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Uma teia de arte, de identidade e de inovação preenche, por estes dias, o Centro Urbano de Famalicão, numa instalação artística da autoria de Madalena Martins que recria o processo têxtil desde a transformação do algodão em fio e deste em tecido.

Os troncos das centenárias árvores dos jardins dos Paços do Concelho servem de suporte ao algodão, a matéria prima que dá origem aos fios brancos que partem das copas das árvores. A partir dali os fios encontram-se, cruzam-se e criam uma teia. Ancorados em pontos que a rua nos oferece, moldam-se à sua arquitetura, criando assim um desenho irregular, mas coeso, leve, mas seguro pela força da sua pluralidade.

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A primeira imagem da Rua Adriano Pinto Basto, para onde segue a instalação, é a recriação da tecelagem. No ar, são perfeitamente detetáveis imagens que sugerem os teares que trabalham os fios e a determinada altura, a linha branca tinge-se de vermelho numa referência ao processo de tinturaria têxtil.

A partir do icónico edifício de Famalicão da Íris, uma cor vibrante e quente sustenta um novo fio que rompe o percurso de forma livre e criativa, carregado de luz e energia própria. Avança no mesmo sentido, mas com a curiosidade própria de quem procura novos caminhos. Toda esta trama prolonga-se pela Praça D. Maria II até às mãos da estátua de D. Maria II, a fundadora do concelho. É nas suas mãos que a teia de fios termina, a tricotar uma nova peça, feita de história, tradição e descoberta.

Para a construção da instalação foram reutilizados desperdícios da Riopele. Da histórica empresa têxtil saíram quase três toneladas de resíduos, transformados em matéria prima da exposição, numa referência à importância da sustentabilidade ambiental e da economia circular.

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