Ecomuseu Informação N.º 56 – Julho | Agosto | Setembro 2010

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˙n.º 56˙JULHO.AGOSTO.SETEMBRO Boletim trimestral do Ecomuseu Municipal do Seixal

ecomuseu informação ENCONTRO PATRIMÓNIO CULTURAL, A CORTIÇA E OS MUSEUS SEIXAL, 2 E 3 DE JULHO DE 2010

7.º CONGRESSO DO EUROPEAN MARITIME HERITAGE SEIXAL, 23 A 25 DE SETEMBRO DE 2010 MAIS INFORMAÇÃO NA PÁG. 9

3.º CURSO DE MODELISMO NAVAL 7 DE SETEMBRO DE 2010 Mais informação na pág.9

VISITE O ECOMUSEU NÚCLEOS NAVAL, MUNDET E MOINHO DE MARÉ DE COrROIOS

Núcleo do Moinho de Maré de Corroios do EMS © EMS/CDI, João Almeida, 2009.

Exposições e Programa de Iniciativas de Serviço Educativo consulte págs. 5 a 8 e em www.cm-seixal.pt/ecomuseu


2 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 56˙JUL.AGO.SET

2010

ÍNDICE 2 EDITORIAL

A cortiça, o rio e o mar . Jorge Raposo

3˙4 EXPOSIÇÕES 5˙6˙7˙8 PROGRAMA

DE INICIATIVAS DE SERVIÇO EDUCATIVO

9 DESTAQUES

Encontro Património Cultural, a Cortiça e os Museus | 7.º Congresso do European Maritime Heritage | 3.º Curso de Modelismo Naval

10˙11 CENTRO

DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO Sugestões bibliográficas sobre a temática corticeira . Fernanda Ferreira e Ana Machado

12˙13˙14˙15

CONHECER Seixal, Território Corticeiro? . Fátima Afonso

16˙17˙18 MEMÓRIAS

E QUOTIDIANOS Renovando Práticas, Saberes e Memórias: transmissão de património marítimo no estuário do Tejo . Elisabete Curtinha

19

AGENDA

20 NÚCLEOS,

EXTENSÕES E SERVIÇOS DO EMS

EDITORIAL A CORTIÇA, O RIO E O MAR No próximo trimestre, a acção do Ecomuseu terá uma forte componente externa, junto dos seus públicos habituais e em interacção com outras instituições, na sequência de projectos e acções que decorrem da importância que sempre dedicou à partilha de experiências e à generalização do debate científico, técnico e profissional, quando possível cotejando as realidades nacional e internacional. Nesse contexto, a participação da Câmara Municipal do Seixal em organismos como a Retecork – Rede Europeia de Territórios Corticeiros ou a European Maritime Heritage – The European association for traditional ships in operation permite trazer ao Seixal dois importantes eventos científicos internacionais: o Encontro Património Cultural, a Cortiça e os Museus (em Julho) e o 7.º Congresso do European Maritime Heritage (em Setembro). Ambos constituirão excelentes oportunidades para conhecer e debater áreas temáticas a que o Ecomuseu dá particular relevo: os universos culturais corticeiro e flúvio-marítimo, as sociabilidades e os testemunhos patrimoniais com eles relacionados. Essa relevância transparece nas páginas deste boletim, onde, quanto ao primeiro tema, se destaca a edição da obra Quem Diz Cortiça, Diz Mundet, e se inclui um texto sobre a caracterização do município enquanto «território corticeiro». De facto, não tendo sido grande centro produtor de cortiça, o Seixal assumiu um papel muito importante na sua transformação, que atingiu a máxima expressão com as fábricas da Mundet (no Seixal e em Amora, entre 1905 e 1988), da Wicander (Seixal, 1912-1993) e da Queimado & Pampolim (1953-1991), só para referir as de maior dimensão. Com significativo impacto na economia nacional e regional, esta indústria foi determinante para a organização económica local, mas também para a realidade política, social e cultural do município, deixando marcas que a desindustrialização das últimas décadas não apagou, quer ao nível das memórias sociais construídas pelas gerações que cresceram, viveram e trabalharam com a cortiça, quer ao das materialidades que hoje ainda estruturam a identidade cultural do território. Outro estimulante campo de intervenção e de interacção das práticas museais aplicadas ao imate-

rial e ao material é o do património flúvio-marítimo, abordando-se também nesta edição a transmissão e recriação das vivências e das memórias que lhe estão associadas, com a envolvência dos poderes públicos e das comunidades locais. Face ao declínio do transporte fluvial entre as duas margens do Tejo, nas décadas de 1960 e 1970, e à simultânea queda da actividade piscatória, a construção naval tradicional e a navegação à vela no estuário conheceram um fortíssimo decréscimo. Este só viria a ser atenuado com as primeiras acções de salvaguarda e recuperação patrimonial, em particular por iniciativa de municípios como o do Seixal. Fruto desse esforço, bem como da acção das associações e clubes náuticos locais e dos antigos marítimos e pescadores, nos anos mais recentes, assiste-se, contudo, a um recrudescimento do interesse dos jovens pela construção e navegação fluvial, agora com fins lúdicos e de lazer. Para além de permitir abordagens ao papel da educação patrimonial e ambiental junto dos sectores mais jovens das comunidades locais, bem como às «pontes» a estabelecer com os denominados «seniores», este movimento levanta também questões sobre os próprios mecanismos de classificação e valoração patrimonial, ilustrando a ambiguidade e permanente transformação de um conceito que ultrapassa claramente a mera esfera técnica e científica, sendo manejado «a muitas mãos» para a necessária estruturação das identidades individuais e de grupo. A atenção que o Ecomuseu dedica à investigação e à transmissão do conhecimento ligado à construção naval tradicional materializa-se também na realização de novo curso de modelismo naval, no caso incidindo sobre uma das mais emblemáticas embarcações do estuário do Tejo: a muleta. Com uma vertente prática escorada em programa teórico sobre a arquitectura da embarcação e na respectiva contextualização histórica, é também uma acção direccionada para jovens de todas as idades. Por fim, o Ecomuseu convida à utilização de todos os equipamentos em que mantém exposições e serviços e à participação num vasto programa de iniciativas, dirigidas a públicos muito diversificados. Jorge Raposo


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EXPOSIÇÕES

ECOMUSEU INFORMAÇÃO

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Veja horários na pág. 20. Para mais informações consulte também www.cm-seixal.pt/ecomuseu. Todas as exposições são complementadas por iniciativas de interpretação e exploração didáctica (ver Programa de Iniciativas de Serviço Educativo, págs. 5 a 8).

Núcleo da MUNDET do EMS Exposição de longa duração

Quem diz cortiça diz Mundet, quem diz Mundet diz cortiça Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox A produção de vapor para a fábrica Edifício das Caldeiras Cozer Cortiça A cortiça na fábrica: a preparação

As caldeiras Babcock & Wilcox integravam a oficina de produção do vapor necessário à preparação e à transformação da matéria-prima. Noutro edifício, as «caldeiras dos moços» permitiam cozer pranchas de cortiça, operação indispensável ao processamento da matéria-prima para as suas várias aplicações, desde a laminagem para papel, ao fabrico de rolhas.

Exposição temporária

Cortiça ao milímetro Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox Exposição do Ecomuseu Municipal do Seixal sobre um dos produtos de referência da Mundet, o papel de cortiça, que mobilizou centenas de trabalhadores na fábrica do Seixal, principalmente ao longo da época em que era largamente utilizado pela indústria tabaqueira. A exposição Cortiça ao Milímetro interpreta o funcionamento da oficina de fabrico desse tipo de papel, com base nas máquinas e nas memórias dos antigos trabalhadores. Apresenta ainda aos visitantes a grande diver-

Exposição Cortiça ao Milímetro, no Núcleo da Mundet do EMS © EMS/CDI, António Silva, 2008.

sidade dos produtos elaborados na Mundet, a partir de finíssimas folhas de cortiça laminada.

Núcleo NAVAL do EMS Exposição de longa duração

Barcos, Memórias do Tejo Uma colecção de modelos dá a conhecer as principais embarcações tradicionais do estuário do Tejo, tanto para pesca como para tráfego local de pessoas e bens. Para além

da apresentação detalhada das diversas tipologias de embarcações e das suas funções, os contextos de trabalho são documentados e interpretados através de recursos museográficos diversos, incluindo multimédia.

Exposição temporária na Oficina do Núcleo Naval

Modelismo naval no Ecomuseu Municipal do Seixal Como e porque se constrói um modelo? O programa do Ecomuseu Municipal do Seixal no âmbito do modelismo naval assenta no equipamento da Oficina do Núcleo Naval, com várias ferramentas de precisão, na integração na sua equipa científica e técnica de um especialista e formador neste campo (Carlos Montalvão) e num plano de iniciativas abarcando a formação. Aqui pode aprender mais sobre os barcos do Tejo e a sua construção, frequentando um dos cursos de formação em modelismo naval. A exposição documenta as três fases de construção de um modelo: 1.ª, do papel à madeira; 2.ª, o domínio da forma; 3.ª, a execução do convés e dos aprestos.

Oficina de modelismo do Núcleo Naval do EMS © EMS/CDI, João Martins, 2009.

Pode também obter mais informação sobre o tema através da Internet: www.cm-seixal.pt/ecomuseu ou http://curso-enviada-do-seixal.blogspot.com/


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Núcleo do moinho de maré de corroios do ems Exposição de longa duração

600 anos de moagem no moinho de Maré de corroios O Moinho de Maré de Corroios, edificado em 1403 por iniciativa do Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, constitui um exemplo do aproveitamento da energia das marés, cuja aplicação à actividade moageira no estuário do Tejo teve lugar a partir do século XIII. A exposição integra diversos recursos multimédia, interpretando a história do edifício e a relação com o espaço geográfico em que se insere, assim como os princípios tecnológicos que regem o seu funcionamento, exemplificado através de um modelo virtual animado, em 3D.

Núcleo do Moinho de Maré de Corroios do EMS © EMS/ /CDI, António Silva, 2009.

no museu nacional de arqueologia, em lisboa Exposição temporária

Quinta do Rouxinol: uma olaria romana no estuário do Tejo [Corroios, Seixal] Ainda pode visitar no Museu Nacional de Arqueologia (Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa) uma exposição que resulta de parceria entre este Museu e o Ecomuseu Municipal do Seixal, com o apoio do Instituto dos Museus e da Conservação, IP. Contextualizando o sítio arqueológico e a investigação nele realizada, são interpretadas e apresentadas as estrutu-

ras detectadas na olaria romana da Quinta do Rouxinol (séculos II-V), as respectivas produções cerâmicas e os materiais exógenos que ilustram a sua integração nos circuitos comerciais de longa distância, à época. Com uma forte componente etnográfica e antropológica sobre a olaria tradicional portuguesa, a exposição integra ainda a proposta de restituição, à escala natural, de um dos fornos cerâmicos da olaria do Rouxinol, a par de animação virtual tridimensional sobre os seus aspectos construtivos e modo de funcionamento.

em circulação pela europa Exposição itinerante

Moinhos de Maré do Ocidente Europeu Evocando a preservação e valorização dos moinhos de maré recenseados na costa atlântica europeia, a exposição Moinhos de Maré do Ocidente Europeu tem vindo a percorrer, ao longo dos últimos quatro anos, diversas localidades emblemáticas no que respeita à moagem tradicional e à conservação dos espaços litorais. No decurso deste trimestre, será apresentada, entre 5 de Julho e 9 de Agosto, no Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal, localizado junto à praia de S. Pedro do Estoril (Portugal), e ainda na Ilha de Ré (França), por iniciativa do Écomusée du Marais Salant. Mais informações sobre a exposição e o projecto que a enquadra encontram-se disponíveis no site www.moinhosdemare-europa.org.

Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal © EMS/CDI, Cláudia Silveira, 2010.


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programa de iniciativas dE serviço educativo No Núcleo do Moinho de Maré de Corroios do EMS Ateliês QUEM AO MOINHO VAI, A PINTAR SAI Garças, flamingos, mouchões, arcos, mós, rodízios, cereais… Visitar o moinho e observar a paisagem que o rodeia são inspiração para pintar num mural de papel. Destinatários: pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

ECOMUSEU INFORMAÇÃO

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Pode obter mais informações ou inscrever-se no Programa de Iniciativas de Serviço Educativo pelo telefone,

por

correio

electrónico,

nomeadamente

através do site do Ecomuseu (secção Serviço Educativo / Iniciativas) – ver contactos e horário de atendimento na última página –, ou através da ficha distribuída como anexo à edição impressa deste boletim.

No Núcleo da Mundet do EMS Ateliês DESCOBERTAS MATEMÁTICAS NA MUNDET Exploração de espaços e recursos museológicos na antiga fábrica de cortiça Mundet (mata e edifício das caldeiras Babcock), realizando actividades matemáticas, como, por exemplo, calcular o diâmetro do tronco ou a área da copa de um sobreiro, ordenar as fases de transformação da cortiça ou classificar as formas geométricas de produtos corticeiros. Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos) e 2.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

© EMS/CDI, Luís Miguel Banha, 2009.

Visitas temáticas DOMINÓ DOS CEREAIS O trigo, o milho, o centeio e muitos outros são cereais para ver, tocar e conhecer, jogando ao dominó na exposição 600 Anos de Moagem no Moinho de Maré de Corroios. Destinatários: 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

Visitas temáticas UM PERNA-LONGA NO MOINHO Um perna-longa, D. Nuno Álvares Pereira, um moleiro e a sua neta são as personagens de um teatro de fantoches. Querem descobrir com eles o Moinho de Maré de Corroios? Destinatários: 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h. Destinatários: famílias. Datas e horários: 18 de Julho, às 17h.

© EMS/CDI, Carla Costa, 2007.

Visitas temáticas O RATINHO DE CORTIÇA Um ratinho mágico e outras personagens de um teatro de fantoches andam à solta na antiga fábrica Mundet. Juntem-se a eles para descobrir de onde vem, como se trabalha e para que serve a cortiça. Destinatários: pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

No Núcleo Naval do EMS Ateliês ESTALEIRO DE BRINCADEIRAS Num antigo estaleiro naval, pequenos carpinteiros, calafates, pintores e mestres de velas procuram, experimentam e arrumam as suas ferramentas num loto. Destinatários: pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 11h ou das 14.30h às 15.30h.


6 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 56˙JUL.AGO.SET Ateliês DANÇA DOS BARCOS Vamos descobrir quantos mastros tem uma fragata, para que servia um bote-de-tartarenha, quantos triângulos há nas velas de um catraio, pintando e dançando ao som da canção Que Linda Falua? Destinatários: 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

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No bote-de-fragata Baía do Seixal Ateliês NÓS E O RIO Passeios no Tejo em embarcação tradicional à vela, onde, com o apoio da tripulação, os jovens participantes aprendem a fazer diversos nós de marinheiro: nó-direito, nó-de-trempe, nó-de-pescador, entre outros. Destinatários: ensinos básico e secundário; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: 7, 12, 14, 15, 19, 20 e 21 de Julho; 3, 4, 5, 9, 17 e 18 de Agosto; 15, 16, 17, 22, 23, 29 e 30 de Setembro, em diversos horários.

© EMS/CDI, Carla Costa, 2008.

Visitas temáticas QUIZ DE BARCOS Exploração lúdica e didáctica da exposição Barcos, Memórias do Tejo, através de fichas / questionário (tipo quiz) que abordam vários dos seus núcleos temáticos. Destinatários: 3.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

© EMS/CDI, Carla Costa, 2004.

Ateliês DESCOBERTAS MATEMÁTICAS NO BOTE-DE-FRAGATA Exploração matemática de passeio num barco tradicional do Tejo, focando aspectos relacionados com a navegação e realizando actividades com base nos motivos decorativos, moitões, cadernais e outros elementos existentes a bordo. Destinatários: 1.º ciclo do ensino básico (só 4.os anos); ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: 7, 12, 14, 15, 19, 20 e 21 de Julho; 3, 4, 5, 9, 17 e 18 de Agosto; 15, 16, 17, 22, 23, 29 e 30 de Setembro, em diversos horários. © EMS/CDI, António Silva, 2010.

Visitas temáticas JOGANDO A PARES Exploração da exposição Barcos, Memórias do Tejo, a partir de um jogo de pista realizado a dois e com o objectivo de encontrar os pares de objectos, de palavras e de conceitos relacionados com a construção naval e as embarcações tradicionais do estuário do Tejo. Destinatários: 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

Passeios temáticos PERNA-LONGA VOA, VOA, DO SEIXAL A CORROIOS Um perna-longa perdeu-se na Baía do Seixal e não consegue encontrar o caminho de volta até ao Moinho de Maré de Corroios. Vamos ajudá-lo e mostrar-lhe o caminho até lá, fazendo um passeio no bote-de-fragata? Destinatários: pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: 13 de Julho, 10 de Agosto, 7 e 8 de Setembro, em diversos horários.


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ECOMUSEU INFORMAÇÃO

˙n.º 56˙JUL.AGO.SET˙ 7

Passeio temático DE BARCO, DO SEIXAL À MOITA Passeio no Tejo a bordo do bote-de-fragata Baía do Seixal, com um percurso entre o Seixal e a Moita, onde os participantes poderão assistir às Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem. Destinatários: público juvenil e adulto / famílias. Data e horário: 10 de Setembro, das 14.30h às 20h.

No varino Amoroso

© EMS/CDI, António Silva, 2005.

Passeios temáticos MMC – MAIS MOINHOS PARA CONHECER Passeio de barco pela Baía do Seixal, para observação e interpretação dos moinhos de maré existentes no concelho, terminado com desembarque e visita ao Moinho de Maré de Corroios. Destinatários: 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: 13 de Julho, 10 de Agosto, 7 e 8 de Setembro, em diversos horários.

© EMS/CDI, Carla Costa, 2005.

Passeios temáticos TRIPULAR UMA EMBARCAÇÃO TRADICIONAL DO TEJO Passeios no Tejo em embarcação tradicional à vela, podendo os participantes experimentar diversas manobras a bordo, com o apoio da tripulação. Destinatários: público juvenil e adulto / famílias. Datas e horários: 24 de Julho, das 13.30h às 16.30h; 19 de Setembro, das 12h às 15h.

Na Extensão do EMS na antiga Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços

© EMS/CDI, Luís Miguel Banha, 2009.

Passeio temático DE BARCO, DO SEIXAL A VILA FRANCA DE XIRA Passeio no Tejo a bordo do bote-de-fragata Baía do Seixal, com um percurso entre o Seixal e Vila Franca de Xira, onde os participantes poderão assistir às Festas do Colete Encarnado. Destinatários: público juvenil e adulto / famílias. Data e horário: 3 de Julho, das 12h às 18h.

© EMS/CDI, António Silva, 2008.

Passeio temático DE BARCO, DE CASCAIS AO SEIXAL

Visitas temáticas CIRCUITO DA PÓLVORA NEGRA Exploração e interpretação do Circuito da Pólvora Negra da antiga Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços, incluindo o edifício das caldeiras e da máquina a vapor, cujos equipamentos são conservados em estado de funcionamento por antigos operários, no âmbito do programa de preservação e de musealização deste espaço industrial entretanto desactivado.

Passeio no Tejo a bordo do bote-de-fragata Baía do

Destinatários: ensinos básico e secundário; ATL e

Seixal, com um percurso entre Cascais, onde se rea-

outros grupos organizados.

liza um encontro de embarcações tradicionais, e o

Datas e horários: às 4.as e 5.as feiras, das 10h às 12h

Seixal.

ou das 14.30h às 16.30h.

Destinatários: público juvenil e adulto / famílias.

Destinatários: público juvenil e adulto / famílias.

Data e horário: 22 de Agosto, das 9h às 15h.

Datas e horários: 25 de Julho, às 17h.N


8 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 56˙JUL.AGO.SET os Núcleos Urbanos Antigos de Amora, de Arrentela e do Seixal

2010

Visitas temáticas A PÉ PELO SEIXAL Percurso a pé pelo núcleo urbano antigo do Seixal, para observação, exploração e interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e património. Local: Núcleo Urbano Antigo do Seixal. Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

No concelho

© EMS/CDI, Carla Costa, 2008.

Visitas temáticas A PÉ PELA AMORA Percurso a pé pelo núcleo urbano antigo de Amora, para observação, exploração e interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e pa-

Visita e passeio temáticos ESTE VERÃO DESCUBRA O SEIXAL Num período do ano em que muitos portugueses se encontram de férias, aceite o convite para passar um dia diferente, descobrindo a baía do Seixal em navegação à vela a bordo de um bote-de-fragata. E conheça ainda o fascinante universo da cortiça, visitando o interior da antiga fábrica Mundet, no Seixal. Destinatários: público juvenil e adulto / famílias. Datas e horários: 27 de Julho e 6 de Agosto, com diversos horários.

trimónio. Local: Núcleo Urbano Antigo de Amora. Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

© EMS/CDI, António Silva, 2005.

© EMS/CDI, Carla Costa, 2005.

Visitas temáticas A PÉ PELA ARRENTELA Percurso a pé pelo núcleo urbano antigo de Arrentela, para observação, exploração e interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e património. Local: Núcleo Urbano Antigo de Arrentela. Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h.

Visita e passeio temáticos ESTE VERÃO DESCUBRA A AMORA Num período do ano em que muitos portugueses se encontram de férias, aceite o convite para passar um dia diferente, descobrindo a baía do Seixal em navegação à vela a bordo de um bote-de-fragata. E conheça ainda o núcleo urbano antigo de Amora, percorrendo a pé as suas ruas mais emblemáticas. Destinatários: público juvenil e adulto / famílias. Datas e horários: 9 de Julho e 26 de Agosto, com diversos horários.


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ECOMUSEU INFORMAÇÃO

˙n.º 56˙JUL.AGO.SET˙ 9

DESTAQUES 2 e 3 de Julho de 2010

nómicas, nos planos nacional e internacional. Visa

ENCONTRO PATRIMÓNIO CULTURAL, A CORTIÇA

ainda o estreitamento de relações de cooperação e

E OS MUSEUS

a partilha de experiências entre museus e outras

Auditório Municipal – Fórum Cultural do Seixal

entidades que, inseridas em territórios e comunidades corticeiros, procuram conservar, estudar,

No âmbito da sua participação na Retecork – Rede

valorizar e difundir esse universo do sobreiro e da

Europeia de Territórios Corticeiros, a Câmara Mu-

cortiça, contribuindo assim para o desenvolvimento

nicipal do Seixal organiza, nos primeiros dias de

integrado desses mesmos territórios.

Julho, o Encontro Internacional Património Cultu-

O programa (disponível em www.cm-seixal.pt/eco-

ral, a Cortiça e os Museus.

museu) estrutura-se em três grandes temas: 1)

O evento insere-se no contexto de outras activida-

Situação e Perspectivas da Fileira da Cortiça; 2) Va-

des que o Ecomuseu Municipal do Seixal tem vindo

lorizar e Divulgar o Património Cultural e Natural

a desenvolver, dedicadas ao universo cultural corti-

Suberícola; 3) Museologia e Património Industrial

ceiro e ao património técnico e industrial reportado

Corticeiro. Para além da visita ao Núcleo da Mun-

à cortiça, e tem como principal objectivo contribuir

det do Ecomuseu Municipal do Seixal, integra ainda

para valorizar e divulgar o universo da cortiça nas

a apresentação da obra Quem Diz Cortiça, Diz Mun-

vertentes históricas, patrimoniais, naturais e eco-

det, editada pela CMS.

23 a 25 de Setembro de 2010

papéis de utilizadores dos recursos patrimoniais, de

7.º Congresso do European Maritime Heritage

profissionais das áreas técnicas e científicas com

Auditório Municipal – Fórum Cultural do Seixal

eles relacionadas, ou ainda de depositários desses testemunhos, a quem caberá a missão de os pre-

Realiza-se no Seixal

servar e transmitir às gerações vindouras. Daí a

o 7.º Congresso do

pertinência de encontrar formas de estimular o in-

European Maritime

teresse dos jovens pelo património, fazendo com que

Heritage (EMH – The

os mesmos participem activamente na definição dos

European associa-

programas de natureza patrimonial. Na interacção

tion for traditional

com os jovens, museus e outras instituições relacio-

ships in operation), numa organização em que são

nadas com o património estarão a contribuir tam-

parceiras esta associação e a Câmara Municipal do

bém para a formação das sociedades futuras.

Seixal. Terá por tema «Somos Capazes de Transmi-

O congresso visa ainda promover a troca de expe-

tir o Património Marítimo às Gerações Futuras?» e

riências e desenvolver a cooperação entre museus

trará a Portugal especialistas de vários países eu-

marítimos e outras entidades envolvidas no conhe-

ropeus.

cimento, na salvaguarda e na valorização do patri-

Nos últimos anos, museus e outras instituições têm

mónio marítimo. O programa está disponível em

promovido a reflexão sobre como envolver os jovens

www.cm-seixal.pt/ecomuseu e outras informações

nos processos de protecção e valorização patrimo-

serão oportunamente divulgadas no mesmo espa-

nial. A questão é da maior relevância, quando reco-

ço ou através dos serviços centrais do Ecomuseu

nhecemos aos jovens, simultaneamente, os futuros

(ver contactos na pág. 20).

Setembro de 2010

As aulas iniciam-se no dia 7 de Setembro de 2010

3.º Curso de Iniciação e Desenvolvimento

e decorrem, em horário pós-laboral, na Oficina do

em Modelismo Naval:

Núcleo Naval do Ecomuseu Municipal, em Arrentela.

construção de uma Muleta do Seixal

A muleta do Seixal suscita curiosidade e paixões,

à escala 1/30

sendo considerada por muitos como a mais extra-

Oficina do Núcleo Naval do Ecomuseu Municipal

ordinária de todas as embarcações tradicionais,

do Seixal

referenciada em textos do final do século XVI, em

© EMS/CDI, João Martins, 2008

gravuras do final do século XVIII e em várias pintuAs inscrições para o 3.º Curso de Iniciação e De-

ras do século XIX. Desaparecida do Tejo no início do

senvolvimento em Modelismo Naval estão abertas

século XX, caracterizava-se por largar várias velas

até ao dia 14 de Agosto.

de formato pouco habitual e por pescar arrastando

O curso complementa um programa teórico sobre

lateralmente uma longa rede: a tartaranha.

anatomia do navio e história da construção naval

Para saber mais sobre este e outros cursos de mo-

com uma vertente prática de modelismo, em que

delismo promovidos pelo Ecomuseu, pode visitar

cada participante constrói o seu próprio modelo,

http://curso-muleta-do-seixal.blogspot.com/,

em madeira, de uma muleta do Seixal, embarcação

solicitar mais informações para os respectivos ser-

emblemática do estuário do Tejo.

viços centrais (ver contactos na pág. 20).

ou


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CDI

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Sugestões bibliográficas sobre a temática corticeira Face aos objectivos definidos para este número do boletim Ecomuseu Informação, com a divulgação da programação para o Encontro Internacional Património Cultural, a Cortiça e os Museus (Seixal, 2 e 3 de Julho de 2010) e do texto intitulado Seixal, Território Corticeiro?, apresentamos nesta rubrica as mais recentes incorporações sobre esta temática disponíveis no Centro de Documentação e Informação do Ecomuseu Municipal do Seixal, com particular destaque para trabalhos que retratam investigações sobre a indústria corticeira catalã e a sua contribuição e expansão em Portugal, e ainda a influência de Joaquim Vieira Natividade e da Junta Nacional de Cortiça no crescimento deste sector no nosso país.

EDIÇÕES EM DESTAQUE

Natividade (1899-1968), figura incontornável na silvicultura europeia do século XX. Quarenta anos após a sua morte, a obra de Vieira da Natividade é ainda hoje uma referência nacional e internacional para os silvicultores e especialistas na cultura do sobreiro. Para a realização deste trabalho, Ignacio Garcia Pereda contactou diversas pessoas e entidades, que contribuíram com os seus testemunhos para um maior conhecimento da vida de Vieira da Natividade, colmatando assim as lacunas documentais existentes. Como o refere o autor, «a estrutura do

ALVARADO I COSTA, Joaquim – El negoci del

livro é uma combinação entre o cronológico e

suro a la comarca de la selva: del segle

o trabalho de enquadramento de Natividade no

XVIII a mitijan segle XX. Santa Coloma de Far-

seu próprio tempo».

ners: Centre d’Estudis Selvatans, 2009. 165 p. (Estudis i textos; 12). ISBN 978-84-921956-8-8. Nesta obra, o autor investiga o negócio da pro-

GARCIA PEREDA, Ignacio – Junta Nacional de

dução, da industrialização e do fabrico de rolha,

Cortiça (1936-1972). Lisboa: Euronatura, 2009.

elaborando uma análise aprofundada desta espe-

152 p. ISBN 978-972-98932-5-4.

cialidade produtiva. Para isso, Joaquim Alvarado i Costa baseou-se na consulta minuciosa de fundos

Trata-se de um trabalho que contextualiza histori-

documentais, públicos e privados (neste último

camente o sector da cortiça portuguesa, no século

caso, em especial, fundos de empresas). Entre os

XX, remetendo-nos para a trajectória histórica da

temas abordados na obra, destacam-se a contex-

Junta Nacional de Cortiça, a qual foi criada em

tualização histórica da indústria corticeira na Ca-

1936 e conheceu o seu fim em 1972. Nesta pers-

talunha, desde os inícios da actividade, no século

pectiva, a obra foi organizada cronologicamente

XVIII, até à Guerra Civil Espanhola, no século XX, a

em três grandes partes, começando por abranger

referência das características da indústria corticei-

os anos 20, década marcada pela crise económi-

ra na Catalunha e o nome de algumas das fábricas

ca, que atingiu também o sector corticeiro, em

mais importantes, bem como o comércio de corti-

virtude do proteccionismo aduaneiro adoptado nos

ça e de rolha, entre outros aspectos interessantes

países importadores de cortiça portuguesa. Numa

relacionados com o universo corticeiro da região.

segunda parte, o autor analisa a política corticeira desenvolvida pelo Estado Novo e a criação de organismos reguladores da actividade económica em diferentes sectores, entre os quais a Junta Na-

GARCIA PEREDA, Ignacio – Joaquim Vieira

cional de Cortiça (JNC). A terceira parte engloba

Natividade 1899-1968: ciência e política do

a descrição de algumas acções da JNC, durante

sobreiro e da cortiça. Lisboa: Euronatura,

os seus 36 anos de existência. Salientam-se as

2008. 159 p. ISBN 978-989-20-1185-1.

relacionadas com a política de qualidade e de fomento suberícola e as medidas de propaganda e

Apresenta a história de vida e o percurso profis-

divulgação da cortiça, cuja finalidade era organizar

sional do engenheiro silvicultor Joaquim Vieira

o sector e alargá-lo a novos mercados.


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ZAPATA, Santiago, Ed. – Suredes i indústria surera: avui, ahir i demà = Alcornocales e industria corchera: hoy, ayer y mañana = Cork oak woodlands and cork industry: present, past and future. Palafrugell: Museu del Suro de Palafrugell, 2009. 889 p. ISBN 84-923581-3-0. Esta edição tem a sua origem no Congresso Internacional Alcornocales, Fábricas y Comerciantes. Pasado, Presente y Futuro del Negocio Corchero,

SALA I LÓPEZ, Pere e NADAL, Jordi – La con-

que se realizou em Palafrugell (Girona, Espa-

tribució catalana al desenvolupament de

nha), de 16 a 18 de Fevereiro de 2005. Durante 12

la indústria surera portuguesa. Barcelona:

sessões de trabalho, foram apresentadas 78 co-

Generalitat de Catalunya, Departament de la Vi-

municações que, com a mesa-redonda também

cepresidència, 2010. 295 p. (Referents; 3). ISBN

realizada, permitiram aos participantes tomar

978-84-393-8281-2.

conhecimento da temática corticeira nas suas diversas vertentes (técnica, económica, históri-

Trata-se de um estudo dedicado à realidade da

ca, política, entre outras). Destas comunicações,

indústria corticeira no nosso país, durante o sé-

integram a obra 49 textos, organizados em dois

culo XX, comparando a evolução da produtividade

grupos temáticos – «Aspectos forestales e indus-

desta actividade relativamente à Catalunha, em

triales» e «Economia e Historia» –, representando

Espanha. Um dos enfoques da pesquisa assenta

as questões que actualmente preocupam todos

na análise da influência dos catalães no impulso

os intervenientes deste sector. Incluem trabalhos

inicial da indústria corticeira em Portugal, apre-

de âmbito florestal sobre questões relacionadas

sentando o exemplo de algumas famílias oriundas

com as práticas suberícolas e a exploração dos

da Catalunha que se estabeleceram no nosso país,

montados, trabalhos mais direccionados para

em meados do século XIX. Exemplos de maior di-

os produtos corticeiros e as cadeias produtivas

mensão no sector corticeiro em Portugal foram

desta indústria e as inovações existentes neste

a família Barris, de Palafrugell, estabelecida em

campo de actuação e, por último, trabalhos que

Silves, e a família Mundet, que viria a instalar-se

retratam de forma abrangente a indústria corti-

no Seixal, em 1905. No último capítulo inverte-se

ceira e os mercados.

a análise comparativa, reportando-se a actual presença em Espanha da família Amorim, um dos expoentes máximos da indústria corticeira em Portugal, e os impactos económicos da mesma. A obra finaliza com a apresentação de uma genealogia dos protagonistas catalães que desenvolveram o sector corticeiro em Portugal.

Quem Diz Cortiça, Diz Mundet Edição da Câmara Municipal do Seixal / Ecomuseu Municipal, 2010 O livro agora editado, com o apoio do Instituto dos Museus e da Conservação/ /Rede Portuguesa de Museus, constitui um catálogo de acervo do EMS sobre a temática corticeira, associado à divulgação sistematizada de estudos sobre a cortiça e a história da indústria corticeira no concelho do Seixal, daquela que foi uma das mais fortes comunidades corticeiras do país, nas suas vertentes histórica, social, económica, cultural e patrimonial. A presente edição procurou ainda sedimentar perspectivas de investigação e de parcerias, nomeadamente a nível institucional, contribuindo para a valorização, a salvaguarda e a difusão do património e do universo cultural da cortiça. Fernanda Ferreira e Ana Machado

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Ver contactos e horários de consulta na última página


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CONHECER

Oficina de fabrico e escolha de discos de cortiça na fábrica Mundet (Amora), cerca de 1950. © EMS/CDI, fundo documental Mundet.

Seixal, Território Corticeiro? O município do Seixal integra, desde 2006, a Retecork - Rede Europeia de Territórios Corticeiros, entidade que tem como um dos seus principais objectivos contribuir para o desenvolvimento socioeconómico, cultural, urbano e ambiental dos diferentes territórios corticeiros que a constituem.

do Seixal ao universo corticeiro, teremos de procurar conhecer e caracterizar os domínios da produção e da transformação da cortiça no concelho.

Não se destacando o concelho do Seixal como grande produtor de cortiça, nem lhe sendo reconhecida uma importância especial em relação à área florestada de sobreiro (actualmente, na península de Setúbal, os concelhos de Palmela e Montijo são os que apresentam uma maior mancha de montado de sobro, correspondendo a 70 % da área florestal de cada concelho) e, por outro lado, dada a conjuntura de desindustrialização que afectou o sector industrial corticeiro local, nos anos 80 e 90 do século XX, parece-nos natural que o leitor se questione: será o concelho do Seixal um território corticeiro?

O desenvolvimento da indústria corticeira contemporânea e a transferência da actividade comercial dos estrangeiros – sobretudo ingleses – para Portugal a partir da segunda metade do século XIX (na sequência de constrangimentos no fornecimento de cortiça para a indústria, verificados por essa altura em Espanha) fizeram valorizar a cortiça portuguesa, transformando Portugal numa das principais fontes de aprovisionamento de matéria-prima. A cortiça, que, até àquele momento, segundo algumas fontes, não pagava sequer o trabalho da sua extracção da árvore, tornou o sobreiro numa espécie florestal de considerável rendimento. A produção da cortiça atingiu uma importância crescente, tornando-se num dos principais produtos de exportação nacional.

Para podermos aferir de uma forma mais fundamentada sobre a pertinência desta ligação

O sobreiro, sendo uma espécie autóctone do nosso país, tornou-se progressivamente objecto de


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Seixal, Território Corticeiro?

entre outros, de que restam ainda evidências na paisagem do concelho. A partir de finais do século XIX, a margem sul do rio Tejo tornou-se igualmente um importante pólo de desenvolvimento da indústria corticeira portuguesa. O Seixal e os concelhos vizinhos de Almada, Barreiro e Montijo assumiram um papel particularmente relevante nesta industrialização, em virtude de ocuparem uma posição privilegiada, próximo das principais áreas de implantação do sobreiro, beneficiando da existência de mão-de-obra abundante e da grande proximidade das instalações portuárias de Lisboa. O estabelecimento de indústria corticeira no concelho do Seixal remonta pelo menos a 1897, com uma pequena fábrica da empresa Serrão, Street & C.ª a funcionar na Quinta da Barroca, freguesia de Amora, estabelecimento que foi totalmente destruído por um incêndio no ano seguinte.

Extracção de cortiça do sobreiro. © EMS/CDI, fundo documental Mundet.

tratamento e de exploração sistemática, visando a produção suberícola para abastecimento da indústria corticeira, generalizando-se a praticamente todas as regiões do território continental. Em complemento da importância ecológica vital que actualmente lhe é reconhecida, o valor económico atribuído aos sobreiros, para além do benefício inerente à extracção periódica da cortiça (praticada, a partir de legislação promulgada em 1927, de nove em nove anos), fundamentou-se ainda em práticas agrícolas associadas, como sejam a produção de cereais e de culturas forrageiras, complementares à alimentação de gado. Não é pois de estranhar que as áreas florestadas de sobreiros tenham também ocupado uma extensão considerável de área cultivada no concelho do Seixal, entre as quais salientamos as que integravam importantes quintas locais de exploração agrícola, como foram os casos da Quinta da Palmeira, na freguesia de Aldeia de Paio Pires (sítio onde, a partir do final da década de 1950, se veio a instalar a Siderurgia Nacional), da Quinta da Princesa, na freguesia de Amora, da Quinta do Cabral, na Torre da Marinha, freguesia de Arrentela, e da Quinta da Trindade, freguesia do Seixal,

Ao longo da última centúria, laboraram 38 unidades industriais corticeiras no concelho. O maior incremento desta indústria no Seixal verificou-se entre a primeira década e os anos 40 do século XX, integrando os sectores de preparação e transformação da indústria corticeira, incluindo aglomerados e decorativos, e abrangendo desde o trabalho domiciliário e familiar à grande indústria corticeira. No período de 1900-1920, estabeleceram-se empresas cujas instalações fabris ocuparam antigas quintas, junto às principais povoações e em plena articulação fluvial com o porto de Lisboa. No referido período, quatro empresas fixaram as suas unidades industriais no Concelho: a L. Mundet & Sons, com fábricas no Seixal (1905) e em Amora (1917); a Arps & C.ª, Lda., a E. Jeremias & C.ª, Lda. e a C.G. Wicander (1912?) – que acabou por assimilar as duas anteriores –, na Quinta de D. Maria, no Seixal. Nesta fase de instalação, seguida de um desenvolvimento industrial acentuado, foi da maior importância a intervenção de grandes empresas estrangeiras (entre os estrangeiros que estabeleceram os seus negócios corticeiros no Seixal encontravam-se alemães, suecos e catalães), detentoras de capitais e conhecimentos tecnológicos na área da transformação da cortiça. Na década de 1920, surgiram a Companhia de Agricultura de Portugal (na Quinta da Trindade, freguesia do Seixal) e a Sociedade Industrial de Cortiças, Lda. (na freguesia de Arrentela).


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CONHECER

Oficina de escolha de discos, na fábrica Queimado &Pampolim, Lda, em Amora. © EMS / CDI – Imagem cedida por José da Conceição Russo.

Durante o decénio seguinte, estabeleceu-se a firma Produtos Corticeiros Portugueses, Lda., reutilizando o que restava das importantes instalações fabris da antiga Companhia das Fábricas de Garrafas, em Amora. Entre 1940 e 1960, assistiu-se a uma fase marcada pela instalação de unidades de pequena dimensão – dezassete ao todo – em espaços periféricos às antigas povoações e junto das principais vias rodoviárias de relação nacional e internacional. A indústria química, através da Sociedade “Quicor” – Química Corticeira, Lda., empresa pioneira na exploração do processo industrial para a extracção de ácidos gordos e alcoácidos que entram na composição da cortiça, instalou a sua fábrica no Cabo da Marinha (1949-1951), na freguesia de Amora. O concelho do Seixal registou um número restrito de grandes fábricas de indústria transformadora, tornando-se um caso singular comparativamente com outros casos de concentração de produção industrial corticeira verificados no distrito de Setúbal. Podemos considerar que as três maiores empresas do sector a nível local – a Mundet & C.ª, Lda. (1905-1988), a C.G. Wicander, Lda. (19121993) e a Queimado & Pampolim, Lda. (1953-1991)

–, tendo-se afirmado mundialmente, atingiram o auge da sua dimensão económica neste período. Estas empresas mantiveram, ao longo do seu período de actividade, uma importância económica e sociocultural que resultou, entre outros aspectos, do volume de produção e da sua relevante contribuição para o total das exportações nacionais (por exemplo, em 1944, a participação de rolhas Mundet para o total da exportação portuguesa foi de 22,3 %). De referir que, ainda no início dos anos 70 do século XX, a contribuição de qualquer destas empresas corticeiras para o total das exportações nacionais situava-as ainda entre as 100 Mais da Exportação Portuguesa, índice que considerava os diversos ramos da produção industrial nacional. A ampla acção e influência destas empresas, que se desenvolvia directamente do produtor ao consumidor, a grande variedade dos produtos fabricados nas suas unidades fabris – no sector rolheiro, como dos aglomerados e decorativos – mostram bem, não só a importância económica desta produção, mas o grau de perfeição e progresso atingidos pela indústria no concelho. Outro aspecto a considerar foi a grande concentração de mão-de-obra de trabalhadores


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Seixal, Território Corticeiro?

que, directa ou indirectamente, laboraram em torno da cortiça: produtores, população rural corticeira, industriais, engenheiros, mestres e operários (em 1947, a Mundet empregava 2269 operários corticeiros nas suas fábricas no Seixal), empregados de escritório, pessoal ocupado nos fretes terrestres e marítimos, agentes comerciais e exportadores, entre outros, ascendendo a milhares de pessoas empregadas no sector corticeiro, representando um elevado número de famílias residentes no município cuja subsistência dependia da exploração da cortiça. A partir dos anos 1960 verificou-se um acentuado decréscimo, quer no que respeita ao estabelecimento de fábricas de cortiça no Seixal, quer no que se reporta ao número de trabalhadores empregados naquela indústria, a que, decerto, não foi alheia a deslocalização dos grandes interesses corticeiros para o Norte do país. E, apesar de ainda na década de 1970 se constatar uma forte presença industrial corticeira na antiga vila do Seixal e em Amora de Baixo, a partir do final do decénio seguinte a desindustrialização tornou-se irremediável.

Folheto publicitário de produtos Mundet, cerca de 1940. © EMS/CDI, fundo documental Mundet.

Actualmente podemos considerar o Seixal um território corticeiro, não no sentido do peso que a actividade económica do sector ainda poderá deter no concelho (onde subsistem em laboração apenas três unidades industriais corticeiras: a Guilherme Rodrigues de Oliveira, Lda., a Somsen & Poole da Costa, Lda. e a Amorim Cork Composites, S.A.), mas por via quer da importância que a indústria corticeira assumiu no desenvolvimento económico, mas também social, político e cultural do Seixal, quer das repercussões que teve nos quotidianos das famílias locais ao longo de cerca de um século, dando origem a uma das mais fortes comunidades corticeiras do país e encontrando-se na génese daquelas que constituem actualmente importantes referências culturais e identitárias para o município. Fátima Afonso

Fotografia aérea da fábrica da C.G. Wicander, Lda., no Seixal. 1952. © EMS / CDI – Imagem cedida por Hermínia Oliveira.


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MEMÓRIAS E QUOTIDIANOS

Canoa Senhora do Cais, de João Rodrigues, em construção no Centro Náutico Moitense, em 2007. © EMS/CDI, imagem cedida por Thedo Fruithof.

Renovando Práticas, Saberes e Memórias: transmissão de património marítimo no estuário do Tejo O estuário do Tejo é, na actualidade, uma das regiões do país mais significativas no que se refere à salvaguarda de embarcações tradicionais e à sua reutilização para actividades de recreio. Para este facto contribuiu de forma determinante um conjunto de iniciativas da sociedade civil e das autarquias locais, iniciado na década de 80 do século passado. A construção de pontes sobre o Tejo, nomeadamente da Marechal Carmona, em Vila Franca de Xira, e da Ponte Salazar (actual Ponte 25 de Abril), inauguradas respectivamente em 1951 e em 1966, são, ainda hoje, as razões apontadas por antigos marítimos para justificar a perda de importância do tráfego fluvial a bordo das embarcações de madeira que, navegando à vela, asseguravam o transporte de bens e passageiros entre as margens do estuário do Tejo. Efectivamente, nas décadas de 1960 e 1970, os meios tradicionais de transporte fluvial entraram em declínio devido à construção das travessias sobre o Tejo, mas também devido ao desenvolvimento dos transportes rodoviários e ferroviários, ao desaparecimento das actividades económicas

outrora essenciais para as comunidades ribeirinhas e à evolução tecnológica que substituiu a vela pelo vapor e pela propulsão a motor, e ainda a madeira pelo ferro e pelo aço. As fragatas, os varinos, os botes, as canoas e os catraios foram as últimas embarcações de madeira que trabalharam no Tejo, e o desaparecimento das suas velas das paisagens ribeirinhas do estuário originou um sentimento de perda entre as comunidades locais, herdeiras de múltiplas tradições e de vivências culturais transmitidas ao longo de várias gerações. Foi neste contexto que, entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980, se assistiu às primeiras iniciativas de recuperação,


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Renovando Práticas, Saberes e Memórias: transmissão de património marítimo no estuário do Tejo

A canoa Senhora do Cais é levada para dentro de água com a ajuda de amigos do proprietário, entre os quais estão antigos marítimos. © EMS/CDI, Elisabete Curtinhal, 2008.

preservação e reutilização de antigas embarcações de trabalho em actividades de lazer. A este nível, destacam-se duas iniciativas pioneiras e contemporâneas, ambas no concelho da Moita: a aquisição e recuperação do bote A Pombinha pela Câmara Municipal da Moita e a criação do Centro Náutico Moitense, fruto de um movimento da sociedade civil que tinha como principal objectivo fazer regressar ao rio as antigas embarcações e estimular o interesse dos jovens por este património. Em 1981, a Câmara Municipal do Seixal dá continuidade a este movimento com a aquisição de duas embarcações, sendo que, neste mesmo ano, um estaleiro local oferece à autarquia aquela que seria a sua primeira embarcação a navegar com fins culturais, o bote-de-fragata Gaivotas. Seguiu-se a recuperação das duas embarcações adquiridas, o bote-de-fragata Baía do Seixal e o varino Amoroso, também elas integradas como acervo na estrutura orgânica do Ecomuseu Municipal do Seixal, criado em 1982. A recuperação de embarcações por parte dos municípios contou, na maior parte dos casos, com a colaboração de antigos marítimos, que integraram o respectivo quadro de pessoal e

transmitiram aos restantes membros das tripulações as técnicas e os saberes-fazer relacionados com a navegação à vela tradicional. Nos anos seguintes, surgiram novas associações de carácter náutico, outras autarquias do estuário continuaram a recuperação das embarcações de maior porte e dezenas de pessoas, a título individual, tomaram a iniciativa de recuperar pequenas embarcações, maioritariamente canoas e catraios, para as suas próprias actividades de lazer. De um modo geral, eram antigos marítimos ou pescadores, detentores de memórias e saberes-fazer ligados às embarcações, nomeadamente à sua navegação e manutenção. Nesta fase, fizeram-se essencialmente reconstruções e conversões de antigas canoas de pesca da arte do cerco do Montijo para canoas de recreio e de antigas lanchas fragateiras para catraios. Desde a sua criação, as várias associações e clubes náuticos têm promovido o ensino da vela, direccionando-o essencialmente para os mais jovens, proporcionando-lhes a experiência de navegação em diversos tipos de barcos, incluindo as antigas embarcações do estuário. O resultado deste investimento na formação está hoje expresso na


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MEMÓRIAS E QUOTIDIANOS Renovando Práticas, Saberes e Memórias: transmissão de património marítimo no estuário do Tejo

Embarcações tradicionais em regata. 1.º Encontro de Embarcações Tradicionais na Baía do Seixal. © EMS/CDI, Elisabete Curtinhal, 2007.

significativa quantidade de jovens que utilizam, preservam, recuperam e inclusivamente constroem as suas próprias embarcações. Trata-se de uma nova geração que, não tendo tido um passado profissional ligado à actividade das embarcações do Tejo, assume cada vez mais o seu papel na protecção, promoção e rejuvenescimento deste património. Em parte motivados pelo gosto da competição nas várias regatas organizadas no estuário, alguns jovens proprietários e/ou praticantes da vela tradicional pretendem ter embarcações com características que as tornem mais competitivas. Na ausência de embarcações disponíveis para recuperação que reúnam essas características, uma das opções tem sido fazer construções de raiz, tendo por base trabalho amador em que os próprios, os seus amigos e familiares concebem e efectuam a obra desde a carpintaria à pintura decorativa, passando pelo calafeto. Na maior parte dos casos, estas embarcações são feitas sem recurso a planos de base, obedecendo aos critérios idealizados pelos seus autores, que frequentemente se inspiram nas características de diversas embarcações existentes, reunindo todos os elementos na concepção do projecto global da embarcação. Desde 2005, construíram-se no estuário do Tejo seis novas canoas, sendo que apenas uma teve lugar num estaleiro de construção naval. Do ponto de vista de eventuais processos de valorização e/ou classificação patrimonial, estas novas embarcações levantam diversas questões, uma vez que não reúnem os requisitos que são geralmente exigidos a bens aos quais se pretende atribuir valor patrimonial e que, por exemplo no caso francês dos BIP – Bateaux d’Intérêt Patrimonial (barcos de interesse patrimonial) são: o testemu-

nho humano (referente a um determinado arquitecto, construtor ou marinheiro), o testemunho técnico ou conceptual (relativo ao trabalho de um estaleiro ou à expressão de uma evolução tecnológica) e, por fim, o testemunho relacionado com um determinado acontecimento ou actividade extinta. Contudo, estas embarcações permitem-nos reflectir sobre diversos conceitos, entre os quais o de cultura, que compreende simultaneamente os bens materiais e os diversos aspectos que lhes estão associados, como os saberes, as técnicas, a organização social, as relações sociais, as instituições, entre outros. Neste sentido, evidencia-se o interesse antropológico destas manifestações culturais materiais e imateriais, cuja singularidade e expressividade caracterizam, neste caso, a cultura marítima do estuário do Tejo. Elisabete Curtinhal

Bruno Nobre, 25 anos de idade, proprietário da canoa Princesa do Tejo. © EMS/CDI, António Silva, 2008.


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AGENDA JULHO ENCONTRO no Auditório Municipal – Fórum Cultural do Seixal (3) ¬ Património Cultural, a Cortiça e os Museus Dias 2 e 3 ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo da Mundet (1) ¬ Descobertas Matemáticas na Mundet De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo Naval (1) ¬ Dança dos Barcos ¬ Estaleiro de Brincadeiras De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no bote-de-fragata (1) ¬ Descobertas Matemáticas no Bote-de-Fragata ¬ Nós e o Rio Dias 7, 12, 14, 15, 19, 20 e 21, em diversos horários PASSEIOS no bote-de-fragata (1 e 2) ¬ Perna-Longa Voa, Voa do Seixal a Corroios (1) ¬ Moinho de Maré de Corroios: mais moinhos para conhecer (1) Dia 13 ¬ De barco, do Seixal a Vila Franca de Xira (2) Dia 3, das 12h às 18h PASSEIOS no varino (2) ¬ Tripular uma Embarcação Tradicional do Tejo Dia 24, das 13.30h às 16.30h VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora (1) ¬ Circuito da Pólvora Negra De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS E PASSEIOS TEMÁTICOS no concelho (2) ¬ Este Verão Descubra a Amora Dia 9, com diversos horários ¬ Este Verão Descubra o Seixal Dia 27, com diversos horários

(1) Público escolar/ATL/grupos organizados (*) (2) Público juvenil e adulto/famílias (*) (3) Mediante inscrição específica

(ver www.cm-seixal.pt/ecomuseu)

VISITAS TEMÁTICAS Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (2) ¬ Um Perna-Longa no Moinho Dia 18, às 17h VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora (2) ¬ Circuito da Pólvora Negra Dia 25, às 17h

AGOSTO ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo da Mundet (1) ¬ Descobertas Matemáticas na Mundet De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo Naval (1) ¬ Dança dos Barcos ¬ Estaleiro de Brincadeiras De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no bote-de-fragata (1) ¬ Descobertas Matemáticas no Bote-de-Fragata ¬ Nós e o Rio Dias 3, 4, 5, 9, 17 e 18, em diversos horários PASSEIOS no bote-de-fragata (1 e 2) ¬ Perna-Longa Voa, Voa do Seixal a Corroios (1) ¬ Moinho de Maré de Corroios: mais moinhos para conhecer (1) Dia 10 ¬ De barco, de Cascais ao Seixal (2) Dia 22, das 9h às 15h VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora (1) ¬ Circuito da Pólvora Negra De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS E PASSEIOS TEMÁTICOS no concelho (2) ¬ Este Verão Descubra o Seixal Dia 6, com diversos horários ¬ Este Verão Descubra a Amora Dia 26, com diversos horários

SETEMBRO CONGRESSO no Auditório Municipal – Fórum Cultural do Seixal (3) ¬ 7.º Congresso do European Maritime Heritage Dias 23 a 25 ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo da Mundet (1) ¬ Descobertas Matemáticas na Mundet De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no Núcleo Naval (1) ¬ Dança dos Barcos ¬ Estaleiro de Brincadeiras De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ATELIÊS no bote-de-fragata (1) ¬ Descobertas Matemáticas no Bote-de-Fragata ¬ Nós e o Rio Dias 15, 16, 17, 22, 23, 29 e 30, em diversos horários PASSEIOS no bote-de-fragata (1 e 2) ¬ Perna-Longa Voa, Voa do Seixal a Corroios (1) ¬ Moinho de Maré de Corroios: Mais Moinhos para Conhecer (1) Dias 7 e 8 ¬ De barco, do Seixal à Moita (2) Dia 10, das 14.30h às 20h PASSEIOS no varino (2) ¬ Tripular uma Embarcação Tradicional do Tejo Dia 19, das 12h às 15h VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora (1) ¬ Circuito da Pólvora Negra De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

(*) Iniciativas que carecem de inscrição prévia, pelo telefone, por correio electrónico, ou através do site do Ecomuseu (secção Serviço Educativo / Iniciativas) – ver contactos e horário de atendimento na última página. Pode ainda preencher a ficha distribuída com a edição impressa deste boletim.


museu da rede portuguesa de museus NÚCLEOS E SERVIÇOS Núcleo da Mundet

NÚCLEO DA QUINTA DA TRINDADE

Praça 1.º de Maio, 1 2840-485 Seixal

Av. MUD Juvenil, Seixal Imóvel Classificado de Interesse Público Acesso condicionado

SERVIÇOS CENTRAIS – Edifício dos Escritórios Telefone: 210976112 – Fax: 210976113 E-mail: ecomuseu@cm-seixal.pt Horário de atendimento geral: De 2.ª a 6.ª feira, das 9h às 12.30h e das 14h às 17.30h

Núcleo dA Olaria Romana da Quinta do Rouxinol Quinta do Rouxinol, Corroios Sítio Classificado de Monumento Nacional Fornos de Cerâmica Romanos (sécS. II-V) Acesso condicionado

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO Horário de consulta de Inverno (Outubro-Maio): 3.as, 4.as e 5.as feiras, das10h às 17h Horário de consulta de Verão (Junho-Setembro): 3.as, 4.as e 5.as feiras, das 10h às 12.30h e das 14h às 17h E-mail: ecomuseu.cdi@cm-seixal.pt

Núcleo do Moinho de Maré de Corroios Quinta do Rouxinol, Corroios Imóvel Classificado de Interesse Público EXPOSIÇão (ver horários em destaque)

SERVIÇO EDUCATIVO Horário de atendimento telefónico: 2.as feiras, das 9h às 12.30h e das 14h às 17h E-mail: ecomuseu.se@cm-seixal.pt

Extensão do Ecomuseu na ANTIGA Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços

EXPOSIÇÕES Edifícios das Caldeiras Babcock & Wilcox e das Caldeiras de Cozer (ver horário em destaque)

Vale de Milhaços, Corroios Sítio em vias de classificação Acesso condicionado Informação sobre visitas, além da programação divulgada: Serviço Educativo do EMS

NÚCLEO NAVAL Av. da República — Arrentela EXPOSIÇÕES (ver horário em destaque)

Extensão do Ecomuseu na Quinta de S. Pedro

Oficina de construção de modelos de barcos do tejo (Horário consoante cursos a decorrer)

Quinta de S. Pedro, Corroios Campo arqueológico: necrópole medieval-moderna (sécs. XIII-XVIII) Acesso condicionado

Embarcações Tradicionais do Tejo Cais principal de apoio: Seixal

¬ Horários de EXPOSIÇÕES Núcleos da Mundet, Naval e do Moinho de Maré de Corroios

bote-de-fragata Baía do Seixal E varino amoroso Realização de passeios no Tejo, entre Abril e Outubro Informações sobre programação de actividades: Serviço Educativo do Ecomuseu

Horário de Inverno (Outubro - Maio): De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h Sábados e domingos, das 14h às 17h Horário de Verão (Junho - Setembro): De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h Sábados e domingos, das 14.30h às 18.30h Encerramento: 2.as feiras e feriados

Bote-de-fragata Gaivotas Em estaleiro

Ficha Técnica _ Ecomuseu Informação n.º 56 Edição Câmara Municipal do Seixal/ /Ecomuseu Municipal do Seixal

Direcção E EDITORIAL

Jorge Raposo

Participaram nesta edição: Exposições Jorge Raposo Itinerância Moinhos de Maré do Ocidente Europeu Ana Cláudia Silveira Programa de Iniciativas de Serviço Educativo Carla Costa

Distribuição gratuita Assinaturas a pedido junto do EMS Disponível em linha www.cm-seixal.pt/ecomuseu/ /publicacoes

Créditos fotográficos

Indicados nas legendas respectivas Grafismo

Sector de Apoio Gráfico e Edições da CMS revisão

Sector de Apoio Gráfico e Edições da CMS

Destaques Jorge Raposo, Fátima Afonso, Elisabete Curtinhal e Carlos Montalvão

Impressão

Centro de Documentação e Informação Fernanda Ferreira e Ana Machado

Tiragem

Conhecer Fátima Afonso

DATA

Memórias e Quotidianos Elisabete Curtinhal Agenda Carla Costa Documentação

Fernanda Ferreira, Fernanda Machado /CDI

Tipografia Lobão, Lda. 6000 exemplares Junho de 2010 ISSN

0873-6197 DEPÓSITO LEGAL

106175/96


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