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RASTREIO DO CANCRO DA MAMA
Até ao dia 5 de abril, decorre no Município da Amadora um Rastreio do Cancro da Mama, realizado pelo Núcleo Regional do Sul da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), em parceria com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).
A Unidade Móvel da LPCC estará localizada, de segunda a sexta-feira, das 09h00 às 13h00, e das 14h00 às 17h30, nos seguintes locais:
- 3 janeiro a 10 março 2023 | Centro de Saúde da Venda Nova
- 14 março a 5 abril 2023 | Centro de Saúde das Águas Livres
CONTACTOS: 245 009 299 / 915 999 890
Ao comparecerem, as mulheres do município elegíveis para o rastreio (50-69 anos), vão poder contar com uma equipa técnica especializada na área do cancro da mama e com equipamentos digitais novos que potenciam uma melhor qualidade do diagnóstico. ◆
O MELHOR BOLO-REI É DA RAINHA
As pessoas tratam-na por Né, mas Noémia Rainho é agora conhecida também como a rainha do bolo-rei. E a coroa que traz na cabeça não é para menos: a padaria familiar que gere foi a vencedora do melhor bolo-rei de 2022. É na Amadora, mais precisamente na Damaia, que se situa a Padaria da Né.
Depois do pastel de nata, que ganhou o prémio de Lisboa em 2021, foi a vez do bolo-rei vencer o prémio nacional em 2022. Qual é o segredo?
O amor e a dedicação ao que fazemos. É uma padaria familiar que há anos está empenhada em oferecer os melhores produtos aos clientes. Testamos muito até chegarmos à versão final. Mas é a entrega àquilo que fazemos que marca a diferença.
Estes prémios têm impacto no negócio?
No dia seguinte a vencer o primeiro, abro a porta da padaria, às 4h30, e já tínhamos pessoas à espera de pastéis de nata. Passámos de 800 para 7500 pastéis de nata produzidos por dia. E, às vezes, não chegavam para os pedidos. E agora aconteceu o mesmo com o bolo-rei: só o vendíamos aos sábados e cerca de 50 quilos. Depois, passámos a fazê-lo todos os dias e a vender entre 200 a 400 quilos.
Como surge a padaria na família?
Quem vem da família do pão é o meu marido. Não quis estudar e o castigo foi ser padeiro. O meu filho, um dia, chegou a casa e disse que não queria seguir a faculdade, que gostava de ir para a padaria. Acabámos por trabalhar todos na padaria da família do meu marido. Mas tínhamos ideias e maneiras de trabalhar diferentes. Então, decidimos alugar a nossa padaria, em Mafra. Eles os dois trabalhavam durante a noite e eu ia distribuir o pão, de manhã. Entretanto, mudámo-nos para a Damaia. Hoje, temos aqui a fábrica, com loja, e ainda temos mais três pastelarias.
Porquê esta mudança de Mafra para a Damaia?
Em Mafra tínhamos uma padaria pequena, não dava para alargar o negócio. Fabricávamos e revendíamos o pão. Aqui na Damaia encontrámos o espaço de que precisávamos. Conseguimos ter fábrica, padaria, pastelaria e revenda.
A família veio a reboque?
Sim. Não se vive sem o padeiro, sem o pasteleiro e sem a pessoa que dá as ordens, que sou eu. O meu marido é o padeiro, o meu filho é o pasteleiro e a minha nora está na loja da rua de baixo. Trabalhar em família tem a parte boa de compreendermos os horários de cada um. Por exemplo, se o Paulo estiver a fazer o pão durante a noite, começa às 16h e sai às 9h, eu entro às 4h da manhã e saio às 21h. É um casamento duradouro. Mas também é uma prisão. Por isso, espero que o meu neto não queira esta vida.
E gosta de estar na Amadora?
Fui muito bem recebida. Sinto que somos uma família. Os clientes vêm cá desabafar, passar um bocadinho do tempo e ver se está tudo bem. Também tive a sorte de ter aqui como funcionária uma filha da terra, a Cristina. É ela que ajuda os clientes a marcar consultas no médico, a chamar transportes ou a dar apoio a quem mais precisa. Esta proximidade é muito boa. Quando ando mais na fábrica, há clientes que vêm aqui à minha procura só para saber se estou bem. Dou-lhe um exemplo. Há três anos, ligou-me um vizinho, à noite, a dizer que saía fumo pelas janelas da padaria. Quando cheguei, os bombeiros já tinham arrombado a porta. Entrei na padaria, com a água pelo meio dos joelhos, e pensei que o nosso trabalho tinha acabado ali. Estava tudo preto e destruído por causa de um curto-circuito. Ligámos aos clientes a avisar do incêndio e de que não tínhamos previsão de reabertura. Quando demos por nós, estavam aqui mais de 50 pessoas, entre amigos, clientes e fornecedores, todos a ajudar. Em três dias, pusemos a Padaria da Né novamente a funcionar. Isto só se faz quando somos uma família.
Por isso, quando ganhei os dois prémios, foi um orgulho dizer que estamos na Damaia. ◆