ÍNDICE
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I N T R O D U Ç Ã O
F O R M A Ç Ã O
OS “ BR ASILEIROS DE TO RNA -VIAG EM ”
D E S A F I O
I
D E S A F I O
I
D E S A F I O
I
SESSÃO I
SESSÃO II
SESSÃO III
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D E S A F I O
SESSÃO IV
I
A V A L I A Ç Ã O
D E S A F I O
I I
G L O S S Á R I O
B I B L I O G R A F I A
Introdução
Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão
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D
esde o seu início, em 2012, que o conceito subjacente ao projeto “Marka… a tua identidade” assenta na participação de associações, clubes, museus, fundações e outras entidades locais. Nessa altura contava já com mais de uma dezena parcerias com clubes e associações locais, ligadas ao desporto, promovendo, junto dos alunos do 1.º ciclo, o contacto com diferentes modalidades desportivas. Foi neste período que o projeto Marka, em conjunto com o Parque da Devesa e a Associação Vento Norte, promoveu a elaboração da Carta de Orientação do Parque da Devesa e a colocação no local de balizas da modalidade, com o objetivo de aliar o desporto às ciências naturais e biodiversidade local. No entanto, foi apenas em 2016 que fez a sua apresentação pública, a 7 de junho na Casa das Artes, nessa altura, já com três âmbitos de atuação: Desportiva; Artística e Cultural; Científica e Tecnológica. Em 2017, o projeto teve uma evolução ao trazer para o “core” dos seus objetivos a construção de um currículo identitário para o Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco, articulando o currículo local com o currículo nacional, sempre alicerçado em parcerias com entidades locais. Nesse ano o projeto selecionou o Surrealismo, construindo um projeto em conjunto com a Fundação Cupertino de Miranda: Da Fábula ao Surrealismo.
Este ano, o projeto “Marka… a tua identidade” escolheu a Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão (RMVNF) como entidade parceira para o desenvolvimento do conteúdo local: “brasileiros de tornaviagem”. A RMVNF integra treze unidades culturais e o Museu Bernardino Machado (MBM) assume-se como pontoâncora neste projeto porque está intimamente ligado ao tema através do seu edifício – um palacete do século XIX mandado construir por José Francisco da Cruz Trovisqueira (1824-1898), um dos “brasileiros de tornaviagem” cuja ação teve mais impacto no território, mas também através do acervo relacionado com o Presidente da República Portuguesa, Bernardino Machado (1851– 1944), nascido no Brasil e filho do 1.º Barão de Joane que constitui uma outra figura de relevo no universo dos “brasileiros de torna-viagem” famalicenses. través do estudo destas A personalidades e de outras que estão relacionadas com diferentes aspetos ligados às unidades culturais da RMVNF será possível contribuir com diferentes perspetivas para a construção de uma identidade local.
ANO LETIVO 2018/2019
Tendo como ponto de partida o tema “Os brasileiros de torna-viagem” e a obra camiliana “A Brasileira de Prazins”, e em articulação com currículo nacional de Estudo do Meio, os parceiros do projeto “Marka…A Tua Identidade” foram desafiados a desenvolver diferentes atividades de divulgação do conteúdo através da realização de ações de informação, visitas de estudo, oficinas, culminando na criação e lançamento público deste livro digital. Ao longo do ano letivo as atividades desenrolaram-se em três desafios: o Desafio I contemplou quatro sessões: o pedipaper “À descoberta dos brasileiros de tornaviagem”; a oficina jogo “A Brasileira de Prazins”; a exploração dos dossiês temáticos em sala de aula, e as oficinas nas unidades museológicas;no Desafio II os alunos tiveram a possibilidade de desenvolver um trabalho artístico no âmbito das atividades de enriquecimento curricular em articulação com a entidade local, A CASA AO LADO. O Desafio III é o resultado do trabalho desenvolvido – este livro digital.
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Formação os “brasileiros de torna-viagem”
O rapaz vai de hoje a quinze dias para o Brasil. Tu pagas-lhe a passagem, e o resto fica por a minha conta. Daqui até Vila de Conde é desertor; assim que sair a barra, é livre... Olha...vês aquela andorinha? É livre como ela! Camilo Castelo Branco In Novelas do Minho 1876
O Brasil, como um lugar paradisíaco e de horizontes, fez parte do imaginário português desde o século XVIII. Como refere Eugénio dos Santos “esse Brasil acenava à distância a quem tivesse a audácia e engenho”. Por isso, e aliado ao contexto político e social do Portugal de Oitocentos, o Brasil materializou o sonho do Eldorado que fascinou, durante mais de um século, centena de milhares de portugueses, maioritariamente jovens, destacando-se a Beira Litoral e o Entre Douro-e-Minho como as regiões com maior fluxo migratório. Por terras de Vera Cruz estes portugueses tinham fama de comerciantes inveterados dominando o comércio de importaçãoexportação. Ao tornar à sua terra o emigrante é já uma pessoa diferente da que partiu.
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Mudou comportamentos, hábitos, vestuário, valores éticos e morais, convicções, práticas e aprendeu a ser pragmático e filantropo agitando o meio social, religioso e político em que se inseria passando a ser conhecido como o “brasileiro de torna-viagem”. No século XIX a arquitetura foi símbolo de afirmação dos “brasileiros de torna-viagem” e um testemunho do sucesso e riqueza conseguida no Brasil. A eles se devem muitas das casas de brasileiro que marcam, ainda hoje, a paisagem rural e urbana de Vila Nova de Famalicão. Fachadas revestidas de azulejos multicolores, clarabóias e escadarias exuberantes, varandas, torres e mirantes, animais exóticos e jardins “tropicais” que lembram o Brasil, são alguns dos elementos arquitetónicos presentes nestes verdadeiros palácios em ponto pequeno, de que o Palacete Barão de Trovisqueira, atual Museu Bernardino Machado, é um dos melhores exemplos.
Ao retornarem a Portugal estes “brasileiros” tornaramse mecenas e benfeitores para com a sua comunidade e país: capacitaram escolas, orfanatos, hospitais e misericórdias. Em Vila Nova de Famalicão temos o exemplo de Francisco Inácio Tinoco de Sousa (1825-1880), primeiro Provedor da Santa Casa da Misericórdia (18741879), presidente da Câmara Municipal (1876-1877) e principal impulsionador da construção do Hospital da Misericórdia. Emigrar significou também, para muitos, alargar o espaço das suas famílias aos dois continentes, criando laços muito estreitos através da forte participação e ação em Confrarias e tornando visíveis as suas influências.
A Confraria de Nossa Senhora do Carmo de Lemenhe sentiu essa influência com a introdução de alterações às vivências e padrões tradicionais de religiosidade, subvertendo as imposições da igreja no que respeita às festas religiosas, procissões e romarias, animando a vida associativa, ocupando cargos de direção geral como de Juiz de Confraria e nomeando como Mordomo de S. José um confrade emigrado no Brasil, geralmente na cidade do Rio de Janeiro. Também a importância da indústria têxtil em Vila Nova de Famalicão é inegável e o processo de industrialização indissociável do seu desenvolvimento. Na segunda metade do século XIX esboçaram-se as principais linhas de força do processo de implantação da indústria algodoeira na Bacia do Ave, tendo como impulsionadores os “brasileiros de torna-viagem”. José Francisco da Cruz (1824-1898), conhecido como Barão de Trovisqueira, foi disso exemplo com a instalação da fábrica de fiação de lã, em Riba d’ Ave, em 1883-1885 segundo Vasco Carvalho.Para além de pioneiro do setor têxtil foi político e presidente da câmara famalicense por cinco mandatos.
Saiba que: • Nos registos entre 1895-1914 figuram 54 “brasileiros” oriundos do Vale do Este? • A freguesia de Vila Nova de Famalicão com mais “brasileiros” é a de Lemenhe seguida de Nine? • A cidade do Rio de Janeiro foi a cidade mais escolhida pelos famalicenses para se fixarem no Brasil?
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SESSÃO I
Desafio I
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A Sessão I consistiu na realização do pedipaper “À descoberta dos brasileiros de torna-viagem” que partia do interior do Museu Bernardino Machado para as ruas do centro da cidade. Decorreu entre outubro de 2018 e janeiro de 2019, com a participação das treze turmas.
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SESSÃO II
Desafio I
A Sessão II consistiu na realização de uma atividade em formato de leiturajogo da novela “A Brasileira de Prazins” na Casa de Camilo - Museu. Centro de Estudos em articulação com a Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco.
Partindo de uma leiturajogo da novela “A Brasileira de Prazins”, adaptada aos mais novos,foram explorados os diferentes retratos nela contidos. Nos livros, através da escrita, o retrato constitui uma forma de descrição de uma pessoa, de um objeto. Por vezes, aplica-se o termo à descrição de um ambiente ou época.
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Esta atividade teve como objetivo incentivar os alunos a refletirem que uma história pode incluir vários tipos de retrato: o físico, o psicológico, o de época, ao mesmo tempo que se dá a conhecer algumas personagens da obra “A Brasileira de Prazins” de Camilo Castelo Branco. Decorreu entre novembro e dezembro de 2018, com a participação das treze turmas.
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SESSÃO III
Desafio I
A Sessão III consistiu na investigação em contexto de sala de aula sobre as personalidades atribuídas a cada turma, utilizando para o efeito um dossier construído com recurso a diferentes fontes documentais. Decorreu entre novembro de 2018 e janeiro de 2019, com a participação das treze turmas.
PERSONAGEM DO “BRASILEIRO DE TORNA-VIAGEM” Museu da Fundação Cupertino Miranda - Centro Português do Surrealismo EB Luís de Camões 4ºBB | Maria José Marinho
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A VIAGEM DO “BRASILEIRO”
MANUEL PINHEIRO ALVES Casa de Camilo Museu.Centro de Estudos EB Seide | 4ºEA Fátima Ortiga
Museu Nacional Ferroviário – Núcleo de Lousado EB Luís de Camões 4ºBC | Pedro Afonso
JOSÉ FRANCISCO DA CRUZ, BARÃO DE TROVISQUEIRA Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave EB Conde S. Cosme 4ºAB | Isabel Sacramento
ANTÓNIO LUÍS MACHADO GUIMARÃES, 1º BARÃO DE JOANE Museu Bernardino Machado
FRANCISCO ALVES RAMALHO Museu da Confraria da Nª Srª do Carmo de Lemenhe EB Avidos | 4ºGA Estefânia Reis
BERNARDO FERREIRA DA COSTA E SOUSA, CONDE DE S.COSME DO VALE Museu de Cerâmica Artística da Fundação Castro Alves EB Conde S. Cosme 4ºEA | Jorge Pimentel
ANTÓNIO LUIZ MENDES, VISCONDE DE GEMUNDE Museu do Automóvel EBLameiras | 4ºCA Sofia Monteiro
EB Lagoa | 4ºHA Rosina Marques
FRANCISCO INÁCIO TINOCO DE SOUSA Museu de Arte Sacra – Capela da Lapa EB Landim | 4ºFA Jorge Marcelino Macedo
O ENGAJADO O ABONADOR Museu de Arte Sacra da Igreja de São Tiago de Antas
Museu Cívico e Religioso de Mouquim EB Antas | 4ºDA Lúcia Teixeira
JOAQUIM JOSÉ DE SOUSA GUIMARÃES Casa-Museu Soledade Malvar EB Luís de Camões 4ºBA | Isilda Macedo
EB Antas | 4ºDB Liliana Pereira
O ENGAJADOR Museu da Guerra Colonial EB Luís de Camões 4ºBD | Joaquim Pereira
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SESSÃO IV
Desafio I
A Sessão IV consistiu na realização de treze oficinas, em contexto museológico da RMVNF, de exploração das diferentes dimensões do tema “brasileiro de torna-viagem”. Decorreu entre fevereiro a junho de 2019, com a participação das treze turmas.
1 - Museu Fundação Cupertino Miranda - Centro Português do Surrealismo
OS TORNA-PERSONAGENS Das personalidades às personagens e dos objetos às sombras. O acaso fará a ligação com o surrealismo e o desafio será descobrir o que as sombras nos dizem sobre os “brasileiros tornaviagem” através de pequenos objetos.
DIMENSÃO Literatura (a personagem do brasileiro)
OBJETIVOS Definir os conceitos explorados na atividade. Traçar a imagem do “brasileiro de torna-viagem” à luz da literatura. Selecionar materiais necessários à prática de um desenho não convencional. Criar um desenho com recursos a materiais não convencionais.
PALAVRAS-CHAVE Brasileiro, Personagem, Literatura, Caricatura, Surrealismo, Sombras, Objeto, Luz, Acaso.
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EB Luís de Camões | Turma 4ºBB | 07 de fevereiro de 2019
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Desafio I
2 - Casa de Camilo - Museu.Centro de Estudos
DIZ-ME ONDE VIVES E DIR-TE-EI QUEM ÉS Será que conheço tão bem a minha casa como penso? Poderei chamar de casa um lugar qualquer onde me sinta bem? Esse lugar… Onde ficará? Como será? E as outras casas serão ou não como a minha, para quem lá vive por um dia, um ano ou uma vida inteira? E isso tudo, afinal, fará alguma diferença? Para explorarmos em conjunto estas questões partiremos numa viagem-jogo à casa do “brasileiro de torna-viagem” Manuel Pinheiro Alves e nela descobriremos relações surpreendentes entre a nossa identidade pessoal e sociocultural. Manuel Pinheiro Alves reconstruiu a quinta de Seide, a sua habitação familiar, conciliando harmoniosamente elementos tradicionais minhotos com outras características associadas às “casas de brasileiros”. O resultado dessa remodelação evidencia aspetos do seu perfil tradicionalista, o que nos ajuda a desmistificar preconceitos associados à figura do “brasileiro de torna-viagem”.
DIMENSÃO Arquitetura
OBJETIVOS Analisar características habitacionais associadas aos emigrantes de torna-viagem. Explorar espaços familiares através de estratégias pouco convencionais, exercitando a criatividade e a disponibilidade psicossocial para a cooperação. Desmistificar preconceitos associados aos emigrantes “brasileiros de torna-viagem”. Refletir sobre a importância da tolerância, compreensão e aceitação da diferença para enriquecimento pessoal e sociocultural. Estabelecer relações entre a nossa identidade sociocultural e os territórios que habitamos.
PALAVRAS-CHAVE Interculturalidade, Retrato, Identidade, Território, Criatividade.
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EB Seide Sรฃo Miguel | 4ยบEA | 12 de fevereiro de 2019
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Desafio I
3 - Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave
CALÇAS BRANCAS EM JANEIRO? OU É POBRE OU É BRASILEIRO A indumentária de cada cultura é um espelho dos valores de cada comunidade e detém um poder muito grande no seu quotidiano. Importante ferramenta de comunicação e de distinção cultural, documenta aspetos diversos tais como estatuto social, contexto, profissão tradições, hábitos e ainda vivências. Tal é o caso do “brasileiro de torna-viagem”. Longe do jovem que era quando partiu para o Brasil, o “brasileiro” mudou o seu comportamento, hábitos, vestuário e eram “percebidos no uso das cores mais claras” (Alves, 1990, p.17) e na indumentária marcada pelas “calças brancas, casaco de canga, chapéu de chili …” (Filho, 2010, p.141) e por vezes “…usar um horrível collete de seda amarela …” (Magalhães, 1886, p.14-15).
DIMENSÃO Mala (vestuário)
OBJETIVOS Conhecer a influência do Barão da Trovisqueira para o desenvolvimento da indústria têxtil. Relacionar o vestuário dos “brasileiro de torna-viagem” com as alterações do modo de vida provenientes da ida para o Brasil. Identificar as cores e os tecidos usados no vestuário do “brasileiro de torna-viagem”. Referir os tecidos utilizados na confeção do vestuário do “brasileiro de torna-viagem”. Traçar as linhas da indumentária, reinventada, dos “brasileiros de torna-viagem”.
PALAVRAS-CHAVE Vestuário, Indústria, Têxtil, Lã, Cores, Indumentária, Hábitos, Comportamentos, Estatuto Social.
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EB Conde S. Cosme | 4ยบ AB | 20 de fevereiro de 2019
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Desafio I
4 - Museu da Confraria de Nossa Senhora do Carmo de Lemenhe
OBJETOS DE MEMÓRIAS QUE CONTAM HISTÓRIAS Foi grande a marca deixada pelos “brasileiros de torna-viagem” em Vila Nova de Famalicão. “Um dos campos onde o seu rasto apareceu bem visível foi na acção externa das Irmandades e Confrarias. Como? Tomando-se irmãos, assumindo cargos de direcção, comprometendo-se pessoalmente em programas de assistência ou legando bens chorudos para que os projectos de bem-fazer das Instituições pudessem ter a desejada execução. Essa, aliás, juntamente com o estabelecimento de sufrágios perpétuos por suas almas, mostrou-se uma forma fácil, útil e bem perspicaz de praticarem o supremo mandamento da caridade e de perpetuarem a sua própria memória” (Silva, 2000, p.138). O que ofereciam os “brasileiros de torna-viagem”? Porquê a necessidade de oferecer? O que motivava a oferta?
DIMENSÃO Benfeitoria (Doações)
OBJETIVOS Compreender a relação entre a benfeitoria e desenvolvimento das instituições. Conhecer a ação de benfeitoria dos “brasileiros de torna-viagem” na Confraria de Nª Srª do Carmo de Lemenhe. Reconhecer na benfeitoria um impulso de desenvolvimento da Confraria de Nª Srª do Carmo de Lemenhe. Identificar Francisco Alves Ramalho como um dos benfeitores da Confraria da Nª Srª do Carmo de Lemenhe. Enumerar as doações do benfeitor Francisco Alves Ramalho.
PALAVRAS-CHAVE Doação, Benfeitoria, Confraria, Irmão.
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EB Avidos | 4ยบGA | 26 de fevereiro de 2019
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Desafio I
5 - Museu de Cerâmica Artística da Fundação Castro Alves
MÃOS À OBRA DO “BRASILEIRO DE TORNA-VIAGEM”: BERNARDINO FERREIRA DA COSTA E SOUSA Experimenta, partilha e envolve-te na vida e obra do “brasileiro de torna-viagem”, Bernardino Ferreira da Costa e Sousa. Bernardino, um “brasileiro de torna-viagem” foi grande impulsionador para as obras de caridade, ação de benemérito na área da educação e, desenvolvimento do património local. Casado e sem filhos, contribui generosamente para a construção de uma escola, com o objetivo de diminuir o analfabetismo e proporcionar educação a muitas crianças. Valorizado, agraciado na sua terra Natal e a nível nacional, distribui generosamente dinheiro para a prática do bem e em favor dos necessitados. Em simbiose com este “brasileiro de torna-viagem”, temos a Figura do Comendador Castro Alves, que casado e sem filhos também contribui generosamente para a criação de uma escola de Música, de Cerâmica e o Museu de Cerâmica Artística, proporcionando ações culturais na comunidade de forma gratuita. Ambos colaboraram, em diferentes épocas para o património local de Vila Nova de Famalicão, através das suas ações de beneficência na área educacional, artística, cultural e social.
DIMENSÃO Todas as dimensões.
OBJETIVOS Conhecer ações e obra do “brasileiro de torna-viagem”, enquanto importante figura para a dinamização económica, social, política, cultural e educativa da sua terra de origem. Identificar características inerentes aos “brasileiros de torna-viagem” e, especificamente ao Bernardino Ferreira da Costa e Sousa. Conceber painel de memória colectiva sobre o “brasileiro de torna-viagem” Bernardino Ferreira da Costa e Sousa, enquanto figura dinamizadora para o património local e ações de benemérito. Através da Figura do “brasileiro de torna-viagem”, Bernardino Ferreira da Costa dar a conhecer a vida e obra do Comendador Castro Alves, impulsionador e obreiro da Escola de Música, de Cerâmica e do Museu de Cerâmica Artística. Dar a conhecer aos alunos o Museu de Cerâmica Artística. - Experimentar a arte cerâmica.
PALAVRAS-CHAVE Escolas, Caridade, Assistência, Comendador, Benemerência.
ATIVIDADE Depois de conhecer a vida e obra destas duas figuras a turma lançou mãos à obra e no barro representou, em formato azulejo, os diferentes contributos dos “brasileiros de torna-viagem” no património de Vila Nova de Famalicão. Num segundo momento regressou ao museu para os colorir e construírem o painel final.
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EB Conde S. Cosme | 4ยบAA | 26 de fevereiro de 2019
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Desafio I
6 - Museu Nacional Ferroviário – Núcleo de Lousado
MANUEL, ADEUS E ATÉ AO MEU REGRESSO! “O que é viajar? Viajar é ir de um lugar a outro, é partir para o desconhecido, é dar asas à imaginação…. Viajar é um desafio, é aprender de novo, é aventura, é risco, sonho…” (LEITE; VICTORINO, 2008). Daqui partiremos em viagem. Que viagem será essa? O que significou essa viagem para o Manuel?
DIMENSÃO Viagem (meio de transporte e trajeto).
OBJETIVOS Sensibilizar os alunos para a compreensão de determinado momento da história de Portugal, explorando as vivências dos portugueses que partiram para o Brasil na procura de melhores condições de vida, bem como o contributo que trouxeram para o país, com incidência em Vila Nova de Famalicão (História Local). Conhecer as etapas para a realização de um filme. Criar um guião/roteiro e um storyboard em contexto de sala de aula. Promover o contacto entre a escola e os agentes culturais de Vila Nova de Famalicão. Realizar um filme mudo.
PALAVRAS-CHAVE Viagem, Transporte, Comboio, Brasileiro.
ATIVIDADE Depois de dar a conhecer aos alunos as diferentes etapas de realização de um filme os alunos tiveram como oficina a oportunidade de realizar uma curta-metragem. A oficina dividiu-se em três momentos: de pré-produção, com a leitura do argumento em sala de aula e a visita “repérage” ao museu; de produção, que passou pela cenografia, pelo guarda-roupa e adereços e pela realização das filmagens; e de pós-produção, momento de edição chegando, assim, ao produto final. As filmagens decorreram, entre o mês de fevereiro e maio, e tiveram lugar em diferentes espaços com valor patrimonial do concelho, tais como o Museu Nacional Ferroviário - Núcleo de Lousado, Ponte da Lagoncinha, Capela S. Gonçalo e Palacete Barão de Trovisqueira. A equipa técnica contou com o apoio do Prof. António Pinto e colaboração do curso de Multimédia da Escola Secundária Camilo Castelo Branco.
Curta-metragem disponível em: www.youtube.com/watch?v=7vqLy9Xcg2g
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EB Luís de Camões | 4ºBC | 27 de fevereiro de 2019
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Desafio I
7 - Museu Bernardino Machado
O LEGADO Este atelier pretende dar a conhecer a família de António Luís Machado Guimarães, 1º Barão de Joane, bem como identificar os seus principais elementos. Quer-se igualmente desenvolver nos alunos a capacidade de elaboração das suas próprias árvores genealógicas, visando perpetuar memórias familiares, aproximar e reforçar laços familiares e manifestar interesse pela história local e regional.
DIMENSÃO Mala (Valores éticos e morais).
OBJETIVOS Desenvolver nos alunos a capacidade de elaborar as suas próprias árvores genealógicas. Perpetuar memórias familiares. Aproximar e reforçar laços familiares. Manifestar interesse pela história local e regional. Identificar os principais familiares do 1º Barão de Joane.
PALAVRAS-CHAVE Família, Legado, Herança, Genealogia, Memória, Identidade.
ATIVIDADE Esta atividade realizou-se em três momentos. A visita ao museu foi um primeiro momento deste ateliê, aqui tiveram oportunidade de conhecer o legado do 1º Barão de Joane, pai de Bernardino Machado. O segundo momento foi em família, elaborando as suas árvores genealógicas. No terceiro e último momento, o museu foi à escola para juntos fazerem crescer a árvore genealógica da turma.
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EB Lagoa | 4ยบHA | 28 de marรงo de 2019
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Desafio I
8 - Museu da Guerra Colonial
CAIXA DE PINHO E DE SONHOS A mala de viagem transporta mais do que objetos. Transporta emoções, realidades e vivências. O agora conhecido “brasileiro de torna-viagem” foi, outrora, o “…labrego, que, largando a enxada, embarcava para o Brasil num porão de galera, com um par de tamancos e uma caixa de pinho, - e anos depois volta de lá, na Mala Real, com botas de verniz, grisalho e joncudo…” e “…carregaria em sua mala, junto aos tostões suados do Brasil, a sede pelo poder, a abnegação dos valores sensíveis e a ânsia material incontida…” (Filho, 2010). Pretende-se, a partir da mala de viagem, explorar a transformação do “brasileiro de torna-viagem” pelo conteúdo, material e imaterial, levado e trazido nessa mesma mala.
DIMENSÃO Mala (valores éticos e morais e materiais)
OBJETIVOS Compreender a simbologia da mala de viagem. Reconhecer a mala de viagem com a guardiã de todos os bens do emigrante. Explorar o conteúdo, material e imaterial, levado e trazido pelos que ficaram conhecidos como “brasileiros de torna-viagem”. Inferir, pela mala de viagem, as transformações físicas e psicológicas do “brasileiro de tornaviagem”.
PALAVRAS-CHAVE Engajador, Viagem, Mala.
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EB Luís de Camões | 4ºBD | 28 de fevereiro de 2019
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Desafio I
9 - Museu do Automóvel
VOLTA AO MUNDO EM 4 RODAS Numa visita orientada ao museu será possível dar a volta ao mundo através da história do automóvel. Uma viagem pelo tempo onde observaremos o automóvel como meio de transporte, utensílio de trabalho, máquina ruidosa ou causadora de poluição, mas também como obra de arte e símbolo de poder. Usando tudo o que se aprendeu na visita orientada irá decorrer uma oficina onde será ilustrado o automóvel do Visconde de Gemunde que foi notícia no jornal “Estrella do Minho” de 2 janeiro de 1905.
DIMENSÃO Símbolos de poder (o carro)
OBJETIVOS Percorrer o trajeto histórico do automóvel. Conhecer a simbologia de possuir um automóvel. Explorar noções de espacialidade através da ilustração de uma notícia de jornal.
PALAVRAS-CHAVE Automóvel, Transporte, Viagem, Brasileiro.
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EB Lameiras | 4ยบCA | 7 de marรงo de 2019
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Desafio I
10 - Museu de Arte Sacra da Capela da Lapa
JUNTOS POR UMA CAUSA O associativismo, enquanto forma de organização social, caracteriza-se pelo seu caráter, normalmente, de voluntariado, por reunião de dois ou mais indivíduos, usado como instrumento da satisfação das necessidades individuais humanas. É o caso da Santa Casa da Misericórdia que desde a sua fundação se assumiu como uma instituição leiga de ajuda e tratamento aos desprotegidos, proliferando-se por todo o país. Em Vila Nova de Famalicão, o ano de 1874, com a ação persistente e proativa de Francisco Inácio Tinoco de Sousa, marca a concretização de um caminho que começou a definir-se em 1476 com D. Elisa de Noronha, caminho esse que continuou, no tempo, a desenhar-se pela ação de todos aqueles que se foram associando à causa. Iremos, juntos por uma causa, descobrir qual o caminho que se desenhou até aos dias de hoje.
DIMENSÃO Benfeitoria (associativismo).
OBJETIVOS Compreender a ação de Francisco Inácio Tinoco de Sousa. Conhecer o percurso de vida de Francisco Inácio Tinoco de Sousa. Percorrer o trajeto histórico da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Famalicão.
PALAVRAS-CHAVE Associativismo, Misericórdia, Causa, Provedor, Irmãos.
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EB Passelada - Landim | 4ยบFA | 7 de marรงo de 2019
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Desafio I
11 - Museu de Arte Sacra da Igreja de São Tiago de Antas
UMA MÃO CHEIA DE NADA Em finais do século XIX, o fenómeno da abonação em Vila Nova de Famalicão era uma estrutura espalhada por todo o concelho. Esta estrutura tinha representantes em quase todas as freguesias e abonavam, rotativamente, quem queria emigrar para o Brasil. Alguns deles eram os próprios párocos. Vistos como guias espirituais e temporais, alguns párocos orientavam os seus paroquianos a alcançar a felicidade eterna com a emigração, disponibilizando-se como abonador. Era o início de uma longa viagem. No regresso uns traziam a fortuna conseguida no Brasil e deixavam a sua marca, e os outros, o que trariam?
DIMENSÃO A Viagem (preparação – contactos).
OBJETIVOS Definir o conceito de abonador. Descrever a função do abonador. Demonstrar a visão pessoal do mundo através das artes plásticas. Comparar a função do abonador nos finais do século XIX com a função dos missionários dos dias de hoje. - Criar uma carta de incentivo aos auxiliados. Valorizar o papel dos facilitadores das missões.
PALAVRAS-CHAVE Abonador, O Outro, Brasileiro, Regresso, Viagem.
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EB Antas | 4ยบDB | 12 de marรงo de 2019
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Desafio I
12 - Museu Cívico e Religioso de Mouquim
EM BUSCA DE UM SONHO: A “ÁRVORE DAS PATACAS” “A imagem do torna-viagens bruto, selvagem e rico está ligada a uma concepção do Brasil como a “árvore das patacas”, lugar de infinita riqueza e potencialidades alvoroçames. Imagem de um país selvagem, tão bruto quanto os torna-viagens, mas, de certa forma, o paraíso da ascensão social” (MACHADO, 2005). A busca da “árvore das patacas” iniciava com o pedido do passaporte no Governo Civil, onde toda a figura do engajado era escrutinada ao pormenor e registada. Esse registo marcava o início de uma grande viagem que começaremos por percorrer nesta oficina.
DIMENSÃO A viagem (documentação).
OBJETIVOS Promover o contacto e o conhecimento relacionado com a emigração, nomeadamente os brasileiros torna-viagem. Transportar a atualidade para o contexto de uma viagem ao Brasil no século XIX. Conhecer os documentos necessários para realizar a viagem ao Brasil. Contacto com palavras e escritos do século XIX. Interpretar personagens brasileiros torna-viagem. - Construir modelo de barco em origami.
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EB Antas | 4ยบDA | 13 de marรงo de 2019
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Desafio I
13 - Casa-Museu Soledade Malvar
ESTÓRIAS E MEMÓRIAS DE OBJETOS VIAJANTES Os objetos são mais do que matéria que pode ser observada e descrita. Os objetos encerram em si mais do que apenas uma representação. Encerram memórias e estórias. Que memórias e estórias serão essas? O que poderão elas representar sobre o detentor dos objetos? A partir do poder da palavra e da escrita estórias serão contadas e memórias partilhadas.
DIMENSÃO Benfeitoria (reconstrução da igreja).
OBJETIVOS Descrever o percurso de vida de Soledade Malvar. Enunciar a benfeitoria como uma característica dos “brasileiros de torna-viagem”. Analisar os objetos. Criar um documento escrito a partir da análise dos objetos e elementos imaginativos.
PALAVRAS-CHAVE Objeto, Estórias, Memórias, Coleção, Benfeitoria.
ATIVIDADE Depois de partir de posterior Oficina de
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conhecerem a vida e obra de Soledade Malvar, os alunos criaram estórias e memórias a objetos da coleção da Casa-Museu Soledade Malvar, que serviram de base a uma visita à turma. escrita criativa dinamizada em parceria com a Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco.
EB Luís de Camões | 4º BA | 5 de junho de 2019
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Avaliação
Avaliar em museus significa recolher, de forma sistemática, informação e elementos sobre as atividades e/ou projeto realizados ou em realização que sejam úteis à tomada de decisões sobre a sua continuidade ou melhoramento. Significa, portanto, aferir o mérito, a utilidade e o valor dos mesmos.
No entanto, a avaliação não tem de ser vista como classificativa ou sentenciosa, deve ser vista como mediadora e construtivista. No âmbito do projeto “Marka... a tua identidade”, a RMVNF implementou uma metodologia de avaliação que incidiu no Desafio I contemplando quatro sessões: o pedipaper “À descoberta dos brasileiros de tornaviagem”; a oficina jogo “A Brasileira de Prazins”; a exploração dos dossiês temáticos em sala de aula e as oficinas. Foi aferido o mérito, a utilidade e o valor dessas experiências. Privilegiou-se uma metodologia de avaliação naturalista que se relaciona com o conceito de aprendizagem como um processo ativo e que permite recolher elementos legitimadores que reflitam as experiências e as sensações dos alunos.
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Foi efetuada a recolha, de forma aleatória, de elementos durante diferentes sessões do projeto – avaliação formativa – e no final do projeto – avaliação sumativa. Foram utilizadas técnicas que privilegiam o contacto direto com o público – alunos e docentes - de forma a ser uma avaliação construtiva e participativa: a entrevista e a dinâmica de grupo focal. A entrevista, técnica de avaliação aplicada a 4 docentes titulares das turmas participantes, teve como objetivos compreender o interesse dos docentes pelo projeto; avaliar a participação no projeto nos domínios das aprendizagens identificando oscontributos para os processos de ensino e aprendizagem dos alunos e conhecer as expectativas relacionadas com os projetos colaborativos e com a própria RMVNF inferindo os contributos para a otimização daqueles e para a valorização da relação dos museus com a comunidade escolar.
A dinâmica de grupo focal, técnica de avaliação aplicada a 32 alunos participantes, consistiu num diálogo em grupo, recorrendo a objetos mediadores de ativação de memórias, que teve como objetivos recolher evidências que permitiram conhecer as experiências e as aprendizagens efetuadas no âmbito da sua participação no projeto atendendo aos cinco domínios de aprendizagem em museus de acordo com o Arts Council England – conhecimentos e compreensão; competências; satisfação, inspiração e criatividade; atitudes e valores; atividade, comportamento e desenvolvimento.
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Avaliação
Entrevista Objetivo 1 Compreender o interesse pela participação no projeto Q1/ Q9
Motivações: Quais as motivações que estiveram subjacentes à participação nesta versão do Projeto Marka “O brasileiro de torna-viagem”?
Perceções: Q2/ Q3.1
Q3/ Q3.1
Gostaria que descrevesse a experiência de participação da turma no Projeto Marka “O brasileiro de torna-viagem”. Qual a mais valia da inclusão dos museus? Contributos: Gostaria que me falasse dos contributos que a participação neste projeto trouxe ou poderá trazer para a sua prática de ensino.
Objetivo 2 Avaliar a participação no projeto no domínio das aprendizagens identificando os contributos para os processos de aprendizagem dos alunos Q4
E em relação à aprendizagem dos alunos, na sua perspetiva quais os contributos que esta parceria trouxe ou poderá trazer para o respetivo processo de aprendizagem?
Q5
Uma das características primordiais deste projeto foi o contacto direto com o património material e imaterial do concelho de Vila Nova de Famalicão. De que forma este contacto direto motiva os alunos na aprendizagem?
Q6
Após a experiência de participação no projeto, e do contacto direto com o património material e imaterial, constatou alguns comportamentos que evidenciassem mudanças na postura dos seus alunos em relação ao património, à história, nomeadamente a local, e aos museus? Poderia falar-me desses comportamentos?
Q7
De que forma encorajou e impulsionou esses comportamentos?
Q8
Em que medida o facto de os alunos se envolverem diretamente com o património, nomeadamente em contexto de exterior, contribui para a mudança de postura dos alunos em relação aos Museus e à história, nomeadamente a local?
Objetivo 3 Conhecer as expectativas relacionadas com os projetos colaborativos e com a própria RMVNF inferindo os contributos para a otimização daqueles e para a valorização da relação dos museus com a comunidade escolar
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Q9
Que outras características este projeto apresenta que considere serem uma mais-valia para o processo de ensino aprendizagem?
Q10
O que alteraria nesta relação colaborativa para proceder à otimização de futuros projetos?
Q11
Que outros contributos poderá a RMVNF dar para os processos de ensino aprendizagem da comunidade escolar?
Q12
Quer acrescentar algo que julgue ter ficado por dizer?
Dinâmica de Grupo Focal Objetivo 1 Conhecer a perceção que os alunos têm da participação no projeto Q1
A experiência foi...
Q2
O que mais gostei foi... porque...
Objetivo 2 Avaliar os resultados da experiência identificando as aprendizagens efetuadas nos diferentes domínios Q3
Aprendi que...
Q4
O que fiz...
Q5
O que pretendo fazer...
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Avaliação
Perspetiva dos Alunos
A experiência foi... De acordo com as evidências recolhidas, a experiência foi, maioritariamente, DIVERTIDA, ESPETACULAR e INTERESSANTE. Aprender, participar e experienciar novas práticas no âmbito do processo de ensino aprendizagem, foram as razões apresentadas para esta perceção positiva.
O que mais gostei foi... porque... O PEDIPAPER foi a atividade que os alunos evidenciaram, seguindo-se a OFICINA. No caso do pedipaper, destaca-se o aprender mais de uma forma diferente e fora do contexto de educação formal. “Andar na rua” ou “estar ao ar livre” foram expressões frequentemente referidas pelos alunos. Quanto à oficina, destaca-se, a experiência única e diferente que tiveram oportunidade de vivenciar e com a qual puderam aprender, nomeadamente a trabalhar em equipa para alcançar os objetivos traçados e o valor do trabalho. “…nunca na vida pensei ter uma experiência igual [ser ator num filme] …foi uma experiência única” “…percebi que demora muito tempo para fazer 7 minutos [de filme]” “É preciso trabalhar para conseguir ter algo…”
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Perspetiva dos Alunos
Aprendizagens efetuadas APRENDER foi o conceito frequentemente referido pelos alunos como a razão para a perceção positiva sobre a experiência que tiveram. Atendendo às evidências recolhidas, as aprendizagens efetuadas enquadram-se nos diferentes domínios de aprendizagem em museus, identificados e comprovados cientificamente pelo Arts Council England: a) b) c) d) e)
Conhecimento e Compreensão Competências Atividade, Comportamento e Desenvolvimento Satisfação, Inspiração e Criatividade Atitudes e Valores
Resultados Genéricos de Aprendizagem, s/d. Fonte: https://www.artscouncil.org.uk
Estas aprendizagens apresentam, ainda, diferentes níveis de atuação e de alcance temporal: a) Aprendizagens imediatas: referem-se às aprendizagens relacionadas com assuntos concretos; b) Aprendizagens de transição: referem-se às aprendizagens que se apresentam como ações que indicam que poderão ter existido aprendizagens e que, se forem trabalhadas de forma contínua por toda a comunidade educativa, poderão conduzir a aprendizagens concretas a médio e/ou longo prazo c) Aprendizagens perspetivadas: referem-se às aprendizagens que se manifestam sob declarações de intenção futura provenientes da satisfação resultante de experiências positivas e inspiradoras e que também têm de ser trabalhadas para produzir efeitos positivos.
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Avaliação
Perspetiva dos Alunos
Aprendizagens imediatas São as aprendizagens relacionadas especificamente sobre o tema explorado e enquadram-se essencialmente no domínio do CONHECIMENTO e da COMPREENSÃO; no domínio das ATITUDES e VALORES e ainda no domínio das COMPETÊNCIAS. No âmbito do domínio do Conhecimento e da Compreensão, foram maioritariamente registados conhecimentos sobre o tema Brasileiro de torna-viagem, tais como conceitos, personalidades e aspetos relacionados com a intervenção destas personalidades no concelho e na comunidade famalicense, sobre Vila Nova de Famalicão e sobre as instituições museológicas. Aprendi que… “Os brasileiros de torna-viagem foram pessoas que iam para o Brasil e voltavam…” “Os brasileiros de torna-viagem ajudaram a cidade a crescer…” “…devemos valorizar os museus porque contamnos histórias…” “…o Bernardino Machado tinha 19 filhos.” • No domínio das Competências destaca-se a utilização das aprendizagens adquiridas em contexto diferentes. “ ...utilizei esses conhecimentos na plataforma + Cidadania.” • No domínio das Atitudes e Valores destacase a perceção positiva sobre o território a que pertence. “…Famalicão tem uma história grande.”
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Perspetiva dos Alunos
Aprendizagens de transição Referem-se às aprendizagens que se apresentam como ações que indicam que poderão ter existido aprendizagens e que, se forem trabalhadas de forma contínua por toda a comunidade educativa, poderão conduzir a aprendizagens concretas a médio e/ou longo prazo. Enquadram-se essencialmente no domínio da ATIVIDADE, COMPORTAMENTO e DESENVOLVIMENTO. Destacou-se o fazer mais de algo como pesquisar, para saberem mais e satisfazerem a curiosidade suscitada pelo tema, e envolver os outros com a partilha de conhecimentos adquiridos, principalmente a família nuclear, partindo à descoberta do património local. São comportamentos que evidenciam aprendizagens efetuadas. O que fiz… “Eu expliquei o que estava a fazer com a escola, o que vi e disse que estava feliz. Disse que tinham que ir ver o que eu vi.” “..pesquisei sobre o que fizemos e contei aos meus pais e pedi-lhes para ir outra vez ao museu para saber mais sobre Famalicão.” “Mostrei aos meus pais as casas dos brasileiros de torna-viagem.”
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Avaliação
Perspetiva dos Alunos
Aprendizagens perspetivadas Referem-se às aprendizagens que se manifestam sob declarações de intenção futura provenientes da satisfação resultante de experiências positivas e inspiradoras e que também têm de ser trabalhadas para produzir efeitos positivos. Enquadram-se essencialmente no domínio da SATISFAÇÃO, INSPIRAÇÃO e CRIATIVIDADE, no domínio da ATIVIDADE, COMPORTAMENTO e DESENVOLVIMENTO e no domínio das ATITUDES E VALORES. O que pretendo fazer… • No domínio da Satisfação, Inspiração e Criatividade, destacaram-se intenções relacionadas com o património, nomeadamente o património local, e com o futuro. “ …dizer aos meus filhos para não ignorarem os museus, pois são importantes para sabermos o que os nossos antepassados fizeram e deixaram.” “Pretendo ajudar o povo a conhecer o nosso passado e também gostaria de trabalhar num museu…” • No domínio da Atividade, Comportamento e Desenvolvimento, de referir intenções relacionadas com os museus, perspetivando-se a visita. “Pretendo continuar a visitar museus e mostrar a sua importância…” • No domínio das Atitudes e Valores, de referir o propósito de valorizar os museus e o lugar onde vivem, bem como mudar a perspetiva do mundo em relação ao conhecimento. “O que pretendo fazer é valorizar mais os museus e a história da minha querida cidade.” “ Mostrar ao Mundo que as coisas podem ser vistas de outras formas e maneiras do que apenas só uma.”
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Avaliação
Perspetiva dos Docentes Atendendo às evidências recolhidas nas entrevistas, o interesse dos docentes neste projeto prende-se com as percepções, as motivações e os contributos do mesmo no processo de ensino e aprendizagem.
Motivações A análise das evidências recolhidas demarca o enquadramento curricular na disciplina de Estudo do Meio; a oportunidade que os alunos tiveram de vivenciarem experiências únicas em ambientes e contextos que não os de Educação Formal e de trabalharem sentimentos como a identidade e a pertença a Vila Nova de Famalicão e exploração de temáticas diversas por diferentes mediadores que, para além do dinamismo incutido demonstram entusiasmo e paixão e que, na opinião dos docentes, são determinantes para uma experiência memorável. Os docentes referem-se, ainda, à utilização dos recursos locais, nomeadamente o património local e às aprendizagens que estas experiências promovem como fatores motivadores para aderir a este tipo de projetos. “…Foi uma experiência muito enriquecedora para os alunos, porque qualquer coisa que seja sair da escola para aprender, sair da sala de aula, é importante.” E2
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Perspetiva dos Docentes
Perceções Atendendo às declarações dos docentes, esta experiência foi enriquecedora, motivadora, inclusiva, significativa, diferenciadora, portanto gratificante. São vários os motivos que apresentam para esta categorização. Desde as estratégias às potencialidades que propicia a todos, em geral, e aos menos afortunados em particular que viram nesta prática uma oportunidade de usufruírem de uma experiência que ao nível pessoal e familiar dificilmente conseguiriam concretizar. “…A minha turma tem características pouco usuais, tem uma retaguarda e um meio diferente. Quando converso com a turma para fazer alguma atividade que saia do ritmo normal do dia a dia, a motivação deles cresce” E1
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Avaliação
Perspetiva dos Docentes
Contributos Relativamente aos contributos para a prática do ensino, os docentes referem que a participação neste projeto específico teve uma importância essencial na motivação da aprendizagem dos alunos, referindo a possibilidade de os alunos efetuarem diversas aprendizagens. Citaram, ainda, a consciencialização da possibilidade de repensarem a prática de ensino no sentido da utilização de recursos e de estratégias motivadoras para captar a atenção dos alunos. Verificam-se portanto, por um lado evidências de contributos centrados diretamente no aluno como elemento recetor da informação a aprender, mas temos por outro evidências do contributo do projeto centrado nos docentes que viram na sua participação uma oportunidade de melhoria no sentido de beneficiar os seus alunos.
“Esta experiência toda com os meus alunos guardo para a vida. Aprendemos a vêlos motivados e vemos que noutras circunstâncias, noutras escolas, há sempre maneira de motivar e porque não com o que está à nossa volta? Foi uma experiência maravilhosa, eu vi que é possível sair do âmbito normal da sala de aula e ficar enriquecido” E1
“A experiência ... altera sempre a nossa prática de ensino, esta sim contribuiu muito, porque eu não tinha conhecimento sobre muita da história de Famalicão…e se fiquei a conhecer a minha prática de ensino vai ser diferente, porque já tenho um conhecimento diferente e que não tinha até agora…” E3
“…Gosto de trabalhar, mas de forma participada, permite um envolvimento mais profundo… perceber o contexto, conceitos, novas aprendizagens, compreender o porquê das coisas, refletir, e desenvolverem o sentido de contacto com a história permite a compreensão porque coloca-se no lugar do outro.” E4
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Perspetiva dos Docentes
Aprendizagens De acordo com a análise das evidências recolhidas junto dos professores, a participação no projeto traz, na sua perspetiva, contributos no cinco diferentes domínios de aprendizagem, destacando-se, no entanto, o domínio das atitudes e valores e o domínio das competências. No domínio do Conhecimento e da Compreensão as docentes destacam contributos como a aquisição de novos conhecimentos e o conhecimento específico da história local, o que consideram benéfico. “a primeira abordagem para que eles ficassem a perceber quem era o brasileiro de torna-viagem. Eles aí ficaram logo muito predispostos para participar no projeto…o facto de andarem na rua com atividades e olhar para as casas e tentar distinguir as características das casas do brasileiro de torna-viagem, depois os azulejos, o refletirem,o pensarem (o brasão) … portanto estas relações que se estabelecem importantes foiessencial…” E4 • No domínio dos das Atitudes e Valores é destacado o carácter dinâmico e motivador do projeto que incita os alunos a querer aprender mais sobre a história local, sobre Famalicão, adotando posturas positivas para com a sua terra e para com as instituições museológicas. “Eles estão motivados porque sentem que o património é deles, eles querem dar continuidade e proteger, mostrar que são daqui, mostrar que Famalicão é importante.” E1 “Começou-se muito bem para desmistificar o conceito de museu, pela experiência. A apresentação deste projeto foi uma apresentação muito dinâmica e sem dúvida que os alunos aprendem…” E1 • No domínio das Competências destacam-se os benefícios da participação no projeto para o desenvolvimento de competências como o saber trabalhar em equipa, pesquisar e procurar construir novos conhecimentos. “... contribuiu para que pudessem construir o seu próprio conhecimento a partir da sua participação ...” E1 “Fizeram pesquisa e quando soubemos quem íamos tratar pesquisaram com os pais, trabalhavam em equipa, partilhavam conhecimentos… Para qualquer conteúdo transportavam a mesma metodologia, porque viram resultados…” E2 • No domínio da Atividade, Comportamento e Desenvolvimento destacou-se o procurar saber mais sobre a sua terra envolvendo a sua família e sentirem-se motivados a participar. “O que eu notei foi uma maior curiosidade sobre as coisas que existiam em Famalicão… Os pais afirmaram que eles perguntaram como era antigamente, …questionavam muito.” E3 • No domínio da Satisfação, Inspiração e Criatividade, referiram a importância do carácter participativo, diferenciador e de descoberta como fonte de fascínio levando a querer aprender mais e a aplicar os seus conhecimentos em trabalhos práticos. “Leva-os a saber que se pesquisarem vão ter um conhecimento maior, acho que os leva a procurar outros conhecimentos…eles são sedentos de conhecimento esta temática deu para investigar outras coisas relacionadas com o tema …promoveu a curiosidades... o fascínio…até para o gosto pela história, a forma como a viram foi de descoberta… de uma forma lúdica e participativa…” E3
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Avaliação
Perspetiva dos Docentes
Expectativas Sendo o desenvolvimento da sociedade a grande missão dos museus, toda a sua atividade tem de estar em constante avaliação para seja cada vez mais adequado às reais necessidades dos seus utilizadores. Perante a questão sobre o que alterariam nesta relação colaborativa para proceder à otimização de futuros projetos, os docentes referiram que, apesar da excelência do projeto poderia repensar-se a possibilidade de alargá-lo à participação de toda a comunidade educativa, entenda-se pais, associações… “Considerei tudo excelente, a única coisa que poderá melhorar é envolver os pais para acompanharem os filhos nessa descoberta. Se virem a dinâmica que existe nos museus ajuda-os a ter uma imagem diferente.” E2 Foi uma participação considerada muito envolvente, interativa, motivadora, de referência e convidativa. “Espero que para o ano fique numa escola de Famalicão para poder ter a oportunidade de beneficiar de projetos assim… Se ficar foram vou ser eu a incentivar tendo este projeto a referência…” E1
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Desafio II
COM ...
A CASA AO LADO
Treze turmas do 4º ano realizaram 13 visitas a museus famalicenses com o objetivo de ficarem a conhecer a história dos mesmos e a relação com o tema proposto. De cada museu, os alunos das diferentes turmas, sob a orientação de A CASA AO LADO - Centro Artístico, interpretaram de uma forma criativa e pictórica, a imagem e o sentimento que cada local lhes tinha transmitido. Esse sentimento foi representado num painel de azulejos, um painel, uma turma, uma visão diferente de cada local. Os 13 painéis representam a diversidade de pontos de vista de cada turma sobre o local estudado.
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GLOSSÁRIO
Abonador – quem se responsabilizava pela identificação do engajado e financiava a sua viagem.
Barão - título de nobreza, imediatamente inferior ao de Visconde, atribuído como reconhecimento pelos seus feitos. O título extingue-se por morte ou para obter o título de Visconde.
Brasileiro ou Brasileiro de torna-viagem - Emigrante que foi para o Brasil e torna a sua terra natal. O maior fluxo migratório deu-se durante o século XIX.
Confraria – confraria, irmandade ou fraternidade é um grupo de pessoas que se associa em torno de interesses ou objetivos comuns, seja o mesmo ofício, a mesma profissão, modo de vida ou religiosos ou espirituais.
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Engajado - emigrante contratado.
Engajador – agente de emigração que servia de intermediário nas redes de emigração como angariadores, recebendo “comissão” pela pessoa que emigrava. Procuravam alargar a área de recrutamento de mão-de-obra.
Engajamento - procura de mão de obra para substituir os escravos (abolição da escravatura) nas plantações e mais tarde nas grandes obras públicas.
Visconde – anteriormente tinha a dignidade de Visconde o substituto do Conde no governo do condado ou o filho herdeiro do Conde enquanto não sucedia no condado. Foi no século XIX, com o liberalismo, que o título de Visconde foi outorgado com maior frequência.
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BIBLIO GRAFIA AA.VV. As Portas da História - Vila Nova de Famalicão (1835-2015), Vol. I. Famalicão: Câmara Municipal de Famalicão , 2015.
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FICHA TÉCNICA Título Brasileiros de torna-viagem
Ano letivo 2018/2019
Projeto Marka…a tua identidade do Agrupamento de Escolas Camilo Castelo Branco
Parceiro Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão | Rede de Museus
Fotografia Curso Profissional de Técnico de Audiovisuais; Professores responsáveis pelas turmas do 4º ano; Rede de Museus de Vila Design e paginação Nova de Famalicão Curso Profissional de Técnico de Design Gráfico