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Ano Internacional da Juventude

ANO INTERNACIONAL DA JUVENTUDE

Já começou novo ano: O ano da juventude; Que não haja desengano E que alguma coisa mude.

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Mas, para haver mudança, Não basta só decretar, É preciso que a esperança Tenha base em que assentar.

É preciso haver vontade De meter as “mãos à obra”. Estamos fartos, é verdade, De ouvir “a banha da cobra”.

Temos de mudar o quê? Há tanta coisa a mudar! Tanta coisa que se vê E nos faz desanimar!

“A juventude está mal, E faz muito de errado”; Mas eu pergunto: afinal, O que nós lhe temos dado?

Violência e pornografia, A ânsia de muito ter, É o que ela nos copia, É o que nos vê fazer.

Hoje é certo o que é errado, Alteram-se os valores, Mas deste espírito criado, Não fomos nós causadores?

A droga dá lucro a quem? Quem os filmes realiza? Não é jovem “esse alguém”, Que p’ra si capitaliza. Toda a maldade do mundo, A ânsia do muito ter. Que descalabro profundo, Que vida de não-viver!

Quase que parece mal, Falar-se em bem, em virtude, Nós não temos ideal, Traímos a juventude.

A geração dos mais velhos Vive o seu “bel-prazer”, Limita-se a dar conselhos E esquece-se de os viver.

Ao jovem desempregado, Sem casa para morar, Até lhe é negado O desejo de sonhar.

Vivemos mal nossa vida E a juventude é que apanha: Ela é mosca caída Em nossa teia de aranha.

Juventude da mudança, Da era das transições, Conservai em vós a esperança, Não mateis as ilusões.

Jovem, sê sempre jovem, Não queiras envelhecer, Mesmo velho, qualquer homem, Juventude pode ter.

Bemvinda Margarida

Ano IX - Nº78 - O Mugense Janeiro de 1985

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