1 minute read

Valeu a Pena

VALEU A PENA

Tenho feito tantos versos, Que se encontram dispersos Por onde? Nem eu sei bem. Pareço-me com uma mãe, Que perde os filhos de vista. É provável que exista Em poder de quem me leia, Algo de que não tenho ideia. Muito do que escrevi Há tanto tempo esqueci! É que esta realidade É fruto de uma verdade: Nunca escrevi para mim. Tudo o que fiz tinha o fim De contribuir, com amor, Para haver um mundo melhor, Detestei sempre escrever E somente, por dever, Por um dever de amizade, Eu escrevo, mas sem vontade. Versos feitos a correr, Sem tempo para os reler; Artigos alinhavados Em uns momentos roubados Aos deveres de cada dia. Feitos em correria, Sem tempo para pensar. Mas se isto te ajudar, A ti, amigo distante, Direi muito confiante E de consciência serena, Que tudo valeu a pena.

Advertisement

Bemvinda Margarida

Ano V - Nº43 e 44 - O Mugense Abril - Maio de 1981

This article is from: