Definir a missão… da necessidade ao desafio

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Coleção | Collection Ser e Fazer Museu no século XXI Being and Making Museums in the 21st century

2 Defining the Mission… from necessity to challenge

Número | Issue 01 Título | Title Definir a missão… da necessidade ao desafio Defining the mission... from necessity to challenge Edição | Editor Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão Vila Nova de Famalicão City Council Coordenação | Coordination Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão Vila Nova de Famalicão Museum Network

A edição da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão “Ser e fazer museu no século XXI” é uma coleção monográfica coordenada pela Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão, numerada, sem periodicidade fixa, disponível em versão impressa e digital, acessível gratuitamente online. Destinada a profissionais de museus e ao público em geral, aborda diversos temas da museologia no território. The edition of the Vila Nova de Famalicão City Council “Being and Making Museums in the 21st century” is a monographic collection coordinated by the Vila Nova de Famalicão Museum Network, numbered, without a fixed periodicity, available in print and digital, freely available online. Aimed at museum professionals and the general public, it addresses various museological subjects in the territory.

Orientação científica | Scientific Orientation Alice Semedo, Faculdade de Letras da Universidade do Porto / CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória Faculty of Letters of the University of Porto / CITCEM – Centre of Transdisciplinary Research Culture, Space and Memory Revisão científica | Scientific Revision Acesso Cultura Access Culture, Maria Vlachou Adaptação à linguagem clara | Adaptation to clear language Acesso Cultura Access Culture, Hugo Sousa e and Maria Vlachou Tradução | Translation Acesso Cultura com revisão de Peter Colwell Access Culture, revised by Peter Colwell Fotografia | Photography João Macedo Fotografia Design Cristina Lamego Impressão | Printing Mota & Ferreira, Lda. Tiragem | Number of copies 350 ISBN 978-989-8012-62-3 Depósito legal | Legal deposit 463578/19 © novembro november ‘19 Disponível online em | Available online on


Stepping out of our own selves in order to look at society and the world.

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Saindo de nĂłs para olharmos para a sociedade e para o mundo.


4 Defining the Mission… from necessity to challenge

Ser museu no séc. XXI não é o mesmo que ser museu no séc. XX, ou no séc. XIX. Os museus de hoje são mais do que simples repositórios de memórias. Às tradicionais funções de colecionar, classificar e conservar objetos ou vestígios de um passado, somam-se outras tarefas e outros desafios. Os museus de hoje são lugares de aprendizagem ativa, de cidadania, de entretenimento, de identidade e memória, onde o público tem relevante importância, assim como a coleção.


Paulo Cunha

Presidente da Câmara Municipal Mayor

Nas últimas décadas, o mundo tem assistido ao desenvolvimento tecnológico mais rápido da História. Com a globalização e a popularização da Internet, a informação circula de uma forma cada vez mais veloz e acessível a todos, em todo o lado. Com efeito, as recentes evoluções tecnológicas têm transformado profundamente a vida moderna em todas as suas dimensões: do conhecimento às práticas, da economia à política, da cultura ao lazer, alterando significativamente a forma como as instituições comunicam e a forma como acedemos à informação. Os museus, tal como qualquer outra instituição, tiveram de se adaptar aos novos tempos e aos novos desafios. Em Vila Nova de Famalicão, orgulhamo-nos de possuir uma Rede de Museus dinâmica, ambiciosa, criativa e aberta às mudanças, que tem sabido encarar os desafios de frente com a força de uma política de cooperação e articulação entre os museus-membros, tendo sempre em vista a valorização de cada um deles, na sua individualidade. Este livro, intitulado “Definir a missão... da necessidade ao desafio”, é exemplo desse trabalho conjunto elaborado pela Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão. Ser museu no séc. XXI não é o mesmo que ser museu no séc. XX, ou no séc. XIX. Os museus de hoje são mais do que

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O lugar do museu no século XXI The place of the museum in the 21st century


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simples repositórios de memórias. Às tradicionais funções de colecionar, classificar e conservar objetos ou vestígios de um passado, somam-se outras tarefas e outros desafios. Os museus de hoje são lugares de aprendizagem ativa, de cidadania, de entretenimento, de identidade e memória, onde o público tem relevante importância, assim como a coleção. Num vídeo em que participei recentemente sobre o papel dos museus, assumi que os museus são, para mim, lugar de memórias e de encontro. Memórias coletivas e encontro com a história, com o conhecimento e com nós mesmos. Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer o apoio da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, através do seu Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória. E ainda da associação Acesso Cultura, na concretização deste trabalho de definição do que é “Ser e Fazer Museu no Século XXI”. Tenho a certeza que se trata de uma publicação de grande interesse e utilidade para todos e que vai marcar esta nova era dos museus. Parabéns a todos os envolvidos! In recent decades, the world has witnessed the fastest technological development in history. With the globalisation and popularisation of the Internet, information circulates ever faster and has become more accessible to everyone, anywhere. Indeed, recent technological developments have profoundly transformed modern life in all its dimensions: from knowledge to practice, from economics to politics, from culture to leisure, significantly changing the way institutions communicate and the way we access information. Museums, like any other institution, have had to adapt to the new times and new challenges. In Vila Nova de Famalicão, we are proud to have a dynamic, ambitious, creative Museum Network that is open to change, which has been able to face the challenges head on, backed by a policy of cooperation and coordination among its museum members that values the individuality of each and every one of them. This book, entitled “Defining the mission... from necessity to challenge”, is an example of this joint work prepared by the Vila Nova de Famalicão Museum Network. To be a museum in the 21st century is not the same as being a museum in the 20th or 19th centuries. Today’s museums are more than mere repositories of memories.


In addition to the traditional functions of collecting, classifying and preserving objects or traces of the past, there are other tasks and challenges. Today’s museums are places of active learning, citizenship, entertainment, identity and memory, where the public is just as important as the collection. In a video in which I recently took part, looking at the role of museums, I acknowledged that museums are, for me, a place of memories and encounters. Collective memories and encounters with history, with knowledge and with ourselves. I would like to take this opportunity to thank the Porto University’s Faculty of Letters for the support provided by its Centre for Transdisciplinary Research Culture, Space and Memory. And also the support of the association, Access Culture, which enabled us to define what “Being and Making Museums in the 21st Century” truly means. I am sure this publication will be of great interest and useful to all and it will leave its mark on this new era of museums. Congratulations to all those involved!

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To be a museum in the 21st century is not the same as being a museum in the 20th or 19th centuries. Today’s museums are more than mere repositories of memories. In addition to the traditional functions of collecting, classifying and preserving objects or traces of the past, there are other tasks and challenges. Today’s museums are places of active learning, citizenship, entertainment, identity and memory, where the public is just as important as the collection.


museu é um lugar de…


challenge desafio 9 Definir a missão… da necessidade ao desafio

museum is a place of…


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Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão

“The engine that drives the museum, the compass that guides institutional decision-making, and the identifying characteristic that identifies a museum´s unique role. Every museum needs a relevant, concise mission statement that communicates why it exists, who it serves, and what it does for its many constituents, and every museum needs a clear mission statement that guides all museum activities and decisions. A mission statement is not just a required document for nonprofit status; it is the heart and soul of each museum.” Anderson, Gail (2000). Museum Mission Statements: building a distinct identity. Washington: American Missions Statements, p. 127

“O motor que guia o museu, a bússola que orienta a tomada de decisões institucionais e a característica que identifica o papel único de um museu. Cada museu necessita de uma declaração de missão relevante e concisa, que comunique porque é que existe, quem serve e o que faz para a sua comunidade, e cada museu necessita de uma declaração de missão clara, que oriente todas as suas atividades e decisões. Uma declaração de missão não é apenas um documento necessário para o estatuto de organização sem fins lucrativos; é o coração e a alma de cada museu.” (Tradução: Acesso Cultura)


Ser Museu Da necessidade ao desafio de definir a missão

A presença de museus em Vila Nova de Famalicão remonta ao início da década de 1920, com a abertura ao público da primeira casa-museu de Portugal – o Museu Camiliano. Nas décadas seguintes, assistiu-se à inauguração de vários museus repletos de história, de memória e de identidade, onde a cultura é entendida como crucial para o exercício da cidadania. A 26 de novembro de 2012, com a assinatura da Declaração de Princípios, constitui-se a Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão (RMVNF). À luz da Lei Quadro dos Museus Portugueses, a RMVNF é composta por museus e coleções visitáveis do concelho, com diferentes tutelas, num total de doze: Casa de Camilo – Museu. Centro de Estudos; Museu Bernardino Machado; Museu Fundação Cupertino de Miranda – Centro Português do Surrealismo; Museu Nacional Ferroviário – Núcleo de Lousado; Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave; Museu de Cerâmica Artística da Fundação Castro Alves; Museu do Automóvel; Museu da Guerra Colonial; Casa-Museu Soledade Malvar; Museu de Arte Sacra da Capela da Lapa; Museu da Confraria de Nossa Senhora do Carmo de Lemenhe e Museu Cívico e Religioso de Mouquim. É coordenada pelo Município através da sua Divisão de Cultura e Turismo. Conscientes do papel ativo que a RMVNF poderia assumir no seu território e da sua relevância, mas reconhecendo uma ação pontual (essencialmente em momentos de efeméride),

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Amizade Friendship Presente Present Sentimento Feeling Divulgação Promotion Magia Magic Família Family Justiça Justice Ligações Bonds Honra Honor Identidade Identity Vida Life Reunião Meeting Afeto Affection Atividade Activity Coração Heart Coleções Collections Intemporalidade Timelessness Reflexão Reflection Improbabilidade Improbability


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Conselho Internacional de Museus. 1

considerámos urgente uma mudança de paradigma. Neste sentido, procurámos criar uma maior consciência do papel que a RMVNF poderia, efetivamente, assumir. O processo teve como base uma metodologia de mediação, participada e colaborativa, para a criação de uma estratégia que não se limitasse a uma rede de contactos. Ambicionámos refletir sobre o papel que cada museu desempenha, a sua missão e os desafios para o futuro que enfrenta no território onde está inserido. Só assim o trabalho em rede terá verdadeiramente sentido e poderá constituir-se como estratégia com objetivos educativos, sociais e culturais. Verificámos que seria necessário iniciar esta mudança de paradigma de atuação com uma reflexão sobre o que somos e o que queremos ser. Saindo de nós para olharmos para a sociedade e para o mundo, constatámos que deveríamos iniciar este processo pela missão, entendida como o coração e a alma de um museu. Após uma primeira análise, concluímos que mais de metade dos museus da RMVNF tinham como missão uma série de funções e que os restantes não tinham missão definida. Neste sentido, desafiámos todos os museus – e a própria RMVNF – a criar uma proposta de declaração de missão. O documento resultante deste exercício incluiria a visão, a missão, cinco objetivos, cinco ações e as palavras que inspiram as equipas de cada entidade. Serviria para comunicar com os diferentes públicos de forma clara, informativa e inspiradora. As declarações de missão, que orientam diariamente as diferentes atividades e decisões das equipas, são uma ferramenta essencial para a gestão de um museu e, consequentemente, das suas coleções. Estas propostas são apoiadas por outros documentos como o Código de Ética do ICOM 1 para Museus, a Lei Quadro dos Museus Portugueses, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, e ainda, por documentos internos, como os programas museológicos, regulamentos e políticas/procedimentos relacionados com as diferentes funções museológicas, entre outros. Finalmente, esta reflexão local enquadra-se na reflexão promovida pelo ICOM, a nível internacional, para a criação de uma nova proposta da definição de museu. O processo acima descrito, teve como ponto de partida o workshop “Ser/Fazer Museu”, realizado no final de novembro de 2018 pela Professora Doutora Alice Semedo, onde foi proposto um “Plano de trabalho a 100 dias”. Esta metodologia integrou momentos organizados em torno de documentos ou apresentações mais estruturadas, proporcionando uma compreensão compartilhada de conceitos, bem como de alguns enquadramentos mais teóricos. Integrou, ainda, abordagens mais informais e dinâmicas, que proporcionaram espaços de partilha e pensamento crítico, através da reflexão e discussão de questões em pequenos grupos e, posteriormente, com todas as partes envolvidas. Estes momentos


rte art

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contribuíram para a criação de laços entre equipas e para avivar o sentimento da responsabilidade de cada membro na defesa da sua identidade e da identidade da RMVNF. Este processo de reflexão e construção conjunta foi acompanhado, numa perspetiva poética, pela criação de um objeto: uma toalha. As equipas foram convidadas a fazer uma intervenção artística sobre tecido, aplicando diferentes técnicas, para representarem cada museu, tornando-se um todo nessa relação em rede. Foi, igualmente, produzido um vídeo onde as pessoas que tornam possível a existência dos nossos museus, e da própria RMVNF, selecionaram 100 palavras que completam a frase “Museu é um lugar de...”. Ocupando a tela para declarar publicamente estas palavras, afirmam quem são e quem aspiram ser, dizendo o que fazem e o que sonham fazer, esperando que outras palavras lhes sejam devolvidas por aqueles que também fazem os museus: os públicos. Nem sempre tem sido fácil este caminho, mas os momentos de construção conjunta são promissores e todos acreditamos no potencial desta nossa Rede de Museus. Na verdade, talvez o papel social mais importante que os museus podem desempenhar seja a sua própria transformação em organizações conscientes do seu potencial de contribuir para mudar o mundo e a vontade de o fazer.


preservar preservation

Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão Visão Ser o alicerce para a atuação dos museus, promovendo ligações e partilhas, e potenciando sinergias entre museu, pessoa e território.

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Missão Constituir uma estrutura de cooperação, comunicação e apoio aos museus, que contribua para a compreensão e para o desenvolvimento sustentado do território. Cinco objetivos 1. Promover a cooperação para a utilização integrada e descentralizada de recursos humanos, materiais e financeiros; 2. Fomentar a adoção e desenvolvimento de padrões de rigor, qualidade e ética no exercício das práticas museológicas; 3. Potenciar a troca de experiências e conhecimentos entre profissionais dos museus; 4. Divulgar os museus e aproximar a respetiva oferta cultural aos diferentes públicos; 5. Valorizar o diálogo e explorar conexões entre as coleções e o território, respeitando a identidade e a missão de cada museu. Cinco ações 1. Incrementar a colaboração entre o município e os museus, públicos e privados, através da criação e implementação de instrumentos de gestão e de consultoria para o desenvolvimento e exercício das diferentes funções museológicas; 2. Apoiar a elaboração de candidaturas comuns a programas de apoio técnico e/ou financeiro, bem como a aplicação de medidas concertadas no domínio da qualificação dos museus de forma articulada com as políticas locais, nacionais e internacionais; 3. Proporcionar oportunidades de formação interna e divulgar a formação externa, para permitir o desenvolvimento de capacidades e competências adequadas ao desempenho profissional, à atualização de conhecimentos e à valorização profissional e pessoal; 4. Criar, executar e avaliar uma estratégia de comunicação, quer numa perspetiva interna (entre os museus), quer numa perspetiva externa (junto dos seus diferentes públicos); 5. Conceber e dinamizar uma programação museológica transversal, descentralizada e inclusiva – privilegiando relações e parcerias com diversos agentes do território –, que promova, através de experiências significativas e transformadoras, o pensamento crítico e criativo. Palavras inspiradoras Identidade – Cooperação – Diálogo – Mediação – Diversidade


Vila Nova de Famalicão Museum Network

The existence of museums in Vila Nova de Famalicão dates back to the early 1920s, with the opening of the first Portuguese house museum – the Camilo House Museum – to the public. Over the following decades, several museums opened, full of history, memory and identity, where culture is seen to be crucial to the exercise of citizenship. On November 26, 2012, with the signing of the Declaration of Principles, the Vila Nova de Famalicão Museum Network (VNFMN) was established. Based on the Portuguese Museums Framework Law, the VNFMN is composed of museums and visitable collections within the municipality that come under different auspices, totalizing twelve: Camilo House – Museum. Study Centre; Bernardino Machado Museum; Cupertino Miranda Foundation Museum – Portuguese Surrealism Centre; National Railway Museum – Lousado Centre; Ave Basin Textile Industry Museum; Castro Alves Foundation Ceramic Art Museum; Automobile Museum; Colonial War Museum; Soledade Malvar House-Museum; Lapa Chapel Sacred Art Museum; Museum of the Lemenhe Brotherhood of Our Lady of Mt Carmel; Mouquim Civic and Religious Museum. It is coordinated by the Municipal Coucil through its Culture and Tourisme Division. Well aware of the active role the VNFMN could play in the region and its importance, although at the same time conscious that it acts only occasionally (mainly, on special commemorative days),

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Being a Museum From the need to the challenge of defining the mission


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International Council of Museums. 2

we felt the time had come to make a paradigm shift. In this regard, we sought to create greater awareness of the role that VNFMN could effectively play. The process was based on a participatory and collaborative mediation methodology in order to develop a strategy that is not limited to a network of contacts. We set out to consider the role each museum plays, its mission and the future challenges it faces in the region to which it belongs. This is the only way that networking will truly make sense and can become a working strategy with educational, social and cultural goals. We realised that it would be necessary to initiate this paradigm shift by contemplating who we are and what we want to be. Stepping out of our own selves in order to look at society and the world, we realised that we should start this process by defining our mission, which is taken to be the heart and soul of a museum. Our first analysis showed that over half of the VNFMN museums presented a series of functions as their mission, while the rest had no defined mission. We therefore challenged all the museums – and the VNFMN itself – to create a proposal for a mission statement. The document resulting from this exercise would include the vision, mission, objectives, actions, and words that inspire each organisation’s team. It would serve to communicate with different audiences in a clear, informative and inspiring way. Mission statements, which guide the different activities and decisions made by the teams on a daily basis, are an essential tool for managing a museum and its collections. These proposals are supported by other documents, such as the ICOM 2 Code of Ethics for Museums, the Portuguese Museums Framework Law, the 17 Sustainable Development Goals of the UN 2030 Agenda; and also, among others, by internal documents, such as museum programmes, regulations and policies/procedures related to different museum functions. Finally, this local reflection fits in with the reflection promoted at an international level by ICOM, for the creation of a new proposal for the definition of a museum. The process described above took as its starting point the workshop “Being / Making Museums”, held at the end of November 2018 by Professor Alice Semedo, where a “100-day Work Plan” was proposed. This methodology included a joint reflection on more structured documents or presentations, providing a shared understanding of concepts, as well as on some more theoretical frameworks. It also included some more informal and dynamic approaches which allowed for sharing and critical thinking through contemplating and discussing a number of issues firstly in small groups, and then with all parties involved. These moments helped create stronger bonds between teams and to build up each member’s sense of responsibility in terms of defending their own identity and that of the VNFMN.


This process of reflection and joint construction was accompanied, from a poetic perspective, by the creation of an object: a cloth. The teams were invited to make an art work on fabric, using different techniques to represent each museum, which would become a whole through the networking relationship. A video was also produced and the people who make possible the existence of our museums and the VNFMN itself selected 100 words to complete the sentence “A museum is a place of”. Appearing on the screen in order to publicly declare these words, they affirm who they are and who they aspire to be, saying what they do and what they dream of doing, hoping that other words will be returned to them by those who also make museums possible: the public. It has not always been an easy road, but the moments of joint construction are promising and we all believe in the potential of our Museum Network. Indeed, perhaps the most important social role museums can play is their own transformation into organisations which are aware of their potential to contribute to changing the world and having the will to do so.

Vila Nova de Famalicão Museum Network Vision To be the foundation for the museum’s performance, promoting connections and sharing, and enhancing collaboration between museums, people and the territory. Mission To constitute a structure for the cooperation, communication and support of museum-members, which promotes understanding and contributes to the territory’s sustainable development. Five objectives 1. To promote cooperation for the integrated and decentralised use of human, material and financial resources; 2. To foster the adoption and development of standards of thoroughness, quality and ethics in the exercise of museum practices; 3. To enhance the exchange of experiences and knowledge between museum professionals; 4. To promote the museums and bring their cultural services closer to different audiences; 5. To value dialogue and explore connections between collections and the territory, whilst respecting each museum’s identity and mission.

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Pensadores Thinkers Viagem Travel Comunidade Community Encanto Charm Tradições Traditions Interação Interaction Silêncio Silence Diferenças Differences Exemplo Example Inclusão Inclusion Desenvolvimento Development Cultura Culture Emoções Emotions Reencontro Reencounter Descoberta Discovery Saudade Nostalgia Serenidade Serenity Saber Know-how Paixão Passion


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Five actions 1. To increase collaboration between the city council and museums, public and private, through the creation and implementation of management and consulting tools for the development and practice of the various museum functions; 2. To support the development of common applications to technical and / or financial programmes of support, as well as the implementation of articulated measures in the field of museum qualification in accordance with local, national and international policies; 3. To provide internal training opportunities and disseminate external training, to enable the development of appropriate skills and attributes for professional performance, the updating of knowledge and professional and personal enhancement; 4. To create, execute and evaluate a communications strategy, either from an internal perspective (between museums) or from an external perspective (among its different audiences); 5. To design and reinforce a transversal, decentralised and inclusive museological programme – giving preference to relationships and partnerships with various agents in the territory – that promotes, through meaningful and transformative experiences, critical and creative thinking. Inspiring words Identity – Cooperation – Dialogue – Mediation – Diversity

inventário inventory


Ferramentas para pensar/fazer museus: missão, valores e visão If our museums are not being operated with the ultimate goal of improving the quality of people’s lives, on what [other] basis might we possibly ask for public support?

“Se os nossos museus não são operados com o objetivo final de melhorar a qualidade de vida das pessoas, com que [outra] base poderíamos pedir apoio público?” (Tradução: Acesso Cultura)

Alice Semedo1

Há um ano, foi-me dada a extraordinária oportunidade de conhecer e trabalhar com os profissionais da Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão num seminário dedicado à reflexão sobre o futuro desta Rede e à celebração deste modo de “estar / fazer juntos”. Por essa razão, planeei o workshop Ser / Fazer Museu, desenvolvendo diferentes atividades e instrumentos que melhor apoiassem a reflexão partilhada sobre a razão de ser de cada um dos museus que faz parte desta rede (e da rede em si), propondo questões essenciais para a redefinição das suas missões e funções. Quem somos (o que fazemos / como nos identificamos)? O que fazemos e como o fazemos? Que valores nos orientam? Que sonhos temos? O que é que nos move / inquieta? O que queremos alcançar e onde queremos chegar? Que serviço público prestam os museus / rede, que obstáculos se apresentam e onde / como podem ser reconfigurados? Como alcançar novos modelos que melhor respondam aos desafios da nossa contemporaneidade? Que tipo de atitude deve ser assumido? Como incorporar o conhecimento existente nos diferentes “nós” rede? Como gerar movimentos contínuos que ultrapassem as fronteiras preestabelecidas? Que teoria de mudança (tipos de intervenções, estratégias, resultados) podemos desenhar? Esta viagem introspetiva também envolveu a apresentação e o reconhecimento de cada um dos “nós” e do que traziam consigo: conhecimentos, imaginários, modos / práticas de trabalho,

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Stephen Weil (1999, p. 242)


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experiências, vocabulários, desalentos, sonhos. Momento inequívoco de construção da rede, pois se o pós-museu é um local de reciprocidade – como adiantou Hooper-Greenhill (2000) –, então a própria Rede terá que se apoiar nestes momentos fundamentais de produção de conhecimento transversal – designadamente através de relatos das múltiplas subjetividades e identidades dos museus que a constituem – para criar a polifonia construtiva de visões, experiências e valores a que aspira (p. xi, 140, 144, 152). A escolha da afirmação de Stephen Weil para abrir este texto não é inocente. Já quase no final do ano da Capital da Cultura no Porto, em 2001 e no rescaldo de 11 de setembro, organizei com os colegas e amigos João Teixeira Lopes, Álvaro Domingues e Isabel Silva um colóquio que reuniu alguns dos interlocutores e parceiros do terreno para refletir sobre muitas das questões que dizem respeito a estas noções. Esperançosamente, intitulámos o colóquio A Cultura em Acção: Impactos Sociais e Territórios (ver Domingues, Lopes, Silva e Semedo, 2003). Stephen Weil foi um dos nossos convidados, abrindo os trabalhos com uma palestra inspiradora sobre a relação e mudança entre os museus e as suas comunidades. A leitura dos seus textos – nos quais afirmava a sua visão sobre a centralidade quer da missão, quer do impacto social como fatores fundamentais do paradigma museológico contemporâneo – foi, para mim, essencial na construção da minha própria visão sobre o assunto. A missão é uma declaração de princípios que necessariamente refletirá a visão estratégica de um qualquer museu, revelando os valores em que assenta os seus projetos, o seu posicionamento em relação à sociedade e, por fim, uma compreensão dos contextos em que vive e de modos de fazer, de habitar o mundo. Não se trata, portanto, de um mero exercício retórico e enunciado de funções – como é muitas vezes costume apresentar –, mas de um verdadeiro instrumento de liderança, gestão e governança. A declaração de missão deveria ser um instrumento inspirador (que fale eventualmente de paixões e sonhos? porque não?), que realmente comunique a razão de ser de cada museu. Um instrumento que apresente visões do que poderá ser o futuro. Como sempre, trata-se de responder às questões cruciais de “porque fazemos o que fazemos”, “para quem e como o fazemos” e, por fim, “o que fazemos afinal…”. Dito isto, não há qualquer dúvida que a noção de missão, tal como a acabei de descrever, se encontra intimamente relacionada quer com a dimensão social de qualquer museu, quer com o seu papel no espaço público. Como lhe era hábito, Stephen Weil também a nós nos perguntou no colóquio que acabei de mencionar, se todos os que estavam presentes achavam que tinham valor. Embora a resposta não fosse muito esfuziante (seria porventura a barreira linguística…), julgo que todos pensariam que sim, que tinham valor. Weil continuou perguntando-nos pelo valor dos museus em que cada um trabalhava, instalando a confusão, pois esta diferença não se


colocaria para a maioria dos que estavam presentes no Auditório Almeida Garrett. A verdade é que ainda encontro muitos profissionais que me falam do valor intrínseco dos museus, desenvolvendo uma argumentação sofisticada que justifica a existência de museus meramente a partir do valor de salvaguarda e conhecimento das coleções. Contudo, um museu é uma construção nossa. O museu é uma organização e o seu valor advém do que realmente faz, das transformações que opera e não do que simplesmente “é”. Weil argumentava mesmo que dado que nenhum museu é igual, a probabilidade é que o valor (principalmente se avaliados em relação ao que fazem) não seja igual para todos, ou mesmo que alguns não tenham valor algum. Na esperança de fornecer uma resposta a esta questão, Weil propôs um enquadramento útil para formular uma norma de avaliação que pressupõe a aceitação de dois conceitos interdependentes: fins e meios. O conceito de fins (a causa final de que tantas vezes falo) era por ele utilizado para descrever os impactos positivos nas vidas de uma comunidade e dos seus membros; impactos deliberadamente desenvolvidos por um museu através das suas atividades e programas. Já os meios se referem a tudo o resto, ou seja, tudo o que um museu terá que fazer para atingir esses fins. As funções do museu não podem ser consideradas um fim em si mesmas. Funções e fins são, na prática, inseparáveis: funcionar sem um fim não tem qualquer sentido e nenhum fim pode ser cumprido sem o apoio de atividades funcionais. Uma abordagem meramente funcional transforma as funções em meras tarefas sem sentido, levadas a cabo por personagens de um qualquer pesadelo kafkiano. É a presença de uma causa final – no sentido aristotélico, telos – que dá sentido ao que fazemos, atribuindo o papel de causas instrumentais às funções. Assim, a missão deve orientar-se pela presença de um fim último, reconhecido como a verdadeira causa da ação humana e relegando para segundo lugar (o que não quer dizer que seja secundário) outras causas possíveis que desempenham o papel de causas ou condições instrumentais. Ora estas causas finais estão profundamente relacionadas com a maneira como o museu se vê e se apresenta, como o museu se posiciona no mundo. Logo, as causas finais são parte integrante da identidade de cada museu e dizem respeito ao seu posicionamento ideológico. Se queremos que abandonem uma abordagem puramente canibalesca (Ames, 1992) em favor de uma abordagem mais holística da cultura e da sociedade, cabe aos museus participar em terrenos (tantas vezes) controversos, despertando para uma consciência social centrada nas pessoas em detrimento de uma mera devoção-a-objetos. Quer dizer, se os museus e as suas coleções aspiram a um futuro verdadeiramente relevante, terão que fazer parte da vanguarda da mudança, proporcionando ações de liderança cultural (pode um museu mudar o mundo?).

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Sonhos Dreams Curiosidade Curiosity Vivências Experiences Perguntas Questions Criatividade Creativity Liberdade Freedom Conhecimento Knowledge História History Fascínio Fascination Parcerias Partnerships Transformação Transformation Mudança Changes Proximidade Proximity Alma Soul Memória Memory Democracia Democracy Mistério Mystery Herança Heritage Visita Visit


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Para além disso, o que se argumenta é que o valor comparado de cada museu deve ser determinado, em primeiro lugar, por referência aos fins particulares, aos impactos que ambiciona alcançar, e não em relação aos meios que emprega para esses fins; em segundo lugar, que tenha em conta quer a relevância destes fins particulares, quer o sucesso relativo do seu cumprimento. Ora, a verdade é que a nossa atenção se tem centrado mais na avaliação de disponibilidade de meios e não tanto nas finalidades do trabalho desenvolvido. Weil descreveu, ainda, dois momentos revolucionários importantes para o contexto presente: o primeiro relaciona-se com a mudança notória de reflexão centrada num foco interno (crescimento das coleções, conservação, estudo, exposição das coleções) do museu, para um foco externo (educação e outros serviços para visitantes / comunidades). A segunda revolução que refere relaciona-se com as expectativas atuais que apontam a experiência em museus como contribuindo para a qualidade de vida de cada um, bem-estar de uma comunidade, e a afirmação de ideais de democracia e justiça como cada vez mais se vem afirmando. Por tudo isto, advogo a necessidade de um comprometimento político, cívico dos museus com as comunidades, os lugares e as suas políticas. Advoga-se a necessidade de envolvimento ativo nas questões fundamentais que dizem respeito à condição humana, à justiça social e à democracia, posicionando-se como parte do espaço público local e não como um serviço meramente arbitrário. Só ao endereçar essas questões podem os museus reforçar o seu papel como eixos fundamentais da vida social e cultural e agentes de transformação, ação comunicativa e democracia performativa, ou seja, como lugares não só de interpretação, mas de diálogo e reciprocidade.

Referências Bibliográficas Ames, M. (1992). Cannibal Tours and Glass Boxes. Vancouver: UBC Press. Domingues, Álvaro; Silva, Isabel; Lopes, João Teixeira e Semedo, Alice (Org.) (2003). A Cultura Em Acção. Impactos Sociais e Território, Edições Afrontamento. Hooper-Greenhill, E. (2000). Museums and the Interpretation of Visual Culture, London/ New York: Routledge. Weil, S. (1999). From being about something to being for somebody: The ongoing transformation of the American museum. Daedalus, Journal of the American Academy of Arts and Sciences128 (3), pp. 229–258.

connections conexões education educação


Alice Semedo1

One year ago, I had the extraordinary opportunity of meeting and working with the professionals of the Vila Nova de Famalicão Museum Network at a seminar dedicated to reflecting on the future of this network and celebrating this “being / doing together” mode. For this reason, I planned the Being / Making Museums workshop, developing different activities and tools that would better support the shared reflection on the raison d’être of each of the museums that form part of this network (and of the network itself), proposing key questions for the redefinition of their missions and functions. Who are we (what do we do / how do we identify ourselves)? What do we do and how do we do it? Which are our guiding values? What dreams have we got? What moves / upsets us? What do we want to achieve and where do we want to get to? What kind of public service do museums / networks provide, what are the obstacles and where / how can they be restructured? How to devise new models, which respond better to the challenges of our contemporary times? What kind of attitude should we assume? How to incorporate the knowledge that exists among the network’s different “we’s”? How to generate continuous movements beyond pre-established boundaries? What kind of a theory of change (types of interventions, strategies, outcomes) can we devise? This introspective journey also involved the presentation and recognition of each one of the network’s “we’s” and what they carried with them:

23 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Tools for thinking/making museums: mission, values ​​and vision


24 Defining the Mission… from necessity to challenge

sabedoria sorriso

knowledge, imagination, ways of working and practices, experiences, vocabularies, disappointments, dreams. An unmistakable moment in the construction of the network, because if the post-museum is a place of reciprocity – according to Hooper-Greenhill (2000) – then the network itself will have to rely on these fundamental moments of production of transversal knowledge – namely through the accounts of the multiple subjectivities and identities of the museums that constitute it – in order to create the constructive polyphony of visions, experiences and values to ​​ which it aspires (p. xi, 140, 144, 152). Choosing Stephen Weil’s statement to open this text was not an innocent decision. Towards the end of the European Capital of Culture year in Porto, in 2001, and in the aftermath of September 11th, together with my colleagues and friends João Teixeira Lopes, Álvaro Domingues and Isabel Silva, I organised a colloquium that brought together some of the agents involved and the field partners in order to reflect on many of the issues that relate to these notions. Being optimistic, we called the colloquium Culture in Action: Social Impacts and Territories (see Domingues, Lopes, Silva and Semedo, 2003). Stephen Weil was one of our guests, and he opened with an inspiring talk about the relationship and change between museums and their communities. Reading his texts – in which he affirmed his view on the centrality of both mission and social impact as fundamental factors of the contemporary museum paradigm – was key to the building of my own vision on the subject. The mission is a statement of principles that will necessarily reflect the strategic vision of any museum, revealing the values ​​ that form the basis of its projects, its positioning in relation to society and, finally, an understanding of the contexts in which it operates, of ways of life, of inhabiting the world. It is not, therefore, a mere rhetorical exercise and a statement of functions – as is often the case – but a true instrument for leadership, management and governance. The mission statement should be an inspiring instrument (which possibly talks of passions and dreams – why not?), that really communicates the raison d’être of each museum. An instrument that presents visions of what the future may be. As always, it is about answering the crucial questions of “why we do what we do,” “to whom and how we do it,” and, finally, “what are we doing anyway…”. That said, there is no doubt that the notion of mission, as I just described it, is closely related to both the social dimension of any museum and its role in the public space. As usual, Stephen Weil also asked us, at the colloquium I just mentioned, whether everyone present thought they had some kind of value. Although the answer was not very effusive (perhaps due to the language barrier…), I think everyone would think so, that they did have value. Weil


kept asking us about the value of the museums in which we worked, which created some confusion, as this difference would not arise for most of those present at the Almeida Garrett Auditorium. The truth is that I still come across many professionals who tell me about the intrinsic value of museums, developing a sophisticated argument that justifies the existence of museums merely from the value of safeguarding and knowledge of the collections. However, a museum is our own construction. The museum is an organisation and its value stems from what it really does, from the transformations it brings about, not from what it simply “is”. Weil even argued that, since no museum is the same as another, the probability is that the value (especially if judged against what they do) is not the same for all of them, or even that some have actually got no value at all. Hoping to provide an answer to this question, Weil proposed a useful framework for formulating a standard of assessment that presupposes the acceptance of two interdependent concepts: ends and means. The concept of ends (the ultimate cause of which I often speak) was used by him to describe the positive impacts on the lives of a community and its members; impacts deliberately developed by a museum through its activities and programmes. The means refer to everything else, that is, everything a museum will have to do to achieve these ends. The museum’s functions cannot be considered an end in themselves. Functions and ends are inseparable in practice: functioning without an end has no meaning and no end can be fulfilled without the support of functional activities. A purely functional approach turns functions into mere meaningless tasks, performed by characters of a Kafkian nightmare. It is the existence of a final cause – in the Aristotelian sense, telos – that gives meaning to what we do, by attributing the role of instrumental causes to functions. Thus, the mission must be guided by the existence of an ultimate end, acknowledged as the true cause of human action, which relegates to second place (which is not to say secondary) other possible causes that play the role of instrumental causes or conditions. Now these final causes are deeply related to the way the museum views and presents itself, how it positions itself in the world. Therefore, the final causes are an integral part of each museum’s identity and relate to its ideological positioning. If we want them to abandon a purely cannibalistic approach (Ames, 1992) in favor of a more holistic approach to culture and society, it is up to museums to participate in (often) controversial terrain, and wake up to a people-centred social conscience at the expense of a mere devotion to the objects. That is, if museums and their collections aspire to a truly relevant future, they will have to be at the forefront of change by providing cultural leadership (can a museum change the world?).

25 Definir a missão… da necessidade ao desafio

wisdom smile


26 Defining the Mission… from necessity to challenge

Moreover, it is argued that the comparative value of each museum must first be determined by reference to the particular purposes, the impacts it seeks to achieve, and not in relation to the means it employs for those purposes; secondly, it takes into account both the relevance of these particular purposes and the relative success of their fulfillment. Now the fact is that our attention has focused more on assessing the availability of means and not so much on the purposes of our work. Weil also described two important revolutionary moments for the present context: the first relates to the notorious shift of reflection centred on an internal focus of the museum (growth of collections, conservation, study, exhibition of collections) to an external focus (education and other services for visitors / communities). The second revolution relates to current expectations which point to museum experience as contributing to one’s quality of life, the well-being of a community, and the affirmation of ideals of democracy and justice, as it is increasingly being affirmed. For all these reasons, I advocate the need for the political, civic commitment of museums to communities, places and their policies. I advocate the need for active involvement in the fundamental issues concerning the human condition, social justice and democracy, with museums positioning themselves as part of the local public space and not as a merely arbitrary service. Only by addressing these questions can museums reinforce their role as fundamental axes of social and cultural life and agents of transformation, communicative action and performative democracy, that is, as places not only of interpretation, but of dialogue and reciprocity.

References Ames, M. (1992). Cannibal Tours and Glass Boxes. Vancouver: UBC Press. Domingues, Álvaro; Silva, Isabel; Lopes, João Teixeira e Semedo, Alice (Org.) (2003). A Cultura Em Acção. Impactos Sociais e Território, Edições Afrontamento. Hooper-Greenhill, E. (2000). Museums and the Interpretation of Visual Culture, London/ New York: Routledge. Weil, S. (1999). From being about something to being for somebody: The ongoing transformation of the American museum. Daedalus, Journal of the American Academy of Arts and Sciences128 (3), pp. 229–258.


1

Professora Auxiliar do Departamento de Ciências e Técnicas do Património e

investigadora integrada do CITCEM — Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Leciona Unidades Curriculares em diferentes Ciclos de Estudos (Arqueologia, Ciência da Informação, História e Património e Museologia), tendo atuado como Diretora do Mestrado (entre 2003-13) e do Doutoramento em Museologia (2013-18). Participou em diferentes projetos de investigação, editou, publicou, organizou conferências e orientou mais cerca de quatro dezenas de Dissertações de Mestrado e sete Teses de Doutoramento (duas delas já publicadas em livro) sobre tópicos relacionados com os seus interesses, tais como, as narrativas e os discursos museológicos, as identidades profissionais em museus, a criatividade nos museus e os espaços-entre da mediação, ou as missões de museus no mundo contemporâneo. Assistant Professor at the Department of Heritage Sciences and Techniques and integrated researcher at CITCEM – Centre for Transdisciplinary Research Culture, Space and Memory, Faculty of Letters, University of Porto. She teaches on different courses (Archeology, Information Science, History and Heritage and Museology), having served as Director of the Master’s Degree (2003-13) and Doctorate in Museology (2013-18). She has participated in different research projects, edited, published, organised conferences and supervised about forty Master’s Dissertations and seven Doctoral Theses (two of which have already been published as books) on topics related to her interests, such as narratives and museum discourses, professional identities in museums, creativity in museums and the spaces-between in mediation, or museum missions in the contemporary world.

27 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Inspiração Inspiration Inovação Innovation Humanismo Humanism Continuidade Continuity Paz Peace Aprendizagem Learning Diálogo Dialogue Recordações Remembrance Comunicação Communication homenagem tribute Cooperação Cooperation Património Patrimony Fé Faith Humanidade Humanity Orgulho Pride Partilha Sharing Rede Network Investigação Research Crescimento Growth


28 Defining the Mission… from necessity to challenge

Para que servem os museus?

Acesso Cultura1

pertença acolhimento belonging hosting

A Acesso Cultura acompanha há algum tempo os trabalhos da Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão (RMVNF). Temos constatado a forma séria e continuada como se procura dinamizar sinergias, investir na formação, fortalecer os laços entre museus-membros e entre estes e o território onde se encontram inseridos. Raramente em Portugal vemos museus a comprometer-se com o difícil, mas necessário, exercício da análise interna e da definição de uma missão clara – que não seja apenas uma repetição da definição de museu do ICOM (Conselho Internacional de Museus) – e que permite entender para que é que determinado museu faz o que faz. Ainda mais raro é encontrarmos museus que partilhem com a sociedade a sua visão, ou seja, o seu sonho para o mundo e a forma como pretendem contribuir para que este sonho possa ser alcançado. Este exercício exige coragem e humildade. Primeiro, para se olhar de forma honesta para si próprio; depois, para aceitar e ser aberto a discutir as críticas que vêm de fora. Acreditamos que a nossa intervenção no processo não tenha sido sempre fácil de aceitar; somos os “de fora” e entrámos mais tarde, quando uma série de conceitos e objetivos tinham já sido estabelecidos pela RMVNF e pelos seus membros. Por essa razão, queremos agradecer a todos aqueles que se mostraram disponíveis para discutir os seus documentos connosco: agradecer a coragem e a humildade, mas também a compreensão e a colaboração. Esperamos ter dado um contributo útil e desejamos que mais museus possam seguir o exemplo dos colegas da Rede de Museus de Vila Nova de Famalicão.


A Acesso Cultura é uma associação cultural sem fins lucrativos que promove o acesso – físico, social, intelectual – à participação cultural. http://acessocultura.org 1

Access Culture is a not-for-profit cultural association that promotes physical, social and intellectual access to cultural participation. http://accesscultureportugal.org

Access Culture has been following for some time the development of the Vila Nova de Famalicão Museum Network (VNFMN). We have witnessed its permanent commitment to stimulating collaborations, investing in training, strengthening links between its museum members, as well as between them and the territory in which they operate. Rarely in Portugal do we see museums committing themselves to the difficult, but necessary, exercise of internal analysis and the definition of a clear mission – other than just a repetition of the ICOM (International Council of Museums) museum definition –, which enables us to understand why a given museum does what it does. It is even rarer to find museums that share their vision with society, that is, their dream for the world and how they want to contribute to achieving this dream. This exercise requires courage and humility. First, to look honestly at oneself; then to accept, and be open to discussing, criticism from the outside. We believe that our part in this process was not always easy to accept; we were the “outsiders” and showed up late, when a number of concepts and objectives had already been established by the VNFMN and its members. For this reason, we would like to thank all those who were willing to discuss their documents with us: to thank them for their courage and humility, but also for their understanding and collaboration. We hope our contribution was useful and that more museums can follow the example of our colleagues from Vila Nova de Famalicão Museum Network.

29 Definir a missão… da necessidade ao desafio

What are museums for?


Resourcefulness Engenho Interest Interesse Synergy Sinergia


Resilience Resiliência Tourism Turismo Revelation Revelação Expression Expressão Horizon Horizonte Discussion Discussão Motivation Motivação Diversity Diversidade


32 Defining the Mission‌ from necessity to challenge

narrativas fruição encontro narratives enjoyment encounter


Casa de Camilo – Museu. Centro de Estudos Visão Consolidar-se como uma referência, nacional e internacional, na investigação-ação sobre o património de Camilo Castelo Branco e no universo das casas-museu de escritores. Missão Valorizar e promover o património de Camilo Castelo Branco, a literacia e o conhecimento. Cinco objetivos 1. Investigação: em cooperação com outras entidades, ampliar e aprofundar a identificação, a investigação, a preservação e a divulgação do património de Camilo Castelo Branco; 2. Museologia: dar continuidade a uma política adequada de gestão da sua coleção; 3. Documentação e informação: continuar a desenvolver e a aperfeiçoar o tratamento biblioteconómico das suas coleções, promovendo o acesso e a disponibilização de sugestões de pesquisa associadas (a remissão dos registos); 4. Ação cultural: promover atividades inclusivas e diversificadas, de forma sistemática e regular, orientadas para diferentes públicos e comunidades;

33 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Ser e Fazer Propostas de declaração de missão Being and Making Proposals of mission statements


34 Defining the Mission… from necessity to challenge

5. Promoção: desenvolver estratégias de captação de públicos, e oferecer serviços e condições de acolhimento de referência no panorama turístico, cultural e educativo. Cinco ações 1. Investigação: incentivar e aprofundar relações de cooperação com departamentos académicos, centros de investigação e investigadores, colecionadores individuais e outras entidades com atividade associada à vida e à obra de Camilo Castelo Branco; promover o estudo da vida e da obra de Camilo Castelo Branco, disponibilizando os resultados, nomeadamente através da realização de encontros científicos, da edição de obras do autor, do Boletim da Casa de Camilo, de Biografias Enoveladas, entre outras; 2. Museologia: aplicar e documentar boas práticas de incorporação, inventário e conservação preventiva, para a disponibilização das suas coleções aos públicos; 3. Documentação e informação: desenvolver e disponibilizar bases de dados bibliográficas, documentais e iconográficas relacionadas com Camilo Castelo Branco e respetivas pesquisas remissivas; tratar a bibliografia e a documentação ativa e passiva, para que possa ser disponibilizada publicamente, tendo em vista o desenvolvimento do conhecimento sobre o escritor; 4. Ação cultural: planificar, implementar e avaliar um plano de atividades anual para públicos diversificados, que inclua edições, exposições, visitas orientadas, leituras encenadas, oficinas, e outras ações de caráter lúdico, pedagógico, turístico e cultural; 5. Promoção: promover e participar ativamente em fóruns de discussão sobre temáticas relacionadas com a sua missão e os seus objetivos; publicar edições das obras de Camilo Castelo Branco e de estudos relacionados com o romancista; criar e colocar no mercado produtos promocionais associados ao escritor; desenvolver uma rota camiliana agregadora de parceiros, recursos e experiências turísticas e culturais. Palavras inspiradoras Compromisso – Eficiência – Qualidade

Camilo House – Museum. Study Centre Vision To consolidate its position as a national and international reference in the research and action regarding Camilo Castelo Branco’s heritage and within the universe of writers’ house museums. Mission To enhance and promote Camilo Castelo Branco’s heritage, literacy and knowledge.


Five actions 1. Research: to encourage and strengthen the collaboration with academic departments, research centres and researchers, individual collectors and other organisations whose activity relates to Camilo Castelo Branco’s life and work; to promote the study of Camilo Castelo Branco’s life and work and make the results available, namely through scientific meetings; the publishing of the author’s works, the Camilo House Museum Bulletin, dramatized biographies, etc.; 2. Museology: to promote and document good practice in incorporation, inventory and preventive conservation, in order to make the museum collections available to the public; 3. Documentation and information: to develop and make available bibliographic, document and iconographic databases related to Camilo Castelo Branco and related cross-references; to handle active and passive bibliography and documentation, so that it can be made available to the public, with a view to developing knowledge about the writer; 4. Cultural action: to plan, implement and evaluate an annual activities plan for diverse audiences, including editions, exhibitions, guided tours, staged readings, workshops, and other entertainment, pedagogical, touristic and cultural activities; 5. Promotion: to promote and actively participate in discussion forums on topics related to the museum’s mission and objectives; to publish editions of Camilo Castelo Branco’s works and studies related to the novelist; to create and market promotional products associated with the writer; to develop a Camilian route that brings together partners, resources and tourist and cultural experiences. Inspiring words Commitment – Efficiency – Quality

35 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Five objectives 1. Research: in cooperation with other organisations, to expand and deepen the identification, research, preservation and dissemination of Camilo Castelo Branco’s heritage; 2. Museology: to continue to pursue a suitable collection management policy; 3. Documentation and information: to further develop and refine the management of its book collection, by promoting access and suggesting associated research options; 4. Cultural action: to promote, regularly and systematically, inclusive and diversified activities that target different audiences and communities; 5: Promotion: to develop strategies for attracting visitors and to offer welcome services and conditions that are a benchmark in the worlds of tourism, culture and education.


Museu Bernardino Machado Visão Ser um fórum modelar de pensamento e ação de índole demopédico e prospetivo, inspirando os visitantes a desempenharem um papel ativo na formação do futuro.

36 Defining the Mission… from necessity to challenge

Missão Convocar a história e a memória como agentes do conhecimento, fomentar o diálogo e a ação comunicacional, promover a liberdade de pensar, a sociabilidade, o homem como “projeto” (e não mero “objeto”), o personalismo e a cidadania. Cinco objetivos 1. Proporcionar o conhecimento da obra de Bernardino Machado, enquanto pedagogo, cientista, político e “aprendiz de filósofo”; 2. Proporcionar o conhecimento do contexto histórico (último quartel da Monarquia do século XIX, I República e 1ª década do Estado Novo) em que se concretizou o objetivo anterior; 3. Proporcionar o conhecimento e debate crítico e hermenêutico dos ideosofemas fundamentais do pensamento de Bernardino Machado (como sejam, a liberdade, a sociabilidade, o self-government e a autonomia como pessoa e como cidadão, o altruísmo versus “concorrência vital”, a aprendizagem e o ensino para a vida em sociedade, a economia social, os regimes políticos (monarquia, república, democracia e ditadura), revolução e evolução, religião e laicidade, patriotismo e nacionalismo, centralização e descentralização, eleições e sufrágio universal, a politica e a desigualdade de género, os partidos políticos e o rotativismo, o parlamentarismo, relações internacionais e diplomacia económica e a questão colonial, entre outros); 4. Compreender os factos, acontecimentos e estruturas de longa duração (nacionais, internacionais e locais) associados a estes ideosofemas; 5. Compreender, criticamente, os conceitos neles envolvidos. Cinco ações 1. Ciclos de conferências temáticas e regulares por especialistas de reconhecido prestígio nacional e um “Colóquio de Outono”, anual, sobre um tema que se subsuma ou decorra dos ideosofemas fundamentais do pensamento de Bernardino Machado; 2. Publicação e divulgação das obras de Bernardino Machado; 3. Exposições regulares sobre temas que tenham afinidades (implícitas e/ou derivadas) com os sobreditos ideosofemas, permuta de exposições com outros municípios e visitas guiadas ao museu; 4. Promover junto das escolas do Município, formulas,


reciprocamente, ajustadas de interação (visitas, atividades multidisciplinares, palestras, mesas-redondas, etc.) dos seus alunos e professores com o museu; 5. Parcerias com instituições nacionais e/ou internacionais, da mais diversa índole, para a consecução de projetos que visem enriquecer os objetivos apresentados. Palavras inspiradoras Liberdade – Solidariedade – Autonomia – Cidadania – Demopedia

Vision To be a model forum of thinking and action, of a prospective and pedagogic nature, inspiring visitors to play an active role in shaping the future. Mission To summon up history and memory as agents of knowledge, to foster dialogue and communication, to promote freedom of thought, sociability, the human being as a “project” (not merely an “object”), personalism and citizenship. Five objectives 1. To provide knowledge about Bernardino Machado’s work as a pedagogue, scientist, politician and “philosopher’s apprentice”; 2. To provide knowledge about the historical context (last quarter of the 19th century Monarchy, 1st Republic and 1st decade of the dictatorship known as the New State) in which the previous objective was achieved; 3. To provide knowledge and a critical and hermeneutic debate on the fundamental issues in Bernardino Machado’s thinking (such as freedom, sociability, self-government and autonomy as a person and as a citizen, altruism versus “vital competition”, lifelong learning and teaching in society, social economy, political regimes (monarchy, republic, democracy and dictatorship), revolution and evolution, religion and secularism, patriotism and nationalism, centralisation and decentralisation, elections and universal suffrage, politics and gender inequality, political parties and turnover, parliamentarism, international relations and economic diplomacy and the colonial issue, among others); 4. To understand the facts, events, and long-term structures (national, international, and local) associated with these issues; 5. To critically understand the concepts involved in them.

37 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Bernardino Machado Museum


38 Defining the Mission… from necessity to challenge

Five actions 1. A series of regular and thematic conferences by nationally renowned experts and an annual “Autumn Colloquium” on a theme that subsumes or derives from the fundamental ideas in Bernardino Machado’s thinking; 2. Publication and dissemination of Bernardino Machado’s works; 3. Regular exhibitions on themes that have affinities (implicit and / or derived) with the above-mentioned issues, exchange of exhibitions with other municipalities and guided tours of the museum; 4. To propose to local schools mutually adjusted formulas for the interaction of their students and teachers with the museum (visits, multidisciplinary activities, lectures, roundtables, etc.); 5. Partnerships with national and / or international institutions, of the most diverse nature, to achieve projects aimed at enriching the objectives presented. Inspiring words Freedom – Solidarity – Autonomy – Citizenship – Demopaedia

Museu Fundação Cupertino Miranda – Centro Português do Surrealismo Visão Ser uma referência na promoção da liberdade de expressão, fomentando o diálogo, desenvolvendo o espírito crítico e inspirando novos olhares. Missão Construir conhecimento sobre a Arte Surrealista portuguesa, integrando múltiplas vozes e olhares, para estimular o pensamento crítico e a criatividade. Cinco objetivos 1. Ser uma referência na produção de conhecimento sobre a Arte Surrealista; 2. Redefinir a política de incorporações; 3. Garantir a conservação e restauro da coleção; 4. Divulgar a coleção junto de novos públicos e fomentar a sua fruição; 5. Diversificar e fidelizar públicos. Cinco ações 1. Estabelecer novas parcerias a médio prazo e reforçar as cooperações previamente estabelecidas com museus e outras instituições vocacionadas para o Surrealismo;


Palavras inspiradoras Criatividade – Diversidade – Reflexão – Liberdade – Empatia

Cupertino Miranda Foundation Museum – Portuguese Surrealism Centre Vision To be a benchmark in the promoting of freedom of expression, fostering dialogue, developing critical thinking and inspiring new perspectives. Mission To build up knowledge about Portuguese Surrealist Art, integrating multiple voices and insights in order to stimulate critical thinking and creativity. Five objectives 1. To be a benchmark in the production of knowledge about Surrealist Art; 2. To redefine the museum’s incorporation policy; 3. To guarantee the conservation and restoration of the collection; 4. To promote the collection to new audiences and encourage its enjoyment; 5. To broaden and retain audiences. Five actions 1. To establish new medium-term partnerships and strengthen previously established collaborations with museums and other institutions focusing on Surrealism; 2. To fill in gaps by integrating in the collection works that were

39 Definir a missão… da necessidade ao desafio

2. Colmatar lacunas, integrando na coleção obras que testemunhem diferentes períodos de produção e diferentes linguagens e técnicas de artistas surrealistas nacionais; 3. Necessidade de incluir na equipa um profissional com formação em conservação e restauro para: a monitorização e o controlo ambiental dos novos espaços (expositivo e de reserva); a elaboração de relatórios de apuramento de valores referência de temperatura e humidade relativa para as obras em reserva e em exposição; o diagnóstico e a atualização do estado de conservação das obras; 4. Criar um programa de exposições itinerantes a apresentar em instituições; 5. Criar um programa de serviço educativo diferenciador e inclusivo, e estabelecer protocolos de transporte com as câmaras municipais e com outras entidades públicas e privadas.


witness to different periods of production and different languages ​​ and techniques of national surrealist artists; 3. To include in the team a professional trained in conservation and restoration for: the environmental monitoring and control of new spaces (exhibition and storage); the elaboration of reports of temperature and relative humidity reference values for ​​ the works in storage and in exhibition; the diagnosis and updating of the state of conservation of the works; 4. To create a programme of traveling exhibitions to be presented in other organisations; 5. To create a differentiating and inclusive educational service programme, and to collaborate with city councils and other public and private organisations regarding transport. Inspiring words Creativity – Diversity – Reflection – Freedom – Empathy

Museu Nacional Ferroviário – Núcleo de Lousado Visão Perpetuar a revolução dos transportes, elemento chave na aproximação de pessoas no passado, no presente e no futuro. Missão Selecionar, recuperar, preservar, investigar, interpretar, promover e divulgar o património ferroviário português. Cinco objetivos 1. Incentivar o envolvimento ativo dos públicos; 2. Promover o valor do transporte ferroviário como uma alternativa sustentável de mobilidade; 3. Valorizar a coleção através do respetivo acesso online; 4. Adotar boas práticas de acessibilidade física, intelectual e social; 5. Contribuir para o desenvolvimento económico e cultural do lugar onde está implantado. Cinco ações 1. Conceber, implementar e avaliar uma programação proactiva, inclusiva, inspiradora e transformadora, que permita olhares e interpretações distintos sobre as coleções museológicas; 2. Criar oportunidades – culturais, científicas e educativas – de reflexão e consciencialização do impacto do transporte ferroviário na vida das pessoas e no mundo; 3. Desenvolver o inventário da coleção assente numa investigação


científica, histórica e antropológica, em parceria com diferentes entidades de ensino e de investigação; 4. Capacitar a equipa com ações de formação interna e adaptar a exposição permanente a pessoas com necessidades especiais, garantindo um acolhimento inclusivo a todos os públicos; 5. Funcionar como agregador e mediador de relações diversas entre a comunidade e potenciais parceiros locais, através de ações que promovam a transformação da sua envolvente.

National Railway Museum – Lousado Centre Vision To bring about the transport revolution, a key element in bringing people together in the past, present and future. Mission To select, recover, preserve, research, interpret, promote and disseminate Portuguese railway heritage. Five objectives 1. To encourage the active involvement of the public; 2. To promote the value of rail transport as a sustainable mobility option; 3. To enhance the collection through online access; 4. To adopt good practices of physical, intellectual and social access; 5. To contribute to the economic and cultural development of the place where the museum is located. Five actions 1. To design, implement and evaluate a pro-active, inclusive, inspiring and transformative programme that allows for different views and interpretations of museum collections; 2. To create opportunities – cultural, scientific and educational – for reflection and awareness of the impact of rail transport on people’s lives and the world; 3. To develop the collection inventory based on scientific, historical and anthropological research, in partnership with different educational and research organisations; 4. To empower the team through in-service training and adapt the permanent exhibition to people with special needs, ensuring an inclusive reception for all audiences;

41 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Palavras inspiradoras Inovação – Excelência – Qualidade – Cooperação – Sustentabilidade


5. To act as an aggregator and mediator of diverse relationships between the community and potential local partners, through actions that promote the transformation of their surroundings. Inspiring words Innovation – Excellence – Quality – Cooperation – Sustainability

Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave

42 Defining the Mission… from necessity to challenge

Visão Formar cidadãos mais conscientes dos impactos da produção têxtil e dos seus consumos individuais. Missão Contribuir para uma renovada identidade “Famalicão Cidade Têxtil”, promovendo uma mudança de mentalidades relacionadas com as questões sociais, económicas e ambientais suscitadas pela indústria têxtil. Cinco objetivos 1. Reforçar a posição do museu como destino turístico; 2. Construir conhecimento sobre a arqueologia, o património e a museologia industrial, nacionais e internacionais; 3. Disseminar conhecimento e promover a reflexão sobre o passado e o presente da indústria têxtil; 4. Valorizar e qualificar o museu através da credenciação pela Rede Portuguesa de Museus; 5. Gerir, promover e enriquecer a coleção do museu. Cinco ações 1. Integrar o museu como membro ativo de rotas de turismo industrial, contribuindo para reforçar a ligação entre a indústria, o centro de tecnologia e a afirmação da marca Famalicão Cidade Têxtil; 2. Desenvolver um plano de investigação e publicação sistemática, cooperando com instituições científicas, de ensino e outras, que abordem temáticas relacionadas com as do museu; 3. Criar uma programação cultural e educativa centrada no diálogo entre passado, presente e futuro, com uma representação relevante, alargada e visão multidisciplinar, apoiada nas novas tecnologias; 4. Promover o rigor técnico das práticas museológicas, mediante ações e medidas que contribuam para a qualificação e bom funcionamento do museu, e para o efetivo cumprimento das funções museológicas; 5. Criar, implementar e avaliar políticas e procedimentos que permitam exercer, de forma efetiva, coerente e ética, todas as funções museológicas.


Palavras inspiradoras Identidade – Memória – Criatividade – Inovação – Empreendedorismo

Ave Basin Textile Industry Museum Vision To promote greater awareness of the impacts of textile production and individual consumption among citizens.

Five objectives 1. To strengthen the museum’s position as a tourist destination; 2. To build knowledge about national and international archaeology, heritage and industrial museology; 3. To disseminate knowledge and promote reflection on the past and present of the textile industry; 4. To upgrade and enhance the museum through accreditation by the Portuguese Museum Network; 5. To manage, promote and enrich the museum’s collection. Five actions 1. To integrate the museum as an active member of industrial tourism routes, helping to strengthen the link between the industry, the centre of technology and the affirmation of the “Famalicão City of Textile” brand; 2. To develop a systematic research and publications plan, cooperating with scientific, educational and other institutions that address museum-related themes; 3. To create a cultural and educational programme centred on the dialogue between past, present and future, with a relevant, broad representation and multidisciplinary vision, supported by new technologies; 4. To promote rigorous museum practices, through actions and measures that contribute to the qualification and proper functioning of the museum, and to the effective fulfilment of its functions; 5. To create, implement and evaluate policies and procedures that enable the effective, consistent and ethical practice of all museum functions. Inspiring words Identity – Memory – Creativity – Innovation – Entrepreneurship

43 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Mission To contribute towards a renewed “Famalicão City of Textile” identity, promoting a change of mindset related to social, economic and environmental issues raised by the textile industry.


Museu de Cerâmica Artística da Fundação Castro Alves Visão Ser um museu de projeção nacional e internacional no âmbito do design cerâmico, um espaço de inspiração para a promoção do conhecimento e, vocacionado para o estudo/ interpretação da cerâmica artística.

44 Defining the Mission… from necessity to challenge

Missão Promover e divulgar a cerâmica artística representativa da identidade da Escola de Cerâmica, enquanto espaço de inspiração e criatividade humana, aberto à partilha e à promoção do conhecimento para a valorização artística. Cinco objetivos 1. Aprofundar e disseminar o conhecimento, processos e técnicas de cerâmica artística, representativa da Escola de Cerâmica; 2. Implementar e avaliar, de forma contínua e adequada, políticas e procedimentos de gestão das coleções; 3. Despertar e alicerçar no público o gosto pela arte cerâmica, promovendo conexões com a sua coleção, através de estratégias interpretativas, e contribuindo para uma economia criativa cultural; 4. Valorizar o Museu de Cerâmica Artística enquanto rosto da comunidade local de artistas; 5. Proporcionar aos visitantes acesso ao museu e às suas coleções, através de estratégias digitais. Cinco ações 1. Criar parcerias estratégicas de investigação e estudo, fomentando cocriações, exposições, feiras, workshops, mostras culturais e fóruns participativos que enfatizem a sua coleção; 2. Aplicar uma adequada gestão da coleção, através da investigação, incorporação, preservação, documentação, conservação, interpretação, exposição, divulgação e valorização da cerâmica artística, representativos da identidade da Escola de Cerâmica Artística da Fundação Castro Alves; 3. Oferecer uma programação diversificada, centrada no visitante – de cariz artístico, cultural, educativo e inclusivo –, através da concretização de projetos transversais e inovadores, com vista a aumentar e fidelizar um público heterogéneo; 4. Promover a afirmação dos valores socioculturais na formação humana, através do ensino artístico e divulgação de artistas emergentes; 5. Desenvolver estratégias para a atratividade turística da arte cerâmica, associando a tecnologia digital na disseminação de informação e da programação.


Palavras inspiradoras Inclusão – Expressão – Inspiração – Criatividade – Valorização

Castro Alves Foundation Ceramic Art Museum

Mission To promote and disseminate the artistic ceramics that represent School of Ceramics’ identity, while being a space of inspiration and human creativity, open to the sharing and promotion of knowledge for artistic valorisation. Five objectives 1. To broaden and disseminate the knowledge, processes and techniques of artistic ceramics, representative of the School of Ceramics; 2. To implement and evaluate, on an ongoing and appropriate basis, collection management policies and procedures; 3. To arouse and infuse in people a taste for ceramic art, establishing connections with the museum collections through interpretative strategies and contributing to a creative cultural economy; 4. To value the Museum of Artistic Ceramics as the face of the local artistic community; 5. To provide access to the museum and its collections through digital strategies. Five actions 1. To establish strategic research and study partnerships by fostering co-creations, exhibitions, fairs, workshops, cultural exhibits and participatory forums that emphasise the museum’s collection; 2. To practice appropriate collection management through research, incorporation, preservation, documentation, conservation, interpretation, exhibition, dissemination and the valorisation of artistic ceramics, representative of the identity of the Castro Alves Foundation School of Artistic Ceramics; 3. To offer diverse visitor-centred programming – artistic, cultural, educational and inclusive – through the implementation of transversal and innovative projects, aimed at increasing and retaining a heterogeneous audience;

45 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Vision As a museum of national and international renown in the field of ceramic design, to be an inspiring space for promoting knowledge, and one dedicated to the study / interpretation of artistic ceramics.


4. To reaffirm sociocultural values in ​​ human development through art teaching and the promotion of emerging artists; 5. To develop strategies that can make ceramic art attractive for tourists, using digital technology in the dissemination of information and programming. Inspiring words Inclusion – Expression – Inspiration – Creativity – Appreciation

46 Defining the Mission… from necessity to challenge

Museu do Automóvel Visão Desenvolver uma cidadania mais consciente e responsável em relação ao uso do automóvel e à sustentabilidade. Missão Promover o conhecimento sobre a evolução histórica do automóvel e o seu impacto nas sociedades. Cinco objetivos 1. Estudar e documentar colecionadores, coleções e objetos, e desenvolver estratégias interpretativas dos objetos em exposição; 2. Transformar a Escola de Restauro Automóvel numa referência para a sustentabilidade; 3. Participar na educação para a cidadania rodoviária; 4. Conhecer, analisar e propor a otimização e eliminação de pontos de conflito de trânsito no concelho de Vila Nova de Famalicão, explorar modelos de gestão de tráfego, e contribuir para a preservação ambiental; 5. Aumentar o número de visitantes provenientes de outros países. Cinco ações 1. Desenvolver estratégias de inventário e de interpretação dos objetos em exposição – através de apresentações, encontros, debates e testemunhos – e aumentar a área expositiva; 2. Abrir à comunidade a Escola de Restauro, entidade de referência e sustentável, e apoiar a formação de técnicos especializados na preservação e restauro de automóveis clássicos; 3. Aplicar o programa de educação rodoviária para a cidadania, em parceria com a Escola de Educação Rodoviária; 4. Criar um Observatório de Tráfego; 5. Promover e ampliar a participação do museu em rotas internacionais, com dimensão turística. Palavras inspiradoras Cidadania – Educação – Formação – Informação – Conhecimento


Automobile Museum Vision Develop a more conscious and responsible citizenship regarding car use and sustainability.

Five objectives 1. To study and document collectors, collections and objects, and to develop interpretive strategies for the objects on display; 2. To turn the School of Automobile Restoration into a sustainability benchmark; 3. To participate in road traffic citizenship education; 4. To identify, analyse and propose the optimization and elimination of traffic conflict points in the municipality of Vila Nova de Famalicão, to explore traffic management models, and to contribute to environmental preservation; 5. To increase the number of visitors from other countries. Five actions 1. To develop strategies for inventory and the interpretation of objects on display – through presentations, meetings, debates and testimonies – and to increase the exhibition area; 2. To open the School of Restoration, a sustainable organisation of reference, to the community and to support the training of technicians specialised in the preservation and restoration of classic cars; 3. To implement the road traffic citizenship education programme, in partnership with the School of Road Education; 4. To create a Traffic Observatory; 5. To promote and expand the participation of the museum in international routes, with a tourist dimension. Inspiring words Citizenship – Education – Training – Information – Knowledge

Museu da Guerra Colonial Visão Ser um espaço de reflexão sobre as razões da guerra e o sofrimento que provoca, inspirando ações de paz.

47 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Mission To promote knowledge about the historical evolution of the car and its impact on societies.


Missão Promover a compreensão da história e do impacto da guerra colonial nas suas dimensões pessoal, nacional e internacional, com ênfase na experiência humana.

48 Defining the Mission… from necessity to challenge

Cinco objetivos 1. Promover a consciência para os valores da paz e da não violência; 2. Valorizar a memória da guerra colonial no contexto individual e coletivo; 3. Incrementar, de forma coerente, a coleção do museu; 4. Difundir o conhecimento sobre a coleção; 5. Promover o museu como uma instituição eficaz, responsável e transparente na transmissão da temática “guerra colonial”. Cinco ações 1. Fomentar espaços abertos à sociedade que estimulem a reflexão e o diálogo responsável entre gerações, através de experiências vividas pelos combatentes na guerra colonial, para promover a tolerância, o respeito, a aceitação e a cooperação; 2. Reconstituir a experiência da guerra colonial, a partir do método da história oral, tendo como ponto de partida as vivências dos combatentes e das pessoas a quem a guerra deixou marcas físicas e psicológicas irreversíveis, visíveis no material existente; 3. Conceber políticas e procedimentos adequados que facilitem a identificação e a aquisição de objetos e de outro material, assim como o estudo, investigação, inventário, documentação, conservação e segurança dos mesmos; 4. Promover diversas ações públicas que permitam, de forma regular e recorrendo à cooperação institucional, a divulgação sistemática dos testemunhos materiais e imateriais sobre a guerra colonial; 5. Desenvolver um programa cultural e educativo que permita compreender a história da guerra colonial e conhecer as suas consequências, num diálogo entre passado e presente. Palavras inspiradoras Memória – História – Justiça – Encontro – Paz

Colonial War Museum Vision To be a space for reflection on the reasons for war and the suffering it causes, inspiring acts of peace. Mission To promote the understanding of the history and impact of the


colonial war on a personal, national and international dimension, with an emphasis on human experience.

Five actions 1. To create spaces open to society that encourage reflection and responsible intergenerational dialogue, through the experiences lived by veterans in the colonial war, to promote tolerance, respect, acceptance and cooperation; 2. To reconstitute the experience of the colonial war, based on the method of oral history, taking as its starting point the experiences of the veterans and the people to whom the war left irreversible physical and psychological marks, visible in the existing material; 3. To design appropriate policies and procedures that facilitate the identification and acquisition of objects and other material, as well as their study, investigation, inventory, documentation, conservation and safety; 4. To promote various public activities that allow, on a regular basis and through institutional cooperation, the systematic dissemination of material and immaterial testimonies about the colonial war; 5. To develop a cultural and educational programme that will allow people to understand the history of the colonial war and get to know its consequences, in a dialogue between the past and the present. Inspiring words Memory – History – Justice – Meeting – Peace

Casa-Museu Soledade Malvar Visão Ser um lugar de encontro entre gerações e de educação, que permita o desenvolvimento pleno de cada pessoa na sua relação com a comunidade local. Missão Criar oportunidades de encontro, diálogo e partilha de experiências,

49 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Five objectives 1. To promote awareness regarding the values of ​​ peace and nonviolence; 2. To value the memory of the colonial war in the individual and collective context; 3. To consistently increase the museum’s collection; 4. To disseminate knowledge about the collection; 5. To promote the museum as an effective, responsible and transparent institution in the transmission of the “colonial war” theme.


50 Defining the Mission… from necessity to challenge

baseadas na relação de amor que Maria da Soledade Ramos Malvar Osório tinha com a comunidade local, a cidade de Vila Nova de Famalicão e os seus habitantes. Cinco objetivos 1. Difundir conhecimento sobre a ação de Soledade Malvar como colecionadora, através da coleção do museu; 2. Proporcionar, de forma organizada e coerente, o acesso regular e inclusivo do público à coleção da Casa-Museu Soledade Malvar; 3. Garantir a salvaguarda futura do legado material e imaterial de Soledade Malvar; 4. Divulgar o legado de Soledade Malvar; 5. Assegurar o acesso – físico, social e intelectual – à coleção e à programação do museu. Cinco ações 1. Desenvolver um plano de estudo e de investigação sistemática da coleção, recorrendo a protocolos de cooperação com estabelecimentos de investigação e de ensino superior nas áreas da museologia e noutras áreas disciplinares relacionadas; 2. Definir um plano de exposições baseado na coleção, que permita ao público construir múltiplas perspetivas sobre o legado de Soledade Malvar; 3. Instituir políticas, procedimentos, instruções e formulários de gestão da coleção, que garantam condições adequadas e necessárias à conservação dos bens que a constituem; 4. Desenvolver espaços e programas de mediação cultural e atividades educativas de carácter participativo, construtivo e inclusivo; 5. Promover espaços interpretativos inclusivos que permitam a cada pessoa a construção do conhecimento sobre o legado de Soledade Malvar. Palavras inspiradoras Altruísmo – Encontro – Partilha – Conhecimento – Dedicação

Soledade Malvar House-Museum Vision To be a place of intergenerational meetings and education that allows for the full development of each person in their relationship with the local community. Mission To create opportunities for people to meet, discuss and share


Five objectives 1. To disseminate knowledge about Soledade Malvar’s work as a collector through the museum’s collection; 2. To provide, in an organised and coherent manner, regular and inclusive public access to the Soledade Malvar House Museum collection; 3. To ensure the future safeguarding of Soledade Malvar’s material and immaterial legacy; 4. To promote Soledad Malvar’s legacy; 5. To ensure access – physical, social and intellectual – to the museum’s collection and programming. Five actions 1. To develop a systematic study and research plan for the collection, by collaborating with higher education and research units in the field of museology and other related disciplinary areas; 2. To define an exhibitions plan based on the collection, allowing the public to build multiple perspectives on Soledade Malvar’s legacy; 3. To develop collection management policies, procedures, instructions and forms, which can ensure adequate and necessary conditions for the conservation of the pieces; 4. To develop spaces and programmes for cultural mediation and participatory, constructive and inclusive educational activities; 5. To promote inclusive interpretive spaces that allow each person to build up knowledge about Soledade Malvar’s legacy. Inspiring words Altruism – Meeting – Sharing – Knowledge – Dedication

Museu de Arte Sacra da Capela da Lapa Visão Ser lugar de evangelização e de redescoberta daquilo que, cultural e espiritualmente, pertence à comunidade, para o bem da casa comum, que é o mundo. Missão Criar espaços de encontro e reflexão que promovam a consciência antropológica do mundo e do sentido da vida, através das dimensões espirituais da Arte Sacra.

51 Definir a missão… da necessidade ao desafio

experiences, based on Maria da Soledade Ramos Malvar Osorio’s affective relationship with the local community, the city of Vila Nova de Famalicão and its inhabitants.


52 Defining the Mission… from necessity to challenge

Cinco objetivos 1. Facilitar o acesso regular do público; 2. Desenvolver o estudo, a inventariação e a documentação da coleção do museu; 3. Criar condições de conservação preventiva, de restauro e de segurança; 4. Dar a conhecer a coleção do museu e desenvolver, de forma sistemática, programas de mediação e atividades educativas que tragam um novo olhar sobre este legado; 5. Procurar conhecer melhor o nosso público, para o fidelizar, aumentar e diversificar. Cinco ações 1. Estimular o voluntariado no museu estabelecendo acordos com outras instituições, públicas e privadas; 2. Criar protocolos com instituições, tendo em vista complementar o inventário e estudar e documentar a coleção; 3. Definir uma política de gestão de coleções que garanta a conservação e que esteja de acordo com as normas e diretrizes da Direção Geral do Património Cultural; 4. Difundir conteúdos sobre o museu nas plataformas da arquidiocese, do arciprestado, das comunidades paroquiais, dos estabelecimentos de ensino e do posto de turismo; 5. Criar protocolos com universidades para o estudo dos públicos e desenvolver métodos de avaliação da satisfação. Palavras inspiradoras Escuta – Evangelho – Espiritualidade – Fé – Humanidade

Lapa Chapel Sacred Art Museum Vision To be a place of evangelisation and rediscovery of what, culturally and spiritually, belongs to the community, for the good of our common house, which is the world. Mission To create spaces to meet and reflect that promote anthropological awareness of the world and the meaning of life, through the spiritual dimensions of Sacred Art. Five objectives 1. To facilitate regular public access; 2. To develop the study, inventory and documentation of the museum collection;


Five actions 1. To encourage volunteering at the museum by establishing agreements with other plubic or private institutions; 2. To collaborate with institutions in order to complement the inventory and study and document the collection; 3. To define a collections management policy that ensures conservation and that conforms to the norms and guidelines of the Directorate General of Cultural Heritage; 4. To disseminate contents about the museum on the platforms of the archdiocese, the archpriest, parishes, educational institutions and the tourist office; 5. To collaborate with universities in audience research and to develop methods for assessing visitor satisfaction. Inspiring words Listening – Gospel – Spirituality – Faith – Humanity

Museu da Confraria da Nossa Senhora do Carmo de Lemenhe Visão Ser um espaço de reflexão conjunta, que promova o diálogo e o respeito pela diversidade social e cultural. Missão Promover a inclusão social através de uma coleção feita com objetos oferecidos por irmãos que, após anos emigrados no Brasil, regressaram à sua terra natal. Cinco objetivos 1. Dignificar a coleção do museu; 2. Disseminar a cultura da inclusão, promovendo o crescimento individual e coletivo através da confraternização da comunidade do Vale do Este; 3. Promover a consciencialização do impacto social da ação da Confraria da Nossa Senhora do Carmo de Lemenhe na história local e nacional;

53 Definir a missão… da necessidade ao desafio

3. To create adequate conditions of preventive conservation, restoration and safety; 4. To make known the museum collection and systematically develop mediation programmes and educational activities that bring a new look on this legacy; 5. To get to know our audience better, to build loyalty, to increase and broaden it.


54 Defining the Mission… from necessity to challenge

4. Fomentar a dimensão turística do museu; 5. Incentivar a fruição da coleção. Cinco ações 1. Definir políticas e procedimentos para a gestão de coleções, que permitam explorar as potencialidades dos objetos e garantir a sua conservação e segurança; 2. Desenvolver projetos, com diversos parceiros, que tornem possível a participação da comunidade em vários aspetos da vida quotidiana, permitindo ao museu afirmar-se como uma instituição inclusiva e aberta à sociedade; 3. Dar a conhecer a dimensão social do trabalho da Confraria no auxílio às pessoas mais necessitadas da comunidade, através de programas concertados de estudo, documentação, interpretação e divulgação do conhecimento construído a partir dos objetos; 4. Integrar o museu em rotas religiosas de dimensão turística, cultural e ambiental com características dinâmicas e atrativas; 5. Desenvolver programas de mediação cultural e atividades educativas que contribuam para o acesso inclusivo. Palavras inspiradoras Auxílio – Comunidade – Inclusão – Diálogo – Diversidade

Museum of the Lemenhe Brotherhood of Our Lady of Mt Carmel Vision To be a space for joint reflection that promotes dialogue and respect for social and cultural diversity. Mission To promote social inclusion through a collection made up of objects offered by Brothers who, after years of emigration in Brazil, returned to their homeland. Five objectives 1. To dignify the museum’s collection; 2. To disseminate the culture of inclusion, promoting individual and collective growth through fraternizing with the Vale do Este community; 3. To raise awareness of the social impact of the part played by the Brotherhood in local and national history; 4. To promote the museum’s tourist dimension; 5. To encourage enjoyment of the collection.


Inspiring words Aid – Community – Inclusion – Dialogue – Diversity

Museu Cívico e Religioso de Mouquim Visão Promover a participação dos cidadãos nos assuntos da comunidade e a consciência da responsabilidade individual na construção da vida em sociedade. Missão Construir espaços de encontro, diálogo e união entre as pessoas, os grupos e a comunidade, a partir do olhar e da memória individual e coletiva de cada um. Cinco objetivos 1. Transformar a coleção visitável em museu; 2. Valorizar a memória individual e coletiva das vivências em comunidade; 3. Valorizar a coleção do museu pelo rigor técnico e profissional das práticas museológicas; 4. Derrubar barreiras físicas, sociais e intelectuais; 5. Disseminar o conhecimento proveniente da exploração das múltiplas perspetivas inerentes aos bens culturais que integram o acervo museológico. Cinco ações 1. Conceber e implementar um programa museológico que permita a afirmação do museu como uma instituição aberta à sociedade;

55 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Five actions 1. To define policies and procedures for collections management, allowing the exploration of the potential of the objects and ensuring their conservation and safety; 2. To develop projects with diverse partners that enable community participation in various aspects of daily life, enabling the museum to assert itself as an inclusive institution, open to society; 3. To promote the social dimension of the work of the Brotherhood in helping the people most in need in the community, through articulated programmes of study, documentation, interpretation and dissemination of knowledge built from the objects; 4. To integrate the museum in religious routes of a tourist, cultural and environmental dimension with dynamic and attractive characteristics; 5. To develop cultural mediation programmes and educational activities that contribute to inclusive access.


56 Defining the Mission… from necessity to challenge

2. Desenhar uma estratégia de interpretação coerente em relação aos objetos doados pela comunidade, que possa refletir as suas experiências de vida e transforme a sua relação com o museu numa experiência memorável, da qual se orgulhem; 3. Criar e implementar políticas e procedimentos que permitam o exercício pleno de todas as funções museológicas; 4. Promover ações com diferentes parceiros locais, que potenciem a participação da comunidade no desenvolvimento integral de cada um dos seus membros, permitindo ao museu afirmar-se como uma instituição transformadora; 5. Desenvolver programas de mediação cultural e atividades educativas, coerentes com a missão do museu e que contribuam para o acesso inclusivo ao património e às manifestações culturais. Palavras inspiradoras Comunidade – Memória – Encontro – Diálogo – União

Mouquim Civic and Religious Museum Vision To promote citizen participation in community affairs and awareness of individual responsibility in building life in society. Mission To build spaces where people, groups and the community can come together, talk and unite, based on the viewpoint and individual and collective memory of each participant. Five objectives 1. To transform the collection that may be visited into a museum; 2. To value the individual and collective memory of community experiences; 3. To enhance the value of the museum’s collection through the technical and professional rigour of museum practices; 4. To break down physical, social and intellectual barriers; 5. To disseminate knowledge arising from the exploration of the multiple perspectives inherent in the cultural elements that make up the museum collection. Five actions 1. To design and implement a museum programme that allows for the affirmation of the museum as an institution open to society; 2. To design a coherent strategy for interpreting objects donated by the community that reflects their life experiences and transforms their relationship with the museum into a memorable experience of which they are proud;


3. To create and implement policies and procedures that allow for the full practice of all museum functions; 4. To promote actions with different local partners that enhance community participation in the integral development of each one of its members, enabling the museum to assert itself as a transformative organisation; 5. To develop cultural mediation programmes and educational activities, consistent with the museum’s mission and contributing to inclusive access to heritage and cultural events.

57 Definir a missão… da necessidade ao desafio

Inspiring words Community – Memory – Meeting – Dialogue – Union


58 Defining the Mission‌ from necessity to challenge


59 Definir a missão‌ da necessidade ao desafio


organização organisation

apoio support



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