, maioritariamente regulados pela temperatura da água. A população de salemas não se encontra ameaçada.

Judia • Coris julis A judia é um peixe solitário, normalmente encontrado em águas costeiras e pouco profundas. Ocorrem frequentemente perto de rochas, embora se possam enterrar na areia à noite ou em caso de perigo. É uma espécie com uma coloração muito diversificada devido ao acentuado dimorfismo sexual. Os machos possuem um dorso castanho-alaranjado, podendo ainda ter presente o azul e o verde. As fêmeas são menos coloridas, sendo maioritariamente castanhas, com ventre branco-prateado. Espécie hermafrodita em que os indivíduos podem nascer como machos (machos primários) ou como fêmeas e tornar-se machos a partir de uma determinada altura (machos secundários).

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Coordenação científica: Sérgio Leandro, Paulo Maranhão e Teresa Mouga (ESTM-IPLEIRIA, MARE-IPLeiria) | Equipa investigação: Catarina Correia e Catarina Barraca Design: Pedro Salgado e Marco Nunes Correia | lustrações: © Pedro Salgado e Marco Nunes Correia (robalo)


Salema · Sarpa salpa • • • • •

alimentação · crustáceos (fase juvenil) algas e fitoplâncton (fase adulta) reprodução · Primavera-Outono maturidade sexual · 1,5 anos comprimento máximo · 50 cm • peso máximo · 2 kg longevidade · 11 anos

Tainha · Chelon labrosus

• alimentação · zooplâncton (fase juvenil) e fitoplâncton, pequenos invertebrados e detritos (fase adulta) • reprodução · Fevereiro-Abril • maturidade sexual · 2 anos • comprimento máximo· 75 cm • peso máximo · 4,5 kg • longevidade · 25 anos

Robalo · Dicentrarchus labrax

• alimentação · camarões, moluscos, juvenis de invertebrados e outros peixes • reprodução · Inverno-Primavera • maturidade sexual · 4-5 anos • comprimento máximo · 100 cm • peso máximo · 12 kg • longevidade · 30 anos

Sargo-veado · Diplodus cervinus

• alimentação · omnívoro (algas, pequenos crustáceos) • reprodução · Janeiro-Março • maturidade sexual · fêmeas com 4 anos (27cm) e machos com 5 anos (33cm) • comprimento máximo · 55cm • peso máximo · 2,7 kg • longevidade · 17 anos

Judia · Coris julis • • • • • •

alimentação · pequenos ouriços-do-mar, camarões, poliquetas e anfípodes reprodução · Maio-Julho maturidade sexual · 1 ano (macho) comprimento máximo · 18 cm (Fêmea), 30 cm (macho ) peso máximo · 60 g (fêmea), 290 g (macho) longevidade · 7 anos


AVES 3

Cagarra • Calonectris borealis A cagarra é uma ave marinha essencialmente pelágica. A espécie ocorre em quase toda a ZEE (Zona Económica Exclusiva) portuguesa, encontrando-se muito raramente durante o inverno. Durante a época da reprodução é facilmente observada a partir de costa. Para além de se reproduzir no arquipélago das Berlengas, a espécie nidifica também nas principais ilhas do Atlântico (Açores, Madeira e Canárias). Após a época de reprodução as aves partem para as zonas de invernada, localizadas no Sul do Atlântico ou Oceano Índico. Existem inúmeras ameaças à sobrevivência das comunidades, nomeadamente, a indisponibilidade espacial para a construção de ninhos, a predação de ovos e juvenis por mamíferos terrestres, a competição por recursos com outras aves e a vulnerabilidade a artes de pescas.

Gaivota-de-patas-amarelas • Larus michahellis Pode ser observada nas Berlengas durante todo o ano, ainda que alguns indivíduos efetuem movimentos dispersivos ao longo da costa, especialmente fora da época de reprodução. É uma espécie com uma dieta generalista e que aparentemente beneficiou da proximidade humana, recorrendo frequentemente a aterros e lixeiras. Esta espécie forma a maior colónia de aves marinhas do arquipélago, preferindo falésias com zonas pouco escarpadas para a nidificação.

Roque-de-castro • Hydrobates castro Tem um comportamento marcadamente pelágico, aproximando-se pouco da costa, pelo que existem poucas observações da espécie a partir de terra. Existem duas populações de roque-de-castro com características morfológicas, períodos reprodutivos e vocalizações bastante distintas. Nidifica em grutas estreitas e falhas nas rochas das escarpas de ilhas e ilhéus. Os indivíduos desta espécie podem viajar grandes distâncias em curtos períodos temporais, em busca de alimento, tendo preferência por restos de cefalópodes, crustáceos e peixes, deixados por outros predadores e despojos de pesca. A população de roque-de-castro em Portugal encontra-se em decréscimo, provavelmente devido à introdução/aumento de espécies predadoras (ex.: rato-preto) e perturbação humana. Atualmente, esta espécie é considerada vulnerável.

Galheta • Phalacrocorax aristotelis A galheta ocorre exclusivamente ao longo da costa continental, distribuindo-se de forma pontual ao longo da costa rochosa ocidental, do cabo Carvoeiro para sul. O ninho é contruído nas falésias, em plataformas geralmente abrigadas. Captura peixes em águas pouco profundas. A população europeia demonstra tendência decrescente. No entanto, apesar de pouco abundantes em Portugal, as colónias de galhetas mantêm um número estável. A maior parte da população nacional ocorre dentro de áreas protegidas, estando concentrada no arquipélago das Berlengas, em particular na ilha da Berlenga. A galheta é particularmente suscetível à poluição por hidrocarbonetos e a algumas artes de pesca.

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Airo • Uria aalge O airo é uma das aves mais emblemáticas do arquipélago das Berlengas, sendo inclusive o símbolo da Reserva Natural das Berlengas. As colónias de nidificação portuguesas representavam o limite sul de nidificação desta espécie, no entanto, atualmente, o airo poderá estar extinto enquanto espécie reprodutora. O airo nidificava em grandes números na ilha da Berlenga, mas a população sofreu um declínio populacional vertiginoso na segunda metade do século XX. Para o desaparecimento do airo apontam-se várias causas, como a pressão pelas artes de pesca e a poluição por hidrocarbonetos em conjugação com a flutuação das populações nos limites de distribuição. COFINANCIAMENTO:

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Coordenação científica: Sérgio Leandro, Paulo Maranhão e Teresa Mouga (ESTM-IPLEIRIA, MARE-IPLeiria), e Hélder Cardoso Equipa investigação: Catarina Correia e Catarina Barraca | Design: Pedro Salgado e Marco Nunes Correia | lustrações: © Marco Nunes Correia | 2016


Airo · Uria aalge • • • • •

Cagarra · Calonectris borealis

• ocorrência · migrador • alimentação · pequenos peixes pelágicos (e.g. sardinha, carapau, cavala, peixe-agulha) e cefalópodes • reprodução · Março-Outubro · 1 ovo • envergadura · 118-126 cm • comprimento · 50-56 cm • longevidade · 30 anos

ocorrência · migrador alimentação · preferencialmente pequenos peixes reprodução · Fevereiro-Junho · 1 ovo envergadura · 61-73 cm • comprimento · 38-46 cm longevidade · 40 anos

Roque-de-castro · Hydrobates castro

• ocorrência · migrador • alimentação · crustáceos planctónicos, pequenos peixes e cefalópodes, podendo tirar partido dos restos deixados por outros predadores • reprodução · Março-Outubro (população verão), Setembro-Fevereiro (população inverno) · 1 ovo • envergadura · 43-46 cm • comprimento · 19-21 cm • longevidade · 30 anos

Gaivota-de-patas-amarelas · Larus michahellis • • • • •

ocorrência · residente • alimentação · generalista reprodução · Março-Setembro · 2-3 ovos envergadura · 120-140 cm comprimento · 52 - 58 cm longevidade · 20 anos

Adulto

Juvenil Galheta · Phalacrocorax aristotelis • • • • •

ocorrência · residente alimentação · peixe reprodução · Fevereiro-Julho · 3-4 ovos envergadura · 95-110 cm • comprimento · 68-78 cm longevidade · 30 anos


Pepino-do-mar • Holothuria forskali Os pepinos-do-mar pertencem ao mesmo filo das estrelas-do-mar e ouriços-do-mar. Existem em grande abundância em todo o arquipélago das Berlengas, podendo também ser encontrados por todo o Atlântico Nordeste e Mar Mediterrâneo. Estes equinodermes de corpo alongado podem ser observados desde o intertidal até aos 50 m de profundidade. Possuem fertilização externa e as suas larvas são planctónicas. Para além do seu elevado perfil nutricional, são muito apreciados para fins terapêuticos e medicinais. A elevada procura por parte de mercados orientais, tem levado à sua sobre exploração sendo de promover a sua produção em aquacultura.

INVERTEBRADOS 4

Estrela-do-mar • Marthasterias glacialis A estrela-do-mar pode atingir os 70 cm e é normalmente encontrada em locais rochosos. Tem uma coloração bastante variável, entre os amarelos, roxos e verdes, sendo que os indivíduos encontrados na costa têm padrões mais discretos. Na ponta de cada um dos braços, as estrelas-do-mar possuem um ocelo (mancha lilás com função de olho primitivo), e pés ambulacrários que permitem a sua deslocação. São animais vorazes, podendo alimentar-se de organismos vivos ou cadáveres de crustáceos, moluscos e peixes. Por ser tão voraz, a estrela-do-mar espinhosa pode ainda por em risco a população de mexilhões do local onde habita.

Caranguejo-preto • Pachygrapsus marmoratus O caranguejo-preto ocorre ao longo da costa Atlântica, incluindo o Mar Mediterrâneo. A sua carapaça quadrada pode crescer até aos 4 cm, apresentando uma panóplia diversificada de colorações, desde o preto até ao esverdeado. Distingue-se das restantes espécies similares pela presença de três dentes laterais. Podem viver até três anos e atingem maturidade sexual ao segundo ano. A elevada diversidade genética permite uma notável adaptação às condições abióticas e, consequentemente, uma rápida colonização de diversas áreas.

Percebes • Pollicipes pollicipes Os percebes são crustáceos filtradores que vivem fixos a substratos rochosos. Os percebes são hermafroditas simultâneos: cada animal é macho e fêmea ao mesmo tempo. O percebe começa por ser uma pequena larva que ocorre na coluna de água, fixando-se às rochas junto da população adulta apenas aquando da passagem para fase juvenil. A geologia do Arquipélago das Berlengas, em conjunto com o elevado hidrodinamismo, permite a existência de colónias com elevadas densidades populacionais. O regulamento da Reserva Natural das Berlengas contempla um conjunto de regras especifico para a sua apanha, estando a mesma limitada a mariscadores licenciados.

Polvo • Octopus vulgaris Os polvos são moluscos cefalópodes (cabeça nos pés), possuindo corpo mole e oito braços com duas fiadas de ventosas. A única parte rígida do polvo são as mandíbulas, na boca, utilizadas para cortar e triturar presas alimentares. A sua cor e textura varia de acordo com o estado do animal e o tipo de fundo onde se encontra, apresentando elevada capacidade de camuflagem. Com exceção da época reprodutiva, estes indivíduos são muito territoriais e solitários. Durante o verão os indivíduos de sexo feminino desaparecem, uma vez que morrem após a desova. Embora o seu estado de conservação não esteja avaliado, assume-se que o polvo possa a estar a ser alvo de sobre-exploração.

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Pepino-do-mar · Holothuria forskali

• alimentação · fitoplâncton e detritos (matéria orgânica particulada presentes no substrato ou na coluna de água) • reprodução · Abril-Junho • habitat · zonas rochosas e arenosas (bentónico) • Filo Echinodermata // Classe Holothuroidea / / Ordem Aspidochirotida // Familia Holothuridae

Percebes · Pollicipes pollicipes

• alimentação · partículas suspensas na água como por exemplo microalgas e pequenos crustáceos • reprodução · Abril-Setembro • habitat · zonas rochosas (bentónico), maioritariamente na zona entre-marés • Filo Arthropoda // Subfilo Crustacea // Infraclasse Cirripedia / / Ordem Scalpelliformes // Familia Pollicipediidae

Polvo · Octopus vulgaris Estrela-do-mar · Marthasterias glacialis

• alimentação · carnívoros, podendo alimentar-se de organismos vivos ou cadáveres de crustáceos, moluscos e peixes • reprodução · Julho-Setembro • habitat · zonas rochosas (bentónico), maioritariamente na zona entre-marés, podendo ocorrer atá aos 200m • Filo Echinodermata // Classe Asteroidea / / Ordem Forcipulatida // Familia Asteriidae

Caranguejo-preto · Pachygrapsus marmoratus

• alimentação · moluscos bivalves e pequenos peixes, havendo casos de canibalismo • reprodução · Julho-Agosto • habitat · zonas rochosas entre-marés • Filo Arthropoda // Subfilo Crustacea // Classe Malacostraca / / Ordem Decapoda // Familia Grapsidae

• alimentação · Maioritariamente crustáceos, peixes e outros moluscos • reprodução · fim da primavera e no outono (ciclo de vida curto 1-2 anos) • habitat · fundos rochosos de águas costeiras até 200 m de profundidade • Filo Mollusca // Classe Cephalopoda / / Ordem Octopoda // Familia Octopodidae


PEIXES 5

Safia • Diplodus vulgaris O sargo-safia ou safia é uma das espécies mais comuns das costas rochosas da Península Ibérica. Os adultos vivem junto às rochas e têm uma alimentação omnívora. Os juvenis refugiam-se dos predadores em águas pouco profundas, nas zonas das marés, lagoas, estuários e por vezes em pradarias de erva-marinha. Esta espécie é hermafrodita, em que os machos podem converter-se em fêmeas.

Sargo • Diplodus sargus O sargo-legítimo é uma espécie tipicamente costeira que se encontra associada a zonas rochosas e a pradarias de erva-marinha, não se aventurando a mais de 50 m de profundidade. Tal como outros sargos, é um peixe muito ativo que frequenta a zona de rebentação, principalmente durante a madrugada. É uma espécie hermafrodita, em que alguns machos se convertem em fêmeas.

Peixe-lua • Mola mola O peixe-lua é o maior e mais pesado de todos os peixes ósseos. É também o peixe que produz maior quantidade de ovos: cerca de 300 milhões (numa fêmea de 1,5 m). O modo como nada, com movimentos sincronizados das barbatanas dorsal e anal é bastante diferente dos outros peixes e apresenta um comportamento bastante peculiar: deita-se de lado, à superfície, para apanhar banhos de sol. Devido à sua natureza delicada e aos movimentos lentos, estes peixes são facilmente capturados por redes à deriva e por outros métodos de pesca. Como consequência as populações poderão estar em declínio.

Mero • Epinephelus marginatus Os meros são peixes de grande porte, solitários e sedentários que, normalmente, se aproximam e se sentem confortáveis ao pé de mergulhadores. Vive em zonas rochosas, como grutas, reentrâncias ou destroços, desde os 8 até aos 300 m de profundidade. É uma espécie hermafrodita em que as fêmeas podem transformar-se em machos, quando têm entre 9 e 16 anos.

Peixe-porco • Balistes capriscus O peixe-porco é uma espécie bentopelágica que pode formar grandes cardumes, sendo frequentemente encontrada até aos 60 m de profundidade. Inconfundível, possui uma boca pequena e uns dentes incisivos característicos. O 1º raio da barbatana dorsal é muito forte podendo ficar “bloqueado” por ação do 2º raio. As suas barbatanas pélvicas estão reduzidas a um espinho. A fêmea desova numa cavidade escavada por si e os ovos são guardados pelo macho.

Ruivo • Chelidonichthys lucerna O ruivo vive habitualmente em fundos arenosos junto à costa, até aos 300 m de profundidade. É um peixe predador. As suas barbatanas peitorais apresentam um desenvolvimento muito curioso: os três raios inferiores, livres e móveis, ajudam-no a deslocar-se lentamente sobre o fundo enquanto procura as suas presas na areia; os restantes raios são longos e estão unidos. Quando abre completamente as barbatanas peitorais, o ruivo aparenta ter um para de asas redondas que lhes permite “planar” rente ao fundo. COFINANCIAMENTO:

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Safia · Diplodus vulgaris • • • • •

alimentação · algas, crustáceos, moluscos, ouriços e poliquetas reprodução · Outubro-Novembro maturidade sexual · 2 anos, cerca de 18 cm comprimento máximo · 45 cm Sargo · Diplodus sargus longevidade · 11 anos • alimentação · algas (somente os juvenis), crustáceos, moluscos, ouriços e poliquetas • reprodução · Setembro-Abril • maturidade sexual · 2 anos • comprimento máximo · 45 cm • longevidade · 12 anos

Peixe-porco · Balistes capriscus

• alimentação · invertebrados bentónicos como moluscos e crustáceos • reprodução · Setembro-Outubro • maturidade sexual · 1 ano • comprimento máximo · 40 cm • peso máximo · 6,15 kg • longevidade · 13 anos

Ruivo · Chelidonichthys lucerna Mero · Epinephelus marginatus

• alimentação · carnívora (peixes, crustáceos e moluscos cefalópodes) • reprodução · Julho-Setembro • maturidade sexual · 5 anos (fêmeas); 12 anos (machos) • comprimento máximo · 150 cm • peso máximo · 60 kg • longevidade · 50 anos

Peixe-lua · Mola mola

• alimentação · maioritariamente zooplâncton, incluindo medusas, e também peixes, moluscos e crustáceos • reprodução · Agosto-Outubro • maturidade sexual · 5-7 anos • comprimento máximo · 300 cm • peso máximo · 2000 kg • longevidade · 23 anos

• • • • •

alimentação · peixes, crustáceos e moluscos reprodução · Maio-Julho maturidade sexual · 2 anos comprimento máximo · 75 cm longevidade · 14 anos


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