Ecomuseu Informação N.º 58 – Janeiro | Fevereiro | Março 2011

Page 1

2011

˙n.º 58˙JANEIRO.FEVEREIRO.MARÇO Boletim trimestral do Ecomuseu Municipal do Seixal

ecomuseu informação ESPAÇO MEMÓRIA – TIPOGRAFIA POPULAR DO SEIXAL

Mais informações nas páginas interiores

Em itinerância pelo concelho

ACOMPANHE AS ACTIVIDADES DO NÚCLEO NAVAL

Mais informação na página 9

Mais informação na página 9

EXPOSIÇÃO O SEIXAL E A REPÚBLICA

Exposições e Programa de Iniciativas de Serviço Educativo: consulte as págs. 5 a 8 e em www.cm-seixal.pt/ecomuseu


2 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR

2011

ÍNDICE 2 EDITORIAL

Novo Ano, Novos Patrimónios . Jorge Raposo 3˙4 exposições

Programa de Iniciativas dE Serviço Educativo DESTAQUES

5˙6˙7˙8 9

Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal | Exposição O Seixal e a República | Actividades no Núcleo Naval 10˙11

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO

Sugestões Bibliográficas sobre a Tipografia . Fernanda Ferreira 12˙13˙14˙15

Conhecer

Ferrovias Industriais no Concelho do Seixal . João Paulo Santos 16˙17˙18

MEMÓRIAS E QUOTIDIANOS

Da Oficina Tipográfica ao Espaço Memória. Fátima Veríssimo 19 20

agenda Núcleos, extensões e serviços do EMS

EDITORIAL novo Ano, novos patrimónios A temática central desta edição do Ecomuseu Informação está relacionada com a arte tipográfica, a propósito da entrada em funcionamento do Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal, em 27 de Novembro último, no quadro da estrutura descentralizada do Ecomuseu. Concretiza-se assim o projecto idealizado por Eduardo Palaio para preservar a memória da profissão no local onde o seu pai, Augusto Palaio, também animado por um sonho e após muita persistência, instalou em 1955 a Tipografia Popular A. Palaio, que aqui manteve actividade até 2006, já sob a gestão de Eduardo Palaio e do seu irmão António Augusto Palaio. A empresa modernizou-se e foi então deslocalizada para o parque industrial do Seixal, envolvendo já uma terceira geração familiar. Mas a antiga oficina de composição e impressão permitiu reunir máquinas, materiais e equipamentos, da própria empresa, comprados ou doados, alguns centenários ou perto disso, que ilustram o desenvolvimento técnico e tecnológico ligado à Tipografia. Associadas a esse importante património material, estavam a disponibilidade e a experiência profissional de Eduardo Palaio, que se propôs manter o espaço em condições de funcionamento, para fins culturais e pedagógicos e para uma sentida homenagem à arte que abraçou, essencial para a produção e transmissão de conhecimento nos últimos cinco séculos. Com o apoio do QREN e no contexto da requalificação do Núcleo Urbano Antigo do Seixal, onde se integrava a Tipografia, a autarquia promoveu o projecto de adaptação do espaço e atribuiu a sua futura gestão ao Ecomuseu Municipal. Para além disso, assegurou a contratação de Eduardo Palaio e prevê enquadrar um segundo tipógrafo para manter vivo o saber-fazer que ambos dominam e garantir o enquadramento das visitas individuais e de grupo. Para o Ecomuseu, abrem-se novas perspectivas de iniciativas de Serviço Educativo, pela diversificação da oferta que é colocada à disposição dos públicos escolares ou de outros grupos organizados, mas também das famílias, das crianças, dos jovens e adultos. Abre-se ainda a possibilidade de rentabilizar sinergias com outros núcleos e extensões museológicas, de que são exemplo algumas das iniciativas já publicitadas nesta edição. E reforçam-se os instrumentos territoriais para o cumprimento da missão e dos objectivos cometidos

ao Ecomuseu, no que respeita à identificação, estudo, preservação, valorização e divulgação do património cultural do município. Outras das áreas que, no Seixal, revela uma dinâmica que merece acompanhamento, presencial ou através da Internet (http://nucleo-naval.blogspot.com/), é a do património fluvial e marítimo, em particular pela via da Oficina de Modelismo do Núcleo Naval. Num contexto de interacção multidisciplinar com a arqueologia naval, encontram-se em construção modelos rigorosos de uma muleta de pesca e de um galeão de finais do século XVI, a primeira, emblemática das artes da pesca que marcaram a foz do Tejo, o segundo, exemplo das grandes embarcações construídas nos estaleiros locais para apoio à famosa «Carreira da Índia». Para além disso, depois de um bem sucedido primeiro encontro, está já agendada a segunda sessão do Ateliê de Modelismo e Arqueologia Naval, orientado por Carlos Montalvão, que, em ambiente de workshop e de seminário, permitirá o convívio e a troca de experiências entre uma comunidade muito activa e interessada de colaboradores e amigos do Ecomuseu. O trabalho desenvolvido na vertente do património flúvio-marítimo mereceu, aliás, reconhecimento recente, com a Menção Honrosa na categoria de Trabalho sobre Museologia em 2009 atribuída pela Associação Portuguesa de Museologia à obra bilingue (português-inglês) A Muleta, de Manuel Leitão, Ferdinando Oliveira Simões e António Marques da Silva, editada em parceria pelo Ecomuseu e pelo Museu de Marinha. É o resultado da acção continuada que, nesta e noutras áreas, permite manter um trabalho técnico qualificado e prestar um serviço socialmente relevante, quer pela comunicação expositiva nos espaços do Ecomuseu abertos ao público, nos de instituições parceiras (como é o caso do Museu Nacional de Arqueologia) ou em projectos de itinerância local, nacional e internacional, quer ainda pela disponibilização de um vasto programa educativo ou de um centro de documentação e informação especializado. Em 2011, apesar do cenário complicado que se augura, esperamos continuar a merecer a atenção de quem lê estas páginas e dos muitos que nos visitam ou recorrem aos nossos serviços.

Jorge Raposo


˙

2011

JAN.FEV.MAR n.º 58

EXPOSIÇÕES

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 3

Veja horários na página 20 Para mais informações sobre exposições e notícias, consulte o site www.cm-seixal.pt/ecomuseu. Todas as exposições são complementadas por iniciativas de interpretação e exploração didáctica (ver Programa de Iniciativas de Serviço Educativo, pp. 5-8).

Núcleo da MUNDET do EMS

Exposição de longa duração

Quem diz cortiça diz Mundet, quem diz Mundet diz cortiça • Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox - A produção de vapor para a fábrica • Edifício das Caldeiras de Cozer Cortiça - A cortiça na fábrica: a preparação

Edifício das caldeiras de cozer © EMS/CDI, António Silva, 2008

Exposição temporária

Cortiça ao Milímetro • Edifício das Caldeiras Babcock & Wilcox Exposição do Ecomuseu Municipal do Seixal sobre um dos produtos de referência da Mundet, o papel de cortiça, que mobilizou centenas de trabalhadores na fábrica do Seixal, principalmente ao longo da época em

As caldeiras Babcock & Wilcox integravam a oficina de produção do vapor necessário à preparação e à transformação da matéria-prima. Noutro edifício, as Caldeiras dos Moços permitiam cozer pranchas de cortiça, operação indispensável ao processamento da matéria-prima para as suas várias aplicações, desde a laminagem para papel, ao fabrico de rolhas.

que era largamente utilizado pela indústria tabaqueira. A exposição Cortiça ao Milímetro interpreta o funcionamento da oficina de fabrico desse tipo de papel, com base nas máquinas e nas memórias dos antigos trabalhadores. Apresenta ainda aos visitantes a grande diversidade dos produtos elaborados na Mundet, a partir de finíssimas folhas de cortiça laminada.

Núcleo NAVAL do EMS

Exposição de longa duração

Barcos, memórias do Tejo Uma colecção de modelos dá a conhecer as principais embarcações tradicionais do estuário do Tejo, tanto para pesca como para tráfego local de pessoas e bens. Para além da apresentação detalhada das diversas tipologias de embarcações e das suas funções, os contextos de trabalho são documentados e interpretados através de recursos museográficos diversos, incluindo multimédia.

Exposição Barcos, Memórias do Tejo © EMS/CDI, Rosa Reis, 2005.


4 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR

Exposição temporária • Oficina de Modelismo do Núcleo Naval

Modelismo naval no Ecomuseu Municipal do Seixal Como e porque se constrói um modelo? O programa do Ecomuseu Municipal do Seixal no âmbito do modelismo naval assenta no equipamento da Oficina de Modelismo do Núcleo Naval com várias ferramentas de precisão, na integração na sua equipa científica e técnica de um especialista e formador nes-

2011

te campo (Carlos Montalvão) e num plano de iniciativas abarcando a formação. Aqui pode aprender mais sobre os barcos do Tejo e a sua construção, frequentando um dos cursos de formação em modelismo naval. A exposição documenta as três fases de construção de um modelo: 1.ª) do papel à madeira; 2.ª) o domínio da forma; 3.ª) a execução do convés e dos aprestos. Pode também obter mais informação sobre o tema através da Internet: www.cm-seixal.pt/ecomuseu ou http://nucleo-naval.blogspot.com/

Núcleo dO MOINHO DE MARÉ DE CORROIOS do EMS Exposição de longa duração

600 anos de moagem no Moinho de Maré de Corroios O Moinho de Maré de Corroios, edificado em 1403 por iniciativa do Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, constitui um exemplo do aproveitamento da energia das marés, cuja aplicação à actividade moageira no es-

tuário do Tejo teve lugar a partir do século XIII. A exposição integra diversos recursos multimédia, interpretando a história do edifício e a relação com o espaço geográfico em que se insere, assim como os princípios tecnológicos que regem o seu funcionamento, exemplificado através de um modelo virtual animado, em 3D.

NO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA, EM LISBOA Exposição temporária

Quinta do Rouxinol: uma olaria romana no estuário do Tejo [Corroios, Seixal] Ainda pode visitar no Museu Nacional de Arqueologia (Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa) uma exposição que resulta da parceria entre este museu e o Ecomuseu Municipal do Seixal, com o apoio do Instituto dos Museus e da Conservação, IP. Contextualizado o sítio arqueológico e a investigação nele realizada, são interpretadas e apresentadas as estru-

turas detectadas na olaria romana da Quinta do Rouxinol (séculos II-V), as respectivas produções cerâmicas e os materiais exógenos que ilustram a sua integração nos circuitos comerciais de longa distância, à época. Com uma forte componente etnográfica e antropológica sobre a olaria tradicional portuguesa, a exposição integra ainda proposta de restituição, à escala natural, de um dos fornos cerâmicos da olaria do Rouxinol, a par de animação virtual tridimensional sobre os seus aspectos construtivos e modo de funcionamento.

EM CIRCULAÇÃO PELA EUROPA Exposição itinerante

MOINHOS DE MARÉ DO OCIDENTE EUROPEU

trando-se agendada a sua apresentação no Centro de Ciência – EXPOLAB na vila de Lagoa, na ilha de São Miguel, arquipélago dos Açores, entre Janeiro e Maio de 2011.

A exposição itinerante Moinhos de Maré do Ocidente Europeu, resultante de uma parceria internacional desenvolvida pelo Ecomuseu Municipal do Seixal, continuará em circulação no decurso deste ano, encon-

Mais informações sobre a exposição e o projecto que a enquadra encontram-se disponíveis no sítio Web www.moinhosdemare-europa.org.


2011

programa de iniciativas dE serviço educativo No Núcleo do Moinho de Maré de Corroios do EMS

Ateliês QUEM AO MOINHO VAI, A PINTAR SAI Garças, flamingos, mouchões, arcos, mós, rodízios, cereais… Visitar o moinho e observar a paisagem que o rodeia são inspiração para pintar num mural de papel. Destinatários: pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Visitas temáticas DOMINÓ DOS CEREAIS O trigo, o milho, o centeio e muitos outros são cereais para ver, tocar e conhecer jogando ao dominó na exposição 600 Anos de Moagem no Moinho de Maré de Corroios. Destinatários: 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

˙

JAN.FEV.MAR n.º 58

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 5

Para obter mais informações ou para participar no Programa de Iniciativas do Serviço Educativo, pode telefonar ou aceder ao sítio Web do Ecomuseu – www.cm-seixal.pt/ecomuseu – e inscrever-se por correio electrónico na respectiva secção (Serviço Educativo / Iniciativas). Pode também preencher e enviar-nos a ficha de inscrição distribuída como anexo da edição impressa deste boletim (ver contactos na última página).

Novidade

Visitas temáticas

DESCOBERTAS NO ECOMUSEU/MOINHO DE MARÉ DE CORROIOS Abordagem de conceitos e resolução de desafios no âmbito da Matemática, da Física e da Educação Visual e Tecnológica, a partir da realização de várias actividades relacionadas com o desenho do moinho de maré, do seu ciclo de funcionamento e das transformações de energia que ali ocorrem. Destinatários: 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ensino secundário; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

© EMS/CDI, João Almeida, 2009.

Novidade

Visita comentada

© EMS/CDI, Carla Costa, 2010

Visitas temáticas UM PERNA-LONGA NO MOINHO Um perna-longa, D. Nuno Álvares Pereira, um moleiro e a sua neta são as personagens de um teatro de fantoches que ajudarão a descobrir e conhecer o Moinho de Maré de Corroios Destinatários: pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

O MOINHO DE MARÉ DE CORROIOS E O PATRIMÓNIO NATURAL Visita comentada pelo professor Manuel Lima, tendo por tema o Moinho de Maré de Corroios e a sua envolvente natural, com particular atenção para a paisagem e para as abundantes e diversificadas fauna e flora do sapal. Destinatários: jovens e adultos Datas e horários: 20 de Fevereiro, às 15h No Núcleo da Mundet do EMS

Ateliês FAZER UM ÁLBUM FOTOGRÁFICO Um álbum fotográfico é um livro que guarda momentos e recordações e tem muitas histórias para contar. Fazer um álbum com fotografias do concelho do Seixal é pretexto para conhecer um pouco mais do seu património. Destinatários: pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados. Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h


6 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR Ateliês MÁSCARAS DE CARNAVAL EM CORTIÇA Criação e execução de máscaras de Carnaval em cortiça, sensibilizando os participantes para a versatilidade desta matéria-prima. Destinatários: famílias Datas e horários: 26 de Fevereiro, às 15h

2011

Novidade

Visitas temáticas

DESCOBERTAS NO ECOMUSEU/NÚCLEO DA MUNDET Abordagem de conceitos e resolução de desafios matemáticos em torno da temática da cortiça, a partir da exploração dos espaços e recursos existentes no Núcleo da Mundet. Destinatários: 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ensino secundário; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Novidade

Visitas temáticas VENHA CONHCER

© EMS/CDI, Ana Apolinário, 2007.

O CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO A partir de uma visita guiada ao Centro de Documentação e Informação, os participantes poderão conhecer os recursos documentais, o depósito e o funcionamento deste serviço técnico do Ecomuseu. Destinatários: alunos e professores do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário; universidades seniores Datas e horários: últimas 6.as feiras do mês, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h No Núcleo Naval do EMS

Visitas temáticas O RATINHO DE CORTIÇA Um ratinho mágico e outras personagens de um teatro de fantoches andam à solta na antiga fábrica Mundet, ajudando os participantes a descobrir de onde vem, como se trabalha e para que serve a cortiça. Destinatários: pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

Novidade

Ateliês FAZER CALENDÁRIOS DE CORTIÇA No início de 2011 retoma-se uma tradição da antiga fábrica Mundet, com o desafio à criação de calendários que utilizam a cortiça e recorrem a processos tradicionais de composição e impressão tipográfica, que também permitem conhecer o Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal, a nova extensão do Ecomuseu. Destinatários: pré-escolar e 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e grupos organizados. Datas e horários: 12 e 13 de Janeiro, das 14.30h às 16.30h Destinatários: famílias Datas e horários: 8 de Janeiro, às 15h

© EMS/CDI, João Martins, 2005.

Ateliês ESTALEIRO DE BRINCADEIRAS Num antigo estaleiro naval, pequenos carpinteiros, calafates, pintores e mestres de velas procuram, experimentam e arrumam as suas ferramentas num loto. Destinatários: pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 11h ou das 14.30h às 15.30h Ateliês DANÇA DOS BARCOS Os participantes descobrirão quantos mastros tem uma fragata, para que servia um bote-de-tartarenha ou quantos triângulos há nas velas de um catraio, pintando e dançando ao som da canção Que Linda Falua. Destinatários: 1.º e 2.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h


2011

Ateliês MÁSCARAS DE CARNAVAL EM MADEIRA Criação e execução de máscaras de Carnaval em madeira, inspiradas nos motivos decorativos das embarcações tradicionais do Tejo. Destinatários: famílias Datas e horários: 27 de Fevereiro, às 15h

Ateliê MODELISMO E ARQUEOLOGIA NAVAL Ponto de encontro trimestral para quem faz do modelismo naval um instrumento privilegiado para o estudo, a preservação e a promoção do património marítimo e da história da náutica. A iniciativa é de livre acesso, mediante inscrição, e incorpora uma exposição de trabalhos em curso, um workshop de formação sobre técnicas de modelação e um seminário teórico sobre História da Náutica. Destinatários: jovens e adultos Data e horário: 12 de Março, entre as 10h e as 18h (mais informações em http://modelismo-e-arqueologia.blogspot.com)

Visitas temáticas QUIZ DE BARCOS Exploração lúdica e didáctica da exposição Barcos, Memórias do Tejo, através de fichas-questionário (tipo quiz) que abordam vários dos seus núcleos temáticos e exploram a memória do antigo estaleiro e do seu contexto geográfico, social e cultural. Destinatários: 3.º ciclo do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Visitas temáticas JOGANDO A PARES Exploração da exposição Barcos, Memórias do Tejo, a partir de um jogo de pista realizado a dois e com o objectivo de encontrar os pares de objectos, de palavras e de conceitos relacionados com a construção naval e as embarcações tradicionais do estuário do Tejo. Destinatários: 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30 às 16.30h

Visitas temáticas O TEJO DA MINHA INFÂNCIA Recordar memórias e vivências do Tejo, a partir da apresentação de um conjunto de antigas fotografias e de visita à exposição Barcos, Memórias do Tejo. Destinatários: Centros de dia, associações de reformados, universidades seniores e outros grupos seniores organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10 às 12h ou das 14.30 às 16.30h

˙

JAN.FEV.MAR n.º 58

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 7

Novidade

Visitas temáticas DESCOBERTAS NO ECOMUSEU/NÚCLEO NAVAL Abordagem de conceitos e resolução de desafios no âmbito da Matemática, da História e da Geografia, a partir da exploração da exposição Barcos Memórias do Tejo. Destinatários: 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ensino secundário; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Na Extensão do EMS na antiga Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços

Visitas temáticas CIRCUITO DA PÓLVORA NEGRA Exploração e interpretação do Circuito da Pólvora Negra, incluindo a casa das caldeiras e da centenária máquina a vapor, cujos equipamentos são conservados em estado de funcionamento por antigos operários que participam no projecto de preservação e de musealização deste espaço industrial entretanto desactivado. Destinatários: ensinos básico e secundário; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h Destinatários: jovens e adultos Data e horário: 15 de Janeiro, às 15h Na Extensão do EMS no Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal Novidade

Visita temática CARTAS DE AMOR, QUEM AS NÃO TEM? Quem não gostaria de receber um postal impresso com um poema de amor no Dia dos Namorados? Associando a escrita à composição e impressão tradicionais, lançamos o desafio de criar e enviar mensagens especiais, contactando com antigas técnicas e saberes de artes gráficas no Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal. Destinatários: 3.º ciclo do ensino básico; ensino secundário; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: 8, 9 e 10 de Fevereiro, das 14.30h às 16.30h Destinatários: jovens e adultos Data e horário: 12 de Fevereiro, às 15h

© EMS/CDI, António Silva, 2009.


8 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR Nos Núcleos Urbanos Antigos de Amora, Arrentela e Seixal

Visitas temáticas A PÉ PELA AMORA Percurso a pé pelo Núcleo Urbano Antigo de Amora, para observação, exploração e interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e património. Local: Núcleo Urbano Antigo de Amora Destinatários: 1.º ciclo (só 4 .os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h

2011

Fora do concelho

Visitas temáticas OLARIA ROMANA DA QUINTA DO ROUXINOL Exploração lúdica e didáctica da exposição: Quinta do Rouxinol: uma olaria romana no estuário do Tejo [Corroios, Seixal], em exibição no Museu Nacional de Arqueologia. A iniciativa conta com o apoio deste museu. Local: Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa Destinatários: ensinos básico e secundário Datas e horários: às 3.as feiras, em diversos horários Visitas temáticas MUSEU DE MARINHA

© EMS/CDI, Carla Costa, 2008.

Visitas à exposição permanente do Museu de Marinha, para dar a conhecer o seu valioso e diversificado acervo relacionado com o passado marítimo português e com as actividades humanas ligadas ao mar. A iniciativa conta com o apoio deste museu. Local: Museu de Marinha, em Lisboa Destinatários: ensinos básico e secundário Datas e horários: às 3.as feiras, em diversos horários

Visitas temáticas A PÉ PELA ARRENTELA Percurso a pé pelo Núcleo Urbano Antigo de Arrentela, para observação, exploração e interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e património. Local: Núcleo Urbano Antigo de Arrentela Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10 às 12h ou das 14.30 às 16.30h

Novidade

Visitas temáticas A PÉ PELO SEIXAL Percurso a pé pelo Núcleo Urbano Antigo do Seixal, para observação, exploração e interpretação dos testemunhos mais relevantes da sua história e património. Local: Núcleo Urbano Antigo do Seixal Destinatários: 1.º ciclo (só 4.os anos), 2.º e 3.º ciclos do ensino básico; ATL e outros grupos organizados Datas e horários: de 3.ª a 6.ª feira, das 10h às 12h ou das 14.30h às 16.30h No concelho do Seixal

Exposição itinerante O SEIXAL E A REPÚBLICA Exposição que evoca o centenário da Implantação da República Portuguesa, em 5 de Outubro de 1910, e o modo como o novo regime foi acolhido e vivenciado no Seixal, no contexto político, histórico, económico e social da época. Locais: estabelecimentos de ensino do concelho Destinatários: ensinos básico e secundário Datas e horários: mediante inscrição

© Câmara Municipal de Leiria.

Visita temática NOS TRILHOS DOS MOINHOS – O MOINHO DO PAPEL (LEIRIA) Dando início a um novo ciclo de visitas temáticas, com o objectivo de divulgar o importante património molinológico nacional e explorar a relação entre o Moinho de Maré de Corroios e estruturas similares, promove-se uma visita ao Moinho do Papel, datado do século XV e onde, ao longo dos tempos, se realizaram actividades relacionadas com a moagem do cereal e a produção do papel. Esta iniciativa conta com o apoio da Câmara Municipal de Leiria. Local: Moinho do Papel (Leiria) Destinatários: jovens e adultos Data e horário: 30 de Janeiro (programa a anunciar em www.cm-seixal.pt/ecomuseu)


˙

2011

JAN.FEV.MAR n.º 58

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 9

DESTAQUES Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal Entre Janeiro e Fevereiro de 2011, será possível participar num primeiro conjunto de iniciativas de serviço educativo preparadas para o recentemente inaugurado Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal. Fazer Calendários de Cortiça, para público escolar, e Cartas de Amor, Quem as Não Tem?, para jovens, adultos e famílias, são as duas propostas que visam dar a conhecer esta nova extensão do Ecomuseu, também disponível para visitas individuais, de 4.ª feira a domingo (ver localização e horário na última página). © EMS/CDI, António Silva, 2010.

Exposição O SEIXAL E A República

XIX-XX, continuará a sua itinerância pela Escola Se-

Concebida pelo Ecomuseu como um projecto de iti-

cundária Manuel Cargaleiro e pelas Escolas Básicas

nerância especialmente dirigido aos estabelecimen-

Dr. António Augusto Louro, Pedro Eanes Lobato e

tos de ensino do concelho, a exposição O Seixal e a

Paulo da Gama.

República já foi acolhida pelas Escolas Secundárias

As escolas secundárias e os agrupamentos de esco-

Dr. José Afonso, Alfredo dos Reis Silveira e de Amora.

las ainda interessados em participar neste projecto

A partir de Janeiro e até ao final do presente ano lec-

de celebração do Centenário da Implantação da Re-

tivo, esta exposição, que aborda o modo como o re-

pública Portuguesa devem contactar o Serviço Edu-

gime republicano foi acolhido e vivenciado no Seixal

cativo do Ecomuseu.

e caracteriza o município na transição dos séculos

(ver como na última página)

Actividades no Núcleo Naval do Ecomuseu

mais um encontro trimestral dirigido a quem faz do modelismo um instrumento privilegiado para o estudo, a preservação e a promoção do património marítimo e da história da náutica. O ateliê é de livre acesso, mediante inscrição prévia, e incorpora uma exposição de trabalhos em curso produzidos pelos participantes, um workshop de formação prática sobre técnicas de modelação e um seminário teórico sobre História da Náutica. Construção de um Galeão da Armada de Filipe II Para além disso, está a ser produzido na oficina do

© EMS/CDI, Carlos Montalvão, 2009.

Núcleo Naval do Ecomuseu o modelo de um galeão de 500 toneladas que, segundo documentação

3.º Curso de Iniciação e Desenvolvimento

do final do século XVI, foi construído no Seixal pelo

em Modelismo Naval

famoso mestre da Ribeira das Naus Sebastião Ti-

Continua a realizar-se o 3.º Curso de Iniciação e

mudo.

Desenvolvimento em Modelismo Naval, iniciado

O galeão São Paulo já se encontrava em fase adian-

em Setembro último. O objectivo desta acção de

tada em 1589 e teria um comprimento superior a

formação é a construção de um modelo da muleta

50 metros, uma boca (largura) próxima dos 15 me-

do Seixal, barco de pesca tradicional desaparecido

tros e uma altura máxima de cerca de 20 metros,

no início do século XX, que se caracterizava pela

sem contar com os enormes mastros e vergas que

forma arcaica do casco e pela complexidade do

o transformavam num dos grandes colossos, forte-

aparelho vélico.

mente armados, que percorriam a longa rota entre Portugal e a Índia.

Ateliê Modelismo e Arqueologia Naval Depois de uma sessão inicial no passado dia 4 de

Todas estas actividades podem ser acompanhadas

Dezembro, decorrerá no dia 12 de Março a segunda

através do blogue http://nucleo-naval.blogspot.

sessão do ateliê Modelismo e Arqueologia Naval,

com/.


10 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR

CDI

2011

Centro de Documentação e Informação

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS SOBRE A TIPOGRAFIA

ni. Testemunho da dedicação à arte tipográfica é a obra Manuale Tipográfico del Cavaliere Giambattista Bodoni a chi Legge, terminada e editada

No trimestre em que assinalamos a abertura de

postumamente pela sua esposa em 1818, cinco

uma nova extensão museológica do Ecomuseu

anos após a sua morte. A obra de João Bicker

Municipal do Seixal, o Espaço Memória – Tipografia

divulga em português o texto introdutório deste

Popular do Seixal, de que vos damos informação

Manual Tipográfico.

nas diferentes rubricas deste número 58 do boletim Ecomuseu Informação, destacamos algumas referências bibliográficas que pode encontrar no Centro de Documentação e Informação do Ecomuseu alusivas a esta temática. Para além de livros técnicos sobre Tipografia e manuais de Artes Gráficas, as colecções do Centro de Documentação e Informação contam ainda com catálogos de museus com colecções e exposições reportadas ao património tipográfico e catálogos de tipos. Para mais informações sobre o Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal e sobre o espólio museológico a ele ligado, particularmente interessante nos sectores da composição e da impressão, poderão também consultar o folheto desta Extensão

LAROSE, Agnès e RIVIÈRE, Dominique

Museológica através do sítio Web http://www.cmmentação, em Edições On-line.

– L’Atelier du Journal: Louhanns. Pierre-de-Bresse: Ecomusée de la Bresse Bourguignonne, 1997. 64 p. ISSN 0980-48 61.

EDIÇÕES EM DESTAQUE

Este museu de território, que tem por vocação

seixal.pt/ecomuseu, na página do Centro de Docu-

estudar, proteger e divulgar o património natural e cultural da região de Bresse Bourguignonne, tem associados vários pólos temáticos e museus municipais, promovendo também visitas a outros sítios de interesse patrimonial. O Atelier du Journal funciona nos espaços de uma tipografia que imprimia o jornal L’Indépendant du Louhannais et du Jura, até 1984. Este espaço museológico conserva em funcionamento todos os equipamentos da centenária tipografia. Através do catálogo deste ateliê podemos conhecer não só a história do jornal, como também a história e a evolução técnica da Tipografia. No final, os autores apresentam ainda um pequeno glossário de termos técnicos e uma bibliografia. BICKER, João Manuel

CANAVEIRA, Rui

– Manual Tipográfico de Giambattista Bodoni.

– História das Artes Gráficas. Lisboa: Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas e Transformadoras do Papel, 1994-1996. 2 vols. ISBN 987-65-09843-34.

Coimbra: Almedina, 2001. 144 p. ISBN 972-40-1435-5. Giambattista Bodoni nasceu a 26 de Fevereiro de 1740 em Saluzzo (Piemonte) e faleceu em Parma,

Obra editada em dois volumes, em que o primei-

a 30 de Novembro de 1813. Oriundo de uma famí-

ro trata da história das Artes Gráficas desde os

lia de impressores, é considerado um dos mais

primórdios até 1820, e o segundo aborda a Re-

importantes tipógrafos do século XVIII. Em 1788,

volução Industrial e a indústria gráfica, em Por-

desenhou um dos tipos que ficou na história da

tugal e no Mundo. O primeiro volume centra-se

Tipografia, precisamente com o seu nome, Bodo-

na descrição da evolução da tipografia, desde a


˙

2011

JAN.FEV.MAR n.º 58

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 11

Centro de Documentação e Informação

sua descoberta até aos primórdios do século XIX,

MARCHETTI, A.

com a invenção e desenvolvimento da impressão

– O Impressor Tipográfico. Lisboa: Federação Nacional dos Profissionais das Artes Gráficas, 1951-1973. 5 vols. (Biblioteca Profissional Salesiana). Aquiles Marchetti, da Ordem dos Salesianos de Dom Bosco, teve um importante percurso nas Escolas Profissionais Salesianas, em particular nas Oficinas de S. José, em Lisboa, criadas em 1890. A 1 de Outubro desse mesmo ano são inauguradas duas oficinas de ensino profissional, de marcenaria e sapataria. É em 1925 que as Artes Gráficas tomam um grande impulso no seio desta instituição, com a chegada do salesiano Aquiles Marchetti. Nos cinco volumes que constituem esta importante obra publicada em português, o autor versa sobre os seus conhecimentos das técnicas tipográficas e os materiais utilizados, a preparação das máquinas, os tipos de papéis e quantidades a utilizar, as cores, a impressão e o acabamento dos trabalhos tipográficos.

litográfica. O segundo volume traça um panorama da evolução da indústria gráfica, quer ao nível dos processos quer ao nível das máquinas e materiais utilizados.

STEINBERG, S.H.

SILVA, Maria Luísa Leite, coord.

– Five Hundred Years of Printing. New ed. / revised by John Trevitt. London & New Castle, Delaware: Oak Knoll Press & The British Library, 1996. 262 p. ISBN 07123 0438X; 1884718-20-5.

– A História da Tipografia e José da Silva Vieira, Aguarelas de João Freitas: catálogo das exposições. Esposende: Câmara Municipal Esposende, 1995. 32 p. Catálogo da exposição realizada no âmbito das

Esta edição revista e actualizada traça o papel

Comemorações do Dia da Cidade, sobre a His-

que a impressão teve na História e desenvolvi-

tória da Tipografia e a Tipografia Esposendense,

mento das sociedades. A obra encontra-se or-

de J. da Silva Vieira, integrando uma colecção de

ganizada em cinco capítulos, tendo por base os

miniaturas de máquinas de impressão. A história

grandes períodos de desenvolvimento adoptados

desta colecção remonta aos anos 40 do século

por Steinberg: 1450-1550, período que caracte-

XX, época em que Américo Jorge da Silveira, de

rizou o início da tipografia moderna; 1550-1800,

14 anos, ingressou nas Oficinas de S. José, no

período considerado por Steinberg como uma

Porto, e foi encaminhado para a escola de Tipo-

época de consolidação, durante a qual se de-

grafia. Tornou-se técnico especializado em vá-

senvolveram e aperfeiçoaram técnicas e equipa-

rias tipografias de Lisboa e Luanda, monitor de

mentos gráficos criados na época anterior; 1800-

escolas profissionais e autor de alguns estudos

-1900, período em que se iniciou a mecanização

sobre máquinas impressoras, sendo que a sua

do sector, com a invenção da litografia; 1900-

paixão das miniaturas nasceu como prolonga-

-1950, período caracterizado pelo apogeu das

mento da actividade profissional. A Tipografia

tipografias particulares e pelo início das publica-

Esposendense foi fundada nos finais do século

ções em livro brochado; e, por último, o período

XIX e alguns dos seus equipamentos foram apre-

do pós-guerra, em que os sectores da composi-

sentados na exposição, que também incluiu vá-

ção, impressão e publicação tiveram uma impor-

rias obras impressas nesta oficina.

tante transformação, revolucionando a impressão tipográfica tradicional.

CDI – Centro de Documentação e Informação VER CONTACTOS E HORÁRIOS DE CONSULTA NA ÚLTIMA PÁGINA

Fernanda Ferreira


12 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR

2011

Transporte de fardos de cortiça em vagoneta, operando em ferrovia de sistema Decauville, para carregamento em embarcações acostadas no cais da fábrica Mundet & Cª. Lda. do Seixal. © EMS/CDI, Fundo Documental Mundet. Inv. EMS.1995.00166.00000.

CONHECER

Ferrovias industriais no concelho do Seixal A classificação de vias-férreas por bitola Uma das formas de classificar as vias-férreas é pela sua bitola. Entende-se por bitola a distância entre as faces internas dos carris, medida na perpendicular, ao nível da parte superior. A bitola standard de uma via-férrea é de 1,435 metros. Considera-se que uma via-férrea é estreita se a sua bitola for inferior a 1,067 metros e muito estreita se for igual ou inferior a 0,60 metros. Excluindo os modelos criados com fins exclusivamente recreativos, também conhecidos como comboios de jardim, e centrando-nos nos caminhos-de-ferro criados com objectivos comerciais, sejam industriais ou de transporte comum (passageiros e carga), a verdade é que não foi raro, até meados do século XX, encontrar pequenos comboios com fins industriais, um pouco por todo o país, com elevada frequência na indústria mineira. Em termos de transporte de passageiros, o exemplo mais conhecido na península de Setúbal é, indubitavelmente, o Transpraia que, no período estival, assegura a ligação entre a Costa de Caparica e a Fonte da Telha. Vias-férreas industriais no concelho do Seixal No Concelho do Seixal funcionaram diversas vias-férreas industriais, hoje maioritariamente desaparecidas. A indústria metalúrgica Na Siderurgia Nacional existe, desde a abertura da fábrica em 1961 e ainda em funciona-

mento, uma rede ferroviária de via estreita, para transporte de sucata, de matéria-prima e também de produtos acabados. Os vagões são rebocados por locomotivas diesel do fabricante inglês Ruston & Hornsby. O peso específico, a quantidade de material e a rapidez exigida para o transporte da carga excluiu, desde logo, qualquer tipo de tracção que não o mecânico.

Locomotiva diesel Ruston & Hornsby, ao serviço da Siderurgia Nacional desde 1961, com o número 002. Actualmente, é utilizada pela empresa Siderurgia Nacional – Empresa de Produtos Longos, SA. © EMS/CDI, João Paulo Santos, 2003.

A indústria corticeira As fábricas corticeiras utilizaram igualmente este tipo de transporte, mas com tracção humana e/ou de bestas. Assim aconteceu com a Fábrica da Mundet & C.ª, Lda, no Seixal, com a Fábrica Wicanders, sita na Quinta D. Maria, também no Seixal, e com a Fábrica Queimado & Pampolim, em Amora de Baixo (no local onde se ergue actualmente uma grande superfície comercial). As características morfológicas


2011

˙

JAN.FEV.MAR n.º 58

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 13

Ferrovias Industriais no Concelho do Seixal

do terreno onde foi edificada a Fábrica Mundet permitiam alternar a tracção animal com a acção da gravidade. Nos dois últimos estabelecimentos, a tracção era exclusivamente humana e animal. Das três fábricas citadas, apenas subsiste (embora já sem laborar e em processo de conversão para outras valências, nomeadamente culturais), a Fábrica da Mundet & C.ª, Lda. do Seixal, mas sem a via-férrea, da qual, até há poucos anos, se podia admirar um trecho, sob a Casa do Cais (no local onde hoje se encontra um quiosque e esplanada adjacente). A indústria de explosivos A linha da Fábrica da Sociedade Africana de Pólvora, em Vale de Milhaços, apresentava características muito específicas, por razões de segurança. Sendo maioritariamente usada para

Júnior, abastado proprietário, agricultor e industrial, que ficou popularmente conhecido por epítetos como «Martins de Coina» ou «Rei do Lixo» (este último originado pelo contrato, altamente lucrativo, da recolha exclusiva do lixo na cidade de Lisboa). Foi ainda uma figura destacada da Maçonaria e activista republicano. Não existe qualquer evidência da utilização de tracção mecânica (locomotivas diesel ou a vapor), pelo que presumimos que também neste caso tenha sido usada a tracção animal. Actualmente, subsiste apenas um pequeno troço de via-férrea, localizado junto do forno (de fundição?), no canto Sudoeste da área afecta ao Núcleo do Ecomuseu Municipal na Quinta da Trindade. A bitola é de 0,95 m, medida pouco comum neste sistema ferroviário. Mas, ainda que sem locomotivas, o Sistema Decauville apresenta características únicas no

Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços. Operários empurrando a vagoneta para transporte da pólvora entre as oficinas. © EMS/CDI, Rosa Reis, 1998.

transportar explosivos, as rodas da vagoneta são em bronze, uma vez que o atrito das tradicionais rodas de aço com os carris do mesmo material, em especial nas curvas, juntas de dilatação e zonas de travagem, origina frequentes faíscas, susceptíveis de inflamar e detonar a perigosa carga. Esta linha-férrea pode ainda ser admirada no local e a respectiva vagoneta está retirada para conservação e restauro. A tracção era assegurada por operários e pela gravidade. A agro-indústria Finalmente, surge um traçado viário, acompanhado da inscrição «Via Decauville», em antigas plantas do conjunto edificado da Quinta da Trindade, na freguesia do Seixal, onde, à data, funcionavam as instalações da Companhia de Agricultura de Portugal. Um dos fundadores desta companhia foi Manuel Martins Gomes

universo dos transportes ferroviários, e que são seguidamente descritas O Sistema Decauville A grande inovação deste sistema, que o viria a tornar extremamente popular, era a instalação da via por troços prefabricados (com as travessas também em aço, o que é inédito), que podiam ser deslocados sempre que necessário, redesenhando facilmente o traçado da via, ou seja, a transposição das vantagens dos comboios em miniatura para a escala real. A fácil montagem, desmontagem e redistribuição dos pequenos troços de via, que as crianças ou os amantes do modelismo ferroviário fazem por capricho, experimentação ou simples diversão, passou a ser aplicada como resposta às necessidades dos utilizadores, nomeadamente das indústrias ditas pesadas. Este sistema foi criado em 1874 pelo britânico


14 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR

2011

CONHECER Sir Arthur Percival Heywood, 3.º baronete de Heywood, um grande proprietário rural, que o concebeu mais por desfastio da sua existência de aristocrata rico e ocioso, do que por verdadeira necessidade. Por esse facto, e embora Sir Arthur Heywood tenha desenvolvido sucessivamente o seu sistema, visando a instalação em minas, fábricas, arsenais militares e grandes obras, para além de grandes propriedades rurais, a verdade é que nunca viria a atingir verdadeiro êxito. Heywood chamou à sua primeira instalação «Duffield Bank Railway», implantada na sua propriedade em Duffield, Derbyshire. No Outono de 1875, o francês Paul Decauville (1846-1922), que sucedera há quatro anos a seu pai na direcção da propriedade agrícola da família, deparou-se com uma produção excepcionalmente abundante, mas com a respectiva colheita impossibilitada por chuvas torrenciais. Havia a necessidade imperiosa de agir rapidamente, antes da chegada das primeiras geadas e neves. Paul Decauville teve então a ideia de mandar instalar barras de aço sobre travessas planas do mesmo material, facilmente desmontáveis e transportáveis, sobre as quais podiam circular vagonetas carregadas com a colheita, sobre a lama e a água que cobriam os campos. Sendo dotado de elevado espírito empresarial, foi aperfeiçoando gradualmente o seu «comboio portátil», nomeadamente alargando a bitola dos 0,40 m iniciais para 0,50 m e, mais tarde, 0,60m. A sua empresa, entretanto criada, produzia pequenas locomotivas, vagões, vagonetas e até mesmo carruagens de luxo para comboios de vias tradicionais.

Vue générale de l’Exposition universelle de 1889 © Fonte Wikipédia

A Exposição Universal de Paris de 1889 Apesar do sucesso imediato dos seus comboios portáteis, Paul Decauville ambicionava uma expansão a nível internacional. A Exposição Universal de Paris de 1889 estava em preparação, mas a organização opunha-se tenazmente à instalação de uma via-férrea no recinto. Um golpe de sorte, aliado a um notável sentido de oportunidade, viriam a mudar o curso dos acontecimentos. A principal edificação do recinto, a

famosa Torre Eiffel, estava atrasada, em boa parte devido ao peso e dimensões dos materiais a transportar até ao local, mas também à dificuldade de trânsito de veículos de tracção animal, já de si lentos por natureza, entre as várias obras que cresciam na área da exposição. Confrontada com prazos cada vez mais exíguos, a organização viu-se forçada a autorizar a instalação de uma via-férrea. E quem melhor do que a experiente e eficaz Sociedade Decauville para o fazer? A verdade é que a construção conheceu uma aceleração tal que os prazos foram integralmente cumpridos. A organização não foi ingrata e, no dia 9 de Novembro de 1888, celebrou um protocolo que permitiu a Paul Decauville manter a sua ferrovia durante toda a Exposição Universal. A montra internacional não podia ser melhor e o sucesso foi estrondoso. Os pequenos comboios transportaram 6 342 446 passageiros, ao longo dos sete meses de duração do evento (de 6 de Maio a 31 de Outubro). Os bilhetes tinham o preço fixo, independentemente do percurso, de 50 cêntimos para a primeira classe e de 25 cêntimos para a segunda. A linha, com uma extensão de três quilómetros, compreendia cinco estações (Concorde, Agricultura, Palácio dos Produtos Alimentares, Trocadéro – Torre Eiffel e Palácio das Máquinas) ao longo do recinto, podendo os passageiros entrar e sair quando desejassem. Circularam diariamente, nos dois sentidos, cento e oitenta comboios, com intervalos de dez minutos e paragem obrigatória em todas as estações. Funcionaram dez locomotivas, nomeadas em homenagem a alguns dos maiores êxitos de aplicação do sistema Decauville – Turkestan, Kairouan, Afghanistan, Massaouah, Australie, Dumbarton, Porto- -Rico, Madagascar, Hanoi e Ville de Laon. Se a clientela da Casa Decauville já era muito grande, após o sucesso da Exposição Universal de Paris, as encomendas surgiram em catadupa de todo o Mundo. Um dos grandes motivos de orgulho de Paul Decauville foi o êxito obtido junto dos britânicos, povo extremamente tradicionalista na exaltação da superioridade da sua tecnologia nacional, mas cujos industriais passaram assumida e maioritariamente a preterir, em favor do fabricante francês. Utilização militar do Sistema Decauville Por fim, uma nota curiosa sobre este sistema ferroviário. Os altos comandos militares franceses foram das primeiras instituições a reconhecer as potencialidades do sistema Decauville, para transporte de homens e material, mesmo na frente de combate, tendo-o usado desde 1888. No seu livro Os Portugueses na


2011

˙

JAN.FEV.MAR n.º 58

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 15

Ferrovias Industriais no Concelho do Seixal

Locomotiva Decauville preservada no Puffing Billy Railway (Melbourne, Austrália) © Fonte Wikipédia

Flandres, editado em 1918, que relata a experiência do Corpo Expedicionário Português na 1.ª Guerra Mundial (1914-1918), Fernando Freiria, tenente--coronel do Corpo do Estado Maior, faz abundantes e elogiosas referências aos «Decauville de Trincheira», utilizados para o reabastecimento de víveres e munições e para a retirada de feridos, por ambas as facções beligerantes. Os Aliados deram preferência à bitola de 0,60 m e, mais raramente, à de 1 m para vias com exigências superiores de transporte. Os Alemães usaram preferencialmente a bitola de 0,70 m. Na página 166 da citada obra, encontrase uma fotografia relativa ao «Transporte de feridos pelos Decauville de Trincheiras». Também a tão célebre como inútil «Linha Maginot», o sistema de fortificações que a França construiu na fronteira com a Alemanha, após o termo da 1.ª Guerra Mundial e que, supostamente, bastaria para deter qualquer tentativa futura de invasão germânica, integrava, num dos cinco pisos subterrâneos, uma linha Decauville para transporte de tropas e abastecimentos. Bibliografia FREIRIA, Fernando, tenente-coronel do Corpo do Estado Maior (1918) – Os Portugueses na Flandres. Lisboa: Tipografia da Cooperativa Militar. LIVRE D’OR de L’Exposition. Journal Hebdomadaire Illustré. (1889, Abril, 14) – Paris: Librairie L. Boulanger. 1: 11. Jornal da Exposição Universal de Paris de 1889, importado para Portugal por Guillard Aillaud & C.ª, Lisboa.

LIVRE D’OR de L’Exposition. Journal Hebdomadaire Illustré. (1889, Abril, 20) – Paris: Librairie L. Boulanger. 2: 19. Jornal da Exposição Universal de Paris de 1889, importado para Portugal por Guillard Aillaud & C.ª, Lisboa. LIVRE D’OR de L’Exposition. Journal Hebdomadaire Illustré. (1889, Maio, 18) – Paris: Librairie L. Boulanger. 6: 85. Jornal da Exposição Universal de Paris de 1889, importado para Portugal por Guillard Aillaud & C.ª, Lisboa. LIVRE D’OR de L’Exposition. Journal Hebdomadaire Illustré. (1889, Setembro, 24) – Paris: Librairie L. Boulanger. 28: 433-435. Jornal da Exposição Universal de Paris de 1889, importado para Portugal por Guillard Aillaud & C.ª, Lisboa. PALLACH, Magí Aloguín i (2009) – Los Ferrocarriles Mínimos. Trenmanía. Barcelona: MC Ediciones. 48: 21-24. REIS, Patrícia (1994) – Exposições Universais: Paris 1889. Lisboa: Lisboa Expo’98. SILVA, José Ribeiro da e RIBEIRO, Manuel (2009) – Os Comboios em Portugal: do Vapor à Electricidade. Lisboa: Terramar. Volume V.

Outras fontes documentais utilizadas na preparação deste artigo poderão ser disponibilizadas aos interessados, mediante contacto para o Centro de Documentação e Informação do Ecomuseu.

João Paulo Santos


16 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR

2011

Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal. Oficina de impressão. © EMS/CDI, António Silva, 2010

Memórias e Quotidianos

Da Oficina Tipográfica ao Espaço Memória Há 55 anos, em 1955, instalou-se no concelho do Seixal a primeira tipografia, conhecida pela Tipografia Popular A. Palaio, fruto da perseverança de um tipógrafo experiente, Augusto Palaio, que aprendeu o ofício na prestigiada Tipografia Popular, sediada na Figueira da Foz desde 1904, responsável pela edição de A Voz da Justiça, propriedade de republicanos e maçons envolvidos no derrube da Monarquia, que também asseguravam a redacção. Controverso periódico na luta contra a ditadura do Estado Novo, o então ministro do Interior, Pais de Sousa, mandou encerrar aquela tipografia em 1938, na sequência de uma apropriação indevida de máquinas e recheio, suspendendo a edição do periódico A Voz da Justiça. Neste contexto, desempregado e alvo de perseguição política por parte do Estado Novo, Augusto Palaio abandonou a Figueira da Foz para dar continuidade ao seu desejo de instalar uma tipografia. Em 1948, solicitou autorização para o fazer em Pêro Pinheiro, Sintra, um grande centro industrial, no qual seria pouco aconselhável a existência de uma tipografia, como relata um excerto do relatório enviado à PIDE, com fantasiosa e infundada denúncia de Augusto Palaio, cujo único crime fora ter sido operário, dos 10 aos 23 anos de idade, na Tipografia Popular da Figueira da Foz, encerrada por aquela polícia política. A transcrição mantém a grafia original: «Este indivíduo não é natural deste concelho. Veiu para Sintra hà anos a trabalhar como tipógrafo que é a sua profissão. Segundo as in-

formações colhidas professa todas as ideias, desde que elas sejam contrárias à actual situação política do país. Não é de aconselhar que lhe seja concedida o que pretende, tanto mais que a localidade escolhida para o fim em vista, é um grande centro industrial de mármores e cantarias, onde trabalham para cima de 2 000 operários alguns, concerteza, eivados de teorias de carácter subversivo, e outros de fácil aliciamento, desde que apareçam quem para tal os aconselhe e encaminhe». Esta proibição não demoveu Augusto Palaio e, entre outros locais com tradição industrial onde tentou abrir uma tipografia, como Nelas e Trancoso, conseguiu finalmente instalar-se no Seixal, onde inaugurou a Tipografia Popular A. Palaio, em homenagem à Tipografia Popular da Figueira da Foz. As referências identitárias presentes no espólio material e imaterial da Tipografia Popular do Seixal e na sua forte relação com as pessoas e o território envolvente justificaram a integração deste espaço no Programa de Acção Integrada de Regeneração e Valorização da Frente Ribeirinha Seixal-Arrentela, no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), e a consequente abertura, desde 27 de Novembro último, com a designação de Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal e o estatuto de Extensão do Ecomuseu Municipal do Seixal. As funcionalidades deste Espaço Memória remetem para a presença de um vasto e diversificado espólio, representativo das memórias do trabalho de uma oficina tipográfica, expressas


2011

˙

JAN.FEV.MAR n.º 58

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 17

Da Oficina Tipográfica ao Espaço Memória

las instituições públicas sediadas no concelho do Seixal. O trabalho na tipografia inicia-se com a composição, que consiste em organizar as letras em sílabas, palavras e linhas, respeitando a sequência do original. A composição manual exige da parte do compositor tipográfico um exercício mental e uma postura física que requerem uma aprendizagem ao longo da vida. O compositor deve conhecer o texto original, cada uma das linhas, decorando e soletrando as letras que a compõem, os espaços em branco, as entrelinhas, a pontuação e o uso de capitulares, bem como as medidas exactas da página do trabalho final. Na oficina de composição, a postura mais fiel do compositor é aquela em que permanece de pé, desenvolvendo vários movimentos com o

Máquina de impressão Minerva da marca Vicobold © EMS/CDI, António Silva, 2010

nos objectos e equipamentos de trabalho e na imaterialidade dos saberes das artes gráficas; das memórias de alguns tipógrafos do concelho do Seixal, que devolveram à comunidade o que de mais precioso possuíam, a sua máquina de impressão, e com ela também as suas memórias dos locais de trabalho; das memórias dos seixalenses, que durante cinco décadas partilharam a Praça Luís de Camões com o espaço da oficina. A arte de compor Na Tipografia Popular, a composição manual, a par de outras técnicas de impressão, persistiu até à mudança das suas instalações para a Zona Industrial do Concelho do Seixal, no princípio do século XXI, mantendo alguns instrumentos e gestos de trabalho de uma actividade com mais de 500 anos. Em Portugal, a composição manual é um processo ainda utilizado nas pequenas tipografias, normalmente por não disporem de capital para adquirir técnicas mais modernas de composição (mecânica a quente, fotocomposição e digitalização), que implicariam igual actualização na fase seguinte, a impressão (ainda mais dispendiosa). Por isso, muitas vezes, as tipografias de tipo familiar, como fora nos primeiros tempos a Tipografia Popular, remetiam-se a trabalhos que lhes permitiam ser concorrentes no mercado, por exemplo produzindo quantidades reduzidas de impressos no domínio do formulário comercial, dando resposta à procura das empresas e aos trabalhos pretendidos pe-

tronco em direcção aos caixotins onde, devidamente organizada, se encontra a variedade de tipos que utiliza na composição do texto. Com o componedor numa das mãos, o compositor selecciona dos caixotins, com a outra mão, os tipos, espaços e pontuação necessários à composição do texto original, formando as linhas de texto. Ao texto original acrescenta, com arte, associações de imagens publicitárias, em forma de vinheta ou de zincogravura, como testemunha o vasto espólio da Tipografia Popular. A sequência e rigor dos gestos de trabalho, a concentração nas tarefas executadas e a arte de compor graficamente o texto, muitas vezes associado à imagem, são a chave do sucesso para a execução de um trabalho rigoroso e para o prestígio do impressor. Descrições de gestos de trabalho do século XIX mostram claramente a relação entre a importância do impressor e o trabalho realizado, expressa no excerto descritivo de movimentos corporais inadequados ao exercício da profissão: «A variedade de movimentos exibidos por alguns compositores é verdadeiramente ridícula: abanar a cabeça, agitar o corpo, esbracejar, o hábito de dar pequenos toques com as letras contra a caixa, a galé, ou antes de a colocar na linha do componedor, juntamente com uma série de falsos movimentos que, não só fazem perder tempo, como cansam o espírito e moem o corpo. Os movimentos desconexos, enrolados, da mão, não são amostragem de um compositor desembaraçado. Uma vez um patrão recém-chegado à arte chamou o encarregado, para que ele observasse um compositor que estava à caixa, muito direito e sem que se percebesse movimento, dando-lhe ordem para que despedisse um oficial tão parado; respondeu o encarregado que aquele


18 ˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙n.º 58˙JAN.FEV.MAR

2011

Memórias e Quotidianos era precisamente o compositor mais rápido de toda a oficina […]». HANNSARD, T. C. – The Origin and Progress of the Art of Printing. Londres. 1825. A composição do texto, devidamente justificado, forma um bloco organizado designado por forma, que é colocado na rama e devidamente ajustado com os quadrilongos, sendo então fixado na máquina de impressão onde o tipógrafo efectua os primeiros testes. Finalmente, o texto, antes de ser reproduzido, é cuidadosamente verificado por um tipógrafo mais credenciado, que conhece as regras e normas de composição e sabe assinalar os erros tipográficos. Imprimir com Minervas Até meados do século XIX, o processo de impressão de textos era manual, utilizando-se a técnica de prensagem inventada por Gutenberg nos anos 40 do século XV. As mudanças tecnológicas e a utilização da energia a vapor, no século XIX, e, mais tarde, da electricidade, marcaram uma viragem nas técnicas de impressão, contribuindo para satisfazer a extraordinária procura de material impresso de textos literários, em geral, e para fins didácticos, científicos e empresariais. A máquina de impressão a vapor patenteada por Friedrich Koenig, em 1810, marcou o início dessa evolução tecnológica, sucedendo-lhe outras

GLOSSÁRIO

máquinas designadas por plano-cilíndricas, cilíndricas e rotativas, todas representando grandes progressos no sistema de alimentação e recolha da folha, na fixação da forma impressa, no sistema de tintagem e na automação. Em poucas décadas, esses progressos possibilitaram passar da impressão de 150 exemplares por hora, para vários milhares no mesmo espaço de tempo. As máquinas de impressão instaladas no Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal são representativas de modelos importados entre finais do século XIX e as primeiras décadas do século XX, incluindo algumas das primeiras impressoras introduzidas em Portugal, das quais se destacam as conhecidas Minervas, com accionamento do braço ou pedal da máquina ou, numa fase posterior, com motor eléctrico associado ao volante da máquina por uma correia de transmissão. Integradas no espólio do Ecomuseu Municipal do Seixal, as cinco máquinas de impressão provenientes da Tipografia Popular ou doadas por outros tipógrafos residentes no concelho do Seixal encontram-se em condições de funcionamento, permitindo reconstituir gestos de trabalho associados ao tipógrafo minervista, dando a conhecer a cadeia operatória de métodos de trabalho mais ancestrais das oficinas tipográficas. Fátima Veríssimo

que servem para separar as palavras e justificar as linhas.

Caixa: é um dos principais utensílios da tipografia. Es-

Linha: a série de palavras compostas e impressas so-

pécie de caixotão plano dividido em diferentes partes,

bre uma mesma linha horizontal.

a cujas divisões se dá o nome de caixotins e onde se

Minervista: operário impressor tipográfico que traba-

encontram os correspondentes caracteres de chum-

lha com máquinas de pequeno formato designadas

bo, mais precisamente de uma liga de chumbo que

por Minervas, de impressão vertical, movidas a elec-

contém, em menor percentagem, estanho e amónio.

tricidade, com o pé ou com o braço.

Cavalete: móvel constituído por caixas tipográficas, de

Quadrilongo: peça metálica de forma rectangular, uti-

onde o tipógrafo selecciona os tipos para a composi-

lizada para ajustamento da forma (bloco de texto) na

ção.

rama.

Componedor: instrumento de que o compositor se ser-

Rama: é um caixilho de ferro de esquadria rigorosa,

ve para reunir os caracteres que retira das caixas do

dentro do qual são postas quaisquer formas para se-

cavalete, formando palavras e linhas de texto com uma

rem impressas.

medida previamente determinada. Consiste numa lâ-

Tipo: nome que se aplica genericamente a todos as

mina de metal com dois rebordos em esquadria e uma

caracteres de chumbo.

peça móvel – a que se dá o nome de justificador.

Tipografia: arte de copiar em caracteres de metal os

Compor: acção de colocar as letras formando sílabas,

diferentes trabalhos próprios da imprensa. Deriva do

palavras e linhas no componedor, pela ordem que

latim typus (forma, figura, molde) e do grego graphos

marca o original.

(escritura).

Entrelinhas: tiras de metal-tipo de várias dimensões e

Vinheta: colecção de adornos de vários corpos, com

mais baixas de que os caracteres.

os quais se fazem infinitas combinações decorativas.

Espaços: peças de metal-tipo fundidas no corpo da

Zincogravura: gravura desenhada sobre uma chapa de

letra, mas mais baixos e com diversas grossuras,

zinco, de modo a obter um ligeiro alto-relevo.


˙

2011

JAN.FEV.MAR n.º 58

˙ECOMUSEU INFORMAÇÃO˙ 19

AGENDA Janeiro

Fevereiro

Março

ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

ATELIÊS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Quem ao Moinho Vai, a Pintar Sai De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

ATELIÊS no Núcleo da Mundet (1) ¬ Fazer Um Álbum Fotográfico ¬ Fazer Calendários de Cortiça De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

ATELIÊS no Núcleo da Mundet ¬ Fazer Um Álbum Fotográfico (1) De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Máscaras de Carnaval em Cortiça (2) Dia 26, às 15h

ATELIÊS no Núcleo da Mundet (1) ¬ Fazer Um Álbum Fotográfico De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários

ATELIÊS no Núcleo Naval (1) ¬ Dança dos Barcos ¬ Estaleiro de Brincadeiras De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho ¬ Descobertas no Ecomuseu/Moinho de Maré de Corroios De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça ¬ Descobertas no Ecomuseu/Núcleo da Mundet De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Dia Aberto do Centro de Documentação Última 6.ª feira do mês, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval ¬ O Tejo da Minha Infância ¬ Descobertas no Ecomuseu/Núcleo Naval De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora ¬ Circuito da Pólvora Negra (1) De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Circuito da Pólvora Negra (2) Dia 15, às 15h VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS Fora do concelho ¬ Olaria Romana da Quinta do Rouxinol (1) ¬ Museu de Marinha (1) Às 3.as feiras, em diversos horários ¬ Nos Trilhos dos Moinhos: o Moinho do Papel (2) Dia 30

ATELIÊS no Núcleo Naval ¬ Dança dos Barcos (1) ¬ Estaleiro de Brincadeiras (1) De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Máscaras de Carnaval em Madeira (2) Dia 27, às 15h VISITAS COMENTADAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (2) ¬ O Moinho de Maré de Corroios e o Património Natural Dia 20, às 15h VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho ¬ Descobertas no Ecomuseu/Moinho de Maré de Corroios De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça ¬ Descobertas no Ecomuseu/Núcleo da Mundet De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Dia Aberto do Centro de Documentação Última 6.ª feira do mês, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval ¬ O Tejo da Minha Infância ¬ Descobertas no Ecomuseu/Núcleo Naval De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora (1) ¬ Circuito da Pólvora Negra De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal ¬ Cartas de Amor, Quem as Não Tem? (1) De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Cartas de Amor, Quem as Não Tem? (2) Dia 12, às 15h

ATELIÊS no Núcleo Naval ¬ Dança dos Barcos (1) ¬ Estaleiro de Brincadeiras (1) De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Modelismo e Arqueologia Naval (2) Dia 12, das 10h às 18h VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo do Moinho de Maré de Corroios (1) ¬ Dominó dos Cereais ¬ Um Perna-Longa no Moinho ¬ Descobertas no Ecomuseu/Moinho de Maré de Corroios De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo da Mundet (1) ¬ O Ratinho de Cortiça ¬ Descobertas no Ecomuseu/Núcleo da Mundet De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários ¬ Dia Aberto do Centro de Documentação Última 6.ª feira do mês, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS no Núcleo Naval (1) ¬ Quiz de Barcos ¬ Jogando a Pares no Núcleo Naval ¬ O Tejo da Minha Infância ¬ Descobertas no Ecomuseu/Núcleo Naval De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS na Fábrica da Pólvora (1) ¬ Circuito da Pólvora Negra De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS Fora do concelho (1) ¬ Olaria Romana da Quinta do Rouxinol ¬ Museu de Marinha Às 3.as feiras, em diversos horários

VISITAS TEMÁTICAS nos Núcleos Urbanos Antigos (1) ¬ A Pé pela Amora ¬ A Pé pela Arrentela ¬ A Pé pelo Seixal De 3.ª a 6.ª feira, em diversos horários VISITAS TEMÁTICAS Fora do concelho (1) ¬ Olaria Romana da Quinta do Rouxinol ¬ Museu de Marinha Às 3.as feiras, em diversos horários

(1) Público escolar/ATL/grupos organizados

Para participar nestas iniciativas é necessária inscrição prévia pelo telefone, por correio elec-

(2) Público juvenil e adulto/famílias

trónico, através do sítio Web do Ecomuseu (secção Serviço Educativo/Iniciativas) ou enviando a ficha distribuída com a edição impressa deste boletim – ver contactos e horário de atendimento na última página.


museu da rede portuguesa de museus NÚCLEOS E SERVIÇOS Núcleo da Mundet

Núcleo dA Olaria Romana da Quinta do Rouxinol

Praça 1.º de Maio, 1 2840-485 Seixal

Quinta do Rouxinol, Corroios Sítio Classificado de Monumento Nacional Fornos de Cerâmica Romanos Acesso condicionado

SERVIÇOS CENTRAIS – Edifício dos Escritórios Telefone: 210976112 – Fax: 210976113 E-mail: ecomuseu@cm-seixal.pt Horário de atendimento geral: De 2.ª a 6.ª feira, das 9h às 12.30h e das 14h às 17.30h

Núcleo do Moinho de Maré de Corroios Quinta do Rouxinol, Corroios Imóvel Classificado de Interesse Público

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO Horário de consulta de Inverno (Outubro-Maio): 3.as, 4.as e 5.as feiras, das10h às 17h Horário de consulta de Verão (Junho-Setembro): 3.as, 4.as e 5.as feiras, das 10h às 12.30h e das 14h às 17h E-mail: ecomuseu.cdi@cm-seixal.pt

EXPOSIÇão (ver horários em destaque)

Extensão do Ecomuseu na ANTIGA Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços Vale de Milhaços, Corroios Sítio em vias de classificação Acesso condicionado Informação sobre visitas, além da programação divulgada: Serviço Educativo do EMS

SERVIÇO EDUCATIVO Horário de atendimento telefónico: 2.as feiras, das 9h às 12.30h e das 14h às 17h E-mail: ecomuseu.se@cm-seixal.pt

Extensão do Ecomuseu na Quinta de S. Pedro

EXPOSIÇÕES Edifícios das Caldeiras Babcock & Wilcox e das Caldeiras de Cozer (ver horários em destaque)

Quinta de S. Pedro, Corroios Campo arqueológico: necrópole medieval-moderna (sécs. XIII-XVIII) Acesso condicionado

NÚCLEO NAVAL

EXTENSÃO DO ECOMUSEU NO ESPAÇO MEMÓRIA – TIPOGRAFIA POPULAR DO SEIXAL

Av. da República — Arrentela EXPOSIÇÕES (ver horários em destaque)

Praça Luís de Camões, 39-41, Seixal VISITA a antigo espaço oficinal de tipografia (ver horário em destaque)

Oficina de MODELISMO NAVAL Acompanhamento das actividades: http://nucleonaval.blogspot.com/

Horários de EXPOSIÇÕES

Embarcações Tradicionais do Tejo

Nos Núcleos da Mundet, Naval e do Moinho de Maré de Corroios Horário de Inverno (Outubro – Maio): De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h Sábados e domingos, das 14h às 17h Horário de Verão (Junho – Setembro): De 3.ª a 6.ª feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h Sábados e domingos, das 14.30h às 18.30h Encerramento: 2.as feiras e feriados

Cais principal de apoio: Seixal bote-de-fragata Baía do Seixal E varino amoroso Passeios no Tejo, entre Abril e Outubro Informações sobre programação de actividades: Serviço Educativo do EMS Bote-de-fragata Gaivotas Em estaleiro

Horário de VISITAS no Espaço Memória – Tipografia Popular do Seixal De 4.ª feira a domingo, das 10 às 12.30h e das 14.30 às 17.30h Encerramento: 2.as feiras, 3.as feiras e feriados

NÚCLEO DA QUINTA DA TRINDADE Av. MUD Juvenil, Seixal Imóvel Classificado de Interesse Público Acesso condicionado

Ficha Técnica _ Ecomuseu Informação n.º 58 Edição Câmara Municipal do Seixal/ /Ecomuseu Municipal do Seixal

Distribuição gratuita Assinaturas a pedido junto do EMS Disponível em linha www.cm-seixal.pt/ecomuseu/ /publicacoes

Direcção E EDITORIAL

Jorge Raposo

Documentação Fernanda

Ferreira,

Fernanda Machado/CDI

Participaram nesta edição:

Exposições Jorge Raposo Itinerância Moinhos de Maré do Ocidente Europeu Cláudia Silveira Programa de Iniciativas de Serviço Educativo Carla Costa Destaques Jorge Raposo, Carla Costa e Carlos Montalvão Centro de Documentação e Informação Fernanda Ferreira

Créditos fotográficos

Indicados nas legendas respectivas Grafismo Sector de Apoio Gráfico e Edições da CMS revisão Sector

de Apoio Gráfico e Edições da CMS

Impressão Tipografia Tiragem 6000

Lobão, Lda.

exemplares

Conhecer João Paulo Santos

DATA Janeiro

Memórias e Quotidianos Fátima Veríssimo

ISSN 0873-6197

Agenda Carla Costa

DEPÓSITO LEGAL 106175/96

de 2011


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.